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Invasões francesas:
1ª - Liderada pelo general Junot, 1807-1808, chega até Lisboa;
2ª - Liderada pelo marechal Soult, 1809, chega até ao Porto;
3ª - Liderada pelo marechal Massena, 1810-1811, chega até às linhas de Torres Vedras;
As invasões devastaram o país, e a fuga da família real para o Brasil implicou o domínio político e económico
que a Inglaterra passou a exercer no nosso país;
As invasões destruíram o país, sobretudo a região Norte, afetada pela violência dos combates, mas também
pela excessiva crueldade do exército francês: As atividades económicas (agricultura, comércio e indústria)
foram profundamente afetadas;
Os mosteiros, palácios e igrejas foram saqueados; D. João VI, prolongou até 1821, a sua permanência no
Brasil; Em 1815, o Brasil é proclamado reino;
O marechal Beresford (inglês), incumbido de reorganizar o exército, tornou-se o comandante do exército
português, os mais altos cargos militares foram ocupados por ingleses; Beresford exerceu um rigoroso controlo
sobre o Estado e a economia; reativou a Inquisição e encheu as prisões de suspeitos de serem jacobinos; Em
1817, o general Gomes Freire de Andrade, e mais 11 oficiais do exército português foram executados, por
serem suspeitos de estrem envolvidos numa conspiração.
A situação económica e financeira do país tornava-se deplorável. As despesas ultrapassavam as receitas, a
economia definhava; Em 1808, os portos do Brasil, são abertos ao comércio internacional, (fim do monopólio
colonial).
A perda do exclusivo comercial com o Brasil foi dramática para a economia portuguesa, a burguesia sofreu
prejuízos avultados; Em 1810, é assinado um tratado com a Grã-Bretanha, é uma espécie de reedição do
Tratado de Methuen, as mercadorias britânicas tinham grandes facilidades para serem comercializadas em
Portugal;
A rebelião em marcha
A burguesia começa a agitar-se. No Porto, em 1817, Manuel Fernandes Tomás, funda uma associação secreta,
o Sinédrio, que defendia os princípios do Liberalismo.
A maior parte dos seus membros pertencia à Maçonaria; em janeiro de 1820, em Espanha, uma revolução
liberal, restaurou a Constituição de 1812 (liberal) que deixara de vigorar por causa da reação absolutista de
1814.
A Espanha tornou-se um centro de agitação e de propaganda política liberal.
Em março de 1820, Beresford, embarcou para o Brasil, para solicitar ao rei dinheiro para o pagamento de
despesas militares e mais poderes para reprimir a agitação que grassava em Portugal; os membros do Sinédrio
aproveitaram a ausência de Beresford, e a revolução liberal desencadeou-se a 24 de agosto de 1820;
· Tratado de comércio com a Inglaterra que abria o mercado nacional aos têxteis ingleses;
· Pretendiam convocar novas Cortes para redigirem uma Constituição para Portugal;
A Constituição de 1822
As Cortes Gerais Extraordinárias e Constituintes da Nação Portuguesa, redigiram a primeira Constituição de
Portugal, assinada no dia 23 de setembro de 1822, e jurada pelo rei, D. João VI, a 1 de outubro de 1822;
Constituição de 1822 A Constituição de 1822 é baseada na Constituição Espanhola de 1812 nas francesas de
1791, 1793 e 1795.
· O direito de voto é concedido a todos os homens, maiores de 25 anos que soubessem ler e escrever;
A Resistência ao Liberalismo
A Revolução de 1820 desenrola-se no seio de uma conjuntura externa desfavorável; Em 1825, constitui-se a
Santa Aliança, entre a Rússia, Áustria e Prússia, com a entrada da Inglaterra, surge a Quádrupla Aliança, mais
tarde a França também adere; Destinava-se a manter a ordem política estabelecida na Europa após o Congresso
de Viena, ou seja, tentar impedir o desenvolvimento das ideias liberais na Europa; O desenvolvimento em
Portugal dos ideais vintistas levou a várias tentativas de estabelecer um bloqueio comercial e no apoio
fornecido à oposição absolutista portuguesa;
A contrarrevolução absolutista conspira contra o liberalismo, são apoiados pelas fações mais conservadoras do
clero e da nobreza (que viram alguns dos seus privilégios abolidos) e contam com a liderança da rainha, D.
