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A IMPLANTAÇÃO DO LIBERALISMO EM PORTUGAL

CONJUNTURA:
▫ Monarquia absoluta
▫ Pouca difusão dos ideais iluministas
▫ Estruturas típicas do Antigo Regime
− Predomínio do setor primário
− Sociedade clerical e aristocrática
− Terceiro Estado sobrecarregado de impostos
▫ Ação repressiva e censura
− Inquisição
− Real Mesa Censória
− Intendência-Geral da polícia
▫ Expansão dos ideais liberais ficou a dever-se a:
− Ação dos estrangeiros que voltaram a Portugal
− Maçonaria, com lojas em Lisboa, no Porto e em Coimbra

ANTECEDENTES:
▫ 1806 - Napoleão Bonaparte decreta o Bloqueio Continental
▫ D. João VI adota uma política ambígua
▫ Embarque da família real para o Brasil (levou a três invasões francesas)

CONSEQUÊNCIAS DAS INVASÕES:


▫ Devastação e destruição do país
− Elevado número de vítimas
− Destruição de edifícios e infraestruturas
− Saque de igrejas e mosteiros
− Destruição de campos agrícolas e manufaturas
▫ Portugal: uma colónia brasileira
− Permanência da família real no Brasil
− Portugal passa de sede de reino a colónia
− Abertura dos portos do brasil ao comércio internacional (1808)
− Tratado do comércio com Inglaterra (1810)
− Elevação do Brasil a reino (1815)
▫ Portugal: protetorado inglês
− General Beresford torna-se presidente da Junta Governativa e chefe das tropas portuguesas
− Ingleses ocupam as mais altas patentes do exército
− Controlo da economia
− Controlo do funcionalismo público
− Agravamento da situação económica
− Défice das finanças publicas
− Crise no comercio colonial
− Crise nas manufaturas
AUMENTO DA AGITAÇÃO REVOLUCIONÁRIA:
▫ Permanência do rei no Brasil
▫ Descontentamento da burguesia – organiza a revolução
▫ Manuel Fernandes Tomás funda o sinédrio (1817) - objetivo: intervir quando houvesse condições
favoráveis

REVOLUÇÃO LIBERAL PORTUGUESA


A REVOLUÇÃO DE 1820:
▫ Conjuntura favorável
− Ida de Beresford ao brasil (1820)
− Revolução liberal em Espanha (1820)
▫ 24 de agosto de 1820: Golpe Militar no Porto
▫ Sucesso do levantamento militar
− Apoio de negociantes burgueses (comércio)
− Apoio de magistrados (cargos)
− Apoio de militares (cargos)

MANIFESTO DE MANUEL FERNANDES TOMÁS:


▫ Objetivos da revolução:
− Acabar com o Absolutismo
− Manter o respeito pelas instituições (monarquia e igreja)
− Convocar Cortes
− Elaborar uma Constituição

JUNTA PROVISIONAL DO SUPREMO GOVERNO DO REINO:


▫ Objetivos:
− Expulsar os generais ingleses
− Exigir o regresso do rei
− Organizar eleições para as Cortes Constituintes

FAÇÕES NAS CORTES CONSTITUINTES:


▫ Moderada e conservadora defende:
− Modelo inglês bicameral das Cortes
− Veto definitivo para o rei
− Estabelecer o catolicismo como a única religião do reino
▫ Radical e democrata defende:
− Câmara única nas Cortes
− Direito de veto para o rei apenas uma vez
− Estabelecer o catolicismo como a única religião do reino sem censura
CONSTITUIÇÃO DE 1822
INFLUÊNCIAS:
▫ Constituição espanhola de 1812
▫ Constituições francesas (1791,1793, 1795)

DIREITOS E DEVERES DOS CIDADÃOS:


▫ Liberdade
▫ Segurança
▫ Propriedade
▫ Igualdade perante a lei
▫ Não reconhece privilégios à nobreza e ao clero

PODER:
▫ Soberania nacional
▫ Monarquia constitucional
▫ Separação de poderes
− Legislativo: Cortes
− Executivo: Rei
− Judicial: Tribunais independentes
▫ Direito ao voto (homens, mais de 25 anos, alfabetizados)
▫ Religião Católica (religião oficial, mas não única)

