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18/11/2023

Crónica de D. João I
Contextualização
histórica Nome autores

Século XIV – crise na Europa

Fim do século XIV na Europa – época de crise

Provocada por:

fome
guerras prolongadas
(perda de colheitas devido ao
(como a Guerra dos Cem Anos,
esgotamento dos solos e às
entre França e Inglaterra)
mudanças climáticas)

Jacqueries (revoltas
epidemias camponesas ligadas às tensões
(como a peste negra, dizimando políticas e sociais provocadas pela
populações mal alimentadas peste negra e pelas altas taxas
e sem condições de higiene) impostas pelos senhores feudais)

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Século XIV – crise na Europa

Miniatura de As Vigílias do Rei Carlos V (c. 1490)


representando o cerco de Orleães (1428-1429),
uma batalha marcante na Guerra dos Cem Anos.
Os ingleses preparam-se para tomar a cidade
francesa de Orleães, que é salva por Joana d’Arc,
assinalando a primeira grande vitória de França.

Século XIV – crise na Europa

Miniatura de As crónicas de Gilles


Le Muisit (1272-1352)
representando o enterro de
vítimas da peste negra em
Tournai (Bélgica).

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Século XIV – crise na Europa

«Dança macabra», de M. Wolgemut


(Crónica de Nuremberga, 1493), uma
alegoria sobre a universalidade da
morte. A morte era um tema frequente
na pintura do fim da Idade Média.

Século XIV – crise na Europa

Iluminura representando o massacre de


um nobre por camponeses rebeldes
(Crónicas de Froissart, século XIV).

As jacqueries eram insurreições


espontâneas, de carácter violento,
de camponeses revoltados com as altas
taxas impostas pelos nobres. Surgiram
em França e disseminaram-se
rapidamente por toda a Europa.

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Fim do século XIV – crise em Portugal (1383-1385)

Primeira dinastia:

D. Afonso Henriques, «O Conquistador» (1143-1185)

D. Sancho I, «O Povoador» (1185-1211)

D. Afonso II, «O Gordo» (1211-1223)

D. Sancho II, «O Capelo» (1223-1248)

D. Afonso III, «O Bolonhês» (1248-1279)

D. Dinis, «O Lavrador» (1279-1325)

D. Afonso IV, «O Bravo» (1325-1357)

D. Pedro, «O Justiceiro» (1357-1367)

D. Fernando, «O Formoso» (1367-1383) D. Fernando morre sem


deixar um filho varão

Reinado marcado por uma grande crise económica,


agravada por sucessivas guerras com Castela

Fim do século XIV – crise em Portugal (1383-1385)

Crise dinástica
que levará ao fim da primeira dinastia

D. Fernando morre sem deixar


um filho varão

D. Fernando, «O Formoso»
(1367-1383)

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Fim do século XIV – crise em Portugal (1383-1385)

O problema da sucessão
Uma solução de sucessão que é
D. Fernando morre em outubro de 1383,
poucos meses depois do casamento da filha,
D. Beatriz, com D. João I, rei de Castela.

Segundo as cláusulas deste matrimónio, bem-vista pela malvista pelo povo


até um herdeiro de D. Beatriz ter nobreza e pelo clero e pela burguesia
14 anos, a regência do reino deve (por permitir manter (por levar à perda de
caber à rainha-mãe, D. Leonor privilégios e alargar independência do reino
Teles. domínios) a curto prazo)

Porém, a pedido do genro, D. Leonor


Teles determina que D. Beatriz
e D. João de Castela sejam
proclamados reis de Portugal.

Fim do século XIV – crise em Portugal (1383-1385)

Dá-se uma luta entre


pretendentes ao trono.
D. Teresa Lourenço

D. Constança D. Pedro I D. Inês de Castro

D. João,
Mestre de Avis
D. Leonor de Teles D. Fernando Infante Infante Apoiado com entusiasmo pelo
D. João D. Dinis povo, graças a uma conspiração
preparada por Álvaro Pais (que fora
chanceler-mor de D. Fernando)
D. Beatriz D. João I, rei de Castela

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Fim do século XIV – crise em Portugal (1383-1385)

Cresce a oposição à regente, D. Leonor Teles,


(e ao Conde Andeiro, nobre galego seu amante).

D. Leonor Teles pede ajuda ao genro,


D. João I, rei de Castela.
O Mestre de Avis ajuda a matar o Conde Andeiro (dezembro de
1383) e proclama-se regedor e defensor do Reino.

O rei de Castela invade Portugal


para defender os interesses da sua
mulher, D. Beatriz.
Organiza a resistência.

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Fim do século XIV – crise em Portugal (1383-1385)

Confrontos entre os exércitos português e castelhano

Várias batalhas, como a Cerco castelhano a Lisboa


batalha dos Atoleiros (que dura quatro meses, de
(abril de 1384) maio a setembro de 1384),
sendo os castelhanos obrigados
a retirar sobretudo devido a um
surto de peste entre as suas
tropas.
Nesta primeira batalha, sob o comando de
Nuno Álvares Pereira, os portugueses,
embora em inferioridade numérica, derrotam
o poderoso exército castelhano em apenas
duas horas, utilizando uma tática militar de
inspiração inglesa – a tática do quadrado.

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Fim do século XIV – crise em Portugal (1383-1385)

Iluminura representando o cerco


da cidade de Lisboa (Crónicas de
Froissart, século XIV).

O cerco da cidade, feito por terra


e por mar, provocou muitas
baixas nas tropas castelhanas.

