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-A implantação do liberalismo em Portugal

-Antecedentes e conjuntura (1807-1820)

-Nos inícios do século XIX, Portugal era um país típico do Antigo Regime;

-Governado pelo príncipe D. João (futuro D. João VI), a agricultura era a principal
atividade económica e a sociedade continuava com os antigos privilégios da nobreza e
clero;

-A Inquisição, a Real Mesa Censória e a Intendência-Geral da Polícia continuavam a sua


ação repressiva sobre todos aqueles que pretendiam alguma mudança;

-Nos centros urbanos, uma burguesia comercial, ligada ao comércio ao comércio com
o Brasil e alguns intelectuais esperavam uma mudança;

-Os ideais da Revolução Francesa (Liberdade, Igualdade e Fraternidade), pouco a


pouco, espalhavam-se, sobretudo entre a burguesia;

-Surgem lojas maçónicas;

-A maçonaria é uma sociedade secreta, cujos membros cultivam os princípios da


liberdade, igualdade, fraternidade e aperfeiçoamento intelectual, sendo assim uma
associação iniciática e filosófica. Os maçons estruturam-se e reúnem-se em células
autónomas, designadas por Lojas, todas iguais em direitos e honras e independentes
entre si.

-No início do século XIX, as Invasões Francesas vão proporcionar grandes


transformações em Portugal

-As invasões francesas e a dominação inglesa em Portugal

-Em 1806, Napoleão Bonaparte decreta o Bloqueio Continental (impedimento dos


países europeus comerciarem com a Inglaterra; Portugal, após hesitar, não aceitou o
bloqueio;

-Entre 1807 a 1811, a França invadiu, por três vezes, Portugal, comandadas
sucessivamente pelo general Junot, marechal Soult e pelo marechal Massena;

-A família real portuguesa refugiou-se no Brasil , e a colónia passou a ser sede de


governo;

-Invasões francesas:

 1ª - Liderada pelo general Junot, 1807-1808, chega até Lisboa;


 2ª - Liderada pelo marechal Soult, 1809, chega até ao Porto;
 3ª - Liderada pelo marechal Massena, 1810-1811, chega até às linhas de Torres
Vedras;

-As invasões devastaram o país, e a fuga da família real para o Brasil implicou o
domínio político e económico que a Inglaterra passou a exercer no nosso país;

-As invasões destruíram o país, sobretudo a região Norte, afetada pela violência dos
combates, mas também pela excessiva crueldade do exército francês:
-As atividades económicas (agricultura, comércio e indústria) foram profundamente
afetadas;

-Os mosteiros, palácios e igrejas foram saqueados;

-D. João VI, prolongou até 1821, a sua permanência no Brasil; Em 1815, o Brasil é
proclamado reino;

-O marechal Beresford (inglês), incumbido de reorganizar o exército, tornou-se o


comandante do exército português, os mais altos cargos militares foram ocupados por
ingleses;

-Beresford exerceu um rigoroso controlo sobre o Estado e a economia;

-Reativou a Inquisição e encheu as prisões de suspeitos de serem jacobinos;

-Em 1817, o general Gomes Freire de Andrade, e mais 11 oficiais do exército português
foram executados, por serem suspeitos de estrem envolvidos numa conspiração;

-A situação económica e financeira do país tornava-se deplorável;

-As despesas ultrapassavam as receitas, a economia definhava; Em 1808, os portos do


Brasil, são abertos ao comércio internacional, (fim do monopólio colonial);

-A perda do exclusivo comercial com o Brasil foi dramática para a economia


portuguesa, a burguesia sofreu prejuízos avultados;

-Em 1810, é assinado um tratado com a Grã-Bretanha, é uma espécie de reedição do


Tratado de Methuen, as mercadorias britânicas tinham grandes facilidades para serem
comercializadas em Portugal;

-A rebelião em marcha

-A burguesia começa a agitar-se;

-No Porto, em 1817, Manuel Fernandes Tomás, funda uma associação secreta, o
Sinédrio, que defendia os princípios do Liberalismo;

-A maior parte dos seus membros pertencia à Maçonaria;

-Em janeiro de 1820, em Espanha, uma revolução liberal, restaurou a Constituição de


1812 (liberal) que deixara de vigorar por causa da reação absolutista de 1814;

