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Projeto

Ie
Barra Mansa
viva seus mestres
Por

Evandro Alves de Almeida


Lindinalvo natividade
Robrigo Guedes Campos

Barra mansa/RJ
Introdução.

A história da Capoeira começa no século XVI, na época em que

o Brasil era colônia de Portugal. A mão de obra escrava africana foi

muito utilizada no Brasil, principalmente nos engenhos (fazendas

produtoras de açúcar) do nordeste brasileiro. Muitos destes escravos

vinham da região de Angola, também colônia portuguesa. Os

angolanos, na África, faziam muitas danças ao som de músicas.

A Capoeira barramansense assim como qualquer Capoeira do

Brasil possui seus mestres. Pessoas que através de suas ações fizeram

com que esta manifestação ganhasse notoriedade em nossa

sociedade, possibilitando que a adentrasse em diversos segmentos.

Buscamos aqui neste projeto recursos que nos possibilite

homenagear os mestres de Capoeira da cidade de barra mansa que

por uma vida contribuíram e contribuem de forma significante na

difusão e manutenção desta arte. Também tem a singela pretensão

fomentar a memória coletiva envolta nesta manifestação de matriz

africana, buscando deixar para as gerações futuras um legado de

conhecimento produzido, através da historia de vida destes mestres.

Sendo assim apresentaremos nossas justificativas de modo que

possamos em parceria com esta instituição promover este encontro que

é inédito em nossa cidade, como também em todo sul fluminense do

estado do Rio de Janeiro.


Políticas de salvaguarda da Capoeira de Barra Mansa

C
omeçaremos com uma citação do grande Prof. Dr. e também

Mestre de Capoeira, Luiz Renato Vieira que nos diz que “A

melhor maneira de salvaguardar um bem é da forma que

fazemos: praticando e difundindo”. Isso significa que, são os

detentores do saber, os praticantes das diversas manifestações dignas

de salvaguarda que na prática fazem isso no seu dia a dia.

A Capoeira é um bem que por toda sua historia, mereceu em 2008

ter seu registro junto ao Instituto do Patrimônio histórico e Artístico

Nacional – IPHAN em 2014 ter esse reconhecimento também pela

Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura

– UNESCO.

Sendo assim a roda de Capoeira e o oficio de Mestres são

patrimônio imaterial do povo brasileiro e patrimônio da

humanidade. A Roda é um elemento estruturante de uma

manifestação cultural, onde se expressam simultaneamente o canto, o

toque dos instrumentos, a dança, os golpes, o jogo, a brincadeira, os

símbolos e rituais de herança africana. O Ofício dos Mestres de

Capoeira é exercido por aqueles detentores dos conhecimentos

tradicionais dessa manifestação e responsáveis pela transmissão de

suas práticas, rituais e herança cultural. É transmitido de modo oral

e gestual, de forma participativa e interativa, nas rodas, nas ruas e


nas academias, assim como nas relações de sociabilidade e

familiaridade construídas entre mestres e aprendizes. (Dossiê

Inventário para registro e Salvaguarda da Capoeira como

patrimônio cultural do Brasil, 2007).

A Capoeira barramansense assim como qualquer Capoeira do

Brasil possui seus mestres precursores. Pessoas que através de suas ações

fizeram com que esta manifestação de matriz africana tomasse

notoriedade em nossa sociedade, possibilitando-a adentrar em

diversos segmentos.

Falar destas pessoas é também nos remeter a um projeto de

memória individual e coletiva. Neste sentido, a memória por mais

particular que seja, ela se remete a um grupo. O indivíduo carrega em

si a lembrança, mas está sempre interagindo com a sociedade, seus

grupos e instituições. "cada memória individual é um ponto de vista

sobre a memória coletiva, [...] este ponto de vista muda conforme o

lugar que ali eu ocupo, e [...] este lugar mesmo muda segundo as

relações que mantenho com outros meios." (HALBWACHS, 1990, p. 51).

Partindo dessas premissas é justo aqui identificarmos alguns

mestres que foram imprescindíveis para a historia da Capoeira na

cidade de barra mansa, e portanto, merecedores de honras e

homenagens prestadas por nos capoeiristas e também pela sociedade

barramansense de um modo em geral.


Mestre Henrique, nascido Henrique Gonçalves dos Santos, criado

na fazenda Felício Moreira em Santo Inácio – município de Valença,

Rio de Janeiro como ponto chave e inicial deste processo da Capoeira

barramansense. De acordo com Gusmao, Neto e Salvador (2103, p.

5/6), Mestre Henrique foi treinar Capoeira na academia Bonfim, em

Olaria, com mestre Travasso e mestre Artur Emídio. Por volta de 1967,

mestre Henrique se vê obrigado a voltar para Valença para ficar mais

próximo de seu pai que sofria com problemas de coração. Em sua terra

natal, desempregado e cuidando de seu pai, mestre Henrique enxerga

na Capoeira uma fonte de renda. Com seu casamento em vista, em

1973, mestre Henrique foi trabalhar na FORNASA – 6, fábrica de tubos

na cidade de Volta Redonda – deixando a cidade de Valença.

No final de 1973, quando mestre Henrique gozava do seu lazer

rotineiro, o então presidente do Aero Clube de Volta Redonda –

conhecido como Zé Botina – fez-lhe o convite para ensinar Capoeira

em seu clube. De acordo com as observações do mestre, nesse município

também não havia Capoeira até sua chegada. Após um ano de

trabalho, mestre Henrique muda seu local de treinamento para a

sede do bairro Eucaliptal, onde ensinou Capoeira por oito anos. Nesse

novo local de trabalho, mestre Henrique concedeu aos seus primeiros

alunos o título de mestres de Capoeira.


