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A REVOLUÇÃO FRANCESA DE 1789 E SEUS REFLEXOS EM PORTUGAL

REVOLUÇÃO FRANCESA

Em 1789 aconteceu a Revolução Francesa que pôs fim à Monarquia Absoluta em


França. Esta revolução tinha como princípios a igualdade, a liberdade e a separação
dos poderes (liberalismo).

No entanto, os reis europeus absolutistas sentiram-se ameaçados com estas ideias


liberais, uniram-se e declararam guerra à França.

Napoleão Bonaparte estava à frente do governo francês e conseguiu derrotar os seus


opositores e passou a dominar grande parte da Europa, com excepção da Inglaterra. Para os
enfraquecer, ordenou que todos os portos europeus não permitissem a entrada de navios
ingleses – Bloqueio Continental.

o governo francês e conseguiu derrotar os seus opositores e passou a dominar grande


parte da Europa, com excepção da Inglaterra. Para os enfraquecer, ordenou que todos os
portos europeus não permitissem a entrada de navios ingleses – Bloqueio Continental.

Fuga da família real portuguesa para o Brasil

Neste período, Portugal tinha uma rainha, D. Maria I, viúva e doente. Por isso, o reino
era governado pelo seu filho, o príncipe João.

Portugal, como era um velho aliado da Inglaterra, e não queria perder o comércio com
os ingleses, demorou a aderir ao bloqueio continental imposto por Napoleão
Bonaparte. Quando o príncipe regente decidiu aderir ao bloqueio continental, já a
França e a Espanha, sua aliada, tinham decidido invadir Portugal.

A família real, com medo de ser presa pelas tropas francesas, parte para o Brasil em
1807, e é criada uma Junta de Regência para governar Portugal.
INVASÕES FRANCESAS EM PORTUGAL

1ª invasão francesa (1807)

Comandante: Junot

Instalou-se em Lisboa, mandou substituir a bandeira portuguesa pela francesa no castelo


de S. Jorge, acabou com a Junta de Regência e passou ele a governar Portugal.

Durante a invasão francesa destruíram-se culturas, mataram-se pessoas e foi roubado


tudo o que tivesse valor.

Reação portuguesa:

Foram criados movimentos de resistência pelos populares e foi pedido auxílio aos
ingleses. O exército anglo-português venceu os franceses nas batalhas da Roliça e do
Vimeiro e Junot assinou a Convenção de Sintra e abandonou Portugal.

2ª invasão francesa (1809)

Comandante: Soult

Entrou por Trás-os-Montes, chegou ao Porto mas encontrou uma forte resistência e
refugiou-se na Galiza.

3ª invasão francesa (1810)

Comandante: Massena

O seu exército perdeu muitos soldados na batalha do Buçaco mas tentou na mesma a
todo o custo chegar a Lisboa. No entanto, ficou retido na linha defensiva de Torres
Vedras, que era um conjunto de fortificações e canhões criados pelos ingleses para
proteger a cidade de Lisboa.

Massena foi obrigado a desistir e a retirar-se definitivamente.


A REVOLUÇÃO LIBERAL DE 1820

Situação do reino português após as invasões francesas

A população encontrava-se bastante descontente:

 A família real continuava no Brasil e sem intenções de voltar


 O reino encontrava-se pobre e desorganizado
 Os ingleses não saíram de Portugal e controlavam o comércio feito com o Brasil,
prejudicando assim os comerciantes portugueses

Grande parte da população, sobretudo o povo e a burguesia, começou a defender as


ideias liberais vindas de França.

Revolução liberal de 1820

Em 1818 foi fundada no Porto uma sociedade secreta chamada Sinédrio que tinha como
objetivo preparar uma revolução para expulsar os ingleses e ordenar o regresso do rei
que estava no Brasil.

Em 1820 iniciou-se a Revolução Liberal, no Porto, que depois se espalhou por todo o
país e em Lisboa.

Monarquia Liberal

Portugal passou a ter uma monarquia liberal.

Foram criadas as Cortes Constituintes, que tiveram a função de criar a Constituição


de 1822, onde estavam definidos os direitos e deveres dos cidadãos. Nesta Constituição
estava definido que todos os cidadãos eram iguais perante a lei e estava estabelecida
a separação de poderes.

INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

O rei D. João VI regressou a Portugal, ficando o seu filho D. Pedro na regência do


Brasil. Durante a permanência do rei o Brasil teve um grande desenvolvimento e os
portos foram abertos aos comerciantes estrangeiros o que favoreceu a burguesia
brasileira. Estes apoiaram D. Pedro que declarou a independência do Brasil em 1822.

