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Roteiro para a leitura de Memorial do Convento

XVI

1. Clarifique a referência a padre António Vieira.


Há intertextualidade com o Sermão de Santo António aos Peixes, em que o nosso orador repreende através
da enumeração os grandes que “comem” os pequenos.
2. Revele a origem da inquietação/medo do padre Bartolomeu de Gusmão.
A inquietação/medo do padre Bartolomeu é a do Santo Ofício, para quem não há vontades, há sim torturas.
3. O tempo escasseia. O padre tem de fugir. Indique de que modo o fará.
O Santo Ofício anda à procura do padre, por isso ele tem que fugir e vai fazê-lo na máquina voadora. Depois de
ultimarem os trabalhos que há a fazer, Baltasar, Blimunda e o padre Bartolomeu preparam-se para partir.
4. Transcreva as treze palavras que o Anjo Custódio saberá para ajudar na descolagem.
As treze palavras que o Anjo Custódio saberá são a Casa de Jerusalém; as duas tábuas de Moisés; as três pessoas
da Santíssima Trindade; os quarto evangelistas (João, Lucas, Marcos e Mateus); as cinco chagas de Cristo; os
seis círios bentos que Jesus teve no seu nascimento; os sete sacramentos; as oito bem-aventuranças; os nove
meses que Nossa Senhora trouxe o seu bendito filho no seu puríssimo ventre; os dez mandamentos da lei de
Deus; as onze mil virgens; os doze apóstolos e os treze raios que tem a lua.
5. “A passarola voa”. Refira-se à euforia do padre perante a concretização do sonho.
O padre encontra-se numa felicidade extrema. Ele ria, dava gritos e, como o sonho se concretizou, sente-se o
filho predileto de Deus.
6. Explique o significado de “poderemos ir à procura de novas Índias”.
Como no tempo dos Descobrimentos, o homem sonhou, e foi possível descobrir a Índia. Havendo “pilotos nos
ares, torna-se fácil ir à procura de novas terras sonhadas.
7. Substitua a expressão “tarde piaram” por outra equivalente.
“chegaram tarde demais”.
8. Indique o destino do cravo.
Scarlatti atirou o cravo para o poço.
9. Procure, na página 207, as interrogações retóricas de cariz camoniano, explicitando o seu valor semântico.
As interrogações retóricas referem o gigante adamastor, o fogo-de-santelmo e a tromba marítima
mencionados n’ Os Lusíadas. Ao evocar alguns perigos por que os portugueses tiveram que passar, o narrador
realça os perigos que agora as três personagens terão que passar para atravessarem os “caminhos ocultos”.
10. Baltasar reconhece a terra que sobrevoam. Finalmente descem dos ares!
10.1. Indique o local onde aterraram.
Baltasar reconhece Mafra ao sobrevoarem sobre a sua terra, mas nem ele nem as outras personagens
reconhecem o local onde aterraram, um espaço coberto de mato.
10.2. Comente a estranha reação do padre Bartolomeu
O padre está doente, não parece o mesmo homem , e pega fogo à máquina, afirmando em seguida “Se tenho de
arder numa fogueira, fosse ao menos nesta” . Depois foi-se embora. Depreende-se que o padre fazia referência
ao Santo Ofício e, no caso de ter que morrer numa fogueira, preferia que acontecesse no fogo do seu sonho do
que às mãos da Inquisição.
Roteiro para a leitura de Memorial do Convento

