Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Bulionismo, ou seja, a acumulação de ouro e metais preciosos (estes eram a riqueza da nação)
e pelo excedente da balança comercial. Para além disto, o mercantilismo é também
caracterizado pelo facto de existir a necessidade da intervenção do Estado no controlo do
comércio, focando-se no comércio colonial, liberdade mitigada do comércio e proibição das
importações e incentivo às exportações. Todas as últimas características fazem parte de um
Estado designado por Estado protecionista.
Em finais do século XVIII, era a fisiocracia que dominava. O seu fundador foi François Quesnay
e o termo fisiocracia deriva do grego “governo de ordem natural”. Neste tempo, toda a
atividade económica funciona automaticamente segundo as suas próprias leis e a única fonte
de riqueza, a riqueza da nação, é a agricultura e as minas. O Estado não intervém, é uma
política de despreocupação de Estado: “laissez faire, laissez passer”. É a agricultura que produz
tudo o necessário para o resto da economia funcionar. A indústria é útil, mas é estéril.
Ainda em finais do século XVIII (Inglaterra: grande atividade marítima que antecedeu a
Revolução Industrial; Duas grandes revoluções: americana e francesa), surge Adam Smith, o
pai da Economia. Defende que a riqueza da nação é o trabalho, contrariando a fisiocracia.
Adam Smith refere ainda o conceito de mão invisível: o facto de o homem ser guiado por uma
mão invisível e atingir os seus fins ao mesmo tempo que promove o interesse público; o
interesse da comunidade é a soma dos interesses dos membros que a compõem. Smith
defende ainda a manifestação da liberdade individual onde se harmonizam interesses
individuais com base em regras próprias impermeáveis à vontade do Estado. Da sua visão
sobre o liberalismo, retemos que Smith é contra os monopólios e os acordos, contra o
mercantilismo, ou seja, contra vantagens absolutas e a favor de ganhos para ambos os
participantes. Critica ainda a intervenção do Estado, acredita que este apenas pode intervir
para efeitos de polícia e defesa e em atividades não lucrativas para os privados.
Na 2ª metade do seculo XVIII, deu-se o caso português: D. José I (em 1750) subiu ao trono e
deparou-se que Portugal era uma nação com uma grave crise económica e como tal, havia
escassez de ouro. Assim, nomeou para seu ministro Marquês de Pombal. Contudo, em 1755,
deu-se o Terramoto em Lisboa que levou à destruição da cidade de Lisboa e a necessidade de
se a reconstruir. Assim, marquês de Pombal iniciou um conjunto de reformas no ensino,
comércio e indústria e criou o Erário Régio em 1761. O Erário Régio foi um órgão de controlo
dos dinheiros públicos que substituiu a extinta a Casa dos Contos. Este órgão centralizava a
contabilidade pública e preparava o orçamento anual disciplinado das contas publicas. Era
presidido pelo próprio marquês de Pombal enquanto esteve no poder. Durante o 3º quartel do
século XVII, a economia portuguesa ficou caraterizada por uma estagnação da produção das
explorações de minas de ouro, compensada pela prosperidade do comercio externo
português assente no aumento das exportações de produtos coloniais.
Embora as tropas de Napoleão tenham sido batidas com o auxílio de tropas britânicas, o país
viu-se numa posição muito frágil: sem corte a residir no país (família real estava no Brasil) e na
condição de protetorado. A instabilidade política portuguesa na 1ª metade do século XIX já
existente, agravou-se com o fim do pacto colonial, em 1808, levando à abertura dos portos do
Brasil ao Resto do Mundo e também, devido ao Tratado de Comércio e Navegação de 1810
com Inglaterra que permitiu a Portugal importar qualquer tecido de Inglaterra, dos quais o
tecido de algodão que era proibido. Consequentemente, estes dois acontecimentos causaram
um declínio comercial e industrial que, posteriormente, levaram à Revolução Liberal, que
começou no Porto, em 24 de Agosto de 1820. O movimento resultou na implementação da
primeira Constituição portuguesa de 1822. É importante referir ainda, que D. Pedro, filho de
D. João VI, ficou a governar o Brasil e declarou independência do Brasil a 7 de novembro de
1822. A instabilidade política continuou e deveu-se a acontecimentos como: a Guerra Civil
(1828-1834) entre absolutistas e constitucionalistas; seguida pela Revolução de Setembro de
1836 entre conservadores e progressistas, que levou a redação de uma nova constituição –
Constituição de 1838; Guerra Civil (1846-1847) entre cartistas e setembristas.
