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João I
Contexto Histórico
Morte do rei D. Fernando e crise de 1383-1385 (crise dinástica)
Árvore genealógica
D. Pedro, rei de Portugal durante os anos de 1357 e 1367, esteve casado com D. Constança. Foi o
casamento legitimo, oficial para as cortes. No entanto teve outras duas relações, uma com D. Inês de
Castro, uma relação bastante conhecida e romantizada, e outra com D. Teresa.
Das relações ilegítimas D. Pedro teve 3 filhos, com D. Inês de Castro teve o Infante D. João e o
Infante D. Dinis, e, com D. Teresa teve D. João Mestre de Avis.
Com a relação legítima teve D. Fernando, o filho que sucedeu ao trono e que casou com D. Leonor
de Teles. Com D. Leonor de Teles teve D. Beatriz.
Crise Dinástica
Com a morte de D. Fernando, em 1383, o país viu-se em grandes dificuldades
económicas. Apesar de o pai, D. Pedro, ter deixado o tesouro bem fornecido, as
constantes guerras que D. Fernando se envolvia com Castela consumiram tudo. Só com
a terceira guerra se negociou a paz, em 2 de Abril de 1383, pelo tratado de Salvaterra de
Magos, tratado este que obrigava a filha de D. Fernando, D. Beatriz, a casar com D. João
I de Castela.
Deixando como herdeira do trono a infanta D. Beatriz, única filha que vingou do seu
casamento com Leonor Teles, não havia filho varão que pudesse herdar o trono e dar
continuidade à Dinastia Afonsina, no entanto, o contrato do casamento de D. Beatriz
com o rei de Castela previa que D. Leonor Teles conservasse a regência até que D.
Beatriz tivesse filho varão, maior de catorze anos, que seria o herdeiro da coroa
portuguesa ou tivesse idade suficiente para reinar.
No tratado de Salvaterra de Magos era defendido a separação do reino de Portugal com
o de Castela, no entanto, caso D. Beatriz não tivesse um filho varão com D. João I, a
coroa iria suceder para o rei de Castela e os seus descendentes.
A aclamação de D. Beatriz como rainha foi mal-aceite pelos que consideravam que o
trono devia pertencer a um irmão de D. Fernando, o infante D. João, filho de D. Pedro I e
Inês de Castro. Os burgueses citadinos reagiram contra a regência de D. Leonor Teles
pois esta tinha uma relação ilegítima com um espanhol, o conde Andeiro.
João Fernandes Andeiro, conde de Andeiro tinha sido o principal obreiro do tratado de
casamento de D. Beatriz com o rei de Castela, tratado que na prática equivalia à entrega
de Portugal a Castela, foi morto por D. João, mestre de Avis, a pedido de nobres e
burgueses.
A população de Lisboa proclamou o mestre de Avis regedor e defensor do reino.
Perante este estado revolucionário, a regente D. Leonor Teles pede auxílio ao rei de
Castela. Este, vendo a oposição do povo à sucessão de D. Beatriz ao trono obriga-a a
desistir da regência e cerca Lisboa com um imenso exército castelhano.
No Alentejo, D. Nuno Álvares Pereira consegue, com um bando de camponeses, derrotar
um forte corpo de cavalaria castelhana. Ficou conhecido como a batalha de Atoleiros em
Abril de 1384 e é esta vitória que evidencia a força e a resistência do povo.
Em Abril de 1385 são reunidas cortes em Coimbra que aclamam o mestre de Avis como
rei de Portugal, e, meses mais tarde, o rei de Castela volta a invadir Portugal e, é em
Aljubarrota que as tropas portuguesas, muito menos numerosas, derrotam os
castelhanos. A paz só é assinada em 1411.
Atores coletivos
As personagens coletivas (como, por exemplo, a população de Lisboa) têm um papel ativo
e decisivos, determinando o curso dos acontecimentos.