-A Espanha tornou-se um centro de agitação e de propaganda política liberal

-Em março de 1820, Beresford, embarcou para o Brasil, para solicitar ao rei dinheiro
para o pagamento de despesas militares e mais poderes para reprimir a agitação que
grassava em Portugal;

-Os membros do Sinédrio aproveitaram a ausência de Beresford, e a revolução liberal


desencadeou-se a 24 de agosto de 1820;

-Consequências das invasões francesas:

-A família real fugiu para o Brasil;


-Na ausência do rei os ingleses dominam o governo português. Perseguição aos
suspeitos de jacobinismo;

- As invasões francesas contribuíram para a divulgação das ideias liberais;

-As invasões são responsáveis pela destruição e desorganização da produção


económica;

-A abertura dos portos brasileiros ao comércio internacional;

-Tratado de comércio com a Inglaterra que abria o mercado nacional aos têxteis
ingleses;

-A burguesia foi muito afetada economicamente;

-A Revolução de 1820 e as dificuldades de implantação da ordem liberal (1820-1834)

-No dia 24 de agosto de 1820, no Porto, deu-se um levantamento militar com o apoio
da burguesia comercial e até de alguns proprietários rurais de origem aristocrática;

-Militares, burguesia comercial e proprietários rurais estavam unidos contra a


dominação inglesa porque todos se sentiam prejudicados;

-Os revoltosos constituíram uma “Junta Provisional do Supremo Governo do Reino”;

-Manuel Fernandes Tomás redigiu o “Manifesto aos Portugueses” para dar a conhecer
os objetivos do movimento;

-Objetivos do movimento de 1820:

-Respeito pela monarquia e pelo catolicismo;

-Apelam à aliança com o rei;

-Pretendiam convocar novas Cortes para redigirem uma Constituição para Portugal;

-Defesa dos direitos dos portugueses;

-A implementação de um governo justo e eficaz;

-A revolução encontrou por todo o país uma forte adesão;

-Em 15 de setembro, em Lisboa, um grupo de oficiais do exército, expulsaram os


regentes e constituíram um governo interino;

-A 28 de setembro, os governos do Porto e Lisboa fundiram-se numa nova “Junta


Provisional do Supremo Governo do Reino”;

-Freire de Andrade, presidente;

-Manuel Fernandes Tomás, encarregado dos negócios do Reino e da Fazenda;

-O governo exerceu funções durante 4 meses, e organizou eleições para as Cortes


Constituintes que iniciaram os seus trabalhos em 24 de janeiro de 1821;

-A revolução tinha triunfado sem violência;

-A Constituição de 1822
-As Cortes Gerais Extraordinárias e Constituintes da Nação Portuguesa, redigiram a
primeira Constituição de Portugal, assinada no dia 23 de setembro de 1822, e jurada
pelo rei, D. João VI, a 1 de outubro de 1822;

-Constituição de 1822

-A Constituição de 1822 é baseada na Constituição Espanhola de 1812 nas francesas de


1791, 1793 e 1795;

-Reconhece os direitos individuais;

-Garante a liberdade, a segurança, a propriedade privada e a igualdade perante a lei;

-Afirma a soberania da nação;

-O direito de voto é concedido a todos os homens, maiores de 25 anos que soubessem


ler e escrever;

-Introduz a independência dos poderes do estado: legislativo, judicial e executivo;

-Os deputados são eleitos em sufrágio direto;

-Não reconhece privilégios à nobreza e ao clero;

-O poder real é submetido à supremacia das Cortes;

Foi uma Constituição progressista, fruto da determinação dos deputados mais radicais,
cuja a ação se projetou no chamado vintismo;

-Nas Cortes Constituintes defrontaram-se duas fações, a do vintismo, mais radical e


democrática e a dos moderados, que pretendiam uma constituição mais moderada;

-As questões mais polémicas desenrolaram-se em torno da questão religiosa, da


estrutura das câmaras e da natureza do veto régio;

-Na questão religiosa, os conservadores defendiam a religião católica como a única


permitida e censura a todos os escritos religiosos, esta opinião foi ultrapassada pela
opinião vintista que a religião católica era a religião oficial dos Portugueses e não
existia censura para os escritos eclesiásticos, não consagrava a liberdade religiosa, mas
permitia aos estrangeiros realizarem os seus cultos;

-Na prática a religião católica não era a única no país;

