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A Guerra dos Cem Anos, um dos conflitos mais longos e complexos da Idade Média, marcou

significativamente a história europeia, estendendo-se de 1337 a 1453. Seu nome, porém, é um


tanto enganoso, pois o conflito não persistiu exatamente por um século, mas sim por uma série
de conflitos intermitentes e tréguas.

As origens da guerra podem ser rastreadas a questões territoriais e disputas dinásticas entre a
França e a Inglaterra. Alegações rivais ao trono francês e conflitos sobre a posse de territórios,
especialmente a região de Aquitânia, levaram à eclosão do conflito. As primeiras batalhas,
como a de Sluys (1340) e Crécy (1346), apresentaram táticas militares inovadoras, incluindo o
uso estratégico de arqueiros ingleses, alterando o panorama das guerras medievais.

A peste negra, uma pandemia devastadora que assolou a Europa na metade do século XIV,
também desempenhou um papel na guerra. A perda populacional maciça alterou as dinâmicas
sociais, econômicas e políticas, enfraquecendo ainda mais as estruturas feudais e fortalecendo
as monarquias emergentes.

O conflito viu uma figura notável emergir: Joana d'Arc. A camponesa francesa, afirmando ter
recebido revelações divinas, desempenhou um papel crucial na inspiração das tropas
francesas. Sua liderança em Orleans e a coroação de Carlos VII em Reims foram eventos
decisivos na virada da guerra em favor dos franceses.

O Tratado de Troyes (1420), que reconheceu Henrique V da Inglaterra como herdeiro do trono
francês, inicialmente parecia encerrar o conflito. No entanto, após a morte de Henrique V e
Carlos VI da França, a situação mudou. O ressurgimento das hostilidades culminou na Batalha
de Castillon (1453), onde as forças francesas, com o avanço da artilharia, conseguiram
finalmente expulsar os ingleses.

A Guerra dos Cem Anos deixou um impacto duradouro na Europa. Contribuiu para o declínio
do sistema feudal, com os Estados nacionais emergindo mais fortalecidos. A guerra também
influenciou a evolução das estratégias militares, com avanços notáveis na artilharia e a
consolidação do poder monárquico. Seu legado ressoa na transformação das estruturas sociais
e políticas, marcando a transição para uma nova era na história europeia.

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