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O PROCESSO ECONÔMICO

Embora colônia, assim como os EUA, o Brasil participava do capitalismo


mundial e havia comércio marítimo e terrestre, interno e externo antes da
chegada da família real ao Brasil. Cada região com a sua especialidade usava
de circuitos e rotas para realizar o intercâmbio de produtos entre elas. A partir
de 1808 o cenário mudou e as rotas de comércio externo começaram a se
direcionar para suprir as necessidades da corte que se encontrava no Brasil.

A fuga da coroa portuguesa foi financiada pela Inglaterra, pois a invasão


de Napoleão Bonaparte em Portugual se deu pelo desrespeito do Estado ao
bloqueio continental estabelecido contra a Inglaterra. A partir de então, a
principal rota de comércio interno no Brasil começou a fazer ligação entre o Rio
de Janeiro e Minas Gerais. De Minas saíam os tecidos, fumo, produtos
pecuários e agrícolas e do Rio de Janeino, os escravos e produtos importados.

Entre os grandes centros e o interior, a ligação se dava pelo tráfico de


escravos, que poderiam ser capturados de duas maneiras: por navios negreiros
e pelas guerras no continente africano, que prendiam os negros perdedores e
os vendiam para os europeus que os usavam no trabalho dentro das colônias.
Brutalizados e tratados como gado para que não houvesse sensibilidade em
seu tratamento, sua comercialização nessa época era de grandemente
lucrativa!

Em 1810, Dom João assinou o Tratado de Amizade e Aliança com a


Inglaterra, e também o Tratado de Comércio e Navegação. Estes se
comprometiam primeiramente a eliminar gradativamente o tráfico negreiro,
tornando os mais de 4 milhões escravos, trabalhadores assalariados,
beneficiando o comércio inglês (o que não foi acatado por Dom João). Além
disso, foi-se estabelecida também uma taxa de 15% sobre os produtos ingleses
para o Brasil, o que praticamente eliminava a concorrência dos comerciantes
de outros países.

A Abertura dos Portos às Nações Amigas se deu em 1808, dias depois


da chegada de Dom João no Brasil. Se caracterizou por permitir a
comercialização da colônia com as nações amigas de Portugal, beneficiando
em grande escala o comércio britânico. Este foi o decreto para o mergulho do
comércio português das cidades de Porto e Lisboa, que a partir de 1810 teve
de lutar também contra os baixos preços dos produtos ingleses. Eles se
revoltaram contra o Rei e fizeram a Revolução Liberal do Porto (1820),
pregando o liberalismo e forçando Dom João a voltar para Portugal e se
comprometer a não agir absolutistamente sobre a economia portuguesa.

Dom Pedro fica no Brasil para governar e torna o país “independente”


em 1822. Sua constituição de caráter autocrata, contendo 4 poderes (sendo
moderador o poder do Rei, que se sobressai aos poderes Legislativo, Judiciário
e Executivo) foram indícios de que, para o Brasil, (um país liberal, que
beneficiava principalmente a classe burguesa e comerciante) a verdadeira
independência apenas aconteceria em 1831, quando Dom Pedro também
deixasse o Brasil para assumir a coroa após a morte de Dom João em
Portugal.

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