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História e Geografia de Portugal – 6º Ano


Invasões Francesas

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Invasões Francesas

A Revolução em França

No ano de 1789, na cidade de Paris, iniciou-se uma Revolução.


Rapidamente surgiram revolucionários em toda a França e, por isso, se fala
em Revolução Francesa.
Os revolucionários eram gente do povo e da burguesia, que pretendia pôr
fim ao poder absoluto dos monarcas e aos pesados impostos e obrigações
exigidos pelo clero e pela nobreza. Em contrapartida, os revolucionários
espalharam novas ideias, nomeadamente a liberdade e a igualdade de todos
perante a lei. Até o próprio rei devia respeitar as leis da nação.
Todos seriam iguais em direitos e deveres.
As ideias defendidas pelos revolucionários eram: “Liberdade, Igualdade e
fraternidade”.
LIBERDADE – Todos os cidadãos são livres, sem serem oprimidos por grupos
sociais
IGUALDADE – Todos têm os mesmos direitos e deveres
FRATERNIDADE – (frater= irmão) Devem tratar-se como irmãos, isto é, sem
que nenhum exerça poder sobre o outro, como iguais.

A fuga da família real

A família real saiu do país, em 1807, para fugir aos exércitos franceses e
manter a independência nacional. A saída da família real para o Brasil fez com
que Portugal passasse a ser uma colónia do Brasil, uma vez que era aqui que se
encontrava o poder político. Desta forma, esse poder político nunca seria
derrubado pelos invasores e Portugal continuaria independente. O príncipe D.
João tornou-se regente do reino em 1799, em virtude da doença mental da
Rainha D. Maria I, sua mãe.

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As invasões napoleónicas

Napoleão Bonaparte, imperador dos franceses, estava decidido a


conquistar toda a Europa.
Contudo, teve de enfrentar a forte oposição da Inglaterra.
Em 1806, Napoleão decretou o Bloqueio Continental, ou seja, ordenou aos
países europeus o fecho dos seus portos aos navios ingleses.

Mas Portugal não aderiu ao Bloqueio


continental. Como consequência, os franceses
invadiram Portugal por tês vezes consecutivas:
1.ª invasão francesa, 1807, liderada pelo
general Junot;
2.ª invasão francesa, 1809, liderada pelo
general Soult;
3.ª invasão francesa, 1810, liderada pelo
general Massena.

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A resistência popular às invasões

As invasões francesas foram extremamente violentas e destruidoras.


Aquando da primeira invasão, o general francês, Junot, começou a tomar
medidas que desagradaram os portugueses:
 Instalou as suas tropas em Lisboa.
 Demitiu a Junta de Regência, nomeada ainda por D. João VI e passou a
governar Portugal em nome de Napoleão.
 Substituiu, no castelo de S. Jorge, a bandeira portuguesa pela bandeira
francesa.
 Distribui cerca de 50 000 soldados franceses pelo território português,
estas tropas:
o Destruíram culturas;
o Incendiaram povoações;
o Mataram pessoas;
o Roubaram igrejas.
Revoltados com a situação do país, a população portuguesa lutou, com
coragem, para resistir aos invasores.

Ajuda militar de Inglaterra

Apesar das iniciativas populares, a ajuda dos militares ingleses foi


indispensável. Em 1808, um exército, formado por soldados ingleses e portugueses
e comandado pelo General Wellesley, venceu os franceses nas batalhas de
Roliça e Vimeiro. Derrotado, Junot assinou a Convenção de Sintra,
comprometendo-se a abandonar Portugal juntamente com as suas tropas.
Na 3.ª invasão francesa, o general Massena, depois de ter sido duramente
atacado na Batalha do Buçaco não teve qualquer hipótese de chegar a Lisboa,
por causa das Linhas de Torres Vedras, projetadas por Wellesley.
Em 1811, os invasores retiraram-se.

