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PLAYING WITH MONSTERS 01

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By Amelia Hutchins
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MONSTERS

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Amelia Hutchins
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SINOPSE
Meu coven permaneceu escondido nas sombras por séculos.
Evitamos o “mundo real” completamente; se escondendo de monstros
e outras criaturas com as quais compartilhamos este planeta.
Encontramos proteção na Floresta Nacional de Colville, situada em
uma cidade protegida por barreiras mágicas.
Nossos poderes estão bloqueados por uma maldição ancestral,
destinada a nos proteger de sermos encontrados.
Até agora.
O passado tem uma maneira de se repetir. Um novo jogo está
começando. Ninguém está seguro.
Ele está vindo para mim.
Ele está caçando.
O monstro do qual fugimos por séculos nos encontrou.
Até onde vai esse jogo mortal?
Até onde vou ser capaz de ir, ou ele vai destruir eu e tudo que me
importa?
4 Será que a única coisa sem a qual não posso viver será a chave para 4
destruir e desfazer o passado?
Ou o passado vai me destruir antes que eu possa salvar as pessoas
que amo do que fiz.

AVISO DE GATILHO: Este livro inclui cenas de violência gráfica e sexo que podem afetar
os leitores sensíveis. O estupro não é uma piada, nem é usado neste livro para excitar. Se
você conhece alguém ou foi vítima de estupro, peça ajuda. Não deixe esse idiota escapar
impune porque é bem provável que seu atacante faça isso com outra pessoa. Você não está
sozinha/o nessa. Milhares de pessoas são violadas diariamente; há centenas de pessoas
que ficam livres após atacar suas vítimas porque elas têm medo de denunciar ou discutir
o crime por vários motivos. Não significa não! Se você ou alguém que conhece foi vítima de
estupro, peça ajuda. Temos o Disque 100 (Para mulher, família e dos Direitos Humanos,
também recebe denúncias de crianças e adolescentes, assim como as que envolvem
violação de direitos de grupos considerados vulneráveis, como minorias e a comunidade
LGBTQIA+) e o Disque 180 (estritamente reservado para casos de abuso e agressão contra
mulheres). Para denúncia online, temos o aplicativo Proteja Brasil. DENUNCIE!

AVISO SOBRE A SÉRIE: A série faz parte de uma série maior, a


, que pela sua sequência de leitura possui cinco livros – com duas diferentes
séries – antes do As histórias se entrelaçam e complementam
esse livro, principalmente o livro , tanto
agora quanto nos futuros livros dessa e das outras séries. A leitura da série
proporciona prévias dos personagens de e também dão narrativa
aos futuros acontecimentos desse grande universo. Portanto, indicamos que siga a ordem
de leitura da , cujo detalhes se encontram no banner informativo:

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AVISO DA AUTORA:
Este livro é escuro. É sexy, quente e intenso. A autora é humana, como você é
também. É o livro perfeito? É tão perfeito como eu poderia fazer isso. Existem erros?
Provavelmente, então, de novo, até mesmo o New York Times publicou livros que
têm erros mínimos, porque como eu, eles têm editores humanos. Há palavras neste
livro que não será encontrada no dicionário, porque eles foram criados para definir
o cenário para um mundo de fantasia paranormal-urbana. Palavras como 'glamour'
e 'aparatar' são comuns em livros paranormais e dão uma melhor descrição para
a ação na história do que pode ser encontrado em dicionários padrão. Eles são
erros intencionais ou não.
SOBRE O HERÓI: Tem chance que você não cair imediatamente de amor por ele,
isso é porque eu não escrevo sobre homens fáceis de se amar instantaneamente.
Eu não acredito em amor instantâneo. Escrevo sobre idiotas falhos, matérias,
homem das cavernas que eventualmente permitem ver suas qualidades redentoras.
Eles são agressivos, idiotas, um passo acima de um homem das cavernas. Você
pode até não gostar dele enquanto ler este livro; mas eu prometo que vai amar até
6 o final desta série. 6
SOBRE A HEROÍNA: Tem uma chance de que você pode pensar que ela é um pouco
ingênua ou fraca; mas quem começa como uma fodona? Fodões são um produto
em crescimento e vou colocar ela no inferno, e você vai ver ela vir se balançando
toda vez que eu bater em sua bunda. É assim que eu faço as coisas. A maneira
como ela reage ao conjunto de circunstâncias pelas quais é submetida pode não
ser como você, como leitor, ou eu, como autora, reagiria a essa mesma situação.
Cada pessoa reage de forma diferente às circunstâncias e como “Magdalena”
responde aos seus desafios, é como a vejo como personagem e como pessoa.
EU NÃO ESCREVO HISTÓRIAS DE AMOR: eu escrevo em ritmo acelerado, bato em
você, faço você se sentar na beirada da cadeira se perguntando o que acontece nos
próximos livros. Se está procurando um romance perfeito, isso não é para você. Se
não aguentar o passeio, tire o cinto de segurança e saia da montanha-russa agora.
Se não, você foi avisado. Se nada descrito acima te incomoda, por favor, continue
e desfrute do passeio!

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CAPÍTULO UM
Me disseram que sou uma sobrevivente, resistente, bonita e
peculiar; mas a verdade é que este é o meu disfarce; o meu escudo.
Estou principalmente quebrada e tentei esconder o que sinto, mas o
fracasso foi tudo o que conheci nesse sentido. Experimentei a morte, o
amor e agora a vida. Não sei onde errei ou como permiti que a escuridão
dentro de mim crescesse. Só sei que, ao invés de lutar como deveria,
eu empurrei, incitei isso, tentei ver do que era feito... e agora escorregou
pela minha pele e não consigo erradicar da minha alma. Não pode se
auto erradicar, é o que ela sussurra para mim no silêncio da noite.
A escuridão é uma parte de mim? Me permiti me tornar a escuridão?
Por que o sussurrar dessas coisas, soa tão sedutor e emocionante? Por
que ouço? Talvez eu esteja além da redenção ou salvação. Mas se eu
estiver; pelo que me ensinaram, essa seria a conclusão final. Se alguém
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como eu não pode ser salvo depois do que suportei, então talvez todos
nós estejamos além da redenção. Talvez nenhum de nós mereça ser
salvo.
Seja lá o que for, vou enfrentar de frente. Ele diz que pode me salvar;
mas e se eu não quiser ser salva? E se, ao invés de me salvar, eu quiser
ele ao meu lado? Não preciso dele para me salvar, se isso for possível;
eu tenho que me salvar. Só preciso saber que quando eu fizer isso, não
vai custar minha alma.
Não sei se ele é meu salvador, meu inimigo, ou a razão de eu ter
abraçado essa escuridão, mas sei que não posso viver sem ele.
Ele traz à tona memórias que não me fazem bem, que podem ser
roubadas de outra pessoa. Não sou quem ele pensa que sou, e ele não
é o que aparenta ser. Posso sentir sua escuridão alimentando a minha
e isso me assusta. Tem algo dentro de mim que grita para ser libertado.
Se eu me apaixonar por ele, temo que o monstro que dorme dentro de

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mim vá despertar; e estou com medo de que, se isso acontecer, eu não
me reconheça mais.
Estou no controle por enquanto, e farei tudo o que posso para
permanecer dessa forma. Com o passado voltando em remendos e
vislumbres, é fácil por enquanto. O que me assusta é que sei que eu
poderia ser a mesma mulher cuja vida se desenrola nos meus sonhos...
Ou, mais precisamente, pesadelos.
Não posso estripar meu verdadeiro eu, mas e se você pudesse? E se
você pudesse apagar o passado e assumir o controle do futuro? Oh,
mas e se...

MAGDALENA
Acordei do pesadelo coberta de um suor frio. Meu cabelo se agarrou
no pescoço e eu não conseguia afastar os restos do sonho. Sabia que
10 eles estavam ficando muito mais frequentes e vívidos ultimamente e, 10
embora não conseguisse me lembrar muito dos detalhes dos sonhos,
sabia que morri em cada um deles. Não era para acontecer isso em
sonhos; você não morria. Você acorda antes de morrer. Todo mundo
sabia disso. Então por que eu me ferrei? Não só morri em todos os
sonhos que tive recentemente, mas a outra coisa consistente que me
lembro foi que permiti que o monstro nos meus sonhos me seduzisse
logo antes que ele me apagasse a vida, literalmente!
Esta noite o sonho parecia tão real, ao ponto que eu tinha acordado
molhada em mais lugares do que eu queria admitir. Tomei banho e me
sentei para lembrar os detalhes do diário que mantinha desde o último
ano do ensino médio. Eu não tinha certeza de que queria escrever este
porque sabia que era pior do que os outros.
Ele estava comigo, e no momento seguinte eu estava correndo pela
floresta segurando algum tipo de caixa grande de bugigangas coberta

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de escritas estranhas – uma que eu acidentalmente abri. Eu tinha
acordado no chão em sua propriedade, e os eventos e motivos que
levaram à minha chegada à propriedade foram irregulares, na melhor
das hipóteses. Parecia um borrão, mas senti que, como se fosse eu no
interior do sonho; mas isso era impossível.
Eu tinha ido para a casa dele em nome do coven, com seus avisos
soando em meus ouvidos, mas os detalhes reais pareciam me escapar.
Estava nublado, e eu tinha certeza que tinha ido lá para matar ele.
Senti medo, misturado com o conhecimento que eu deveria fazer algo
ruim para proteger o Coven, para mantê-los longe do monstro que tinha
se infiltrado nosso grupo coeso com sua história de ser um bruxo pária.
Ele era muito mais e eu me apaixonei por ele. Ele era tudo o que eu
estava procurando, e agora sabia que ele não tinha sentido o que eu
sentia. Ele não tinha me amado. Ao invés disso, me usou pra chegar
aos outros; para tentar controlar e usar nossos poderes para os seus
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próprios. Engoli em seco a bile que subiu na minha garganta quando
tropecei através da floresta. Eu sabia que tinha que abandonar o plano
e fugir da casa dele antes que voltasse, mas o que quer que estivesse
dentro da caixa estava tornando impossível até mesmo me concentrar
no que eu estava fazendo.
Voltei a correr, só para cair e bater no chão com um ensurdecedor
baque. Meu vestido se prendeu em um arbusto, rasgando quando eu
me levantei. Olhei para a caixa, mas minha visão dobrou e sua voz
gritou meu nome da direção na mansão.
Me virei e caminhei através da densa floresta, enrolando e fugindo
do monstro. O que eu fiz? Continuei sussurrando, como se pudesse
encontrar a resposta dentro de mim. Caí de novo, e de novo, as pernas
fracas demais para suportar meu voo. A terra subiu para enfrentar
minha queda e, por fim, não consegui mais correr. Me escondi atrás de

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uma árvore de carvalho antigo, sussurrando orações aos Deuses para
me ajudar na fuga.
Ouvi um galho estalar sob seu peso e me recusei a abrir os olhos
para encontrar seu olhar zangado.
— O que eu fiz; o que eu fiz... — Repetia uma e outra vez atordoada.
— Você sabe o que fez. — Ele sussurrou enquanto sua mão tocou
minha bochecha. A palma da mão segurou meu queixo e senti as
lágrimas que caíam pelo o que eu tinha feito. Eu estava apaixonada por
este homem, este monstro que tinha enganado todos nós.
Meu corpo tremia com o simples toque; a antecipação do que nós
dois negamos um ao outro estava em minha mente. Agora eu sabia por
que ele não veio ao meu pai com uma proposta de casamento. Este
homem era perverso e a sedução era parte de seu jogo; outro trampolim
para o fim do jogo.
— O que eu fiz... — Sussurrei entrecortada.
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Eu não esperava ser puxada em seus braços, ou que sua boca se
esmagasse contra a minha com seus beijos pecaminosos, mas ambas
as coisas aconteceram, e antes que eu pudesse protestar, ele nos levou
ao chão. Eu podia sentir a prova de sua excitação, e o som do tecido
sendo rasgado deveria ter me assustado.
— Você forçou minha mão, se lembre disso. — Ele sussurrou quase
sem fôlego.
Sua boca deixou a minha e o calor navegou através do meu corpo,
como a boca apertada sobre um mamilo e depois o outro. Fiquei sem
voz, e só gemidos e soluços simples deixavam meus lábios.
— Você não deveria ter sido a única a gozar; não era para ser você.
— Revelou quando levantou a boca dos meus seios e me deu um olhar
de estímulo. Aqueles olhos, tão bonitos como o oceano escuro
selvagem, podiam ver através de mim.

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— Eu amei você. — Sussurrei entrecortada enquanto tentava
lembrar com quem eu estava. Ele me beijou e, desta vez me destruiu.
Não me importava que ele fosse meu inimigo, ou que era a forma mais
pura do mal. Agora, ele era o homem que eu tinha me apaixonado.
Senti suas mãos quando ele levantou a saia e as anáguas do vestido
que eu usava; e seus longos dedos entraram em minha carne lisa. Um
grito rasgou da minha garganta quando eles mergulharam através da
minha carne em meu calor, e o barulho de angústia que soou em sua
garganta trouxe lágrimas aos meus olhos.
— Não faça isso. — Implorei, balançando os quadris, apreciando a
sensação de seu corpo conectado a mim intimamente.
— Isso é meu, assim como você sempre será, doce menina. — Ele
murmurou enquanto eu balançava os quadris desajeitadamente
enquanto ele usou os dedos maliciosamente. — O que você abriu não
foi feito para você, mas não pode crescer. — Ele sussurrou enquanto
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sua boca derramava beijos sobre o meu queixo, onde meu pulso batia
descontroladamente. — Você não vai acreditar em mim, mas eu te
amei, até que você me traiu.
Ele afastou os beijos e seus dedos deixaram o calor do meu corpo.
Gritei com pesar por perder o estado de êxtase e chorei.
— Você que me traiu. — Engasguei. — Você mentiu sobre tudo, até
o que você era. Confiei em você, então você é meu demônio para matar!
— Gritei quando ele empurrou seus dedos de volta para dentro de mim,
me esticando. A faca que ele produziu com a outra mão veio e cortou a
palma da minha mão, tomando meu sangue. — Não. — Sussurrei
chocada quando seus olhos começaram a brilhar e o sorriso se tornou
cruel. — Te amaldiçoo nesta noite. Antes da primeira luz do amanhecer,
você será devolvido ao fogo do inferno de onde você veio. Meus irmãos
e irmãs vão terminar o que comecei, e você será enviado de volta para
onde você pertence!

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Seus traços torcidos com raiva.
— O inferno não pode me segurar, bruxa. Vou voltar para completar
o que comecei, e você vai morrer sabendo que nada que você ou seu
Coven fizer vão me impedir de ter sucesso.
— Vou renascer e vou me lembrar de você. — Sussurrei com força
suficiente para que seu sorriso desaparecesse.
— Você é uma idiota; se acha que pode me parar, Katarina. Você
estabeleceu sua própria desgraça, junto com aqueles que te seguem.
Todos serão amaldiçoados a reviver suas falhas repetidas vezes. Deste
dia em diante, qualquer renascimento que tiver será atraído para mim.
Vou permitir que você se apaixone por mim todas as vezes. Seu Coven
vai assistir isso acontecer e não vão poder te ajudar. O mal que
consumiu vai seguir você também, por causa do que fez. Nem eu tenho
o poder de desfazer o que você desencadeou. Assim, a cada nova vida,
você será amaldiçoada a reviver o passado em seus sonhos – somente
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quando acordar, os sonhos vão se tornar ilusórios. Ao primeiro sinal
do amanhecer, só vai se lembrar de fragmentos e nunca vai ver meu
rosto até que eu permita; mas a essa altura será tarde demais. —
Finalizou.
— Não é suficiente que planeje me matar uma vez? — Questionei
enquanto meu corpo traidor se erguia para seu toque.
— Uma vida com você nunca seria o suficiente. — Ele declarou com
remorso nos olhos dele. — Fui enviado para cá, seguindo um curso
específico, estabelecido há muito tempo; você não deveria estar no meu
caminho. Você foi tanto uma surpresa para mim como eu fui para você.
Foi assim que me enganou, não foi? Usou minha necessidade por você
contra mim, e te prometo isso, minha pequena bruxa. Isso nunca
acontecer de novo. — Ele sussurrou enquanto se sentou de joelhos e
olhou para mim de cima. — Eu realmente gostaria que você não tivesse
aberto aquela caixa.

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Sua mão embalou meu rosto enquanto eu observava seus olhos. Ele
era incrivelmente bonito, e ainda assim eu podia sentir o poder que
escorria de dentro dele. Estava tão perdida em sua beleza que não sabia
que ele ainda segurava o punhal até que foi incrustado no meu coração.
O choque foi registrado e senti o frio e, felizmente, meus olhos
dormentes enquanto ele sussurrava seu adeus.
— Vou matar você por isso. — Sussurrei quando o sangue encheu
meus pulmões. Um sorriso se formou em meus lábios quando o sangue
escapou e deslizou pelo meu queixo. — Não vou deixar você ganhar.
Eu tinha acordado do sonho e ele estava lá. Ele estava em cima de
mim, me observando como se fosse de carne e osso. Ele sorriu
friamente e sussurrou as palavras que transformaram meu sangue em
gelo. O jogo começou, doce bruxa.
Desnecessário dizer que o sono me escapou depois disso. Fiquei
acordada até o amanhecer, observei enquanto as palavras
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desapareciam do diário e da minha mente.

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CAPÍTULO DOIS
Sentei no assento da janela enquanto a tempestade rolava lá fora no
Oceano Pacífico. As sirenes que avisam da tempestade soaram durante
a manhã inteira, e ainda assim a tormenta me confortou. O trovão
bateu alto no céu e os relâmpagos rasgaram contra as ondas antes
delas rolaram e baterem rumo à praia. Passei o resto da manhã
tentando lembrar os detalhes sobre ele, meu amante ideal. Um sonho,
e de seu terrível aviso, que eu tinha previsto. Só pedaços das memórias
com ele permaneceu, como o sol nascia no céu laranja e vermelho.
Eu podia lembrar a sensação de sua carne, a pressa que seu toque
tinha enviado através de mim, mas nem um único detalhe de suas
características permanecia. O diário não tinha uma única referência a
quaisquer sonhos em relação ao passado, mesmo que eu tivesse certeza
de que tinha escrito assim que eu acordei de cada pesadelo. Meu peito
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estava machucado esta manhã, e um banho rápido não tinha parado a
dor ou removido a sensação dele da minha carne.
Verificando o correio de voz, estremeci quando o mais velho do
Coven me notificou com uma voz nítida e eficiente que minha presença
era necessária em Haven Crest. O Despertar estava surgindo
rapidamente e eu tinha uma grande escolha a fazer, que moldaria meu
futuro para sempre.
Eu já tinha estragado o suficiente as escolhas que tive que fazer
antes de sair de casa para não ter certeza de que essa escolha devia ser
feita por mim.
Para começar, quase tinha me casado com Todd, o suposto amor da
minha vida, que tinha me convencido a concordar em ser sua esposa,
só para encontrar ele na cama com a maior vadia que nosso Coven já
tinha gerado – uma semana antes do nosso casamento, nada menos.

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Levei um mês para sair da cama depois disso, e nada parecia
entorpecer a ferida em meu coração ou ego. A única coisa que me tirou
da cama foi a chegada do Exército dos Estados Unidos, que nos trouxe
uma bandeira1. Uma semana depois disso, o corpo do meu irmão
Joshua foi levado para casa para o enterro.
Fui a única a dizer a Joshua para ir; que se quisesse ir, quem
poderia impedir? Ele me disse que não aguentava mais ficar perto do
coven e queria fazer a diferença, e eu entendi; entendi isso. O que eu
não entendia era como alguém poderia colocar uma bomba em um
lugar público que era frequentado por crianças. Cento e quarenta e
duas pessoas morreram no ataque e, eu tinha tentado descobrir o que
poderia levar uma pessoa a fazer algo tão horrendo e arruinar a vida
das pessoas por um desacordo de crenças.
Muitas vezes me perguntei se ele seria capaz de salvar a si mesmo
e os outros que morreram na explosão se tivesse esperado o Despertar
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antes de se alistar, ou se ele poderia ter retornado para a cerimônia.
Anciãos do nosso Coven tinham decidido séculos atrás que seria
melhor vincular o poder do nosso Coven, até que chegássemos à
maioridade e fossem elegíveis para nossa primeira cerimônia do
Despertar. Disseram que protegia nosso Coven como um todo da
atenção indesejada do mundo exterior devido a jovens bruxas e bruxos
irresponsáveis. Até que ambos os eventos acontecessem, os jovens do
coven não podiam fazer muito mais do que o mais fraco dos encantos
ou feitiços de bênção. A última cerimônia do Despertar ocorreu pouco
mais de um ano depois que Joshua se alistou e eu sabia que ele tinha
tentado voltar para isso, mas seu comandante recusou seu pedido de
voltar para casa. Ao invés de abandonar sua unidade, ele se deslocou

1 A entrega da bandeira para a família do soldado morto é um ato nacionalista e simbólico em que diz que sua morte é considerada um
ato de heroísmo pelos serviços prestados ao país. Os EUA inclusive têm o feriado Dia em Memória às Vítimas de Guerra na última
segunda-feira de maio, sendo um dia em que os americanos refletem sobre o sacrifício daqueles que perderam a vida no serviço militar.

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para o Afeganistão sem poder e tão mortal quanto os homens com quem
lutou ao lado. Ele morreu mortal também.
Minha avó tinha me implorado para ficar depois disso, mas eu não
podia. Foi a gota d'água em uma longa série de eventos infelizes. Tudo
dentro de mim precisava de um tempo longe desse mundo. A bolsa de
estudos para uma das faculdades que oferecia um programa de
botânica consolidou minha decisão de que sair era a coisa certa a fazer.
Era uma maneira de sair e ver o mundo, e aprender como melhorar o
negócio da família em Haven Crest se, ou quando eu decidir voltar.
Minha mãe não tinha me culpado por deixar o Coven; mas eu fiz
isso por muito tempo. Meu avô disse uma vez que você não pode mudar
o passado; você pode se debruçar sobre ele, mas eventualmente precisa
deixá-lo ir. Olhe para o futuro e se lembre do passado quando precisar,
mas bloqueie e não fique insistindo nele porque é o passado e você já
está no futuro. Ele era um homem muito inteligente.
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Meu avô morreu quando eu tinha quinze anos, e eu sentia falta dele
todos os dias desde então. Abracei meus joelhos firmemente no peito
enquanto me lembrava de tempos melhores. Eu precisava deixar esses
pensamentos para trás, porque no momento em que voltasse a Haven
Crest, as festividades do Despertar estariam a todo vapor.
A ideia de voltar para casa era avassaladora e, embora tivesse meus
motivos, poderia ter ido embora em melhores circunstâncias ou ter
avisado mais do que fiz. Tem um limite para o que o coração pode
suportar e o que a mente pode absorver. Meu coração quebrou com a
perda do meu irmão, mas já estava quebrado quando meu pai nos
deixou e o amor da minha vida dormiu com Cassidy Smithers. Fiquei
entorpecida e comecei a construir um muro ao meu redor. Não deixei
as pessoas entrarem, mas continuei a viver e sobreviver. Levei tudo um
dia de cada vez, parei de olhar para o passado e foquei no meu futuro.

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Se você pudesse chamar o que eu estava fazendo de viver. Tive um
caso sem sentido de uma noite com o homem que fez minhas
tatuagens. Me chutei na bunda por permitir que isso acontecesse, e no
banco de trás do carro dele fora de um bar, nada menos. Foi mais do
que uma decepção e, por um longo tempo, me odiei por fazer isso.
Prometi a mim mesma, como a maioria das garotas, que a primeira vez
seria algo especial, e não foi. Me perguntei por algumas semanas depois
se estava me punindo ou a Todd. Mas segui em frente e fiz um teste
para DSTs depois de ver ele levar outra garota azarada para o carro.
Uma garota precisava se proteger, e eu não era diferente.
Tanto faz; eu tinha perdido minha virgindade, que Todd valorizava.
Eu tinha feito isso porque era algo que eu podia controlar, e porque era
um ato de vingança contra ele, que só acabou me prejudicando. Eu
tinha estado em um ponto baixo na vida e em uma espiral descendente.
Depois de alguns percalços e lutas e escolha das pessoas erradas, eu
19 19
percebi que meu caminho autodestrutivo só estava ferindo uma pessoa:
Eu. Pelo menos quando terminei essa fase de atuação, eu só tinha um
único caso de uma noite, sete lutas, vários pontos, um nariz quebrado
e um ajuste de atitude.
Ele estava fora do meu sistema depois de seis meses e, no sétimo
mês, eu tinha entrado numa rotina que poderia fazer confortavelmente
com os olhos fechados. Desisti de trabalhar em boates para evitar
tentações e comecei a trabalhar em um emprego mais seguro. Eu
trabalhei das nove às cinco em uma loja de flores durante os meses de
verão e em período parcial durante a escola, colocando meus polegares
verdes em uso. Já que era o que eu tinha feito em casa, era familiar.
Depois do trabalho, pego uma garrafa de vinho e saio rumo ao meu
apartamento vazio. A única pessoa que sentia minha falta durante o
dia era Luna, uma pequena gata que encontrei com pelo preto sedoso
e uma mancha crescente de branco no peito. Ela foi deixada para

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morrer em uma das muitas paradas para descanso entre aqui e Haven
Crest.
Usei o leite que deveria ser para o meu café e a amamentei de volta
para ser uma gatinha saudável e, desde aquele dia, três anos atrás, eu
me tornei a mãe dela. Nós duas estávamos sozinhas, mas só uma de
nós tinha escolhido.
Olhei ao redor do pequeno apartamento, observando o porquê eu
estava aqui por três anos, eu não tinha nada. Claro, tinha algumas
novas peças de roupas e um monte de sapatos, mas diferente disso, eu
não tinha nada. Não tinha feito novos amigos, e tinha me mantido em
segredo. Inferno, meu vizinho passou semanas me incomodando com
suas suspeitas sobre eu estar no programa de proteção a testemunhas
e, por um breve momento, pensei em continuar com a história, mas
seria uma mentira, e já contei o suficiente delas para mim mesmo que
eu não precisava de outra em minha consciência.
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O trovão rachou no céu, chamando minha atenção de volta para a
tempestade, e sorri tristemente, porque ela combinava perfeitamente
com minhas emoções. Não queria ir para casa, mas sentia falta da
minha família.
Levantei e me estiquei, jogando o diário vazio na cama. Me mudei
para pegar uma das margaridas Gerber quase mortas do manto de fogo
e a trouxe de volta à vida com um simples toque do meu dedo. Peguei
o broto do caule e o segurei no nariz.
— Estou voltando para casa, Kendra. — Sussurrei para flor. Fui até
a janela e abri, permitindo que a tempestade entrasse no apartamento.
Gotas da chuva caiam no meu rosto enquanto eu segurava a flor na
mão e sussurrei as palavras que levariam a mensagem e flor para
minha irmã gêmea.
Não esperei que a tempestade passasse antes de rapidamente
guardar meus poucos pertences no velho Toyota de quatro portas que

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peguei na escola por roubar um acordo e depois voltei para forçar Luna,
que não estava feliz por ter sido colocada em sua caixa transportadora
para o longo passeio de carro para casa, dentro do carro.
Olhei ao redor do apartamento e abençoei para a próxima alma
perdida que estava à procura de tudo o que tinha perdido, e fui para
casa para enfrentar o passado de frente.
Sabia que teria uma mistura de sentimentos quando chegasse em
casa, porque eu tinha saído no meio da noite sem me despedir de
ninguém. As despedidas eram difíceis e eu estava numa ruína
emocional com o peso de deixar tudo que sabia para trás. Era mais
fácil, então eu saí sem uma única palavra para ninguém. Preparei eles
do meu próprio jeito, dando dicas e falando com minha avó sobre o que
eu tinha planejado. Ela explicou isso a eles depois que eu estava na
estrada e no vento.
Na mensagem de voz desta manhã, o ancião tinha deixado um
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resumo dos próximos eventos, e era assim que eu sabia que quando
chegasse em casa voltaria como um ladrão durante a noite. E,
conhecendo minha mãe, a mansão estaria cheia de bruxas, homens e
mulheres, que participariam do Despertar. Também seria a celebração
de abertura, por isso era um encontro obrigatório, além de dar as boas-
vindas aos que viajaram para a celebração.
Entrei na cidade com uma sensação de medo, mas ignorei enquanto
continuei descendo a estrada para casa. Haven Crest era uma pequena
cidade de cerca de vinte mil habitantes. A maioria estava espalhada na
floresta, ou em Witching Hills, que foi onde minha família tinha se
estabelecido no final de 1800.
Já passava das oito, o que significava que eu tinha perdido a
abertura da festa, mas seria capaz de entrar despercebida, ou assim
esperava. Estacionei o carro na parte de trás, atrás da pequena casa
de hóspedes, rapidamente tirei minhas coisas e Luna do carro e levei

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tudo até a pequena cabana em que meus avós moravam antes de meu
avô falecer. Mudei muitas das minhas coisas para lá, esperando que
fosse onde eu e Todd ficaríamos até que pudéssemos nos dar ao luxo
de conseguir nosso próprio lugar.
Ficava a menos de dez minutos a pé da casa principal, e tinha
realmente sido a casa principal em algum momento do tempo,
enquanto nossos grandes avós tinham construído a mansão maior.
Mamãe tinha refeito, presumivelmente depois de muitos shows de
bricolagem e vinho demais.
Inspirei profundamente o ar ao meu redor. Sempre amei isso aqui.
O jasmim fresco que florescia nos jardins e as ervas que cresciam
selvagens ao redor de nosso lugar foram um grande atrativo para
nossos ancestrais e, naquele momento, eu podia entender. Fechei os
olhos, poupando um momento para me perder nos aromas e no
zumbido natural da linha que corria por esta cidade.
22 22
Usei a chave que ainda tinha e entrei na casa silenciosa, sabendo
que meu vestido para a celebração de abertura do Despertar estava
esperando lá dentro, porque foi uma das primeiras coisas que mudei
para a cabana antes de sair. Não era um vestido formal, mas foi um
ajuste perfeito.
O vestido era lindo, feito à mão por uma mulher chamada Athena.
Ao mesmo tempo, isso fazia parte do dote dela, mas de acordo com a
história da minha avó, ela nunca se casou. O noivo dela foi assassinado
e ela também seguiu o destino dele. Era uma pena que a pobre mulher
nunca tivesse usado a obra de arte, mas sorte para mim, já que os
homens naquela época estavam basicamente a um passo dos homens
das cavernas – quem sabia o que teria acontecido com o vestido na
noite de núpcias?
Eu tinha certeza de que Cassidy estaria vestida de alta costura e
seu grupo de amigos estaria vestido com qualquer tendência, mas eu

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PLAYING WITH MONSTERS 01
PLAYING WITH MONSTERS 01
não queria que minha mãe gastasse centenas ou até milhares de
dólares por um vestido. Ela provavelmente pagou pelo de Kendra e
provavelmente doou um rim para pagar por isso.
Tomei um banho rápido, fiz o cabelo e maquiagem em tempo recorde
e escorreguei para dentro do vestido. Por um breve momento, eu estava
em outro lugar. Eu podia ver vislumbres de coisas que eu não conhecia,
e pior, eu não conseguia respirar. Quando a realidade voltou correndo,
eu considerei tirar o vestido, e tive que me acalmar mentalmente.
— Que porra é essa. — Pensei, e o ronronar de Luna era a única
resposta.
Fui para o espelho de pé oval e minha respiração parou. O vestido
era mais do que lindo. Era uma obra de arte. O vestido de estilo grego
era um vestido de noite de tule cinza esfumaçado, com decote em V e
pregas que se acumulavam na frente de cada lado do V. Tinha um
pulverizar de pequenos enfeites de miçangas que pontilhavam as
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pregas de um pedaço de miçangas elaboradas vestido firmemente na
cintura. Acentos florais espreitavam do pescoço e dos lados do vestido,
criados em rendas caras.
Meus olhos azuis e cabelo loiro caramelo brilharam e fizeram um
contraste perfeito com o vestido. Meu tom de pele claro acentuando
perfeitamente. A única coisa que faltava eram os seios perfeitos para
preencher o corpete e uma cintura que dava a curva certa ao vestido.
Sim, olá, baixa autoestima, como senti sua falta na última hora.
Que mulher não quer um aprimoramento de peitos em algum
momento? Olhei para meu reflexo e me perguntei se me reconheceriam,
e então me amaldiçoei por ser uma idiota. Não é como se eu estivesse
fora há uma década, e eles tiveram minha gêmea idêntica com eles nos
últimos anos.
— Junte tudo, Magdalena Fitzgerald. Terá uma tonelada de olhos
em você hoje à noite. Você pode fazer isso, você pode. E se o seu ex-

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noivo estiver lá, provavelmente com sua nova amiga, e todo mundo na
cidade sabendo o que aconteceu? Você precisa de ajuda, provavelmente
no departamento mental. — Sussurrei no espelho.
Abrindo uma pequena caixa de madeira, retirei a máscara de
dominó que eu tinha comprado antes que minha vida tivesse virado de
cabeça para baixo, e olhei para a máscara de prata com seus acentos
de zircônia cúbicos antes de voltar os olhos para a estranha no espelho.
Eu poderia fazer isso. Vinho me ajudaria, mas eu não conseguiria até
que eu estivesse dentro da casa principal, e então poderia ter o efeito.
Enfiei a máscara no lugar e amarrei rapidamente antes de colocar
os saltos de amarrar. Amarrei e me dirigi para porta. Com um último
olhar ao redor da sala, e um aviso para Luna se comportar, deixei a
segurança da casa de hóspedes.

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CAPÍTULO TRÊS
Parei fora da velha casa de estilo vitoriano em que tinha crescido.
Podia ouvir a música flutuando através das janelas abertas, e os sons
de risos e pessoas se perderem na conversa. Fazia muito tempo desde
que eu tinha estado em casa, e os nervos e as dúvidas estavam
empurrando para a superfície.
Me lembrei que eu não era a mesma menina que deixou esta
propriedade há três anos. Mudei, não porque queria, mas porque me
machuquei o suficiente para precisar, só para sobreviver. Fugi porque
não consegui processar as perdas e sabia agora que, embora estivesse
forte o suficiente para lidar com isso, precisava de tempo e espaço para
aprender como enfrentar. Me recompus e gostei da mulher que me
tornei. Eu a construí do zero, e ela era independente e mais forte do
que jamais poderia ter sido se tivesse ficado aqui.
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Olhei para a minha casa. Casa. Parecia tão fácil simplesmente voltar
e ainda assim não seria. Olhei para decorações elaboradas que davam
uma aparência elegante e festiva à porta de entrada, e as árvores.
As lanternas que pendiam os salgueiros tinham vaga-lumes dentro
deles; é claro, os insetos não tinham habitat natural do Noroeste do
Pacífico, mas não seria difícil ter alguns. Além das lanternas, tinha fitas
penduradas nos galhos das árvores menores, e ligadas a elas tinha
velas flutuantes. O chão estava coberto de pedras esculpidas em runas
para manter qualquer mal fora da própria casa.
Estendi a mão para pegar uma das runas e passei o polegar sobre a
superfície lisa. Troquei a runa onde ela pertencia para manter o feitiço
da proteção e subi o caminho para a mansão.
Com a máscara no lugar, e minhas paredes erguidas em torno das
emoções, me concentrei na porta de entrada da casa. Eu estava tão
concentrada na casa que quando uma forma escura se moveu das

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sombras eu quase não vi. Mas senti ele; meu coração disparou e meu
estômago deu um salto mortal quando meus olhos encontraram os
dele. Eu podia sentir um imenso poder que empurrava dele e flutuava
sobre meu corpo.
Ele ficou com as luzes atrás dele, o rosto mascarado pelas sombras.
Meus instintos disseram para me virar e se afastar desse homem
lentamente. Ele não era daqui, mas com o Despertar surgindo em um
futuro próximo, teria aqueles de fora do nosso coven na cidade para as
celebrações.
Não foi até recentemente que nosso Coven começou a interagir com
os outros Covens próximos. Ouvi rumores sobre isso antes de sair. Os
anciãos estavam entretendo o mérito de permitir que bruxas e bruxos
de outros Covens participassem das celebrações do Despertar; algo
sobre sangue novo no Coven ou algo parecido, que era um pensamento
bastante liberal para o nosso Coven muito conservador. Claro, eles já
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tinham aceitado pessoas de fora antes, como Helen.
O homem na minha frente tinha trinta anos, 1,84 metros de altura,
se não mais, cabelos escuros que levemente tocavam seus ombros,
impecavelmente cuidados, sem um único fio fora do lugar. Ele tinha
traços bem definidos esculpidos na perfeição masculina, com olhos que
não olhavam só para sua alma. Não. Os olhos deslizaram para dentro,
faziam anotações, examinaram todos os seus segredos mais sombrios
e fantasias eróticas e os traziam à superfície quando ele terminava.
Ele estava vestido com um terno preto caro, provavelmente italiano,
feito sob medida para se encaixar perfeitamente em seu tamanho
enorme. Uma camisa branca espiava por baixo do terno e uma gravata,
de cor carmesim, finalizando seu conjunto. Este homem não ocupava
espaço; ele consumia e dominava.
Este não era um homem que eu queria conhecer; a letalidade que
senti dele despertou todos os meus sinos de alerta; bem como cada

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parte de mim que era mulher. Meus lugares femininos se animaram,
como se sentissem quão fodido estariam se ele tentasse chegar muito
perto. Foi francamente embaraçoso que meu corpo estava louco por ele
para acalmar suas necessidades. Este homem era o tipo que você
ficaria longe; onde o seu olhar predatório prometia que ele poderia
mastigar você, e pouco permaneceria quando ele tivesse acabado.
Ele me observava em silêncio. Ele me enervou, e no momento em
que dei um passo mais perto da porta, ele também deu. Fiz uma pausa,
observando como ele fechou a distância entre nós. Minha mente tentou
manter o foco sobre ele, enquanto meu corpo aquecido como um vulcão
prestes a explodir. Minhas bochechas ficaram vermelhas pra combinar
com a gravata quando percebi que mesmo ele sendo um completo
estranho, meu corpo não se importava. Ele não tinha falado uma única
palavra. Não precisava; a aparência e calor depositado em seus olhos
disse tudo. Engoli o ar, precisando encher os pulmões famintos, sem
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saber que tinha parado de respirar enquanto eu observava o homem.
A maneira como ele estava me observando era inquietante, como se
tivesse visão de raio-X e podia sentir minha resposta a ele, o que
também não era reconfortante. Recuei um passo, tentando permanecer
a uma distância segura dele, sem sucesso. Ele fechou a distância com
facilidade, até que estava bem na minha frente. Meu corpo estava
tremendo como uma folha em uma tempestade.
Ele ainda não disse nada e no instante em que sua mão levantou e
seu polegar passou por cima do meu lábio inferior, eu sabia que estava
com problemas. Uma pessoa mais inteligente teria parado ele. Uma
garota mais inteligente permitiria que a autopreservação assumisse o
controle e fugisse de quem quer que fosse esse homem. Obviamente,
perdi meu autocontrole junto com o cérebro, porque fiquei enraizada
no chão, como se tivesse trocado meus pés por raízes reais.