-Sobre o funcionamento das Cortes Legislativas, os deputados conservadores


defendiam a existência de duas Câmaras (sistema inglês), uma Câmara de Deputados
do Povo e uma Câmara Alta para representar as classes superiores;

-Mas a ala mais radical impôs uma Câmara única;

-Em relação ao poder de veto do rei, ficou decidido que o monarca, quando não
concordasse com uma lei, poderia remetê-la às Cortes, para uma segunda votação,
esta seria definitiva e de aceitação obrigatória para o rei;

-A soberania residia no Parlamento (Cortes Legislativas);

-Precariedade da legislação vintista de carácter socioeconómico


-As Cortes legislaram em muitos domínios no sentido de erradicarem as estruturas do
Antigo Regime:

 Estabelece uma Monarquia Constitucional;


 Extinção da Inquisição e da censura prévia;
 Separação dos três poderes políticos do Estado;
 Poderes do rei limitados pela Constituição (o rei tem o poder executivo);
 Garante aos portugueses a liberdade, segurança e propriedade; Sufrágio não
universal (homens, mais de 25 anos e que sejam alfabetizados);
 As Cortes criaram o primeiro banco português, o Banco de Lisboa;
 Os bens da Coroa são transformados em bens nacionais;
 É abolido o pagamento da dízima à Igreja;
 Foram encerrados numerosos mosteiros;
 São eliminadas as justiças privadas;

-É realizada a reforma dos forais (Lei dos Forais) que procuraram libertar os
camponeses dos pagamentos a que eram obrigados;

-Esta reforma não atingiu totalmente os seus objetivos, pois as terras que não estavam
regulamentadas por forais mantiveram as prestações antigas, criaram uma situação de
desigualdade que fomentou a instabilidade social e muitas rendas pagas até então em
géneros foram convertidas em pagamento em dinheiro;

-A ação do vintismo foi contraditória:

 Adotou medidas claramente liberais; Mas numas Cortes constituídas


maioritariamente por burgueses proprietários rurais, protegeu os seus
interesses, mantendo privilégios para a Companhia da Agricultura das Vinhas
do Alto douro e proibiu a importação de cereais, azeite, vinho, porcos e de
licores;
 Provocou o descontentamento das classes populares que pretendiam uma
reforma socioeconómica mais profunda que eliminasse completamente as
estruturas do Antigo Regime;
 O vintismo contou com a oposição das classes privilegiadas que não queriam
perder os seus direitos, e eram apoiados pela rainha, D. Carlota Joaquina, e
pelo filho D. Miguel;

-A Desagregação do Império Atlântico: A Independência do Brasil

-D. João VI, e a Corte, residiram no Brasil entre 1807 a 1821;

-O Brasil foi transformado em sede da monarquia portuguesa e elevado a reino em


1815;

-A colónia conheceu um grande progresso económico, político e cultural;

-Os seus portos foram abertos aos navios estrangeiros;

-Foi revogada a lei que proibia a existência de indústrias;

-Foi criado um banco, tribunais, instituições de ensino e culturais;

-No início do século XIX, o Brasil conta com quase um milhão de habitantes;
-Ao desenvolvimento verificado, acresce a independência das colónias espanholas na
América;

-Aumentam as ideias autonomistas entre os colonos brasileiros;

-Em 1789 houve uma rebelião em Vila Rica (Ouro Preto), pretendiam formar um
governo republicano e conseguir a independência de Minas Gerais;

-Esta revolta ficou conhecida por Inconfidência Mineira, e foi liderada por José da Silva
Xavier, o Tiradentes (um dentista, ex-militar), o único condenado à morte, o grande
herói da libertação nacional brasileira;

-A atuação das Cortes Constituintes

-A Revolução liberal de 1820 levou o monarca português, D. João VI, a regressar a


Portugal a 3 de julho de 1821;

-Antes de partir, disse ao seu filho primogénito que ficou no Brasil como regente: Se o
Brasil se separar (de Portugal), antes seja para ti que me hás de respeitar, do que para
algum desses aventureiros”;

-O Brasil declarou a independência no dia 7 de setembro de 1822;

-Uma das causas da declaração de independência do Brasil foi a política antibrasileira


das Cortes Constituintes portuguesas;

-A maioria dos deputados (que dependia do comércio colonial) queria restituir o Brasil
à condição de colónia e pretendiam rejeitar o estatuto de “Reino Unido”, que usufruía
com a presença de D. João VI;