LEGISLAÇÃO DAS CORTES CONSTITUINTES:


▫ Extinção das estruturas do Antigo Regime
− Abolição da dízima
− Encerramento de mosteiros e conventos
− Extinção da Inquisição e da censura
− Liberdade de ensino e de imprensa
− Fundação do 1º banco português: Banco de Lisboa
− Nacionalização dos bens da coroa

A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
CAUSAS:
▫ Progresso económico, cultural e político entre 1807-21
− Brasil torna-se sede da monarquia
− Abertura dos portos brasileiros (1808)
− Elevação a reino em 1815
− Criação de indústrias
▫ Política antibrasileira das Cortes Constituintes
− Força o regresso de D. João VI a Lisboa
− Legisla para retirar o estatuto de reino ao Brasil restituindo-lhe o título de colónia
− Ordena o regresso de D. Pedro a Lisboa (setembro de 1821)

CONSEQUÊNCIAS PARA PORTUGAL:


▫ Afeta os interesses comerciais e industriais (matérias-primas para indústrias)
▫ Atrasa a recuperação financeira do país (Brasil era a principal fonte de receitas)
▫ Faz crescer a oposição e o descontentamento face ao vintismo

A RESISTÊNCIA AO LIBERALISMO
OPOSIÇÃO INTERNA:
▫ Descontentamento na sociedade portuguesa devido a:
− Agravamento da situação económica
− Mentalidade religiosa e tradicionalista por parte dos camponeses
− Oposição do Clero e da Nobreza prejudicados pela abolição dos privilégios senhoriais
− Apoio do absolutismo por parte de D. Carlota Joaquina e D. Miguel

CONTRA-REVOLUÇÃO ABBSOLUTISTA
A VILAFRANCADA (1823):
▫ Revolta de dois regimentos portugueses em Vila Franca
▫ D. Miguel junta-se aos insurgentes assumindo a liderança
▫ D. João VI intervém e resolve a situação:
− Íntima o filho a comparecer perante ele
− Remodela o governo entregando-o à ala moderada
− Propõe alteração da Constituição

A ABRILADA (1823):
▫ Os partidários de D. Miguel prendem o governo, pretendendo a abdicação do rei e regência de D.
Carlota Joaquina
▫ D. João VI e o Corpo Diplomáticos intervêm e D. Miguel é exonerado dos cargos e exilado em VIENA
DA Áustria

A CARTA CONSTITUCIONAL E A TENTATIVA DE APAZIGUAMENTO POLÍTICO-SOCIAL:


▫ 1826: morte de D. João VI

PROBLEMA DA SUCESSÃO
▫ D. Pedro (primogénito) era imperador do Brasil
▫ D. Miguel era absolutista e estava exilado
▫ D. Pedro assume-se como legitimo herdeiro do trono, tomando o título de Pedro IV
▫ Medidas conciliatórias:
− 29 de abril: outorga a Carta Constitucional, mais moderada
− 2 de maio: abdica dos seus direitos à coroa na sua filha mais velha, D. Maria
− Combina o casamento de D. Maria (7 anos) com D. Miguel (24 anos), que deve regressar a Portugal,
jurar a Carta Constitucional e assumir a Regência durante a menoridade da rainha

A CARTA CONSTITUCIONAL:
▫ Inovações antidemocráticas:
− 2 câmaras (câmara dos deputados e camara dos pares)
▫ Divisão dos poderes: 4 poderes
− Poder moderador (4º poder) Aumenta o poder do rei que passa a ter veto definitivo

A GUERRA CIVIL:
▫ 1832: desembarque na praia de Pampelido, perto do Porto
− Toma a cidade do Porto
− D. Miguel cerca a cidade durante dois anos
▫ 1833: Duque da Terceira desembarca no Algarve e toma Lisboa:
− Miguelistas enfraquecem e perdem a adesão popular
− 1834: 22 de abril – Assinatura do Tratado de Londres
− Formula uma Quádrupla Aliança para restaurar as monarquias liberais
▫ 1834: Convenção de Évora Monte (26 de Maio)
− D. Miguel abdica a favor de D. Maria II
− Exílio definitivo de D. Miguel
− D. Pedro inicia uma política de reconciliação nacional