XVII

1. Explique porque é que Baltasar “falou antes do tempo”.


Baltasar está a desdenhar de canteiros e pedreiros, mas, pela multidão de homens que vê a cobrir o terreiro
para irem trabalhar, afirma que falou antes do tempo, querendo significar que a obra é grande, como diz Álvaro
Diogo.
2. Baltasar começa a trabalhar na construção do convento. Explicite em que consiste o seu trabalho.
Baltasar vai para os carros de mão e, com a ajuda do gancho, irá fazer carretos, ou seja, irá transportar carga.
3. Transcreva a referência às Invasões Francesas que decorrerão quase cem anos mais tarde e que denuncia o
tempo da escrita posterior ao tempo da História.
“Passaram nesta altura uns vinte soldados de infantaria (…) irão à Ericeira rechaçar um desembarque de
piratas franceses, tantas vezes hão-de tentar que um dia vêm por aí abaixo, muitos e muitos anos depois de
estar concluída esta babel, entrará Junot em Mafra”.
4. Os trabalhos são demorados. Transcreva uma frase comprovativa dessa lentidão.
“Passam os dias, as semanas, e as paredes mal crescem.”
5. A chuva torna todo o trabalho mais difícil, sendo, por vezes, necessário parar. Quando a chuva para, tudo
recomeça. Enumere os verbos que dão conta desse recomeço.
carregar/descarregar/puxar/empurrar/arrastar/levantar
6. “O que vale são estas distrações.” Identifique o referente de estas.
“um homem que descia à sua frente estatelou-se na lama e todos riram, de riso caiu outro”
7. Evidencie a emoção de Baltasar quando Blimunda o vem esperar.
Blimunda vem esperar o seu homem, cobre-lhe a cabeça com a saia, o que provoca emoção a Baltasar, não só
pelo “cheiro de mulher”, que faz subir as lágrimas a um homem, como também por lhe perguntar se está
cansado, gesto carinhoso que torna o mundo suportável.
8. Atente na descrição das catástrofes naturais. Enuncie dois ou três exemplos.
A descrição de um terramoto em Lisboa, sem grandes estragos, a não ser que caíram beirais e chaminés, e
abriram-se algumas rachas em paredes velhas, mas que trouxe “negócio magnífico” aos cerieiros, pelo corrupio
de velas para as igrejas.
A outra descrição é de “uma tempestade como doutra não há memória, com uma força do vento que joga
livremente com os navios ancorados, …, repuxando, esticando e rebentando as amarras … onde a força das
águas derradeiramente os despedaça. (…) As ondas batem com tal força na praia deste sítio da Boavista …
mosteiro de S.Bento”,
9. Identifique, na página 227, a aliteração do “inimigo”.
A aliteração do /f/ - “fere sem ferro nem fogo”.
10. Assinale o motivo da vinda de Scarlatti a Mafra.
Scarlatti veio a Mafra para comunicar a Blimunda e a Baltasar que o padre Bartolomeu tinha morrido (dizem
que louco) em Toledo (Espanha), para onde tinha fugido.

XVIII

1. A riqueza de D. João é imensa. Registe em quanto é avaliada a sua fortuna.


A sua fortuna é avaliada para cima de dezasseis milhões de cruzados.
2. Portugal é deficitário em ciência. Transcreva um exemplo demonstrativo desta afirmação.
“De Portugal não se requeira mais que pedra, tijolo e lenha para queimar, e homens para a força bruta,
ciência pouca.”
3. Registe a profusão de artífices necessários à construção do convento.
Os artífices são ourives de ouro e de prata; fundidores dos sinos; escultores de estátuas e relevos; tecelões;
rendeiras e bordadeiras; relojoeiros; entalhadores; pintores; cordoeiros; serradores e madeireiros;
passamaneiros; lavrantes de couro; tapeceiros; carrilhadores e armadores de navios.
Roteiro para a leitura de Memorial do Convento

4. Atente na referência que é feita a padre António Vieira e no cómico de situação que se lhe segue. Explicite
a intenção do narrador.
“… pregou o celebrante ao mar de gente, se fosse o mar de peixes, (…), só a ouviram os fiéis que mais ao
perto estavam (…) acabou o sermão e podemos debandar. Espantoso é ter-se acabado a missa e não terem
ficado mortos no terreno. É uma religião (…) mais ribaldeiras”.
A intenção do narrador é irónica. Mostra como o sermão do celebrante não tem interesse nenhum; as
condições para se ouvir são péssimas e as pessoas estão desatentas, fazendo outras coisas. A sua vontade é
que acabe depressa.
5. Atente na expressão “não passam estes sem tronco”. Selecione, num dicionário, o significado que mais se
adequa ao contexto da frase.
A frase tem como contexto os açoites, vergastadas, que as pessoas punidas tinham que suportar amarradas
a um tronco de árvore.
6. Anote o nome do trabalhador que veio do Alentejo, indicando as razões da sua imigração.
O trabalhador chama-se Julião Mau-Tempo e imigrou para Mafra por indicação do vigário da sua freguesia.
Foi-lhe dito que não passaria fome ao serviço de el-rei e que teria roupa para vestir.
7. Repare nas conversas dos trabalhadores. Saliente a relação que é estabelecida entre o teor das conversas e
o Santo Ofício.
A relação estabelece-se, porque Baltasar declarou que tinha estado perto do sol, o que o aproxima das bruxas
que voam nas suas vassouras. Por outro lado, afirmou que começou a ser igual a Deus, depois de ter ficado
sem a mão. Em ambos os casos, se o Santo Ofício tivesse conhecimento, Baltasar seria levado.
7.1. Conclua, numa frase, o que está em causa.
O narrador enfatiza o medo que a todos persegue pela presença aterrorizante do Santo Ofício.
Roteiro para a leitura de Memorial do Convento

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