A LUTA ENTRE LIBERAIS E ABSOLUTISTAS

Guerra Civil

Quando D. João VI morre, D. Pedro sucede-lhe mas abdica do trono para ficar no
Brasil. Passa a coroa para a sua filha Maria da Glória mas, como tinha apenas 7 anos,
fica como regente o seu irmão D. Miguel.

D. Miguel prometeu governar segundo um regime liberal mas em 1828 dissolveu as


cortes e passou a governar como rei absoluto com o apoio da nobreza e do clero e
perseguiu os liberais.

Em 1831, D. Pedro abdicou do trono brasileiro e rumou à Europa, instalando-se com


exilados liberais na Ilha Terceira, nos Açores.

Em 1832 desembarcou com as suas tropas numa praia próxima do Porto e avançou
sobre a cidade, sem encontrar resistência.

Assistimos assim a uma Guerra Civil em Portugal (de um lado os Absolutistas,


liderados por D. Miguel e do outro lado os Liberais, liderados por D. Pedro).
Só depois de várias derrotas é que D. Miguel assinou a paz através da Convenção de
Évora Monte em 1834.

O Liberalismo saiu vitorioso e implantou-se definitivamente no nosso país.

Revê aqui a matéria/resumo de matemática/síntese de HGP:

1820 e o liberalismo from cruchinho

EXERCÍCIOS

Teste | enunciado » correção

Nota: apenas o Grupo I se refere a este capítulo.

O que tens de saber neste capítulo, segundo o programa e metas curriculares de


HGP – 6º ano:

DOMÍNIO: PORTUGAL DO SÉCULO XVIII AO SÉCULO XIX

SUBDOMÍNIO: A REVOLUÇÃO FRANCESA DE 1789 E SEUS REFLEXOS


EM PORTUGAL

 Conhecer e compreender a revolução francesa e as invasões napoleónicas

1. Localizar no espaço e no tempo a grande revolução de 1789 e a onda


revolucionária que provocou na Europa e na América.
2. Referir os princípios políticos e sociais defendidos pelos revolucionários
franceses, destacando o fim do absolutismo e dos privilégios do clero e da
nobreza.
3. Reconhecer a construção de um Império na Europa por Napoleão Bonaparte.
4. Identificar o “bloqueio continental” como uma forma de enfraquecer a
Inglaterra.
5. Indicar os motivos que levaram Napoleão a invadir Portugal.
6. Descrever sucintamente as três invasões napoleónicas, salientando os seus
episódios mais marcantes.
7. Referir a fuga da família real e da corte para o Brasil aquando da primeira
invasão.
8. Referir a resistência popular e a ajuda militar inglesa na luta contra a ocupação
francesa

 Conhecer e compreender a Revolução Liberal de 1820

1. Relacionar as destruições provocadas pelas invasões, a permanência do rei no


Brasil e o domínio inglês em Portugal com o descontentamento generalizado dos
vários grupos sociais.
2. Descrever sucintamente o triunfo de uma revolução liberal em Portugal em
1820, destacando os seus principais protagonistas.
3. Justificar o apoio dos burgueses aos ideais revolucionários.
4. Referir a realização de eleições para as Cortes Constituintes, cujo objetivo era a
elaboração de uma Constituição.
5. Reconhecer a Constituição como a Lei fundamental de um Estado.

 Conhecer e compreender as consequências da Revolução Liberal de 1820

1. Referir o princípio da separação de poderes, a igualdade perante a lei e o


princípio da soberania nacional, por oposição ao absolutismo.
2. Reconhecer o caráter “revolucionário” da Constituição de 1822, salientando,
ainda assim, os seus limites, por referência ao voto verdadeiramente universal
atual
3. Descrever sucintamente o processo de Independência do Brasil.

 Conhecer o longo processo de afirmação da Monarquia Liberal

1. Justificar a oposição de largos setores da nobreza e do clero à nova ordem


política e social.
2. Descrever a solução encontrada por D. Pedro para resolver o problema de
sucessão ao trono, após a morte de D. João VI.
3. Referir o desrespeito do regente D. Miguel pela ordem liberal e a sua aclamação
como rei absoluto, em 1828, salientando o período de repressão que se seguiu.
4. Reconhecer a divisão da sociedade portuguesa entre absolutistas (apoiantes de
D. Miguel) e liberais (apoiantes de D. Pedro).
5. Descrever sucintamente a guerra civil de 1832-1834, salientando episódios
marcantes do triunfo de D. Pedro e da Monarquia Constitucional.

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