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Exercício História

(03/08/23)

Professor: Gustavo Canto


Aluno: Pedro Canto Orleans

Primeiro Reinado

O Primeiro Reinado foi o período da monarquia brasileira que se iniciou em 1822, após a
independência do país. D. Pedro I governou o país até 1831, quando renunciou ao trono.

Durante o Primeiro Reinado, o Brasil foi governado por D. Pedro I.*

O Primeiro Reinado foi o período da história do Brasil iniciado a partir da independência do país, em
1822. Essa fase estendeu-se até 1831, quando o imperador D. Pedro I abdicou o trono brasileiro em
favor de seu filho, Pedro de Alcântara, futuro D. Pedro II.

Independência do Brasil

O Primeiro Reinado foi resultado direto do processo de independência do Brasil, que teve como
ponto de partida a transferência da Corte portuguesa para o Rio de Janeiro a partir de 1808. Quando
isso aconteceu, uma série de transformações aconteceu no Brasil: a cidade do Rio de Janeiro cresceu
e desenvolveu-se, os portos foram abertos e o comércio prosperou. Dessa forma, o Brasil deixou de
ser colônia, tornando-se parte do Reino de Portugal.

Os ânimos do Brasil estavam relativamente sob controle até 1820, quando eclodiu a Revolução Liberal
do Porto, em Portugal. Essa revolução foi realizada pela burguesia portuguesa, que demandava o
retorno do rei português para Lisboa e a revogação das medidas que haviam sido implantadas no
Brasil.

A Revolução Liberal do Porto foi muito mal recebida pelas elites econômicas do Brasil, que encararam
essa revolta como uma tentativa de recolonizar o país. Assim, surgiu um movimento pela
independência do Brasil, o qual considerou Pedro, filho de D. João VI, como a pessoa ideal para
liderar esse processo.

Após ser pressionado pelas Cortes portuguesas (espécie de parlamento) a retornar a Portugal, Pedro
percebeu que o único caminho a ser tomado era declarar a independência do Brasil. Assim, em 7 de
setembro de 1822, aconteceu o grito do Ipiranga, por meio do qual o regente declarou a
independência do Brasil. Pedro foi, então, coroado imperador, tornando-se D. Pedro I.

Guerras de independência

Diferentemente do que muitos acreditam, a independência do Brasil não foi pacífica. Houve
províncias que permaneceram leais aos portugueses, por isso, foi necessário travar guerra a fim de
garantir a unidade territorial do país. Um nome de destaque nessa luta contra os portugueses e seus
aliados no Brasil foi lorde Cochrane, comandante contratado por D. Pedro I.

Entre as regiões que se rebelaram contra a independência, podemos citar as províncias do Pará,
Maranhão, Bahia e Cisplatina. Em meados de 1823, os conflitos contra a independência do país
estavam sob controle, e os apoiadores de Portugal já estavam derrotados.

Por que o Brasil tornou-se uma monarquia?

Quando o Brasil declarou a sua independência, seus realizadores optaram por instaurar a monarquia
como forma de governo do país. Era um caso único na América do Sul, já que as antigas colônias
espanholas nessa parte do continente tinham se tornado repúblicas. Na América Latina, além do
Brasil, só o México se transformou, durante um curto período de tempo, em uma monarquia.

Segundo as historiadoras Lilia Schwarcz e Heloísa Starling, a escolha da monarquia em vez da


república aconteceu por alguns motivos|1|:

1. Os idealizadores da nossa independência temiam que o território do Brasil fosse fragmentado


caso instaurassem a república no país.

2. A elite brasileira havia sido letrada nas tradições monarquistas de Portugal.

3. Essa forma de governo evitava que transformações no status quo acontecessem.

Consolidação da independência

Após a declaração de independência, o Brasil tinha desafios imediatos a serem superados.


Primeiramente, era necessário cessar a guerra travada contra as províncias rebeldes. Depois, era
fundamental garantir o reconhecimento internacional e, por fim, era importante redigir uma
Constituição para estruturar o país.

A princípio, as nações vizinhas relutaram em reconhecer a independência do Brasil pelo fato de o país
ter tornado-se uma monarquia. Grande parte do reconhecimento da nossa independência ocorreu
em virtude das ações da Inglaterra e dos Estados Unidos.