2 . Robert Allen também estudou as causas do sucesso inglês, sendo que o seu estudo permite
a comparação entre a Inglaterra e os seus maiores rivais continentais, como a França e a
Áustria. A pergunta subjacente no seu estudo era “Como é que a Inglaterra conseguiu manter
os salários elevados apesar do rápido crescimento populacional, enquanto que os salários
continentais caíram apesar do fraco crescimento populacional?” (normalmente, quanto
menos pessoas a querer trabalhar, maiores os salários, e vice-versa e, neste caso, aconteceu
exatamente o contrário). No modelo de Robert Allen, as causas do crescimento eram: a
substituição do absolutismo por um governo representativo, o que levou a impostos mais
elevados na Inglaterra do que na França, por exemplo; a vedação dos openfields; a vantagem
produtiva na produção de novos tecidos, que se baseava na abundância de pastos após a
Peste Negra, pois esta dizimou uma grande parte da população e deixou vários terrenos
disponíveis para pasto; o crescimento do comércio intercontinental como consequência do
império britânico; e por fim, o preço da energia, focado na importância do carvão.
Estas causas foram então estudadas por Robert Allen que, em primeiro lugar, concluiu que na
ausência destes fatores que promovem tal crescimento, o sucesso da Inglaterra não teria
acontecido e o a sua história seria semelhante à da França, Alemanha ou Áustria. Em segundo
lugar, a ascensão do parlamento no século XVII pouco contribuiu para o desenvolvimento da
Inglaterra, o que não é de surpreender que o governo representativo não tenha acelerado o
crescimento, já que a prosperidade estava segura nos maiores países europeus
independentemente da sua constituição. Além disso, a ascensão do parlamento na Inglaterra
levou a impostos mais elevados do que em França, por exemplo. Em terceiro lugar, o
movimento do enclosures, também pouco contribuiu para o progresso da Inglaterra, já que o
sucesso da agricultura inglesa foi uma resposta ao crescimento dos setores urbano e proto
industrial e também à conservação de uma economia de salários elevados. De seguida, o
aumento da produtividade associado ao sucesso de novos tecidos foi de extrema importância
para o sucesso inglês, visto que o sucesso dessa indústria se baseava na abundância de pastos
após a Peste Negra e ao seu impacto favorável na prosperidade das ovelhas e no comprimento
do seu pelo. Além disso, dependia ainda das taxas de exportação sobre a lã enquanto matéria
prima. O
surgimento dos novos tecidos deu um novo ânimo à urbanização e ao crescimento da indústria
rural. Em quinto lugar, o império estabelecido nos séculos XVII e XVIII contribuiu também para
o seu crescimento, sendo que o maior impacto foi o tamanho das cidades. Finalmente,
concluiu que a importância do carvão foi marcante e que a mudança dos combustíveis
orgânicos para os minerais evitou uma série de adversidades.
Na Grã-Bretanha, a
cerâmica era
aquecida em
fornos redondos
e orientados para
cima. Em termos
de construção, os
fornos utilizados
eram baratos,
mas pouco
eficientes já que a maior parte do calor se perdia quando o ar saía do forno pelos buracos no
topo.
