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Bibliografia:
- PEREIRA, Maria João e DELINDRO, Fernanda Bela. 2021 “Conhece a contextualização histórico-
literária da Crónica de D. João I”. In Págin@s 10, Porto. pp 70-71.
http://www.mosteirobatalha.gov.pt/pt/index.php?s=white&pid=203&identificador=bt1411_pt
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_I_de_Portugal
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cortes_de_Coimbra_de_1385
https://escolakids.uol.com.br/historia/revolucao-avis.htm
https://pt.wikipedia.org/wiki/Crise_din%C3%A1stica_de_1383%E2%80%931385
https://ensina.rtp.pt/artigo/a-crise-de-1383-1385/
https://www.infopedia.pt/apoio/artigos/$crise-de-1383-1385
https://apontamentos-da-escola.blogs.sapo.pt/1805.html
Fernão Lopes
Fernão Lopes é escrivão e cronista oficial do reino de Portugal e o 4.° guarda-mor
da Torre do Tombo. Não há documentos oficiais acerca da sua data de nascimento, mas
supõe-se que tenha nascido entre 1380 e 1390. Também não se sabe ao certo o seu local
de nascimento, mas segundo alguns historiadores, pensa-se que não nasceu no campo,
mas sim numa cidade marítima, em Lisboa. Mas segundo outras teorias, acha-se que
nasceu no Alandroal, uma cidade alentejana, onde é possível encontrar, atualmente, uma
pedra tumular com o seu nome.
Muitas das suas crónicas perderam-se no tempo, mas salvaram-se as de D. Pedro,
D. Fernando e D. João I. O primeiro registo que se tem a seu respeito é em 1418 quando
foi nomeado guarda do arquivo da Torre do Tombo, em Lisboa. Ainda não era rei, D.
Duarte quis os feitos do seu pai, D. João I, imortalizados e, que a segunda dinastia fosse
legitimada também pela narrativa histórica. Então, chama o guardião das escrituras da
Torre do Tombo, Fernão Lopes, e entrega-lhe a tarefa de redigir as crónicas de todos os
reis da primeira dinastia e a do décimo rei de Portugal, cognominado o da Boa
Memória. Fernão Lopes, escrivão de ofício, aceita em 1434 o cargo de cronista do reino,
pelo seu trabalho, receberia uma tença anual de 14000 reais. Tinha a função de
pesquisar documentos, de consultar narrativas, registos, arquivos, atas das cortes...
A Crónica de D. João I foi escrita por volta de 1450 e constitui, após as crónicas
de D. Pedro e de D. Fernando, a terceira e mais perfeita das três grandes crónicas
escritas por Fernão Lopes. As suas crónicas são feitas com uma linguagem viva e
acessível, um relato quase reportagem dos acontecimentos, como o retrato que faz da
revolução de 1383-1385, do levantamento do povo de Lisboa que rejeita ver o país
perder a independência e escolhe para seu novo rei, o mestre de Avis.
Esta crónica, impressa pela primeira vez em Lisboa, em 1644, foi deixada
incompleta por Fernão Lopes, divide-se em três partes. A primeira parte da crónica
descreve a revolução de Lisboa na narração célere dos episódios quase simultâneos do
assassinato do conde Andeiro, do alvoroço da multidão que acorre a defender o Mestre
e da morte do bispo de Lisboa (capítulo 11). Na segunda parte, o ritmo narrativo
diminui, tratando-se agora de reconhecer o rei saído das cortes, e é de novo pela ação do
povo que a glorificação do monarca é transmitida, como, por exemplo, no modo como o
acolhe a cidade do Porto. Outro momento de maior relevo é consagrado, nesta parte, à
narrativa da Batalha de Aljubarrota, embora aí não ecoe o mesmo tom de exaltação com
que, na primeira parte, colocara em cena o movimento da massa popular. Pensa-se que
a terceira parte, não foi escrita por Fernão Lopes, mas sim por Gomes Eanes de Zurara,
pois em 1454, Afonso IV dispensa-o da função de cronista.
Fernão Lopes terá morrido em Lisboa, em 1460.
Fernão Lopes testemunhou várias alterações políticas e sociais durante o seu
longo período de atividade, o que, certamente, foi muito útil para a elaboração das suas
crónicas. É considerado, por muitos, o pai da história portuguesa.