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CAMPUS MACAPÁ
Professor (a): CRISTINA KELLY DA SILVA PEREIRA
MATERIAL COMPLEMENTAR
Entre os séculos XII e XIV, a economia medieval vivenciou uma época de crescimento mediante a ampliação
da oferta de gêneros agrícolas e o desenvolvimento das cidades. Assim o mundo medieval se transforma:
Aquecimento das atividades comercias;
Decadência das relações servis;
Monetarização da economia;
Surgimento e o fortalecimento da burguesia;
Contudo, no início do século XIV, essa realidade foi bruscamente interrompida com o terrível advento da
fome e da Peste Negra
A CRISE DO SÉCULO XIV - CRISE DO FEUDALISMO – FATORES:
1° - A produção agrícola já não atende à demanda de alimentos para abastecer a população, crescente,
europeia;
2°- Crescimento desordenado das cidades devido ao comércio;
3°- Estagnação do comércio devido à falta de metais para a cunhagem de moedas;
FOME 1315 -1317
CAUSA: Alterações climáticas (chuvas – estiagens) e Péssimas colheitas
SITUAÇÃO Geral: Fome generalizada e o Aumento dos preços dos alimentos
ONDE: Restrita ao norte da Europa, incluindo as ilhas Britânicas, norte da França, os Países Baixos,
Escandinávia, Alemanha e Polônia ocidental.
RESULTADO: Mais de um milhão de mortos, enfraquecimento físico de outros milhões; (indivíduos fracos
favorecem a propagação de doenças).
RELIGIÃO: A perda de prestígio da Igreja Católica, pois numa sociedade em que a religião era o principal
recurso diante de uma crise, as orações não surtiam efeito contra a fome. Isso ajudou a gerar o clima
apropriado para a aparição de movimentos heréticos que culpava a corrupção da Igreja pela fome.
POLÍTICA e SOCIEDADE: A fome gerou: aumento da violência e da criminalidade. Desconfiança nos
governos medievais que não conseguiram lidar com as crises de fome e violência.
PESTE NEGRA 1347 -1350
CAUSA: Miséria, falta de higiene das cidades europeias. Doença transmitida pela pulga dos ratos
SITUAÇÃO: A falta de higiene contribuiu para proliferação da doença. De origem oriental, os ratos
contaminados encontraram na Europa um ambiente propício para se desenvolverem.
RESULTADO: Cerca de 30 milhões de pessoas, 1/3 da população europeia; Medidas de higiene e
saneamento das cidades, avanços na área de saúde contribuíram para a diminuição do flagelo
GUERRA DOS CEM ANOS 1337-1453
O QUE: Sucessão de Conflitos armados entre França e Inglaterra
CAUSA: Fatores de ordem econômica e política (Posse da região produtora de Lã – Flandres)
SITUAÇÃO: Em 1328, o rei francês Carlos IV morreu sem deixar um herdeiro. O rei da Inglaterra, Eduardo
III, considerou-se um pretendente legítimo ao trono da França, pois, além de súdito, era sobrinho de Carlos
IV. O problema era que outros nobres franceses reivindicavam o mesmo trono e uma assembleia acabou
escolhendo um conde chamado Felipe – que ganhou o título de Felipe VI de Valois, em 1328. Essa situação
gerou uma relação de desconfiança entre os monarcas dos dois reinos e a disputa entre eles por territórios
franceses – Eduardo III tinha herdado os direitos sobre as regiões da Gasconha, da Guiana e de Ponthieu –
resultou na guerra. E assim os ingleses não aceitam a perda de territórios e declaram guerra a França.
AS 4 FASES DO CONFRONTO
1° FASE 1337 -1360: Fase marcada por SUCESSIVAS VITÓRIAS INGLESAS sobre os franceses. Em
1350, Felipe VI (rei francês) morreu, sendo sucedido por seu filho João II; seis anos depois, na sequência da
BATALHA DE POITIERS, o rei francês foi capturado por tropas inglesas. Isso permitiu que uma paz fosse
negociada, mas ela só duraria até 1359, quando EDUARDO III (rei inglês) é derrotado ao tentar tomar a
cidade de Chartres.
2° FASE 1369 -1415: O conflito passa por uma fase de EQUILÍBRIO e por fim os FRANCESES assumem
a LIDERANÇA no conflito. Em 1369, o filho do rei francês, João II, o REI CARLOS V, iniciou a segunda
fase do confronto ao tentar recuperar as perdas territoriais sofridas nas décadas anteriores, conseguindo
derrotar os ingleses.
3° FASE 1415 – 1429: Henrique V, invade a região de Normandia e vence a BATALHA DE
AGINCOURT contra o novo rei francês, Carlos VI. Os ingleses teriam a vantagem no confronto até 1429,
quando JOANA D’ARC inspirou uma retomada francesa após a vitória no cerco de Orléans, começando
assim a quarta e última fase da guerra.
