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A crise do século XIV

O SÉC. XIV FOI UM PERÍODO MARCADO POR SUCESSIVAS CRISES QUE, POR TODA A
EUROPA, SEMEARAM A FOME, A DOENÇA, A GUERRA E A REVOLTA. MAS FOI TAMBÉM UM
PERÍODO PRENUNCIADOR DE GRANDES MUDANÇAS POLÍTICAS , ECONÓMICAS E SOCIAIS .
EM PORTUGAL, ESTA CRISE MANIFESTOU -SE PRINCIPALMENTE A PARTIR DE FINAIS DE
1348, ANO EM QUE A PESTE NEGRA ATINGE E DEVASTA O REINO, MATANDO EM MENOS
DE UM ANO MAIS DE UM TERÇO DA POPULAÇÃO PORTUGUESA

Os principais fatores responsáveis pela crise do século XIV foram as fomes (chuvas
intensas apodreciam as sementeiras), as epidemias como a Peste Negra que matou
da população europeia (os corpos debitados pela fome adoeciam facilmente) e as
guerras, sobretudo a Guerra dos Cem Anos entre a França e a Inglaterra que
aumentavam os problemas de saúde e alimentação.

A Peste, doença contraída pelos Cruzados no cerco a Jerusalém, espalhou-se


rapidamente por toda a Europa. A Peste negra transmitia-se pelas pulgas que
infestavam o pelo dos ratos. Estes em contacto com os alimentos propagavam
facilmente a doença entre os humanos. O contágio das populações foi alastrando à
medida que os soldados, gravemente doentes e em número cada vez maior,
regressavam aos seus reinos de origem. As constantes viagens entre o mediterrâneo
ocidental e oriental.

Pouco antes de a Peste atingir a Europa, secas e inundações sucessivas tinham


arruinado, por vários anos, as colheitas de extensas regiões, diminuindo drasticamente
os rendimentos da Nobreza e do Clero, e condenando à fome grande parte dos
camponeses. Assim, os campos, outrora férteis, estavam agora ao abandono, pois os
que tinham sobrevivido à fome e à Peste eram poucos e exigiam melhores salários e
condições de arrendamento, para continuarem a trabalhar as terras da Nobreza e do
Clero. Muitos foram, assim, os que fugindo à miséria abandonaram os campos,
procurando nas cidades ocupação no comércio e nos ofícios. Mas, apesar da
prosperidade da cidade, nem todos o conseguiam. Ao excesso de oferta de mão-de-
obra, somava-se a falta de experiência ou conhecimentos desta gente do campo para
se adaptar a novas atividades como o comércio ou o artesanato. Esta fuga em massa
do campo para a cidade, onde as condições de higiene eram muito más, contribuiu
também para que a Peste se espalhasse aí de forma extremamente rápida. Foi, de
facto, nas cidades e junto dos mosteiros e abadias que a Peste fez mais vítimas.
Assistiu-se então a um movimento no sentido contrário. Agora eram os ricos, que
fugiam da cidade e procuravam proteção nas suas propriedades rurais. Mas a peste
estava por todo o lado…

A crise do século XIV teve graves consequências como:

 Subida dos preços e salários;


 Subida das rendas das terras;
 Desvalorização da moeda;
 Revoltas entre “patrões” e trabalhadores no campo (rurais) e na cidade
(urbanas).
Portugal como país europeu também foi afetado pela crise do século XIV e
naturalmente pela subida de preços e salários, subidas das rendas, das terras,
desvalorização da moeda e revoltas sociais.

A fé, o consolo dos familiares e a ajuda dos monges eram o único alívio dos que
adoeciam vítimas da Peste. Quanto ao resto da população, protegia-se evitando o
contacto com os infestados e marcando com uma cruz a morada destes. Desta
forma, enquanto a cidade crescia desordenadamente e a burguesia se afirmava
cada vez mais, os campos desertificavam-se e a produção agrícola diminuía. E
assim diminuíam também os rendimentos, o poder e a influência da Nobreza.

D. Fernando publicou a “Lei das Sesmarias” (1375) para tentar resolver os


problemas na agricultura:

 Os proprietários das terras tinham que cultivá-las;


 Os filhos e netos de lavradores tinham que seguir o exemplo
dos pais e avós;
 Tabelamento de preços e salários;
 Proibição da mendicidade (pedir esmola).

A Revolução de 1383/85 relaciona-se com a crise de sucessão ao trono após a


morte de D. Fernando. Após a morte de D. Fernando, devia suceder ao trono a sua
filha legítima Dª. Beatriz, mas esta era casada com D. João (rei de Castela),
colocando em risco a independência de Portugal. Como candidatos ao trono
surgiram os meios-irmãos de D. Fernando: → D. João, D. Dinis e Dª. Beatriz, filhos
de D. Pedro e Inês de Castro. → D. João, Mestre d´Avis, filho de D. Pedro e
Teresa Lourenço. A escolha do sucessor de D. Fernando recaiu sobre D. João,
Mestre d´Avis, porque este era oriundo de famílias portuguesas enquanto os filhos
da Inês de Castro eram descendentes de uma família castelhana importante e
tinham servido o exército castelhano.

Biografia: https://pt.slideshare.net/HistN/a-crise-do-sc-xiv

https://pt.slideshare.net/rubenfilipe25/a-crise-do-sculo-xiv-em-portugal

Imagens: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiageral/peste-negra.htm

http://historiaespcex.blogspot.com/2010/07/retratacao-so-seculo-xiv-e-
crise-do.html

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