-As Cortes legislaram no sentido de tornar o Brasil dependente de Portugal em


matérias judiciais e administrativas. Foi retirada a liberdade comércio (retornava o
monopólio comercial português sobre a sua colónia);

-O príncipe regente foi chamado a Portugal, sobre o pretexto de terminar a sua


educação na Europa; Módulo 5, História A 30

-A independência foi proclamada por D. Pedro, nas margens do rio Ipiranga, São Paulo,
7 de setembro de 1822;

-A independência do Brasil só foi reconhecida por Portugal em 1825;

-A independência do Brasil foi um grande fracasso para a política vintista, colocou em


causa os interesses económicos da burguesia portuguesa e comprometeu a
recuperação económica do Brasil;

-Cresceu o descontentamento da oposição;

-Entre 1823 e 1824, o vintismo entra em declínio e desaparece em 1826;

-A Resistência ao Liberalismo

-A Revolução de 1820 desenrola-se no seio de uma conjuntura externa desfavorável;

-Em 1825, constitui-se a Santa Aliança, entre a Rússia, Áustria e Prússia, com a entrada
da Inglaterra, surge a Quádrupla Aliança, mais tarde a França também adere;
-Destinava-se a manter a ordem política estabelecida na Europa após o Congresso de
Viena, ou seja, tentar impedir o desenvolvimento das ideias liberais na Europa;

-O desenvolvimento em Portugal dos ideais vintistas levou a várias tentativas de


estabelecer um bloqueio comercial e no apoio fornecido à oposição absolutista
portuguesa;

-A contrarrevolução absolutista conspira contra o liberalismo, são apoiados pelas


fações mais conservadoras do clero e da nobreza (que viram alguns dos seus
privilégios abolidos) e contam com a liderança da rainha, D. Carlota Joaquina e o
infante D. Miguel;

-Em 1823, animados pela restauração do absolutismo em Espanha, estala uma revolta
em Vila Franca de Xira (Vila-Francada);

-A revolta é liderada por D. Miguel;

-A tentativa de insurreição termina quando D. João VI toma o comando da situação e


obriga o filho a ceder;

-D. João VI, remodela o governo, afasta os elementos mais radicais e propõe-se alterar
a Constituição;

-Apesar dos esforços de D. João VI para moderar o governo liberal, surge uma nova
tentativa de impor o absolutismo em Portugal;

-No dia 30 de abril de 1824 (Abrilada), os opositores absolutistas prendem os membros


do governo, e pretendem que o rei abdique em favor da rainha;

-D. João VI conseguiu dominar a situação, e D. Miguel foi obrigado a partir para o
estrangeiro (exilado);

-A Carta Constitucional e a tentativa de apaziguamento político-social

-D. João VI morre em março de 1826;

-Reativam-se as tensões político-sociais;

-O filho mais velho, D. Pedro, era imperador do Brasil;

-O filho mais novo, exilado na Áustria, era adepto do Absolutismo;

-O país é governado por um Conselho de Regência provisório presidido pela filha do


monarca falecido, D. Isabel Maria;

-Este Conselho enviou ao Brasil uma delegação para resolver o problema da sucessão;

-D. Pedro foi considerado o legítimo herdeiro da Coroa Portuguesa;

-Em abril confirmou a regência da sua irmã, D. Isabel Maria;

-No final do mês outorgou um novo documento constitucional, mais conservador e


moderado que a Constituição de 1822, a Carta Constitucional;

-Este documento foi outorgado e não aprovado pelos representantes do povo


(parlamento);
-A Carta Constitucional introduz inovações antidemocráticas:

 As Cortes são constituídas por duas câmaras: A Câmara dos Deputados é eleita
através de sufrágio indireto, homens, com mais de 100$00 réis de renda anual
líquida;
 A Câmara dos Pares (Nobreza e Clero) eram nomeados pelo rei a título
vitalício;
 Ao rei era atribuído um quarto poder, o poder moderador;
 O rei nomeava os Pares, convocava as Cortes, podia dissolver a Câmara dos
deputados, podia nomear e demitir o Governo, suspender os magistrados,
conceder amnistias e vetar, a título definitivo, as decisões das Cortes;
 Os direitos individuais eram relegados para o fim do documento;