VITÓRIA DEFINITIVA DO LIBERALISMO

O NOVO REORDENAMENTO POLÍTICO E SOCIOECONÓMICO (1832/34-51)


A LEGISLAÇÃO DE MOUZINHO DA SILVEIRA:
▫ Medidas:
− Liberalização da propriedade agrária (abolição dos morgadios e forais, abolição total dos dízimos e
extinção dos bens da coroa)
− Liberalização das atividades económicas (portagens internas, direitos de pesca, diminuição dos
direitos de exportação e extinção de monopólios do sabão e do Vinho do Porto)
− Reforma das finanças (tributação nacional e não local, e tribunal do Tesouro Público)
− Reorganização administrativa do país em províncias, comarcas, conselhos
− Registo civil (cidadão como membro político da nação)
OS PROJETOS SETEMBRISTA E CABRALISTA
REVOLUÇÃO DE SETEMBRO DE 1836:
▫ 9 e 10 de setembro em Lisboa
− Levantamento popular contra a chegada dos deputados eleitos pelo Porto
− Apoio ao movimento por parte do exército e da Guarda Nacional
▫ Intervenientes:
− Pequena e média burguesia
− Posterior apoio do exército
▫ Fatores:
− Miséria resultante da guerra civil
− Contestação ao Governo cartista
▫ Objetivos dos revoltosos:
− Repor a Constituição de 1822, mais democrática

ATUAÇÃO DO GOVERNO SETEMBRISTA:


▫ Nova Constituição - 1838
− Acentua-se a Soberania da Nação
− O Rei perde o poder moderador, mas mantém o veto definitivo
− Bicameralismo eletivo e temporário: a camara dos pares torna-se camara dos senadores eleita
− Eleições diretas, mas censitárias

COMPROMISSO ENTRE O VINTISMO RAADICAL (CONSTITUIÇÃO DE 1822) E O CARTISMO MONÁRQUICO


(CARTA CONSTITUCIONAL DE 1826)

▫ A nível económico:
− Defesa dos interesses e da pequena e média burguesia
− Desenvolver o país
− Industrializar (em 1838 realizou-se a primeira Exposição Industrial Portuguesa)
▫ Reforma do Ensino (Passos Manuel)
− Objetivo: formar elites qualificadas
− Medidas: criação de instituições modernas onde se praticasse a liberdade de ensino e pensamento

FRACASSO DO SETEMBRISMO:
▫ Falta de professores e edifícios para os estabelecimentos de ensino criados
▫ Não aboliu as taxas gravosas para pequenos agricultores
▫ Não penalizou com impostos os grandes empresários
▫ Falta de capitais
▫ Instabilidade política (sete governos em seis anos)
O CABRALISMO E O REGRESSO À ORDEM CONSTITUCIONAL:
▫ 1839: Costa Cabral torna-se ministro da Justiça
▫ 1842: Restaura a Carta Constitucional com um golpe de estado pacífico

CABRALISMO

▫ Regresso ao poder da Alta Burguesia


▫ Objetivos:
− Ordem pública e progresso económico

GUERRA CIVIL:
▫ Causas:
− Inovação das medidas cabralistas
− Política de repressão
− Ostentação material de Costa Cabral
− Motins populares de camponês
− es típicos do Antigo Regime (más colheitas, subida de preços, baixa salarial, carga fiscal)
▫ 1ª fase: Revolta da Maria da Fonte (abril e maio de 1846)
− Reação popular a medidas governamentais: leis de saúde (proibição de enterramentos nas igrejas);
leis das estradas (trabalho gratuito dos camponeses para o Estado, 4 dias por ano)
▫ 2ª fase: A Patuleia (outubro de 1846 a junho de 1847)
− Reação e oposição: demissão dos ministros anti-cabralistas nomeados aquando da revolta da Maria
da Fonte

VITÓRIA DEFINITIVA DO CARTISMO:


▫ 1849: Costa Cabral regressa ao poder
− Governo mais moderado
− Sem sucesso na estabilização da vida nacional
− Não consegue o concílio entre as forças opostas

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