Você está na página 1de 4

No século XIV, o crescimento económico, demográfico e

urbano do Ocidente europeu foi interrompido por força de


circunstâncias adversas. Um conjunto interligado de condições
climatéricas uma sucessão de maus anos agrícolas um pouco
por toda a Europa provocaram a quebra de produção agrícola
originou fome, doenças e epidemias.

Algumas matérias-primas também escassearam conduzindo a quebras de


produção nos setores dos lanifícios e da construção naval. As atividades
comercial e financeira também foram afetadas.

A partir de 1348, o ambiente de crise agravou-se com a chegada da Peste


Negra, na Europa. Originária do Oriente, expandiu-se por quase toda a
Europa por ser altamente contagiosa. As precárias condições de higiene
pública e privada facilitaram a propagação da doença.

A crise económica e demográfica, ficou a dever-se, também, às


frequentes guerras. A mais sangrenta foi a Guerra dos Cem Anos
(1337 – 1453), travada entre a Inglaterra e a França. Pela sua
duração e abrangência geográfica (envolveu indiretamente grande
parte dos reinos europeus) causou grandes prejuízos.

A conjuntura de fomes, pestes e guerras


causou uma grande quebra demográfica, reduzindo o
número de trabalhadores e de bocas para alimentar.
Assim, a falta de mão de obra e a diminuição do
consumo alteraram os preços os salários e o valor da
moeda.

Os salários subiram, o que melhorou a vida dos


trabalhadores, mas, a partira das últimas duas décadas
do séculos XIV, estagnaram. O preços, ora subiam ora desciam em função
da oferta e da procura e da desvalorização monetária.

A depressão do século XIV atingiu primeiro os campos, com os invernos


chuvosos e os maus anos agrícolas, provocando o abandono progressivo da
agricultura. Os reis publicaram, então, as Leis do Trabalho, que
obrigavam os camponeses a regressar à atividade agrícola fazendo
engrossar o êxodo rural. Muitos campos ficaram ao abandono por falta de
mão de obra e porque aqueles que ficavam exigiam salários mais altos.

A depressão económica se estendeu às cidades, dadas as relações


económicas e a maior incidência da Peste Negra nas áreas urbanas, onde
as possibilidades de contágio eram maiores e mais rápidas.

As medidas tomadas pelos reis e as exigências dos


senhores, incendiaramos ânimos dos camponeses,
artesãos, comerciantes e mestres de ofícios.
No século XIV, a presença da morte era uma constante na vida das
pessoas, nomeadamente depois da chegada da Peste Negra.

Muitos elementos do clero descuidaram os seus deveres, levando uma vida


com laicos (com mulher e filhos) e viviam em ambientes luxuosos e
rodeados de mordomias. Muitos crentes puseram em causa a religião
tradicional e tenderam a afastar-se em busca de novos caminhos.
Cresceram as heresias, os cultos satânicos e o misticismo. O medo do
Juízo Final originou a formação de grupos como os flagelantes.

A mortalidade era superior nos centros urbanos, devido à concentração de


pessoas que facilitava o contágio. Muitos camponeses deslocaram-se para
as cidades à procura de melhores condições de vida, o que levou a uma
quebra na produção agrícola, aumento dos preços e dos tributos
cobrados pelos senhores.

No reinado de D. Fernando, as guerras com Castela com Castela agravaram


a crise financeira, ssendon necessário desvalorizara moeda e subir os
preços. Na tentativa de atenuar os efeitos da crise e resolver a falta de mão
de obra e de produtos agrícolas, D. Fernando publicou a Lei das
Sesmarias, em 1375. Esta lei obrigava os proprietários a cultivarem as
suas terras ou a arrendá-las para serem cultivadas. Determinava, ainda, a
fixação dos camponeses à terra e proibia a mendicidade. Contudo, estas
medidas não surtiram grandes efeitos devido à guerra com Castela. Pelo
contrário, acentuaram o descontentamento popular, o que gerou conflitos
e revoltas.

Em 1383, D.Fernando foi derrotado na terceira guerra com Castela, o que


levou a assinatura do Tratado de Salvaterra de
Magos. De acordo com este tratado, D.Beatriz
casaria com D. João I de Castela. Estabelecia,
também, a possibilidade de D. Leonor Teles,
assumir a regência do reino eté que o filho de D.
Beatriz alcançasse os 14 anos e assumisse o torno
de Portugal. Caso não houvesse descendentes, o
rei de Castela assumia o torno português, o que punha em risco a
independência nacional. D. Fernando morreu em outubro de 1383, pondo
em perigo a independência nacional com o problema de
sucessão.

A revolta popular contra D. Leonor Teles e o rei de Castela cresceu de tal


forma que resultou numa conspiração para afastar D. Leonor e matar o seu
conselheiro, o conde Andeiro. O Mestre de Avis, que liderou, entrou no
Paço Real com um grupo de homens e assassinou o conde Andeiro. D.
Leonor Teles, fugiu para Santarém e pediu auxílio a
D. João I de Castela. Face a iminência de uma
invasão castelhana, o povo aclamou o Mestre de Avis como Regedor e
Defensor do Reino.

Durante a Revolução de 1383-1385, assiste-se a uma guerra que


assumiu um carácter nacional, social e popular.

Em 1384, D. João I de Castela, apoiado pela alta nobreza portuguesa,


invadiu Portugal e cercou Lisboa.

O exército português organizou-se sob o comando de Nuno Álvares


Pereira e lutou contra os castelhanos na Batalha de Atoleiros,
em 1384, e nas batalhas de Trancoso e de Valverde, em 1385.

Por esta altura em 1385, nas Cortes de Coimbra, o jurista João das
Regras, defendeu a aclamação do Mestre de Avis como rei de Portugal.
Com os seus argumentos e com o apoio da burguesia e de parte da
nobreza, D. João I, Mestre de Avis, foi aclamado rei de Portugal,
dando a origem a uma nova dinastia, a Dinastia de Avis.

Em 1385, os castelhanos invadiram novamente


Portugal, e enfrentaram o exército português
perto de Leiria, na Batalha de Aljubarrota. A vitória de
Portugal nesta batalha garantiu a sua independência. Só
em 1411 se estabeleceu a paz definitiva com Castela.

D. João I governou com objetivo de consolidar a independência de Portugal.


Assim, apoiou-se na baixa nobreza e na burguesia e retirou privilégios e
terras aos que tinham apoiado D. Beatriz e o rei de Castela.

O reinado de D. João I marcou o início de um período “ brilhante” da


História de Portugal- o das descobertas marítimas.
D. Leonor Teles D. Beatriz

D. Fernando D. João I de Castela

Tática do quadrado (usada para


derrotar os castelhanos na Batalha
de Aljubarrota)

Ana Catarina

Nº2

7ºC

Você também pode gostar