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ANO LETIVO
10.º
NOME DO ALUNO Nº DO ALUNO CONHECIMENTO DO ENCARREGADO DE EDUCAÇÃO
Grupo I
Lê atentamente os textos que se seguem .
Martim Soares
Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as tuas respostas às questões que se seguem.
O objeto amado pelo “eu” é uma senhora bela (“Senhor fremosa”, “tão bem parecedes”), que
possui possui boas qualidades morais: “muito bem oí / dizer de vós”. Além disso, está
hierarquicamente numa posição superior ao trovador (“vos filhei por senhor”); é altiva e indiferente
aos sentimentos do eu (“E pois vos vós da coita não nembrades”).
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2. Descreve os sentimentos que dominam o sujeito poético, apontando o motivo para tal estado
emocional.
O sujeito poético revela angústia, desalento, desconcerto (“nen do afan que mi o Amor faz
sofrer,/ por meu mal vivo mais ca vós cuidades”), confusão / falta de norte, pois sofre de coita de
amor (“creer a coita'n que me ten Amor”). Este sofrimento deve-se à indiferença da senhor)
3. Refere dois recursos expressivos utilizados nas duas últimas estrofes para salientar o estado de
espírito em que se encontra o sujeito poético e aponta o seu valor.
Nesta composição, nas duas últimas estrofes, usa-se anáfora («Que farei eu..») e interrogação
retórica, para reforçar o desespero do eu, que lamenta não ter morrido, não saber o que fazer
perante o desamparo da “senhor”. Além disso, estes recursos expressivos refletem o sentido de
inutilidade da vida do sujeito lírico.
Esta cantiga ilustra o amor cortês, na medida em que o “eu” tomou a mulher por senhor: “vos filhei
por senhor” (vassalagem amorosa) e não divulga o seu nome. Mostra-se submisso e refere o
sofrimento amoroso - “coita de amor” - resultante da indiferença da dama aos seus sentimentos.
Esse amor impossível e inevitável faz com que o eu lírico sofra ao sentir-se prisioneiro desse
sentimento.
A cantiga é constituída por quatro coblas de 7 versos cada (sétimas). O esquema rimático é
ababcca, portanto as rimas são cruzada, emparelhada e interpolada. Os versos são decassílabos,
uma vez que são constituídos por 10 sílabas métricas. Trata-se de uma cantiga de mestria, pois
não apresenta refrão.
Grupo II
Lê o texto seguinte. Em caso de necessidade, consulta as notas.
Quando se pensa na Idade Média, é quase inevitável imaginar castelos inexpugnáveis (1),
bruxas queimadas na fogueira ou infelizes camponeses à mercê de cruéis senhores
feudais. Associamos aquela época histórica a um mundo de trevas e barbárie, embora
também evoque histórias de cavaleiros andantes dispostos a sacrificar a vida pelo amor de
5 cândidas donzelas.
Segundo Giuseppe Sergi, professor da Universidade de Turim, em Itália, “atualmente, a
Idade Média é vista como se tivesse ocorrido noutro mundo, tanto pela positiva como pela
negativa”. Na visão desfavorável, só existe pobreza, fome, peste, caos e corrupção; a
favorável inclui apaixonantes torneios, a vida na corte e príncipes magnânimos(2).
10 O clérigo [bispo Giovani Andrea Bussi] definiu como media tempestas (“épocas
intermédias”, em latim) os quase mil anos que tinham decorrido desde a queda do Império
Romano até à sua época, e que os homens de letras começariam a descrever como uma
etapa sombria que se interpusera entre os gloriosos tempos clássicos e o resplandecente
mundo moderno.
15 A literatura também proporcionou uma visão romântica, com os seus mitos sobre o amor
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cortês e as gestas(3) épicas, estereótipos que seriam depois popularizados em romances e
filmes pouco fiéis ao verdadeiro contexto histórico.
Tudo isto conduziu à noção generalizada de que a época medieval consistiu em dez
séculos de ignorância e obscurantismo, durante os quais nada de importante foi inventado.
20 No entanto, a medievalista italiana Chiara Frugoni recorda que foi nessa altura que
surgiram vários dos pequenos avanços que melhoraram a nossa vida, como é o caso dos
botões, dos garfos, das calças e de aparelhos como a bússola, os óculos, a imprensa de
caracteres móveis e o relógio mecânico.
Foi nessa alegada época obscura que começaram igualmente a configurar-se
25 instituições como os bancos e as universidades, e que se divulgaram as notas musicais e a
numeração árabe, além do xadrez e dos jogos de cartas.
Na Baixa Idade Média, segundo o historiador francês Jean Gimpel, “a Europa ocidental
conheceu um período de intensa atividade tecnológica, fecundo em invenções, uma
verdadeira antecipação da revolução industrial inglesa do século XVIII”.
Para responderes a cada um dos itens de 1.1. a 1.5., seleciona a opção correta. Escreve, na
folha de resposta, o número de cada item e a letra que identifica a opção escolhida.
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1.5. Na expressão “os quase mil anos que tinham decorrido desde a queda do império romano”, o
verbo encontra-se conjugado
(A) no pretérito-mais-que perfeito composto do indicativo.
(B) no pretérito perfeito composto do indicativo.
(C) no pretérito imperfeito do indicativo.
(D) no pretérito imperfeito do conjuntivo.
2. Indica o antecedente do vocábulo “sua” (linha 12). O clérigo [bispo Giovani Andrea Bussi]
Grupo III
Com base na tua experiência de leitura das cantigas de amigo, desenvolve um texto
expositivo (de 120 a 150 palavras) sobre o valor documental dessas composições poéticas,
enquanto testemunhos do contexto sociopolítico e cultural da época medieval.
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