Por volta de 1987/1988, mestre Henrique se afasta da Capoeira

por motivos pessoais, deixando seus alunos mestres no comando da

Capoeira nos municípios de Volta Redonda e de Barra Mansa. De

acordo com mestre Evanil, esses mestres alugaram o Clube Sete de

Setembro, no bairro 208, para darem prosseguimento aos

treinamentos com liderança dos mestres Renatinho e Gomes.

Mestre Gomes se uniu ao mestre Branco e os dois formaram a

Associação de Capoeira Palmares. O grupo Palmares teve mais força

no município de Barra Mansa. Na década de 1990, mestre Branco se

desvincula do grupo Palmares para começar a treinar no grupo

Senzala. Ainda baseado em Gusmão, Neto e Salvador (2013, p. 7), os

autores pontuam que “Mestre Gomes então se afasta definitivamente

da Capoeira, decepcionado com o amigo que, sob a sua percepção,

traiu o ideal de preservar as origens da Capoeira de Volta Redonda e

Barra Mansa, a Capoeira aprendida com mestre Henrique”

Dando continuidade a nossa historia de Capoeira no município

de barra mansa, chegamos ao Mestre Boa Viagem, nascido Eremilton

Santos Costa. De acordo com mestre Henrique, Boa Viagem foi seu

aluno, mas não alcançou graduação de mestre em sua academia, e

sim fazendo banca na Federação de Pugilismo.

O Angola Nagô criado pelo Mestre Boa Viagem foi o grupo de

maior visibilidade da região entre o final da década de 1990 e início


dos anos 2000. Nesse momento de ampla estabilidade e

reconhecimento, Mestre Boa Viagem decidiu se associar ao grupo

Abadá Capoeira, porém deixou formados, 10 mestres de Capoeira que

não o seguiram o para o novo grupo, dentre eles: Adalmyr dos Santos

Costa – Mestre Vinte e Um e João Guilherme da Silva Filho – Mestre

Guilé que juntos criaram a associação de Capoeira berimbau

dourado em 1991, dando início uma serie de trabalhos no município

de barra mansa.

Esses novos mestres foram responsáveis pela introdução da

Capoeira na antiga Fundação Educacional de Barra Mansa – FEBAM,

iniciando primeiramente com dois polos, no colégio municipal

Marcelo drable no bairro ano bom com o Mestre Vinte e Um e no

colégio municipal Washington Luiz com o Mestre Guile.

Diante do que foi relatado, acreditamos ser de suma

importância homenagear todas essas pessoas que contribuíram de

forma significativa a Capoeira da cidade de barra mansa.


A solenidade

P
ensamos que um evento desta magnitude deve ser realizado

nas dependências do palácio Barão de Guapi, em seu salão

nobre. Como é comum comemorar o dia do capoeirista no

dia 03 de agosto, acreditamos que essa data também nos é propicia

uma vez que neste corrente ano de 2018 será em uma sexta feira.

Os mestres em questão, ou seja, HENRIQUE, GOMES, BRANCO,

VINTE E UM, GUILE E VINICIUS vestidos de terno branco receberão suas

homenagens da seguinte forma:

a) Henrique: placa de homenagem LENDA VIVA DA CAPOEIRA;

b) Gomes: placa de homenagem MESTRE DE HONRA;

c) Branco: placa de homenagens póstumas MESTRE DE HONRA;

d) Vinte e um: placa de homenagem VIVA O MESTRE;

e) Guile: placa de homenagem VIVA O MESTRE;

f) Vinicius: placa de homenagem VIVA O MESTRE;

A comunidade Capoeirana do sul fluminense, onde muitos

mestres já passaram pela batuta destes acima citados como também

em participação em batizados e encontros de Capoeira, tornando

estas pessoas muito mais que amigas merecem ser convidadas para tal

ensejo. Sendo assim os mestres especialmente convidados para esta

festa serão:
a) Mestres Claudio e Claudinho – Resende;

b) Mestres Lady, Evanil, Clovis, Pedrão – Volta Redonda;

c) Mestres Pé de serra, Matheus, Cid – Valença;

d) Mestre Marcelão – Bananal;

e) Mestres Renato, Esquilo e Cigana – Angra dos reis

f) Mestre Parapeuna – rio preto/MG;

g) Mestre Thomas – Pinheiral;

Convidaremos também os novos capoeiristas, professores, contra

mestres e mestres que em sua jornada pelo mundo da Capoeira

ouviram muito falar destes grandes homenageados. Ao final deste

evento um coquetel e uma grande roda de confraternização.


Custos

O projeto em questão está orçado em R$ 1.800,00, a saber

Item Valor unitário Valor total

5 Ternos branco * (a ser doado aos homenageados) $ 159,99 * $ 799,95 *

6 placas de Homenagem 20x15 cm em

Acrílico Cristal de 6 mm * $ 50,00 * $ 300,00 *

Buffet para 150 pessoas ** $ 500,00** $500,00**

Água *** $ 0,00 *** 0,00 ***

* valores estimados no mercado livre

** valor estimado

*** Doação do saae


Cronograma do evento

17h – cadastramento dos participantes, recepção e boas vindas.

18h – musica ambiente com o projeto musica nas escolas

19h – inicio da solenidade de homenagens: a) Chamada dos

participantes, b) composição da mesa pelos mestres homenageados, c)

composição do plenário pelos mestres especialmente convidados; d)

execução do hino nacional; e) Apresentação de outros mestres e

autoridades presentes; f) Leitura da historia de vida dos mestres

homenageados; g) Palavras dos mestres especialmente convidados.

(3min); h) Entrega das placas aos homenageados; i) Palavra dos

mestres homenageados; j) agradecimentos e palavras finais.

21h30 – coquetel

22h – roda de confraternização no corredor cultural;

00h – encerramento geral.

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