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Algo nele era familiar, mas mesmo meu cérebro coçando para se
lembrar; a sua boca baixou para a minha e, todo o pensamento
coerente saiu pela janela. Carne com carne, seu poder deslizou sobre o
meu corpo, e no momento que sua língua passou por meus lábios, eu
estava perdida.
Era como ser acordada por uma linha de energia que caía em minha
casa. Tinha a eletricidade que disparou através de mim, a multidão de
emoções que rugiu à vida quando seu beijo se aprofundou, e então teve
a minha resposta primária. Parecia que ele era o maestro e meu corpo
era a sinfonia que ele controlava. Como um trem fora de controle, ele
descarrilou minha mente. Evento cataclísmico de grande catástrofe, os
lábios abalaram meu mundo e fizeram meus joelhos enfraquecerem,
com apenas um beijo.
Luzes brilhavam atrás dos meus olhos, a consciência acordou, e eu
empurrei seu corpo maciço para longe. Choque e pavor me acordaram.
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— Você me beijou. — Sussurrei sem fôlego.
Ele sorriu, mas não era o tipo que puxa um sorriso de você, era
levemente zombeteiro e desafiador. Vi homens olhando para mulheres
como ele estava olhando para mim agora. Como se ele fosse o caçador
e eu, sua caça. Olhei para ele; ele realmente me levou.
Ele estava me deixando avaliá-lo e me perguntei o porquê. Eu não
conseguia desviar o olhar dele. Era como se eu estivesse assistindo um
carro correndo para atravessar os trilhos com um trem veloz vindo
direto para ele. Eu sabia que não deveria assistir, mas o cérebro é uma
coisa mórbida; precisa ver isso. Precisa assistir o que acontece,
aprender com isso. Coisa fodida, a mente é.
Um casal passou por nós, tão apaixonados um pelo outro que não
nos viram ou estavam nos ignorando. Idiotas estúpidos; o amor era a
única coisa que poderia te derrubar e te abrir. Eu conhecia aquela
sensação desamparada, fria e desapegada que eles logo sentiriam. Se

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isso significa que estou ferrada por pensar que todos os homens são
cães, não me importo. Eu era uma casa de tijolos. Casas de tijolos são
o que eu sou. Paredes foram construídas para me proteger, paredes de
tijolo com argamassa que eram infalíveis. Ou pelo menos eu sempre
acreditei. Por que senti ele?
Virei os olhos para trás e assisti ele. Não sabia o que fazer com ele,
ou como ele tinha amassado minhas paredes, ou por quê. Quem
caminha até um total estranho e beija? Ele faz. Tentei passar por ele,
mas sua mão escorregou e tocou minha bochecha e eu parei. Como um
carro na autoestrada com os outros correndo por mim.
Eu estava grata pela máscara; e tudo o que ela ocultava. Cheguei
até ele e retirei a sua mão e faíscas voaram. Assobiei para o conjunto
de emoções que corriam dentro de mim. Empurrei ele, mão e tudo, e
fui para a porta. Eu tinha coisas para fazer, e ele não estava nessa lista.
Quem era ele? Por que ele me beijou? Perguntas sem respostas
29 29
sempre me deixavam louca, mas eu não tinha tempo para ele, ou essas
perguntas. Eu estava atrasada e eu disse a mim mesma que poderia
fazer isso; eu estava fazendo isso. Entrei através das portas, caminhei
até a grande escadaria, e parei hesitante.
Era minha última chance de virar e sair da cidade antes que alguém
percebesse que eu estava de volta. Endureci a espinha, empurrei os
braços para trás, ombros elevados, e desci as escadas para o nível
inferior, onde o salão de baile estava acontecendo. Eu já podia sentir a
presença de Kendra, o que significava que ela me sentia também. Os
gêmeos têm uma ligação, uma diferente de qualquer outra coisa neste
mundo.
Eu sentia falta dela, como a floresta perdia a chuva em uma seca.
Ela era o sol na minha lua, com quem eu compartilhei um útero por
oito meses; deveriam ser nove, mas nós começamos cedo juntas. Meus
olhos se voltaram para a vela na janela e eu sorri.

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Eles não tinham desistido de mim; eu sempre me preocupei que eles
desistiriam. Eu poderia ter desistido deles caso me deixassem. Três
anos pareceriam uma vida inteira sem eles. Levantei a mão, soprei em
direção à vela e observei enquanto ela piscava e se apagava. Eu a vi
antes que ela me visse. Ela estava usando um vestido branco brilhante
que fazia seu cabelo loiro cor de caramelo estalar em contraste. Boa
escolha, quase tão boa quanto a prata. Olhos azuis claros da cor do
oceano em uma tempestade turbulenta flutuaram para as escadas
onde eu estava, esperando.
Gêmeos são uma anomalia em nosso mundo, mas gêmeos idênticos
são desconhecidos. Os anciãos temiam que uma de nós tivesse só
poderes mínimos e pensavam que éramos coringas. Os coringas
precisam ser jogados, é o que meu avô sempre dizia. Os coringas podem
ser uma coisa boa. Ele me disse quando os anciãos chegaram à
propriedade e o que eles disseram.
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Fiquei aterrorizada com o que eles tinham a dizer e, pela primeira
vez na vida, sabia o que era ter medo de perder ela. E se eu tivesse toda
a magia e ela me ressentisse por isso? Ou vice-versa? O vínculo que
compartilhamos poderia fazer com que tivéssemos que estar juntas
para lançar? Muitas perguntas foram feitas naquele dia em que eles
fizeram uma visita à minha mãe e expressaram suas preocupações.
Não foi até o nosso décimo segundo aniversário que tive meu
primeiro resultado com magia, mesmo que eu tenha passado anos
antes tentando descobrir se eu ficaria impotente. Fiquei chateada com
algo que minha mãe tinha dito e dei um grande golpe, que fez as luzes
fracassarem e piscarem. Três dias depois, Kendra explodiu o painel
elétrico da mansão.
Esses pequenos incidentes fizeram com que os anciões previssem
que ela tinha mais poder e, embora eu tivesse alguns, não seria
suficiente para os ancestrais me abençoarem com um companheiro

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forte para a colheita. Os ancestrais escolheriam os pares mais fortes
que resultavam em arranjos ao longo da vida ocasionalmente. Os casais
eram isentos do ritual. Foi por isso que decidi me casar com Todd, já
que sua linhagem era poderosa, e nós já gostávamos um do outro. Se
apaixonar por ele também não foi difícil.
— Perdida dentro da sua cabeça? — As palavras de Kendra me
puxaram para o presente e eu sorri enquanto abraçava minha irmã.
— Senti tanto sua falta. — Sussurrei.
— Pensei que tinha perdido você, mas de alguma forma eu sabia
que você voltaria para nós quando estivesse pronta.
— Magdalena. — Minha mãe sussurrou em meio a lágrimas grossas.
— Oh, você está em casa! — Ela gritou quando abraçou a mim e Kendra
na escada, indiferente ao fato de que todas poderíamos balançar e cair.
Empurrei minhas paredes para conter as emoções, mas as segurei
como se tivesse medo de acordar e voltar para a costa, sozinha. Eu
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finalmente me afastei quando senti os olhos em nós. No topo da escada,
nas sombras, estava o homem que me beijou. Abaixo de nós, tinha uma
sala inteira cheia de curiosos, a maioria já sabia quem eu era.
Nossos olhos se encontraram, e por um breve momento, seus olhos
brilharam, embora ele estivesse nas sombras, e pisquei. Ilusão ocular?
Eu não tinha certeza e normalmente tentava não assumir nada, mas
algo estava me incomodando com ele, e eu não conseguia entender.
— Se superou, Mãe. — Eu disse, sem desviar o olhar do estranho.
— É uma honra ser escolhida para realizar a celebração do
Despertar de abertura, então viemos com tudo. — Ela admitiu. — Custa
um belo centavo. — Um centavo que ela provavelmente não tinha, mas
ela não teria rejeitado essa honra.
— Está bonito. — Respondi, querendo saber o que estavam
pensando sobre nós, e, como se percebesse isso também, minha mãe
indicou que devíamos nos juntar à multidão com um aceno de mão.

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— Você chegou bem a tempo do desmascaramento. — Anunciou ela.
— Eu estava esperando que você chegasse aqui antes de fazermos isso.
— O desmascaramento? — Perguntei, enquanto segurava as mãos
dela e da minha irmã enquanto caminhávamos para onde a multidão
estava reunida. Eu olhei para Kendra e sorri.
Normalmente, eu saberia tudo sobre a cerimônia, mas eu não tinha
idade o suficiente para participar quando o último aconteceu. Eu sabia
das coisas importantes, e tinha mantido uma lista de verificação
mental, mas isso era novo para mim, e a mensagem de voz a muito
tempo do ancião não tinha mencionado isso. Obviamente, eu deveria
ter vindo para casa mais cedo para me certificar de que eu estava
pronta para tudo.
Minha mãe soltou minha mão quando ela bateu alto para ganhar a
atenção da grande multidão. Levou alguns momentos, mas,
eventualmente, eles acalmaram, e as outras meninas se juntaram a
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nós no grande piso de madeira do salão.
— Eu gostaria de apresentar as bruxas e feiticeiros que vão nos levar
às próximas gerações e desejo a fertilidade e poderes da Deusa Hécate.
Bendito seja. — Ela falou e a multidão repetiu suas últimas palavras.
— Gostaria de chamar aqueles que são elegíveis para participar do
ritual este ano para desmascarar os postulantes de Haven Crest que se
juntaram a nós para o Despertar deste ano.
Vi como cerca de trinta homens e mulheres jovens pisaram no chão
comigo e Kendra, e observei que Cassidy, Kat e Sophia estavam todas
elegíveis também. Meus olhos procuraram a multidão por Carolina,
mas ela não estava aqui, ou ela estava fora de vista. Todd, no entanto,
estava bem na minha frente. Seus olhos castanhos suaves me
observavam com algo que era semelhante a lamentação.
Mentalmente bati mais argamassa em meus tijolos mentais.
Paredes não me falhem agora!

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— Sem mais delongas, apresento-lhes do Despertar. — Minha mãe
disse antes dela ir para a multidão e ficar ao lado do homem que estava
nos observando. Felizmente, seus olhos não estavam em mim desta
vez.
Eu estendi a mão e soltei o arco que segurava a máscara de prata
no lugar e me virei para assistir enquanto Kendra fazia o mesmo. Um
semi-silêncio caiu sobre aqueles de fora da cidade quando voltamos
nosso foco para os homens que agora lotavam a frente do grupo.
O misterioso homem parecia confuso; seus olhos sem sair de mim e
depois para Kendra algumas vezes antes que eles se acomodassem em
mim. Me perguntava se ele procurava a diferença entre nós. Tinha uma
diferença física, mas era quase imperceptível.
— Quem você gosta? — Kendra perguntou enquanto seus olhos
procuraram através dos homens.
— Ninguém. — Anunciei com um olhar de soslaio para o homem
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que tinha me beijado.
— Não ele. — Ela sussurrou em um tom abafado. — Ele é Lucian
Blackstone, e não está aqui para combinar com nenhum de nós. Ele
está fazendo negócios com o coven e os anciãos. Draven está com boa
aparência. — Ela continuou.
— Então por que ele está aqui? — Perguntei enquanto meus olhos
se encontraram com os dele e um arrepio arrastou pela minha espinha.
— Ele é dono de um clube exclusivo nos arredores de Metaline Falls.
É um pouco louco; a coisa subiu basicamente da noite para o dia. Os
anciãos pareciam aceitá-lo, e você conhece as regras.
— Você não questiona os anciãos. — Murmurei.
— Todd está perguntando sobre você, e ele e Cassidy nunca
namoraram. — Ela sussurrou enquanto colocava uma das mãos no
meu ombro para me confortar.
— Todd não está em nenhum lugar da minha lista. — Afirmei.

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Meus olhos pousaram em Lucian e meu pulso saltou. Seus olhos
continuaram em mim também, e bem ao lado dele estava Todd, com
seus olhos observando todos os meus movimentos enquanto previa o
que aconteceria a seguir.

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CAPÍTULO QUATRO
Esperava que Todd estivesse aqui e esperava que essa fatia de dor
me rasgasse, e ainda assim não senti nada. Aguardei, esperando que
chegasse. A qualquer momento eu sentiria a reação fria e estripada que
senti quando o peguei transando com Cassidy. Só que nunca veio.
Meus olhos o deixaram e se fixaram em Lucian, que me observava
atentamente. Meu coração pulou e recomeçou com uma batida
alarmante que eu tinha medo que ele pudesse ouvir de onde eu estava
do outro lado da sala. Senti seus olhos quando eles deslizaram sobre
mim sem nem se preocupar em esconder o olhar faminto em suas
profundezas escuras. Seus olhos me lembraram um lobo que estava
avaliando sua presa.
Um rubor suave se espalhou pelo meu rosto quando percebi que
meus olhos estavam fazendo o mesmo que os dele, avaliando e não
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encontrando nada. Ele usava o terno perfeitamente; cada curva bem
definida de seu corpo era visível mesmo na sala pouco iluminada.
Eu estava tão envolvida nesse homem que não percebi que Todd
tinha se mexido até sentir a mão dele na minha bochecha e me virar
para olhar. Sua boca esmagou a minha antes que eu soubesse suas
intenções e meu instinto – ou autopreservação – entrou em ação e eu o
empurrei.
— Que porra é essa? — Sussurrei com raiva. Limpei a boca com as
costas da mão e senti lágrimas de raiva quando elas começaram a subir
com o conhecimento de que metade da sala agora estava assistindo
nossa troca. Incluindo Lucian.
— Eu sou um fodido, Magdalena, sei disso, mas não tem um dia que
se passou desde que me deixou que eu não tivesse pensado em você.
Esperei que o meu coração começasse doer, ou quebrar, mas nada
aconteceu. A única emoção que eu sentia era raiva, e foi porque ele me

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beijou. Aqui, em uma sala lotada com os homens que eu poderia
potencialmente ser emparelhada com o ritual.
Antes que eu pudesse responder, ele me arrastou para a pista de
dança enquanto sussurros silenciosos subiam ao nos ver juntos.
— Esta não é uma boa ideia. — Assobiei sob minha respiração.
— Eu não ligo para o que eles dizem. — Respondeu Todd enquanto
tentava abaixar a boca na minha. Virei minha cabeça para longe dele.
— Me beije outra vez, Flanagan e vou cortarei seus lábios. — Avisei.
— Sou uma boa escolha para o ritual, Lena. Sua mãe vai me
aprovar, e tenho certeza que os nossos antepassados nos abençoariam
também. — Ele me assegurou.
— Não quero você de volta. — Declarei depois que consegui desligar
a raiva. Olhei para ele e balancei a cabeça. — Você não só estragou
tudo, Todd, você me perdeu para sempre. Não importa o que os
antepassados dizem, você e eu? Isso nunca vai acontecer, nunca. Acho
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que os antepassados vão levar isso em consideração durante o ritual;
eles não seriam tão cruéis, eu tenho certeza.
— Não, vou lutar por você; você será minha esposa.
— Você perdeu essa chance quando trepou com outra na minha
cama. Você estaria lutando contra mim, Todd, porque eu sou a única
coisa que nos impede de ficarmos juntos. Levei muito tempo para
descobrir, mas a verdade é que não te amo mais. Pensei que se eu te
enfrentasse hoje à noite, isso machucaria. Não sinto nada. A dor não
existe mais, então talvez tenha nos salvado de cometer um grande erro.
— Nós não fomos um erro. — Ele rosnou enquanto seus dedos
apertavam a lateral do meu corpo onde me segurou para dançar ao
redor da pista. — Não vou desistir de nós, como você aparentemente já
desistiu.
— Eu te perdoo, Todd, mas me escuta. Não nos quero de volta. Você
e eu? Nós terminamos no momento em que você dormiu com Cassidy.

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Fez uma escolha, e está tudo bem agora. No começo, admito, isso me
despedaçou. Se tivesse me amado o suficiente, você não teria dormido
com ela, mas fez. Está no passado, então deixe lá.
Me afastei dele e me dirigi para as portas que davam para o jardim.
Podia sentir ele me observando, e eu precisava ter ar fresco, e distância
dele. Tudo o que eu tinha sentido por ele agora se foi; não tinha
borboletas quando seus lábios tocaram os meus, nenhuma
necessidade esmagadora de segurá-lo. Senti alívio. Quase senti pena
dele e, de alguma maneira estranha, estava grata por ele ter feito o que
tinha feito.
Se ele não tivesse dormido com ela, provavelmente seríamos
casados, só para descobrir que éramos apenas garotos estúpidos que
pensavam que estávamos apaixonados e que provavelmente nos
separaríamos assim que a realidade surgisse. Sorri enquanto empurrei
através da multidão e me dirigi para as portas.
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Lá fora era lindo. O céu estava limpo, permitindo que as estrelas
brilhassem do seu poleiro no céu da meia-noite. O ar estava frio, mas
depois de estar lá dentro, era bem-vindo. Meus olhos encontraram o
labirinto coberto de vegetação e se enevoaram com as lembranças do
meu irmão que surgiram.
O qual passamos o verão inteiro refazendo, já que não podíamos
pagar por um jardineiro de verdade. Tinha mais de uma milha de
comprimento e uma milha de largura e estava situada entre nossa
propriedade e a mansão abandonada que pertencia à propriedade de
conexão.
No meio do labirinto tinha uma fonte, que foi bonita uma vez, mas
não foi mantida desde que a outra propriedade estava vazia, e não
tínhamos conhecimento ou dinheiro para reformar. Josh e eu
carregamos baldes de água do lago para enchê-lo, depois que

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conseguimos limpá-lo. Meus braços nunca doeram tanto em toda a
minha vida depois que conseguimos preencher a maldita coisa.
Deslizando para fora dos calcanhares, caminhei até o arco alto que
sinalizava o início do labirinto, e mergulhei sob um galho que cortava
a entrada. Os lados do labirinto tinham uma altura de um metro e
noventa e oito de altura.
Limpei uma lágrima quando entrei no labirinto cheio de sombras.
Uma vez, quando eu tinha cerca de seis anos, me perdi no labirinto e
na época fiquei com medo disso. Parecia uma eternidade o tempo que
fiquei perdida na coisa desarrumada. O que pareceu horas foram só
minutos, mas a sensação de estar perdida e sozinha me fez agradecer
quando Joshua me encontrou, não muito longe da entrada, chorando
como se o mundo tivesse acabado de terminar. Me levou e me carregou
até a casa, garantindo que nunca me deixaria, e se eu me perdesse de
novo, ele estaria aqui para me encontrar e me levar para casa.
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Nós terminamos o labirinto uma semana antes que ele foi
despachado para o campo, e passei incontáveis dias depois plantando
flores e ervas dentro do labirinto para impressioná-lo quando ele
voltasse para casa.
Ele nunca voltou para casa. Do campo de treinamento, ele esteve na
Geórgia e de lá foi enviado para o exterior. Não vi ele de novo, até que
ele foi levado para casa em um caixão para o enterro. Eu sentia falta
dele, e todo mundo tinha dito que com o tempo, a dor diminuiria. Eles
mentiram; não ficou mais fácil. Na verdade, alguns dias acordei
sentindo falta dele e fui para a cama ainda sentindo falta dele. O tempo
não curou nada. Me adaptei, aprendi a lidar melhor com a dor, mas
estava sempre lá. Ocasionalmente, isso se tornava tão sufocante que
pensei que me consumiria, mas não deixei. O tempo não cura a perda
da morte; você aprende a gerenciar e a aceitar ou não. Vive com isso
ou não. A vida era sobre escolhas, e as grandes sempre eram péssimas.

By Amelia Hutchins
PLAYING WITH MONSTERS 01
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Engoli o passado e as memórias e parei para olhar ao redor. Quanto
tempo eu tinha estado caminhando perdida em minha cabeça? Me
virei, procurando por qualquer uma das ervas ou flores que plantei;
como eram anuais, retornariam no próximo ano. Eu não podia ver
nenhuma delas, e o labirinto estava banhado em sombras que
alimentavam minha imaginação.
Ouvi um galho estalar atrás de mim e me virei para ver quem tinha
entrado atrás de mim. Meu cabelo voou quando uma rajada de vento
encheu o labirinto e senti uma picada na minha carne e depois dor.
Gritei e movi a mão para onde eu podia sentir a gota de sangue que
escorregou do meu braço. Olhei em volta devagar e depois parti na
direção de onde vinha, só para dobrar a esquina do labirinto e bater
em algo duro.
Meu rosto doía e me espalhei no chão onde tinha caído na colisão.
Minhas mãos se levantaram para sentir o que rinha esmagado meu
39 39
rosto e tocou algo grosso e macio. Senti e empurrei a mão em torno
dele. Minha visão finalmente voltou quando as estrelas escureceram;
olhei para o que minha mão estava segurando e engoli um suspiro que
estava preso na minha garganta.
— Isso é meu. — Um rosnado profundo ressoou, juntamente com
uma voz familiar.
Meus olhos dispararam para o pênis em questão, que estava fazendo
sua presença conhecida através de suas calças, e estava favorecendo a
direita. Não parecia um pau; parecia mais uma cobra enlouquecida!
Uma gigante. Corei enquanto recuava, ainda no chão, ciente de que ele
estava observando meu esforço desajeitado para ganhar alguma
aparência de dignidade de volta.
— Eu sinto muito. Não tive a intenção de pegar o seu... pênis.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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Sério, de tudo o que eu poderia ter agarrado, tinha que ser seu
pênis? Este mundo era cruel. Lentamente me levantei batendo em meu
vestido, então olhei para ele.
— Você não deve ficar sozinha aqui fora; existem lobos famintos na
floresta. — Ele ronronou, e quando seus lábios se curvaram em um
sorriso, eu tremi. Não era um sorriso amigável, mais parecido com o
sorriso do Lobo Mau, antes que ele comesse a pobre da Chapeuzinho
Vermelho em uma mordida só.
— É mesmo? — Perguntei com um olhar cauteloso.
— O que está fazendo aqui? — Ele perguntou, os olhos percorrendo
minha linha do busto, que estava fazendo pouco para esconder as
meninas, graças à queda que levei.
Eu poderia ter consertado, mas não queria me virar e dar a este
homem minhas costas. Algo dentro de mim estava aterrorizada com
ele, e eu não sabia ao certo por que, ou o que isso significava.
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— Isso é meu; por que você está aqui? — Retruquei.
— Isso é meu. — Disse ele com um olhar estreitado para mim.
— Acho que não; a linha da propriedade é dividida com o labirinto.
Metade está do nosso lado. A outra metade é propriedade abandonada.
— Eu disse, a voz falhando quando ele começou a andar ao meu redor,
me forçando a virar com ele para manter minhas costas longe dele.
— Gostou do que está vendo? — Perguntei quando ele parou e
levantou a mão para a minha bochecha, ou eu pensei que era a minha
bochecha; em vez disso, ele afastou uma mecha de cabelo do meu rosto
e colocou atrás da orelha.
— Garanto a você, Lena, que de fato sou o dono do labirinto. — Ele
informou com um sorriso tão confiante que eu queria lhe dar um tapa
no rosto enquanto suas palavras se repetiam na minha cabeça. — Você
é tão inocente quanto parece, ou isso é só um ato para todos os
meninos que querem plantar suas sementes este ano?

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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— Eu nunca disse ou fiz qualquer coisa para levar alguém a essa
conclusão. Não sou uma virgem. Não que isso seja da sua conta. —
Murmurei com raiva. Semente, quem diabos chama esperma de
semente nos dias de hoje?
— Bom. — Disse ele com um olhar que esmagou e devorou qualquer
objeção ou argumento que eu poderia ter tido.
— Bom? — Perguntei quando cruzei os braços sobre o peito e olhei
para ele.
— O garoto está na fila para arrancar suas pétalas? — ele perguntou
com um olhar que dizia que já sabia a resposta, mas queria ouvir de
qualquer maneira.
— Todd e eu temos uma história. — Sussurrei, sem saber por que
me senti obrigada a divulgar algo para este homem. Ele fez o que eu
estava fazendo, e se manteve de costas para a parede do labirinto. Onde
eu provavelmente parecia pequena e insignificante contra a parede, ele
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ocupou o espaço com sua presença. Tomando ela onde ele dominou
com sua presença.
— Você transou com ele. — Anunciou ele com um olhar estreito de
olhos de aborrecimento.
— Não. — Eu disse enquanto balancei a cabeça. — Eu estava noiva
dele, mas nunca aconteceu.
— Porque uma mulher como você precisa de um homem que possa
te controlar? — Ele bufou.
— Ninguém pode controlar outro ser humano. — Bufei de volta.
Sua boca se curvou em um sorriso sexy e seus olhos sorriram como
se eu tivesse acabado de lhe presentear com um desafio que ele achava
engraçado.
— Não?
— Não. — Repeti. — Ninguém pode controlar outra pessoa.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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— É fácil ter controle. — Afirmou ele, se aproximando de onde eu
me forcei a permanecer firme.
Tudo dentro de mim queria retornar para a festa. Para encontrar
segurança dentro de casa, cheia de pessoas. Uma pessoa sã teria
jogado com segurança e fugido quando confrontada com um homem
que estava falando de controle. Eu? Eu permaneci enraizada no local,
sabendo que se eu desse uma polegada, ele levaria uma milha.
— É mesmo? — Eu tinha dito enquanto ajustava minha cabeça para
seguir seus olhos quando ele se aproximou.
Ele deu outro passo, e tentei lembrar minhas pernas que agora seria
uma boa hora para bater os pés e correr para casa. Eu estava com
medo? Porra, aterrorizada. O coração estava batendo forte; o peito
provavelmente provaria isso pela manhã com hematomas do assalto
contínuo a esta noite. Meu corpo reagiu e ele nem me tocou! Senti um
gemido escapar da minha garganta e lutei para segurar, para nunca
42 42
deixar ele ouvir escapar dos meus lábios. Seus olhos exigindo
obediência e algo mais, algo escuro.
— Sei o que você precisa, garotinha. — Disse ele bruscamente, como
se tivesse engolido cascalho.
— E o que é isso? — Sussurrei.
— Você precisa de alguém que não tenha medo de te dar o que
precisa, o que deseja. O que você tem medo de pedir. Qualquer homem
de verdade teria sentido essa necessidade; eu fiz. É por isso que tomei
seus lábios sem perguntar. É por isso que te beijei. Você precisava,
aquele lembrete sutil de que é uma mulher e está confiante, não é,
Lena? Mas você deixa escapar, um pouquinho. Não está procurando
romance, está? Não, acho que não. — Ele disse enquanto suas mãos
seguravam meus seios e eu olhei para baixo para observá-lo enquanto
seu polegar abaixava habilmente a parte superior para expor um
mamilo. Engasguei quando ele rolou entre os dedos, e meus olhos se

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moveram para os dele enquanto sua boca abaixava para pressionar seu
hálito quente contra o meu ouvido. — Às vezes não nos importamos
com o romance; é o sexo que buscamos. A sensação de carne contra
carne, e a intensa necessidade de aliviar a dor. — Ele sussurrou
enquanto seus dentes mordiam meu ouvido suavemente.
Eu gemia, incapaz de conter. Senti a sensação no estômago, que
girou para a vida, quente e indomada. Minha calcinha estava ficando
molhada só com as palavras dele, mas seu toque, seu toque me deixou
selvagem com a necessidade, uma necessidade que eu nunca tinha
sentido antes. Inclinei o pescoço, dando mais espaço para ele trabalhar,
embora soubesse que deveria deter ele.
Eu não era essa garota, aquela que vinha para a festa e perdia sua
moral. Eu tinha estado lá e feito isso. No momento em que seu polegar
deslizou em meus lábios, abri os olhos para encontrar ele observando
minha reação horrorizada à sua sedução. Ainda assim, não impedi.
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Nem mesmo quando ele começou a levantar meu vestido com um
sorriso arrogante no rosto.
Suas mãos nas minhas pernas transformaram elas em carne
desossada, mas uma das mãos bem colocada nas minhas costas
parecia funcionar bem o suficiente para me segurar. Eu sabia o que ele
estava prestes a fazer, aqui mesmo, neste labirinto. Qualquer um
poderia nos pegar, e isso me excitou.
— Você tem um lado escuro, bruxinha; deixe ele vir fora para jogar.
— Ele exigiu em um profundo rosnado de autoridade, e duas coisas me
atraíram de volta à realidade. Um, eu nem conhecia ele. Dois, eu não
estava disposta a deixar meu lado sombrio brincar com ninguém. Era
como um respingo de água fria.
— Pare. — Sussurrei enquanto eu lutava para me orientar. Eu me
empurrei para longe dele e ele me deixou com um sorriso arrogante,
como se soubesse que eu faria. — Eu não posso fazer isso.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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— Isso é porque não está pronta para algo como eu ainda. Você vai
chegar lá, Lena. Ninguém mais poderia lidar com o fogo em seus olhos.
A menos que eu esteja errado sobre você. — Ele manifestou, e seu tom
de voz era quase um insulto enquanto seus olhos se arrastaram sobre
meu mamilo exposto, que por acaso estava duro e latejante, assim
como minha boceta molhada. — Volte para a festa; seja jovem por um
tempo. Tenha bebês bonitos e viva uma vida chata, como é o decreto
do coven.
Sua súbita mudança de atitude levou minha raiva a ferver.
— Vai se foder. — Sussurrei com raiva quando me endireitei e
arrumei o vestido.
— Eu quase fodi você agora, garotinha. — Ele rosnou de volta.
— Talvez, mas não conseguiu, não é? — Eu disse em desafio. Eu me
arrependi instantaneamente quando peguei o olhar em seus olhos. Ele
acabou de se tornar outra pessoa; frio, desapegado e confiante.
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— Se eu quisesse transar com você, eu teria. Você está pronta para
receber; esse corpo? É reprimido por ser negado o que mais precisa,
que é ser fodido duro e implacavelmente por horas até que você não
seja nada além de uma bagunça trêmula. No momento, sua mente pode
não gostar da ideia de me foder, mas sua boceta gosta. A julgar pelo
quão molhada estava, parece gostar muito da ideia de ser fodida por
mim.
— Vá para o inferno. — Eu disse com os dentes cerrados.
— Não consegue encarar a verdade? — Perguntou em voz baixa.
— Não preciso te contar merda nenhuma. — Rosnei. — Por que tem
tanta certeza de que quero você? Talvez eu só quisesse ver até onde
você tentaria levar isso? — Eu desafiei.
Tive um toque de sua mão e eu era um caso perdido.
— Você não estava aqui neste verão; por quê? — Ele perguntou,
mudando de assunto.

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— Razões pessoais. — Respondi.
— Foi porque o garoto que te beijou transou com outra? — Pergunto
com um olhar que dizia que já sabia. Que idiota! Sabia o tempo todo o
que tinha acontecido com Todd e estava brincando comigo.
— Rumores... — sussurrei quando senti o constrangimento que veio
com ele dizendo isso em voz alta — são como um resfriado; depois que
você pega, já está evoluindo para outra coisa. Uma nova deformação.
— Sussurrei.
— Então ele não transou com alguém antes de você se casar com
ele? — Ele perguntou com um olhar curioso nos olhos.
— E daí se ele fez?
— Ele é um idiota. — Ele rosnou. — Como eu disse antes, ele não
poderia ter lidado com você.
— Como você me conhece?
— Não, mas eu conheci mulheres suficientes para saber quais
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podem ser tratadas e quais precisam ser manuseadas com cuidado.
— E o que eu sou? — Perguntei cuidadosamente.
— Você é o tipo de pessoa que mata a própria vontade. Você é a raça
mais rara; a único que não pode ser propriedade, a menos que você
esteja disposta. Você não está nem perto de estar pronta, assim que
voltar para a festa, terá que crescer.
— Você é um idiota. — Sussurrei. — As pessoas não matam para
possuir as mulheres. — Argumentei.
— No meu mundo, eles fazem. — Alertou.
— Você sempre beija estranhos? — Puxei seu próprio interruptor de
assunto, observando como seus olhos sorriam, mesmo que seus lábios
nunca se movessem.
— Você deve perguntar, já que hoje à noite eu sei que pelo menos
você beijou dois homens aqui.

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— Talvez eu quisesse vocês dois. — Eu disse irritadamente, e ouvi
quão vazio era antes da última palavra sair.
— Você é ingênua. Volte para a festa, encontre um bom garoto e se
acalme. Viva sua vida; é mais do que algumas pessoas têm a chance
de fazer.
— Não estou aqui para me tornar a esposa de alguém. Você estava
certo sobre algumas coisas. — Eu disse, e me pergunto o que ele estava
pensando por trás daqueles olhos de obsidiana.
— Sobre?
— Estou aqui para ser fodida, agitar a merda um pouco. Ter meus
poderes, e tomar o meu lugar. Não sou ingênua, só sei o que quero, e
isso não são filhos. Não tenho nenhuma intenção de ter bebês bonitos,
ou um felizes para sempre. Amor é destrutivo e nada mais do que uma
mentira para fazer as pessoas pensarem que tem alguma grande força
lá fora esperando por elas. Então aqui está um pensamento: Por que
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você não vai para casa, se estabelece, tem alguns bebês destruidores
de coração e some.
Ele riu e balançou a cabeça. Se mexeu incrivelmente rápido, e antes
que eu pudesse reagir, ele tinha os dedos enfiados através de meu
cabelo, segurando e controlando minha cabeça enquanto puxou de
volta e pressionou sua boca com a minha, esmagando e dominando ela
até que abri voluntariamente para seu beijo. Ele não pediu permissão,
nem precisava. Seu beijo fez a terra tremer, era devastador. Eu não
precisava respirar; o que era subestimado de qualquer maneira, certo?
Assim como de repente ele me beijou, ele se foi. A única coisa que
permaneceu foi o seu picante, perfume masculino, e o inchaço nos
meus lábios.
Que porra é essa? Ele só desapareceu!
Eu ainda estava procurando por ele quando ouvi a voz em pânico
de Kendra quando chamou meu nome. Tive que lembrar aos meus pés

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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que eles estavam conectados às minhas pernas, e minhas pernas aos
meus quadris, e subir a escada.
Como diabos ele tinha feito isso?
— Lena! — Os gritos preocupados de Kendra se juntaram com a
minha mãe.
— Estou aqui. — Gritei quando eu comecei a ir em direção à frente
do labirinto, ignorando a criatura que me observava das sombras.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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CAPÍTULO CINCO

LUCIAN
Observei ela da varanda da mansão recém-reformada de
Blackstone. Ela estava no deck, olhando para as estrelas como se
tivessem alguma resposta. As emoções humanas percorrendo ela.
Conflito, e ainda não. Ela me queria, com certeza. A coluna dela se
curvou, as pupilas dilataram e ela estava encharcada de necessidade.
De todas as coisas que eu poderia controlar, a reação de uma mulher
para mim não era uma delas.
Ela é jovem, maleável, frágil e inocente como um recém-nascido. Os
seres humanos, por natureza, são fracos, e bruxas não são diferentes.
48 Senti seu conflito interior, e ainda assim ela me permitiu prosseguir na 48
busca, para saboreá-la. Senti emoção pela primeira vez em eras, o que
foi viciante. Por quê? Porque ela? De toda a vagina disposta que eu
tinha, por que meu pau reagiu a ela? Por que eu senti algo por alguém
que nem sequer entende que ela estava flertando com a morte? Ela é
uma boa menina. Todas as partes bonitas que eu podia quebrar em um
milhão de pedaços só para vê-los partir. Então qual era a porra do meu
problema?
Corpos reagem quando a química é ativa, mas a minha? A minha
não reage a merda, e não tem reagido por um longo tempo. Não até que
encontrei ela, mas a paixão sempre foi de curta duração comigo. Meu
corpo não reagiu a Kendra; na verdade, parecia a mesma coisa que
faria com uma estátua de merda. Nada. Nada. Nadinha. Magdalena?
Meu pau ficou agitado e, pior, o lugar escuro e morto dentro de mim
sentiu algo, e se mexeu. Inacreditável, porra.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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No jardim ela estava mais atenta, mas a primeira vez que a beijei?
Seus lábios se moviam, e ainda nenhum som tinha saído, como peixe
fora d'água, porra. Ela não era nem mesmo o meu tipo. Eu gosto de
minhas mulheres rápidas e fáceis, descartáveis. E não beijo, porra;
beijar insinuava sentimentos. E eu não sentia. Não mais. Ri
silenciosamente. Eu beijei ela. Nunca quebrei minhas próprias regras,
não para ninguém, não importa o quanto eu as queria.
A última mulher que eu beijei e sentia algo por mim estava morta;
seu retrato pendurado acima da minha lareira. Um lembrete do caralho
do monstro que eu tinha me tornado. Eu era mais do que ela poderia
suportar. Eu fodia como lutava: sujo, cruel e sem uma única gota de
misericórdia.
Eu era a pessoa que você não quer chegar perto. Eu não era uma
boa pessoa, e não me importo de ser, também. É para mim que você
liga quando quer algo bem feito, sem dúvida. Não pergunte, não posso
49 49
responder ou contar. Posso fazer com que as pessoas desapareçam sem
deixar a porra de um rastro. Eu era a criatura que os outros monstros
temiam. Eu era o único que se escondia nas sombras, seguindo minha
presa e as matava antes que elas sequer soubessem que eu estava lá.
Eles não me veem chegando a menos que eu queira que me vejam. Eu
gostava de matar; gostava da corrida sutil de adrenalina que me faz
lembrar de quem eu era, ou o que eu era. Era a única emoção que eu
podia sentir. Até ela.
Ela tinha uma escuridão dentro dela que eu só tinha visto algumas
vezes antes. A escuridão que deslizava logo abaixo da superfície, e era
mortal, uma vez que se libertasse. Ela estava um pouco quebrada, e
ainda tinha uma luz em seus olhos que eu não podia ignorar. Ela
parecia insegura de pé na entrada da festa. Senti seus medos; sabia o
momento em que ela estava prestes a correr. Eu não podia deixar isso
acontecer. Não sem experimentá-la primeiro. Ela era fogo no meu gelo,

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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sol na minha lua, rendas para o meu couro. Malditos opostos polares
que não deveriam atrair.
No momento em que beijei ela, esqueci onde eu estava e o que eu
estava fazendo. Fui gentil com ela, e eu não transava suave. Quebrei
ossos, destruí mundos. Eu era o vilão, e não a porra de um herói. Eu
ainda nem provei o sangue dela; idiota. Me afastei, a confiança em
cheque enquanto eu me movia para dentro. Ela não sabia que eu tinha
seguido logo atrás dela, perseguindo minha presa.
Quando ela tinha ido para o jardim, segui ela. Observando. No
momento em que deixou a festa, ela se tornou minha presa. Caçada.
Deveria ter terminado no primeiro beijo. Ao invés disso, eu precisava
de outro gosto, e uma vez que eu tinha uma amostra do seu sangue no
jardim, eu sabia que ela não era o meu alvo... e que eu deveria ter
resolvido isso. Não resolvi. precisava possuir ela, ouvir ela gritar meu
nome. Sentir sua carne bater contra a minha; batendo continuamente
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até que ela não passasse de uma bagunça quente e trêmula.
Sua irmã também não era compatível, mas as gêmeas eram
irregulares nos Covens. Eu precisava saber por que tinham nascido
agora, e por que elas tinham tal semelhança com ela. Katarina adorava
jogos, e ela amava o seu Coven patético. Tinha incluído eles toda vez
que ela renascia em nosso jogo distorcido de vingança. Tenho quase
certeza de que era um dos descendentes de sua família que
construíram esta propriedade, e do labirinto que eu quase fodi
Magdalena.
De alguma forma, eu sabia que uma vez não seria suficiente com
ela. No momento em que ela se afastou, fiquei arrogante, vi seus olhos
perceberem a picada na frente dela enquanto sua cadela interior
desembainhava suas garras. Sorri, sabendo que ela queria distância, e
eu precisava disso. Meu pau precisava de distância de suas curvas

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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flexíveis, e dentro da casa era longe o suficiente. Isso me daria tempo
suficiente para me lembrar do que estava em jogo.
Eu não mostraria a ninguém o monstro que me tornei. Ao invés
disso, eu projetava formalidade e civilidade. Ele aplacou as bruxas. Deu
uma falsa sensação de segurança ao pensar que um ser como eu
poderia ser meramente humano. Estava tão longe disso. A maioria
pensava que eu era o braço direito de Lúcifer, mas eu era muito mais.
Tempo não tinha qualquer significado para mim, ou meu tipo. Mundos
morreram. Nós não. Nós nos mudamos para o próximo, evoluímos,
cavamos, e repetimos o ciclo.
Eu estava fodido se eu queria essa menina. Eu, o mais assustar
monstro atualmente residindo neste mundo, com alguma pequena
bruxa doce, aquela que ainda não tinha despertado seus poderes?
Porra! Patético. Escolhi acreditar que era aquele cheiro dela que estava
me fodendo, deixando meu pau dolorido com quão duro estava. Ela
51 51
precisava ser jogada no chão e fodida até ficar reduzida a nada mais do
que uma bagunça quente e trêmula. Até que sua mente não
conseguisse mais determinar onde a dor terminava e o prazer
começava. No final, elas sempre gritavam e imploravam por mais, e eu
adorava quando elas me imploravam, negociando comigo.
Eu não tinha nenhuma misericórdia e não fingia o contrário.
Assisti quando ela deixou a varanda, sem saber que um monstro
estava observando cada movimento seu. Descalça, a saia subiu o
suficiente para revelar a carne cor creme enquanto ela caminhava para
a pequena casa sozinha. Ela parou no meio do caminho da casa de
campo e olhou em volta como se pudesse sentir que estava sendo
vigiada. Ela poderia me sentir? Impossível. A cabeça inclinada para o
lado, escutando. Olhos no local onde eu estava banhado nas sombras.
Que. Porra. É. Essa. Ela não tinha passado pelo despertar; não
podia me sentir porra. Observei ela varrer as sombras onde eu estava.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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Seria tão fácil torcer meu dedo e sussurrar as palavras de compulsão
sombria para trazê-la diretamente para a minha porta da frente.
Ela era diferente dos outros que eu encontrei até agora no Coven;
mais esperta. Ela se afastou em primeiro lugar. Tinha uma bússola
moral forte enterrada dentro dela.
Eu gostava de possuir coisas, torná-las irracionais e minhas. Ela
estaria selvagem no próprio corpo; se colocaria em um inferno de uma
luta antes mesmo de permitir que outro possuísse a sua submissão.
Esta noite ela queria jogar essa bússola moral pela janela e foder
como animais no chão sujo de sua propriedade; eu sinto isso. Ela se
afastou. Isso me irritou. Ninguém nunca me negou; todas acabavam
exatamente onde eu queria que estivessem no final.
Ela começou a se mover de novo, com os olhos abertos, olhando,
procurando algo. Eu? Meus olhos traçaram as linhas de seu corpo
flexível. Ela é magra, pequena mesmo, definitivamente não é o meu
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tipo, ela é toda quebrável. Eu gosto de minhas mulheres resistentes,
capazes de lidar com o que eu lhes darei sem o medo de quebrá-las,
não que eu me importava se elas sangrassem e quebrassem no final.
Seus seios eram pequenos, na melhor das hipóteses um punhado em
minhas mãos grandes. Eu gostava deles maiores, gostava de vê-los
saltar quando eu batia em seu corpo. Difícil ter uma única pitada.
Porra. Seus quadris eram magros, muito magros. Não são tão cheios
como deveriam ter sido. No entanto, minha mente jogava fora uma
visão dela, bunda para cima, cabeça para baixo, e eu batendo na porra
de sua carne doce, por quê?
Ela seria como as outras com quem eu comi e perderia um
pedacinho de sua alma quando quebrasse no final? Será que perceberia
o que perdeu por foder alguém como eu? Os outros nunca perceberam;
sem noção pra caralho. Só uma sentiu minha invasão e ela pagou por
isso. Se virou contra mim e acabou caçada e...

