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Crónica de D.

João I - Fernão Lopes

Contexto histórico - É relatada a crise de sucessão de 1383-5 - Após a morte de D. Fernando, D. Leonor Teles
assumiu o reino. Esta declarava que aclamassem D. Beatriz e D. João de Castela (obrigados a casar), como reis
de Portugal. O povo era contra o que originou uma revolução liderada por Álvaro Pais. D. João matou o amante
de Leonor, assim esta pede ajuda a D. João de Castela que iniciou o cerco a Lisboa. Após isto D. João I virou rei.

Capítulo 11
D. João (Mestre de Avis) e Álvaro Pais conspiram contra a rainha Leonor e o seu amante para livrarem o trono
do poder castelhano.
Álvaro cavalga por Lisboa a gritar que o amante (Conde Andeiro) ia matar o Mestre nos paços.
O povo tenta salvar o Mestre com armas. Ao chegar aos paços encontram as portas fechadas, ficando
descontrolados querendo verificar se o Mestre estava vivo.
Com a agitação, o Mestre aparece na janela afirmando a sobrevivência e anunciando que o Conde está morto.
O Mestre deixa os paços e vê a população alegre.

Capítulo 115
Descrição das defesas que Lisboa fez contra o cerco de D. João de Castela. O Mestre atribui tarefas e o povo
age como um só.
O Mestre e os aliados recolhem alimentos para tentar aguentar o máximo de tempo dentro do cerco. A
população divide-se entre os fugitivos para Setúbal e aqueles que irão aguentar a cidade.
Dentro das muralhas são preparadas defesas.
É destacada a superioridade do Rei de Castela em termos de quantidade de homens.

Capítulo 148
Homenagem à população pelo sofrimento e miséria sofridos pelo cerco.
A meio do cerco faltavam mantimentos , havendo assim a necessidade de procurar fora das muralhas.
A fome afeta as crianças e as mães veem os filhos morrer.
O capítulo acaba com um apelo à geração futura dizendo que os que não tiveram de enfrentar estes
sofrimentos são afortunados.

Afirmação da consciência coletiva


O povo manifesta o seu patriotismo e apoio ao Mestre e garante a independência de Portugal.
Manifestação de sentimentos de pertença a uma nação , ação popular na defesa da independência nacional,
vontade popular em detrimento da sucessão dinástica e demonstração de coragem e patriotismo.
O povo é um ator coletivo partilhando sentimentos e é protagonista do relato.

Atores individuais
Mestre de Avis: homem multifacetado e verdadeiro líder.
Álvaro Pais: membro da burguesia, aliado do Mestre e influenciador do povo.
D. Leonor de Teles: mulher que representa o falso governo português pois estava envolvida com a corte
espanhola.

Características da escrita
Visualismo - descrição viva e próxima da imaginação onde são incluídas sensações, ritmo e ânimos presentes
através de enumerações, adjetivações e personificações.
Dinamismo - sensação de que o leitor se encontra no desenrolar da história através de verbos de ação e
sequencialização gradativa das ações.
Coloquialismo - utilização da 1ª/2ª pessoa, expressões populares, diferentes discursos narrativos (descrição,
narração, diálogo), algum discurso direto dando intensidade à ação.

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