Na China, pelo contrário, os fornos eram mais eficientes em termos de conservar a
energia/calor e eram geralmente construídos nas encostas das colinas. Sendo que, eram
compostos por uma série de colmeias que estavam ligadas umas as outras pelo fundo, sendo
que cada uma delas tinha uma fogueira. Assim, o calor da primeira “colmeia” não tinha por
onde sair e então era obrigado a subir e depois, descer e passar para a segunda “colmeia” e o
mesmo se sucedia até a última. Como resultado, a maior parte do calor permanecia dentro do
forno e atingia temperatura altíssimas bem como, se conservava a energia. No entanto,
contrariamente ao caso da Grã-Bretanha era necessário muito capital e muitos trabalhadores
para atear as fogueiras. O modelo concluía que nem o método inglês nem o chinês era
melhor. A escolha varia de acordo com as circunstâncias e dependia dos preços do
combustível, do capital e do trabalho.
Neste caso, os chineses desenvolveram um sistema eficiente no consumo de combustível,
porque a energia era cara. Os ingleses poupavam capital e trabalho, porque a energia do
carvão era barata.
Como forma de perceber o desenvolvimento da tecnologia britânica é importante explicar e
analisar a sua trajetória.
Os primeiros passos foram as macro invenções do século XVIII, que surgiram devido aos
salários serem elevados e incentivassem a procura de tecnologia que substituísse o trabalho
por capital e energia. Um aspeto importante é o facto de que as ideias e a inspiração das
macro invenções surgiram fora da indústria a que eram aplicadas. Assim, os investidores
gastaram dinheiro a desenvolver ideias quando acreditavam que tal poderia ser útil, ou seja,
quando o seu benefício social ultrapasse os custos da invenção. Além disso, é importante
referir que uma invenção é socialmente útil quando é usada. Se não é usada, não vale a pena
ser inventada. Isto é, a invenção depende da adoção e do uso que esta tem, sendo que a
adoção depende do fator preço.
Assim, é possível concluir que o fator preço influencia a I&D (Investigação e Desenvolvimento)
e consequentemente, a invenção. Apesar destas macro invenções poderem ter tido
consequências revolucionárias, os primeiros modelos eram ineficientes do ponto de vista
comercial já que, raramente eram lucrativas. A I&D pode ser pensada como um processo de
conceção de um protótipo que seja capaz de cobrir os seus custos. Depois, poderá ser operado
comercialmente e gerar mais conhecimento através da observação e modificação
(aprendizagem local).
Nessa altura, atinge-se a fase das microinvenções. Ao contrário das macro invenções em que
as ideias vinham de fora da experiência industrial, as ideias das microinvenções eram
originadas a partir do estudo dessa experiência. Sendo que estes tipos de ideias eram
designados de aprendizagem local. Como as macro invenções envolviam o corte radical com as
práticas existentes, a I&D associada era dispendiosa. Assim, era necessário encontrar fontes de
financiamento externas e eram depois patenteadas para garantir que eram lucrativas. As
microinvenções e, visto que a aprendizagem era local, eram mais baratas e, portanto, a
necessidade de financiamento externo e de proteção das patentes era reduzido. Através da
partilha de informação, os inventores aprendiam uns com os outros e tornavam-se
mais eficientes.
Entre 1815 e 1870, deu-se um grande fluxo migratório causado por diversos motivos: as
revoluções demográficas e técnicas que transformaram a vida social e económica da europa
ocidental – saída da população rural impulsionada por um rápido aumento demográfico e
limitados meios de subsistência; a opinião publica e oficial favorável à emigração dos pobres;
a remoção das barreiras à emigração; as ajudas financeiras aos migrantes proveniente do
governo e/ou grupos e indivíduos privados dos países de acolhimento; o desenvolvimento dos
meios de transporte – mais baratos e mais rápidos; o crescimento do comércio de bens
primários; a entrada de trabalho e capital europeu – fatores necessários para a produção de
uma industria de exportação; os trabalhadores imigrantes e empresários recetivos à
inovação; a abundância e acessibilidade de recurso naturais atrativos ao capital estrangeiro;
finalmente, os melhores salários.
O principal destino eram os EUA, e a maior parte das pessoas vinha do Reino Unido.