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Colégio FAESA

Primeiro Reinado no Brasil

Isabelli Carmona e Isabelly Del Piero


Professor: Sávio Gontijo

VITÓRIA
2023
O Primeiro Reinado (1822-1831) marcou os anos iniciais do Brasil como nação
independente após o processo de independência ter sido conduzido por intermédio de
D. Pedro I. Com esse acontecimento, o Brasil transformou-se em uma monarquia – a
única da América Latina – e foi governada por D. Pedro I de maneira autoritária.

1. O processo de independência do Brasil tutelado por um português. O


que isso significou?

Dom Pedro I declarou a independência do Brasil por convicção pessoal de que era a


decisão mais justa, por causa das decisões tomadas por Portugal e por um carinho
especial pelo Brasil. O Brasil tinha, desde a chegada da família real ao país (em 1808),
um status político especial no Império português, tendo sido ainda elevado à categoria
de Reino em 1815. Por causa disto havia conquistado recentemente uma série de
liberdades políticas e econômicas que os portugueses tentaram suprimir na década de
1820.

Dom Pedro I considerava esta forma de tratar o Brasil injusta, e não vendo sucesso
em suas tentativas diplomáticas proclama a Independência do país, que é reconhecida
por Portugal dois anos depois. A independência do Brasil foi declarada em 1822 e
esse acontecimento está diretamente relacionado com eventos que foram iniciados em
1808, ano em que a família real portuguesa, fugindo das tropas francesas que
invadiram Portugal, mudou-se para o Brasil.
A chegada da família real no Brasil ocasionou uma série de mudanças que contribuiu
para o desenvolvimento comercial, econômico e, em última instância, possibilitou a
independência do Brasil. Além disso, o Brasil experimentou, em seus centros, um
grande desenvolvimento resultado de uma série de medidas implementadas por D.
João VI, rei de Portugal. Instalado no Rio de Janeiro, o rei português autorizou a
abertura dos portos brasileiros às nações amigas, permitiu o comércio entre os
brasileiros e os ingleses como medidas de destaque no âmbito econômico.

Essas e outras medidas que foram tomadas pelo rei português demonstravam uma
clara intenção de modernizar o país como parte de uma proposta que fizesse o Brasil
deixar de ser apenas uma colônia portuguesa, tornando-se, de fato, parte integrante
do Reino de Portugal. Isso foi confirmado quando, em 16 de dezembro de 1815, D.
João VI decretou a elevação do Brasil para parte do Reino Unido.

Isso, na prática, significou que o Brasil deixava de ser uma colônia e transformava-se
em parte integrante do Reino português, que agora passava a ser chamado de Reino
Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Essa medida era importante para o Brasil e,
segundo as historiadoras Lilia Schwarcz e Heloísa Starling, a medida tinha como
objetivo principal evitar que o Brasil seguisse pelo caminho da fragmentação
revolucionária – como havia acontecido na relação entre EUA e Inglaterra.
2. A economia do Primeiro Reinado: café a salvação do Brasil?

O Brasil comercializava produtos cujo preço de exportação estavam caindo, tais como
algodão, açúcar e tabaco. A comercialização do café, por sua vez, começava a se
expandir. Contudo, o desenvolvimento do “ouro verde” como era chamado, não era
ainda suficiente para evitar a crise econômica. Os gastos com os conflitos,
especialmente com a Guerra da Cisplatina, são elevados, o que obriga o governo a
recorrer a empréstimos com a Inglaterra.

A estrutura econômica do Brasil não mudou durante o Primeiro Reinado e o Período


Regencial. As crises econômicas que atingiram o país durante as duas décadas após
a sua independência geraram divisões mesmo entre a classe dominante. As camadas
populares, que viviam em condições miseráveis, realizavam movimentos sociais e
questionavam o escravismo. Entretanto, a partir de 1840, a economia cafeeira no
Brasil facilitou a consolidação do Estado monárquico, controlado pela aristocracia rural
e escravista.
A produção do café teve origem entre os árabes. O café foi difundido pela Europa por
comerciantes de Veneza durante o século XVII. Os europeus passaram a consumir
café e, no século seguinte, este passou a ser produzido nas Antilhas. No século XIX, o
café passou a ser cultivado no Brasil.
Com o estabelecimento da Corte portuguesa no Rio de Janeiro, em 1808, o café
passou a ser cultivado em Angra dos Reis e Mangaratiba. Em 1830, a produção de
café se alastrou pelo vale do rio Paraíba e passou a ser de grande lavoura voltada
para a exportação. Na década de 1820, o café representava aproximadamente 18%
das exportações brasileiras. Na década de 1830, esse número já aproximava 43%. O
principal exportador do café brasileiro eram os Estados Unidos.
Na primeira metade do século XIX, o café passou a ser plantado em outras províncias
além do Rio de Janeiro. Em 1836, a província de São Paulo produzia 25% do café
brasileiro. Por volta de 1850, o café passou a ser plantado no Oeste paulista que,
graças à sua terra roxa, era ideal para o seu cultivo.
O café também chegou às Minas Gerais, ao sul e à Zona da Mata. Porém, apesar de
Minas Gerais possuir muitos trabalhadores escravos, a produção cafeeira mineira não
se comparava à fluminense. De fato, a província do Rio de Janeiro continuou sendo a
principal produtora de café brasileiro: em 1865, os cafezais fluminenses
representavam mais de 75% de todo o café brasileiro que era exportado.
3. As constituições de 1823 e 1824 trouxeram a tão sonhada liberdade?

