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Poucos homens têm nascido historiadores como Fernão Lopes (…). Além do primor
com que trabalhou sempre por apurar os sucessos políticos, Lopes adivinhou os princípios da
moderna história: a vida dos tempos de que escreveu transmitiu-a à posteridade e não, como
outros fizeram, somente um esqueleto de sucessos políticos e de nomes célebres. Nas crónicas
de Fernão Lopes não há só história: há poesia e drama; há a Idade Média com sua fé, seu
entusiasmo, seu amor de glória.
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A Crónica de D. João I, de Fernão Lopes, fornece-nos retratos diferentes de uma sociedade
em transformação. (consciência coletiva)
Efetivamente, ao longo dos excertos lidos nas aulas, verifica-se a existência de um desejo
Conscieência coletiva
de mudança e a luta pela mesma, pois não se quer ficar refém de Castela. Assim, esta crónica
representa a legitimação da dinastia de Avis, através da força do povo, habilmente conduzido
por Álvaro Pais. Na verdade, a “arraia-miúda” foi força motriz da revolução, pois representava
todos aqueles que queriam preservar a independência de Portugal. Aliás, a crescente noção
de identidade nacional e consciência da sua singularidade é visível através da ação do povo
que, pela primeira vez, se une em prol do mesmo objetivo: a defesa da pátria, na figura de
Mestre de Avis, irrompendo pelas ruas de Lisboa à sua procura. Pela primeira vez, ouve-se a
voz do povo e a vontade expressa na defesa das fronteiras do reino: pegam em armas para
ajudar e apoiar aquele que ele (povo) considera ser o seu salvador. Esta defesa em torno de
um ideal comum, que congrega a classe mais baixa da sociedade e até então «sem voz» é sinal
de mudança daquilo que a sociedade em geral, e não só os nobres reconhecem como «seu» o
território a que pertencem e conseguem ver mais além do que o pedaço de terra onde
nascem e morrem.
......... Em suma, nesta crónica assiste-se à força de ânimo que um povo pode ter perante a
adversidade quando tem um ideal.
Redija um texto expositivo, entre 100 a 150 palavras, onde refira acontecimentos que
considera relevantes, tendo em conta
os atores individuais e coletivos;
a afirmação da consciência coletiva, de que a obra é ilustrativa.
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D. Leonor Teles, Conde Andeiro, D. João, Álvaro Pais são os atores individuais cujos
comportamentos e atitudes são retratados com maior pormenor e vivacidade dada a
sua importância nos acontecimentos retratados. No entanto, é o povo que é a força
motriz de episódios como a morte do Conde Andeiro ou como o cerco à cidade de
Lisboa, que revela uma consciência coletiva que se sobrepõe a interesses individuais,
que atua com determinação e resiliência na defesa da independência, assumindo,
desta forma, o estatuto de ator coletivo.
Em suma, nesta crónica assiste-se à força de ânimo de um povo perante a
adversidade quando tem um ideal.