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Crónica de D.

João I
Contextualização histórica
Nome autores
Século XIV – crise na Europa

Fim do século XIV na Europa – época de crise

Provocada por:

fome
guerras prolongadas
(perda de colheitas devido ao
(como a Guerra dos Cem Anos, entre
esgotamento dos solos e às
França e Inglaterra)
mudanças climáticas)

jacqueries(revoltas camponesas ligadas


epidemias às tensões políticas e sociais
(como a peste negra, dizimando provocadas pela peste negra e pelas
populações mal alimentadas altas taxas impostas pelos senhores
e sem condições de higiene) feudais)
Século XIV – crise na Europa

Miniatura de As Vigílias do Rei Carlos V (c. 1490)


representando o cerco de Orleães (1428-1429), uma batalha
marcante na Guerra dos Cem Anos.
Os ingleses preparam-se para tomar a cidade francesa de
Orleães, que é salva por Joana d’Arc, assinalando a primeira
grande vitória de França.
Século XIV – crise na Europa

Miniatura de As crónicas de Gilles Le


Muisit (1272-1352) representando o
enterro de vítimas da peste negra em
Tournai (Bélgica).
Século XIV – crise na Europa

«Dança macabra», de M. Wolgemut (Crónica


de Nuremberga, 1493), uma alegoria sobre a
universalidade da morte. A morte era um tema
frequente na pintura do fim da Idade Média.
Século XIV – crise na Europa

Iluminura representando o massacre de um


nobre por camponeses rebeldes (Crónicas de
Froissart, século XIV).

As jacqueries eram insurreições espontâneas,


de carácter violento,
de camponeses revoltados com as altas taxas
impostas pelos nobres. Surgiram em França e
disseminaram-se rapidamente por toda a
Europa.
Fim do século XIV – crise em Portugal (1383-1385)

Primeira dinastia:

D. Afonso Henriques, «O Conquistador» (1143-1185)

D. Sancho I, «O Povoador» (1185-1211)

D. Afonso II, «O Gordo» (1211-1223)

D. Sancho II, «O Capelo» (1143-1185)

D. Afonso III, «O Bolonhês» (1248-1279)

D. Dinis, «O Lavrador» (1279-1325)

D. Afonso IV, «O Bravo» (1325-1357)

D. Pedro, «O Justiceiro» (1357-1367)

D. Fernando, «O Formoso» (1367-1383) D. Fernando morre sem deixar


um filho varão

Reinado marcado por uma grande crise económica, agravada por


sucessivas guerras com Castela
Fim do século XIV – crise em Portugal (1383-1385)

Crise dinástica
que levará ao fim da primeira dinastia

D. Fernando morre sem deixar um filho


varão

D. Fernando, «O Formoso»
(1367-1383)
Fim do século XIV – crise em Portugal (1383-1385)

O problema da sucessão
Uma solução de sucessão que é
D. Fernando morre em outubro de 1383, poucos
meses depois do casamento da filha, D. Beatriz, com
D. João I, rei de Castela.

Segundo as cláusulas deste matrimónio, até um bem-vista pela nobreza e pelo malvista pelo povo e pela
herdeiro de D. Beatriz ter 14 anos, a regência do clero burguesia
reino deve caber à rainha-mãe, D. Leonor Teles. (por permitir manter privilégios (por levar à perda de
e alargar domínios) independência do reino a
curto prazo)

Porém, a pedido do genro, D. Leonor Teles


determina que D. Beatriz
e D. João de Castela sejam proclamados reis de
Portugal.
Fim do século XIV – crise em Portugal (1383-1385)

Dá-se uma luta entre pretendentes ao


trono.
D. Teresa Lourenço

D. Constança D. Pedro I D. Inês de Castro

D. João,
Mestre de Avis
D. Leonor de Teles D. Fernando Infante Infante Apoiado com entusiasmo pelo povo,
D. João D. Dinis graças a uma conspiração preparada por
Álvaro Pais (que fora chanceler-mor de
D. Fernando)
D. Beatriz D. João I, rei de Castela
Fim do século XIV – crise em Portugal (1383-1385)

Cresce a oposição à regente, D. Leonor Teles, (e ao


Conde Andeiro, nobre galego seu amante).

D. Leonor Teles pede ajuda ao genro,


D. João I, rei de Castela.
O Mestre de Avis ajuda a matar o Conde Andeiro (dezembro de 1383) e
proclama-se regedor e defensor do Reino.

O rei de Castela invade Portugal


para defender os interesses da sua mulher, D.
Beatriz.
Organiza a resistência.

António José de Sousa Azevedo, Morte do


Conde Andeiro, Museu Nacional de Soares
dos Reis (c. 1860).
Fim do século XIV – crise em Portugal (1383-1385)

Confrontos entre os exércitos português e castelhano

Várias batalhas, como a batalha Cerco castelhano a Lisboa


dos Atoleiros (abril de 1384) (que dura quatro meses, de maio a
setembro de 1384), sendo os
castelhanos obrigados a retirar
sobretudo devido a um surto de peste
entre as suas tropas.

Nesta primeira batalha, sob o comando de Nuno


Álvares Pereira, os portugueses, embora em
inferioridade numérica, derrotam o poderoso exército
castelhano em apenas duas horas, utilizando uma
tática militar de inspiração inglesa – a tática do
quadrado.
Fim do século XIV – crise em Portugal (1383-1385)

Iluminura representando o cerco da


cidade de Lisboa (Crónicas de
Froissart, século XIV).