By Amelia Hutchins
PLAYING WITH MONSTERS 01
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Não vá lá. O pênis fica duro, o demônio se agita. É escuro lá dentro.
As Bruxas são diferentes dos homens e mulheres humanos; eu
gostei de sua raça. Ética, as vadias não tinham. Foram tão fodidas
quanto eu. Elas criavam e muitas vezes chutavam o seu parceiro para
fora como sujeira no dia de lixo. Bruxas eram espertas, iam direto ao
ponto. Sem bagunça, sem confusão. Abriam aquelas perninhas lindas,
fodiam por dias para gerar a próxima geração, e então tudo acabava
tão rápido quanto começou. Energia recebida para os maiores de idade,
bebê no forno, e elas seguiram em frente. Até os acasalados seguiram
em frente.
Talvez isso explicasse por que essa garotinha tinha a coragem de me
olhar nos olhos quando a maioria dos homens adultos não conseguia
fazer isso. A maioria sabia que olhava para a morte em forma humana,
e ainda assim ela segurou meu olhar sem medo. Corajosa, até mesmo
para uma bruxa.
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Gostei da maneira como seu corpo se movia, a maneira como ela se
movia. Lenta e segura do que a rodeava, ela estava procurando pelo
mal nas sombras, seus olhos vendo ao redor, tomando cuidado com
tudo. A maioria não notaria, mas eu fiz. Teve cuidado com sua vida, e
ainda assim tão fraca na minha presença.
Ela agarrou meu pau.
Tinha mais do que química ali. Eventos explosivos e cataclísmicos
se desenrolaram antes que ela o soltasse. Eu deixaria isso acontecer;
fiquei duro antes que ela o soltasse... ela sentiu. Ela não vacilou com o
tamanho; se encolheu por causa do que estava segurando. Descobri
vários fatos naqueles segundos, enquanto sua mão agarrou meu pau.
Um, ela não era hábil em porra nenhuma. Um pau é uma porra de
coisa difícil de não notar. Literalmente. Dois, ela não é virgem como
metade das cadelas choramingando na festa. Ela foi fodida, mas
provavelmente foi um inferno de uma decepção. Eu encontraria o cara

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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e acabaria com ele. Faria as mulheres deste mundo uma gentileza.
Ninguém tocava o que eu queria, ou o que eu planejava possuir, mesmo
que não tivesse planos de ficar com ela.
Eu tinha me colocado diretamente na porra do seu caminho. Colisão
frontal, a mesma que ela fez para mim na entrada do labirinto. Olho
por olho, filho da puta. Eu precisava saber se ela me sentiu tão
fortemente quanto eu senti a sua presença. Ela não sentiu. A cabeça
bateu contra o meu peito, dentes batiam, e eu a deixaria cair aos meus
pés. Como o bastardo que sou. Demorou muito para não seguir ela
para o chão e pegar o que eu desejava e precisava mais. E eu precisava
dela em uma sala, sem escapatória, disposta e sem testemunhas,
porra.
Um ser mais fraco não teria vencido essa batalha silenciosa. A
maioria não tem a paciência ou o tempo. Eu tinha tempo e tinha
paciência de sobra. Eu sabia onde ela dormia, onde comia, e ela tinha
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o meu cheiro todo sobre ela. Não por acaso. Nenhuma outra criatura
ousaria tocar ela com o meu perfume em cima dela. É morte certa se
eles ainda tentassem.
Inalei seu perfume antes que ela pudesse entrar na casa; de novo,
ela parou na porta.
Eu aprendi isso.
Sabia.
Eu poderia localizá-la por quilômetros; meus homens também.
Ela estava tão fodida.
Sorri friamente, com conhecimento de causa. Imagens de seu corpo
coberto de suor, torcido em folhas, eu nela, sob ela, dentro dela. Rosnei;
imaginando tudo o que eu planejava fazer com ela animando o monstro
que eu era, mas seu corpo? Foi emocionante o homem que eu era antes
de me tornar essa coisa.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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— Você é minha agora, bruxinha. — Ronronei e observei enquanto
ela entrava e batia a porta. Como se isso pudesse me manter fora? Ela
tinha proteção montada ao redor da casa. O sal preto circulava,
enquanto o sal branco revestia os peitoris das janelas. Normalmente,
isso manteria os monstros à distância e a protegeria daqueles que
desejam fazer mal. Normalmente.
— Reivindicando ela? — Deviant perguntou com cuidado, seus olhos
na mulher agora visível apenas pela janela.
— Ela está fora dos limites. O que descobriu? — Perguntei, me
virando para olhar para os meus homens que assistiram a menina com
curiosidade aberta antes de dispensa-la.
— Ela está fora da cidade tem um bom tempo. Fora do radar. O
momento foi antes de nos mudarmos e nos estabelecer, provavelmente
por que só recebemos partes da história. Presumo que a maioria não
passa de boatos. É uma pena que eles tenham esquecido de mencionar
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a parte gêmea idêntica em seus gritos incessantes. Ela se mudou para
Pacific City logo após a morte de seu irmão, que morreu no Afeganistão
em um atentado, mas já sabíamos disso com base no perfil da irmã.
Ela estudou alquimia disfarçada em agricultura e essas merdas, táticas
básicas de bruxaria fora do radar. Ela era bastante ativa nas festas em
Portland há cerca de três anos e depois simplesmente não era.
— O que mais você aprendeu? — Perguntei, tomando nota que ela
tinha se movido para o banheiro, e estava tirando a roupa. Fácil, muito
fácil, Lena. Me afastei, permitindo sua privacidade enquanto ela tomava
banho.
— Ela praticamente se manteve em segredo, não tentou fazer
amigos, e todos que conversei mal sabiam que ela existia. Nem mesmo
os homens; era como se ela fosse tão simples, que eles nem notaram.
Explique isso, porque ela é tudo menos uma aparência simples. Um

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PLAYING WITH MONSTERS 01
PLAYING WITH MONSTERS 01
vizinho achou que ela estava lá, escondida no programa de proteção a
testemunhas.
— Ela teve que usar magia; pelo menos seria o meu palpite. Isto
permitiria que ela vivesse entre os humanos sem a necessidade de
interagir. Ela seria quase invisível, e ninguém se lembraria muito sobre
ela. Isso também a manteria fora do radar das Alianças. Seu Coven é
um dos Covens originais, mas você já sabe disso. Estes idiotas trancam
os poderes de seus filhos para voar sob o radar; eles têm há séculos, e
eu ainda consigo encontrá-los o tempo todo. Sabendo disso, como ela
conseguiu lançar um feitiço tão forte? — Murmurei.
Uma mulher que propositadamente não quer ser vista pelos outros?
A maioria gostaria de acrescentar os componentes para serem notadas
por homens, e ainda assim propositadamente se excluiu dos homens e
mulheres. Por quê?
— Este Coven parece com os outros, mesma merda que a porra das
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Alianças. — Observou ele e me virei para olhar para ele.
Ele era mais jovem do que a maioria de nós, e não esteve presente
durante a maior parte dessa bagunça do caralho.
— Este Coven foi iniciado por uma das bruxas mais poderosas na
criação. Sua prole nos amaldiçoou, não se esqueça disso. No momento
em que você esquecer, se torna fraco. Estas pessoas podem parecer
fracas, mas são mortais. Eles escondem bem, mas é por isso que eles
são fáceis de encontrar. Eles mantem as tradições. Quero saber por
que ela saiu daqui. Algo a afastou de seu Coven e da proteção deles.
— Seu pai deixou sua mãe alguns meses antes de Magdalena se
casar. Seu noivo transou com Cassidy Smithers; o bastardo frio
também fez isso em seu próprio quarto. Algumas semanas depois, ela
e sua família foram informadas sobre a morte de seu irmão e ficou só
o tempo suficiente para ver ele ser enterrado, mas desapareceu na

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PLAYING WITH MONSTERS 01
PLAYING WITH MONSTERS 01
semana seguinte. Acho que ela era fraca demais para suportar. Decolou
em vez de lidar. — Concluiu.
— Ela é não fraca. — Rosnei em advertência. — Tem mais do que
isto, mesmo que ela não saiba disso na época. Bruxas se unem; eles
raramente se desviam de seu Coven. Em luto, eles se recolhem ainda
mais perto. Algo a fez quebrar a tradição; algo que ela talvez nem
soubesse estava afastando ela deles. Quero saber o porquê. Diga a
Devlin para ter credenciais e ter um histórico completo. Quero que ele
esteja aqui para assistir às funções que não posso e ele vai cuidar dela.
Ele precisa chamar a atenção dela e manter isso. Ele não deve transar
com ela, ou até olhar para ela errado. Ela é minha, já marquei ela. Se
certifique de que ele saiba.
— Ela é quem procuramos? Se assim for, não deveríamos estar
terminando sua existência? — Ele questionou.
— Você dá as ordens, ou eu? — Rosnei friamente, um aviso; eu não
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daria um segundo.
— Só estou perguntando. Temos de encontrar a sua menina, e
rápido. Temos menos de dois meses para caçar e matar ela antes que
a merda seja distorcida. Sabemos que ela está aqui, então onde diabos
ela está? Não é como se eles tivessem muitos lugares para esconder ela.
— É o seu primeiro jogo, e se tem uma coisa que posso dizer, nunca
espere que seja tão fácil quanto entrar e acabar com a vida dela. Ela é
uma mestra em se esconder, e geralmente identificamos quem ela é
após a cerimônia do Despertar. Ela será encontrada quando chegar a
hora. Eu nunca falhei ainda e não vou. Eu nunca perco. Até lá, faça o
que eu pedir.
Meus olhos se moveram para a vela que tremeluzia no banheiro
pequeno enquanto Deviant me deixava com meus pensamentos. Eu
podia ouvir a música que ela ligou; foi silenciado, provavelmente fones
de ouvido. Fechei os olhos, imaginando ela nua, passando sabão sobre

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PLAYING WITH MONSTERS 01
PLAYING WITH MONSTERS 01
suas curvas suaves. Eu usaria uma máscara de civilidade para me
aproximar dela, o que não era minha coisa favorita a fazer.
Poderia facilmente foder e tirar ela do meu sistema, mas eu queria
que ela soubesse o que estava acontecendo. Mas eu queria que ela
soubesse o que estava acontecendo. Queria que ela estivesse disposta
e entendesse com quem ela estava fodendo quando fodesse. Eu queria
que ela me desse permissão antes de eu levar o que eu queria dela.
Seria a primeira vez para mim, já que eu estava acostumado a tomar o
que eu queria, sem consciência ou consequências.
Os seres humanos sempre foram indiferentes ao mal que andou
entre eles. A maioria não conseguia sair de um saco de papel molhado
e ainda assim sabia que ela era diferente. Ela me disse para ir ter bebês
lindos.
Reprodução não aconteceria para ela. Ela estava indo para a cama
com a morte, e ficar grávida não era uma opção. Eu só precisava de
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algumas horas ininterruptas com ela. Teria de ser suficiente, porque
tínhamos um jogo para jogar. Se ela não era o que eu estava
procurando, ela seria um agradável desvio. Se ela era, o jogo seria
muito mais interessante neste momento.
— Lucian. — Spyder rosnou quando ele entrou na varanda.
— Spyder. — Murmurei enquanto eu continuava a ouvir a música.
Os seres humanos e sua música da porra; alguns que eu poderia lidar,
com outros nem tanto.
— E sobre a garota?
— Qual? — Perguntei.
— O trabalho; ela está no porão.
— Termine. — Sussurrei, sem me preocupar em me virar. — Uma
vida por uma vida. — Rosnei, baixo e profundamente. Às vezes era bom
ser o monstro que eu tinha me tornado.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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CAPÍTULO SEIS
Abaixei o corpo na banheira antiquada de pés de garra. Depois de
viajar para chegar até aqui e o que aconteceu na festa, eu estava
esgotada e exausta. Não tinha uma parte de mim que não estava
dolorida. Teve um incêndio em minhas partes, causadas por certo
homem que tinha começado um incêndio e não tinha apagado.
Descansei a cabeça contra a banheira e fechei os olhos quando coloquei
meus fones de ouvido, e tentei encontrar um pouco da paz que eu
estava acostumada a viver sozinha.
Imagens de Lucian e suas mãos me tocando em alguns lugares, me
trouxe de volta. Rosnei quando tirei os fones e deslizei para fora da
água. Gostaria de saber se alguém notaria se eu afogasse minha
vergonha absoluta sobre meu comportamento naquela noite.
Eu tinha beijado um total estranho, o que, desde que tive um caso
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de uma noite com o meu tatuador, tecnicamente não era um conceito
completamente novo para mim, mas eu pelo menos conhecia seu
maldito nome antes de nos beijarmos. Com Lucian, ele tinha tomado o
controle total de mim; sua boca tocou a minha e eu não impedi, não o
questionei. Beijei ele de volta! Não só uma vez, mas duas vezes, e eu
lhe permiti quase me seduzir no labirinto. Fiquei mais do que tentada
a deixar isso acontecer.
Até que ele me disse para fazer bebês lindos como uma vaca em
criação. Homens bastardos, não importa quão quente eram. Não,
quanto mais quente mais bastardos eles eram.
Lucian, embora... O homem era mais do que um rostinho bonito.
Ele é letal para os sentidos de uma mulher, e perversamente bom em
beijar. Na verdade, nunca fui beijada como ele me beijou esta noite. O
primeiro beijo foi suave, me conquistou. Meus sentidos estavam em
chamas, e ele fez deles sua cadela. Não tinha nenhuma bandeira

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branca sendo acenada em rendição, só marcas de queimaduras
deixadas onde ele me tocou. No segundo beijo eu estava controlada,
precisa. Ele me deixou sem fôlego e sem ossos. Obviamente sem cérebro
também, já que eu quase deixei ele me levar no labirinto. Sinto ele todo
o caminho até a minha alma, e eu tinha certeza que ele tinha deixado
uma marca lá, em algum lugar sobre ela.
Enrolei uma toalha em volta do corpo e fui para o quarto, onde puxei
um par de calcinha azul bebê rendada e uma camisola branca.
Demorou cerca de vinte minutos para terminar a desempacotar e
endireitar o quarto, e depois que terminei, espalhei outra camada de
sal e sal preto que eu tinha feito antes de sair de Pacific City, em casa.
A camada que Kendra desenhou ao redor da casa protegeria o
ocupante; este era mais específico para me proteger.
O sal era grande em nossa comunidade, e tinha muitos usos. Nós
tingimos de preto, amarelo, verde ou azul. Cada cor tinha um feitiço
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diferente associado às propriedades mágicas do sal, que foi escavado
da terra; quanto mais próxima a depósitos de sal, melhor. O sal preto
que eu colocava afastaria qualquer mal que desejasse me prejudicar, e
o sal branco daria um chute no traseiro se alguém com más intenções
se aproximasse da casa. Usei o último do sal preto em volta da minha
cama, e empurrei um pequeno pacote dele debaixo do travesseiro.
Me movi para a sala, fazendo coisas mundanas, até que ouvi Luna
choramingando na sala da frente. Entrei no cômodo e me abaixei para
acariciar ela, me certificando que tinha comida e água. Estava prestes
a desligar a luz na sala da frente quando ouvi um arranhão na porta.
Cheguei mais perto, olhando através da cortina para ver o que estava
lá. Não tenho certeza do que esperava, ou se esperava uma resposta
real quando perguntei quem estava lá.
Eventualmente, abri a porta para dar uma olhada melhor e Luna
disparou para fora através da pequena abertura. Eu abri a porta ainda

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mais e chamei por ela, e notei um galho que eu teria que passar por
cima se quisesse pegá-la. Luna era um gato da cidade, e estávamos no
fundo do bosque o suficiente para não ser incomum que os leões da
montanha estivessem perto. Não tinha como eu deixar meu bebê se
transformar em comida de leão da montanha.
— Luna! — Gritei enquanto forçava os olhos para ver ela através da
escuridão da noite. A maior parte da propriedade foi iluminada pela
lua. Mas, esta área era à sombra de árvores e arbustos. Vislumbrei
Luna enquanto ela disparava em direção ao limite da propriedade e
seguia para a área densamente arborizada.
— Droga, droga, droga. — Rosnei, estremecendo quando pisei em
um galho quando comecei a segui-la.
Dei alguns passos antes de sentir a mancha da escuridão; uma onda
de poder muito familiar passou por mim e congelei no lugar. Senti o
poder familiar algumas vezes, uma vez quando eu perdi meu avô, aos
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quinze anos. Eu estava sofrendo, e tinha sentido a primeira puxada
para a escuridão que a maioria das bruxas negava facilmente. A
segunda vez foi quando tinha encontrado Todd na cama com Cassidy,
e quase deixei ele ter o controle. Venci aqueles momentos, e de alguma
forma consegui empurrá-lo para baixo e negar o uso da minha raiva
como uma porta de entrada para a minha alma.
Eu tinha perdido a terceira batalha, mas eu de alguma forma
consegui empurrá-lo para baixo após o fato. No dia em que trouxeram
o corpo do meu irmão para casa para descansar, eu o examinei. A
magia, não o corpo. Cutuquei e brinquei com ele para ver do que era
feito. Eu mantive isso em segredo, que neste coven era contra as regras.
No final, venci e levantei a mancha das trevas e o chamado sedutor do
mal, e agora tinha o conhecimento de que tinha superado isso.
O vento pegou e senti um frio no ar fresco da noite. Me movi para
frente, instintivamente procurando meu bebê, que provavelmente

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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estava perdida na mata e assustada até agora; afinal, ela nunca tinha
saído um dia em sua vida desde que eu a tinha encontrado.
Empurrei os arbustos e estremeci quando eles arranharam meus
braços quando saí do outro lado. Eu poderia ouvir vozes abafadas
fazendo perguntas sobre a profundidade e a temperatura do solo.
Comecei a dar mais um passo mais perto das vozes e parei. Pisquei
enquanto eu observava os homens com pás, e Lucian, que parecia estar
segurando... um corpo? Minha mão bateu sobre a boca para abafar um
grito enquanto a cena se desenrolava.
Homens estavam cavando no chão, e um estava tão fundo no buraco
que cavaram que só sua cabeça estava visível. Assisti com horror
quando Lucian virou o suficiente para que eu pudesse ver seu terno
caro, coberto de sangue. A lua iluminou o show de horror surreal e eu
silenciosamente dei um passo para trás, só para fechar os olhos contra
o som ensurdecedor do meu pé esmagando uma pilha de gravetos.
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Todos os olhos se voltaram para mim e girei nos calcanhares e
arrastei o traseiro de volta para a casa da minha mãe. Gritei quando
meu pé bateu em um buraco e caí no chão com força. Rolei e me
levantei, e não planejava olhar para trás até chegar à propriedade.
Corri como se tivesse um grupo louco de seriais killers me
perseguindo, porque a realidade era que tinha assassinos me
perseguindo. Corri através de galhos de árvores e arbustos e a
lembrança de ver ele antes me atingiu como um trem, como se isso
tivesse acontecido comigo antes. Correr pela minha vida não deveria
ter parecido familiar, certo? Me virei e olhei no momento em que meu
pé bateu na linha da propriedade, esperando que eles não pudessem
passar pelas runas que estavam enterradas nas linhas da propriedade,
mas não tive essa sorte.
Eles nem sequer abrandaram. Gritei, sabendo que minha irmã seria
capaz de sentir o terror que eu estava experimentando, e o alívio tomou

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PLAYING WITH MONSTERS 01
PLAYING WITH MONSTERS 01
conta de mim quando a luz da varanda acendeu na casa principal.
Continuei até que ela abriu a porta e entrei e a fechei de novo, jogando
a trava e a outra fechadura de aço no lugar.
— Chame a polícia. — Eu ofegava, tentando recuperar o fôlego
enquanto minhas pernas cederam e caí de joelhos no chão, sem fôlego.
— Corpo morto. Lucian. Enterrar.
Respirei fundo, estremecendo e balancei a cabeça.
— Oh Deus, eles estavam enterrando alguém.
— O que você está falando? — Kendra perguntou quando ela se
ajoelhou ao meu lado e tocou meu braço confortavelmente.
— Meninas? São vocês? — Minha mãe chamou das escadas ao
mesmo tempo uma porta bateu.
Pulei de pé e bati minhas costas contra a porta, como se meu peso
leve o mantivesse fora. Outra batida soou e gritei para elas para chamar
a polícia ou o Coven, alguém que realmente pudesse nos salvar. Contei
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pelo menos quatro homens me perseguindo, e não eram de tamanho
médio, por qualquer meio.
— O que? — Mamãe disse enquanto seus olhos azuis observavam o
suor que cobria minha testa e a sujeira por todas as minhas mãos e
joelhos.
— Ele estava enterrando um corpo morto, chame alguém! Qualquer
um. Eles mataram alguém!
Minha mãe, que Deus a abençoe, estendeu a mão para trás dos
casacos na prateleira e pegou a espingarda, depois a engatilhou com
uma mão, enquanto puxava o fio da prateleira e discava o número do
Coven.
As batidas pararam e me movi para a janela, só a tempo para
assistir Lucian enquanto ele desaparecia nas sombras. Me virei quando
minha mãe desligou o telefone.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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— O que aconteceu? — Ela perguntou quando ela se moveu para a
janela e ficou de guarda.
— Luna saiu e fui atrás. Cheguei à beira da propriedade e entrei na
floresta. Saí a tempo de ver Lucian segurando um cadáver e seus
amigos cavando seu túmulo. Eles estavam perguntando sobre a
temperatura e profundidade do solo.
— Tem certeza de que era um corpo? — Minha mãe perguntou
enquanto colocava a arma no chão e se virou para mim.
— Sim, era um corpo! Ele estava coberto de sangue. Acho que eu
saberia se fosse um corpo, certo?
— Se acalme; Kendra coloque um pouco de chá enquanto esperamos
o Coven chegar aqui.
Porra, chá? Estava falando sério? Isso deveria fazer os assassinos
desaparecerem? Tenho certeza de que eles fazem uma pausa para uma
xícara de chá antes de nos matar, soava verdadeiro... Só que não!
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Minha mãe segurou a minha mão e sacudiu a cabeça. Ela me puxou
e me abraçou com força enquanto senti o primeiro soluço antes da
torneira de água começasse a subir. Eu não tinha certeza o que era
pior; que Luna tinha ido embora, eu tinha feito um assassino em série
ir atrás de mim, ou que alguém estava sendo enterrado em uma cova
sem marcação. Provavelmente o último, mas o fato de eu ter conhecido
o suspeito número um que os matou não ajudou em nada minha
consciência.
— Se isso for verdade, vão mandar ele embora.
— E o corpo? — Sussurrei quando me recompus.
— Ele será enviado para o xerife anonimamente. Ele vai saber o que
fazer para descobrir aonde ele pertence.
Kendra entrou na sala e balancei a cabeça quando ela me ofereceu
uma caneca de chá quente de camomila e menta.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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O Coven demorou exatamente treze minutos para chegar à nossa
casa e, como a maioria dos anciãos estava localizada um perto do outro,
era fácil para eles chegarem em nossa casa em tempo hábil. Eu fui
interrogada, em seguida, como uma unidade, as bruxas despertas na
linha de frente, atravessamos as linhas da propriedade.
Quando chegamos à onde eu tinha visto Lucian parado com o corpo
em seus braços, ofeguei. O quintal inteiro estava coberto de grama. Não
teve tempo suficiente para eles colocarem toda essa grama, muito
menos para parecer que já estava lá há semanas. Lucian e seus amigos
estavam lá, e eles cumprimentaram o coven e ouviram as suspeitas.
Mantive os olhos no chão, tentando não entrar em pânico quando
ele se aproximou até que fui forçada a fazer contato visual com ele.
Engoli o pânico, e segurei as mãos firmemente ao lado do meu corpo
para esconder o leve tremor que ainda tinha que diminuir.
— Um corpo? — Ele perguntou e moveu o braço para indicar o
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quintal com um movimento de varredura. Ele estava calmo, muito mais
calmo do que alguém que tinha acabado de ter segurado um corpo
ensanguentado deveria estar. Seu terno estava fresco e limpo; a camisa
branca não tinha um pingo de sangue. Meus olhos se encontraram com
os dele e dei um passo para trás, para longe dele.
— Eu vi isso. — Sussurrei.
— Magdalena, não acuse aqueles que procuram ajudar o Coven sem
uma boa razão. — Helen me advertiu, juntamente com um olhar
assassino.
Mordi o lábio e balancei a cabeça.
— Sei o que vi. — Eu disse firmemente quando inclinei os ombros.
— Todo mundo sabe que ela é louca, Lucian, estamos desolados,
desculpe incomodá-lo dessa forma. — Cassidy murmurou enquanto se
deslizava e esfregava a mão no ombro dele. Ele não olhou para longe
de mim, e em seus olhos pude ver raiva. — Deus sabe que ela deve

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estar ficando louca, só de descobrir que a própria irmã está
esquentando a cama do ex-noivo na ausência dela.
Minha cabeça se virou para encontrar o olhar de Kendra, e ela
empalideceu com a culpa que eu sentia dela. Engoli em seco e balancei
a cabeça.
— Não sou louca. — Eu disse suavemente. — Ainda não, pelo
menos. — Murmurei enquanto eu tirava meus olhos de Kendra e me
estabelecia de volta em Lucian.
— Simplesmente nos chamou para fora da cama porque pensou que
viu um corpo morto. — Cassidy disse com um olhar venenoso.
— Mãe. — Eu disse, ignorando o fato de que todo mundo aqui estava
olhando para mim. Não quebrei o contato visual com Lucian. Foi uma
batalha de vontades, e eu com certeza não estava perdendo. Eu só
precisava tirar a minha bunda para fora daqui.
— Vá para casa, Lena. — Ela murmurou baixinho e olhei para onde
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ela estava olhando para mim como se eu fosse uma estranha.
Dei meia volta e voltei pela floresta. Meus pés doíam do chão da
floresta e podia sentir hematomas nas mãos e joelhos.
— Alguém deveria trancar essa cadela louca. — Cassidy disse alto o
suficiente para que eu pudesse ouvir.
— Chega Cassidy. — Ordenou Helen. — Lucian, sinto muito. Sabe
como são as crianças; sua imaginação pode ser tão vívida e selvagem.
— Nenhum dano foi feito. — Respondeu ele, e não me preocupei em
virar e ver se minha mãe estava me seguindo.
Me movi pela floresta e encontrei Luna segura e inteira esperando
na porta da casa. Peguei ela no momento em que Kendra empurrava
os arbustos.
— Precisamos conversar sobre isso. — Ela implorou suavemente.
— Não hoje à noite. — Suspirei enquanto empurrava a porta e fiquei
no limiar enquanto ela subia as escadas. O Coven saiu da floresta;

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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todos eles pareciam me estar dando olhares aquecidos. — Estou
cansada, e Cassidy está rezando para darmos um show a ela.
Honestamente, eu não ligo se você estava com ele. Eu realmente não
dou a mínima.
Fui para dentro da casa e fechei a porta na cara dela, em seguida,
soltei Luna no chão. Me movi pela cabana em transe, minha mente
repetindo a cena de antes de entrar. Era um corpo envolto frouxamente
em um lençol ensanguentado; uma das mãos feminina sangrenta
escapou do lençol e pendurava sem vida. Lucian estava coberto de
sangue, o que, segundo a lógica, indicava que ela estava viva há pouco
tempo. Não que eu fosse uma especialista, mas já assisti a programas
policiais suficientes para saber que alguns dos fatos tinham que
coincidir.
Apaguei as luzes da sala da frente e fui para a pequena cozinha. Eu
vasculhei os armários até encontrar o chá e a chaleira velha que o meu
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avô usava quando era vivo.
Luna esfregou contra o meu tornozelo e olhei para baixo e balancei
a cabeça.
— Você é uma gatinha má. Você sabe melhor.
Ela miou e começou a ronronar. Me abaixei e cocei atrás da sua
orelha antes de acender o fogão e peguei o kit de primeiros socorros
para limpar as feridas. Quando tinha terminado com isso, me mudei-
para encontrar a raiz de valeriana para adicionar ao meu chá. Ele me
ajudaria a dormir esta noite.
Desliguei o fogão e caminhei para o quarto. Lentamente apaguei as
luzes no caminho, segurando a xícara fumegante de chá longe do meu
corpo. No quarto, coloquei na mesa lateral quando puxei o lençol e o
afastei. Consegui me sentar enquanto lembrei do chá e tomei um
pequeno gole antes de me mexer para verificar o sal ao redor da cama,

By Amelia Hutchins
PLAYING WITH MONSTERS 01
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da porta e debaixo do travesseiro. Depois do que vi hoje à noite, não
estava me arriscando.
Esta noite foi uma tormenta. Puxei o cabelo em um rabo de cavalo
antes de trazer a xícara até os lábios e soprei sobre o líquido quente
antes de tomar outro gole, depois me recostei na cama. Luna saltou
sobre a cama e se moveu para o meu lado enquanto eu colocava uma
das mãos sobre ela e franzi o nariz.
— Acho que cometi um erro voltando para casa. — Sussurrei para
a gata, que me ignorou enquanto limpava sua pata.
Senti a raiz de valeriana iniciar a sua magia e meus olhos ficaram
pesados enquanto eu estava lá. Eventualmente empurrei a gata o
suficiente para que pudesse colocar no meu lado, enquanto acariciava-
a suavemente. Adormeci com ela pressionada contra mim, seu suave
rítmico ronronar o único barulho na sala.
Não sei o que me acordou, mas algo tinha. Minha mão alisou sobre
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a cama, olhando para Luna, mas não era a gata o que eu sentia. O que
senti foi duro e ainda suave ao mesmo tempo, acolhedor. Sussurrei um
nome, e gemi quando abri os olhos uma fenda para ver o que a mão
estava tocando, mas o quarto estava banhado em sombras escuras.
Minha mão continuou a explorar os contornos do que quer que
estivesse na minha cama e, lentamente, meu cérebro entrou em ação e
levantei a cabeça. Empurrei para fora da cama, instintivamente, mas
antes que pudesse chegar a uma polegada longe dele, ele estava sobre
mim.
Sua mão capturou as minhas e apertou contra a estrutura de metal
da cama dolorosamente enquanto o outro braço pressionava contra o
meu peito, empurrando o ar dos meus pulmões e me impedindo de ser
capaz de tirar qualquer ar novo para substituir, ou gritar.
Meus pulmões queimavam. Ofeguei e lutei contra seu corpo imóvel.
Ele não parecia pesar muito, e ainda assim eu não poderia mesmo

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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retirar a pélvis para tirá-lo de cima de mim. Movi a cabeça e empurrei
os quadris até as estrelas encherem minha visão. Senti meu pulso
acelerar quando a realidade do que estava acontecendo afundou. Ele
estava me matando! Na minha própria cama, por que essas merdas
ruins sempre acontecem na minha cama?
Me olhou como se tivesse fascinado por estar me sufocando e no
momento em que ele diminuiu o aperto e removeu o cotovelo do centro
do meu peito, ofeguei e respirei ar. Eu tinha planejado gritar, mas a
mão dele cobriu minha boca, prendendo ela ali.
— Se você gritar, você está morta. Não seja estúpida. Não grite. —
Ele sussurrou com voz rouca. Sua mão se levantou da minha boca e se
moveu para minha garganta delicadamente, a ameaça clara.
— Saia do meu quarto. — Sussurrei com a dor do fogo que enchia
meus pulmões.
— E perder de ouvir você dizer meu nome em seus sonhos? Acho
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que não, bruxinha. Você estava sonhando comigo?
— Não. — Sussurrei enquanto considerava as minhas opções. Elas
eram limitadas, e eu estava muito fodida.
— Você me chamou; meu nome saiu de seus lábios mais de uma vez
enquanto dormia. — Argumentou enquanto se posicionava entre as
minhas pernas com finesse. Empurrei meus quadris para movê-lo e
seus lábios se curvaram em um sorriso malicioso. — Isso é um convite?
— Vai se foder. — Rebati. — Se eu estivesse sonhando com você,
esse sonho provavelmente tinha algo a ver com cadáveres e você
coberto de sangue, idiota.
— Fique quieta, Magdalena. — Exigiu depois de eu rebolar
descontroladamente para desalojá-lo, sem se importar com a mão
estrategicamente colocada contra a minha traqueia.
— Fique longe de mim. — Assobiei e continuei lutando para libertar
minhas mãos, até que sua mão esquerda se moveu da minha garganta

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PLAYING WITH MONSTERS 01
PLAYING WITH MONSTERS 01
e se mudou para minha bunda, me levantando para me pressionar
contra seu pau totalmente ereto que nenhuma quantidade de roupa
poderia esconder.
— Eu pararia antes que você me levasse além do ponto sem retorno.
— Ele rosnou e fiquei mole. Sem luta aqui, eu sou a acalma. — Muito
fácil. — Ele sussurrou enquanto movia sua ereção longe de mim. —
Você é frágil, — observou ele — vai estar machucada amanhã.
— A prova de que você é um idiota? — Falei o que provavelmente
não foi a melhor ideia, considerando a minha posição.
— O que você viu hoje à noite?
— Você e seus amigos doentes enterrando um corpo. — Sussurrei.
— Eu não sou louca, eu vi. Você estava coberto de sangue.
— Você acha que me viu coberto de sangue. — Ele respondeu em
um tom que atingiu um nervo, ou cada nervo.
— Não…
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Seus olhos seguraram os meus e perdi todo o pensamento coerente.
Senti como se estivesse me afogando neles, como se eu deixasse de
existir sem o seu calor. Tentei formar palavras, mas não saiu nada,
como se eu fosse um peixe fora d'água com falta de ar. Só que eu estava
ofegando por palavras, e eu não conseguia formar qualquer uma. Que
porra é essa?
— Não lute contra isso. — Ele sussurrou baixinho enquanto o seu
polegar traçou minha bochecha e depois meu lábio inferior cheio. —
Meus homens querem você morta pelo que viu esta noite. Acho que
você pode ser salva; o que acha? — Ele perguntou e sorriu quando movi
mais uma vez os meus lábios, com o medo se espalhando através de
mim. Parecia errado, sua magia, ou o que ele poderia fazer. Eu não
tinha força de vontade, nada. Palavras me iludiram, o que me assustou
pra caralho.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
PLAYING WITH MONSTERS 01
Que tipo de monstro que ele era? Eu não podia falar, e minha mente
estava se transformando em mingau frito. Tentei falar de novo, mas só
ar escapou dos meus lábios. Eu tinha acabado de gemer? Ou era a
minha imaginação? Foi, pelo menos, um ruído parvo.
— Você me viu esta noite, mas estava enganada. — Ele sussurrou
com voz rouca quando baixou a boca para a minha clavícula e beijou.
Meu corpo respondeu, embora eu implorasse silenciosamente para
ignorar os lábios perversos.
— Eu estava enganada. — Eu repetia em voz baixa, e pisquei pelas
minhas próprias palavras. Que não foi o que eu pretendia dizer.
— Sim. — Ele disse quando ergueu as mãos da minha, liberando
elas. — Isso é ser uma boa menina, Lena. — Ele murmurou quando
sua boca tocou a pulsação que corria pelo meu pescoço. — Você estava
enganada; você me viu enterrar um cachorro na parte traseira de
minha propriedade, aquele que fora atingido por um carro na estrada.
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— Vi você enterrar um cachorro. — Sussurrei sem fôlego quando ele
chupou meu pescoço. Eu podia sentir a curva de um sorriso contra a
minha carne quando ele ouviu o meu gemido aquecido em resposta a
sua boca contra a minha pele. Sua mão roçou os cabelos dispersos que
foram libertados do meu rabo de cavalo longe do meu rosto, sua boca
pressionada contra a minha testa, e uma lágrima caiu do meu olho.
Porra, como ele estava me segurando aqui? Eu não podia me mover.
Ele me libertou fisicamente, mas algo tinha substituído à sua espera e
eu era incapaz de fazer qualquer coisa, mas estava deitada na cama
enquanto ele pairava acima de mim, colocando beijos suaves contra
minha carne.
— Vim procurar você depois que os outros saíram, e você me deixou
entrar para falar. — Continuou ele.
Meu peito arfava enquanto tentava forçar as palavras certas para
fora da boca, e contudo, repeti suas palavras textualmente. Seus olhos

By Amelia Hutchins
PLAYING WITH MONSTERS 01
PLAYING WITH MONSTERS 01
baixaram para onde meus mamilos tinham endurecido enquanto sua
boca seduzia meu corpo e minha mente. Uma mão deslizou sobre a
carne que foi exposta, e seus dedos encontraram o lazer e traçou o
contorno de um mamilo e depois o outro.
— Me diga para te foder. — Insistiu ele.
— Me foda. — Expressei a minha própria surpresa horrorizada. Eu
pretendia dizer para ele ser fodido em outro lugar, por qualquer pessoa,
menos eu. — Não. — Assobiei de alguma forma, formando a palavra
que meu cérebro estava gritando.
Seus olhos se levantaram para os meus.
— Você quer que eu esteja enterrado dentro de você, Lena. Me
convide para te foder. Separe suas pernas para mim, agora. — Ele
rosnou quando o seu tom de voz se intensificou. — Mostre como você
está molhada.
— Me foda... — sussurrei sem fôlego enquanto estiquei as pernas
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ainda mais do que já estavam. Foi doloroso; embaraçoso, e lágrimas de
raiva correram para fora dos meus olhos. Me recusei a deixar que esse
monstro me visse chorar.
— Boa menina. — Respondeu ele quando se sentou sobre os joelhos
e olhou por cima do meu corpo que estava espalhado e as pernas
abertas para ele.
Pelo menos eu estava vestida, mal, mas era algo entre ele e minhas
partes íntimas femininas.
— Veja, menina doce, vê como é fácil para mim? Tenho total controle
sobre você. Posso te levar a fazer qualquer coisa a qualquer momento.
Posso roubar qualquer memória sua e você nem mesmo perceberia. A
única coisa que não consigo é fazer você responder ao meu toque como
está fazendo agora.
Eu tremia enquanto suas palavras ecoavam em meu cérebro. Meus
olhos observaram seu terno desgrenhado e notaram as runas que

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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brilhavam e pulsavam logo abaixo da gola da camisa. Runas da morte?
Impossível. Era uma língua morta. Ninguém sabia como usar, muito
menos controlar o suficiente para colocar elas em cima da pele. Tentei
focá-las, mas espontaneamente, meus olhos se moveram para
encontrar o seu.
— Você não vai entrar nos meus negócios de novo. — Ele sussurrou
com um tom estranho e a cadência de suas palavras quando abaixou
a boca e mordiscou meu lábio inferior. A dor subiu pelo meu corpo, e
gemi quando ele soltou meu lábio, só para capturar de novo e aplicar
ainda mais pressão. Dor misturada com prazer e senti o corpo em fusão
em busca de mais. — Gosta disso, não é, menina doce? — Perguntou
quando ele se afastou e olhou meu corpo lentamente. Você torna muito
difícil ir embora quando me responde tão docemente. — Ele murmurou
com raiva e pisquei em confusão.
Como se eu quisesse isso? Eu não conseguia controlar meu corpo
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em torno dele, e ele me tinha em uma enorme desvantagem.
— O que está fazendo comigo? — Sussurrei num gemido quebrado
quando as emoções que eu estava segurando ameaçaram sair de uma
só vez.
— Você vai ficar fora do meu caminho, porque te matar seria um
desperdício que presumo que será uma merda. Não vou arriscar, nem
mesmo por você, Lena. Meus homens querem você morta e não estão
convencidos de que você pode ser seduzida para ficar fora do nosso
caminho. Você é muito frágil neste estado, muito frágil. Entende o que
eu estou te dizendo? — Ele perguntou, e seus olhos se levantaram para
encontrar os meus. Inalei estremecendo quando os elevei. Eles não
eram mais tinta preta, mas uma sombra impressionante do azul que
se misturou com tons de verde. Pisquei e eles estavam de volta ao
normal, e eu me perguntava se eu tinha imaginado tudo?

