independência às margens do rio Ipiranga e o Brasil se consolidou como uma nação independente. Desde 1946, por lei federal, a data é feriado nacional.
Segundo a historiadora Luciene Carris, o grito da independência entoado em
São Paulo foi um longo processo iniciado em 1808, após a fuga da família real portuguesa para o Brasil por causa do Bloqueio Continental ordenado na Espanha e Portugal pelo rei da França, Napoleão Bonaparte, com o propósito de sufocar a economia inglesa que comercializava com outras nações europeias.
A permanência da família real no Brasil perdurou até 1821 e ficou conhecido
como "Período Joanino". Uma série de melhorias foram feitas no país, como a abertura dos portos, autorização para os comerciantes a negociarem com nações amigas, que eram só os ingleses, instalação de bibliotecas e museus para incentivar à cultura e o desenvolvimento de uma pequena imprensa, nisso acabou surgindo "A Gazeta do Rio de Janeiro", o primeiro jornal fundado no Brasil.
Logo após a derrota de Napoleão Bonaparte na Rússia em 1814, D. João 6º
começou a ser pressionado para voltar a Portugal pois as tensões haviam cessado. Em 1815, como resposta à pressão sofrida pelos países do Congresso de Viena, composto por Inglaterra, Áustria, Rússia e Prússia, além da própria França, D. João ascendeu o Brasil para a condição de reino, deixando assim de ser uma colônia.
Em 1820 foi dado início à Revolução Liberal do Porto, um movimento militar
que exigia a volta de D. João 6º a Portugal, caso contrário ele perderia o reino português. O movimento também exigia algo que foi um dos estopins para a independência: a manutenção do Brasil como colônia de Portugal.
Em 25 de abril de 1821, D. João retornou a Lisboa, acompanhado de sua família
e mais de quatro mil súditos, o que deixou a população brasileira sem saber qual seria seu futuro. Para garantir a continuidade administrativa e a presença real no Brasil, seu filho mais velho, D. Pedro 1º foi designado príncipe regente.
Querendo recolonizar o Brasil, D. João recomendou a volta de D. Pedro a
Portugal com o pretexto de que o príncipe regente precisava terminar a preparação acadêmica. A elite agrária, percebendo uma tentativa de recolonização e uma possível perda dos direitos adquiridos, movimentou-se pela permanência de D. Pedro 1º. Oito mil assinaturas pedindo para ele ficar foram recolhidas em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, Estados brasileiros que possuíam boa parte da elite econômica.
Dia do Fico
O dia 9 de janeiro de 1822 foi a data em que D. Pedro 1º decidiu permanecer
no Brasil com a seguinte frase durante uma audiência do Senado: "Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto! Digam ao povo que fico", contrariando as exigências portuguesas. A partir desta data, uma sucessão de fatos desencadeou os acontecimentos que culminaram no Dia da Independência.
Em maio de 1822, foi decretada o "Cumpra-se", determinando que todas as
ordens emitidas em Portugal só teriam legalidade no Brasil se fossem validadas pelo príncipe regente.
Em junho de 1822, foi decretada a convocação para a formação de uma
Assembleia Constituinte no Brasil, com a tarefa de elaborar uma Constituição para o Reino do Brasil, antes da independência política de Portugal. Ambas medidas reforçaram a visão de que D. Pedro possuía apoio interno suficiente para desafiar as Cortes portuguesas, isso foi consequência do impasse contínuo entre brasileiros e portugueses.
A postura das cortes portuguesas permaneceram irredutíveis com os
interesses brasileiros. No dia 28 de agosto, novas ordens de Lisboa chegaram ao país: D. Pedro 1º deveria retornar imediatamente a Portugal, os privilégios da abertura do país seriam revogados e os ministros de D. Pedro presos por traição.
A ordem convenceu Maria Leopoldina de que a ruptura entre Brasil e Portugal
deveria acontecer imediatamente e, em 2 de setembro, ela assinou o decreto de independência para, logo em seguida, despachá-lo com urgência para D. Pedro, que estava em viagem a São Paulo. O príncipe regente foi alcançado no dia 7 de setembro, às margens do rio Ipiranga.
Dia da Independência
No dia 7 de setembro de 1822, D. Pedro 1º declarou independência do Brasil às
margens do rio Ipiranga. A historiadora Luciene Carris define o acontecimento como "um dos mais importantes da história do país". "É um episódio que corresponde ao fim do domínio português sobre o Brasil, principalmente nas relações econômicas e políticas", falou.