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A Idade Média na Europa - Conflitos|
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A Inglaterra e o Espaço Europeu

A Idade Média marcou um período histórico. Poder-se-ia delimitá-lo como se fosse


uma época em que a humanidade tomou consciência dela própria - da sua
menoridade. Porém, apesar da emergência da filosofia renascentista no século XV e
da sua consolidação no século XVI, a libertação do homem desse estágio inferior só
se manifestaria inequivocamente mais tarde, por via do Iluminismo. Kant, Voltaire e
Locke foram alguns exemplos do pensamento iluminista que serviu de inspiração ao
processo de evolução do homem sob os aspectos individual e social.
A Europa do fim do período medieval ainda era caracterizada por uma economia
feudalista baseada na agricultura; por uma sociedade estática e hierarquizada,
constituída pela nobreza feudal, pelo clero e pelos servos. Os poderes políticos,
jurídicos e económicos concentravam-se nas mãos dos senhores das terras.
Os séculos XIV e XV foram indiscutivelmente marcantes para a Inglaterra que se viu
confrontada com várias crises (políticas, sociais e económicas), conducentes a
guerras internas (manutenção das pretensões em relação à Irlanda, a Gales e à
Escócia) e externas. Nomeadamente as longas e sangrentas: Guerra dos Cem Anos
(1337-1453) contra a França; Guerra das Rosas (1455-1485), caracterizada por
vários confrontos internos pela coroa inglesa. A derrota no primeiro conflito e as
consequentes perdas dos territórios continentais contribuiu para desencadear o
segundo. A estes factos acresce a propagação da Peste Negra que dizimou parte da
população europeia.
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A Peste Negra

O século XIV ia a meio. Os tempos eram de guerra: pelo poder; pela posse de
territórios; pelas lutas internas de supremacia e de soberania.
O continente europeu nessa época assemelhava-se a uma manta de retalhos, dada
a indefinição dos limites dos vários territórios e as guerras constantes, travadas entre
países vizinhos.
Não obstante todos os factos apontados anteriormente, no ano em que a Guerra dos
Cem anos assinalava uma década de hostilidades entre as duas potências

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europeias, a Europa via-se a braços com uma terrível (e temível) doença epidémica
que causava ínguas, manchas escuras na pele e exsudação de forte odor entre
outros sintomas, que viria a atingir a ilha britânica no ano seguinte. A Peste Negra
(Peste Bubónica) chegou à Europa em 1347 e durou até 1350. Embora se tivessem
registado vários surtos posteriormente, durante cerca de 60 anos, a Peste Negra não
voltou a incidir à escala de epidemia.
Para todos os efeitos a taxa de mortalidade da Peste Negra era tão elevada que se
registaram reduções drásticas da população e, consequentemente, da diminuição de
mão-de-obra. Apesar de não existirem números oficiais, suspeita-se que a taxa de
mortalidade se terá situado entre 30% e 40% (entre 5 e 6 Milhões de indivíduos) da
população inglesa, tendo a pobreza e as condições de vida miseráveis das cidades
inglesas contribuído para uma forte e rápida propagação da doença. Joan
Plantageneta, filha do então rei de Inglaterra, Eduardo III (1312-1377), sucumbiu à
Peste Negra aquando da sua viagem a Espanha.
Em Inglaterra tentava-se suprir a falta de trabalhadores com medidas impopulares
que exigiam uma sobrecarga de trabalho, acrescida de um aumento da carga fiscal
(i em1377) para financiar a Guerra dos Cem Anos contra a França.
A imposição de semelhantes condições, o descontentamento em relação à igreja e à
repressão suscitaram a revolta dos camponeses (1381). O Rei cede às exigências e
outorga perdões e alvarás de libertação da servidão, que acabaram por ser
revogados pelo parlamentoº||
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xuerra|Oo Cem Anos - 1337-1453
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A Inglaterra travou uma guerra contra a França durante mais de 100 anos motivada
pela posse de vastos territórios junto a toda a costa norte da França e ainda por
posições políticas da França, de oposição a Inglaterra, no conflito entre ingleses e
escoceses. Além disso, Eduardo III de Inglaterra alegava ser o herdeiro legítimo da
coroa francesa dado que a sua mãe, Isabel, era irmã de Carlos IV de França. Porém
a França cerceou tal reivindicação pelo facto de a coroa francesa não poder ser
herdada por linhagem feminina.
O trono foi ocupado por Filipe VI, na sequência da morte do seu primo Carlos IV, que
retira a posse do Ducado de Guyenne aos ingleses. A estes acontecimentos soma-