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— Eu sou frágil, preciso ficar fora do seu caminho. — Respondi
através da raiva e incredulidade. Eu não era frágil!
— Eu queria que você não fosse tão frágil. — Ele sussurrou com
tristeza enquanto seus dedos se arrastaram entre as minhas coxas. —
Não estou acostumado a esperar o que eu quero, e isso só será mais
difícil para você quando eu finalmente conseguir.
Apertei os olhos para os seus e forcei as palavras através de meus
lábios inúteis.
— Eu não vi um cachorro.
Seus olhos se estreitaram ao ver os meus. Seu corpo foi
instantaneamente e fortemente pressionado contra o meu e suas mãos
capturaram meu rosto segurando imóvel entre suas grandes mãos. Seu
beijo era duro, punitivo. Eu gemia e tentei me lembrar do porquê eu
precisava lutar com ele.
— Eu vim à sua casa para explicar o que aconteceu esta noite. —
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Elucidou insistentemente quando puxou sua boca longe. — Você me
deixou entrar. Nós conversamos por um tempo, e eu te disse sobre o
cachorro. O que eu descobri na rodovia. É o que você me viu enterrar
esta noite. Não tinha nenhum corpo, só um cachorro. Você pensou que
era um ser humano, mas foi um erro honesto. Fui embora quando o
dia se tornou cansativo, e você dormiu tranquilamente depois.
Meus lábios se moviam, dizendo exatamente o que ele queria ouvir.
Após as palavras saírem da minha boca, beijei ele para calá-lo. Suas
palavras foram ricocheteando pela minha cabeça, e doeu. Ruim. Era
como compulsão, mas eu sabia que não podia ser. Bruxas de nosso
Coven eram protegidas disso, e ainda assim tudo o que ele estava
fazendo, eu queria acreditar no que estava dizendo.
— Você vai ir ao meu clube amanhã. Sua irmã trará a licitação do
coven. Vai ir sozinha para o meu escritório. Vejo você lá, doce bruxa.

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Meus olhos se voltaram para as runas nas paredes que foram
esculpidas lá quando a casa foi construída pela primeira vez, e então
olhei pela única janela para a forma desbotada do homem que eu tinha
certeza de que não era um bruxo, porque nós não poderíamos fazer
esse tipo de truque.

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CAPÍTULO SETE
Puxei o bule do fogão e enchi uma caneca grande até a borda com
água ardente. O aroma de terra de Earl Grey2 fez meu nariz dançar um
pouco quando adicionei o açúcar e agitei a mistura em conjunto.
Abaixei o chá rapidamente para puxar o tecido da camisola na altura
do joelho e me dirigi para a varanda.
Coloquei a caneca sobre a mesa de café de carvalho esculpido
branco que meu avô tinha feito tantos anos atrás, e me sentei no
pequeno balanço da varanda. Senti saudades de casa e, apesar de
gostar de morar fora deste lugar, senti o chamado para voltar o tempo
todo. Eu realmente tive que me forçar a permanecer onde estava e no
caminho que eu escolhi para mim.
Meus olhos viajaram para o jardim e parei. O vento soprou as ervas
cobertas de vegetação, enviando mechas das plantas com flores nas
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fileiras ao redor deles. Minha mãe nunca deixou isso crescer demais,
nem mesmo quando Joshua morreu. Fiquei chateada porque, ao invés
de gritar e chorar, ela foi ao jardim.
Eu não tinha entendido isso na época, mas agora entendo. Ele dava
propósito, e era suave, familiar. Minhas mãos coçavam para puxar as
ervas do solo, para sentir a sujeira familiarizada sob minhas unhas.
Normalmente, as plantas seriam colhidas e armazenadas para o
inverno. Alguns já estariam na cabana de secagem, onde seria usada
naturalmente para a potência.
Usamos as ervas deste jardim para fazer feitiços, cerimônias e o
mais importante, para encher as prateleiras da nossa loja e ser
transportadas para outros Covens. Mas estava desarrumado, cheio de
vegetação e negligenciado.

2 Earl Grey é basicamente uma infusão de laranjas bergamotas misturadas ao chá preto, verde ou branco. Tradicionalmente, o Earl Grey
era feito a partir de chá preto e com o tempo foram criando os sabores com outros chás.

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O som de botas batendo na madeira juntamente com os sons
associados de ranger da varanda da frente da casa principal tirou
minha atenção do jardim, de onde Kendra estava se movendo em
direção a mim. Seus cabelos estavam em volta do seu ombro em um
coque bagunçado, e tinha olheiras sob seus olhos que me diziam que
não tinha dormido muito.
Me recompus pelo que estava por vir, e sabia que era melhor tirar
do caminho do que deixar crescer. Nós éramos parecidas dessa
maneira; normalmente nenhum de nós poderia dormir se brigássemos,
mas eu consegui dormir muito bem ontem à noite, por quê? Memórias
de olhos azuis piscando à meia-noite misturados com um toque suave
de verde voltaram correndo e eu suspirei. Mais pesadelos que eu não
conseguia lembrar? Provavelmente.
Lembrei dele estar aqui, mas parecia errado. Como se não fosse
minha memória, mas outra coisa. Eu estava pegando flashes de outras
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coisas, como as mãos dele contra a minha garganta, seus lábios
tocando os meus. Nada tão simples como uma pequena visita
agradável, que era o que minha mente continuava me dizendo que
tinha sido. Meu cérebro coçou, e aqueles flashes continuaram
acontecendo no momento em que parei de tentar lembrar. Também
tendia a deixar meu cérebro confuso, como se algo estivesse impedindo
que as memórias viessem. Ou talvez eu só estivesse desejando que algo
mais tivesse acontecido, o que significava que eu precisava seriamente
parar de pensar em Lucian de um jeito meio pervertido.
— Precisamos conversar. — Ela pediu suavemente enquanto se
movia pela varanda e sentou ao meu lado no balanço. Sua mão deslizou
na minha e continuei olhando para a propriedade. Senti seus olhos em
mim e depois de alguns minutos puxando força suficiente dos
elementos, me virei e olhei para ela.

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— Preciso colocar isso para fora, e só preciso que me escute. — Ela
começou.
Gemi interiormente e mantive os olhos fixos nos dela. Seus olhos de
joia brilhavam com lágrimas não derramadas quando ela sacudiu o
rosto em forma de coração e suspirou profundamente. Ou talvez eu
tenha sido a única a suspirar. Sua pele amarelada estava pálida hoje,
provavelmente por causa da gravidade de onde isso estava levando. Ela
afastou uma mecha de cabelo cor de caramelo do rosto e mordeu o
lábio, como eu sempre fazia. Éramos idênticas na aparência, e ainda
assim muito diferentes uma da outra, mesmo em nossos maneirismos
semelhantes.
— Fale, tudo que você quiser, mas eu preciso te dizer. Eu preciso
que você entenda por que eu faria isso, especialmente depois do que
ele fez com você. — Ela continuou.
— Não me importo porque você fez isso. — Sussurrei. Na verdade,
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sim. Me importei porque ela deveria proteger as minhas costas. Nós
éramos gêmeas idênticas e tivemos um vínculo inabalável. Era
estranho que ele fosse até ela, quando ele me teve. Não entendi nada.
— Você se foi, e nenhum de nós entendeu por que você passou por
isso. — Respondeu ela. — Primeiro ele começou a perguntar sobre você;
que escola você foi. No início mandei ele embora, mas continuou
voltando. Começamos a conversar e tínhamos algo em comum: você. —
Ela disse com a culpa enterrada em seus sentimentos e tom.
Ótimo, minha irmã e minha melhor amiga se uniram ao meu ex-noivo
traidor por mim? Que doce.
— Pare com isso. — Disse ela pegando o meu sarcasmo dentro de si
sem a necessidade de eu dizer em voz alta. Às vezes, estar tão perto
como nós estávamos é realmente cansativo. — Eu não queria que isso
acontecesse, mas senti tanto a sua falta. Sentimos tanto a sua falta.
Os outros? Eles não perceberam. Quero dizer, perceberam, mas era

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como se você fosse um fantasma por aqui. Seu nome não foi falado em
voz alta; era como se tivesse morrido com Josh no Afeganistão. Tem
alguma ideia de como isso foi para mim? Eu não consegui falar com
você, minha outra metade do caralho, e não consegui falar sobre você.
Isso deixa as pessoas desconfortáveis; todos, exceto Todd. Ele queria
falar sobre você, e foi bom. Eu tinha alguém com quem eu poderia
conversar sobre sentir sua falta. Eu não conseguia sentir você! Estava
enlouquecendo e você nem ligou. Nem mesmo para retornar minhas
ligações. Nós nunca nos separamos, Lena, e então você acabou de sair
da minha vida como se tivesse me cortado como um câncer.
— Eu precisava fugir, Kendra. Precisava descobrir o que estava por
vir, porque estar aqui estava me sufocando. Entendo que era egoísta,
mas se eu tentasse me despedir, você teria me implorado para ficar.
Não pude. Eu estava uma bagunça e tinha outras coisas acontecendo.
Só precisava saber que ficaria bem sozinha, eu acho. Eu precisava
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saber que tinha vida fora desta cidade.
— Você podia ter me enviado uma carta. — Ela sussurrou enquanto
ela desviou os olhos. — Como eu estava dizendo, chegamos perto e as
coisas simplesmente aconteceram. Amo ele. Acho que talvez eu sempre
tenha amado, e isso me deixa triste grande parte do tempo, porque você
é minha irmã e ele o seu melhor amigo. Sei que se ele tivesse
permanecido fiel, nada disso teria acontecido.
— Enviei flores e sei que você sabia que elas eram de mim. — Eu
interiormente enrijeci.
Ela revirou os olhos em resposta e balançou a cabeça.
— Não é o mesmo e você sabe disso. — Seu peito arfava enquanto
ela expulsou um suspiro profundo.
— Eu sei que você não faria isso se eu ainda estivesse com ele. Não
odeio você estar com ele. — Suspirei pesadamente. — Acho que é um
pouco distorcido que você e eu somos idênticas, e um pedaço de mim

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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se pergunta se ele não está usando você como um backup. — Com base
em suas palavras e comportamento na noite passada, o cenário fez todo
sentido para mim.
— Considerei isso, mas ele me ama, mesmo que eu tenha terminado.
Ele disse que devemos deixar pra lá, deixar você pensar que ele não
está com ninguém desde que, bem, você sabe. Mas dormi com ele e sua
volta para casa não mudou o que sinto por ele. Acho que precisava
estar aqui para você e eu queria explicar. Não tive muito tempo com
você ontem à noite, o que provavelmente é culpa minha.
— Provavelmente parte minha também. — Eu disse timidamente. —
Estava muito ocupada beijando Lucian antes de acusar ele de enterrar
um corpo morto.
— Cala a boca, você não fez isso. — Ela riu. — E então toda essa
bagunça, merda, Lena. Você é tão perversa. — Disse ela, se recostando
e fechando os olhos antes de se sentar, sorrindo.
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— Duas vezes, e quase dei muito mais. — Eu admiti. — O cara pode
trabalhar seriamente alguma mágica com seus lábios.
— Falando de Lucian, o Coven tem chamado você para responder
pelo que fez na noite passada. A mãe de Cassidy não vai deixar passar.
Eu posso ir com você.
Enrolei meus dedos em torno da mão dela e balancei a cabeça.
— Era um cachorro. — Sussurrei, embora algo dentro de mim
quisesse gritar que não era. Esquisito.
— Se vista; te encontro lá na frente em vinte minutos.
— Parece bom. — Eu disse, ainda confusa com minha reação às
palavras. Por que eu não acredito em mim? Olhei para cima quando ela
fez uma pausa.
— Realmente sinto muito que você tenha descoberto desta maneira.
A menos que os ancestrais intervenham um pouco, não vou estar com
ele para a colheita; Mamãe diz que, depois do que aconteceu com você,

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ele mostrou caráter inadequado e ele pode ser um dos poucos que os
ancestrais não abençoam durante seu primeiro despertar. Não sei bem
o que ele sente por você, mas sei que ele se arrepende do que fez.
— Não amo ele. — Eu soltei, e sorri quando ela soltou um suspiro
trêmulo. — Não sei com certeza se eu realmente amei um dia. Acho que
nós estávamos só tentando passar para a próxima etapa sem qualquer
compreensão real do que isso significaria. Éramos crianças, e isso pode
parecer loucura, porque só alguns anos se passaram, mas acho que
me sinto aliviada que não acabei por ser a esposa dele. Eu realmente
tenho que agradecer a Cassidy por ser uma cadela, e por dormir com o
meu noivo. Porra, isso realmente é uma merda.
Ela riu, e isso puxou uma reação de mim. Ri e balancei a cabeça.
— Por que passou por isso? Pensei ou assumi que era porque ele te
traiu e você tava com o coração partido. Senti dor, sei que te machucou.
— Isso me machucou bastante, mas só pensei que estávamos
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amaldiçoados ou que eu estava. Todo homem que eu amava me deixou,
todos eles, Kendra, e em tão pouco tempo também. Papai, vovô, Joshua
e Todd. Tudo bem perto um do outro e eu pensei que era eu. Que talvez
eu tenha sido amaldiçoada, e se eu pudesse fugir, você teria uma
chance. Pelo menos quando eu estava me convencendo a ir, foi o que
passou pela minha cabeça. Se lembra da vovó nos contando sobre a
maldição? Que todo homem que amamos nos deixaria ou morreria? —
Sussurrei baixinho, como se alguém nos ouvisse.
— Não acredito nisso. Joshua foi morto por uma bomba, vovô
morreu de causas naturais, e meu pai deixou todos nós. Todd é fodido,
ele era um idiota. Papai, por sinal, está de volta. Ele está com Helen.
Acontece que Cassidy é dele, parece mesmo que ele estava emparelhado
com mamãe para a colheita, ele também estava escapando com Helen
durante o mesmo tempo. Ele descobriu que Cassidy era dele, e nos
deixou. Ele fez parecer que deixou a cidade, porque eles precisavam de

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tempo para descobrir o que dizer. Como não veríamos direito o que ele
queria. Helen tem muito mais dinheiro do que mamãe e sua posição no
Coven é maior, mesmo que ela não seja uma das linhagens originais.
Senti meu coração se torcer e fechei os olhos.
— Isso explica porque Cassidy nos odeia.
— Não nós, só você. Eu passei algum tempo com ela.
— Obrigada. — Respondi com uma risada. — Qualquer outra coisa
que eu deva saber?
— Eu estava entrando na Aliança, aprendendo sobre nossa história.
Sou fodona agora. — Riu orgulhosamente quando meu estômago caiu.
Meu sangue gelou.
— Fez o que? — Era como se o chão fosse derrubado debaixo de
mim. Ninguém era tão louco, certamente não Kendra. Não minha irmã.
— Relaxe, eu estava segura. Eles não são tão maus como nós
ouvimos. Talvez desonestos, mas quem não é? Conheci bruxas da
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Aliança e executores do lado de fora da Aliança. Eu mesma fui a um
encontro com um. Eles não são como nós, mas são sérios sobre seus
trabalhos, foi um grande momento. Como uma lavagem cerebral para
o núcleo mãe-amorosa. — Disse ela com um aceno enfático e um
sorriso grande travesso.
— Isso é insano! Você pode ter problemas, Kendra. Um grande
problema se o coven descobrir.
— Me pergunte o que tenho. — Ela disse, ignorando o que falei.
— Você está me ouvindo? E se fosse pega no meio dessa luta entre
a Aliança e os Fae?
— Não aconteceu; na verdade, era realmente chato naquele lugar.
— Ela disse, irritada.
— Ela foi explodida!3 — Gritei para ela.

3 Elas se referem aos eventos dos livros anteriores da grande série Fae Universe. Especificamente os acontecimentos dos livros The
Fae Chronicles 04 - Seducing Destiny e o The Elite Guards 01 - A Demon's Dark Embrace.

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— Sim, mas não quando eu estava lá. — Ressaltou. — A história de
nossa família estava lá, e acho que os grimórios perdidos podem estar
dentro das catacumbas. Eles têm toda a nossa história dentro de suas
malditas paredes, enquanto nós não temos nada!
— Nós temos também, só inacessíveis para bruxas comuns. Estão
fora dos limites, a menos que você seja mais velho. Por que exatamente
arriscou o pescoço na Aliança? — Perguntei, a curiosidade aguçada,
mesmo que meu coração batesse forte ao saber que ela se colocou no
caminho do perigo, e eu não tinha noção disso.
Ir para a Aliança, era proibido, sempre tinha sido, então o que valia
a pena ir lá? Meus olhos observaram seu comportamento fechado e me
perguntei o que ela estava escondendo. Ela queria que eu perguntasse
o que tinha encontrado, mas tinha algo mais que ela estava escondendo
de mim, eu podia sentir.
— Encontrei algumas coisas sobre demônios e outras coisas sobre
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a nossa linhagem. Coisas que ninguém mais parece saber.
— Tais como? — Perguntei e esperei ela me responder.
— Mais tarde, mostro tudo o que tenho, e o que eu aprendi com as
minhas visitas.
— Visitas, como no plural, mais de uma vez? — Falei com raiva.
Porra, qual era o problema dela? Entre nós duas, ela era a mais
conservadora, nunca teve problemas, sempre ouviu e seguiu as regras.
Levantei e recuperei a caneca vazia balançando a cabeça. — Fique
longe deles; eles podem parecer decentes, mas são mortais. Eles são
nada mais do que assassinos treinados.
— Você está errada; Olivia era doce, pacífica. Nada como nós
pensamos que eles eram, e ela me ajudou.
— Ela ajudou a roubar arquivos? — Perguntei incisivamente.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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— Bem, não, mas ela não me parou também. Eu sabia que ela
suspeitava que eu estava verificando coisas sobre Covens separatistas
existentes, e ela não me questionou.
— Que você saiba, Kendra, ela poderia ter seguido você ou enviado
um Executor para isso, como sabe que ela não denunciou o Coven?
— Porque eu vou para lá desde que você foi embora, ninguém veio
aqui e nada aconteceu. Faz meses e eles estão um pouco ocupados com
a Aliança sendo atacada e explodida pelos Fae, ou quem quer que eles
estejam reivindicando.
— Eles estão dizendo que era os Faes. — Concordei. — Essa é mais
uma razão para que você não devesse ter ido para a Aliança. Você
poderia ter trazido essas criaturas aqui também.
— Eu precisava de respostas, não é como se eu fosse lá com o meu
nome na minha testa e entreguei um cotonete de DNA para testar a
minha composição genética.
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— Você poderia muito bem ter feito. — Eu disse incisivamente. —
Sabe que eles controlam cada arquivo verificado e, se analisou nossa
história e a sinalizou, colocou um alvo em todos nós. Quem é você?
Quando saí daqui você não teria desobedecido nada que o Coven diz.
— Verifiquei um monte de coisas aleatórias, não só nossa história.
Eu sou inteligente o suficiente para cobrir meus rastros. Cresci Lena,
assim como você. Estou curiosa sobre a nossa história, e quero saber
por que eles fazem a gente se esconder.
— Vamos esquecer por agora que você foi lá. Estou com problemas
suficientes com o Coven. Pode me mostrar o que encontrou mais tarde.
— Murmurei enquanto me movia para a porta. — Prometa que não vai
para nenhuma das Alianças de novo. Para sempre. Eu não poderia viver
sem você, Kendra. A curiosidade matou o gato, não seja mais curiosa.
Entende?

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— Eu também te amo. — Ela disse quando soprou um beijo e se
dirigiu para a casa principal. — Ei, quando vai voltar para a casa
principal para que eu não tenha que vir todo o caminho até aqui só
para falar com você?
Balancei a cabeça e encontrei os olhos dela, sem precisar dar uma
resposta. Eu não poderia voltar para o meu quarto, ele estava cheio de
itens para o meu casamento, e imagens da vida que eu tinha deixado.
Tinha também o quarto de Joshua em frente ao meu, vazio.
Me movi de volta para dentro da casa e rapidamente me transformei
em alguém conservador que poderia enfrentar o Coven.

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CAPÍTULO OITO
Eu estava sentada do lado de fora das portas aonde o coven tinha
se reunido dentro do prédio da prefeitura, mortificada por eles terem
chamado outros para testemunhar minha punição. Obviamente, eles
queriam que observassem o funcionamento dos anciãos, o que fazia
sentido, mas odiava que isso fosse às minhas custas.
— Magdalena, eles estão prontos para você agora. — Uma das
senhoras mais velhas disse quando ela colocou o telefone de volta no
gancho e voltou ao seu trabalho no computador na frente dela.
Engoli em seco e empurrei a cadeira quando entrei pelas grandes
portas de madeira que davam para a sala enorme, eu só tinha estado
ali algumas vezes quando era criança. A sala estava cheia de pessoas
que estavam conversando entre si até que a dobradiça das portas, que,
obviamente, precisava de uma boa lubrificação, anunciou a minha
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entrada.
Não fiquei surpresa ao ver minha avó no painel, ou Helen, mas foi
meu pai sentado ao lado dela que me fez perder o impulso para a frente
quando troquei olhares com ele. Ele não tinha o direito de estar aqui;
ele nos deixou.
Ele tinha chegado numa briga enorme com a minha mãe, e deve ter
nos deixado durante a noite. Esperei um mês inteiro para ele voltar
para casa antes de finalmente aceitar que não iria voltar. Ele tinha nos
abandonado. O homem que nos criou, nos criou e nos amou desde o
nascimento, acabou de se afastar sem olhar para trás.
Eu disse a Kendra que ele voltaria, mas bem, isso não era como eu
tinha imaginado. Cassidy era sua filha de sangue, e eu poderia
compreender algumas de suas raivas se soubesse quem ele era, mas
como nossos próprios registros de nascimento, o dela seria em branco
se tivesse ocorrido durante uma celebração da colheita.

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— Magdalena. — O tom da minha avó era firme, educado. — Você
causou uma perturbação.
Eu queria responder na minha melhor voz de Yoda, tendo
perturbação causada na força... Jovem Jedi. Sim, essa sou eu.
Inscreva-me, dá-me um sabre de luz e eu seria capaz de ir.
— Esta é mais do que só uma perturbação. — Helen disse e
enquanto meus olhos se moveram para ela, passei por cima da cabeça
grisalha de meu pai, que balançava de acordo. — Nós não fazemos
acusações contra ninguém sem provas sólidas, que foi o que você falou;
muito menos sobre aqueles que doam milhões para a comunidade. O
que você tem a dizer para si mesma? — Ela disse com malícia e um
aspecto sólido de morte em seus olhos azuis.
— Eu cometi um erro e me desculpe. Pensei ter visto algo e não vi.
Tive a impressão de que, se achamos que o dano foi causado, o
denunciamos, por menor que seja o crime. Todas as questões devem
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ser relatadas ao coven e tratadas dentro de suas fileiras. Pensei que ele
segurava um corpo morto em seus braços e eu relatei. Agora entendo
que era um cachorro que fora atingido na estrada, mas no escuro eu o
julguei mal.
— Não acho que você entende a gravidade de sua acusação. Lucian
Blackstone tem ajudado a esta comunidade a sair do buraco e doou
milhões de dólares para o Coven. Sem ele, estaríamos em apuros.
— Maus investimentos? — Perguntei.
— Isso não é da sua preocupação, criança. — Katy bruscamente
disse.
Virei meus olhos para olhar para a bruxa de cinquenta e poucos
anos que não estava no painel quando eu tinha deixado à cidade. Ela
era amiga da minha mãe, ou foi quando eram mais jovens, mas elas se
separaram logo após o término do ensino médio. Ela frequentava a loja

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que possuíamos, pois seu conhecimento sobre poções e fitoterapia era
insuficiente.
— Você não vai cometer o mesmo erro de novo. — Helen continuou,
mesmo que eu ou outro não tenha conseguido uma palavra ainda. —
Para a próxima semana, você perderá o direito de participar das
celebrações do Despertar, a menos que o próprio Lucian permita. Você
irá para o Lucian e implorará seu perdão e oferecerá seus serviços a ele
nos próximos eventos que ele oferecer. Essa é outra razão pela qual o
crime é tão grave. Ele apoiou esta comunidade, e nos ajuda com
qualquer coisa que precisamos dele. Você fará o que ele exigir de você,
desde que esteja dentro da razão. Você entende o que estou dizendo?
— Entendo. — Murmurei. Entendi, eu deveria fazer o que ele
quisesse. Não importa o que ele pedisse, eu tinha que fazer. Ele poderia
me pedir para latir como um cachorro e minha resposta seria o latido.
Eu odiava que, se quisesse participar de alguma coisa, teria que pedir
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sua permissão.
Ótimo pra caralho.
— Isso é tudo? Ela merece uma punição mais severa. — Cassidy fez
beicinho e vi como meu pai se virou e deu um tapinha no braço dela
carinhosamente.
— Uma semana inteira é o bastante. — Minha avó disse, seu olhar
ousado esperando Helen desafiá-la.
Uma semana de castigo durante as celebrações do Despertar era
demais. Era um momento importante no Coven, uma das maiores
coisas da vida de uma bruxa. Uma época em que entraríamos em
nossos poderes, aliviados de uma maldição pelas bruxas da
antiguidade para proteger os jovens e também o próprio Coven. Sem
mencionar que eles descobriram uma salvaguarda infalível que
continuaria a existência de nosso Coven ao longo dos séculos.

By Amelia Hutchins
PLAYING WITH MONSTERS 01
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Nosso Coven tem sua própria marca de “catecismo” para ensinar os
jovens e transmitir o patrimônio dos anciãos considerando o que
podemos saber. Nos ensinaram que descendemos de uma linhagem
muito poderosa de bruxas e nosso Coven veio originalmente de
Aberdeen, na Escócia, no século XVI, escapando no caos circundante
de uma caça às bruxas da época. Naqueles dias, era uma época
assustadora para ser uma bruxa, muito mais irritar alguém.
Várias bruxas de verdade foram reunidas com muitos inocentes na
caçada. Mas, tinha uma história sobre uma das bruxas do nosso Coven
que morria horrivelmente nas mãos de um monstro que desencadeou
o êxodo da Escócia. O Coven pegou os primeiros navios disponíveis que
puderam encontrar e se estabeleceram no que hoje é conhecido como
Nova Escócia.
Nosso Coven desenraizou, se mudou cerca de sessenta anos depois
e se tornou parte de um Coven nos arredores de Salem, Massachusetts.
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Com todos os perigos que os seres humanos, demônios e o Fae
representam ao nosso Coven, foi decidido que iriamos nos separar de
novo para proteger o nosso Coven e os anciãos vieram com a ideia
genial de trancar os poderes dos jovens, então não podíamos ter ou sair
do nosso Coven a distância, e, essencialmente, tornar o Coven mais
difícil de detectar.
Eventualmente, nos mudamos para o oeste, a terra desconhecida
na época, rica em ervas e outras coisas que precisávamos para
florescer. Sobrevivemos, cada família se ajudando a chegar ao próximo
ano. A doença veio e, com ela, uma linhagem inteira foi perdida.
O Coven assumiu a responsabilidade em suas próprias mãos, e
criou a celebração da colheita e a cerimônia que garantiria que a
próxima geração nasceria e as linhagens continuariam.
Durante a cerimônia de colheita que segue o Despertar, os
antepassados são chamados a decidir nossos companheiros se uma

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bruxa não estiver casada e em uma união permanente. Aqueles que
passaram por seu Despertar são literalmente obrigados a acasalar por
dias após a cerimônia de colheita. As pessoas pensam que os antigos
chamaram a cerimônia de colheita para simbolizar a fertilidade e
plantio de novas sementes dentro do Coven.
As bruxas são criaturas sexuais por natureza; muitos rituais pedem
nudez ou sexo como parte do rito, mas o mês da cerimônia do Despertar
é a única vez em nossas vidas em que a castidade é garantida, pois se
pensa que os poderes que foram desbloqueados durante a cerimônia
do Despertar seria mais poderoso, como seria as crianças que seriam
nascidas após a colheita.
Eu, no entanto, não fui entusiasmada com a ideia de criar uma vida,
mas a chamada do poder que eu podia sentir crescendo dentro de mim
era viciante, e como os outros, eu estava aqui para ter meu direito de
primogenitura e eu estaria fazendo o que fosse preciso para agradar os
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antepassados para que os meus poderes fossem despertados, mesmo
tendo que acasalar com quem os antepassados escolhessem para mim,
pois a parte do acasalamento era obrigatória e não opcional.
Eu não sabia por que precisávamos de um monte de pessoas mortas
decidindo com quem criamos a vida ou se merecíamos nossos poderes.
Eles foram mortos, e os tempos tinham mudado. Entendi que nos
velhos dias, às vezes alianças tinham que ser forçadas, mas este foi o
pânico do século XX e uma mulher realmente não precisa de um
homem para conceber uma criança. Temos a tecnologia e nós não
éramos ovelhas! Nós poderíamos usar um bastão se necessário!
— Magdalena, acorde! — A voz de Kendra penetrou na minha trilha
de pensamentos. — Sério, você me assusta. Um bastão? — Ela riu na
minha cabeça.
— Ela nem mesmo escutou, mãe! — O estridente grito de Cassidy
puxou meus olhos para os dela.

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— Estou ouvindo; aceito qualquer punição dada. Eu irei para Lucian
e pedirei desculpas e oferecerei meus serviços para qualquer evento
que ele precisar de ajuda.
Minha avó balançou a cabeça e estreitei os olhos nela; ela não
parecia feliz comigo, mas estava escuro. Foi um erro honesto, e eu
realmente pensei que foi um corpo, e não o de um cachorro.
— Você pode ir agora, e, Magdalena, veja se você não faz mais
acusações em relação aos nossos clientes. — Helena zombou quando
ela se virou e sorriu para o meu pai.
Ele não era um convidado; ele era um dos nossos. Olhei para ele até
que seus olhos se levantaram para encontrar os meus, e vi como ele
abaixou com vergonha.
É oficial; todos os homens são bastardos.

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CAPÍTULO NOVE
Eu tinha experimentado nove roupas quando me acomodei em uma
blusa branca envolvente que expunha mais pele do que escondia, e
jeans baixos que abraçavam os quadris que se encaixavam como uma
luva. Entrei no Jimmy Choos4 que encontrei em uma loja de segunda
mão em Seattle e olhei por cima do meu reflexo. Não sabia por que
queria parecer sexy, mas achei que era imperativo.
Mãos estavam empurradas na minha garganta e tossi e pisquei para
o meu reflexo. Qual era a porra do meu problema? Passei um brilho e
um pouco de rímel, e me dirigi para pegar minha bolsa. Era de segunda
mão também, mas eu tinha encontrado em um brechó que tinha
recebido uma tonelada de doações para o bem de Seattle. Eu passei
três contracheques lá, e eu não tinha me arrependido nem um pouco.
Sendo de uma família que sempre foi cuidadosa com o dinheiro, eu
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fiz o trabalho. Encontrei pechinchas onde podia, e barganhava compras
pra caramba para ficar em grande estilo. Eu não tinha medo de
trabalhar, nem estava com medo de sujar as mãos. Não tive o luxo que
Cassidy nasceu; recebendo tudo o que ela queria. Mamãe e vovó sempre
nos lembravam que você apreciava mais as coisas se tivesse que
trabalhar duro por elas, e acho que elas estavam certas.
A loja manteve nossa família alimentada e cobria o básico para nós,
incluindo a manutenção do mínimo na mansão. Mas, não nos permitiu
ficar muito ricas. Kendra e eu trabalhávamos na loja da mamãe até que
eu saí, e eu tenho que admitir que eu aprendi muito com elas.
Sai pela porta depois de assegurar que Luna tinha comida e água e
olhei para o mapa que Kendra tinha rabiscado para mim. O Coven
tinha proibido ela de ir comigo para fazer as pazes com Lucian, o que

4 Jimmy Choo é uma casa de alta costura britânica especializada em sapatos, bolsas, acessórios e fragrâncias de luxo. A marca iniciou
somente com sapatos personalizados, mas a partir de 2006 iniciou a venda de acessórios e Jimmy Choo – um dos fundadores – já não
faz parte da empresa desde 2001.

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me assustou; parecia importante para ela vir comigo. Por quê? Eu sabia
que tinha algo errado com o Lucian, então por que eu iria querer levar
Kendra até ele?
Fui em direção à garagem onde o carro de Joshua estava guardado
e parei quando senti uma fatia aguda de dor passar por mim. Eu não
tinha visto o carro desde o dia em que levei ele a Spokane para pegar
seu voo para a Geórgia e para o treinamento básico em Fort Benning.
Foi à última vez que vi Joshua.
Fiz meus pés se movimentarem, e tirei as chaves da bolsa. Ele me
deixou isso, seu orgulho e alegria. Seu bebê. Eu tinha ajudado ele a
construir, e era só mais um exemplo do que nos fazia próximos como
irmão e irmã. Espalhei a poeira longe do rosto enquanto permitia os
meus olhos a se ajustar à penumbra da garagem, que era realmente só
um celeiro. Joshua tinha convertido ele em seu próprio espaço, e era
usado para consertar seu carro com o qual ele fazia as entregas no seu
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trabalho em locais de fast food, enquanto ele estava na escola.
Minhas mãos removeram a tampa do carro e saíram cobertas por
uma fina camada de terra. Fui para as amplas portas duplas e abri,
deixando a luz entrar. Seu bebê era um lindo Chevrolet Camaro
superesportivo 1967 vermelho maçã-doce que, de alguma forma, ele
preparou para a amostra de carros novos. Gastou cada centavo nos
detalhes, incluindo um interior plissado em dois tons. Reconstruiu os
quatrocentos e trinta cavalos de potência de ritmo no motor de médio
desempenho. Era uma beleza, com certeza, com a voz de um V8 que
ronronou a vida através de um sistema de escape Flowmaster.
Bryce, o melhor amigo de Joshua, tinha mantido o carro em
condições de funcionamento, um pequeno favor que prometeu fazer
enquanto eu estivesse fora. Carros precisam de atenção ou morrem,
assim como nós. Fiz uma nota mental para dirigir até a cidade
fronteiriça onde Bryce morava e agradecer; eu devia muito a ele. Eu

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não estava pronta para tomar posse do carro quando fui embora, e ele
concordou em vir a cada três meses ou mais para fazer a manutenção.
Apertei a chave na ignição e fechei os olhos ao som familiar do motor
clicando e ronronando à vida quando ligou.
— Sinto tanto sua falta. — Sussurrei pra Joshua, desejando só mais
um momento para beijar sua bochecha ou abraçar ele. Todas essas
coisas simples que eu nunca teria a chance de fazer, e não sabia
quando eu tinha muito tempo para fazer.
Liguei o motor e segui para a estrada principal, depois pisei no
acelerador, aproveitando a corrida que vinha da força de um motor de
bloco tão grande. Fiquei tão perdida no caminho que acabou rápido
demais. Entrei no estacionamento e dei uma olhada no clube enorme.
Clube Chaos era enorme, maior do que qualquer uma das
discotecas que eu tinha visto, enquanto estava em Portland e Seattle,
e lá tinha alguns lugares de grande porte. O exterior foi pintado de
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preto, com uma luz néon vermelha carmesim profunda que alinhava o
acabamento e as portas. Tinha um banco do lado de fora das grandes
portas do clube, mas ninguém estava ocupando o espaço. Meus olhos
se moveram para a placa de novo, Clube Chaos, todos os pecadores são
bem-vindos?
Não parecia muito do lado de fora, mas quando me movi para as
portas e abri, fiquei admirada. Não demorei muito para perceber que
um homem com um coque me impedia de colocar mais do que meu pé
dentro da porta.
— Só convidados, querida. — Ele rosnou enquanto me olhava com
os olhos mais azuis que já vi. Abri a boca para fazer um comentário
sobre o coque que usava e o cabelo loiro escuro e fechei. Ele estava
seriamente fazendo funcionar, e com funcionar, quero dizer que esse
cara fez parecer algo bom. Normalmente eu riria disso; a maioria dos
homens não podia usar e não fazer parecer algo hilário. Foi só quando

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ele cruzou os braços fortemente tatuados sobre o peito largo em uma
pose intimidadora que percebi que eu estava encarando o coque. Meus
olhos levantaram para os seus olhos azuis cristalinos e uma imagem
brilhou em minha mente. Ontem à noite, pá. Ele estava cavando a cova
do cachorro. Eu não tinha olhado muito bem até ele estar atrás de mim,
me perseguindo pela floresta.
— Estou aqui em nome do Coven, para me desculpar com Lucian
por minhas ações. Ele está aqui? — Perguntei, e esperava pelos Deuses
que não estivesse.
O homem-coque sorriu e abriu os braços quando se aproximou, me
forçando a ceder e me afastar. Sua pele era um contraste marcante com
a camisa colorida salmão que ele usava e me perguntei brevemente se,
ele estava fazendo questão de dizer que homens de verdade usavam
rosa, simplesmente não admitiam. Seu sorriso era semelhante ao de
Lucian, lobo com uma pitada de toda aquela merda de vou comer você
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viva garotinha.
— O namorado voltou? — Ele perguntou quando olhou por cima da
minha cabeça, para onde o “baby” estava sozinho no estacionamento.
Minha cabeça virou e a elevei. Era uma coisa linda.
— É o carro do meu irmão, ou era.
— Era? O que fez menina, roubou? Saiu para um passeio da alegria?
— Ele riu.
— Na verdade, eu sou a dona. — Murmurei e senti uma pontada de
culpa e dor.
— Ele se meteu em apuros e você descobriu, usou isso contra ele
como chantagem ou algo do tipo? — Perguntou quando aqueles olhos
voltaram para os meus.
— Ele morreu no Afeganistão. — Sussurrei através do caroço
familiar que subiu na garganta quando admiti que ele estava morto.

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— Merda. — Ele murmurou enquanto olhava o carro mais uma vez,
então, se moveu para o lado permitindo acesso ao clube. — O chefe
está no escritório, entrevistando pessoas e essas coisas. Vá em frente,
mocinha.
Me movi para o clube e parei, finalmente sendo capaz de examinar
o lugar. Trabalhei em dois clubes, mas só até conseguir o emprego que
queria. Eu tinha alugado um quarto de hotel, e tinha tentado a minha
sorte em Portland enquanto trabalhava na boate, mas o custo foi um
pouco demais, considerando que reuníamos nossas gorjetas no final da
noite. O primeiro clube era menor, e as gorjetas muito ruins, eu tinha
mudado para o próximo dentro de uma semana e meia. O próximo
tinha mais clientela, mas as horas tornavam difícil eu fazer muita coisa,
muito menos ir para a faculdade e viver em algo mais permanente.
Eventualmente eu tinha acabado em Pacific City. Eu tinha estado
perto o suficiente para assistir às aulas da faculdade e consegui um
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emprego em uma floricultura enquanto me graduava. Eu assistia a
aulas à noite no Tillamook Bay Community College, e paguei com o
salário da loja de flores e bolsas de estudo, mas ainda tinha uma
tonelada de dívida para o grau que eu ainda precisava terminar.
Nenhum dos clubes em que trabalhei era parecido com este. O
cômodo era maior do que eu teria pensado que seria de fora. Tinha
luzes negras que delineava a pista de dança, acima e abaixo. Tinha
outros fios de luzes, bem como luzes estroboscópicas e de gel, mas no
meio do dia, eles estavam desligados, provavelmente para economizar
na conta de energia. Mas luzes verdes e azuis pulsavam sob o vidro,
que foi montado na bancada da barra. O lugar não estava deserto;
algumas pessoas sentavam numa das cabines maiores e um casal
sentado em uma das cabines de canto, e eu mal conseguia distinguir
as suas características quando eles viraram o rosto.

