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Apesar de terem terminado as invasões francesas em 1811, a população portuguesa

continuava descontente.

∙ a guerra tinha deixado o País mais pobre, devido à destruição e os saques provocados pelas
tropas francesas.

∙ a família real e a corte continuavam no Brasil e, em 1808, o rei tinha decretado a abertura dos
portos brasileiros ao comercio internacional, prejudicando serreamente a burguesia
portuguesa que deixava de ter o exclusivo do comercio.

∙ os ingleses, através do general Beresford, controlavam o exército, quase todo o comercio e o


Governo, transformando Portugal numa “colónia” dependente da Inglaterra.

Para alem da vontade de expulsar os ingleses e fazer regressar a família real do Brasil, os vários
grupos sociais, sobretudo a burguesia, pretendiam instaurar um Governo liberal em Portugal.
A permanência do exército francês no nosso País, durante as invasões, tinha dado a acontecer
aos portugueses as “novas ideias liberais”, defendidas durante a Revolução Francesa: liberdade
e igualdade de todos os cidadãos perante a lei.

Em 1817, um grupo de liberais, chefiados pelo general Gomes Freire de Andrade, na cidade do
Porto, tentou expulsar os Ingleses de Portugal. No entanto, a sua conspiração foi descoberta e o
general acabou enforcado juntamente com os seus apoiantes.
No ano seguinte, em 1818, um grupo de liberais do porto formou uma sociedade secreta, o
sinédrio, com o objetivo de preparar uma revolução. Manuel Fernandes Tomás liderou esta
sociedade secreta, composta, na sua maioria, pelos burgueses do porto, da qual faziam parte
comerciantes, proprietários, magistrado e alguns militares.

Aproveitando a ausência do general William Beresford, no dia 24 de agosto de 1820, os


elementos do sinédrio deram início à Revolução Liberal Portuguesa. A população do Porto
aderiu ao movimento liberal, manifestando nas ruas o seu apoio, que se alastrou a outras zonas
no Norte do País.
O movimento revolucionário só chegou a Lisboa um mês depois, obrigando à destituição da
Junta de Regência, responsável pelo governo de Portugal.
Os revoltosos criaram então uma Junta Provisional do Governo Supremo do Reino, como o
objetivo de governar provisoriamente até às eleições. Os ingleses foram afastados e foi enviado
em pedido ao rei que regressasse do Brasil para se prepararem as eleições.
O Governo instalado após a Revolução Liberal decidiu convocar as Cortes, para preparar
eleições. Em dezembro de 1820, foram realizadas as eleições para escolher os representantes do
povo português que formariam as Cortes Constituintes. Estes deputados teriam como principal
função a elaboração da primeira Constituição portuguesa.
Em junho de 1821, o rei D. João regressou a Portugal, acompanhado da Rainha, D. Carlota
Joaquina, e do seu filho mais novo, D. Miguel. Durante este período, o Governo do Brasil ficou
entregue ao filho mais velhos, o infante D. Pedro. D. João VI, em outubro de 1822, jurou a
constituição, dando início a uma Monarquia Liberal ou Constitucional.

MONARQUIAS:
Monarquia absoluta:
Poder legislativo: o rei fazia e aprovava as leis
Poder executivo: o rei governava
Poder judicial: o rei julgava os crimes
A constituição de 1822, ano em que foi aprovada por D João VI, tinha como base os princípios
de igualdade e liberdade de todos cidadãos perante a lei. Estes princípios retiraram os
privilégios ao clero e â nobreza e introduziram a divisão dos poderes, mas nunca puseram em
causa a legitimidade do rei e do regime monarquio.
Assim, a forma de governo em Portugal passou de uma Monarquia absolutista a uma
Monarquia liberal ou constitucional, embora a monarquia continuasse a ter um caráter
hereditário.

Monarquia liberal ou constitucional:


Poder legislativo: estava estregue às Cortes
Poder executivo: ficava entregue ao rei
Poder judicial: estava entregue aos tribunais
Apesar do caráter “revolucionário” da constituição de 1822, o direito de voto ainda não estava
alargado todos os portugueses, isto é, ainda não era universal. Só os homens com mais de 25
anos, ou casados com mais de 20 anos, que soubessem ler e escrever, podiam exercer esse
direito. As mulheres e analfabetos estavam excluídos, isto é, continuavam a não poder votar.

A família real permaneceu cerca de 14 anos no Rio de Janeiro, contribuindo para um grande
desenvolvimento do Brasil. Durante esse período:

∙colónia foi elevada à condição de Reino e a cidade do Rio de Janeiro tornou-se a sede do
Governo.
∙foi criado o banco do Brasil.
∙foram construídas repartições de polícias, de finanças e de justiça.
∙foram criadas escola, universidades, biblioteca, teatros e hospitais.
∙a burguesia brasileira enriqueceu com a abertura dos portos ao comercio internacional.