Os ingleses foram responsáveis por mediar as negociações entre Brasil e Portugal. O reconhecimento
da independência do Brasil pelos portugueses só ocorreu em 1825, mediante pagamento de
indenização e com o compromisso firmado pelo Brasil de não incentivar a independência das
colônias portuguesas na África.

Constituição de 1824

Após a independência, a nova nação precisava de uma Constituição. Para essa tarefa, era necessário
formar uma Assembleia Constituinte, que deveria ser escolhida por meio de eleições. Os trabalhos da
Constituinte iniciaram-se em maio de 1823 e foram marcados pelo atrito entre D. Pedro I e as elites
econômicas e políticas do Brasil.

As discordâncias entre os parlamentares e D. Pedro I ocorreram em decorrência da arbitrariedade e


da autoridade do imperador nas tomadas de decisões. No caso da Constituição, os parlamentares
defendiam a existência de maiores liberdades individuais e a limitação do poder real. Em
contrapartida, D. Pedro I queria poderes ilimitados para governar o Brasil.

Como não concordava com os termos da Constituição elaborada pelos parlamentares, D. Pedro I
decidiu vetar o documento, que ficou conhecido como Constituição da Mandioca. Essa ação
aconteceu em 12 de novembro de 1823 e foi acompanhada de um evento chamado Noite da Agonia.
Nessa ocasião, D. Pedro I ordenou que tropas cercassem e dissolvessem a Assembleia Nacional
Constituinte. Nesse dia, vários parlamentares foram presos.

Após esse episódio, uma nova Constituição começou a ser elaborada por uma comissão formada
pelo imperador. Essa Constituição ficou pronta em 1824 e foi outorgada por ordem do imperador. O
documento reafirmava que o Brasil seria uma monarquia e instituía ao imperador poderes absolutos
sobre a nação. Para isso, foi criado o Poder Moderador, representado exclusivamente por D. Pedro I.
Foi determinada também nessa Constituição a imposição do voto censitário. Assim, só poderiam
votar aqueles tivessem renda anual acima de 100 mil réis.

Noite das Garrafadas

Noite das Garrafadas foi uma revolta ocorrida no Rio de Janeiro, em 1831, entre portugueses
apoiadores de Dom Pedro I e brasileiros que faziam oposição ao imperador.

Dom Pedro I, primeiro imperador brasileiro, foi alvo de protestos como a Noite das Garradas, em
1831.

A Noite das Garrafadas foi uma revolta que aconteceu no Rio de Janeiro, em 1831, envolvendo
portugueses partidários do imperador Dom Pedro I e brasileiros que lhe faziam oposição. Recebeu
esse nome devido ao fato de que foram utilizadas garrafas pelos revoltosos. Essa revolta marcou a
crise do Primeiro Reinado e o acirramento entre os dois grupos revoltosos.

Os brasileiros eram contrários ao autoritarismo do imperador enquanto os portugueses o defendiam.


A consequência da Noite das Garrafadas foi a abdicação de Dom Pedro do trono brasileiro, em 7 de
abril de 1831.
Resumo sobre a Noite das Garrafadas

• Foi uma revolta ocorrida em 1831, no Rio de Janeiro, entre portugueses que apoiavam o
imperador Dom Pedro I e brasileiros que lhe faziam oposição.

• Sua causa foi a impopularidade e o modo autoritário de governar de Dom Pedro em


contraste ao apoio português, que esperava a recolonização do Brasil.

• Seu nome se refere aos meios utilizados pelos revoltosos, que atiraram garrafas, paus e
objetos de vidros em seus oponentes.

• Sua consequência foi o aumento da insatisfação dos brasileiros com Dom Pedro I e o
aprofundamento da crise que o levou a abdicar do trono pouco tempo depois.

Causas da Noite das Garrafadas

Logo após a independência do Brasil, em 1822, Dom Pedro I se tornou imperador do Brasil com apoio
dos brasileiros, que aguardavam, além da separação política com Portugal, a formação de uma nova
nação independente. Porém, com o passar dos anos, Dom Pedro I se tornou um imperador
autoritário, não tolerando divergência e usando de meios violentos para conter as ações
oposicionistas ao seu governo.

