Você está na página 1de 4

Roteiro para a leitura de Memorial do Convento

XIII

1. Devemos tentar sempre fazer até conseguirmos fazer bem.


1.1. Explique de que modo o narrador se exprime a favor dessa conduta.
A propósito da necessidade de fazer um fole para a passarola, Blimunda diz a Baltasar que
este deverá tentar até conseguir fazer bem (“se à primeira não sair bem, sairá à segunda,
se não conseguires à segunda, conseguirás à terceira”).

2. Indique o número de vontades que Blimunda terá que reunir para que a passarola voe.
São necessárias duas mil vontades para que a passarola voe.
“(…) e tu, Blimunda, lembra-te de que são precisas pelo menos duas mil vontades, duas mil
vontades que tiverem querido soltar-se por as não merecerem as almas, ou os corpos as não
merecerem (…)”.

3. Explicite a referência ao cavalo Pégaso.


Pégaso é um ser mágico da mitologia grega, um cavalo branco com asas grandes, capaz, portanto,
de voar. A referência feita pelo padre Bartolomeu de Gusmão deve-se à vontade que ele tem de
fazer a passarola voar.

4. Nomeie as forças que deverão ser conjugadas para que consigam voar.
Serão precisas as forças concertadas do sol, do âmbar, dos ímanes e das vontades.

5. Enuncie as instruções e os materiais necessários à constrição da passarola.


Os materiais necessários à construção da passarola são o vime, o ferro e peles. Baltazar deverá
construir a passarola de baixo para cima, como se estivesse a construir um navio; terá de
entrelaçar o vime e o ferro, imaginando que está a ligar penas a ossos; as peles, que servirão para
os foles da máquina, deverão ser curtidas e cortadas de acordo com as instruções do padre.

6. A procissão do Corpo de Deus não será como habitualmente. Explique porquê.


A procissão do Corpo de Deus não decorrerá da forma habitual porque não Incorporará, ao
contrário do que seria costume, representações das ”antigas figuras dos gigantes”, nem a
“serpente silvante” ou o “dragão flamejante”. Também não haverá “tourinhas” (corridas de
novilhas mansas) nem danças da cidade, nem instrumentos musicais como as marimbas e as
charamelas.

7. Procure, na página 153, o excerto que revela a profusão e a diversidade dos que participam na
procissão.
“(…) O povo miúdo de brancos, pretos e mulatos de todas as cores, estes, aqueles e os outros,
estende-se ao longo das ruas ainda turvas do primeiro amanhecer (…)”

8. Traduza a metáfora “este jardim à beira-mar plantado”.


A expressão é uma metáfora para Portugal, país delimitado a oeste e a sul pelo oceano Atlântico.

9. Refira-se à intenção do narrador ao enumerar todos os santos e santas referenciados na procissão.


O narrador pretende criticar a opulência revelada pela Igreja, que aproveitava estas cerimónias
para ostentar o seu poder.

Ficha formativa – Folha 1


Roteiro para a leitura de Memorial do Convento

10. Saliente o humor tecido com a palavra mitra.


O humor deriva dos diferentes significados da palavra. A mitra é um chapéu alto e largo, usado
por elementos do clero em certas cerimónias, mas, num sentido popular, é também a zona do
corpo das aves onde estão fixas as penas da cauda.

11. Enumere os pecados apontados aos penitentes.

Os penitentes são acusados de fornicar, de comer e beber demasiado, de faltar aos sacramentos e
ao dízimo (contributo financeiro dos católicos para o culto) e de falar do inferno com
descaramento e sem medo.

Ficha formativa – Folha 2


Roteiro para a leitura de Memorial do Convento

XIV

1. O padre Bartolomeu regressa, doutor, de Coimbra. Transcreva uma frase reveladora da proteção
de El-Rei ao padre.
“(…) e se el-rei o fez fidalgo capelão de sua casa e académico da sua academia (…)”

2. Identifique o professor de música que El-Rei contratou para ensinar a Infanta Dona Maria Bárbara.
O professor é Domenico Scarlatti, um italiano que veio de Londres, contratado pelo rei, para
ensinar a infanta.

3. Explicite a forma como nos é apresentada a música que il maestri “dedilhou no cravo”.
É afirmado no texto que os dedos de Scarlatti correm sobre o teclado “como uma barca florida
na corrente”, ora mais lentos ora muito velozes.