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Meus olhos desviaram para uma porta que foi rotulada Sala dos
Pecadores e a curiosidade aumentou quando notei o cara musculoso
enorme que estava na frente dele, me observando. Ignorei ele enquanto
continuei a dar uma olhada rápida no lugar até que encontrei uma
escada que levava até o que assumi que seria o escritório de Lucian.
Eu estava prestes a avançar quando uma mulher colocou a mão no
meu ombro.
— Está aqui para a entrevista, Docinho? Desça aquele corredor. —
Disse ela, apontando um dedo na direção oposta de onde eu tinha
assumido que o escritório estaria. — Tem uma escada no final do
corredor; ele te levará a um conjunto de quartos. O dele é aquele
marcado como “Dono”. Boa sorte! — Falou enquanto disparava em
direção ao bar.
Segui suas instruções até que estava num corredor que era forrado
com janelas escuras de cada lado, e de onde estava, podia ver a parede
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inteira do mesmo vidro escuro. Minha curiosidade foi totalmente
aguçada, mas a enorme porta que dizia “Dono” estava no meio, então
parei e me forcei a bater assim que criei coragem para enfrentar Lucian.
Uma mulher atendeu à porta. Ela estava na casa dos vinte e poucos,
trinta e poucos anos. Cabelos pretos perfeitos emolduraram seu rosto
com cachos delicados. Seu rosto era oval, com um nariz perfeito que a
fazia parecer ainda mais delicada do que ela provavelmente era. Sua
pele era cor marfim, e suave, sem uma única ruga, o que me fez pensar
mais em seus vinte anos. Meus olhos se moveram para seus olhos
violeta, e depois pra boca rosa perfeita, que estava sorrindo acolhedora.
— Você deve ser Dana; está atrasada, mas ele ainda está disposto a
te ver. É difícil encontrar uma boa ajuda por esse lugar. — Ela disse
em um tom extravagante.
— Na realidade, Sou Magdalena, e eu estou aqui em nome do Coven.
— Corrigi. Minhas mãos estavam suando e meu coração batia

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descontroladamente quando o seu comportamento mudou de boas-
vindas para venenoso.
Whoa, mas que porra é essa?
— Lucian, — ela disse seu nome com uma ternura que fez a minha
testa se levantar enquanto continuava a me encarar. — É uma bruxa,
quer que eu jogue ela fora? — Ela ofereceu.
— Deixe ela entrar e vá treinar os outros rápido. Precisamos deles
prontos para amanhã. — Ele disse suavemente, com a mesma
familiaridade em que ela havia falado com ele.
Ela se virou de lado para me deixar passar e senti algo estranho
vindo dela; ódio? Ciúmes? Qual era a porra do seu problema com as
bruxas? Ela se moveu de volta para a sala, como se pretendesse ficar,
mas Lucian deu um olhar que estava cheio de ternura, e ela devolveu.
— Vou deixar você lidar com o seu negócio, meu amor. — Disse ela,
colocando ênfase em suas palavras.
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O escritório era imenso, com móveis caros que eu fixei uma vez ou
dez no Pinterest. Fixados na pasta “coisas para comprar se eu ganhasse
na loteria”. Lucian estava sentado atrás de uma mesa de tamanho
considerável, com uma expressão fria em suas belas feições e eu hesitei
na minha confiança. Rapidamente fiquei muito ocupada vendo todos
os móveis da sala.
O escritório foi projetado em rico mogno, escuro e móveis de couro
preto. Foi pura masculinidade no seu melhor. Meus olhos percorreram
a parede de vidro, que foi matizado, e ainda não estavam tão escuros
quanto os outros que eu tinha visto. Levou uma parede inteira, bem
como o fim do corredor que eu tinha ido curiosamente interessada em
conferir. Passei os olhos por uma pintura antiga e meus olhos voltaram
a ela enquanto observava as delicadas feições da mulher que foi
pintada.

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Me aproximei sem nem perceber que tinha até ficar parado em frente
a ela. Parecia ser minha irmã ou um membro imediato da família. Ela
tinha o mesmo rosto em forma de coração e traços delicados com os
quais Kendra e eu nascemos. Seu cabelo era do mesmo loiro caramelo,
com algumas mechas de cabelo mais escuro passando por ele.
Eu não tinha ouvido ele se mover, mas no momento em que me virei
para perguntar sobre ela, eu estava no nível dos olhos com o seu peito.
Olhei para cima antes de pensar sobre isso, e encontrei seus olhos.
— Por que você está aqui? — Ele perguntou suavemente.
— Eu vim para pedir desculpas sobre minhas ações e acusações na
noite passada. — Sussurrei, e senti uma fina gota de suor formando na
base do meu pescoço.
— O Coven te enviou aqui, sozinha? — Ele perguntou quando deu
um passo para longe de mim, o que facilitou minha mente de querer
correr de volta para a segurança do meu carro e queimar pneu.
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— Pedi para minha irmã vir junto, mas ela foi instruída a ficar de
fora. Ela também estava ocupada com os preparativos para o próximo
evento. — Murmurei.
— Não está ocupada com eles também? — Perguntou ele enquanto
seus olhos se moviam de mim e de volta para imagem atrás de mim.
— Não vou estar presente neles. — Respondi secamente, seus olhos
nunca deixando os meus enquanto eu me movia ao redor do escritório,
exceto para olhar de vez em quando para a imagem assustadora que
parecia me dar calafrios.
— Por quê? — Ele perguntou enquanto se afastou de mim e se virou
para me olhar.
— Estou sendo punida.
Seus olhos brilharam com interesse para a palavra, e me movi para
longe dele. Meus pés me levaram para a parede de vidro, o lugar mais
distante que eu poderia ficar no escritório enorme longe dele. Meu

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corpo estava fazendo coisas, coisas ruins. Meus mamilos estavam tão
duros como seixos, e tinha borboletas voando no estômago. Teve um
arco sutil na minha espinha, e se não estava enganada, meus quadris
tinham acabado de se espalhar no convite aberto para este homem.
O cômodo abaixo do que o vidro mostrava estava vazio, pelo menos
a maior parte. Algumas pessoas estavam limpando, provavelmente com
alvejante e muitos outros desinfetantes. Tinha um palco elevado que
seria cerca no nível do joelho se eu ficasse em pé na frente dele. Não
alto o suficiente para ser usado para uma banda, e a falta de alto-
falantes me disse que não era utilizado para a música.
Tinha um grande X de madeira, que tinham cadeias nele, mas o que
foi normalmente ligado a ela deve ter sido removido para limpeza.
Cadeiras foram puxadas para fora de um lado, também para ser
limpas. Esquisito.
— Para o que é usado este quarto? — Perguntei sem pensar sobre
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isso. Me virei para encontrar ele, mais uma vez com certo pânico, atrás
de mim. Que merda ele era, um ninja? Não fazia nenhum som quando
se movia.
Seu sorriso se transformou em um sorriso perigoso que me fez sentir
que acabei de acordar algo sinistro dentro dele, ao invés de fazer uma
pergunta simples. Seus olhos estavam se deliciando com as sombras e
hoje ele não estava usando o paletó, só a camisa branca de botão com
as mangas arregaçadas, expondo a tinta que foi tatuada em sua pele.
O breve olhar se deslocando de suas tatuagens; ele era sexy pra
caralho, mais ainda do que quando ele usava o terno inteiro. Ele usava
calça e botas de couro italiano caro, o que deveria ter feito mais barulho
do que tinha quando andava pelo chão de mármore caro do escritório.
— É particular. — Disse ele, depois de um momento, olhando para
ele e retribuindo o favor. De repente, me senti mal vestida e exposta.
Os olhos deste homem estavam sondando, intrusivos. Era como se eles

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pudessem ver além da minha pele e direto para os recessos escuros da
minha alma.
— Privado o quê? — Sussurrei sem fôlego, enquanto a mente voltou
a noite passada, e repetia sua boca na minha, e em outros lugares. A
umidade encharcou minha calcinha e suas narinas dilataram, como se
pudesse cheirar a prova da resposta do meu corpo traidor às memórias.
— Não é da sua conta. — Ele avisou enquanto se movia em direção
à mesa e indicou com um aceno de cabeça para eu seguir. — Pode ser
que eu matei uma mulher ontem à noite. — Ele respondeu com humor
em seu tom sensual.
Oh, ele tem piadas! Eu não estava rindo. Idiota.
A culpa tomou conta de mim e corei com ela. E de bom grado o segui
até sua mesa e vi quando ele se inclinou sobre ela e cruzou os braços
musculosos enquanto esperava que eu tomasse um banco. Eu não
estava sentando. Seria dar a este homem mais poder sobre mim se eu
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estivesse sentada e ele estivesse olhando para baixo. Permaneci em pé,
e coloquei os polegares encaixando nos bolsos da calça de cós baixo.
Ela expôs mais do meu estômago e os olhos dele observaram. Sorri.
Me senti sexy em sua presença, o que não sentia há muito tempo. Não
desde que fui enganada. Mesmo que eu não sentia mais a dor que tinha
sobre a traição de Todd, tinha sacudido a minha confiança, e removeu
qualquer sentimento de autoestima por um tempo, mas estava
voltando. Lentamente.
— Olha, me desculpe pelo que fiz. Pensei ter visto um corpo; eu não
tinha ideia que era um cachorro. Acho que o sangue me jogou, e eu não
sou burra o suficiente para esperar ver o que ele realmente era. Então,
eu sinto muito que eu assumi o pior de você.
Ele assentiu, mas não disse nada. Seus olhos simplesmente
continuaram a olhar para o meu, como se tivesse algum tipo de visão

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de raio-x que lhe permitisse ver dentro da minha alma, para verificar
qualquer coisa que eu tenha visto antes de eu conhecê-lo.
— Também estou aqui para te servir. — Murmurei e depois corei
quando as palavras ficaram em um loop dentro da minha cabeça.
Sua sobrancelha se levantou e seus olhos se estreitaram enquanto
seus lábios se levantaram em um sorriso perverso.
— É mesmo?
— Estou oferecendo meus serviços para você. — Alterei e corei ainda
mais. Qual era a porra do meu problema? De todas as vezes que fiz de
mim mesma uma idiota, não foi assim.
— Me diga, Lena, o que poderia fazer para me servir? — Seus olhos
brilhavam de um jeito que dizia que estava se entretendo com meu
desconforto.
— O Coven queria que eu te ajudasse em qualquer um dos próximos
eventos que você vai organizar para o Despertar, mas também posso
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ajudar no clube, tenho habilidades nesse departamento. — Eu disse, e
seus lábios se curvaram nos cantos.
— Você acha que eu preciso de ajuda? — Ele perguntou enquanto
se sentava atrás da mesa e me olhava de perto.
— Você está contratando. A garota disse isso quando eu estava
tentando encontrar seu escritório. — Respondi quando finalmente me
sentei na cadeira.
— Será que ela também disse exatamente para o que eu estava
contratando? — Ele respondeu sem esforço.
Senti minha boca ficar seca.
— Não. — Eu disse.
— Imaginei, ou você não estaria interessada em perguntar sobre o
trabalho. Então isso nos leva de volta para a pergunta original.
— Por que não cortamos essas besteiras; o que você quer que eu
faça para compensar o que fiz?

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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— Você me acusou de assassinato, e depois de esconder o corpo em
minha propriedade. — Disse ele enquanto tocava as pontas de seus
dedos e me observava.
— Não tecnicamente. Tecnicamente só te acusei de enterrar um
corpo. — Eu disse suavemente. Meus olhos estavam focados com os
seus, e não era difícil descobrir o que ele queria. Eu simplesmente não
estava disposta a desistir disso porque devia algo a ele. Essa
recompensa tinha que ser conquistada.
— E se você tivesse que escolher a sua própria punição, o que seria?
— Ele respondeu.
— Três Ave-Marias, e algum tempo de joelhos... — Sorri e lambi os
lábios sedutoramente. — No jardim, é claro, ou orando por perdão. —
Terminei com uma voz que eu nunca tinha ouvido sair da minha boca.
Quem quer que fosse, era sexy pra caralho.
Ele engoliu em seco, seus olhos se estreitaram e um músculo
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começou a bater em sua mandíbula. Suas mãos abaixaram e ele se
recostou enquanto me observava desafiá-lo com nada mais do que um
olhar. Não sabia ao certo por que estava flertando, mas estava. Muito.
— O que você pode fazer que não termine com meu pau explorando
as profundezas de sua garganta apertada? — Ele respondeu facilmente
e eu tinha engolido minha língua.
— Praticamente qualquer coisa, menos isso? — Respondi em voz
baixa.
— Então, eu poderia te dobrar sobre esta mesa e te foder? Isso é um
serviço que oferece a todos que acusa de assassinato? — Continuou.
Gemi e balancei a cabeça.
— Entendi, eu não deveria ter ido por esse caminho.
— Com razão. — Ele respondeu facilmente. — Por mais tentador que
seja eu não perco meu tempo com quem não tem experiência.

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— Quem disse que não tenho experiência? — Por que perguntei
isso? Porra, onde eu tinha deixado meu cérebro hoje?
— Verifiquei seu histórico depois que me acusou de assassinato
ontem à noite. Você sabe, um pouco de preenchimento de lacunas
desde que você deixou o Coven. Imagine minha surpresa quando me
levou a alguns lugares no Oregon. Como Portland.
— Só te acusei de enterrar um corpo. — Murmurei quando um calor
encheu meu rosto.
— Acontece que ninguém sequer percebeu que você estava lá. Você
não dormia com homens como a maioria das bruxas quando saem de
seu Coven, e na única vez que você fez isso, você disse para bartender
que foi bom depois que ela perguntou como era.
— Você me checou? — Perguntei com raiva. Inacreditável pra
caralho. Ele me checou, e isso me chocou.
— Você me acusou de assassinato e sou um homem muito rico.
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Verifico aqueles que me acusam de qualquer coisa e olho para um
motivo. Eu precisava saber se você estava em uma caça às bruxas, para
ser franco. Verifiquei cada pequeno detalhe do tempo que esteve longe
de casa.
— Você precisava saber sobre minha vida sexual para verificar se
eu planejava te acusar de assassinato?
— Eu disse a meu pessoal para descobrir tudo sobre você. — Ele
respondeu facilmente com os dedos tamborilando na mesa de madeira.
— Senhorita Fitzgerald. Você disse para bartender que foi bom quando
ela perguntou sobre o sexo que você teve fora de seu bar. Você foi por
menos de dez minutos, então só posso concluir que não tinha nada de
bom sobre isso. Você queria saber do que se tratava. Precisava saber o
que levou seu noivo à cama de outra pessoa, o que poderia ser tão bom
para arruinar seu relacionamento perfeito? Só que você não encontrou.
Permitiu que algum idiota que nem sabia que você era virgem fosse

By Amelia Hutchins
PLAYING WITH MONSTERS 01
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transar com você em seu carro sujo. Ele provavelmente usou esse carro
com uma centena de outras mulheres antes de você, arruinando as
suas expectativas em ser fodida também. Ele não mostrou a você o
motivo de toda essa confusão. Ao invés disso, você voltou a entrar
naquele bar e não teve mais vontade de ser fodida de novo. Você nem
tentou de novo, porque pensou que o sexo era chato, doloroso e só bom.
Senti minhas mãos quando fecharam os punhos quando ele se
sentou atrás de sua mesa cara julgando o que eu tinha feito. Eu não
podia acreditar que ele descobriu tanto quanto tinha descoberto em tão
pouco tempo, mas que ele realmente se esforçou e descobriu o que fez;
foi doloroso, e tudo o que ele estava dizendo era verdade. Como ele
tinha adivinhado que eu ainda era virgem naquela época me confundiu;
ele devia estar esperando que meu rosto lhe desse a resposta, ou talvez
um de seus membros conhecesse a arte da adivinhação. Mas ele não
tinha negócios dando duas piadas sobre meus encontros sexuais.
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— Veja bem, sexo não é só bom. Se for só bom, quem fez a foda... ou
as duas pessoas devem ser retiradas e mortas a tiros. O sexo deve ser
primordial, absolutamente sujo. Deve fazer você precisar, querer. O
sexo com a pessoa certa faz você se perguntar como nunca foi sem ela.
É viciante e animalesco. Ossos, Lena, até as necessidades mais básicas
da natureza humana. Ele arruinou sua perspectiva sobre sexo, e isso
precisa ser corrigido.
— E me deixe adivinhar, você está disposto a corrigir pra mim?
Obrigada, mas não, obrigada. O que fez? É chamado de perseguição.
Você não tinha o direito de cavar a minha vida; eu não cavei a sua. Fiz
o que fomos treinados para fazer. Quando vemos algo que não podemos
explicar, ou que tem a ver com enterrar evidências, chamamos o Coven.
Eu não disse que você me estuprou, não acusei de me fazer merda
nenhuma. Eu não tinha motivo para o que fiz, além de julgar mal o que
você segurava em seus braços. Eu estava errada? Sim, e por isso sinto

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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muito. Nunca me acuse de ter motivos. Você? Você não tem nada que
eu queira ou precise.
Seus olhos se estreitaram e ele me olhou com uma expressão que
eu não conseguia descobrir. Seus olhos se moveram para onde o meu
torso foi exposto, e à culpa demonstrada em meu rosto, fez pouco para
me esconder de seus olhos.
— Você leva a sua culpa. — Ele disse suavemente.
— Parte disso, sim. — Confirmei hesitante.
— Um lembrete constante de que o sexo é bom. — Ele sorriu. — Por
que você não tentou de novo com outra pessoa?
— Eu não precisava. — Menti. Eu tinha medo, já que a primeira vez
não tinha ido tão bem. Ele estava certo sobre uma coisa; o sexo foi
arruinado pra mim. Teve uma grande quantidade de sangue, que tinha
a ver com o cara nem se preocupar em ter o meu corpo pronto antes de
ser penetrado. Acabou sendo doloroso e foi horrível.
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— Você desistiu tão facilmente?
— Não desisti. Vou tentar de novo em algumas semanas. De acordo
com os anciãos, meus ancestrais vão escolher minha combinação
perfeita, e só posso subir de onde eu estava, então não estou muito
preocupada com isso. Agora, se você acabou de bisbilhotar minha vida
sexual desastrosa, vim aqui para oferecer meus serviços que não devem
ter nada a ver com o que eu posso oferecer sexualmente. Como você já
sabe, é limitado. Também não é da sua conta. Para adicionar sal à
ferida, na próxima semana só posso ir aos eventos de sua escolha.
— Se eu faço da minha conta, é. Se eu oferecesse seu corpo durante
a colheita, o que acha que eles diriam? — Ele perguntou quando seus
olhos deslizaram para onde meu coração estava dolorosamente
batendo. — Helen está desesperada por eu ficar aqui e colocar mais
dinheiro nos cofres do Coven. E se o meu preço fosse você?
Empalideci e balancei a cabeça.

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— De acordo com os anciãos, não funciona dessa forma. Mesmo se
fosse o caso, é melhor você oferecer para Cassidy; ela é experiente. Não
vendo minha alma por nada ou por ninguém.
— Todo mundo tem algo pelo qual hipotecam suas almas; é só uma
questão de encontrar e explorar.
— Isso é fodido. — Eu disse, olhando direto pra ele, sem querer
desviar o olhar enquanto duelávamos numa batalha silenciosa de
vontades. Estar em uma sala com este homem era como estar em uma
jaula com um leão selvagem; você sabia que se irritasse ele, isso te
destruiria, e ainda assim eu não conseguia desviar os olhos.
— É verdade. — Disse ele suavemente. — Não vou te impedir de
muitos eventos, a menos que você me irrite. Não me irrite, Lena. Você
não vai gostar de mim se fizer isso.
— Você não vai se oferecer para mim. — Repliquei, ignorando o fato
de que ele tinha acabado de me deixar fora do gancho para os eventos...
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Ou a maioria deles. — Precisa conquistar, tirar sangue. Está escrito em
seus olhos. Você gosta da luta. E de ganhar. Não estou interessada,
nem estou em seu cardápio. Gosto muito disso. A menos que você ou
um de seus funcionários forem hábeis em vidência, você não tem ideia
se gostei ou não, mas quer saber. Você não foi olhar para ver se eu
estava atrás de você, só foi bisbilhotar a minha vida porque é algum
tipo de maníaco por controle. Você quer a verdade? Eu saí e fui fodida,
espalhei minhas pernas e ele aceitou o desafio. Foi bom. Você não me
conhece, e ainda assim se senta aí me julgando. Por quê? Por que
diabos você se importa? Porque me beijou? Ou porque quase me sujei
com você na grama?
— Se eu quisesse te foder na grama, você estaria fodida, e eu
prometo isso, — disse ele, levantando e vindo em torno da mesa antes
que eu pudesse colocar distância entre nós. Ele me levantou e me
segurou contra ele, suas mãos agarrando o meu cabelo e meu queixo,

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me forçando a olhar para cima ou quebrar meu pescoço — não seria
bom. Você não estaria bem. Você com certeza não teria saído da cama
hoje. Quando fodo, eu possuo, domino, e fodo sem um pingo de
piedade. Eu reivindico. Quando termino com alguém, eles com certeza
não vão embora dizendo que foi bom.
Eu estava tremendo. A sala inteira estava girando fora de controle e
meu corpo, corpo traidor estúpido, estava em chamas. Eu podia sentir
o poder que ele exalava, e estar tão perto dele, com paredes em torno
de nós era inebriante. Era como se ele fosse um transformador,
alimentando todas as linhas ao redor da cidade. Seus olhos
observavam os meus, e eu tive que me lembrar de respirar enquanto
sua boca baixou sobre a minha, só que ele não me beijaria.
— Você precisa ser fodida. — Ele murmurou enquanto seus lábios
mal tocavam os meus a cada palavra que falava. — Precisa esquecer o
que é bom e descobrir o que é sexo arrebatador de terra estilhaçando,
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pernas tremendo, porra, não consigo ar, não preciso disso para viver.
Você está molhada só de pensar nisso, não está, Lena?
— Não estou. — Respondi, aproveitando o breve toque da minha
boca contra a dele.
— Puxe para baixo suas calcinhas, me mostre quão molhada você
está, e eu paro, agora mesmo. Não te incomodo nunca mais.
— Vá para o inferno. — Sussurrei sem fôlego, enquanto meu corpo
tremia na vontade de que ele fizesse mais do que só falar.
— Estive lá, não é tão quente como eles dizem que é. Tire as roupas,
e me use. Me use para descobrir se o sexo é bom ou não. — Ele rugiu.
— Sem chance. — Respondi, encontrando meu cérebro. — Se eu
quisesse sexo, com certeza não faria aqui. Tem um monte de homens
implorando para serem fodidos no Coven, aqueles que não vão tentar
me possuir no processo. Sou uma borboleta, voo livre. — Sussurrei e
senti a curva dos seus lábios em um sorriso quando fechei os olhos.

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— Se você é uma borboleta, está tropeçando em seu maldito casulo
enquanto tenta derrubar ele, garotinha. — Disse ele com um tom que
provocou um arrepio na espinha.
— Você está errado. — Respondi trêmula. — Só estou encontrando
minhas asas. Espalhando na largura máxima, e me preparando para
pegar ar. Não preciso de alguém, ou de qualquer um, me segurando.
Agora, me deixe ir. Eu não gosto de você.
— Eu não gosto de você. — Ele rosnou.
— Bom. — Retruquei.
— Bom. — Disse ele com seda em seu tom. — Vá encontrar Daisy;
diga que você vai trabalhar no bar principal nos próximos dias. Diga
para pegar a roupa preta, e Lena, se você não aparecer para trabalhar
no horário, vestida com essa roupa, vai passar o resto da noite trancada
aqui comigo. E te asseguro, que não será divertido.

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CAPÍTULO DEZ
Se passaram horas desde que eu tinha deixado o clube, e nada
parecia me livrar do calor que seu toque criou na minha alma. Eu tinha
ficado fora de casa, esperando a minha mãe e irmã voltarem para a
casa principal. Eventualmente, me senti inquieta e acabei vestindo um
par de shorts, um top branco, botas e fui lá fora para tirar minhas
frustrações sobre o jardim.
Não sei quanto tempo passou enquanto arrancava ervas daninhas,
removia ervas e plantava mudas novas. Minhas mãos estavam cobertas
de sujeira, minhas unhas arruinadas. Nunca me senti mais feliz do que
agora neste jardim. Não faz muito tempo.
Eu podia sentir a pontada do começo de uma queimadura nos meus
ombros, pois estava muito quente hoje. Considerando que era o final
do Outono, isso poderia ter ido de qualquer maneira e eu lamentava
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não ter colocado protetor solar. Continuei pretendendo fazer com que
o jardim capinasse pelo menos o suficiente para poder plantar novas
ervas para a estufa, que as manteriam protegidas dos dedos gelados do
inverno durante os meses frios que viriam em breve.
Senti os olhos em mim e olhei para cima de onde eu tinha acabado
de tirar as raízes de hortelã-pimenta que poderiam ir a partir do solo
direto para a estufa, e olhei em volta. O suor escorria entre os meus
seios, então estendi a mão e bati nele antes de empurrar para longe o
cabelo que se agarrou a minha cara.
Não via ninguém em volta, e quando levantei para recuperar a cesta
de raízes, eu ainda não via. Olhei ao redor do jardim de novo e tive uma
vez mais essa sensação. Estava literalmente coberta de sujeira. Meus
joelhos estavam cobertos de terra de onde me ajoelhei; minhas mãos e
braços também. Eu podia sentir isso no meu cabelo e no meu rosto e
eu não me importava.

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Mas, foi perturbador que eu ainda podia sentir o olhar intenso de
alguém me observando. Me inclinei e coloquei a cesta para baixo
quando fui para onde tinha esquecido as raízes de valeriana. Ouvi um
galho quebrar e girar enquanto cheguei na próxima fileira de ervas.
Lucian estava em pé na beira do jardim; seus olhos azuis escuros
me olhando por cima com algo parecido com horror. Ele estava vestido
com um par de jeans soltos pendurados logo abaixo de seus quadris e
uma camisa branca que se encaixa em seu corpo livremente, embora
eu ainda pudesse ver os contornos de cada músculo bem colocado.
Engoli e franzi o nariz enquanto me levantava, totalmente coberto
de sujeira. Então olhei para longe dele enquanto ele lentamente olhou
para os meus joelhos, braços, mãos e rosto sujos. Eu não tinha certeza
por que ele estava em nossa propriedade; ele com absoluta certeza, não
foi convidado por mim.
— Você planeja deixar alguma sujeira no jardim? — Ele perguntou
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quando uma sobrancelha preta se levantou com a pergunta.
— Oh, olhe, ele tem piadas. — Murmurei enquanto limpava as mãos
na minha bermuda. — Precisa de algo ou decidiu vir me ajudar a ficar
mais suja? — Perguntei, e quando seus lábios se curvaram em um
sorriso sedutor; revirei os olhos com minhas próprias palavras. — Não
foi isso que eu quis dizer, e você sabe disso. — Ao redor dele, o que eu
queria dizer e o que realmente saia da minha boca nunca eram as
mesmas coisas.
— Não brinco em jardins. — Ele brincou quando ficou mais perto.
— Conheço muitas maneiras de me sujar, confie em mim, mas não é
uma coisa que participo.
— Claro que não; um cara rico como você sujar as mãos? — Eu
desafiei. Não sei por que abria a boca, mas eu estava prestes a joelhar
para ele.

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— Acha que não sei como me sujar? — Ele perguntou e tive um
péssimo pressentimento de que ele não estava falando sobre a sujeira
no jardim.
— Não, não acho que você faz. Aposto que não precisa ficar sujo.
Homens como você? Eles têm pessoas, que têm outras pessoas, que
recebem o material sujo feito. Eu, por outro lado, não me importo de
ficar de joelhos e brincar na terra.
Ele riu e balançou a cabeça. Pegou minha cesta e mudou para a
linha que eu estava prestes a começar.
— Acho que ninguém te disse que a boutique da sua mãe está
fechada ou que Cassidy assumiu todos os negócios quando abriu sua
própria loja na Main Street? — Ele perguntou suavemente quando se
abaixou e começou a puxar uma haste de floração de valeriana,
liberando um aroma do leve perfume de cereja e baunilha. A fragrância
das flores era maravilhosa e poderia ser usado em perfumes; as raízes
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cheiravam um pouco como meias mofadas, e era muito melhor do que
Tylenol PM, se você precisasse de uma boa noite de sono.
— Cassidy não saberia a diferença entre a valeriana e hortelã-
pimenta, e muito menos como usar para fins medicinais. — Eu disse
com mais raiva do que tinha a intenção de falar.
— Na verdade, ela está indo muito bem. Ela é uma boa menina. —
Ele disse, levantando os olhos para os meus, como se estivesse
tentando ver como eu reagiria às palavras dele. Idiota.
— Você está errado; boas meninas são só as meninas más que não
ficaram presas. Todos nós temos uma menina má dentro de nós, só
arranhando para ser solta.
Ele riu com a voz rouca.
— A maioria não admitiria isso.

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— A maioria são idiotas. — Murmurei quando me ajoelhei no chão
ao lado dele e comecei a escolher as plantas que não foram
completamente destruídas. — Por que você está aqui? — Perguntei.
— Eu vi uma garotinha suja brincando na terra. Pensei que alguém
deveria ter coragem de dizer a ela que estava travando uma batalha
perdida. Conheço Covens e a mãe de Cassidy está tentando administrar
este. Os outros vão se alinhar; é também por isso que a loja da sua mãe
está de pernas pra cima.
— Pernas pra cima. — Bufei. — Dificilmente. Uma bruxa não
administra o Coven. É chamado de Coven por uma razão. Leva muitas
bruxas para lançar feitiços, e uma única bruxa não é nada sem suas
irmãs e irmãos. O que você está se referindo é chamado de ovelhas.
Helen é um cachorro de ovelhas, então guia eles. É patético.
— E você não é uma ovelha? — Ele perguntou quando virou a cabeça
sem parar para verificar as plantas que jogou na cesta já cheia demais.
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— Não. — Eu disse. — Não concordo com os outros. Eu tendo a
marchar no meu próprio ritmo, eu acho. É provavelmente por isso que
eu tenho que te atender agora. Eles dizem que é para dar um exemplo,
mas acho que tem a ver com a forma como eu me comportava quando
era criança.
— E o que fez quando criança? Jogou terra nas pessoas? — Ele riu
e eu sorri.
— Dificilmente; tentei o meu primeiro feitiço, sozinha. Quase
incendiou o celeiro. Em seguida foi quando Ophelia, que não pararia
de me chamar um Piro5, então acendi algumas velas ao lado dela, que,
infelizmente, fez o seu cabelo pegar fogo. Como ia saber que ela usava
a metade duma lata de spray de cabelo sobre ele? Tínhamos só 9 anos.
A punição foi rápida e severa. Cassidy e sua gangue eram implacáveis,

5 Um abreviativo para Piromaníaca, é uma pessoa fascinada pelo fogo e sente prazer em observar as chamas. Ela também se satisfaz
com o processo de preparação do pequeno incêndio que vai causar.

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me provocando sobre isso por anos, tentando me fazer sair da linha
para que eu pudesse ser punida mais uma vez.
— Você gostava de brincar com fogo? — Ele perguntou, e não tinha
nada a ver com o que eu tinha acabado de admitir.
— Talvez eu goste da queimadura lenta. — Eu disse enquanto me
abaixei para pegar uma pétala de lavanda que tinha se semeado de
uma flor algumas linhas acima. Eu não estava preparada para o tapa
gentil no meu traseiro ou me preparei para isso. Acabei completamente
de bruços na terra.
Me virei, mas ele se aproximou, me prendendo no solo macio.
— Você parece bem na sujeira. — Ele sussurrou enquanto baixava
seus lábios e começou a me beijar.
Senti meu sangue inflamar, mas no momento ele se moveu para
aprofundar o beijo, no céu os trovões e a chuva estavam se soltando de
uma tempestade que eu não tinha notado que estava por vir. Gritei
114 114
quando ele levantou a cabeça para olhar para cima, e gargalhadas
irromperam de mim quando peguei sua carranca descontente.
Seus olhos voltaram para descansar em mim, onde eu permanecia
de costas no chão. Fechei os olhos contra a chuva que me atingia. Eu
ri mais enquanto lutava para me levantar, só para ser empurrada para
trás e beijada até meus ossos se tornarem inúteis e a mente ficar suja.
Eu estava toda molhada, o que tinha pouco a ver com ele e mais a
ver com a chuva que estava caindo em baldes. Ele se afastou e olhou
na direção de sua mansão, e depois para a casa de campo que estava
mais perto.
— Parece que terá um hóspede até que a chuva passe, bruxinha. —
Ele murmurou enquanto se levantou, me puxando junto quando se
moveu com finalidade de ir para casa.
— Eu não estou convidando você. — Gritei com raiva sobre o som
de um relâmpago seguido de um trovão que estava mais perto do que

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eu pensava inicialmente. Disparei para a casa de campo, e não parei
até que nós dois estávamos em segurança dentro.
— Você me expulsaria com a tempestade desse jeito? — Ele
perguntou e eu torci o nariz e inclinei a cabeça considerando.
— Na verdade, eu teria, mas só porque não tenho nada que caiba
em você e não pretendo te oferecer um banho. — Murmurei enquanto
removia as botas. — Pretendo ficar limpa... merda! — Disse enquanto
me movia para a porta e abri enquanto procurava a cesta no jardim.
Tirei sem esperar para ver se ele falaria algo. Os bulbos e mudas
não iriam se desfaz através da tempestade, a menos que chovesse
bastante, mas eu não pretendo me arriscar.
Fiz a volta para o jardim e deslizei na lama. Caí, com um baque
duro, e relâmpagos rachando através do céu e atingindo uma das
árvores perto da casa. Foi dividida ao meio e bateu no chão com um
som ensurdecedor. Caiu, para baixo mais perto do jardim, perto o
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suficiente para que meu cabelo crescesse na consciência quando eu
peguei a cesta e me choquei contra uma forma muito sólida.
Meus dentes batiam, e eu estava temporariamente tonta quando
braços fortes cuidadosamente me pegaram e me levaram para a casa
de campo.
— A cesta. — Chorei para ser ouvida sobre a tempestade.
— Mulher estúpida, é só algumas flores arruinadas. — Ele rosnou
com raiva. — Não vale a pena sua vida.
— Preciso delas. — Eu disse envolvendo os braços em torno de seu
pescoço sólido quando se abaixou para pegar e se moveu rapidamente
para a segurança da casa.
Ele me pôs para dentro e toquei meu rosto em busca de danos.
Minhas mãos saíram sujas, mas felizmente não cobertas de sangue.
Olhei em volta da casa procurando Luna, que parecia desinteressada
em meu estado atual ou em nosso hóspede.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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— Tenho toalhas no banheiro. Vou pegar. — Eu disse, já me
movendo nesta direção. Abri o armário pequeno de toalha e tirei duas
toalhas, avistei meu reflexo. Eu parecia uma louca, coberta de lama.
Todos os meus poros, praticamente tinha sujeira em todos os outros
lugares também. Me movi para a sala da frente e olhei para ele. Sua
camisa era marrom e se agarrou ao seu corpo como uma segunda pele.
Sua calça jeans, que já pairava baixo sobre seus quadris delgados, mal
estava conseguindo ficar parada.
— Tire seus sapatos e se precisar de outra toalha, tem um pouco
mais no armário. Tem um fogão a lenha na cozinha; se você começar o
fogo, faço um chá quando sair do chuveiro.
— Você começa a se lavar e continuo a ficar sujo? — Ele perguntou
com um olhar que dizia estava brincando comigo?
— Acho que gosto mais de você coberto de terra. — Ri quando vi ele
segurar sua camisa para longe da pele. Garoto da cidade mimado
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nunca poderia lidar com sujeira nas mãos.
— É mesmo? — Ele respondeu. — Você tem algo no rosto. —
Murmurou e levantou a mão para seu rosto. — Aqui. — Ele riu quando
indicou todo o meu rosto, que eu já sabia que estava coberto de
manchas de sujeira de empurrar o cabelo para fora do rosto enquanto
trabalhava. — Além disso, você não tem ideia do quão sujo posso ser.
— Sussurrou com um sorriso sexy que implorou para eu pedir para
explicar exatamente o que quis dizer com isso. Ignorei completamente.
— Idiota. — Respondi quando me movi para o quarto, peguei um
par de calças de yoga e uma camisa. Cavei no fundo da cômoda,
puxando para fora uma camisa velha de Joshua.
Consegui encontrar para ele uma muda limpa de shorts que
pareciam ser do último ano do ensino médio de Joshua. Mas Lucian
era um cara grande, o short e a camisa ainda seriam um pouco
apertados, mas isso era um bônus para mim. Além disso, o

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conhecimento de que ele estaria aqui até a tempestade passar também
não era ruim.
Fui para o chuveiro, com a intenção de entregar a roupa, mas parei
para ver ele enquanto acariciava Luna. Fechei a porta o máximo que
pude, mas não fechava totalmente por causa das dobradiças ruins. Fiz
uma nota mental para parar na loja de ferragens pela manhã e ver se
eles tinham um conjunto bom para eu poder substituir.
Tirei a roupa e entrei no chuveiro, transformando a água e
desfrutando da sensação de estar limpa de novo quando ele lavou as
horas gastas no jardim. Mamãe e Kendra não tinham chegado em casa
ainda, o que me preocupava com a ferocidade da tempestade que tinha
saído do nada. Elas estavam no jipe, então felizmente estariam a salvo
em uma estrada nesta tempestade.
Parecia meio confuso por eu ter acabado de chegar em casa e elas
me dispensaram para ir fazer o que quer que fosse. Senti os olhos em
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mim quando o sabão tomou conta de meu corpo, me virei no chuveiro
e não encontrei nada, nas sombras enquanto as luzes continuavam a
piscar, até que a energia caiu.
Ótimo! Como se esta noite não pudesse piorar? Sussurrei um feitiço
para as velas que estavam alinhadas ao redor da sala para acender. Eu
ainda podia sentir os olhos em mim e ainda não conseguia ver muito
além das sombras da sala.
Terminei de me lavar e saí da banheira, me certificando de girar o
tampão até a água parar de escorrer. Olhei pela porta, não encontrei
ninguém lá e depois pela janela. Esquisito. Me sequei rapidamente e me
vesti, depois fui para sala da frente e encontrei vazia. Fui na cozinha,
onde encontrei um homem muito enlameado acendendo o velho fogão.
Não era chique, mas era antigo e lindamente refeito com amor.
Eu tinha ajudado meu avô a refazer o acabamento de ferro fundido
enferrujado e a limpar para surpreender minha avó no seu aniversário

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um ano antes dele morrer. Amei o que o fogão representava: um amor
que mesmo em seus anos dourados foi pleno e puro como no dia em
que se apaixonaram.
— Esta coisa é antiga. — Afirmou me assustando, quando puxou a
minha mente de volta de onde ela tinha ido.
— Meu avô fez para minha avó. — Admiti. — Ela adorou. Amo isso;
é velho, mas é bonito e funciona muito bem. Além disso, é muito útil
durante um apagão.
Sentei na mesa, observando cada pedaço musculoso que trabalhava
sob sua camisa com ele carregando a madeira e botando fogo. Eu podia
ver as runas que foram tatuadas em seus braços; elas eram velhas e
não importa quanto tempo eu passava olhando, não tinha certeza se
poderia identificar o que representam ou significam. Algumas pareciam
runas da morte, o que era quase uma prática esquecida. Outras eram
ainda mais estranhas; homens com as mãos cobrindo os olhos e
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mulheres com as mãos cobrindo a boca, como se tivesse segredos que
não queria que outros vissem ou falassem.
Eu estava perdida no país das maravilhas que era o seu corpo
quando ele se virou e me pegou admirando. Sorri culposamente com
um rubor espalhou pelo rosto.
— Arrumei as roupas no banheiro para você. A alça da água quente
gruda; precisar forçar para ativar e desativar. Vou fazer um chá
enquanto você se limpa.
— Obrigado. — Ele disse quando tirou a camisa antes que eu
pudesse protestar. Meus olhos traidores se moveram sobre sua carne
com fome. Como se eu estivesse morrendo de fome e a carne desse
homem fosse o prato mais delicioso de toda a criação. Engoli em seco
enquanto meus olhos se fixaram na mecha fina de cabelo que caia no
seu jeans. Lambi os lábios e me forcei a olhar para tudo, exceto ele.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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Esperei até que ele estava fora da sala antes de me mover para a
pequena cozinha para recuperar o bule e encher com água. Ouvi a água
ser ligada no banheiro, e exalei um profundo suspiro de alívio. Eu tinha
Lucian na minha casa, e da pequena janela da cozinha, pude ver que
a tempestade estava piorando.
Peguei o celular do balcão da cozinha e olhei as mensagens para ver
se não tinha perdido nenhuma; disquei o número da minha irmã e não
tinha nada. Botei ele longe da orelha e vi o sinal procurando serviço.
— Sem serviço? — Uma voz profunda retumbou atrás de mim. Me
virei para responder, mas as palavras não saíram.
Seu cabelo ainda estava molhado do banho, despenteado como se
tivesse acabado de passar os dedos por ele, ao invés de parar para
pentear. A toalha branca que eu tinha dado a ele foi enrolada ao redor
de seus quadris, e aquela maldita trilha feliz estava de volta, molhada,
com gotas que pareciam fluir para baixo, convidativamente. Meus olhos
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gravitaram para seu mamilo com piercing e não consegui arrancar os
olhos de lá. Era como se tivessem sido colados no local.
— Eu...eu... o quê? — Sussurrei enquanto me forcei a olhar de volta
para o seu rosto a tempo de pegar um olhar presunçoso de satisfação
no rosto, e o calor em seus olhos que derreteram meus ossos.
A chaleira soltou um assobio alto que me fez saltar de surpresa. Eu
sussurrei uma maldição silenciosa no meu próprio comportamento, me
movi para tirar e joguei a água quente nos copos em espera. Com as
mãos trêmulas, peguei um pouco de hortelã-pimenta seca e lavanda
em dois pequenos infusões e joguei nas canecas.
Eu sabia que ele estava bem atrás de mim; não precisava me virar
para ver que ele veio atrás de mim e estava perto demais. Em uma
toalha... Deus, que merda eu estava pensando? Aqui, tome uma ducha
no meu banheiro enquanto faço o chá, e depois, você pode me dar
estocadas na mesa, ok? Se recomponha.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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Vamos garota, você tem cérebro. Use. Esse cara? Ele é um idiota
egoísta que ostenta o seu dinheiro ao redor. Você não pode gostar dele
de verdade. Mulheres como você? Elas não recebem os homens como ele.
Você não tem nada que ele possa querer, exceto uma foda rápida, e bem,
não vai acontecer.
— As roupas não serviram? — Perguntei quando coloquei o açúcar
no meu chá e me virei, dando um olhar curioso.
— Coloquei as minhas na sua máquina de lavar. Deve acabar logo.
— Disse ele suavemente com os olhos ficados na minha boca.
— Açúcar? — Perguntei enquanto andava em volta dele e mudei
para a pequena mesa. Este homem exalava poder, e pior, ele comia o
pouco espaço na cozinha.
— Estou quase chegando lá6. — Ele sussurrou com voz rouca.
— No chá. — Corrigi. Meu coração estava descontroladamente
batendo, e o pulso provavelmente visível por quão forte estava batendo.
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Eu estava presa numa pequena cabana com ele, num apagão, só
com a luz de velas nas paredes e em seus olhos sedutores. A única
coisa que ele tinha em si era uma frágil toalha do Walmart. Uma que
fez muito pouco para esconder que ele estava usando um pacote e que
estava mais do que pronto para ser entregue. Eu precisava me mover
para a sala da frente, onde, pelo menos, Luna poderia me apoiar!
— Vamos levar o nosso chá para a sala da frente? — Perguntei com
uma voz ofegante que fez meus olhos arregalarem de surpresa com a
voz da megera que substituiu a minha.
Uma batida soou na porta da frente e eu, tropecei em cima dele na
pressa para fugir da minha própria reação a ele.

