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Nos inícios de Oitocentos (século XIX), Portugal era, ainda, um país onde
permaneciam vivas as estruturas de Antigo Regime (sistema social,
económico e político que vigorou na Europa, aproximadamente, entres
os séculos XV e XVIII, correspondendo, cronologicamente, à Idade
Moderna). Persistiam, assim, as seguintes características:
- uma sociedade de ordens, fortemente hierarquizada, em que
prevaleciam os privilégios da nobreza e do clero;
- uma economia agrícola, de fraco rendimento, em que os
camponeses viviam na dependência dos senhores das terras;
- um sistema politico absolutista, submetido à regência do príncipe D. João
(futuro rei D. João VI) e à repressão ditada pela Real Mesa Censória e
pela Intendência-Geral da Polícia.
Contudo, simultaneamente, criava-se um clima propício à mudança. As
principais forças de inovação eram:
- a Maçonaria (organização secreta que defendia valores iluministas);
- a burguesia comercial, desejosa de se impor política e socialmente.
Caracterizar o Setembrismo
O reinado de D. Maria II (1826-1853) correspondeu a um período conturbado
da história política portuguesa de Oitocentos. Começou a reinar,
efetivamente, em 1834, sob a vigência da Carta Constitucional redigida
pelo seu pai, D. Pedro (1834-1836: etapa designada por Cartismo). Porém,
em Setembro de 1836, uma revolução de carácter civil obrigou a rainha a revogar
a Carta e a jurar a Constituição de 1822.
O Setembrismo (1836-1842) foi um projeto político da pequena e média
burguesias, com o apoio das camadas populares (contra o predomínio da
alta burguesia, que havia sido favorecida pela Cartismo). Os mentores do
Setembrismo, que integravam o novo governo, eram Sá da Bandeira e
Passos Manuel.
A política setembrista, apoiada na nova Constituição de 1838
caracterizou-se, essencialmente, pelas seguintes medidas:
- o rei (neste caso a rainha) perdeu o poder moderador (embora mantivesse
o direito de veto definitivo sobre as leis saídas das Cortes);
- a soberania da Nação foi reforçada;
- adotou-se o protecionismo económico, sobrecarregando com impostos as
importações, de modo a tornar mais competitivos os produtos industriais
nacionais (sem grande sucesso);