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1.

Ao abrir o século XIX, Portugal parecia escapar aos ventos do liberalismo que
sopravam fortemente na França revolucionária e dela irradiavam para o restante
continente.

Napoleão mentalizou-se que tinha de acabar com o poder que a Inglaterra possuía e, portanto,
no final de 1806, decretou o Bloqueio Continental, onde nenhum país europeu podia fazer
comércio com a Inglaterra.

Porém, Napoleão quase impôs isto a todos os países da europa, e quem não aceitasse este
acordo, seria punido, foi o caso de Portugal. Portugal hesitou em aceitar esta ordem de
Napoleão e, devido a esta hesitação fomos castigados com 3 invasões francesas (1807-1811)
comandadas respetivamente pelo General Junot, General Soult e, pelo Marechal Massena.
Com estas invasões a família real viu-se “obrigada” a partir para o Brasil, transferindo a sede
do poder para lá, deixando o nosso país entregue a um governante inglês, o Beresford.

A devastação e destruição causadas foram grandes. Por onde os franceses passavam levavam
tudo de valor e destruíam tudo o que pudessem.

D. João VI insistia em ficar no Brasil, tornando este, em 1815, reino, o que provocou certo
descontentamento dos portugueses que eram constantemente humilhados pelos ingleses.
Beresford quis reestruturar o exército e organizar a defesa do reino contra os franceses,
porém, nos mais altos cargos o general somente colocava ingleses, deixando os portugueses
algo aborrecidos. Reativou a inquisição e encheu as prisões de suspeitos de jacobinismo.

A situação económica e financeira de Portugal cada vez estava pior. As despesas eram maiores
que as receitas, a agricultura era fraca e o comércio pobre. Isto foi uma grande consequência
do facto dos portos do brasil terem sido abertos, em 1808, assim como o tratado de comércio
em 1810 com a Grã-Bretanha. Este tratado é uma espécie de afirmação do tratado de
Methuen, porque em troca de liberdade comercial e navegação, todos os produtos ingleses
teriam de entrar em Portugal e suas colónias.

A perda do exclusivo comercial com o brasil revelou muito mau para a economia de Portugal
uma vez que o brasil, a colónia mais importante de Portugal, deixava de nos fornecer matérias-
primas a baixos preços e alimentos nem constituía um mercado seguro para escoar a produção
manufatureira nacional. A burguesia no meio desta situação toda foi quem ficou pior.

2. De acordo com o documento 5A “A abertura dos portos do Brasil (28 de janeiro


1808)” a primeira grande medida tomada por D. João VI, assim que chegou ao Brasil,
foi promover a abertura dos portos brasileiros para as “nações amigas”, o que na
prática significava apenas a Inglaterra – grande aliado e parceiro econômico de
Portugal. Com essa medida, Portugal colocava fim ao exclusivo colonial e dava
permissão aos comerciantes e grandes proprietários brasileiros para comercializar
seus produtos diretamente com os ingleses. “Em 28 de janeiro (…) tanto por esses
navios como pelos nacionais, de todos os géneros e produções coloniais.” A segunda
medida tomada por D. João VI foi revogar o decreto que proibia a instalação de
manufaturas no país e incentivou a importação de matérias-primas utilizadas nessa
produção.
3. A Inglaterra, nessa época, iniciou a dominação do mercado consumidor brasileiro com
uma enxurrada de produtos. Com isso, seria praticamente impossível que algum
mercador ou comerciante local tivesse interesse ou condições de dispor
investimentos que pudessem competir com a qualidade e o preço das mercadorias
britânicas.
4. Os princípios em que a Coroa portuguesa se apoiou para abrir os portos do Brasil e
celebrar o tratado de 1810 foram adotar os princípios mais comprovados da
economia política, como liberdade e fragilidade do comércio, e reduzir os direitos
aduaneiros, de forma a unificar os princípios mais liberais para promover o comércio,
o agricultor brasileiro encontra a melhor forma de consumir seus produtos.
5. De 1795 a cerca de 1810, o valor das importações e exportações do Brasil sempre foi
alto. Aí caiu um pouco, mas voltou a se recuperar no final de 1815. Como os produtos
brasileiros eram reexportados para o exterior, aconteceu o mesmo, devido a alguns
efeitos de medidas tomadas de 1808 a 1810, como a entrada de produtos para o
Brasil Alfândegas e exportações brasileiras de navios de propriedade do Brasil ou
feitos por navios nacionais, e esses efeitos, como tantos outros, permitem visualizar
os resultados relativos ao comércio brasileiro no gráfico do Documento 5c.
6. .

7. As Invasões Francesas (1807-1811) deixaram Portugal numa situação de grande crise


durante a década de 10 do século XIX. Desde logo, uma crise política causada pela
ausência da família real, que se instalara no Brasil, com o resto da corte, para escapar
à primeira invasão, chefiada por Andoche Junot. Os anos passaram e D. João, príncipe
regente e, a partir de 1816, rei, não mostrava qualquer intenção de regressar, tendo
mesmo promovido o Brasil ao estatuto de reino em 1815, decisão que aumentou
ainda mais o mal-estar na metrópole. O sentimento era, cada vez mais, o de que
Portugal trocara de posição com o Brasil, tendo este passado a ser o centro do
Império e aquele decaído à condição de colónia. Os britânicos tinham vindo para
Portugal para combater os franceses, porém, acabaram por permanecer muito para lá
do fim da guerra, exercendo uma tutela política e militar sobre o País, dirigida pelo
odiado general William Beresford, e que era vista por certa imprensa portuguesa
como uma segunda ocupação, depois da francesa. Além de ser agora uma espécie de
colónia do Brasil, Portugal era, assim, igualmente, aos olhos de muitos, um
protetorado da Grã-Bretanha.
Mas a crise era também económica, com graves consequências sociais, e as suas
causas iam para lá da destruição infligida pela guerra. A abertura dos portos brasileiros
ao comércio com nações estrangeiras, após a instalação da corte no Rio de Janeiro, e o
tratado de comércio assinado com a Grã-Bretanha, em 1810, trouxeram enormes
prejuízos aos comerciantes portugueses.
Além disso, o equilíbrio das próprias finanças públicas dependia em grande parte dos
impostos cobrados sobre este comércio. Portanto, quando este entrou em colapso,
também aquelas sofreram um grave declínio.
Na manhã do dia 24 de agosto de 1820, no Campo de Santo Ovídio, no Porto, as tropas
comandadas pelo coronel Cabreira reúnem-se e assistem a uma missa, seguida de uma
salva de vinte e um tiros de artilharia.9 Juntam-se-lhes, depois, as forças do coronel
Sepúlveda e do tenente-coronel Domingos António Gil, tendo-se constituído um
conselho militar e feito duas proclamações, lidas, respetivamente, pelos coronéis
Cabreira e Sepúlveda.
Não houve qualquer resistência ao pronunciamento, até porque o comandante militar
da cidade do Porto tinha garantido a Sepúlveda que não iria intervir, embora, por
lealdade ao Conselho de Regência, também não aderisse.
Ao longo do resto do mês de agosto e das primeiras duas semanas de setembro, boa
parte do país a norte do rio Mondego adere à Revolução, enquanto noutros casos, são
os exércitos revoltosos que vão tomando pacificamente as povoações. Também se dão
sublevações de tropas a favor da Junta em Coimbra, e, já a sul do Mondego, em Leiria,
Tomar, Abrantes e Santarém.

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