-D. Pedro abdicou dos seus direitos ao trono em favor da sua filha mais velha, D. Maria
(7 anos de idade);

-Ela deveria celebrar os esponsais com o seu tio D. Miguel, que deveria jurar cumprir a
Carta Constitucional e assumir a regência imediata de Portugal;

-Apesar dos poderes do rei serem manifestamente ampliados isso não foi suficiente
para os adeptos do absolutismo;

-A guerra Civil

-D. Miguel regressou a Portugal em 1828;

-Convocou umas cortes ao modo do Antigo Regime (ordens) e nelas foi proclamado
rei;

-Inicia uma perseguição e repressão sobre os simpatizantes do liberalismo;

-Muitos fogem para o estrangeiro e começam a organizar a resistência;

-Em 1831, D. Pedro abdica do trono brasileiro, e assume a liderança dos liberais;

-Estes organizam-se na ilha Terceira (Açores) que, entretanto, se tinha revoltado


contra o absolutismo;

-Na ilha Terceira constituem um exército de 7500 homens que em 1832, desembarca
no Mindelo (Matosinhos);

-Dirigem-se para o Porto que praticamente não ofereceu resistência;

-No entanto aí foram cercados pelo exército absolutista; A guerra durou 2 anos;

-Os liberais organizaram uma expedição ao Algarve, e a partir daí conseguiram


conquistar Lisboa;

-Após ser derrotado em duas batalhas (Almoster e Asseiceira), D. Miguel, assina a


Convenção de Évora-Monte e parte definitivamente para o exílio;

-O novo ordenamento político e socioeconómico (1832/34-1851)

-A ação reformadora da regência de D. Pedro


-O ministro de D. Pedro, José Mouzinho da Silveira, ministro da Fazenda e da Justiça
(1832/1833), realizou um enorme trabalho legislativo (publicação de leis) que tinham
como objetivo criar em Portugal um Estado Liberal;

-Legislação de Mouzinho da Silveira:

 Agricultura: Aboliu a dízima, morgadios e forais (liberta os camponeses das


dependências tradicionais);
 Comércio: Acabou com as alfândegas internas e reduziu os impostos das
exportações;
 Indústria: Acabou com os monopólios;
 Territórios: Criou o Registo Civil, dividiu o território em províncias, comarcas e
concelhos; criou circunscrições judiciais e o Supremo Tribunal de Justiça;
 Finanças: Criou os impostos a nível nacional;
 Educação e Cultura: Criou novas escolas e a Biblioteca Pública do Porto;

-O objetivo da legislação promulgada por Mouzinho da Silveira foi criar um Estado


moderno e liberal.

1. 44. Outras reformas: Ferreira Borges, criou o Código Comercial (1833), estabelece o


princípio da livre circulação de produto (liberalismo económico) Joaquim António
Aguiar, ministro da Justiça, (1834/1835), aboliu o clero regular (Extinção das Ordens
Religiosas); Confiscação e nacionalização dos bens das ordens religiosas, foram
organizados leilões que beneficiaram a alta burguesia, o dinheiro arrecadado foi usado
para pagar dívidas do Estado; O facto de só uma minoria (alta burguesia) ter
beneficiado desta venda em hasta pública gerou descontentamento generalizado;
Módulo 5, História A 44

2. 45. Os projetos Setembristas e Cabralistas O setembrismo (1836/1842) Em setembro


de 1836 dá-se uma revolução civil que obrigou a rainha D. Maria (1826/1853) a
revogar a Carta Constitucional e a jurar a Constituição de 1822 e a convocar eleições; O
setembrismo foi um movimento da pequena e média burguesia, apoiada pelo povo
que reagiam contra o domínio da alta burguesia que levara o país à miséria e o
governo era acusado de corrupção. Módulo 5, História A 45

3. 46. Os líderes setembristas eram o visconde Sá da Bandeira e Passos Manuel; O novo


governo procurou desenvolve rum país mais democrático; Em 1838, foi promulgada
uma nova constituição (Constituição de 1838) que procurava um compromisso entre o
conservadorismo da Carta Constitucional e o radicalismo da Constituição de 1822;
Módulo 5, História A 46

4. 47. Constituição de 1838: O rei perde o poder moderador mas continua com a


possibilidade de vetar definitivamente as leis; O voto é censitário; Dá relevo aos
direitos individuais; Existem duas Câmaras: Deputados e Senadores; Módulo 5, História
A 47

