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CRÓNICA DE D.

JOÃO I
Fernão lopes
Biografia

• Nasceu entre 1380/1390 – 1460 em Lisboa


• Foi tabelião do reino de Portugal, ou seja, foi um
funcionário que guarda e conserva notas e outros
documentos autênticos.
• Foi Guarda Mor da Torre do Tombo, foi guarda da
torre do tombo com os mais documentos importantes
e arquivos oficiais.
• Foi nomeado por D. Duarte para ser cronista do reino
e documentar a vida e o reinado de cada rei de
Portugal.

Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-SA


Capítulo XI

• Mestre de Avis juntamente com Álvaro Pais


e o seu pajem, conspiram contra a Rainha D.
Leonor Teles e o seu amante castelhano
Conde Andeiro para não perderem a
independência de Portugal.
Capítulo XI

O pajem e Álvaro Pais cavalgam


pelas ruas de Lisboa bradando ao
“ Matom o Mestre! Matom o
povo ( que tanto adorava Mestre
Mestre nos paços da Rainha!
de Avis) que o Conde Andeiro
Acorree ao Mestre que matam!”
estava prestes a matar o Mestre
nos paços da Rainha.
Capítulo XI • A população pega em tudo o que vê à frente, fossem
armas, improvisos de armas e dirigem-se em grande
alvoroço aos paços na esperança de salvar o Mestre.
• Ao chegar ao paço, deparam-se com portas fechadas
e a multidão mostra-se ansiosa e agitada, querendo
entrar para confirmar se o Mestre estava vivo.
• Ao ver que a população estava deveras inquieta,
chegando mesmo a atingir o clímax, o mestre de Avis
aparece à janela dos paços confirmando a sua
sobrevivência e anunciado que o Conde está morto e,
portanto não há nada a temer.
Capítulo XI • O episódio enquadra-se na sequência do
cerco de Lisboa. Fenrão Lopes relata a
aclamação do Mestre ( após a morte do
conde Andeiro).
Capítulo CXV

• É feita uma primeira descrição das defesas e


do preparo da cidade de Lisboa que se
preparava devido ao ataque dos castelhanos.
O Mestre lidera e delega tarefas tais como:
recolher mantimentos, trigo, pam, carnes,
gado morto, gados e bestas; e erguer muros e
fortificações,levantar vigias, ...
Capítulo CXV

O mestre e os seus aliados recolhem


alimentos (gado) às terras envolventes com o
objetivo de aguentar um possível longo cerco Já dentro das muralhas preparam-se as
à cidade. A população, inicialmente, divide- defesas ao nível dos: muros, torres,
se entre aqueles que decidem fugir para armamento e homens de armas, entradas da
Setúbal, aqueles que permanecem dentro da cidade, zonas ribeiras, etc.
cidade e uma minoria que permanece nas
vilas apoiando Castela.
Capítulo CXV

• “o, logo foi ordenado de recolherem pera a cidade os mais mantimentos que
haver podessem, assi de pam e carnes, como quaes quer outras cousas. E iam-
se muitos aas liziras em barcas e batees, depois que Santarem esteve por
Castela, e dali tragiam muitos gados mortos que salgavom em tinas, e outras
cousas de que fezerom grande açalmamento”
Capítulo CXV

• Existe uma comparação por parte do cronista, entre os portugueses


que defendem tão bem a sua cidade e os filhos de Israel (que o
mesmo fizeram) .
• O narrador salienta a coragem e a determinação dos portugueses
que defendem a cidade, o cronista conclui o capitulo num tom
elogioso.
Capítulo CXLVIII

Este capítulo relata as consequências


do cerco. Não era só Castela que era
Desde homens e mulheres são
o inimigo como também as pestes e a
expulsos do interior do cerco por não
fome. É uma homenagem a toda a
defeder devido à fome extrema.
população pelo sofrimento e miséria
que vive durante o cerco.
Capítulo CXLVIII

Já a meio do longo cerco, os mantimentos começam a faltar devido à elevada


população que permanecia dentro das muralhas. A população vê-se com necessidade
de procurar alimentos fora das muralhas., correndo grande perigo, assim que os
sinos tocavam, toda a população corria e pegava em armas para defender a
população.

O mestre foi obrigado a colocar determinados grupos fora do cerco


como os miseráveis, prostitutas, os que não combatiam e judeus.
Capítulo CXLVIII

• Existe quem ainda procure migalhas e sementes no chão imundo


para sobreviver, já que o preço dos alimentos básicos é muito
elevado. A fome afeta crianças que correm pela cidade procurando
esmola e mesmo mães que incapazes de amamentar os filhos vêm-
nos morrer.
Capítulo
CXLVIII Um rumor assobra a cidade: o Mestre iria
expulsar todos aqueles que não têm o que
comer; no entanto é dementido mais tarde.

O capítulo acaba com um forte e


emocionante apelo à “geraçom que depois
veio”, ou seja, aqueles que leem a crónica,
dizendo que são sortudos aqueles que não
tiveram de enfrentar tais sofrimentos.
Personagens individuais e personagens
coletivas
Mestre de Avis- demonstra-se um homem multifacetado, por um lado é bravo e inteligente,
devido ao esquema e detreza com que executou o plano de matar o Conde Andeiro, por outro
lado, é também um homem do pov. É um verdadeiro líder.

Álvaro Pais- Membro da burguesia que atua como aliado do Mestre e que é fundamental o
plano de influenciar a alma do povo a vir socorrer o Mestre quando este estava em suposto
perigo.

D. Leonor Teles- Mulher que representa o falso governo português, pois embora fosse rainha
e legitima herdeira do trono estava envolvida com a corte espanhola e na tentativa de
extinguir a liberdade lusa. Era apoiada pela alta nobreza e clero e pepudiada pelo povo que a
apelidava de “aleivosa”
Personagens • Povo: personagem considerada principal e que, tal como
individuais e expressa antes, constitui a força gerada da revolução. Pode ser
apelidado também de herói coletivo, na medida em que
Personagens
representa todos aqueles que queriam preservar a
coletivas independência de Portugal.
Linguagem e Estilo Lírico
• Visualismo: Descrição viva e próxima da imaginação onde são incluidas sensações (visão, audição,
olfato) ou até mesmo o ritmo e ânimos presentes através de recursos expressivos (comparação,
enumeração, adjetivação e personificação) e também da descrição pormenorizada dos locais ou
ações.
• Dinamismo: Colocação do leitor no desenrolar das ações, ou seja, existe a ilusão de que nos
encontramos, no desenrolar do enredo. Este envolvimento é feito por: sequencialização gradativa
das ações: uso de verbos de ação e existe predominio da caracterização indireta das personagens
pelo seu comportamento.
• Coloquialismo: Como forma de aproximar o leitor utiliza 1ª/2ª pessoa e utiliza alternadamente
diferentes registos discursivos (descrição, narração e diálogo).
Afirmação A legitimização da dinastia de Avis adveio da força
da do povo conduzindo habitualmente por Álvaro Pais.
O povo foi a força da revolução, representando
consciência todos aqueles que queriam preservar a
independência de Portugal.
coletiva

O verdadeiro herói é o povo, é um herói coletivo.

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