6 Aqui é um duplo sentido que se perde com a tradução. Quando ela pergunta se ele quer o chá com açúcar, também pode se traduzir
para se ele quer doce, aí ele responde como se ela tivesse oferecendo a buceta doce dela.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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CAPÍTULO ONZE
Fiquei na porta tentando descobrir como fazer a boca de Kendra
fechar enquanto ela cobiçava Lucian do outro lado. Ele não tinha
vergonha. Ao invés de se esconder de quem estava na porta, ele se
moveu atrás de mim e agora estava dando a minha irmã e minha mãe
muito para olhar para ele.
— Acabou a energia. — Kendra cantava enquanto seus olhos davam
uma boa olhada nele e depois mais uma.
Eu conhecia sua dor. Um olhar só não era suficiente. Sério. Você
precisava olhar para ele, olhar de novo, tocar visualmente, brincar com
ele, puxar e talvez lamber para dar boa sorte antes de se cansar. Eu
tinha um homem seminu na minha casa, e isso era uma séria falta
para se fazer antes do Despertar.
— Isto não é o que parece. — Eu disse suavemente enquanto os
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olhos de minha mãe brilhavam com desaprovação.
— Isto não era o que eles queriam dizer com “servi-lo”, Magdalena.
— Ela se irritou.
— Ele estava no jardim comigo, puxando flores para a estufa,
quando a tempestade nos atingiu. Viemos aqui porque estávamos
molhados e cobertos de sujeira. Nós não fizemos qualquer coisa
inadequada; você pode perguntar a ele.
— Não dormi com sua filha, ela não é nem mesmo o meu tipo. —
Ele disse casualmente, o que fez o meu estômago cair e bater no chão,
junto com o meu orgulho.
— Não é seu tipo? — Perguntei quando levantei uma sobrancelha e
olhei para ele.
Seus olhos brilharam num aviso silencioso, mas escolhi ignorar.
— Estou só esperando por minhas roupas ficarem limpas, agora que
a tempestade parece estar passando. — Foi sua resposta.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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Mordi meu lábio inferior e me perguntei o por que ele dizer aquilo
tinha me incomodado tanto. Eu não tinha acabado de me dizer que
homens como ele não gostavam de garotas como eu? Me afastei dele,
permitindo que minha mãe e irmã entrassem e saíssem da chuva. Luna
foi até minha mãe e esfregou a cabeça no tornozelo em um olá.
Será que ela deixou de notar que, enquanto ele estava seminu, eu
estava vestida? Ok, eu estava com roupas fáceis de vestir, que ela
provavelmente confundiu com pijama, já que convenhamos, calças de
ioga geralmente são confundidas com pijama.
Me movi para a cozinha de novo, ignorando o chá e indo direto para
o estoque de vinho da vovó, que era mantido frio na pequena gaveta da
adega. Peguei uma garrafa, destampei habilmente e bebi. Foi tão bom,
e sim, talvez eu devesse ter usado um copo, mas não era um dia
delicado. Foi um dia de eu preciso da garrafa inteira para mim.
Ouvi da cozinha quando a minha mãe falava com Lucian, e fez a
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última coisa que eu esperava que fizesse. Convidou ele para jantar.
— Não, eu insisto. Além disso, o Coven pensa que Magdalena saiu
muito fácil e não vão deixar ela em paz, a menos que ela faça as pazes
com você. Ela era uma cozinheira decente quando saiu de casa, tenho
certeza que não perdeu isto ao longo do tempo.
— Que porra é essa? — Perguntei quando enfiei a cabeça ao virar
da esquina e olhei para minha mãe.
— É o mínimo que pode fazer por ele e, além disso, considerando
como encontrei ele, é esperado que ele tente ao menos cortejar você.
— Não estamos na época medieval e, além disso, quando é que se
tornou ilegal ser um bom vizinho? Ele estava coberto de sujeira e lama,
e tem uma tempestade lá fora, caso tenha perdido essa parte. Deixei
ele tomar banho. Não limpei ele com a língua, pelo amor de Deus!

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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— Magdalena, — alertou — mesmo que eu não tivesse encontrado
você numa situação comprometedora, você ainda estaria compensando
o que fez na noite passada.
— Certo. — Eu disse, frustrada com a minha mãe. Desisto; além
disso, não era como se eu tivesse tido tempo para contar a ela sobre a
pequena roupa preta colante que ele queria que eu usasse, ou que se
eu não seguisse as ordens dele, eu estaria trancada em seu escritório
com ele. Ela não tinha ideia do bastardo que ele realmente era.
— Certo. — Ela concordou com uma carranca preocupada antes de
se virar para a porta, e então, como se estivesse lembrando que tinha
um homem seminu dentro da casa, parou, se virou e moveu sua bunda
teimosa para o sofá. Exatamente o que precisava: uma acompanhante
adorável. Amava minha mãe, mas ela poderia ser seriamente teimosa.
Inclinei a cabeça e lembrei do que ele tinha dito. Ele colocou as
roupas sujas em que estava na máquina de lavar estilo “olá, é um
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apagão”, o que significava que ele não tinha planejado se trocar tão
cedo. O que mais um homem sexy, olá hormônios eu vejo você está
funcionando porque ele está só de toalha, poderia estar planejando fazer
enquanto esperava?
Ok, então, na minha cabeça, estava tocando em Technicolor brutal
e gráfico o que poderíamos estar fazendo. Balancei a cabeça, dissipando
as imagens viscerais.
Dei uma espiada na direção geral dele e acabei olhando direto para
as profundezas dele. Seus olhos diziam: De um jeito. Se livre delas.
Meus olhos sorriram e diziam: de um jeito você, e então diziam: me
diga, exatamente quanto tempo você acha que a máquina de lavar ainda
vai levar? Considerando que não tem energia para funcionar, acho que
pensou que isso te daria tempo suficiente para me seduzir e depois voltar
para casa andando como um pavão? Cruzei os braços sobre o peito e

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balancei a cabeça, mas principalmente pela minha própria estupidez
de não ter percebido antes.
Ele sorriu e senti um arrepio violento que tive que me conter para
não expor a ele. Seus olhos pareciam responder: Não sou de pavonear.
Eu conquisto, arruíno, reivindico. Violentamente. Mas não pavoneio.
Eu reivindico a posse, garotinha.
— Não posso ser possuída. — Falei, querendo acabar com a batalha
silenciosa com alguém que obviamente estava no controle. Por
enquanto.
— Nunca disse que você poderia ser. — Disse ele suavemente e
inclinou a cabeça antes de se virar e sair da casa... em uma toalha. Eu
estava com ciúmes da toalha, muito ciúmes da toalha. Eu queimaria
essa maldita toalha quando ela voltasse.
Fui para a janela, incapaz de me ajudar. Kendra se juntou a mim, e
nossas cabeças se inclinaram exatamente ao mesmo tempo. Um
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gemido deixou nossos lábios, exatamente ao mesmo tempo.
Suspiramos como garotinhas da escola e depois rimos da nossa reação.
— Magdalena, preciso explicar para você o quanto é importante
permanecer casta durante esse tempo? — Minha mãe disse, afastando
meus olhos das costas definidas e dos músculos fortes que estavam se
afastando.
— Não, eu conheço as regras. Fiz o que foi pedido, mas não entendo
por que espera que eu cozinhe pra esse homem. — Respondi
apressadamente. Eu não faria. De jeito nenhum.
— Porque esta família precisa do apoio dele tanto quanto esta
cidade. Ele se ofereceu para tirar a loja de nossas mãos, o que nos daria
dinheiro suficiente para sobreviver enquanto descubro outra maneira
de gerar uma renda estável.

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— Você não vai vender a loja. — Argumentei. — Por que vai fechar
ela? Cassidy não sabe nada sobre tônicos, muito menos feitiços. Estou
surpresa que ela não tenha feito algum dano grave para as pessoas!
— Seu pai levou as receitas. — Ela respondeu suavemente. — Eu
não tinha a energia para lutar com ele para recuperar elas, ou lidar
com isso no momento. Fiz o que tinha de fazer para sobreviver,
Magdalena. Assim como você fez, mas agora que você está de volta,
vamos descobrir alguma coisa juntas.
Meu instinto foi... chutado. Eu era uma idiota.
— Podemos salvar a loja, mesmo que demore; não precisamos de
receitas antigas, e nós nem sequer temos que fazer feitiços. Eles não
deveriam estar à venda de qualquer maneira; a maioria dos outros
Covens não cobra por eles, de acordo com o Google. Me tornei botânica,
aprendi a fazer perfumes, sabonetes, shampoo e muito mais. Posso
fazer o chá que faz o que a maioria dos feitiços de relaxamento fazem,
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e esses foram os mais vendidos na loja. Lembrar? Tinha gosto de bunda
de rã, e todos odiavam o gosto, mas mesmo assim compravam. —
Balbuciei com uma risada nervosa.
— Já comecei a papelada. — Minha mãe respondeu com os olhos
cheios de lágrimas.
— Então, rasgue. — Eu disse com veemência. — Ele vai entender.
— Ele é um homem de negócios, Magdalena. Não é um santo. Já
aceitei o primeiro pagamento assim eu seria capaz de sediar a
celebração de abertura.
— Então vou recuperar, de alguma forma. — Assegurei a ela.
Minha mãe balançou a cabeça, mas sabia que era inútil discutir
quando tenho a mente fixa em alguma coisa. Ela, assim como minha
avó, sabia quando só acenar com a cabeça e sorrir e se divertir com
minhas ideias malucas.

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— Sobre o jantar, espero que você não tenha desistido de cozinhar
desde que você se foi? — Kendra entrou na conversa.
— Não morri de fome enquanto estava fora, né? — Insira aqui o
“espertinha”.
— Miojo e Cups Noodles não contam. — Disse ela com um sorriso
suave.
— Me lembro de como cozinhar, mas tenho certeza que ele está
acostumado a algo muito melhor do que eu posso fazer nesta cozinha.
— Você vai usar a cozinha na casa principal; é fortemente protegida.
— Disse mamãe enquanto se levantava e escondia um bocejo.
— Existe algo que eu deveria saber? — Perguntei com expressão
preocupada.
— Algumas meninas desapareceram na semana passada. Não
sabemos se é só nervosismo pré-Despertar ou se tem algo mais
acontecendo. Estamos jogando pelo seguro, permanecendo perto do
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Coven. Teve conversas de outros Covens sobre coisas suspeitas
acontecendo, e também problemas para as bruxas da Aliança. Até que
tenhamos evidências concretas de que essas garotas foram por livre e
espontânea vontade, continuaremos a jogar pelo seguro.
Pisquei para minha mãe e comecei a falar, mas fechei a boca e
balancei a cabeça. Quem tinha desaparecido? Como ninguém tinha
sequer mencionado isso para mim? A mensagem do Coven que recebi
antes de vir para casa foi curta e direta ao ponto.
— Eu estava tão preocupada que queria ir atrás de você, Magdalena.
Os anciãos avisaram sobre os problemas que surgiram com a vinda do
Despertar, tenho certeza. — Afirmou ela com absoluta certeza.
— Não, eles não avisaram. Foi só uma mensagem básica. Nada mais.
Nenhum aviso de qualquer problema. — Respondi com um tom calmo,
o que me surpreendeu porque eu não estava me sentindo nada calma.

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— Não é algo que queremos transmitir. — Kendra disse me
tranquilizando quando colocou a mão no meu ombro, como se tivesse
sentido minha agitação interna.
Sendo gêmeas, tínhamos benefícios escondidos; sentimentos, a
compreensão de como ou por que a outra fez certas coisas, e o nosso
próprio código secreto. Ao contrário de outros, eu podia sentir a minha
irmã. Como se um pedaço seu vivesse dentro de mim e vice-versa.
Minha mãe disse que é porque somos idênticas, e mais perto do que a
maioria dos gêmeos do mundo humano. Sentia falta de sentir ela e
saber que ela estava perto se eu precisasse dela. Ela era a única a quem
não precisava explicar as coisas, porque as sentia comigo.
— Bruxas não saem de casa, não tão perto do Despertar. — Falei.
— Você saiu. — Minha mãe falou calmamente, seu tom carregando
uma subjacente amargura que fazia pouco para esconder. Ela parecia
bem comigo indo embora, mas talvez eu só assumisse que sim. Talvez
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eu só tivesse ouvido o que eu queria ouvir dela antes de ir.
— Não sai logo antes do Despertar. Eu estava errada em sair, mas
nenhuma das faculdades aqui oferecia o que eu precisava fazer e agora
parece que sair não foi tão ruim assim. Pretendo salvar a loja, mesmo
que tenha que flertar com o próprio diabo para recuperar ela.

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CAPÍTULO DOZE
Entrei no Club Chaos pouco antes das 17h. Não estava cheio, mas
ainda era cedo e eu sabia que logo estaria lotado. A música estava alta,
algo que realmente não senti falta do meu último emprego em uma
boate. Não me entenda mal, adorava música e adorava alta, mas tinha
muita coisa que uma pessoa podia suportar enquanto tentava receber
pedidos. Fiz uma lista ontem à noite, uma que tinha o comprimento do
meu braço, com coisas que eu precisava fazer. A maioria eram coisas
importantes, nenhuma das quais incluía ser serva de Lucian.
Eu tinha ido à sua casa na noite passada, logo após a energia ter
voltado e eu tinha acabado de lavar suas roupas. Minha mãe foi
irritante sobre me certificar que ele viesse jantar e me impulsionou para
fora da porta e no caminho para sua casa. Mas eu realmente tinha a
intenção de perguntar a ele sobre a loja. Bati na porta o que tinha me
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levado um pouco de tempo para ter realmente a coragem de fazer, e
ouvi o eco dos meus golpes repercutirem na entrada.
Fiquei ali, me sentindo uma boba com a voz sedosa de uma mulher
perguntando a Lucian se ela devia abrir a porta. Eu podia ouvir as suas
vozes vindas de dentro e à esquerda, provavelmente, uma sala de estar,
quando ele pediu a ela para “só ignore e ela vai embora”. Eu, eu era a
única que ele queria que fosse embora. Me fale sobre o rei dos sinais
mistos.
Eu tinha feito isso no meio do caminho para casa, minha mente em
uma névoa com raiva, antes de perceber que ainda estava segurando
suas roupas. As roupas que eu tinha levado tempo para lavar para ele.
Idiota. Me virei e caminhei de volta para sua varanda, e deixei elas cair
na lama.
Idiota.

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Agora tinha que enfrentar ele, e minha raiva tinha esfriado, mas
meu orgulho não tinha.
Meus olhos foram para o bar, onde algumas pessoas estavam
pedindo bebidas enquanto outras procuravam um lugar para sentar.
Vi alguns rostos conhecidos, mas nenhum que pertencia ao Coven, só
alguns habitantes locais, misturados com rostos desconhecidos de fora
da cidade.
Caminhei em direção ao bar, e fui parada antes que eu tivesse dado
um total de três passos para dentro do clube. O cara que me parou era
enorme; Ele tinha cabelo preto e olhos azulados da cor do céu após
uma boa chuva. Seus braços estavam cheios de tatuagens que aparecia
em todas as partes visíveis de seu corpo. Ele era alto, atingindo pelo
menos 1,82m de altura. Sua mandíbula era larga, com uma sombra de
pelos que usava bem e lábios cheios que se abriram num sorriso sexy.
— O chefe quer te ver em seu escritório. — Ele anunciou. — Você
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não ouviu na outra noite, quando ele disse o que deveria vestir. Deveria
ter ouvido, mocinha. Ele não leva muito gentilmente as pessoas que
não escutam ele.
— Aposto que ele está acostumado a todos ouvindo e sendo o único
no controle? — Perguntei com um sorriso no rosto.
— Sempre. Ele está sempre no controle, e a maioria das pessoas não
desobedece ele. Ele é rápido em punir quem não ouvem. Desobedecer
ao chefe? É como brincar com fogo, senhorita Fitz.
— É Fitzgerald. — Eu corrigi.
— Tanto faz, Fitz. — Respondeu ele sem problemas, sem se
preocupar em usar o termo correto que eu tinha dado.
Sorri e mordi o lábio inferior enquanto estreitei os olhos nele. Ele
não era o que estava normalmente estacionado na porta. O homem-
choque não estava lá fora esta noite. Cruzei os braços sobre o peito e
dei um sorriso ainda mais largo.

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— Não sou funcionária dele, então ele pode superar isso. Também
nunca será meu chefe, então suas ordens? Não é realmente seguida por
mim. Não pretendo ficar mais tempo do que preciso; é um castigo. O
que ele vai fazer, me bater? — Ofereci quando levantei uma sobrancelha
e esperei.
— Talvez; parece que você poderia precisar. — Disse ele enquanto
sua língua saiu para lamber os lábios e os olhos percorriam meu corpo.
Passei por ele, indo para a parte detrás do clube e em direção às
escadas que levavam ao escritório de Lucian. A música era sensual, e
algumas pessoas já estavam na pista de dança, balançando no ritmo.
Meus olhos percorreram a sala enquanto eu me movia através dela, e
então vaguei ainda mais até avistar Lucian, me observando do outro
lado da janela de parede a parede em seu escritório, que não era mais
vidro de mão única.
Eu quase parei, quase. Com certeza não estava disposta a deixar ele
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ver que tinha qualquer efeito sobre mim. Não depois do fiasco da noite
passada. Ele estava impressionante em um terno cinza carvão, com
uma gravata azul clara, e eu estava disposta a apostar que o terno era
tão, se não mais caro do que o que ele tinha usado para a celebração
de abertura.
Se nada mais, o homem tinha muito bom gosto em roupas.
Tirei os olhos dos dele e continuei pelo corredor, subindo as escadas
e outro corredor quando caminhei para ele. Quando parei na frente de
sua porta, coletei os pensamentos dispersos e dei uma respiração
profunda, calmante.
Eu precisava da confiança que pudesse ter. Me senti deslocada
desde que voltei para casa, mas hoje passei meu tempo sozinha.
Voltando para onde estava confortável comigo mesma. Voltando, tudo
o que aprendi desde que cheguei me atingiu com mais força do que

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imaginava inicialmente. Não tive tempo de ser fraca; eu não era mais
aquela garota.
Bati na porta e abri sem esperar que ele respondesse. Me movi para
a sala, e rapidamente me arrependi quando encontrei ele em sua mesa,
se inclinando contra ela, esperando por mim. Tinha uma mulher no
cômodo; seu cabelo era tão preto como a asa de um corvo, e ela tinha
um lindo rosto em forma de duende. Olhos surpreendentes, da cor de
musgo fresco cultivados na floresta olharam para mim, e depois tão
rapidamente desviou o olhar. me senti dispensada e isso doeu.
Ela se moveu em direção a Lucian, sua mão subindo por seu peito
enquanto seus olhos permaneceram fixos em mim.
— Nos deixe. — Ele ordenou e ela fez beicinho.
— Esperei você voltar. — Disse ela suavemente enquanto continuou
a acariciar seu peito com as mãos delicadas e bem cuidadas.
— Saia. — Disse ele asperamente, seus olhos finalmente deixando
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os meu e olhando para ela.
Ela era linda. Seus cabelos estavam afastados do rosto com grampos
de cabelo que cintilavam com joias. O vestido dela era caro e grudava
no corpo como uma segunda pele. Os seios eram grandes, falsos
provavelmente, pois pareciam maiores do que o seguro para sua
pequena estrutura. Sua boca cheia inclinou uma careta quando seus
olhos se moveram dele para mim. O olhar que ela me deu poderia ter
esfriado o sol. O que tinha com essas mulheres no escritório de Lucian?
Parecia ter um suprimento infinito de mulheres bonitas à disposição.
Ela deu mais um olhar de desespero a ele enquanto eu observava,
em seguida, saiu com raiva da sala. Esperei pela porta bater, mas isso
não aconteceu; ela deixou aberta, e o fato não passou despercebido por
Lucian.
Seus olhos deslizaram sobre o meu corpo lentamente, aquecendo
cada centímetro enquanto se moviam sobre ele. Não me mexi, não

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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respondi. Segurei e fingi não estar lutando contra uma tempestade
violenta dentro de mim. Repeti suas palavras do outro lado de sua porta
na noite passada. A raiva é uma emoção a ser usada, não exercida.
Você tem que controlar isso. Caso contrário, você vira notícias como a
lunática perturbada. Não estou perturbada, mas o júri ainda está
decidido sobre a parte lunática.
Eu parecia bem e sabia disso. Estava com um vestido de ilhós azul
marinho com um decote em V profundo, mostrando decote só suficiente
para chamar a atenção, sem parecer desesperada. A saia mal chegava
ao meio da coxa. Combinei com botas de camurça preta macia que
paravam logo acima do joelho e tinham saltos de dez centímetros. Não
eram os melhores sapatos para mesas de espera, mas eram sexys. Eu
me senti sexy, e era isso que contava.
Eu tinha levado tempo com as joias, coisas que nunca tinha feito
antes. Um cristal branco pendente pendurado a partir de uma corrente
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de prata esterlina e tinha runas de proteção gravadas na superfície,
brincos correspondentes pendiam das minhas orelhas, juntamente
com a pulseira de quartzo.
Meu cabelo estava em um coque bufante, que o mantinha chique e
fora do rosto, pois tendia a esquentar em uma boate, estivesse você
dançando ou trabalhando. Minha maquiagem era leve, porque suar
enquanto arrebentava minha bunda nunca foi uma coisa boa. Rímel
claro, bochecha macia e corada com um brilho labial colorido que
manchou meus lábios com uma cor suave e malva. Eu não parecia
atraente do tipo sexy me empurre para a cama, mas parecia bem.
Os olhos dele falaram alto. Não me incomodei em tentar ler o que
realmente disseram, mas ele me deu um olhar meio aberto que dizia
que eu ficaria melhor nua e dei a ele um que disse que sabia, só não
me importei em exibir ou faça isso com ele.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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— Você me desobedeceu, Lena; isso não é o uniforme que te deram.
— Disse ele enquanto ignorei tudo o que estava dizendo naqueles olhos.
— Não, não é. Desculpe, mas o que me deu? Não cobria o suficiente.
Ele riu e os olhos se suavizaram.
— Eu te dei instruções. No futuro, espero que sejam seguidos até o
último detalhe. Esta noite vai estar lotado ou você ficaria aqui comigo
pelo castigo que prometi a você.
— No futuro, não pretendo trabalhar para você. Então as seguintes
ordens não serão um problema. — Eu disse enquanto permanecia
dentro da porta. Tinha uma rota de fuga planejada, caso precise.
Ele sorriu, e não foi amigável. Estreitei os olhos para ele, como se
eu pudesse ler sua mente através de seus olhos manchados de tinta.
Eu estava prestes a perguntar o que era esperado de mim hoje à noite,
quando um homem entrou e esbarrou direto em mim.
Eu não esperava isso, e fui empurrada para frente em sua pressa; e
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quase aterrissei de cara no chão, mas ao invés disso, cai nos braços de
Lucian. Eu ainda não tinha visto ele se mover, e ainda assim meu rosto
foi pressionado contra seu peito, e seus braços estavam ao meu redor.
Estar tão perto dele me deixou fora de equilíbrio, e meu nariz estava
avidamente inalando seu perfume masculino.
— Merda, não vi ela, chefe. — Disse uma voz profunda e rica atrás
de nós.
Me afastei de Lucian, o que não passou despercebido quando
coloquei minhas mãos contra seu peito para empurrar graciosamente.
A eletricidade correu através de mim a partir do toque inocente, e meus
olhos se levantaram até os seus antes de lembrar que queria distância
dele; um pequeno suspiro saiu dos meus lábios sem controle. Tipo, um
campo de futebol entre nós seria bom. Seus braços caíram quando ele
me viu atravessar a sala.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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Seus olhos nunca me deixaram quando adicionei mais alguns
passos, e depois outro para minha própria segurança. Eu tinha ouvido
o seu inalar, e sabia que ele também tinha sentido meu cheiro. O único
perfume que eu usava era o sabão plumeria que eu tinha feito algumas
semanas atrás.
— Estou interrompendo? — Perguntou rapaz.
— Não. — Eu disse.
— Sim. — Lucian rebateu.
— Desculpe. — O cara murmurou quando movi meu olhar para ele.
Ele era um acervo considerável, com uma cicatriz irregular que corria
em seu rosto. Provavelmente faria a maioria das pessoas desviar o olhar
para longe, mas não tem esse efeito em mim. Seus olhos estavam me
dando uma promessa, e eu sabia instintivamente que estava esperando
que eu me encolhesse ou desviasse o olhar da cicatriz, provavelmente
como a maioria dos outros tinham feito. Ao invés disso, sustentei.
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Ele tinha cabelo loiro claro, e sua pele era dourada. Seus olhos eram
dum tom suave castanho chocolate, com manchas de ouro dispersas.
Sua boca era cheia e com cicatrizes, e ainda a cicatriz fazia pouco para
tirar quão bonito ele realmente era. Ele usava uma camisa branca, com
as mangas arregaçadas, expondo ainda mais cicatrizes que cobriam
seus braços em padrões de entrecruzamento, como se alguém tivesse
usado um chicote sobre ele em algum momento de sua vida. Suas mãos
estavam calejadas do trabalho, e seus músculos que estavam expostos
a partir dos botões soltos de sua camisa mostrava carne suficiente para
que eu pudesse ver que seu peito de alguma forma foi poupado de
qualquer destino que seus braços e rosto tinham encontrado.
Ergui os olhos para seu rosto e ele sorriu, provavelmente porque eu
não tinha olhado sem um pouco de repulsa. Jimmy Kendell era da
reserva que ficava na periferia da cidade e um amigo meu da escola.
Ele foi respingado com graxa quente e carregou as cicatrizes por muitos

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PLAYING WITH MONSTERS 01
PLAYING WITH MONSTERS 01
anos. Cassidy e seus amigos, que chamávamos de Esquadrão Cadelas,
o chamavam de crocante e outros nomes horríveis, mas eu não acho
que eles prejudicaram muito sua bela pele marrom avermelhada e
encontramos maneiras igualmente irritantes de retaliar contra os
ataques do Esquadrão Cadelas.
— Precisa de alguma coisa, Bane? — Perguntou Lucian.
— O bartender não apareceu, mas tem um cara lá embaixo dizem
saber misturar bebidas. Tem um clube em Spokane, e está disponível
agora. — Bane disse quando finalmente tirou os olhos dos meus.
— Fale a ele que foi contratado para essa noite. Fale as regras do
clube e leve Magdalena com você. Avise Linda que Lena vai ajudar com
o que ela precisar hoje à noite. — Disse Lucian, quando seus olhos se
voltaram para mim e desviei o olhar. — Mas Lena não deve ir aos outros
níveis para servir, se certifique que Linda sabe disso.
Mantive meus olhos baixos, olhando para qualquer coisa, exceto
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Lucian. Ele passou por nós e Bane sorriu para mim. Outros níveis? A
minha curiosidade foi aguçada.
— Fomos dispensados. — Ele solicitou com um sorriso que me fez
sorrir também. — Ele faz isso muitas vezes, mocinha. Me siga, vou te
levar para baixo para Linda e preparar o novo bartender. Ter certeza
que ele saiba as bebidas antes de lhe darmos o controle do bar.
Segui os largos ombros de Bane e desci as escadas de volta para o
clube. Linda era uma mulher pequena, talvez um pouco mais de 1,54m,
com o cabelo vermelho fogo, e piscava os olhos azuis que mantinham
um sorriso que combinava com os lábios delicados. Ela tinha um corte
pixie, com um rosto em forma de coração, e uma voz melódica.
— Ei, esta é Magdalena, ela é toda sua essa noite. Trate ela bem,
Linda. — Bane gritou por cima da música e me deu uma piscada antes
de se virar de cabeça para o bar.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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— Vai ficar louco aqui esta noite, por favor, me diga que você, pelo
menos já trabalhou em um bar antes? — Linda olhou por cima do meu
vestido e depois me deu um olhar duvidoso. — Eu tinha certeza que
você recebeu o uniforme do clube?
— Recebi, mas não pretendo trabalhar aqui um momento mais do
que preciso. Sem ofensa, mas é um pouco curto, e mostra um pouco
demais... de tudo. — Eu disse de má vontade.
Ela sorriu e jogou a cabeça para trás com uma risada cheia.
— Falei pra ele que precisávamos corrigir esse uniforme mínimo.
Homens, eles não escutam; uma merda, certo? Então, o chefe me disse
que este é um castigo para você, mas para mim é uma bênção. Nós
perdemos três meninas na última semana. Então, estou realmente
esperando você tenha uma ideia do que é necessário?
— Já fiz isso antes, mas se lembre que não em um clube deste
tamanho. Não tenho certeza se você queria mais de mim?
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— Não, receber pedidos é tudo que eu preciso. É sexta, só servimos
um especial, e alguns tipos de aperitivos. As pessoas não vêm aqui para
a comida, mas eles vêm aqui para se soltar, o que pode ser um
problema. Os homens são de agarrar, mas Lucian e seus caras não
permitem que ninguém se empolgue e eles são muito bons em manter
a ralé fora. Alguma pergunta? — Ela perguntou quando me deu um
sorriso deslumbrante que alcançou seus olhos.
— O que é o especial da noite? — Perguntei quando aceitei um
avental e rapidamente amarrei antes de aceitar um bloco de notas para
encomendas e uma bandeja de bebida redonda.
— É chamado de Sexo na Garagem; rum branco, aguardente de
pera, e Curaçao azul. Devia pedir ao cara do bar que te prepare um
para que possa provar. Não beba tudo, não parece que vai aguentar
bem o licor, magricela como é. — Ela sorriu. — As meninas magras

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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geralmente não conseguem. — Ela murmurou com uma piscada. — Eu
preciso de você sóbria, e em pé esta noite.
— Entendi. — Eu disse quando me movi para fazer o que ela tinha
instruído. Normalmente você precisava provar algo antes de poder
vender bem, isso eu sabia dos outros trabalhos. Era difícil vender algo
que você não poderia explicar.
Parei no bar e tamborilei os dedos impacientemente sobre a
superfície fria quando assisti Bane mostrar o cardápio pro bartender.
Ele tinha uma aparência agradável, pelo que pude ver; cabelos longos,
um pouco mais curtos do que Lucian, e da parte de trás que parecia
bom. Um rubor culpado subiu sobre meu rosto quando ele se virou e
me pegou com seus olhos de prata, o que fez a minha boca abrir e
fechar. Ele tinha cabelos escuros, e usava uma camiseta que dizia eu
mordo.
Engoli a risada nervosa que tentou escapar quando ele caminhou
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para onde eu estava.
— Precisa de ajuda? — Ele perguntou quando seu olhar prateado
deslizou sobre mim e voltei ao meu calor depositado na beleza de
platina derretida. — Ou você planeja só ficar olhando um pouco mais?
Não me importo, não se apresse.
— Sinto muito. — Gaguejei rapidamente. — Estou sendo rude. —
Expliquei. — Preciso de Sexo na Garagem.
— Estou mais do que dispostos a te ajudar com isso. — Ele brincou
com o riso em seus olhos sensuais. — Por favor, não diga que é a bebida
e que você realmente me quer.
Ri e balancei a cabeça. Qual era a porra do meu problema? Eu não
tinha visto tantos caras gostosos em um lugar tipo... nunca. Agora, eu
nem conseguia falar. Eu era só as risadinhas de colegial.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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— O especial, para que eu possa vender hoje à noite. — Eu disse e
observei como sua mão mudou para seu coração e ele enfaticamente
negou com a cabeça.
— Diga que não é assim. — Resmungou bem-humorado quando
piscou e começou a puxar as garrafas de licor. Bane observou e me deu
um olhar curioso, antes de se virar para olhar para onde Lucian nos
assistia com uma carranca no rosto. — Por que as bonitas são sempre
tomadas? — O bartender perguntou enquanto seus olhos se moviam
entre Bane, eu e Lucian.
— Eu não estou com ele. — Eu disse apressadamente.
— Tive o caso mais estranho de déjà vu. — Respondeu suavemente
com um sorriso arrogante levantando seus lábios carnudos.
Ele empurrou a bebida para mim depois de deslizar os canudos para
dentro e empurrei de lado quando tomei um pequeno gole e depois
empurrei de volta para ele. Bane pegou e atirou os canudos enquanto
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segurava o olhar do garçom.
— Vlad, Lucian vai querer te ver depois que o clube fechar. Não sei
por que está aqui, mas tenho certeza que não é porque pensou que
seria bem-vindo. — Disse Bane com um olhar arrepiante. Olhei para
Bane, então Lucian, e de volta para onde Vlad estava, imaginando qual
era a estranha virada no comportamento de Bane. Num minute ele
ficou entusiasmado com a ajuda, e no outro ficou frio contra o cara.
Bane parecia que estava pensando em jogar o cara fora, mesmo que
fosse aparente que eles precisavam de sua ajuda atrás do bar.
— Vlad? Será que seus pais não gostam de você? — Perguntei,
enquanto sorria e esfregava meu nariz.
— É um nome antigo, como o seu, Magdalena. — Respondeu Vlad
enquanto voltava para onde as garrafas estavam posicionadas forrando
a parede, e começou a se familiarizar com elas. — Nomes significavam
algo uma vez, passado através de famílias como joias com orgulho.

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— O meu foi passado para baixo. — Murmurei; era um nome antigo.
Tão velho que você raramente se depara com ele hoje em dia.
Vi um grupo sentado em uma das muitas mesas e me mudei para
pegar seu pedido de bebida. Era Dexter e Kat e gemi, enquanto eles se
viravam e observavam eu me mover em sua direção.
Ok, então foi um pouco embaraçoso estar recebendo ordens quando
eu deveria ter sido incluída no que estavam bebendo. Eu sabia que era
para ser, então deixei as emoções fluírem através de mim e empurrei
para baixo enquanto sorria.
— O que posso fazer por vocês? — Perguntei.
Eles pareciam desconfortáveis, mas eventualmente pediram.
— Ei, — Kat disse quando me virei para o bar para preencher as
ordens — posso falar com você, talvez mais tarde?
— Sobre? — Perguntei, querendo saber por que ela queria falar já
que não retornou nenhuma das minhas ligações.
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— Olha, eu sei que estamos nos esquivando de você desde que
voltou e queremos compensar isso. — Disse ela suavemente enquanto
franzia a testa, como se pensasse que eu mandaria ela a merda.
Talvez devesse, mas não fiz. Eu não era esse tipo de pessoa e não
tinha levado para o lado pessoal, mas eu merecia uma explicação. Eu
disse a ela o máximo e voltei para o bar para pegar as bebidas, sentindo
um pouco de luz nos meus pés quando fiz isso. Quase parecia normal
voltar a server coquetéis.
Lucian estava no bar, de costas para ele, com um olhar semicerrado
enquanto me observava chegar até ele. Nivelou os olhos da meia-noite
em mim e minhas partes femininas perceberam, mesmo que eu as
instigasse a se comportarem. Esse cara não era para mim, nunca seria.
Vovô usava uma lógica simples quando se tratava de namoro. Se o
ramo era muito alto, você não saltava para ele. Ou ele se curvava ou
você estaria preso pulando no ar parecendo idiota enquanto tentava

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alcançar. Lucian era esse ramo, e eu não estava prestes a começar a
pular.
— Pegue o ritmo. — Ele latiu quando parei na frente dele e virei meu
próprio olhar aquecido em sua direção.
— Estou indo bem. — Respondi de forma irreverente.
— Você levou dez minutos para pegar um pedido.
— E desceu de seu posto de observação elevado para me dizer isso?
— Perguntei quando entreguei a ordem para Vlad sem perder seu
sorriso.
Os olhos de Lucian se moveram sobre mim e tremi com o calor
depositado em suas profundezas escuras. Olhei diretamente para ele e
sorri.
— Você poderia ter gritado; você é o dono do lugar.
— Eu não grito, Lena.
— Talvez você devesse. Se solte, viva um pouco. — Sugeri com um
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sorriso suave, que só parecia irritar ele mais. Algo estava na bunda dele
e isso me incomodou.
Eu estava prestes a comentar sobre isso quando senti Kendra, e
meus olhos se moveram para a multidão que estava entrando no clube.
Kendra estava com as amigas, e eu tive que me lembrar que eu tinha
ido embora por um tempo.
Ela era graciosa, ao contrário de mim. Seu sorriso era sua segunda
natureza, onde eu tinha que me lembrar de sorrir, muitas vezes. Minha
irmã exalava uma confiança; que eu não tinha, ela era dona. Ela
controlou e fez funcionar para si, o que atraiu homens para ela. Seu
cabelo foi puxado para trás, elegante, nem um único cabelo fora do
lugar, e ao contrário da minha fuga rápida do mundo, ela passou o
tempo domando o dela. Sua maquiagem foi feita perfeitamente, sua
pele macia e lisa sem manchas.