4. Indique o motivo da inversão da expressão “Mãe nossa que na terra estais”.


A expressão é utilizada pelo narrador depois de Scarlatti ter tocado uma música no cravo,
exprimindo a admiração suscitada pelo improviso do músico. Há, claro, um jogo com a oração
“Pai nosso que estais no céu”.

5. Anote o efeito que o improviso do maestro provocou em padre Bartolomeu de Gusmão.


O padre Bartolomeu de Gusmão sentiu-se arrebatado, extasiado com a música do maestro.

6. Atente na conversa entre o músico e o pregador. Registe a conclusão da conversa.


A conversa entre ambos é concluída com a ideia de Scarlatti de que é o silêncio que prevalece
tanto depois de um sermão como depois da música.

7. A música de Scarlatti penetra em todo o lado. Explicite como esta serviu de inspiração ao padre.
A música que Scarlatti toca durante a noite e que se ouve em Lisboa inspira o padre, que escreve,
até ao amanhecer, o sermão do Corpo de Deus.

8. O segredo é mostrado a Scarlatti. Descreva o que o músico vê.


O músico, depois de tirar a venda que o padre lhe dera, vê “uma ave gigantesca, de asas abertas,
cauda em leque, pescoço comprido, a cabeça ainda em tosco, por isso não se sabia se viria a ser
falcão ou gaivota (…)”.

9. Explicite as semelhanças e as diferenças entre os três homens.


Sentados em redor da merenda, o padre, o músico e Baltasar atiram, os três, os caroços das
cerejas para o chão. Têm todos trinta e cinco anos. As diferenças de estatuto entre eles são
traduzidas pela forma como são apresentadas as mãos de cada um: “agora o cepo que é a mão
de Baltasar, cascosa como um tronco de oliveira, depois a mão eclesiástica e macia do padre
Bartolomeu Lourenço, a mão exata de Scarlatti (…)”.

10. Atente (pág. 174) nas palavras contraditórias do padre Bartolomeu de Gusmão. Transcreva a
conclusão a que o padre chegou sobre esta matéria depois de ter refletido sobre o assunto.
O padre conclui que Deus estava fora do homem antes de Cristo se ter feito homem, mas que
depois, através do sacramento, passou a estar nele. Desta forma, segundo o padre, o homem é
quase Deus ou o próprio Deus. Para ele, o homem é uno com Deus.

Ficha formativa – Folha 3


Roteiro para a leitura de Memorial do Convento

XV

1. Explicite as várias facetas do padre Bartolomeu de Gusmão.


São mencionadas diversas facetas do padre Bartolomeu de Gusmão: o homem que sobe ao altar
e diz a missa, o académico estimado pelo rei, o inventor da máquina de voar “ou dos vários
modos de esgotar sem gente as naus que fazem água”.

2. Procure, na página 178, o verbo que demonstra as dúvidas do padre Bartolomeu de Gusmão.
“mordido de sustos e dúvidas” (?)

3. Transcreva o modo como é explicada a música de Scarlatti.


“(…) estes sons que o italiano tirava do cravo, que tanto pareciam brinquedo infantil como
colérica objurgação, tanto parecia divertirem-se anjos como zangar-se Deus.”

4. Indique o nome da doença que então grassa em Lisboa.


Febre-amarela (também apelidada de vómito-negro).

5. Refira-se às estratégias utilizadas para afastar a peste.


As estratégias usadas são queimar alecrim (nas ruas, nas entradas das casas e nos quartos dos
doentes) e moer umas pedras designadas de línguas de S. Paulo, assim como outras do tamanho
de grãos-de-bico, por se acreditar que o pó delas curaria.

6. Refira-se ao estado de Baltasar e Blimunda quando recolheram à quinta.


Quando recolheram à quinta, eles iam cansados da caminhada. Baltasar estava mortiço e
Blimunda chegava pálida e com náuseas.

7. No final da “recolha das vontades”, Blimunda adoece.

7.1. Exemplifique com uma citação o remorso do padre em ter pedido este trabalho a Blimunda.
“Mas, olhando Blimunda, consumida e retirada do mundo, o padre mordia as unhas,
arrependia-se de a ter mandado às instâncias vizinhas da morte com tanta continuidade
que a sua própria vida teria de padecer, como se estava observando, essa outra tentação
de passar para o lado de lá, sem nenhuma dor, apenas como quem desiste de se segurar às
margens do mundo e se deixa afundar.

7.2. Revele a terapia que cura Blimunda.


A terapia que a cura é a música que Scarlatti toca durante as visitas a Blimunda, que
decorrem todos os dias durante uma semana.

Ficha formativa – Folha 4

Você também pode gostar