O infante D. Pedro ficou a governar o Brasil, quando D. João VI regressou a Portugal, para jurar
Constituição.
Depois de jurar a Constituição, em 1822, as Cortes Constituintes tomaram medidas que não
agradaram à burguesia nem à população brasileira em geral:

∙Exigiram o regresso do príncipe herdeiro, D. Pedro, a Portugal.


∙Anularam à abertura dos portos da colónia ao comercio estrangeiro.
As medidas tomadas pelas cortes vão provocar um sentimento de revolta na colónia, porque a
burguesia brasileira temia perder os lucros com o comercio internacional e outros privilégios. D.
Pedro, apoiado por essa burguesia, recusou regressar a Portugal e proclamou a independência do
Brasil a 7 de setembro de 1822.

A constituição de 1822 retirou muitos privilégios à nobreza e ao clero. Por essa razão, estes
grupos sociais não eram favoráveis ao novo regime liberal e, como tinham o apoio da Rainha D.
Carlota Joaquina e do príncipe D. Miguel, começaram a planear um golpe contra a Monarquia
Constitucional, procurando restabelecer o absolutismo.
A morte do rei D. João VI, em 1826, agravou ainda mais a instabilidade política e as diferenças
entre liberais e absolutistas.
D. Pedro, na época imperador do Brasil, foi aclamado rei em Portugal, como D. Pedro IV. Mas,
D. Pedro não desejava sair do Brasil e, por isso, abdicou do trono a favor de sua filha, D. Maria
de Glória, que tinha apenas 7 anos.
A jovem rainha, devido à sua idade, não podia governar, o que obrigou D. Pedro a celebrar um
acordo com o seu irmão, D. Miguel. Ficou então estabelecido que D. Miguel ficaria como
regente de Portugal até à maioridade de D. Maria e comprometia-se a governar segundo as leis
liberais.
D. Pedro, em 1826, substituiu a Constituição por uma Carta Constitucional, documento menos
liberal relativamente à Constituição de 1822, porque atribuída mais poderes ao rei.

Apesar de ter jurado cumprir o acordo celebrado com D. pedro, logo que assumiu o governo, em
1828, D. Miguel dissolveu as Cortes Constituintes e faz-se aclamar rei absoluto.
Perante esta decisão, agravou-se a divisão da sociedade portuguesa, entre:
∙absolutista- defensores da Monarquia Absoluta, dos quais faziam parte muitos clérigos e
nobres, que eram chefiados por D. Miguel.

∙liberais- defensores da Monarquia constitucional, essencialmente membros da burguesia


(proprietários, comerciantes, juízes, médicos, advogados)

As perseguições de que foram vítimas o liberal, por parte dos absolutistas, obrigou alguns a
refugiarem-se nos Açores e no estrangeiro, para não serem presos ou mortos.
D. Pedro, ao ter conhecimento do que se estava a passar em Portugal, abdicou do trono
brasileiro e juntou-se aos liberais que haviam fugido para a ilha Terceira, nos Açores.
Em 1832, com um exército, D. Pedro desembarcou a norte do Porto, na praia de Pampelido, de
onde seguiu para a cidade do Porto, que ocupou sem encontrar grande resistência dos
absolutistas.
D. Miguel foi apanhado de surpresa, mas reorganizou as suas tropas e cercou a cidade do Porto
por um ano.
Durante o cerco, as tropas de D. Pedro resistiram heroicamente às doenças e à fome. Valeu-lhe a
população que, apesar das dificuldades em que se encontrava, repartiu com os soldados liberais
o pouco que tinha para comer.
A guerra civil, que colocou os portugueses uns contra os outros, estendeu-se, mais tarde,
a todo o País.
Perante o País em guerra, os liberais abriram outra frente de luta no Algarve, para enfraquecer
os absolutistas, com tropas comandadas pelo duque da Terceira. D. Miguel levantou então o
cerco as tropas de D. Pedro na cidade do Porto, e dirigiu-se para sul, onde foi derrotado nas
batalhas de Almoster, em Santarém, e de Asseiceira, em Tomar. Depois destas derrotas, D.
Miguel foi obrigado a assinar um acordo de paz, a convenção de Évora monte, que pôs fim á
guerra entre liberais e absolutistas. Depois da assinatura deste acordo, D. Miguel foi obrigado a
sair de Portugal, mas o trono português só foi definitivamente entregue a D. Maria II apos a
morte de D. Pedro IV, em 1834.

A monarquia Constitucional triunfou e manteve se até 1910.

DATAS:
1820- Revolução liberal
1821-D. João VI regressa a Portugal
1822-Constituição liberal
1826- Morte de D. João VI
D. Pedro abdica do trona em favor de D. Maria Da Gloria
Regência de D. Miguel (período de violência e perseguições)
1832-desembarque das tropas liberais perto do porto
1832/1834-Guerra civil entre liberais e absolutistas
1834- Assinatura
de convenção de Évora monte (vitoria do liberalismo)

Questionário:
https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSe01GxlNXe2d62HgHVEpGPuE7EJkaiD4Ah13N
EXHo_yurlW3w/viewform?vc=0&c=0&w=1&flr=0&gxids=7628

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