JOANA D’ARC
“No contexto de mobilização popular que a emblemática figura de Joana D’Arc apareceu. Alegando ter sido
designada por Deus para dar fim ao controle inglês, a camponesa Joana D'Arc mobilizou as tropas e populações
locais. Aproveitando do momento, o rei Carlos VII mobilizou tropas e passou a engrossar e liderar os exércitos
que mais uma vez se digladiaram contra a Inglaterra. Nesse instante, temendo o fortalecimento de uma liderança
popular, os nobres franceses arquitetam a entrega de Joana D'Arc para os britânicos. No ano de 1430, Joana
D'Arc foi morta na fogueira sob a acusação de bruxaria.
4° FASE 1429- 1453: Mesmo após a captura e execução de Joana pelos ingleses, a França continuaria a
manter sua ascendência militar na guerra nas duas décadas seguintes. Em 1449, a cidade de Rouen foi
retomada, seguida por Bordeaux em 1451 e Castillon em 1453. Esta última é considerada o confronto
final daquela que é vista como a última guerra feudal.
CONSEQUÊNCIAS: Os conflitos deixaram um saldo de milhares de mortos em ambos os lados, e uma
devastação sem precedentes nos territórios e na produção agrícola francesa. No plano político e social, a
Guerra dos Cem Anos contribuiu para a dinastia de Valois, apoiada pela burguesia, e fortaleceu o poder
real francês, abrindo caminho o absolutismo. Os feudos do rei inglês, na França, passaram para o domínio
da coroa francesa. O longo período de guerras enfraqueceu a nobreza francesa e inglesa, porque, à medida
que os nobres morriam, seus feudos iam passando para o domínio do rei, debilitando o sistema feudal.
Desenvolvimento de um sentimento de identidade nacional profundo, dos dois lados, que contribuiu para a
formação da Inglaterra e da França. Tornou possível a criação de algumas instituições de governo
centralizadas. Atrasou a expansão marítimo-comercial francesa e inglesa
A GUERRA DAS DUAS ROSAS 1455 -1485
O QUE: A Guerra das Duas Rosas foi uma guerra civil ocorrida na Inglaterra entre os anos de 1455 e 1485.
O nome da guerra é em função dos emblemas que representavam estas duas famílias: Casa de Lancaster
(rosa vermelha) e Casa de York (rosa Branca).
CAUSAS: Crise entre essas duas famílias se deu por conta da morte do rei Eduardo III e a sucessão do trono
às mãos de Henrique VI. Foi a disputa pelo trono da Inglaterra entre estas duas famílias.
SITUAÇÃO: Foi resultado dos problemas sociais e financeiros decorrentes da Guerra dos Cem Anos,
combinados com o reinado de HENRIQUE VI, que perdeu muitas das terras francesas e foi severamente
questionado pela nobreza. Ricardo, duque de York, se uniu a vários nobres ingleses e exigiu a renúncia de
Henrique VI do trono da Inglaterra. Em 1455, Henrique VI organizou um exército para atacar Ricardo e
seu grupo. Teve assim início a Guerra das Duas Rosas.
O CONFLITO: Depois de duas vitórias, na Batalha de Saint Albans, em 1455, e na de Northampton, em
1460, Ricardo de York é morto na Batalha de Wakefield em 1460. Eduardo IV, dos York, chega ao
poder, na Batalha de Towton, mas pressionado pelo parlamento coloca o poder nas mãos de Henrique VI.
Mais tarde, Eduardo IV, retoma o poder, mata o soberano e seu filho, e novamente assume o trono. Ele
reina até 1483, quando, ao morrer, tem seu trono usurpado pelo irmão mais novo, Ricardo, Duque de
Gloucester, que supostamente manda matar seus sobrinhos e conquista o poder, com o título de Ricardo III.
A Guerra tem seu fim em 1485, com a derrota de Ricardo III na Batalha de Bosworth, logo após a
chegada de Henrique Tudor, Lancaster, recém-vindo da Bretanha. Com a morte de Ricardo no último
conflito, e o assassinato de todos os adversários, Henrique Tudor se casa com a filha de Eduardo IV,
Elizabeth de York. Tem início assim a Dinastia Tudor, que reinará de 1485 a 1603, sob um regime
absolutista instituído por Henrique VII. Os nobres, nesta época, já não têm mais forças para resistir ao
novo monarca, permitindo assim que ele reine soberano na Inglaterra.
REVOLTAS CAMPONESAS
CAUSAS: A escassez de alimento e o aumento da exploração servil para tentar suprir a carência produtiva,
fizeram eclodir uma série de revoltas dos servos principalmente na França e Inglaterra.
SITUAÇÃO: Substituição dos tributos feudais por impostos pagos em moeda, dissolvendo os laços de
servidão
Fome + peste + guerras = MENOS “GENTES” = + EXPLORAÇÃO
COMO: Os servos promovem saques , eliminando nobres no campo, migrando para cidades e fazendo uso
da violência para sobreviver.
RESULTADO:
Ambas foram reprimidas violentamente;
Na Inglaterra o rei promete anistiar os revoltosos além de abolir a servidão;
Essas revoltas questionaram a exploração servil e colaboraram para a disseminação do trabalho livre e
assalariado na Europa.