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Revolução Liberal de 1820

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Revolução Liberal de 1820

Razões que levaram à revolução:

Os antecedentes da Revolução
Em 1811, os invasores franceses foram expulsos de Portugal. Contudo, a
população estava profundamente descontente com a situação do país,
começando-se a planear uma revolução.
 A família real continuou no Brasil, o que fazia com que a colónia
assumisse o papel de metrópole e Portugal não deixasse de ser uma
colónia brasileira.
 A pilhagem e destruição de campos, manufacturas e outras infra-
estruturas provocou uma grave crise económica no país.
 Os ingleses teimavam em não regressar a Inglaterra, controlando a
administração do reino, o comércio com o Brasil, como se Portugal fosse
um território inglês.
 As ideias liberais de liberdade e igualdade de todos perante a lei,
divulgadas pelos invasores, ganharam cada vez mais adeptos contra o
absolutismo e contra os privilégios do clero e da nobreza.

A preparação da revolução:

Em 1817, o general Gomes Freire de Andrade tentou, em Lisboa, expulsar os


ingleses. Mas, ao ser descoberta a conspiração, os envolvidos acabaram
enforcados.

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Em 1818, um grupo de burgueses portuenses formou uma sociedade
secreta, o Sinédrio, cuja missão era preparar a revolução. Neste grupo destacou-
se Manuel Fernandes Tomás e Ferreira Borges.

O Triunfo da revolução:
No dia 24 de Agosto de 1820, rebentou na cidade do Porto uma revolução.
Planeada e iniciada pelo Sinédrio do Porto, uma sociedade secreta de
portuenses, a revolução ganhou a designação de liberal. Este nome adveio dos
ideais de liberdade e igualdade, defendidos pelos revolucionários.
Com grande apoio da população, os liberais expulsaram os ingleses,
tomaram a regência do reino e anunciaram a convocação de cortes para a
elaboração da primeira constituição portuguesa.

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As Cortes constituintes

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As Cortes constituintes

A 1ª constituição portuguesa

Para consolidar a Revolução de 1820, o Governo Provisório começou


imediatamente a preparar eleições. Nessas eleições os Portugueses escolheram
os seus representantes os quais formaram as chamadas Cortes constituintes.
As eleições para as Cortes constituintes realizaram-se em Dezembro e foram
as primeiras eleições feitas em Portugal.
As medidas das Cortes constituintes foram:
 Elaboração da 1ª constituição portuguesa – A constituição de 1822.
 Substituição da monarquia absoluta pela monarquia liberal.
 Separação de poderes.

A Constituição de 1822:
 Baseava-se nos princípios de igualdade e
liberdade dos cidadãos.
 Defendia que a lei era igual para todos,
qualquer que fosse a sua origem e a sua
riqueza.
 Acabava com os privilégios do clero e da
nobreza.

O Regresso da Família Real

Temendo que as Cortes pudessem afasta-lo definitivamente do Trono o rei


D. João VI regressou a Portugal.
O Rei desembarcou em Lisboa a 4 de Julho de 1821 e a 1 de Outubro de
1822 jurou com toda a solenidade a Constituição Portuguesa.

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A Divisão de Poderes

A forma de governo em Portugal continuava a ser a monarquia hereditária,


no entanto o Rei era obrigado a dividir os poderes com as Cortes e com os
tribunais.
Portugal era governado segundo uma monarquia liberal ou constitucional.

Monarquia absoluta Monarquia liberal


O rei possui todos os poderes Os poderes políticos estão divididos em três
políticos: poderes.
 Legislativo – faz as leis;  Legislativo – Pertence às Cortes, com
deputados eleitos pelos cidadãos.
 Executivo – manda cumprir  Executivo – Pertence ao Governo, ou seja, ao
a lei; rei e aos seus ministros.
 Judicial – é juiz e aplica a  Judicial – Pertence aos tribunais, na figura dos
justiça. juízes que julgam quem não cumpre as leis

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1820 e o Liberalismo – A independência do Brasil

A Independência do Brasil
DECLAROU-SE A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL NO ANO DE 1825

ESTE FACTO ACONTECEU DEVIDO A:

O Brasil perdia privilégios As cortes constituintes, Portugal atravessava


que iam sendo retirados exigiam a presença em uma crise política,
pelas cortres constituíntes Portugal do princípe D. devido à luta entre
em Portugal. Pedro. liberais e absolutistas.

O príncipe D. Pedro com a ajuda do povo brasileiro não cedeu às pressões e


declarou a independência do Brasil com o famoso grito do Ipiranga.

COMO FICOU O PAÍS?

