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PRIMEIRO REINADO NO
BRASIL
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•INTRODUÇÃO
O Primeiro Reinado foi um período que se estendeu de 1822 e 1831, sendo a fase em que
D. Pedro I foi imperador do Brasil. Esse momento de nossa história iniciou-se com a declaração
de independência, em 7 de setembro de 1822. A fase de consolidação do Brasil como nação
independente durou até 1825, quando Portugal reconheceu a autonomia do nosso território.
A primeira Constituição do Brasil foi outorgada em 1824, em um processo que gerou muito
atrito entre imperador e parlamentares. O Primeiro Reinado ainda sofreu com os impactos da
Guerra da Cisplatina, conflito que resultou na independência do Uruguai, e da Conferência do
Equador. Desgastado, d. Pedro I abdicou do trono em 1831.
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Independência do Brasil
Esse ano ficou marcado pela chegada da Coroa portuguesa ao Brasil para fugir das tropas
francesas que invadiram Portugal no final de 1807. A transferência da Corte para o Rio de
Janeiro trouxe mudanças significativas para o Brasil, tanto do ponto de vista econômico quanto
do político.
O Brasil passou a gozar de uma maior liberdade econômica por causa da abertura dos portos
anunciada em 1808, a ter um cenário científico e cultural mais próspero, e, desde 1815, por
ordem de d. João (tornou-se d. João VI só em 1816), tornou-se parte integrante do reino. Isso
significou que o Brasil deixava a posição de colônia.
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As relações entre Brasil e Portugal mudaram drasticamente com o início da Revolução Liberal do
Porto. Essa revolução da burguesia portuguesa tinha como grande objetivo reorganizar Portugal
em uma monarquia constitucional. As duas grandes demandas dos portugueses eram o retorno
de d. João VI para Portugal e a reversão de medidas em benefício do Brasil durante o Período
Joanino.
Isso foi interpretado como uma tentativa dos portugueses de recolonizar o Brasil. As relações
entre os representantes portugueses e as elites brasileiras tornaram-se ruins ao ponto de d.
Pedro, filho de d. João VI, ter sido alçado à condição de líder do processo de independência.
D. Pedro sofreu pressão para que também retornasse a Portugal, assim como seu pai, mas,
apoiado pelas elites brasileiras, decidiu ficar em janeiro de 1822. A partir daí, o desgaste foi
acelerado e as decisões tomadas por d. Pedro ou pelas Cortes em Portugal só ampliaram o fosso
entre brasileiros e portugueses.
Guerras de independência
Logo após a independência, o Brasil organizou-se com uma monarquia. Essa transformação foi
praticamente imediata, tanto que, em outubro, d. Pedro foi aclamado imperador e, em
dezembro, foi coroado como d. Pedro I. O caso brasileiro foi o único na América do Sul, pois
todas as nações sul-americanas que conquistaram a sua independência converteram-se em
repúblicas.
As historiadoras Lília Schwarcz e Heloísa Starling definem que a opção da monarquia em vez da
república no Brasil aconteceu pela junção de três fatores:
1. Temia-se que a escolha pela república pudesse ter o mesmo efeito que teve na América
Espanhola e gerasse fragmentação territorial;
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3. Temia-se que a escolha pela república pudesse causar grandes transformações no status
quo.
Outros estudos apontam também que a proximidade geográfica entre as grandes cidades
brasileiras (todas litorâneas), a homogeneidade cultural das suas elites e presença da Corte
portuguesa no Brasil, entre 1808 e 1822, tenham contribuído para a coesão territorial do Brasil e
pelo forte apoio ao modelo manárquico.
Além disso, há que se levar em consideração que a formação cultural e as diferenças nas
colônias da América Espanhola eram muito diferentes. As grandes distâncias territoriais entre
as maiores cidades, a existência de universidades que possibilitavam a circulação de ideias, as
diferenças das elites hispânicas e o enfraquecimento da Coroa espanhola no século XIX foram
fatores que contribuíram para que a república ganhasse força nas antigas colônias espanholas.
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● Constituição de 1824
A dissolução da Assembleia Constituinte foi o primeiro ato que fez com que d. Pedro I
perdesse influência entre os grandes nomes da política brasileira. A impopularidade do
imperador foi aumentando-se conforme ele mantinha o seu caso extraconjugal com a
Marquesa de Santos, além disso, dois outros eventos tiveram influência em minar seu
poder, os quais serão pontuados a seguir. Para saber mais sobre nossa primeira Carta
Magna, leia: Constituição de 1824.
● Confederação do Equador
● Guerra da Cisplatina
Abdicação de D. Pedro I
Em 7 de abril de 1831, d. Pedro I abdicou do trono brasileiro em favor de seu filho, Pedro de
Alcântara.
Em 1830, o jornalista italiano Líbero Badaró foi assassinado nas ruas de São Paulo. Ele era um
forte crítico de d. Pedro I e usava o seu jornal O Observador Constitucional para explicitar o
autoritarismo do imperador. Em 20 de novembro de 1830, Líbero Badaró foi morto na porta de sua
casa, e boatos começaram a acusar o imperador de proteger o mandante do crime.
A situação política era tão tensa que defensores e apoiadores do imperador entraram em
confronto físico nas ruas do Rio de Janeiro. Esses embates começaram em 11 de março de 1831 e
duraram até o dia 16, ficando conhecidos como Noite das Garrafadas. A situação política ficou
muito ruim a partir daí, e d. Pedro I, acuado, abdicou do trono em nome de seu filho, no dia 7 de
abril de 1831. Se tiver maior curiosidade sobre esse movimento político, confira: Abdicação de d.
Pedro I.
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O Brasil comercializava produtos cujo preço de exportação estavam caindo, tais como algodão,
açúcar e tabaco.
Os gastos com os conflitos, especialmente com a Guerra da Cisplatina, são elevados, o que
obriga o governo a recorrer a empréstimos com a Inglaterra.
Além disso, em 1826, D. João VI falece em Portugal. Como D.Pedro I nunca havia renunciado
seus direitos de herdeiro ao trono português, mesmo no Brasil ele assume o trono como rei de
Portugal, com o nome de D.Pedro IV. Como D. Miguel, seu irmão, não aceita esta atitude,
iniciou-se uma longa disputa entre os irmãos.
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D.Pedro I, tenta negociar com o irmão, abdica do trono português na sua filha, Maria da Glória e
propõe casamento de ambos. Por sua parte, D. Miguel teria que respeitar a Constituição que já
vigorava em Portugal.
Dona Maria da Glória foi enviada a Portugal, mas D. Miguel recusa a oferta de matrimônio.
Portanto, sobe ao trono português como rei e desrespeita a Carta Magna.