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Fim do século XIV – crise em Portugal (1383-1385)

6 de abril de 1385,
reúnem-se as Cortes de Coimbra

Proclamação do Mestre de Avis


como rei de Portugal

Graças aos argumentos apresentados pelo Dr. João


das Regras, invalidando as pretensões dos filhos de
Inês de Castro e defendendo a aclamação do Mestre de
Avis (pelo esforço que este desenvolvera na defesa do
reino e por pertencer à família real)
Retrato anónimo do rei D. João I,
Museu Nacional de Arte Antiga
(1450-1500).

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Fim do século XIV – crise em Portugal (1383-1385)

Nova invasão de Castela após a


aclamação do Mestre de Avis como rei

Diversas batalhas, de que os portugueses saem vitoriosos,


em que se destaca a batalha de Aljubarrota (agosto de
1385)

As graves perdas sofridas pelo exército


castelhano nesta batalha inviabilizam uma
nova invasão por parte de Castela.
Comandados por Nuno Álvares Pereira,
nomeado Condestável do Reino (chefe de A batalha de Aljubarrota é decisiva para o
todos os exércitos) nas Cortes de 1385, os fim da instabilidade política e para a
portugueses infligem uma dura derrota ao consolidação da independência de Portugal.
poderoso adversário.

Nuno Álvares Pereira torna-se um herói e virá


a ser um dos mais ricos homens do país.

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Fim do século XIV – crise em Portugal (1383-1385)

Iluminura representando a batalha de


Aljubarrota (Jean de Wavrin, Crónica de
Inglaterra, c. 1445).

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Fim do século XIV – crise em Portugal (1383-1385)

Tratado de Windsor (1386)

Tratado entre Portugal e Inglaterra em que Selado, em 1387, com o casamento de D.


os dois reinos se comprometem a ajudar-se João I de Portugal e D. Filipa de Lencastre,
mutuamente (considerado o mais antigo filha de João de Gante – duque inglês com
tratado diplomático do mundo ainda em aspirações ao trono de Castela e que via
vigor) em Portugal um importante aliado.

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Fim do século XIV – crise em Portugal (1383-1385)

Iluminura representando o casamento de


D. João I, rei de Portugal, e D. Filipa de
Lencastre na cidade do Porto (Jean de
Wavrin, Crónica de França e de
Inglaterra, séc. XV).

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Fim do século XIV – crise em Portugal (1383-1385)

Crónica de D. João I
(encomendada pelo rei D. Duarte,
filho de D. João I)

Evidencia a importância do Mestre de Avis


na defesa e independência do reino de Portugal

Legitima o direito de
D. João I ao trono de Portugal

Crónica de D. João I, edição


impressa de 1644

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Consolida

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1- Indica se é verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das seguintes afirmações. Corrige as falsas.

A O século XIV foi um século de paz e expansão material na generalidade do continente europeu.

Falsa. O século XIV foi uma época de crise em toda a Europa, provocada por guerras prolongadas, fome, epidemias
e revoltas dos camponeses contra os senhores feudais.

B D. Fernando morreu, em 1383, sem deixar filhos, dando origem a uma crise dinástica que pôs
fim à primeira dinastia.

Falsa. D. Fernando morreu, em 1383, sem deixar um filho varão, dando origem a uma crise dinástica que pôs
fim à primeira dinastia.

C Com a morte de D. Fernando, a regência do reino coube a D. Beatriz, até esta ter um herdeiro.

Falsa. Com a morte de D. Fernando, a regência do reino coube à rainha-mãe, D. Leonor Teles, até D. Beatriz ter
um herdeiro.

Solução

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1- Indica se é verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das seguintes afirmações. Corrige as falsas.

D A possibilidade de D. Beatriz e D. João de Castela serem reis de Portugal desagradava ao povo e


à burguesia, por levar à perda de independência do reino a curto prazo.

Verdadeira

E A nobreza e o clero viam esta solução de sucessão com bons olhos, pois poderiam manter privilégios
e alargar os seus domínios.

Verdadeira

Solução

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2- Seleciona a opção que completa cada afirmação.

A D. João, Mestre de Avis, um dos pretendentes ao trono, era filho de…

D. Fernando e D. Inês.

D. Pedro I e D. Inês.

D. Pedro I e D. Teresa Lourenço.

B O povo apoia o Mestre de Avis com entusiasmo graças a uma conspiração preparada…

pelo Conde Andeiro.

por Nuno Álvares Pereira, o Condestável.

por Álvaro Pais, chanceler-mor de D. Fernando.

C Após a morte do Conde Andeiro, D. Leonor Teles pede ajuda ao genro, que invade Portugal.
Na primeira batalha (dos Atoleiros), como noutras, o exército português é comandado…

por Álvaro Pais.

pelo Mestre de Avis. Solução


por Nuno Álvares Pereira.

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2- Seleciona a opção que completa cada afirmação.

D Os confrontos entre os exércitos português e castelhano incluem várias batalhas e o cerco


à cidade de Lisboa, que dura…

um mês.

quatro meses.

sete meses.

E Nas Cortes de Coimbra (1385), o Mestre de Avis é proclamado rei graças aos argumentos
apresentados…

por si próprio.

por Nuno Álvares Pereira.

pelo Dr. João das Regras.

Solução

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2- Seleciona a opção que completa cada afirmação.

F Para o fim da instabilidade política e consolidação da independência foi determinante…

a batalha dos Atoleiros.

o cerco de Lisboa.

a batalha de Aljubarrota.

G Em 1386, o Tratado de Windsor, entre Portugal e Inglaterra, é selado com o casamento de…

D. João I de Portugal e D. Filipa de Lencastre, de Inglaterra.

Nuno Álvares Pereira e D. Filipa de Lencastre, de França.

João de Gante, Duque de Lencastre, e D. Leonor Teles.

Solução

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