Carlota Joaquina e o infante D. Miguel; Em 1823, animados pela restauração do absolutismo em Espanha,
estala uma revolta em Vila Franca de Xira (Vilafrancada); A revolta é liderada por D. Miguel; A tentativa de
insurreição termina quando D. João VI toma o comando da situação e obriga o filho a ceder; D. João VI,
remodela o governo, afasta os elementos mais radicais e propõe-se alterar a Constituição;
Apesar dos esforços de D. João VI para moderar o governo liberal, surge uma nova tentativa de impor o
absolutismo em Portugal; no dia 30 de abril de 1824 (Abrilada), os opositores absolutistas prendem os
membros do governo, e pretendem que o rei abdique em favor da rainha; D. João VI conseguiu dominar a
situação, e D. Miguel foi obrigado a partir para o estrangeiro (exilado);
A Carta Constitucional e a tentativa de apaziguamento político-social
D. João VI morre em março de 1826; Reativam-se as tensões político-sociais; O filho mais velho, D. Pedro,
era imperador do Brasil; O filho mais novo, exilado na Áustria, era adepto do Absolutismo; O país é governado
por um Conselho de Regência provisório presidido pela filha do monarca falecido, D. Isabel Maria; Este
Conselho enviou ao Brasil uma delegação para resolver o problema da sucessão;
D. Pedro foi considerado o legítimo herdeiro da Coroa Portuguesa; em abril confirmou a regência da sua irmã,
D. Isabel Maria; No final do mês outorgou um novo documento constitucional, mais conservador e moderado
que a Constituição de 1822, a Carta Constitucional; Este documento foi outorgado e não aprovado pelos
representantes do povo (parlamento);
A Carta Constitucional introduz inovações antidemocráticas: As Cortes são constituídas por duas câmaras: A
Câmara dos Deputados é eleita através de sufrágio indireto, homens, com mais de 100$00 réis de renda anual
líquida; A Câmara dos Pares (Nobreza e Clero) eram nomeados pelo rei a título vitalício; Ao rei era atribuído
um quarto poder, o poder moderador; O rei nomeava os Pares, convocava as Cortes, podia dissolver a Câmara
dos deputados, podia nomear e demitir o Governo, suspender os magistrados, conceder amnistias e vetar, a
título definitivo, as decisões das Cortes; Os direitos individuais eram relegados para o fim do documento;
D. Pedro abdicou dos seus direitos ao trono em favor da sua filha mais velha, D. Maria (7 anos de idade); Ela
deveria celebrar os esponsais com o seu tio D. Miguel, que deveria jurar cumprir a Carta Constitucional e
assumir a regência imediata de Portugal; Apesar dos poderes do rei serem manifestamente ampliados isso não
foi suficiente para os adeptos do absolutismo;
A guerra Civil
D. Miguel regressou a Portugal em 1828; convocou umas cortes ao modo do Antigo Regime (ordens) e nelas
foi proclamado rei; inicia uma perseguição e repressão sobre os simpatizantes do liberalismo; muitos fogem
para o estrangeiro e começam a organizar a resistência; Em 1831, D. Pedro abdica do trono brasileiro, e
assume a liderança dos liberais; Estes organizam-se na ilha Terceira (Açores) que, entretanto, se tinha
revoltado contra o absolutismo;
Na ilha Terceira constituem um exército de 7500 homens que em 1832, desembarca no Mindelo (Matosinhos);
dirigem-se para o Porto que praticamente não ofereceu resistência; no entanto aí foram cercados pelo exército
absolutista; A guerra durou 2 anos; os liberais organizaram uma expedição ao Algarve, e a partir daí
conseguiram conquistar Lisboa; após ser derrotado em duas batalhas (Almoster e Asseiceira), D. Miguel,
assina a Convenção de Évora-Monte e parte definitivamente para o exílio;
· Territórios: Criou o Registo Civil, dividiu o território em províncias, comarcas e concelhos; criou
circunscrições judiciais e o Supremo Tribunal de Justiça;
· O objetivo da legislação promulgada por Mouzinho da Silveira foi criar um Estado moderno e liberal.
