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Crise no século XIV

Efeitos políticos e econômicos do


"Movimento Comunal"
O Movimento Comunal, ocorrido entre os séculos XI – XII, foi
organizado por burgueses que lutavam pela libertação das cidades
do domínio feudal, na medida em que os senhores feudais
cobravam taxas dos habitantes dos burgos, impediam o livre
trânsito de mercadorias, impossibilitando assim, o
desenvolvimento do comércio. De tal modo, com a formação das
monarquias nacionais bem como a união dos burgueses e dos Reis,
as "Comunas Medievais" ou "Cidades Francas" representavam as
cidades que já possuíam autonomia administrativa e econômica,
eram livres do domínio feudal. Esse processo de emancipação das
cidades podia ocorrer de duas maneiras, pelo pagamento dos
habitantes aos senhores feudais que concediam as “Cartas de
Franquia”, libertando as cidades de seu domínio, ou através de
guerras travadas entre os burgueses e os senhores feudais.

Efeitos da crise ambiental que ocorreu


no começo do Século XIV
Entre os séculos XII e XIV, a economia medieval vivenciou uma época
de ascensão mediante a ampliação da oferta de gêneros agrícolas e
o desenvolvimento das cidades. A dinâmica que ordenava a Europa
despontava para outras possibilidades que incluíam o aquecimento
das atividades comerciais, a monetarização da economia e a
consolidação de uma nova classe social pela burguesia. Contudo, no
início da segunda metade do século XIV, essa realidade foi
bruscamente interrompida pela Peste Negra. Em pouco tempo,
milhares de europeus foram mortos por uma terrível epidemia que
se alastrou graças às péssimas condições de higiene daquela época.
Além de causar tantas mortes, essa doença também foi responsável
por um grande queda da população. A morte de tanta gente acabou
provocando um enorme desordenamento ao processo produtivo
daquela época.

As Revoltas Camponesas
Durante alguns séculos da Baixa Idade Média, a estabilidade
econômica e social proveniente das Cruzadas e o desenvolvimento
comercial deram um tempo de prosperidade. No entanto, a Peste
Negra na Europa Medieval provocou um violentíssimo processo de
retração econômica onde a mão-de-obra disponível se tornava
bem menor e, consequentemente, dificultava o equilíbrio entre a
produção agrícola e a demanda alimentar.

A falta de alimentos incitou muitos senhores feudais a promover o


aumento dos impostos e obrigações a serem cobrados sobre a
classe servil. No meio urbano, essas dificuldades também
atingiram os trabalhadores livres que tiveram seus salários
sensivelmente reduzidos com a diminuição do mercado
consumidor.

Já na década de 1320, revoltas urbanas de jornaleiros belgas


marcavam a crise que se formava na Europa. Algumas décadas
depois, a França se transformou no palco das primeiras revoltas
camponesas que ficaram conhecidas como “jacqueries” ou “Revolta
dos Jacques”. A eclosão dessas revoltas na França deve ser vista
sob o contexto do conturbado período da Guerra dos Cem Anos.

A Peste Negra

A peste negra ou peste bubônica foi uma doença que assolou a


Ásia e a Europa, no séc. XIV. No continente europeu, a
epidemia durou 16 anos, de 1347 até 1353. Calcula-se que 25
milhões de pessoas tenham morrido, o que significava um terço da
população na Europa naquela época.
A enfermidade teve sua origem na Mongólia e se espalhou pelo
Ocidente através dos barcos que realizavam o comércio entre Ásia
e Europa. Essa peste integrou a série de acontecimentos que
contribuíram para a crise da Baixa Idade Média, como as revoltas
camponesas, a Guerra dos Cem Anos e o declínio da cavalaria
medieval.

Os efeitos políticos da Guerra dos 100


Anos na Europa Ocidental

A Guerra dos Cem Anos foi uma longa e descontinuada guerra


entre Inglaterra e França, que ocorreu entre 1337 e 1453, motivada
por razões políticas e econômicas. A causa política da Guerra dos
Cem Anos foi a disputa pelo trono francês, após a morte de Carlos
IV, que colocou fim à dinastia dos Capetíngios. O rei da Inglaterra,
Eduardo III, reivindicava o direito à coroa francesa. Do ponto de
vista econômico, o motivo foi a disputa pela rica região de
Flandres. Nos primeiros anos da guerra, os ingleses, com
excelente infantaria, obtiveram vitórias espetaculares. Apenas em
1429, um fato mudou o curso da guerra em favor dos franceses.
A camponesa Joana d’Arc comandou um pequeno exército enviado
por Carlos VII, libertou Orleans, sitiada pelos ingleses. Seguiram-
se outras vitórias até que os franceses conquistaram Reims. Carlos
VII foi então coroado rei da França. A guerra durou mais de cem
anos, não foi contínua, apresentou momentos de luta, com vitórias
de ambos os lados, e momentos de trégua. A última fase da Guerra
dos Cem Anos foi marcada pelas vitórias da camponesa Joana
d’Arc, que estimulou o sentimento de nacionalidade do povo
francês. Os ingleses, planejando matá-la, prenderam a heroína
francesa. Julgada por um tribunal da Igreja, foi acusada de heresia
e bruxaria, acabou condenada e queimada viva em Rouen, em 1431.
A morte de Joana d’Arc estimulou ainda mais o nacionalismo dos
franceses, que avançaram sobre os ingleses, conseguindo
expressivas vitórias. Em 1453 foi assinada a paz. Carlos VII passou
a governar a França com poderes quase absolutos e acabou com
as pretensões inglesas de possuir domínios na França.

Pablo da Silva Ferreira


1º Mecânica Integrado

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