Um dos principais exemplos dessa forma autoritária de governar do imperador foi o fechamento da
Assembleia Constituinte de 1823, convocada para elaborar a primeira Constituição do Brasil. Dom
Pedro I ordenou o fechamento da assembleia quando os constituintes decidiram incluir na Carta
limites aos poderes imperiais.

No ano seguinte, Dom Pedro outorgou, ou seja, impôs uma Constituição que, entre outras medidas,
garantia-lhe maiores poderes com a criação do Poder Moderador, exercido somente pelo imperador.
Essa forma autoritária causou reações como a Confederação do Equador, revolta que aconteceu na
província de Pernambuco, em 1824, e defendia regime republicano no Brasil.

A Guerra da Cisplatina, em 1825, foi outro fato que arruinou a popularidade de Dom Pedro. O
aumento das despesas com gastos militares fez com que o império elevasse a cobrança dos
impostos, e a crise econômica em que muitas províncias viviam à época provocou reações contra o
imperador. A derrota brasileira na Guerra da Cisplatina e a perda da província da Cisplatina, que se
transformou na República Oriental do Uruguai, mostraram a inabilidade de Dom Pedro no comando
do Brasil.

Mesmo livre da dependência política de Portugal, o Brasil enfrentava a interferência portuguesa nos
campos político e econômico. Os antigos colonos tinham força política e se fortaleceram quando
Dom Pedro I se aproximou deles oferecendo cargos no império. Isso desagradou aos brasileiros, pois
viram nesse gesto uma possível recolonização e o desprestígio brasileiro perante o governo.

Além dessa disputa pelo poder, brasileiros e portugueses conflitavam no âmbito econômico. Logo
após a independência, os brasileiros queriam expulsar os portugueses que comandavam o comércio
em território brasileiro.

A imprensa teve um papel importante no Primeiro Reinado, e em várias localidades do Brasil havia
jornais e panfletos em circulação. Essas publicações foram utilizadas por críticos para atacar Dom
Pedro I e divulgar os ideais que não eram aceitos pelo governo, como a república e as ideias
defendidas por revoltosos.

Um desses jornalistas que atuavam na linha de frente contra o imperador foi Líbero Badaró. Em 20 de
novembro de 1830, o jornalista Badaró foi assassinado e a causa da morte foi atribuída a Dom Pedro
I. Isso gerou comoção no país e aumento da já crescente insatisfação com o imperador.
Noite das Garrafadas

Em busca da recuperação da popularidade e do apoio brasileiro, Dom Pedro I saiu do Rio de Janeiro e
seguiu para a cidade mineira de Ouro Preto. Ao chegar lá, o imperador foi recebido com hostilidade
pelos moradores e políticos locais. Nas sacadas dos casarões históricos, foram colocadas faixas pretas
representando luto em protesto contra as ações autoritárias do imperador.

Ao visitar a cidade mineira de Ouro Preto, Dom Pedro I foi recebido com hostilidade e faixas pretas
nas sacadas dos casarões representando luto.[1]

Para compensar a visita hostil em Minas Gerais, os portugueses simpáticos ao imperador organizaram
uma recepção calorosa no Rio de Janeiro para recebê-lo. Isso causou indignação entre os brasileiros
contrários ao governo, e o confronto entre os dois grupos ocorreu na noite de 11 de março de 1831.
A Noite das Garrafas tem esse nome numa referência aos objetos usados pelos revoltosos.

Entre paus, garrafas e outros objetos de vidro, brasileiros e portugueses se enfrentaram nas ruas do
Rio de Janeiro por três dias. Ressalta-se que os brasileiros saíram vitoriosos do confronto contra os
portugueses por estarem em maior quantidade, e assim houve a continuidade dos protestos a Dom
Pedro.

Consequência da Noite das Garrafadas

Percebendo a gravidade da crise política, Dom Pedro I abdicou do trono brasileiro em 7 de abril de
1831, poucos anos após a declaração da independência, em favor do seu filho Pedro de Alcântara,
que, na ocasião, tinha apenas cinco anos de idade.