O cerco da cidade, feito por terra e por


mar, provocou muitas baixas nas
tropas castelhanas.
Fim do século XIV – crise em Portugal (1383-1385)

6 de abril de 1385,
reúnem-se as Cortes de Coimbra

Graças aos argumentos apresentados pelo Dr. João


das Regras, invalidando as pretensões dos filhos de Inês de Castro e
defendendo a aclamação do Mestre de Avis (pelo esforço que este
desenvolvera na defesa do reino e por pertencer à família real)

Proclamação do Mestre de Avis


como rei de Portugal

Retrato anónimo do rei D. João I,


Museu Nacional de Arte Antiga
(1450-1500).
Fim do século XIV – crise em Portugal (1383-1385)

Nova invasão de Castela após a aclamação do Mestre de


Avis como rei

Diversas batalhas, de que os portugueses saem vitoriosos, em que se


destaca a batalha de Aljubarrota (agosto de 1385)

As graves perdas sofridas pelo exército castelhano


nesta batalha inviabilizam uma nova invasão por
parte de Castela.
Comandados por Nuno Álvares Pereira, nomeado
Condestável do Reino (chefe de todos os exércitos) A batalha de Aljubarrota é decisiva para o fim da
nas Cortes de 1385, os portugueses infligem uma dura instabilidade política e para a consolidação da
derrota ao poderoso adversário. independência de Portugal.

Nuno Álvares Pereira torna-se um herói e virá a ser Retrato de D. Nuno Álvares Pereira por
um dos mais ricos homens do país. Charles Legrand (1838-1850).
Fim do século XIV – crise em Portugal (1383-1385)

Iluminura representando a batalha de Aljubarrota


(Jean de Wavrin, Crónica de Inglaterra, c. 1445).
Fim do século XIV – crise em Portugal (1383-1385)

Tratado de Windsor (1386)

Tratado entre Portugal e Inglaterra em que os dois Selado, em 1387, com o casamento de D. João I de
reinos se comprometem a ajudar-se mutuamente Portugal e D. Filipa de Lencastre, filha de João de
(considerado o mais antigo tratado diplomático do Gante – duque inglês com aspirações ao trono de
mundo ainda em vigor) Castela e que via em Portugal um importante
aliado.
Fim do século XIV – crise em Portugal (1383-1385)

Iluminura representando o casamento de D.


João I, rei de Portugal, e D. Filipa de Lencastre
na cidade do Porto (Jean de Wavrin, Crónica de
França e de Inglaterra, séc. XV).
Fim do século XIV – crise em Portugal (1383-1385)

Crónica de D. João I
(encomendada pelo rei D. Duarte,
filho de D. João I)

Evidencia a importância do Mestre de Avis na defesa e


independência do reino de Portugal

Legitima o direito de
D. João I ao trono de Portugal
Consolida
1- Indica se é verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das seguintes afirmações. Corrige as falsas.

A O século XIV foi um século de paz e expansão material na generalidade do continente europeu.

Falsa. O século XIV foi uma época de crise em toda a Europa, provocada por guerras prolongadas, fome, epidemias e revoltas dos
camponeses contra os senhores feudais.

B D. Fernando morreu, em 1383, sem deixar filhos, dando origem a uma crise dinástica que pôs fim à primeira
dinastia.

Falsa. D. Fernando morreu, em 1383, sem deixar um filho varão, dando origem a uma crise dinástica que pôs fim à primeira dinastia.

C Com a morte de D. Fernando, a regência do reino coube a D. Beatriz, até esta ter um herdeiro.

Falsa. Com a morte de D. Fernando, a regência do reino coube à rainha-mãe, D. Leonor Teles, até D. Beatriz ter um herdeiro.

Solução
1- Indica se é verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das seguintes afirmações. Corrige as falsas.

D A possibilidade de D. Beatriz e D. João de Castela serem reis de Portugal desagradava ao povo e à burguesia, por
levar à perda de independência do reino a curto prazo.

Verdadeira

E A nobreza e o clero viam esta solução de sucessão com bons olhos, pois poderiam manter privilégios e alargar os seus
domínios.

Verdadeira

Solução
2- Seleciona a opção que completa cada afirmação.

A D. João, Mestre de Avis, um dos pretendentes ao trono, era filho de…

D. Fernando e D. Inês.

D. Pedro I e D. Inês.

D. Pedro I e D. Teresa Lourenço.

B O povo apoia o Mestre de Avis com entusiasmo graças a uma conspiração preparada…

pelo Conde Andeiro.

por Nuno Álvares Pereira, o Condestável.

por Álvaro Pais, chanceler-mor de D. Fernando.

C Após a morte do Conde Andeiro, D. Leonor Teles pede ajuda ao genro, que invade Portugal.
Na primeira batalha (dos Atoleiros), como noutras, o exército português é comandado…

por Álvaro Pais.

pelo Mestre de Avis. Solução


por Nuno Álvares Pereira.
2- Seleciona a opção que completa cada afirmação.

D Os confrontos entre os exércitos português e castelhano incluem várias batalhas e o cerco


à cidade de Lisboa, que dura…

um mês.

quatro meses.

sete meses.

E Nas Cortes de Coimbra (1385), o Mestre de Avis é proclamado rei graças aos argumentos apresentados…

por si próprio.

por Nuno Álvares Pereira.

pelo Dr. João das Regras.

Solução
2- Seleciona a opção que completa cada afirmação.

F Para o fim da instabilidade política e consolidação da independência foi determinante…

a batalha dos Atoleiros.

o cerco de Lisboa.

a batalha de Aljubarrota.

G Em 1386, o Tratado de Windsor, entre Portugal e Inglaterra, é selado com o casamento de…

D. João I de Portugal e D. Filipa de Lencastre, de Inglaterra.

Nuno Álvares Pereira e D. Filipa de Lencastre, de França.

João de Gante, Duque de Lencastre, e D. Leonor Teles.

Solução

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