1. O Infante D. Pedro é nomeado Imperador do Brasil.


2. Menteve-se a guerra entre liberais e absolutistas.
3. O princípe D. Miguel prepara a luta dos absolutistas pelo poder.

As guerras travadas entre as duas classes ficam como as mais conhecidas os


confrontos da Abrilada e Vila Francada lideradas por D. Miguel.

A MORTE DO REI D. JOÃO VI

1. D. Pedro Imperador do Brasil. 2. D. Miguel exilado na Austria. 3. Problema da sucessão.

D Pedro casa sua filha com o seu irmão regressado do exílio com quem faz um
pacto para a governação de Portugal.

1. D. Pedro abdica do trono brasileiro e assume a liderança dos liberais, refugiados


na ilha Terceira.
2. Os liberais conquistam o Porto.
3. D. Miguel é derrotado pelo irmão e obrigado a assinar em 1834 a convenção
Évora-Monte.

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A luta entre liberais e absolutistas

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A luta entre liberais e absolutistas

As Primeiras conspirações

A Revolução Liberal Portuguesa (1820) trouxe alterações que não


agradaram a todos os Portugueses, originando dois grupos rivais que se
confrontavam:
 Os Liberais – na sua maioria burgueses que defendiam a monarquia
liberal.
 OS Absolutistas - D. Carlota Joaquina e D. Miguel, juntamente com o
Clero e a Nobreza, conspiraram contra o Liberalismo e pretendiam
voltar a impor a monarquia absoluta.

Esta situação agravou-se com a morte de D. João VI, em 1826.


O legítimo herdeiro do trono, D. Pedro, já era imperador do Brasil. Por isso, D.
Pedro abdicou do trono português em favor da sua filha, D. Maria da Glória, com
duas condições:
- D. Maria da Glória casaria com o tio, D. Miguel;
- D. Miguel juraria a Carta Constitucional, outorgada por D. Pedro a
Portugal, em 1827;

Contudo, D. Miguel desrespeitou a Carta Constitucional, que estipulava a


separação dos poderes políticos, e proclamou-se rei absoluto.

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A Guerra Civil

Começou um período de perseguições aos liberais. Os que não


conseguiram fugir foram mortos ou presos.
Ao saber o que se passava em Portugal D. Pedro resolveu deixar o Brasil e vir
para a Europa.
Em 1832, D. Pedro IV, liderando um grupo de liberais, que resistiram ao
absolutismo, na ilha Terceira dos Açores. Desembarcaram no Mindelo e dirigiram-
se para o Porto.
As tropas absolutistas cercaram a cidade durante vários meses. Os liberais
resistiram e os absolutistas acabaram por levantar o cerco e fugir para sul.
Estava iniciada a guerra civil, que durou entre 1832-1834. As tropas
absolutistas foram derrotadas nas batalhas de Almoster e de Asseiceira. D. Miguel
assinou a paz na Convenção de Évora-Monte, saiu de Portugal e o liberalismo e a
monarquia constitucional triunfaram.

D. Miguel D. Pedro
D. Miguel nasceu em D. Pedro nasceu em Queluz,
Queluz, em 1802. Foi em 1798. Foi o segundo filho
o terceiro filho varão varão de D. João VI e de D.
de D. João VI e de D. Carlota Joaquina. Recebeu
Carlota Joaquina. o cognome de o
Recebeu o cognome “Libertador”, por ter libertado
de o “Usurpador”, por Portugal do absolutismo do
se ter apoderado seu irmão, D. Miguel. Esta era
ilegitimamente do trono português. Era a grande divergência entre os dois. Para D. Pedro, a
defensor do absolutismo e o líder dos liberdade e a igualdade de todos perante a lei eram
absolutistas portugueses, na sua maioria nobres valores fundamentais, considerando que o clero e a
e clérigos. Estes deviam manter os seus nobreza tinham de pagar impostos e que o rei devia
privilégios, como não pagar impostos. Em 1828, partilhar o seu poder para uma governação mais
dissolveu as Cortes, proclamou-se rei absoluto, eficaz. Em 1832, regressou a Portugal para implantar o
possuidor de todos os poderes políticos. Os liberalismo. Dois anos depois e após uma violenta
liberais foram perseguidos. Morreu na guerra civil, os liberais saíram vitoriosos. Morreu em
Alemanha, em 1866. setembro de 1834.

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