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Não tinha ficado em frente ao espelho por cinco minutos e
escorregando um pouco para destacar suas características; ela tinha
usado maquiagem que fazia seus olhos brilharem, e seus lábios
combinavam com o vestido vermelho que se encaixava como uma
segunda pele. Ele abraçou suas curvas, definindo para cada olho
luxuoso que assistia enquanto ela entrava no clube.
Me virei para encontrar Lucian me estudando como eu tinha
estudado Kendra. Ao contrário dos outros no clube, seus olhos
permaneceram em mim. Sorri e olhei por cima do ombro para onde
Vlad tinha minhas bebidas prontas. Me agarrei sobre o bar e peguei a
bandeja quando as luzes se apagaram, e luzes de neon inundaram o
lugar.
Uma mão enrolada em volta do meu braço e me virei e olhei para
Lucian, que continuou a me observar, até que uma luz mais brilhante
começou a subir a parede, destacando as runas que cobriam o teto alto
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dos clubes. A mão de Lucian escorregou e ele estava se afastando de
mim.
Engoli um pouco de arrependimento pela perda enquanto o via se
mover na direção daqueles que tinham acabado de entrar, incluindo
minha irmã. Seus homens o seguiram também. Pisquei na forma como
eles se moviam, como se o tempo e o espaço não tivessem significado.
Meus olhos se esforçavam para segui-los, e não podia.
Eles desapareceram antes de chegarem à minha irmã e aos amigos
dela. Estava tão ocupada piscando, esperando os olhos se ajustarem,
ou fazer algo, que pulei quando os dedos de Vlad gentilmente tentava
fechar minha boca que estava obviamente pendurada aberta.
— Você viu isso? — Perguntei em um sussurro silencioso de choque,
misturado com que merda tinha na bebida que ele me deu? Ácido? Olhei
para ele acusando.
— Viu o quê? — Perguntou ele enquanto me observava de perto.

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— Lucian simplesmente desapareceu, tipo evaporou. Ele se foi. Não
existe mais...
— Ele está bem ali. — Ele acenou para a esquerda e virei a cabeça
e ele estava. Bem no lugar em que ele já esteve antes, se inclinando
todo sexy e foda contra o bar.
— Que merda tinha na bebida que você me deu? — Sussurrei
enquanto meu coração corria.
— Nada. — Disse ele enquanto seus olhos se moviam para Lucian,
e depois voltava para mim.
Peguei a bandeja e me movi pela multidão crescente, colocando
distância entre mim e Lucian. sei o que eu tinha acabado de ver; todos
os seus homens se moveram de uma maneira impossível, que eu tinha
acabado de testemunhar. Ou eu tinha certeza que vi.
Cheguei à mesa onde Kat e Dexter estavam sentados, e coloquei as
bebidas na mesa. Tinha algo errado. Eu podia sentir. No momento em
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que vi Lucian se mover como fez, algo dentro de mim enfiou a cabeça
para fora e gritou perigo. Como bruxas, nos dizem para ouvir a pequena
voz de dentro, que algumas pessoas tão estupidamente ignoravam.
Não podia ouvir uma palavra que Kat ou Dexter me disseram
enquanto meus olhos continuavam a observar Lucian. Como se fosse
se mover de novo, e eu pegaria. Seus olhos consumiram, comandaram
e fizeram meninas normalmente brilhantes se tornarem idiotas. Aponte
no caso, eu.
Fui para outra mesa, tão ocupada a olhar para o Lucian que esbarrei
na Cassidy e no Esquadrão Cadelas do colégio sem querer.
— Vadia. — Cassidy surtou enquanto sua bebida caía em seu colo.
Meus olhos se arregalaram e abaixei a bandeja enquanto pegava
guardanapos de coquetel para limpar seu vestido de seda.
— Sinto muito. — Eu disse distraidamente.

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— Você fez isso de propósito! — Ela gritou e pegou a bebida de
Natalie, e espirrou na minha cara. Limpei a bebida de frutas do meu
rosto e olhei para ela.
— Não fiz isso de propósito. Eu disse que sinto muito. Posso te dar
outro, ou você planeja jogar isso na minha cara também? — Rosnei.
— Por que não sai da cidade? Ninguém quer você ou sua família
perdedora aqui de qualquer maneira. — Ela ronronou, veneno
pingando de cada palavra. — Fuja como sempre fez, vadia.
— Nós estávamos aqui primeiro, Cassidy. Meu lugar é aqui. Você
quer se mudar? Ninguém está te impedindo. — Retruquei.
— Se acha tão especial, Magdalena, mas você não é. Você vai ver. —
Continuou ela.
— Você realmente precisa de algumas frases novas, Cassidy. Você
já usou todas elas antes.
— Acha que pode só voltar aqui e tomar o que quiser; você não
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pode. Minha mãe vai fazer com que você tenha exatamente quem você
merece. — Ela surtou.
— Quem eu mereço? Diga, Cass, como sua mãe pode lidar com isso?
O dinheiro não deve influenciar os anciãos, muito menos com os
ancestrais. Ela também não pode decidir o meu destino. Ela não é tão
alta no conselho. Ninguém, além dos antepassados podem decidir com
quem acabamos de qualquer maneira; não você, não eu.
— Eu já provei que tenho o poder de tirar de você. — Ela fervia.
— Porque você pegou Todd? — Perguntei intencionalmente, meu
coração batendo forte no peito enquanto a raiva fervia dos meus poros.
— Você provavelmente me salvou de cometer um grande erro. Odeio
dizer isso, Cass, mas eu realmente preciso te agradecer por isso.
— E nosso pai? — Ela sorriu friamente.

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Fiz uma pausa e pisquei. Puta merda, caralho. Ela era minha irmã...
Oh inferno não. Não aceito isso. Respirei fundo e arquivei essa na pasta
do meu cérebro e rotulei de “Oh para o inferno, não, ela não é” e olhei.
— Ele fez uma escolha. — Surtei, odiando que ela estava cavando
sob minha pele para me irritar.
— Sim, ele nos escolheu. — Ela sorriu.
— Ele escolheu dinheiro. — Respondi facilmente. — Isso não é uma
vitória, e sei como você gosta de saber quem vence entre nós. Cresça,
pegue uma vida, Cassidy e me deixe em paz. O ensino médio acabou;
agora somos adultas.
Sai da mesa antes que ela pudesse cavar mais fundo, e empurrei
Lucian que eu nem tinha percebido que estava atrás de mim. Eu
precisava de distância entre mim e aquela vadia vingativa antes de
acabar fazendo algo estúpido. Senti minha irmã antes de ver ela,
sabendo que ela estava sentindo minhas emoções através do vínculo, e
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indo para o bar para me interceptar.
— Merda, o dobro do meu prazer, tem duas de vocês, lindas. — Vlad
riu.
— Kendra. — Eu disse quando minha irmã se juntou a nós.
— Que merda te irritou? — Perguntou ela com uma carranca.
— Estou bem. — Suspirei enquanto olhava para ela. — Você está
deslumbrante esta noite.
— Cala a boca e desembucha. Eu senti isso, a vontade esmagadora
de bater um bebê foca? Quase esbofeteei Todd, era tão forte. Alguma
coisa ou alguém te irritou.
— Cassidy estava só explicando como eu deveria sumir. —
Murmurei e entreguei o próximo pedido para Vlad, que parecia um
pouco interessado demais na conversa.
— Não dê ouvidos a Cassidy, ela é só amarga. — Disse Kendra
suavemente enquanto colocava a mão na minha bochecha.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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— Ela estava só sendo a cadela irritante que é, e contando suas
vitórias, você sabe, sendo a doce Cassidy que todos amamos. — Rosnei
e franzi a testa ao som dele.
Estava mais chateada com o que ela disse do que percebi. O fato de
ela se dar melhor do que nós também foi surpreendente. Ainda assim,
depois de todo esse tempo e sabendo que ela não fazia parte do Coven
original, ela e sua mãe lutaram com unhas e dentes para assumir
porque achavam que estavam acima de nós.
— Ela só é ciumenta, você sabe disso. — Respondeu ela com uma
carranca preocupada. — Ela está tentando te irritar. Não deixe ela
vencer, Lena.
— Esse é o problema, Kendra. Não é mais um jogo. É como se ela
ainda estivesse no Ensino médio.
— Cassidy nunca deixou o Ensino médio. Ela ainda é a garota rica
e egocêntrica que sempre foi. Mas você tem o que ela não pode comprar,
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o que alimenta sua raiva e ciúmes.
— Sei disso, mas se não notou, sua mãe está firmemente plantada
no círculo dos anciãos. Desde quando um estranho distribui punições?
A mãe dela faz isso desde que eu estava no Ensino Médio. Ela pode não
ter a linhagem, mas ela tem poder. — Murmurei.
— Ela deve ter comprado um assento no conselho; nossa mãe
ganhou o dela. — Ela respondeu com um sorriso perverso.
Lucian estava no fim do bar, me observando. Kat e Dexter se
moveram atrás de nós. Dei um pequeno sorriso e olhei ao redor do
clube, que tinha preenchido. A música estava bombeando para fora dos
alto-falantes, sedutora e atraente com o ritmo lento da música que
tocava.
Eu sabia que deveria pegar mais pedidos de bebida, mas precisava
de um momento. Se fosse possível depois do encontro com Cassidy, eu
precisava encontrar meu lugar calmo. Culpei o dinheiro da mãe dela.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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Provavelmente tinha arruinado qualquer chance dela ser remotamente
humana.
— Ei, isso precisa ir para aquela mesa. — Disse Vlad, acenando
brevemente para uma mesa antes de me entregar uma bandeja com
algumas bebidas. Sorri educadamente e aceitei a bandeja de bebida,
me virei, e a música parou. Avancei alguns passos e parei frio quando
uma voz familiar soou do palco.
— Esta é dedicada às minhas irmãs. — Disse a voz de Joshua, e
senti meu estômago cair. A bandeja quebrou no chão, e todo o sangue
saiu do meu rosto.
— Não. — Sussurrei horrorizada com a voz familiar.
— Joshua! — Kendra gritou e todo o clube ficou em silêncio
enquanto as bruxas ao nosso redor paravam, e finalmente percebiam
o que tinha acabado de acontecer.
— Não, Kendra. — Avisei enquanto me virava, me esquivando do
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vidro para chegar até ela. Empurrei ela para trás enquanto avançava.
— Ele está morto; Joshua está enterrado. Isso... o que quer que seja,
não é nosso irmão. De jeito nenhum pode ser Joshua.
— Preciso que você mantenha ela aqui. — Implorei para Dexter e
Kat, e observei qualquer um se afastando do palco através da grande
multidão.
Ela lutou contra as emoções; sua vontade esmagadora de correr
para Joshua empurrando através de mim. Eu me movi pela multidão.
Fiz uma pausa quando ele se virou para olhar para mim. Uma
réplica perfeita do meu irmão morto. Lágrimas me cegaram, mas eu
sabia melhor. Enterrei meu irmão. Ele começou a se mover através da
multidão em direção às portas, e eu corri para bloquear sua saída.
— O que você é? — Gritei quando me aproximei o suficiente do
impostor.

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— Lena. — Ele cumprimentou genialmente, seus olhos azuis de gelo
estreitando em mim. — Não conhece o próprio irmão quando vê ele?
— Enterrei meu irmão. — Rosnei. Magia? Poderia ser, mas
glamorizar uma imagem estava além de qualquer coisa que
pudéssemos fazer. — Você não é meu irmão. — Continuei mantendo
ele falando enquanto me aproximava.
— Ele disse que você seria difícil de convencer. — Ele repreendeu
com um sorriso meio engatilhado. Eu adorava aquele sorriso. Meu
irmão fazia isso muitas vezes enquanto me ensinava a trabalhar no
carro dele. — E pensei que você seria a mais fácil. Considerando quanto
tempo vocês dois passaram juntos.
Táticas. Ele estava usando coisas que eu amava sobre meu irmão
contra mim. Engoli quando me aproximei dele.
— Você não é meu irmão.
Queria que ele admitisse.
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Precisava do que fosse para se mostrar.
Seu verdadeiro eu.
Desci, bati com o pé na bota com um chute na bala. Pegou ele de
surpresa, ele caiu no chão. A sala inteira estava nos observando.
— Meu irmão me ensinou isso; se você fosse ele, você estaria pronto
para isso.
Ele saltou fluidamente; seus olhos se estreitaram enquanto me
observava de perto.
— Bom movimento. — Ele rosnou enquanto alcançava o bolso e
pegou uma faca. Abriu a lâmina e abriu os braços. — Eu também
conheço alguns, irmã. — Ele provocou com o mesmo sorriso.
— Não sou sua irmã. — Virei para o lado enquanto ele cortava o ar.
Repeti, me esquivando de seus movimentos. Eu não tinha uma arma,
o que não era uma coisa boa. Não que soubesse o que fazer com uma.

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Chutei o braço dele, sem me importar em mostrar a todo o clube
que eu estava usando uma meia cinta liga sexy. A faca foi viajando pelo
ar e o cara pulou em mim. Virei a tempo dele me abraçar por trás. É
estúpido. Eu não podia dar uma cotovelada nele, então comecei a
baixar meu peso, forçando ele a afrouxar o controle que tinha em mim;
ele me deu espaço suficiente para manobrar meu braço em torno da
parte de trás de seu pescoço. Me inclinei, puxando o pescoço dele
comigo e usando meu equilíbrio para virá-lo sobre minhas costas. O
movimento o pegou desprevenido, facilmente virando até que ele caiu
no chão na minha frente. Um movimento defensivo que Joshua
também me ensinou.
— Ele me ensinou isso também. — Rosnei enquanto me movia para
chutá-lo, só para ele desaparecer antes que meu pé pudesse fazer
contato. — Onde é que ele foi? — Exigi dos espectadores ao meu redor.
Muitos deles eram do nosso Coven, e eles tinham acabado de me ver
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lutando com meu irmão morto.
— Você fez ele sair! — Kendra chorou enquanto se dobrava nos
braços de Dexter. Senti cada soluço, sabia a dor da perda que sentia.
— Eu gostaria que você nunca mais tivesse voltado! Ele estava aqui, e
você fez ele sair!
Levei um soco no intestino, caralho. Essa doeu.
Caminhei para as portas lentamente, e abri, e no momento em que
fiz, algo explodiu no estacionamento. Assisti, como se estivesse em
câmera lenta. Eu estava congelada, incapaz de fazer algo; além de
assistir quando explodiu.
Num minuto eu estava na porta, vendo estilhaços voarem em minha
direção, e no outro eu estava no chão, com Lucian me cobrindo
enquanto ouvia metal e outras coisas baterem na lateral do prédio,
assim como algumas pessoas dentro do clube.
— Lena, respire. — Lucian sussurrou contra meu ouvido.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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Eu não queria. Queria Joshua de volta. Queria estar com ele.
Kendra ficaria bem sem mim. Eu sabia que ela não queria dizer isso;
eu sabia que ela tinha sentido o que eu senti. Ainda está doendo. Ainda
parecia que algo estava embutido no meu peito.
— Caramba, garota, respire! — Lucian assobiou e engasguei por ar.

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CAPÍTULO TREZE
Uma hora depois, fomos levados para dentro do Club Chaos. Eu não
sabia o que pensar ou como me sentir. Aquela coisa parecia exatamente
com o meu irmão. Sua voz era uma correspondência exata com a dele
também. Kat segurou a forma soluçante de Kendra enrolada em seus
braços e Dexter gentilmente esfregou suas costas em um movimento
reconfortante.
Eu estava dormente e insensível, principalmente porque não sabia
o que sentir. Quem era do nosso Coven foi escoltado pelos empregados
de Lucian para uma sala segura, e, felizmente, tinha um pequeno bar
em direção aos fundos da sala. Os outros clientes e empregados que
não pertenciam ao Coven foram enviados para outra sala, que nem
sabíamos que estava lá até que uma porta se abriu na parede, e as
pessoas foram arrastadas para ela.
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Minha mente estava correndo; uma bomba tinha explodido. Lucian
de alguma forma me salvou da explosão, e estava sendo tratado a
menos de 30 cm de mim. Tive alguns cortes e escoriações da explosão;
mas Lucian tinha tomado o pior. Suas costas tinham pequenos
pedaços de metal que tinham cortado sua camisa e embutido em sua
pele. Ele se machucou me protegendo.
Não tive tempo de responder. Pensei que estava morta. Lucian de
alguma forma me protegeu com seu corpo maciço e salvou minha vida.
Como se moveu tão rápido? Parecia impossível, a menos que estivesse
mais perto do que eu pensava enquanto lutava contra aquela coisa.
Eu estava chamando ele de uma coisa; aquela coisa que se parecia
tanto com meu irmão. Ele até cheirava como o meu Joshua. Não disse
uma palavra desde então, porque sabia que se fizesse, desmoronaria.
Eu estava mantendo tudo junto. Mal. Poderia ter sido um Bogey, ou
um Boggart, mas por que um deles estaria aqui, personificando meu

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irmão neste momento em particular era um mistério. Um Fae poderia
facilmente encantar um traje Joshua, mas de novo, por quê?
Tinha conhecido o suficiente sobre Joshua para se vestir e cheirar
como ele. Seus olhos azuis tinham até brilhado com a mesma
travessura que os de Joshua eram muitas vezes preenchidos. Sua pele
de marfim era a mesma cor cremosa que tornava esses olhos mais
vibrantes do que realmente eram. Maçãs do rosto afiadas... era tudo a
mesma coisa. Ele até tinha o mesmo rasgo no nariz, que era de um
acidente que aconteceu quando éramos crianças.
Meus olhos voltaram pra Lucian, que me observava silenciosamente
sem fazer um único barulho enquanto outro pedaço de metal era tirado
de suas costas e fazia um clink quando era jogado em um copo. Linda
trabalhava com precisão hábil, seus olhos só encontravam os meus
quando ela sentia meu olhar pesado.
Foi preciso um estômago forte para remover o metal da carne, e ela
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não parecia chateada ou nauseada. Ela parecia ter feito isso antes, o
que me pareceu estranho. Ninguém deve se sentir bem em cavar metal
fora da carne. Ou qualquer outra coisa sobre esse assunto.
Os olhos de índigo escuros de Lucian permaneceram intensos
enquanto continuava a me observar, como se pensasse que a qualquer
momento eu teria um colapso mental. Ofereci um pequeno sorriso
antes de me virar para Vlad, que também estava me observando com
um olhar preocupado.
— Preciso de uma bebida, por favor. — Sussurrei, sem confiar na
minha voz para não rachar com as emoções que eu sentia.
Toda a sala ficou em silêncio; muitas pessoas me observavam, ou
Kendra, talvez se perguntando por que uma de nós não conseguia parar
de chorar, enquanto a outra estava quase catatônica. Entendi isso. Não
era todo dia que algo entrava parecendo seu irmão morto.
— Escolha seu veneno. — Ele disse gentilmente.

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— Macallan, prateleira superior, Vlad, dois dedos, deixe puro. —
Lucian orientou, fechando os olhos brevemente antes de virar para o
barman. — Para nós dois. — Finalizou.
— Cinquenta e cinco ou mais jovem? — Perguntou enquanto seus
olhos se moviam para mim, e então Lucian.
— Cinquenta e cinco. — Lucian respondeu e moveu os olhos de volta
para os meus. — Se ela puder lidar com isso. — Sua tonalidade fez uma
declaração ao invés de uma pergunta.
— Posso lidar com isso. — Sussurrei, mal audível aos meus próprios
ouvidos.
Vi Vlad recuperar a garrafa linda, que foi moldada para levá-lo de
volta ao velho mundo, quando era um luxo ter e possuir uísque fino.
No momento em que ele tirou o decantador de cristal e removeu a
tampa ornamentada, meu nariz estava cheio com a fragrância de
especiarias esfumaçadas. Vi como ele cuidadosamente derramou o
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líquido âmbar escuro, em seguida, empurrou o vidro em minha direção.
Eu levantei, rodei o uísque e trouxe até o nariz para inalar a beleza
perfumada do uísque de 55 anos. Eu não gostava de diferentes tipos
de uísque, mas sabia que era uma bebida cara, e muito procurada por
aqueles com meios para obter as coisas mais extravagantes da vida.
Tomei um gole, e rodopiei na boca. Gostei da queimadura; o leve
sabor de cítricos foi uma surpresa, mas tinha um gosto muito melhor
do que eu esperava. Não é algo que eu pagaria, mas foi uma experiência
bastante legal à luz de tudo.
Tomei outro gole e me virei para assistir quando os anciãos foram
trazidos, com minha mãe seguindo atrás deles. Por que eles vieram até
nós ao invés de nos levar para a segurança da abadia? Observei
enquanto minha mãe procurava por mim, em seguida, rapidamente
procurou por Kendra na multidão.

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No momento em que ela nos encontrou, o alívio suavizou suas
feições. Ela se moveu para Kendra e eu segui. Eu tinha acabado de
chegar a elas quando Kendra se jogou nos braços da mamãe e começou
a retransmitir o que tinha acontecido.
Fiquei em silêncio até que a última explicação emocional de Kendra
tinha jorrado para fora. Lágrimas encheram os olhos da nossa mãe, e
engasguei minhas próprias emoções.
— Joshua não pode estar vivo. — Minha mãe disse baixinho para
Kendra. — Eles enviaram o corpo do seu irmão para casa para nós.
— Poderia ser ele! Só porque o Exército disse que era ele, não
significa que não cometeram um erro! — Kendra chorou.
— Enterramos Joshua — eu sussurrei.
— Você não pode saber disso! Ninguém pode dizer isso com certeza.
— Enterramos Joshua. — Repeti com mais firmeza. — Sei que foi o
corpo dele que enterramos, Kendra.
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— Você precisa parar, você viu ele! Era Joshua!
— Não era Joshua, caramba, Kendra, eu sei que não foi Josh porque
abri aquele caixão e vi o que sobrou dele. Vovó até fez o feitiço para ter
certeza que era ele! Nós nos certificamos que era Joshua naquele
caixão!
A sala inteira engasgou e não me importei.
— Magdalena, ele foi morto por uma bomba. — Sussurrou a mamãe,
tristeza colorindo suas palavras para entender exatamente o que eu
tinha visto naquele caixão.
— Eu sei, confie em mim, eu sei. Tínhamos que ter certeza, então
fiz o que tinha que fazer e implorei à vovó para fazer o feitiço por mim.
Os resultados do feitiço foram conclusivos, e nunca é errado. Era o
corpo de Joshua naquele caixão. Ele está morto. Seja o que for, não foi
nosso irmão, Kendra. Nós enterramos o verdadeiro. Nenhum erro foi
cometido, não tem dúvida. Joshua está morto.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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Kendra começou de novo, mas a mãe a impediu.
— Ela está certa, não discuta isso. Estávamos perdidos em luto.
Esse não é o problema agora, Kendra. Precisamos descobrir o que está
se passando por Joshua, e...
— Fiona, diga a elas. — Vovó interrompeu suavemente enquanto
colocava uma das mãos enrugada no ombro da mamãe. — Elas
precisam saber. Você sabia que eventualmente elas teriam que ser
avisadas. Agora é a hora.
Um frio subiu minha espinha quando me virei para minha mãe e
estreitava meus olhos.
— Nos dizer o quê?
O que ela poderia nos dizer agora que nos deixaria mais perto de
descobrir o que era aquela coisa?
— Mãe? — Perguntou Kendra enquanto se sentava ao lado da minha
mãe.
154 154
— Eu tinha 18 anos quando me tornei elegível para a cerimônia do
Despertar. Meu marido foi escolhido pelos ancestrais na cerimônia da
Colheita. Ele era um homem forte, poderoso. Seu nome era Drake, e ele
era do Coven original. Nove meses depois eu dei à luz lindos meninos
gêmeos e me alegrei.
Fiquei branca. Gêmeos?
— Assim como qualquer mãe faria, eu amava meus filhos. Eram
bebês lindos, mas quando Benjamin e Joshua envelheceram, notamos
uma mudança em Benjamin. Aos dois, ele estava lançando magia,
muito mais magia do que uma criança deve ser capaz de fazer antes de
uma cerimônia de Despertar; mas então, seus acessos de raiva
tomaram um rumo perigoso. Ele voava em ataques de raiva sobre
Joshua brincando com seus brinquedos. Tivemos uma cachorrinha
que foi dado aos dois meninos e encontramos a coitada cortada, com
quase nada sobrando dela. No começo, inventei razões para as coisas

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acontecerem. Aos três, encontrei Joshua com um saco na cabeça, e
pequenos cortes por todo o corpo. Percebi que não era mais seguro, e
tive que escolher entre deixar Joshua viver ou continuar negando a
escuridão que eu podia ver crescendo dentro de Benjamin. Levei
Benjamin para vidente na floresta e ela rapidamente viu o que eu estava
negando. Benjamin nasceu da escuridão e Joshua da luz. Levei Joshua
aos vizinhos, e voltei para casa para passar a noite sozinha com
Benjamin antes de ter que mandá-lo embora. A escuridão não pode
viver na luz, e Benjamin teria matado Joshua eventualmente. Qualquer
criança que nasce com a escuridão é dada à Aliança, pois eles estão
melhor equipados para lidar com isso. Este Coven não é diferente dos
outros; não permitimos que a escuridão cresça dentro de nossas
fileiras. Fiz o que tinha que fazer. Removi todas as evidências dele de
nossas vidas; fotos, brinquedos, qualquer coisa que pudesse provar que
ele existia foi apagado.
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— Como sabe que ele não mudaria? Ele tinha três anos! — Fervi. —
Você jogou fora, como poderia? E nós? — indiquei a mim e a Kendra.
— E se fosse nós, você me jogaria fora também, mãe? — Exigi.
— Levei você e sua irmã para o mesmo vidente que vive na floresta.
Quando você tinha três anos, nós te levamos de volta para a vidente e
ela disse que você era luz pura, mais brilhante do que qualquer um que
ela tinha visto antes de você. Você e Kendra eram inseparáveis, ao
contrário de Josh e Ben; eles não se uniram. Eles brigaram por tudo.
Benjamin não era uma criança feliz. Ele era mal-humorado e escuro.
Ele tinha nascido errado.
— E pegou a palavra de uma bruxa maluca na floresta que diz ser
vidente? Tem alguma ideia de como isso soa louco? — Perguntei.
— A bruxa nos serve. Ela é a vidente da escuridão e da luz. Ela é
cega, e ainda assim vê melhor por causa disso. — Disse minha avó
enquanto me observava. — Algumas crianças nascem com uma

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escuridão que vai matar a luz só para que possam permanecer nas
sombras. Não é culpa deles. É assim que eles nascem. Este Coven foi
construído para manter a magia da luz. — Continuou ela enquanto
colocava a mão no meu ombro. — A escolha de sua mãe não foi fácil;
ela desistiu de uma criança para salvar a outra.
— Será? Porque me parece que ele está de volta e está um pouco
empenhado em toda essa coisa de ser chutado para a porra do meio-fio.
Duvido muito que ele esteja aqui para uma reunião de família.
— Magdalena. — Minha avó avisou.
— É a verdade. Não posso imaginar como é saber que fui
abandonada por causa do que você assumiu que eu era. Só porque você
pode sentir a escuridão não significa que você tem que aceitar ela. Ele
poderia ter sido ensinado a combater.
— Ele nasceu com ela. Você não pode impedir de crescer se eles não
tiverem idade suficiente para lutar contra isso. Ele estava se tornando
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poderoso; muito mais do que Joshua era ou qualquer outra criança
para esse assunto.
Parei de falar, porque sabia que não poderia ter sido fácil, e estava
pulando para a defesa de um estranho. Estava sendo dura, mas sentia
por ele. Eu podia entender por que ele estava com raiva. Eu podia ver
que ela acreditava que precisava proteger seu filho, ambos, e para fazer
isso, ela fez um sacrifício que nenhuma mãe deveria ter que fazer.
— Sinto muito. — Eu disse baixinho, mas enquanto ela me
abraçava, recuei. Eu não tinha certeza do porquê, ou do que eu estava
fazendo. Essa informação mudou tudo para mim. Cada memória que
crescia tinha um novo significado. Todos os medos do Coven sobre mim
e Kendra. Eles tinham boas razões para temer por nós, e o que nos
tornaríamos quando fossemos adultas. — Você deveria ter nos dito.

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— Eu queria, mas queria que você aproveitasse esse tempo. É sua
hora agora, não é hora de nos preocuparmos com algo que você não
pode mudar.
— E se for ele levando as outras? As bruxas desaparecidas? —
Perguntei, e sabia que ela ainda não tinha somado. — Ele sabe a quem
pertencia; Ele reconhece que Kendra e eu somos suas irmãs. Isso não
foi um palpite; ele veio aqui por uma razão.
— Talvez a curiosidade o trouxe aqui? — Disse minha mãe com um
olhar esperançoso em seus olhos que eu não podia suportar ver.
— Tenho certeza que a curiosidade fez ele puxar uma adaga para
mim também.
— Ele tentou te machucar? — Ela engasgou e cobriu um soluço com
a mão.
— Ele não me machucou, mas detonou uma bomba. Então, se você
está perguntando se ele é capaz de assassinato, meu palpite seria sim.
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— Esfreguei a testa enquanto tentava repetir tudo. — Para qual Aliança
ele foi enviado?
— Eu não sei, Drake o levou embora antes que o Coven pudesse e
eu nunca mais vi nenhum deles de novo. — Disse ela e se recompôs.
— A bagunça é minha, Lena, não sua.
— Não é só sua. Somos uma família, ficamos juntas. Se fizermos
uma bagunça, limpamos juntas. Tem mais alguma coisa que você
deixou de fora? — Eu estava cansada, dolorida e chateada.
A razão pela qual Benjamin parecia, falava e cheirava como meu
irmão, foi porque ele era. Rejeitei ele sem saber. Envolver meu cérebro
em torno de Joshua ser meu meio-irmão teria que esperar por mais um
dia. Eu estava dormente; não queria sentir ou ouvir as respostas.
Queria esquecer que hoje tinha acontecido. No momento em que Helen
começou a adicionar sua entrada, eu queria gritar.

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— Fiona, esta é a bagunça em que você meteu esse Coven. — A voz
condescendente de Helen era alta o suficiente para que toda a sala
pudesse ouvir.
— Helen. — disse minha avó, seu tom carregando um aviso.
— Sara, posso não ser de uma das linhagens originais, mas pelo
menos não tenho esqueletos escondidos no meu armário.
— Ele não deveria saber de nós.
Todos olharam para minha mãe, e as próximas palavras de Helen
partiram meu coração.
— Bem, ele sabe, e agora nossos filhos estão sumindo por causa do
seu!
— Helen, cale a sua maldita boca, você tem que se meter na porra
do negócio de todo mundo, chega! — Gritei. Relâmpago rachado do lado
de fora, seguido quase simultaneamente por um trovão. — Você não
tem direito! Nenhum. — Continuei sentindo a tempestade vindo através
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de mim. — Ouviu o que ela disse; quer alguém para culpar? Culpe o
Coven. — Fervi e toda a sala engasgou. — Eles disseram a ela o que
fazer e foram eles que permitiram que Drake levasse o bebê ao invés de
fazer eles mesmos. Ela fez o seu trabalho; deu seu filho. Pergunte ao
Coven como diabos ele descobriu isso. Se eu tivesse que adivinhar,
acho que o pai dele contou a ele.
— Você não...
A luz colidiu contra algo sólido, perto o suficiente do clube para que
o poder piscasse e escurecesse; na segunda queda, ele voltou e eu
estava a centímetros de Helen.
— Eu tenho todo o direito. Ela é minha mãe, minha. Você não pode
apontar dedos e julgar ela por que algo deu errado que estava fora de
seu controle. No momento em que Drake levou o bebê com a bênção do
Coven, sua parte foi feita. Quer julgar ela? Entre na fila. Quando for
sua vez, é melhor ter fatos que possam levantar a boca. Nós não

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julgamos, nós aceitamos. Nós somos um; quando se está em apuros,
muitos atendem ao chamado para ficar ao lado deles. Não é isso que
todos vocês pregam para nós, ou comprar o seu caminho para o
conselho dos anciãos lhe deu o direito de deixar de manter no mesmo
padrão?
A sala inteira deve ter estado segurando a respiração. Eu não tinha
certeza de onde isso tinha vindo, mas eu tinha sentido um estalo
poderoso dentro de mim, e antes que eu pudesse me parar, eu tinha
gritado com Helen. Sobrecarga emocional, eu percebi; a mente para de
processar e começa a expulsar as coisas quando está tentando
compartimentar. Como aprender que você tem um irmão, e descobrir
que a vida não era preto no branco.
Me lembrei que meu avô tinha me dito coisas assim; que a mente
pode suprimir eventos. Se ele não pode aceitar, ele não reconhece.
Também me disse que às vezes sacrifícios tinham que ser feitos para o
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bem maior e que antes de me tornar juiz e júri, eu precisava parar e
ver se minha mente poderia processar ou se rejeitou. Se não aceitasse,
eu não poderia julgar.
Você não podia julgar algo que não entendia.
Olhei para minha mãe e percebi algo que ela não disse,
provavelmente algo que ela nunca verbalizou. Ela não só enterrou um
filho quando enterramos Joshua, como enterrou os dois. Seus
murmúrios em seu sono repetiram através da minha mente e senti
lágrimas encherem meus olhos. Ela enterrou os dois, porque Joshua
manteve Benjamin limpo e puro para ela. O destino não era cruel; às
vezes ela era uma cadela desagradável.
Olhei ao redor da sala, encontrando Kendra me observando, mas eu
não tinha sentido que a sua raiva já tinha diminuído e sua mente
estava trabalhando horas extras. Ela queria ver se o nosso outro irmão

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era tão ruim quanto eles disseram, e perguntar se ele estava por trás
das meninas desaparecidas.
— Kat, Dexter, se certifiquem de que ela não saia a menos que esteja
com minha mãe ou minha avó. — Eu disse, ignorando os outros que
estavam escutando os anciãos enquanto tentavam formular um plano.
Passei por Lucian, abri a porta externa e entrei no clube principal.
Tinha buracos nas paredes, que estavam deixando os últimos poucos
raios de luz do dia.
— Onde você acha que está indo? — A voz de Lucian me parou.
Me virei e olhei para sua camisa que estava coberta de manchas de
seu sangue.
— Vou sair e ver se perdi outro irmão naquela explosão, e se ele
estiver lá fora e por algum milagre ainda vivo, perguntar o que ele quer.
— Ok, vá na frente. — Disse ele.
— Não preciso que você venha comigo.
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— Se ele não está aqui para fazer amigos, então está aqui para fazer
o mal. Ele detonou uma bomba e destruiu meu clube. Eu gostaria de
saber por quê.
— Tudo bem, mas pode esperar até que eu termine. Preciso
perguntar algumas coisas, e se ele pode desaparecer como fez dentro
do clube, eu não quero que ele fique assustado.
— Tudo bem. — Ele concordou com os olhos me devorando.
— Pare de me olhar assim.
— Como o quê? — Perguntou suavemente, seus olhos deslizando
para meu vestido arruinado, que foi arrancado da explosão, e coberto
com nosso sangue.
— Como se quisesse me comer. — Resmunguei e o olhar que dei a
ele deveria ter deixado claro que não era uma boa ideia me provocar
agora.
— Não quero comer você; quero te provar antes de te devorar.

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— Qual é o acordo? — Perguntei enquanto voltava pra enfrentar ele.
— Sem acordos; não sou esse cara. — Ele ronronou enquanto sua
mão se movia lentamente e tocou minha bochecha suavemente. — Me
deixe adivinhar, você quer um príncipe, alguém para tirar você do chão.
— Não preciso ser salva por algum príncipe. — Argumentei. — Eu
tinha o cara doce, o que pensei que queria, mas ele era só um sapo
disfarçado. Não preciso de salvação, resolvo minhas merdas. Não me
estereotipe. Não sou a donzela em perigo. Sou eu quem acha que a
donzela precisa descobrir. Ela precisa se salvar, parar de esperar que
algum idiota usando glitter faça isso por ela.
Ele sorriu, mas era apenas dentes.
— Não pode sequer ver que você precisa ser salva. Hoje, quando a
bomba explodiu, você congelou. Você é fraca. Finge que tem tudo junto
por uma onda de emoção; e tudo o que tem guardado vai se desagregar.
Eu te vejo, Lena. O verdadeiro você, não o exterior duro que mostra
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para todos os outros. Você empurrou o seu verdadeiro “eu” tão longe
dentro de você que não sente nada. Você sente muito, se importa
demais. Deixa pra lá, pela primeira vez em sua vida, pare de tentar
segurar tudo e deixe ir, porra!
— Você está errado. — Me virei e fui para porta. — Conheço minhas
fraquezas.
Ele estava rapidamente se tornando um. O toque dele? Me incendeia
com emoções que nem conseguia entender. Uma noite na cama com
ele? Eu estaria arruinada. Eu sabia, e ele também.
Isso não ia acontecer. Ele poderia continuar sendo um agente livre
e flertar com os outros. Não estava interessada em passar uma noite
com ele; eu não sobreviveria. Tem homens com quem você pode dormir
e se afastar, como o tatuador. Sem apego. Sem doces despedidas pela
manhã. Lucian? Ele arruinaria, me destruiria e destruiria a
sensibilidade de uma garota. Ele bateria nas paredes e destruiria a

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fundação dela. Ele era como uma bola de demolição ao andar, falar, era
muito sexy.
Empurrei a porta aberta e congelei na destruição. Eu não tinha
certeza se o Coven foi capaz de entrar pela frente ou se vieram de outra
maneira. Tinha duas outras estradas que levavam ao clube, e enquanto
eu escaneava os carros arruinados no estacionamento, meu coração
caiu até que eu vi o Baby, estacionado bem no meio de todos os carros
arruinados. Intocado. Impossível.
O ar na frente do carro mudou e engasguei quando Benjamin se
materializou, e senti o toque sutil de magia que deslocou o ar enquanto
ele usava. Além de alguns cortes, não parecia ferido. Ele me observava
de perto, como se suspeitasse de mim. Não culpei ele. Eu também
suspeitaria de mim. Ele levantou um cigarro aceso aos lábios, inalou
profundamente, e exalou fumaça lentamente, seus olhos sem nunca
deixar os meus enquanto eu observava.
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Me afastei do clube, mas Lucian agarrou meu braço e me puxou de
volta.
Seus olhos se fecharam em Benjamin.
— Se ele pode aparecer à vontade, você não deve ir lá fora. Isso não
é um traço típico de bruxo.
— Preciso fazer isso para que Kendra não faça. Ele tem respostas, e
eu quero elas. Também preciso saber se ele está por trás das garotas
desaparecidas. O Coven vai tentar matar ele se acharem que ele é. Eu
preciso ter certeza antes de perder outro irmão.
Puxei o braço para longe de Lucian e me movi lentamente para o
carro; um relâmpago subiu do céu; e teria me batido, se Benjamin não
fosse mais rápido. Ele desapareceu, e nós reaparecemos no carro.
— Me testando, irmã? — Ele zombou. Deixou cair o cigarro no chão
e olhei para baixo, enquanto lutava para ter o controle do meu corpo.