5. 48. Em termos económicos o governo setembrista tomou medidas protecionistas,


aumentando as taxas alfandegárias para as importações ; Fomentou o associativismo
comercial; Desenvolveram a exploração colonial em África, o tráfico de escravos foi
proibido a sul do equador, para fomentar o desenvolvimento de outras áreas
económicas (não baseadas na mão de obra escrava); Não aboliram as taxas fiscais
aplicadas aos pequenos agricultores; Em termos económicos a política setembrista
saldou-se por um relativo fracasso; Módulo 5, História A 48

6. 49. Ao nível do ensino promoveu a reforma do ensino primário, secundário e


universitário; Reformaram-se as universidades; Foram criados os liceus, onde se
lecionava um ensino moderno que preparasse os filhos da burguesia para seguirem
para estudos superiores; A criação dos liceus não teve efeitos imediatos, devido à falta
de professores com preparação; Módulo 5, História A 49

7. 50. O setembrismo falhou por não ter abolido os pesados impostos que recaíam sobre
os pequenos agricultores e pelo facto de não ter aumentado as taxas dos grandes
proprietários; Em termos de desenvolvimento industrial também se pode dizer que foi
um relativo fracasso; A falta de capitais para investir e o seu desvio para fins
especulativos e de usura dificultou o desenvolvimento económico; No entanto pode-se
dizer que o governo setembrista permitiu algum desenvolvimento à burguesia;
Módulo 5, História A 50

8. 51. O cabralismo (1842/1851) O governo setembrista enfrentou a oposição dos liberais


mais radicais, como dos mais conservadores (cartistas); Em fevereiro de 1842, o
ministro da Justiça, António Costa Cabral, através de um golpe de Estado pacífico, pôs
termo à Constituição de 1838, com o apoio da rainha; O novo governo será conhecido
por cabralismo, caracteriza-se por: poder autoritário, restauração da Carta
Constitucional e representa o regresso ao poder da grande burguesia sob a bandeira
da ordem pública e do desenvolvimento económico; Módulo 5, História A 51

9. 52. Principais medidas do cabralismo: Fomento industrial (difusão do vapor);


Desenvolvimento das obras públicas (Companhia das Obras Públicas de Portugal(1844)
(reparação e construção de estradas), construíram-se pontes, entre essas a ponte
sobre o rio Douro; Realizou-se uma reforma fiscal (Código Administrativo de 1842),
criação do Tribunal de Contas para fiscalizar as despesas do estado; Módulo 5, História
A 52

10. 53. A Lei da Saúde Pública (1846) proibia o enterramento nas Igrejas; Esta lei e o
excesso de autoritarismo e burocracia do governo cabralista desencadearam duas
movimentações de cariz popular; A revolta da Maria da Fonte e a Patuleia; Entre 1846
e 1847 vive-se num clima de guerra civil; Em abril/maio de 1846, no Minho,
desencadeia-se a revolta da Maria da Fonte; A Patuleia decorre de outubro de 1846 a
junho de 1847. Começa no Porto e alastra a todo o país. O pretexto foi o facto do não
cumprimento da promessa da rainha de realizar eleições por sufrágio direto para a
Câmara dos Deputados; Módulo 5, História A 53

11. 54. Alguns falam a depor a rainha e falam na implantação de uma República; Perante a
gravidade da situação o governo pediu a intervenção da Espanha e da Inglaterra; Na
Convenção do Gramido (Valbom, Gondomar, junho de 1847) foi assinada a paz entre
as fações em disputa (setembrista e cabralistas); Costa Cabral foi demitido mas voltaria
ao governo em 1849; Foi afastado do poder em 1851, pelo golpe militar do marechal
Duque de Saldanha, que instituiu a Regeneração (cartismo moderado). Módulo 5,
História A 54

12. 55. Esquema in “Preparação para o Exame Nacional, História A 11, Porto Editora
Módulo 5, História A 55
13. 56. Esta apresentação foi construída tendo por base a seguinte bibliografia: COUTO,
Célia Pinto, ROSAS, Maria Antónia Monterroso, O tempo da História 11, Porto Editora,
2011 Preparação para o Exame Nacional, História A, 11, Porto Editora, 2013 SANCHES,
Mário, História A, Edições ASA, 2006 Módulo 5, História A 56

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