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se a disputa pelo domínio do comércio com a Flandres. Estava dado o mote para o
desenrolar da guerra. No entanto, não se tratou de uma guerra tradicional, ou seja,
durante mais de 100 anos| registaram-se pontualmente conflitos, interrompidos por
tratados de paz e por tréguas. Apesar de tudo registaram-se episódios de violência
extrema como se confirma pelo desfecho da Batalha de Crécy (1346), que resultou
na perda de quase metade dos combatentes do lado francês.
No ano em que o exército otomano toma a cidade de Constantinopla comemora-se a
vitória da França frente à Inglaterra na guerra mais longa de que se tem
conhecimento.
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3 e Wars of t e Roses - 1455-1485
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Na sua obra An 
     n,David McDowall descreve a Guerra das
Rosas não como uma guerra, mas como as Guerras das Rosas. Efectivamente este
evento histórico é constituído por vários conflitos que opôs as casas de York e
Lancaster na disputa pelo trono inglês.
Na origem deste conflito estão vários motivos. Alguns descritos anteriormente aos
quais se somam: a deposição de Ricardo II em 1399 pelo seu primo Henry
Bolingbroke: a perda dos territórios em França que gerou a insatisfação dos nobres
e do povo, manifestando-a pela revolta como a ocupação de Londres em 1450.
Não obstante, a crise entre os York e os Lancaster agudizar-se-ia depois do fim da
Guerra dos Cem Anos. A Guerra das Rosas ficaria assim conhecida pelos brasões
com uma rosa:

È York - rosa branca;


È Lancaster - rosa vermelha.

No ano em que o mundo viu surgir com entusiasmo a primeira impressão da Bíblia,
pelo alemão Johannes Gutenberg (1455), tem lugar a batalha de ST. Albans na
localidade com o mesmo nome. A Aliança formada por Ricardo, Duque de York, e
Ricardo, Conde de Warwick derrotou Edmund Beaufort dos Lancaster, que sucumbiu
no confronto.

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Nos 5 anos que se seguiram houve confrontos constantes entre as facções de
Lancaster, do rei Henry VI, sua esposa Margarida de Anjou, e de York liderada pelo
Duque de York e pelo Conde de Warwick.
As lutas e as mudanças no trono eram constantes. Em 1471, a vitória de Edward IV
na Batalha de Tewkesbury permite-lhe recuperar a coroa. No entanto, devido a um
problema de sucessão, o Duque de Goucester encontra as condições favoráveis
para satisfazer os seus intentos de ocupar o trono. Em 1483 o parlamento
reconhece o Duque de Goucester (Ricardo III) como legítimo herdeiro da coroa em
detrimento de Edward V filho do falecido Edward IV. Após esta decisão os dois filhos
de Edward IV nunca mais foram vistos.
Em 1485 termina a Guerra das Rosa com a vitória de Henry Tudor na batalha de
Bosworth.
Com Henry VII no trono, inicia-se um novo ciclo em Inglaterra e a nova dinastia
Tudor que governaria até 1603. O Rei toma providências para assegurar a sucessão
legítima e uma governação orientada para a consolidação do Estado-Nação que
viria a dar lugar ao absolutismo.
A Guerra das Rosas resulta no enfraquecimento da nobreza que se vê alienada de
alguns poderes pelo Rei, com objectivo de evitar futuros conflitos.
Com o propósito de serenar as rivalidades entre facções Henry VII tomou como sua
mulher Elisabeth de York, tendo através do matrimónio unido as duas casas e
consequentemente os dois brasões. O brasão Tudor incluía uma rosa com pétalas
vermelhas e brancas.
A era Tudor foi sobretudo marcada por uma cisão com a Igreja Católica e a
afirmação da Igreja Anglicana e pelo reforço do tesouro.
A política seguida passou a ser mais aberta em relação ao exterior e no âmbito
social dava-se assistência a pessoas carenciadas.

O fim da Guerra das Rosas não só coincidiu com o fim da Idade Média como acabou
por ter um impacto positivo em Inglaterra, com a introdução de alterações em áreas
tão distintas como a política, a economia, religião e sociedade.
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LEAL de Faria, MARIA Luísa. × 


 ng
. U Aberta, Lisboa, 1996
MAGALHÃES, J. B..     , 

 

   
 Bibliex, Rio de Janeiro,
1959
MCDOWALL, David.  
     nLongman, Edimburgo, 2006

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