A Constituinte assumiu suas funções em maio de 1823, e a elaboração da


Constituição gerou desentendimentos profundos entre os deputados e D. Pedro I. O
grande debate era acerca do alcance dos poderes políticos do imperador. Os
constituintes queriam que os poderes do imperador fossem limitados e que ele não
tivesse a permissão de dissolver a Constituinte quando bem entendesse. Essa postura
dos constituintes, de procurar limitar o poder real, naturalmente, gerou insatisfação em
D. Pedro I, que defendia que seu poder fosse centralizador e autoritário sobre a nação.
Essa disputa entre os constituintes e o imperador resultou em um evento conhecido
como Noite da Agonia. No dia 12 de novembro de 1823, por ordens de D. Pedro I,
militares invadiram a Assembleia Constituinte e prenderam os deputados opositores
do imperador. Com isso, a constituição que havia sido elaborada foi barrada por
D.Pedro I.
Essa medida de D. Pedro I aconteceu porque, em setembro do mesmo ano, a
Constituinte havia finalizado a elaboração da constituição que, além de possuir um
caráter liberal, também limitava os poderes reais. A partir da prisão de seus opositores
e da impugnação desse documento, D. Pedro I formou um Conselho de Estado e
passou a elaborar uma constituição que lhe agradasse.
A constituição elaborada por D. Pedro I e seu conselho foi outorgada, isto é, foi
imposta por vontade do imperador no dia 25 de março de 1824. Portanto, a primeira
constituição brasileira foi produto do autoritarismo e definida de cima para baixo. Esse
conjunto de regras também possuía alguns princípios liberais, porém dava poderes
irrestritos ao imperador brasileiro.
Na constituição de 1824 as eleições foram estabelecidas como indiretas, e o direito
ao voto era censitário, ou seja, foram estabelecidos critérios de renda para determinar
quem teria direito ao voto. Além desses critérios, foi estabelecido que somente
homens livres e com mais de 25 anos poderiam votar, foi permitido o culto privado a
outras religiões que não fossem o catolicismo
4. A confederação do Equador e a Guerra da Cisplatina como motivos
para o enfraquecimento de D. Pedro I

O Primeiro Reinado é um período que se estendeu de 1822 e 1831, sendo a fase em


que d. Pedro I foi imperador do Brasil. Esse momento de nossa história iniciou-se com
a declaração de independência, em 7 de setembro de 1822. A fase de consolidação
do Brasil como nação independente durou até 1825, quando Portugal reconheceu a
autonomia do nosso território.
A primeira Constituição do Brasil foi outorgada em 1824, em um processo que gerou
muito atrito entre imperador e parlamentares. O Primeiro Reinado ainda sofreu com os
impactos da Guerra da Cisplatina, conflito que resultou na independência do Uruguai,
e da Conferência do Equador. Desgastado, d. Pedro I abdicou do trono em 1831.

A Confederação do Equador foi uma revolta ocorrida inicialmente em Pernambuco, em


1824, que lutou contra o autoritarismo de Dom Pedro I e defendeu a instalação da
república no Brasil em vez do Império como estabelecido na época.

A Guerra da Cisplatina foi um conflito travado pelo Império do Brasil contra as


Províncias Unidas do Rio da Prata (atual Argentina) pelo controle da Cisplatina, região
que atualmente conhecemos como Uruguai. Essa foi a primeira guerra de que o Brasil
participou como nação independente e estendeu-se de 1825 a 1828. O resultado do
confronto foi desastroso para o Brasil, que, além de perder a Cisplatina, teve de
amargar uma intensa crise econômica.

As consequências dessa guerra para o Brasil foram gravíssimas. Primeiramente, a


guerra ampliou a crise econômica que atingia o país. Os gastos com o conflito foram
gigantescos e quebraram a economia brasileira. Além disso, essa situação foi
agravada pelo fato de que, durante os anos da guerra, a Casa da Moeda emitiu
grande volume de moeda, o que causou a sua desvalorização.

A guerra também contribuiu para desgastar a imagem de D. Pedro I. O imperador


vinha sofrendo um desgaste contínuo desde 1822 por causa de seu autoritarismo. Ao
final da guerra, a derrota e a crise econômica fizeram a sua popularidade despencar.

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