O setembrismo (1836/1842)
Em setembro de 1836 dá-se uma revolução civil que obrigou a rainha D. Maria (1826/1853) a revogar a Carta
Constitucional e a jurar a Constituição de 1822 e a convocar eleições. O setembrismo foi um movimento da
pequena e média burguesia, apoiada pelo povo que reagiam contra o domínio da alta burguesia que levara o
país à miséria e o governo era acusado de corrupção.
Os líderes setembristas eram o visconde Sá da Bandeira e Passos Manuel; O novo governo procurou
desenvolve rum país mais democrático; Em 1838, foi promulgada uma nova constituição (Constituição de
1838) que procurava um compromisso entre o conservadorismo da Carta Constitucional e o radicalismo da
Constituição de 1822.
Constituição de 1838:
O rei perde o poder moderador, mas continua com a possibilidade de vetar definitivamente as leis; O voto é
censitário; dá relevo aos direitos individuais; existem duas Câmaras: Deputados e Senadores;
Em termos económicos o governo setembrista tomou medidas protecionistas, aumentando as taxas
alfandegárias para as importações ; Fomentou o associativismo comercial; Desenvolveram a exploração
colonial em África, o tráfico de escravos foi proibido a sul do equador, para fomentar o desenvolvimento de
outras áreas económicas (não baseadas na mão de obra escrava); Não aboliram as taxas fiscais aplicadas aos
pequenos agricultores; Em termos económicos a política setembrista saldou-se por um relativo fracasso;
Ao nível do ensino promoveu a reforma do ensino primário, secundário e universitário; reformaram-se as
universidades; foram criados os liceus, onde se lecionava um ensino moderno que preparasse os filhos da
burguesia para seguirem para estudos superiores; A criação dos liceus não teve efeitos imediatos, devido à falta
de professores com preparação;
O setembrismo falhou por não ter abolido os pesados impostos que recaíam sobre os pequenos agricultores e
pelo facto de não ter aumentado as taxas dos grandes proprietários; em termos de desenvolvimento industrial
também se pode dizer que foi um relativo fracasso; A falta de capitais para investir e o seu desvio para fins
especulativos e de usura dificultou o desenvolvimento económico; no entanto pode-se dizer que o governo
setembrista permitiu algum desenvolvimento à burguesia;
O cabralismo (1842/1851)
O governo setembrista enfrentou a oposição dos liberais mais radicais, como dos mais conservadores
(cartistas); Em fevereiro de 1842, o ministro da Justiça, António Costa Cabral, através de um golpe de Estado
pacífico, pôs termo à Constituição de 1838, com o apoio da rainha; O novo governo será conhecido por
cabralismo, caracteriza-se por: poder autoritário, restauração da Carta Constitucional e representa o regresso ao
poder da grande burguesia sob a bandeira da ordem pública e do desenvolvimento económico;
Principais medidas do cabralismo:
Fomento industrial (difusão do vapor); Desenvolvimento das obras públicas (Companhia das Obras Públicas
de Portugal (1844) (reparação e construção de estradas), construíram-se pontes, entre essas a ponte sobre o rio
Douro; realizou-se uma reforma fiscal (Código Administrativo de 1842), criação do Tribunal de Contas para
fiscalizar as despesas do estado;
A Lei da Saúde Pública (1846) proibia o enterramento nas Igrejas; esta lei e o excesso de autoritarismo e
burocracia do governo cabralista desencadearam duas movimentações de cariz popular; A revolta da Maria da
Fonte e a Patuleia. Entre 1846 e 1847 vive-se num clima de guerra civil; em abril/maio de 1846, no Minho,
desencadeia-se a revolta da Maria da Fonte; A Patuleia decorre de outubro de 1846 a junho de 1847. Começa
no Porto e alastra a todo o país. O pretexto foi o facto do não cumprimento da promessa da rainha de realizar
eleições por sufrágio direto para a Câmara dos Deputados;
Alguns falam a depor a rainha e falam na implantação de uma República; Perante a gravidade da situação o
governo pediu a intervenção da Espanha e da Inglaterra; Na Convenção do Gramido (Valbom, Gondomar,
junho de 1847) foi assinada a paz entre as fações em disputa (setembrista e cabralistas); Costa Cabral foi
demitido, mas voltaria ao governo em 1849; foi afastado do poder em 1851, pelo golpe militar do marechal
Duque de Saldanha, que instituiu a Regeneração (cartismo moderado).