Devido à pouca idade do príncipe herdeiro, o Brasil entrou no Período Regencial, no qual foi
governado por regentes até o golpe da maioridade, que foi a antecipação da coroação de Dom Pedro
II como o novo imperador do Brasil, cargo que ele passou a ocupar aos 13 anos e que deu início ao
Segundo Reinado.

Exercícios

01. Responda:

a) Resumidamente como ocorreu a independência e por consequência o início do Primeiro Reinado


no país?
b) Qual a principal característica da criticada Constituição de 1824?

c) Qual foi a causa da Noite das Garrafadas e onde ocorreu?

d) Como foi o fim do Primeiro Reinado?

02. "O Primeiro Reinado foi um período que se iniciou em 1822, com a independência do Brasil. Seu
fim ocorreu em 1831, quando o imperador abriu mão do trono. Esse foi um período marcado pela
pouca competência de D. Pedro I para exercer o cargo de imperador. Entre as alternativas abaixo,
selecione o evento que NÃO aconteceu no Primeiro Reinado:

a) Guerra da Cisplatina
b) Confederação do Equador
c) Revolução Praieira
d) Noite das Garrafadas

03. "Questão 1

(Enem) Após o retorno de uma viagem a Minas Gerais, onde Pedro I fora recebido com grande frieza,
seus partidários prepararam uma série de manifestações a favor do imperador no Rio de Janeiro,
armando fogueiras e luminárias na cidade. Contudo, na noite de 11 de março, tiveram início os
conflitos que ficaram conhecidos como a Noite das Garrafadas, durante os quais os “brasileiros”
apagavam as fogueiras “portuguesas” e atacavam as casas iluminadas, sendo respondidos com cacos
de garrafas jogadas das janelas.

VAINFAS, R. (Org.). Dicionário do Brasil Imperial. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008 (adaptado).

Os anos finais do I Reinado (1822-1831) se caracterizaram pelo aumento da tensão política. Nesse
sentido, a análise dos episódios descritos em Minas Gerais e no Rio de Janeiro revela

a) estímulos ao racismo.
b) apoio ao xenofobismo.
c) repúdio ao republicanismo.
d) questionamentos ao autoritarismo."

04. "(Mackenzie) “A cena de uma rua é, a um só tempo, a mesma de todo o quarteirão. Os pés de
chumbo (portugueses) deixam que a cabralhada (brasileiros) se aproxime o mais possível. E
inesperadamente, de todas as portas, chovem garrafas inteiras e aos pedaços sobre os invasores. O
sangue espirra, testas, cabeças, canelas… Gritos, gemidos, uivos, guinchos.

É inverossímil.

E a raça toda, de cacete em punho, vai malhando… E os corpos a cair ensanguentados sobre os cacos
navalhantes das garrafas.”
(Correia, V.,1933, p.42)

O episódio, descrito acima, relata o enfrentamento entre portugueses e brasileiros, em 13/03/1831,


no Rio de Janeiro, conhecido como Noite das Garrafadas. Essa manifestação assemelhava-se às lutas
liberais travadas na Europa, após as decisões tomadas pelo Congresso de Viena. A respeito dessa
insatisfação popular, presente tanto na Europa, após 1815, quanto nos conflitos nacionais, durante o I
Reinado, é correto afirmar que

a) D. Pedro II adota a mesma política praticada por monarcas europeus; quando, ao outorgar uma
carta constitucional, contrariou os interesses, tanto da classe oligárquica, fiel ao trono, quanto das
classes populares, as quais permaneceram sem direito ao voto.

b) O governo brasileiro também se utilizou de empréstimos com a Inglaterra, aumentando a dívida


externa e fortalecendo a economia inglesa, a fim de sanar o deficit orçamentário e suprir os gastos
militares em campanhas contra os levantes populares.

c) D. Pedro I, buscando recuperar sua popularidade, iniciou uma série de visitas às províncias
revoltosas do país, adotando a mesma estratégia diplomática que alguns regentes europeus, nessa
época, praticaram, sem, contudo, lograrem nenhum sucesso político.

d) A retomada de políticas absolutistas, como o estabelecimento do Poder Moderador, no Brasil,


dando plenos poderes a D. Pedro I e, na Europa, a dura repressão contra as ideias liberais,
deflagradas pela Revolução Francesa, ocasionaram uma enorme insatisfação popular."

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