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— O que você acabou de fazer? — Sussurrei quando coloquei uma
das mãos no carro para parar seu balanço.
— Salvando sua bunda. — Ele murmurou enquanto me olhava
lentamente. — Você é tão bonita quanto ele disse que era. Você também
tem um par de bolas de aço. Ele deixou isso de fora.
— Quem? — Perguntei cautelosamente.
— Josh. — Ele resmungou, sem se preocupar em elaborar outra
coisa senão o nome de Joshua.
— Por que você está aqui? — Perguntei.
— Tenho minhas razões — Ele se esquivou, seus olhos azuis
sondando os meus.
— Você sabe quem eu sou, Benjamin.
— Este não é meu nome. Eu sou sujeito B. Criado para matar. —
Sua voz pingava sarcasmo.
— Você veio aqui para ter respostas, para ver por que ela mantinha
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uma, mas não a outra? — Imaginei.
— Eu não dou a mínima para o que ela fez.
— E você encontrou duas irmãs e quer saber por que nós? Por que
ela ficou com nós duas, mas não você?
— Eu disse que não dou a mínima.
— Sim, quero saber o porquê.
— Você não se importa comigo; você quer ele de volta. Vejo nos seus
olhos. — Ele rosnou enquanto se erguia sobre mim, tentando me
assustar.
Estendi a mão para segurar sua bochecha e ele se afastou. Segurei
minha mão perfeitamente imóvel e esperei que ele visse que não
planejava machucar ele. No momento em que ele relaxou, coloquei
minha mão em sua bochecha. A pele dele não era tão macia quanto a
de Joshua e estava fria também. Levantei a outra mão e repeti o
movimento do outro lado, os olhos se fixaram nos dele quando o toquei.

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— Tem razão. Quero Joshua de volta. Você é uma surpresa para
mim. Até hoje, eu não sabia que você existia. — Sussurrei entrecortada
enquanto lágrimas sufocavam minhas palavras. — Sinto falta dele; ele
era minha âncora. Você conheceu ele; O que você acha? — Perguntei e
estremeci quando ele moveu seu rosto perto do meu.
Eu estava preparada para me afastar, mas ele deu um beijo casto
na minha sobrancelha, minha têmpora, e então minha testa e eu
arregalei os olhos. Isso era algo que só Joshua já tinha feito. Ele sorriu
e piscou para mim quando se afastou.
— Ele realmente não se foi.
— O que? — Sussurrei trêmula.
Ele se virou e olhou para a multidão saindo do prédio. Eu queria
que eles desaparecessem. Queria que ele me respondesse. Seus olhos
escanearam a multidão até eu saber que ele tinha encontrado Kendra
e minha mãe e assim, ele ficou frio e suas feições se transformaram em
164 164
uma máscara de raiva.
— Essa é ela, não é?
— Ela não teve escolha. — Defendi minha mãe.
— Todo mundo tem escolha, Lena. Toda escolha tem consequências.
— Respondeu ele enquanto voltava os olhos para os meus. Eles eram
frios, sem vida e vazios de emoção. — Ele não deveria morrer. Era para
ser eu. Ele estava fraco, cheio de esperança de que eu pudesse ser
salvo. Não siga seu caminho; algumas pessoas não podem ser salvas.
— As garotas, as que estão faltando? — Sussurrei, insegura que
queria sua resposta.
— Não vim aqui por mim. — Disse ele. — Não quero estar aqui. Não
peguei nenhuma garota. Olhe mais perto do seu próprio mundo fodido.
A escuridão está vindo atrás de você, ou eu não estaria aqui. Eles não
podem te salvar do que está por vir; só você pode. Pare de confiar no

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que vê e ouve, e comece a olhar mais fundo. Se prepare para o que está
por vir, porque ninguém mais está seguro disso.
Ele desapareceu de novo, mas desta vez, senti seus lábios tocarem
minha testa e sua voz passar pela minha mente.
— Você deveria ter ficado escondida, doce irmã, pois os monstros
estão em toda parte.
— Benjamin. — Sussurrei.
Ele tinha ido embora, e suas últimas palavras repetidas através da
minha cabeça. Monstros? Que merda estava acontecendo? Como ele
tinha desaparecido e como ouvi ele? Telepatia? Era outra das
habilidades dele.

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CAPÍTULO QUATORZE
Me deitei no sofá, feliz por escapar do Coven por um tempo e ficar
sozinha no silêncio da casa de campo. Velas banhavam a pequena sala,
lançando sombras nas paredes. Ouvia enquanto o Coven e os anciãos
falavam sobre quão perigoso era o “estranho”. Ouvi atentamente
enquanto Kendra soluçava, grandes soluços de cortar o estômago. Fui
olhada e julgada por aqueles que me achavam sem coração por me
manter inteira.
Era o que eu estava fazendo; eu estava segurando minha merda, por
pouco. Lentamente me levantei e comecei a me mover para outra sala,
dormente, em parte em choque, em parte em negação. Seria muito mais
fácil se ele fosse Fae ou uma das outras criaturas especuladas. Não,
era um irmão secreto. Segredos sempre tiveram um jeito de voltar para
te morder.
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Minha mãe desmoronou depois que deixamos o Club Chaos e a
trouxemos de volta para o ambiente mais familiar da casa principal.
Me estripou ver ela em tal estado. Segurei sua forma de balançar até
que se acalmasse, e de alguma forma consegui não desmoronar junto.
Ver Benjamin encostado no carro de Josh foi difícil, principalmente
porque eu queria correr para ele, jogar meus braços em volta dele e
recebê-lo em casa. Só tinha um problema. Eu queria dar as boas-
vindas ao Josh, não ao Ben.
Tirei o suéter e deixei cair no sofá, pulando quando uma batida
suave soou na porta da frente. Meu coração saltou na garganta quando
considerei quem poderia estar do outro lado. Provavelmente era
mamãe, precisando de alguém para confortar ela. Estava mentalmente
drenada e não tinha mais nada para dar. Eu podia sentir as rachaduras
ficando maiores e se espalhando como teias de aranha dentro de mim.
Me movi lentamente, destranquei a porta e puxei para abrir. Meus

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olhos se concentraram em um peito enorme, antes de se mover
lentamente para cima.
Os olhos da meia-noite se encontraram e se trancaram com os
meus.
— Eu queria ter certeza de que você estava bem. — A mão dele se
moveu antes que eu pudesse deter. Ele tocou minha bochecha
suavemente até que me afastei do calor que seus dedos ofereceram.
— Estou bem. — Minha voz era suave e eu não confiava nela para
não quebrar e dar a ele a verdade do meu frágil estado de emoção.
— É do meu entendimento que quando uma mulher diz que está
bem, ela geralmente está sentindo o oposto de bem.
Ele se mudou para dentro sem convite enquanto eu o observava.
— Na verdade, eu estava indo para a cama. — Menti.
— Mentirosa; você deve trabalhar nisso. — Lucian sorriu enquanto
se sentava na cadeira e voltei para o sofá.
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— Trabalhar em quê, mentindo? — Perguntei.
— Se você insiste em mentir, sim. — Rebateu com um sorriso suave
enquanto se inclinava para a frente com os cotovelos descansando
casualmente nos joelhos enquanto me estudava.
Bufei, o que não era muito educado, mas depois do meu dia, eu não
me importei.
— Sério, estou bem.
— Porque essa frase em particular me incomoda. — Respondeu ele.
— É uma cortina de fumaça, um placebo que permite que você esconda
o que realmente sente de si mesmo e daqueles ao seu redor. Você
parece usar muito essa palavra “bem”; nem tudo está bem. Essa dor
que esconde, mostra em seus olhos quando você acha que ninguém
mais está olhando. — Respondeu facilmente, com os olhos sondando
os meus para uma reação. — Assim como sua primeira vez, não foi
bom. Foi uma decepção. Você não poderia ter gostado de sexo sem

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emoções no fundo de um carro. Você precisa erradicar essa palavra de
seu vocabulário.
— Qual é o seu negócio? Por que se importa? E o que tem de errado
em julgar algo bom? As pessoas fazem isso o tempo todo.
— Você precisa de alguém que não tenha medo de ser duro com
você. Precisa de alguém que possa apagar a conexão entre a palavra
bom e sexo da mente, e impedir que a palavra passe pela sua cabeça
quando você pensar em sexo. Palavras como “totalmente destruída”,
“sacudir o pau” e “nunca mais a mesma merda” devem estar lá.
— Porque transar com você não ficaria bem? O negócio é o seguinte:
quem é você para me ensinar? Talvez eu goste das coisas do jeito que
elas são. — Argumentei.
Ele sorriu e mandou um arrepio correndo pela minha espinha. Mude
de assunto!
— Como você me pegou tão rápido hoje à noite? Você nem estava
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perto de mim quando a bomba explodiu.
— Eu estava bem ao seu lado. — Disse ele suavemente, com os olhos
fechados com os meus, quase me desafiando a contradizer.
Ele pensou que eu era estúpida ou ingênua?
— Besteira; talvez você deva praticar mentira. Não sou a única que
é ruim nisso.
— Eu estava ao seu lado, Magdalena.
— Não, não, não. Você não estava ao meu lado. Quando você está
perto de mim, meu corpo reage, e ele não reagiu.
— Ele reage? — Perguntou ele com um sorriso meio torto. — Diga,
Lena, como isso reage a mim?
— Violentamente. Como que, eu fico violenta com a necessidade de
te colocar em seu lugar. — Talvez violento com luxúria, mas ele não
precisava saber disso.
— E por que isso? — Perguntou ele.

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— Não sei. Só sei que não estava próximo de mim, mas de alguma
forma me salvou. Então, obrigada por isso. O que eu realmente quero
saber é por que você, alguém que possui clubes de luxo na Costa Oeste;
está tão interessado nesta cidade. Você comprou algo que pertence à
minha família, por quê?
— Sou um homem de negócios. — Disse ele casualmente enquanto
se encostava na cadeira.
— Então você comprou porque pegar a loja de alguém que está em
sua família há gerações é só um bom negócio? — Vi o rosto dele fechar
toda a emoção. Bom, eu atingi um nervo.
— Sua mãe se aproximou de mim e me fez uma oferta. — Sua voz
estava quieta, me forçando a me esforçar para ouvir. — Não pedi, mas
também não vou devolver para você. Não cheguei onde estou
comprando investimentos só para devolver sem ter algum tipo de lucro.
Entendi a sua lógica, mesmo que não fosse o que eu queria ouvir,
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mas era verdade, e se ele era alguma coisa, era um homem de negócios.
Levantei, com a intenção de expulsar ele, mas sua presença me deu
conforto, o que não deveria.
— Vou fazer um chá, gosta de algum? — Perguntei.
— Qualquer coisa mais forte? — Perguntou ele e entendi. Foi uma
longa noite. Seu clube tinha sofrido danos, embora não tanto quanto
se poderia pensar que deveria ter suportado com uma bomba
explodindo tão perto dele.
— Acho que ainda tenho vinho, ou um pouco de uísque do vovô. —
Ofereci.
— Uísque para mim. — Disse ele quando se levantou e me seguiu
até a cozinha.
Senti um pulso elétrico quando ele se aproximou de mim e levantei
os olhos para o dele, que parecia me consumir. O homem enviou
vibrações que pareciam entrar no meu sistema e encontrar as

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terminações nervosas. Minha respiração ficou rasa, e meu coração
bateu mais rápido.
Não, ele não estava perto de mim no clube, ou eu teria sentido a
mesma reação física que eu estava tendo com ele agora quando a
bomba explodiu no clube. Estar perto de Lucian era como estar do lado
de fora em uma tempestade enorme. Ele era o proverbial olho da
tempestade. A parte que te embala numa falsa sensação de segurança
enquanto a tempestade gira ao redor, sabendo que a qualquer
momento, a parede do olho vai se libertar e destruir você. Meu corpo
tremia em silêncio e antecipação da sua proximidade, e me afastei dele,
como se colocando distância entre nós ajudasse, e não foi assim.
Eu dei as costas pra ele enquanto entrava na cozinha pequena, e
me abaixei para remover um dos assoalhos, revelando o antigo porão.
Ele provavelmente nunca tinha visto nada parecido, não em sua vida
do Riquinho7. Peguei o vinho e uma velha garrafa de uísque e os
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coloquei de lado no chão antes de recolocar a tábua.
— Esta casa deve ser mais velha do que eu pensava que era. —
Reconheceu. — Você não vê mais muitos dos porões dos velhos tempos.
— Meu tataravô construiu este lugar antes de construir a casa
principal. — Murmurei quando abri a pequena geladeira e entrei no
pequeno freezer para recuperar uma bandeja de gelo. — Você prefere
puro ou com gelo? — Perguntei.
— Puro. — Ele respondeu baixinho enquanto estava encostado na
porta. Ele dominou a sala; como se ela já não fosse pequena o suficiente
e agora parecia ainda menor.
Enfiei a mão no armário, peguei duas xícaras e servi as bebidas
antes de virar para entregar a ele. Lucian não estava mais na porta,
estava atrás de mim. Nem tinha ouvido ele se mexer, não até que ele

7 Riquinho Rico é um personagem de quadrinhos americanos da Harvey Comics lançada em setembro de 1953, e foi criado por Alfred
Harvey e Warren Kremer. Richie é o único filho de pais fantasticamente ricos e é garoto mais rico do mundo. Em 1994 foi lançado um
filme do mesmo nome estrelado por Macaulay Culkin e muito famoso no Brasil com suas inúmeras exibições na sessão da tarde.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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colocou sua bebida de volta no balcão minúsculo, pegou a minha da
minha mão e colocou ao lado da dele.
— Devemos voltar pra sala da frente. — Ofereci, odiando que minha
mente estivesse indo para lugares que não tinham nada a ver. Não com
esse homem.
— Devemos. — Perguntou sem realmente questionar. Ele tocou meu
ombro nu, onde um hematoma vermelho se formou. Fechei os olhos
quando a sensação do seu toque me levou a exceder. Minha respiração
ficou rígida, quase tão rígida quanto meu corpo. Sua boca abaixou e
ele deu um beijo suave na pele exposta, antes de se afastar e olhar para
mim com aqueles olhos pecaminosos.
— Deveríamos. — Sussurrei.
Ele sorriu e inclinou a boca mais perto da minha. O cheiro de uísque
estava em seus lábios, e eu queria provar o que ele tinha me entregado.
Me aproximei, sem saber se deveria cruzar esta linha, ou fugir dela.
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Lambi os lábios quando ele se moveu, seu cheiro intoxicante me
mandando para a beira do caminho sem retorno enquanto eu o beijava.
O beijo dele foi duro, exigente. Suas mãos se estenderam pelos meus
quadris, me levantando até que eu fosse pressionada contra a ereção
escondida em suas calças. Gemi enquanto ele esfregava sua
necessidade contra a minha. O beijo ficou mais faminto, e minhas
costas foram pressionadas contra a parede, com força. Não sei como a
parede não cedeu sob a pressão do nosso peso combinado. Minhas
mãos enroscadas em seu cabelo, segurando para mim até que ele
estendeu a mão para eles com um dos seus e segurou em um aperto
acima da minha cabeça. Eu estava indefesa. Presa e incapaz de fazer
qualquer coisa a menos que ele queira que eu fizesse. Sua boca devorou
qualquer pensamento coerente e o pau estava duro quando empurrou
contra a renda fina da calcinha que eu usava.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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Eu estava quase grata pela fina barreira entre nós, mas senti o
tecido quando ele rasgou; o som era alto no pequeno espaço da cozinha.
Os dedos substituíram a protuberância dele e me empurrei contra a
pressão. Eu estava pegando fogo, e ele foi a partida que criou o inferno
que eu estava me tornando.
Gemi quando ele empurrou um dedo longo dentro; seu próprio
gemido foi engolido pelo nosso beijo quando ele puxou o dedo para fora,
e empurrou dentro de mim com força. Senti uma tempestade crescendo
dentro de mim, fora de controle e diferente de tudo que já tinha
experimentado antes. Meu corpo estava apertado, duro com a
necessidade de experimentar este homem. Eu nem tinha certeza de
como ele estava conseguindo me prender lá enquanto as duas mãos
dele estavam ocupadas em outro lugar. Eu também não me importei.
— Caramba, você está molhada. — Ele rosnou enquanto puxava a
boca para longe da minha. — Você já está tão perto de explodir, não é,
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doce bruxa?
— Lucian. — Murmurei, sem saber o que estava acontecendo. Foi
visceral, essa conexão. Eu não estava só molhada. Estava encharcada.
Meus mamilos estavam duros, precisando ser tocados por ele. Eu não
sabia por que ele parou, mas ele soltou minhas mãos e puxou os dedos
para longe, sugando a necessidade da minha excitação deles enquanto
seus olhos seguravam os meus capturados, impotentes para fazer
qualquer outra coisa além de observar como ele fez.
— Eu preciso te foder. — Ele sussurrou através de um tom grosso e
gutural que fez meu corpo tremer.
— Eu... — fiz uma pausa — eu não posso. — Respondi depois de
um momento de batalha silenciosa dentro da própria cabeça. — Não
posso até depois do Despertar.
— Não procrio bruxas, nunca. — Disse ele em um tom que disparou
sinos de aviso.

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— Não posso fazer isso. — Sussurrei, atravessando a sala. Eu
queria, não queria nada além de me despir e deixar ele seguir o seu
caminho. Mas não podia. Tinha muito em jogo com o Despertar, e um
erro poderia ser suficiente para que os ancestrais me dispensassem de
entrar em meus poderes. Me inclinei contra o balcão frágil e lutei contra
o desejo de me virar e oferecer a ele o que queria.
Meu corpo tremia de necessidade reprimida. Eu podia ouvir e sentir
ele bem atrás de mim, esperando que eu decidisse. Não estava disposta
a arriscar que meus poderes fossem mais fracos do que meus colegas
quando minha maldição fosse levantada no Despertar; eu já corria o
risco de ser fraca, se as teorias dos anciões estivessem certas. Ele era
uma distração bem-vinda de tudo o que estava acontecendo.
Me virei e ele tinha ido embora. Saí da cozinha, olhando ao redor da
sala vazia e pisquei. A porta estava aberta, e Lucian tinha ido embora.
Senti lágrimas de raiva bem nos meus olhos, e limpei. Me movi para
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porta e fechei antes de voltar para a pequena cozinha para descer o
uísque e pegar a xícara de vinho.
Me movi para o banheiro, coloquei o vinho na pequena bandeja de
lavagem, e me inclinei para ligar a água. Me despi e subi na banheira,
deixando a água lavar o estresse do dia, e finalmente relaxei. Eu não
choraria por isso; não mudaria nada, e eu provavelmente seria desfeita
se eu fizesse. Ele estava certo. Uma rachadura na represa e tudo sairia.
Esta noite foi um inferno, e eu queria esquecer ele, mas não podia
fazer isso. Queria pegar o que ele ofereceu, mas se eu tivesse, tinha
certeza que não acabaria por aí. Tinha permitido que minhas paredes
fossem sacudidas, assim como eu tinha quando vi Benjamin enquanto
ele se movia para as portas do Clube Chaos. Ele se parecia tanto com
Josh, eu queria ser capaz de acreditar que tinha tido um erro, tanto
quanto Kendra tinha, mas não podia. Eu sabia a verdade, e estávamos
muito perto do Despertar para correr riscos. Não estava disposta a

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perder ela se eu estivesse errada, então me forcei a enfrentar a
realidade que não era Joshua que estávamos olhando. Por meio
momento, porém, deixei minhas paredes escorregarem um pouco, e
pensei que talvez estivesse errada.
Depois de me lavar, mudei para uma camisola rosa e passei pela
cabana, apagando as luzes e soprando velas. Dei um tapinha na cabeça
de Luna quando ela entrou, sentindo que era hora de dormir.
— Boa menina. — Murmurei quando tirei o edredom e puxei os
lençóis macios de algodão. Abri uma das janelas para ela antes de
partir para o clube, sabendo que ela passaria a maior parte do tempo
fora. Ela se adaptou muito bem à vida no campo, e a melhor parte foi
que sentiu a necessidade de ficar perto de casa desde o último desastre.
Os gatos eram espertos, e percebem os medos de seus donos. Eu
me acomodei na cama, e ela se aconchegou ao meu lado.
— Ele é impossível. — Sussurrei para a gata. — E não consigo parar
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de beijar ele.
Ela lambeu a pata, já entediada comigo, e fechou os olhos.
— Eu te escuto. — Eu resmungava.
Ela se moveu e levantou a cabeça para cima quando olhou em volta
da sala.
— Bem, esqueça agora, — continuei — o momento se foi. Você é
uma total droga como melhor amiga, sabe disso, né?
Ela olhou para mim como se eu fosse louca, porque talvez eu
estivesse. Estava falando da minha vida amorosa para uma gata, mas
pelo menos ela não me julgou. Deitei a cabeça de volta no travesseiro e
fechei os olhos.
Eu estava sonhando com coisas pecaminosas. Lucian estava
comigo, e me prendeu a uma cama, uma que não era minha, muito
mais velha. Uma mesa antiga com um serviço de chá de porcelana à
moda antiga foi disposta, completa com bolinhos meio comidos e

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xícaras de chá quase vazias. As janelas da sala eram de vitrais
espessos, a cabeceira ornamentada e a prancha tinham um poste de
madeira alto em cada extremidade, e a corda foi enrolada ao redor dos
postes da cabeceira, que segurava minhas mãos firmemente acima da
minha cabeça.
— Pare. — Sussurrei enquanto o via levantar a faca e gentilmente
segurava a ponta contra meu estômago.
— Grite por mim, bruxa. Me implore pra parar. — Rosnou enquanto
sua boca substituía a faca e chovia beijos suaves no meu estômago.
— Não. — Neguei, e pisquei.
Ele tinha uma faca, e eu estava amarrada à sua cama, e ele me
tinha; por que eu imploraria? Por que eu estava presa?
— Você vai me implorar, mais cedo ou mais tarde; você sempre faz.
— Ele sussurrou enquanto sua boca abanava o hálito quente na minha
barriga enquanto se movia para o meu osso pélvico e arremessou sua
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língua para fora, criando uma série de sensações. A língua mergulhou
na fenda e levantei os quadris. Ele riu, o som vibrou contra a minha
carne quando seus olhos se encontraram com os meus, fome nua nas
profundezas azuis escuras. Ele colocou a boca sobre a carne macia e
sugou; o barulho que fizemos juntos foi ensurdecedor na sala pequena.
Meu cabelo estava encharcado de suor; minha pele estava em
chamas por ele. As coisas que sua boca estava fazendo eram
inacreditáveis, e no momento em que seus dedos entraram em mim,
senti como se eu fosse quebrar.
— Ainda não. — Ele ronronou enquanto tirava a boca e os dedos.
Sua mão alisou minha carne; seus dedos tocaram o monte macio de
um peito, e depois o outro antes que se movesse para prender sua boca
quente sobre um mamilo. A sensação de seu pau quando ele encontrou
a minha carne macia e deslizou sobre era irreal.

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Pressão nos meus lugares sensíveis misturados com a tempestade
que já está crescendo dentro de mim. Um raio caiu do lado de fora, e
ele sorriu contra o meu peito antes que seus dentes arranhassem o
mamilo, puxando um gemido de mim com dor misturada com prazer.
Seu pau continuou a deslizar contra o meu núcleo, e a umidade estava
se formando, lhe dando a lâmina extra para me usar.
Meus quadris bateram contra ele, mas seu peso me prendeu
enquanto sua boca faminta continuava chupando, beliscando e
mordendo minha carne macia. Era uma mistura torturante de
sensações. Toda vez que meu corpo se preparava para ultrapassar o
limite, ele parava, esperando e começava seu ataque de novo. Beijou
meu pescoço, rolando um mamilo entre o polegar e o indicador. Sua
outra mão se moveu para baixo, colocando seu pau na minha entrada
e o inseriu, mas só o suficiente para esticar meu corpo.
— Um impulso e vou te possuir. — Ele sussurrou. — Não tem ideia
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do quanto quero te ouvir gritar por isso. Sabe o que acontece agora? —
Perguntou, e antes que eu pudesse responder, sua boca estava minha.
Não era ortodoxo estar nessa posição com ele. Eu não conseguia
pensar além da boca dele, além da pressão que seu corpo estava
criando quando se agitava contra o meu, só para sair quando tentei
pegar mais dele. Eu não estava me ajustando à plenitude que ele criou.
Ele sabia disso; eu tentei me mover, e ele se retirou de mim.
— Lucian. — Gemi.
— Implore por isso. — Ele rosnou enquanto puxava a boca e olhava
para o meu corpo. — Diga o que quero ouvir, e talvez eu deixe você
aproveitar seus últimos minutos nesta terra.
— Vá para o inferno. — Surtei, minha mente voltando ao que estava
acontecendo.

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— Estive lá; não é tão ruim quanto dizem. — Ele sussurrou quando
seus dedos entraram no meu corpo, me fazendo torcer quando a dor
irrompeu sem aviso.
Gritei em choque e horror, meus olhos se encheram de lágrimas
quando ele tirou de mim. Seus olhos mudaram para obsidiana. Seu
comportamento mudou, e sua boca baixou para lamber contra a minha
carne. Ele continuou a empurrar os dedos dentro de mim, sua boca
acalmando a dor até que os tirou cobertos de sangue. Ele usou o
sangue para escrever na minha pele, runas mortais. Observei enquanto
ele continuava a escrever, parando periodicamente para que sua boca
retomasse seu ataque lento e sensual.
Ele puxou a boca para longe, e substituiu por seu pau pesado,
grosso. Ele bateu contra a minha carne e baixou a boca para reivindicar
a minha.
— Talvez na próxima vida, você será um desafio maior, minha
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pequena bruxa. Odeio quando você volta fraca. Mas seu corpo sempre
me dá prazer.
Seu corpo nu pairava sobre o meu e seu pau empurrado para
dentro, mais longe do que tinha antes. Enquanto eu gritava, ele usou
a surpresa da minha resposta para enfiar um pano na minha boca,
enchendo para sufocar meus gritos. Mais uma polegada, e depois
outra. Fiquei parada, observando ele quando a dor atravessou meu
corpo enquanto me enchia. Sem aviso, ele saiu e se moveu da cama.
Observei entorpecida enquanto ele se movia para a cômoda, onde uma
bacia de água esperava.
— Eu não te amei nesta vida. — Ele sussurrou com a cabeça para
baixo, com o rosto longe de mim. — Você me amava, não é?
Não pude responder, mas lutei contra as cordas, esperando
encontrar a libertação antes que ele voltasse para acabar comigo.

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— Seu Coven está procurando por você, mas não vão te encontrar
com nenhuma vida deixada em seu cadáver. O que vão encontrar é seu
corpo nu, coberto das minhas runas, e lindamente quebrado. Devo
admitir, de todas as suas reencarnações, esta foi a mais fácil de
encontrar. O Coven, porém, pobres coitados, eles não entendem o que
está acontecendo. Todos foram amaldiçoados para reviver suas vidas
passadas em sonhos. Isso me ajuda, sabe, ver eles lutar depois de te
virarem contra mim. Gosto da dor deles, mas nunca a sua, bruxa. O
seu me assombra até que eu possa te encontrar de novo.
Gritei através da mordaça, meus olhos crescendo enquanto eu
inalava o cheiro doentio doce de tudo o que ele tinha saturado no pano.
Virei a cabeça, olhando para as cordas que me seguravam. Runas que
eu não tinha notado antes cobriam as paredes. Um espelho me
enfrentou, e peguei meu corpo nu. Cabelo preto e um par largo e
assustado de olhos de Esmeralda olhou para mim. Me virei quando ele
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se movi em minha direção, e chutei no momento em que ele estava
perto o suficiente.
— Tem a lutadora que eu amo, um pouco tarde demais. — Ele
ronronou enquanto passava o dedo sobre a minha bochecha. — Você
já está morrendo; a mordaça foi encharcada em uma mistura de cicuta
e baneberry branco. É uma morte lenta, pois vai sedar você e seu
coração não vai bater mais. Engraçado, você não me implorou ou
confessou seu amor eterno por mim. Você sempre fez antes, logo antes
de tentar me seduzir e depois me matar.
Sua boca tocou meu rosto, colocando um beijo suave contra ele.
Seus dedos viajaram mais baixos, e ele viu quando o veneno tomou o
controle do meu sistema. Lutei para me lembrar da maldição, para me
lembrar do que eu deveria fazer. Tínhamos planejado isso, e ainda
assim não me lembrava.
— Magdalena, — ele gritou — levanta!

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— Ainda não, tenho que me lembrar. — Sussurrei.
— Levanta agora, Lena, levanta porra! — Ele gritou, mas eu não
queria, só que desta vez ele parecia o Joshua.
— Devo lembrar, antes que seja tarde demais para amaldiçoar ele.
— Murmurei.
— Acorde!
Sentei, meus olhos arregalados quando o sonho mudou. Joshua.
Olhei em volta do quarto. Eu estava encharcada de suor, meu corpo a
um toque de estar em chamas. Era tão ruim que eu podia sentir o
cheiro. Esfreguei meus olhos com a parte de trás das minhas mãos e
fiz uma pausa.
— Fogo. — Sussurrei enquanto eu rodeava e tropeçava para fora da
cama e me movi pelo quarto, sem parar para me vestir em algo mais
substancial do que uma simples camisola.
Abri a porta da frente da cabana e meu sangue virou gelo correndo
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pelas minhas veias. Eu, numericamente, dei um passo em direção à
casa principal quando algumas das janelas no nível inferior se
quebraram, permitindo que a fumaça preta subisse da casa.
— Não!

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CAPÍTULO QUINZE
O cérebro é uma coisa engraçada. Não compreende a magnitude do
que os olhos veem quando começa a calcular a imagem. Gostaria de
dizer que me movi rapidamente, mas não me movi. Eu estava na
varanda, sem saber o que fazer. Meu tempo de resposta deveria ter sido
rápido, mas não foi. Vi quando as chamas lambiam o lado da casa,
aparentemente seguindo a trilha da fumaça. Me aproximei, forçando
meu cérebro a funcionar.
Alguém estava gritando perto de mim, histericamente. Levei um
momento para entender que era eu, e que gritar não ajudaria minha
família. Quando minha mente reagiu, eu estava correndo para a frente
da casa. A fumaça era espessa, a janela da frente ligeiramente
deformada pelo calor do fogo que estava dentro. Tive um momento para
reagir quando a janela começou a fazer um som horrível.
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Me virei para correr para trás, bem quando o vidro explodiu,
enviando fragmentos derretidos voando contra a minha pele. A dor não
se registrou, só que minha casa estava pegando fogo e minha família
ainda estava presa dentro do inferno. Tentei olhar pelas janelas
restantes enquanto caminhava para porta dos fundos, observando o
último andar enquanto janela após janela explodia, cobrindo a mim e
a qualquer coisa abaixo dela em cacos de vidro em chamas.
A porta dos fundos já estava aberta quando cheguei. Parei por um
momento enquanto olhava pra chamas que dançavam hipnoticamente
nas paredes, enrolando o papel de parede que meus avós instalaram
durante a fase maluca do papel de parede. Ele estalou alto, e começou
a derreter sob o calor escaldante.
Meus olhos ardiam quando entrei em casa, gritando por minha mãe
e Kendra. Cobri a boca enquanto inalava a fumaça acre, tossindo
violentamente enquanto procurava. Toquei as portas antes de abrir;

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minha pele estava escorregadia de fuligem e suor das chamas que
pareciam se concentrar mais nas paredes do que em qualquer
mobiliário de cada quarto por onde eu passava.
Comecei a engatinhar no chão quando a fumaça ficou mais densa e
subi as escadas. Tentei me concentrar nas portas e abri quando
cheguei a cada uma. Não tinha certeza de qual quarto minha avó tinha
hoje em dia e não deixaria ninguém para trás.
Meus pulmões estavam em chamas, e cada vez que eu me movia
para a porta ao lado, meus movimentos começavam a diminuir quando
meu corpo se tornou lento, até que finalmente decidi descansar minha
cabeça, para reunir força antes de seguir em frente.
Não sei quanto tempo fiquei deitada naquele chão, ou se sabia que
eu não conseguia respirar, ou me mover. Fechei os olhos para evitar
que queimassem mais do que já estavam, e senti algo se conectar com
minha perna. As mãos tocaram minha carne exposta, e ouvi alguém
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xingar violentamente, e então eu estava lá, mais perto da fumaça.
Eu não podia forçar os olhos a se abrirem, ou fazer minha mente
entender o que estava acontecendo. Algo sólido e molhado foi colocado
contra meu rosto e então quem me encontrou começou a se mover
rapidamente pela casa. O ar frio da noite passou por cima de mim
quando saímos da casa em chamas. Tentei, mas não conseguia abrir
os olhos.
— Respire por mim, Lena. — A voz de Lucian estava pedindo, gentil.
— Droga, não faça isso. — Ele rosnou enquanto sua boca tocava contra
a minha como se me desse RCP8. Tossi violentamente. A boca dele não
se movia, mas ficou perto da minha até meus olhos começarem a se
abrir. — Não abra eles ainda. — Avisou. — Bane, precisamos de água,
agora. Diga aos outros que a irmã e mãe ainda estão dentro.

8 A ressuscitação cardiopulmonar, também chamada de reanimação cardiorrespiratória, combina técnicas que incluem compressões
torácicas, visando bombear o coração, melhorar o fluxo sanguíneo fornecendo oxigênio ao cérebro até que haja atendimento médico.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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Comecei a lutar contra o seu aperto, mas ele me segurou em seu
colo no chão enquanto derramava água sobre o meu rosto e gritei
enquanto queimava.
— Está coberta de cinzas e fuligem, terá sorte se não tiver sido
queimada pra caralho, Lena. Que porra estava pensando? — Ele exigiu
enquanto puxava a água por um momento, me permitindo respirar.
— Minha família. — Eu disse com voz rouca.
— É isso, queria ser sepultada na porra do fogo com eles? Você não
tem magia para ajudar ainda. Nada que te ajudasse a superar isso. —
Ele retrucou.
Por que estava tão bravo? Ele não tinha o direito de julgar minhas
ações. Corri para uma casa em chamas, entendi, e faria de novo se
fosse necessário. A raiva estava fazendo minha mente voltar a ficar
online e abri os olhos ardentes e olhei diretamente para ele.
— Minha família está lá! Elas são tudo o que me restou. —
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Murmurei, mesmo tendo tentado empurrar qualquer força que me
restava nas palavras.
— Meus homens estão lá dentro procurando. Vou te levar para
minha casa. — Anunciou quando começou a me pegar.
— Não, você não vai, até que eu saiba que elas estão seguras. — Eu
murmurei quando virei a cabeça, que parecia doer mais do que deveria.
Acabei queimada? A dor era horrível e o gosto de fumaça persistia na
minha boca e pulmões. Tossi de novo e limpei a boca com as costas da
mão, vendo quando saía coberta por uma substância pegajosa preta.
— No momento em que saber que estão vivas, te levo para minha
casa para curar suas queimaduras. — Ele rosnou e me permitiu passar
para a grama fresca, o que foi uma bênção. Assisti em silêncio
enquanto a casa continuava a queimar, observando a estranheza das
chamas enquanto elas continuavam dançando em uma infinidade de
cores. Enquanto eu continuava assistindo, crânios eram visíveis nas

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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chamas, e pisquei para garantir que não era truques da minha mente;
não era.
— Alguém tentou nos matar. — Murmurei enquanto lutava para me
levantar e falhei. Lucian estava lá, me ajudando a levantar, como
minhas pernas pareciam muito fracas para suportar meu peso. — Olhe
para as chamas, — sussurrei em choque — é um feitiço.
— É um fogo. — Ele respondeu com firmeza, com os olhos se
movendo de mim, para as chamas.
— Não pode ver? — Perguntei, observando como aterrorizantes
criaturas e figuras esqueléticas se moviam dentro das chamas.
— Ver o que, Lena? — Perguntou ele quando me puxou mais perto
até que gritei de dor. Ele afrouxou o controle, e enquanto eu observava,
Bane trouxe toalhas para Lucian, que as enrolou em volta de mim
suavemente.
— Tem esqueletos no fogo, estendendo a mão pra mim. — Sussurrei.
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Eu podia ver eles, acenando para mim, me seduzindo de volta para a
morte que me esperava dentro do fogo. — Vê? — Disse quando apontei
para um que tinha se estendido mais longe do que os outros quando
mais uma janela explodiu. — Ele está me dizendo para ir até ele.
— Bane, leve Lena para casa de campo; ela pode assistir da varanda.
— Disse Lucian enquanto me manobrava nos braços estendidos de
Bane e se afastava de mim, mais perto da casa em chamas.
— Não se aproxime muito. — Avisei, minha voz rachando quando
um dos homens de Lucian emergiu do fogo carregando uma Kendra
sem vida. O ar deixou meus pulmões ao ver ela e lutei contra Bane e
caí de joelhos. Mesmo a essa distância, eu podia sentir o cheiro da
fumaça que se agarrava ao seu corpo, como se estivesse se recusando
a libertar ela da morte que oferecia tão sedutoramente.
Fui até ela com a ajuda de Bane, não porque ele estava sendo útil,
mas porque eu estava chegando na minha irmã com ou sem a ajuda

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dele. Caí no chão, alheia à dor quando a sacudi, me recusando a
acreditar que ela se foi.
Lágrimas de raiva caíram dos meus olhos enquanto eu via um dos
homens começar o RCP nela, enquanto outro carregava minha mãe do
fogo.
— Mais alguém lá dentro? — Lucian perguntou e o homem lhe deu
um gesto afiado de seu queixo, indicando que não tinha mais ninguém
dentro.
— Minha avó? — Sussurrei.
— Não tem ninguém vivo dentro daquela casa. — Ele murmurou
enquanto colocava minha mãe na grama com fumaça agarrada à
camisa, e tocou seu rosto. — Ela não é tão mais jovem.
Me virei para olhar para Kendra, que estava sem vida, e ainda não
respirava. Deitei na grama ao lado dela e a beijei, sussurrando,
implorando para não me deixar aqui sozinha.
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— Por favor, — eu sussurrei alto — não posso ficar sem você. —
Estar separada dela foi a parte mais difícil de estar longe, e viver sem
ela era algo que nunca quis experimentar. Fechei os olhos, me
recusando a acreditar que ela se foi; eu podia sentir ela. Por que eu
podia sentir se ela estava ao meu lado, morta?
Ouvi um suspiro, depois uma tosse violenta. Abri meus olhos e a
encontrei olhando para mim, mesmo quando ela tentava ofegar por ar
limpo para encher seus pulmões. Exalei um suspiro trêmulo que não
tinha percebido que estava segurando, e um soluço quase histérico
balançou através de mim quando me aproximei para tocar seu rosto.
— Precisamos mover elas para longe do fogo, e Bane, chame o
Coven. O fogo vai se apagar agora. Ele falhou em fazer o que foi criado;
estava aqui só para elas.
Lucian, que me ajudou a ficar de pé, se recusou a ceder quando pedi
para poder parar na cabana.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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— Alguém tentou te matar esta noite, Lena. Até que eu ou o Coven
decida quem foi, você vai ficar comigo. — Ordenou. — Vou mandar
alguém de volta para buscar as suas coisas mais tarde, agora precisa
ter suas feridas limpas, e sua irmã precisa dormir para se recuperar.
Eu não podia discutir com ele, porque alguém tinha feito
exatamente o que ele tinha dito que tinha feito. Eu precisava
descansar, me reagrupar e recuperar minha inteligência. Alguém saiu
do caminho para machucar minha família. Me senti segura o suficiente
com Lucian que eu estava disposta a assumir o protocolo do Coven e
permitir que ele tomasse a liderança. Além disso, ele disse aos seus
homens para ligar e avisar eles o que tinha acontecido.
Fui levada rapidamente pela casa dele, incapaz de captar qualquer
detalhe que não fosse extravagantemente decorado, com móveis
luxuriantes que envergonhavam nossos velhos e surrados. Gostei dos
móveis mais antigos. As antiguidades há muito esquecidas, que falam
185 185
de outro mundo.
Seu quarto era luxuoso, com tons masculinos profundos de preto e
azul, o que me lembrava seus olhos. A cama era uma de dossel de
carvalho maciço, maior que a maioria, e tinha seda creme envolta dos
postes.
O edredom era preto, com cristais brilhantes afiando a guarnição,
criando a ilusão de diamantes cintilantes. Um fogo queimava na lareira
ao lado da cama, o que me fez tremer com o calor que já sentia. Virei
para olhar para ele, só para encontrá-lo me observando quando eu
entrei em seu quarto.
— Por que estou no seu quarto? — Perguntei baixinho, minha voz
rouca do fogo ainda.
— Como sabe que é meu? — Perguntou ele, com os olhos baixando
para a minha garganta queimada, que também estava imunda.

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Engoli e dei um passo mais perto dele, balançando quando a dor
encheu cada nervo do meu corpo.
— Está escuro, como você.
— Como sabe que sou escuro, Lena? — Sussurrou quando sua mão
lentamente se levantou e ele afastou alguns fios de cabelo do meu rosto.
— Tem outro quarto em que eu possa dormir? — Perguntei, evitando
a pergunta dele.
— Você precisa mergulhar em uma banheira. Não pode esperar sua
mãe e irmã terminar de usar os outros, então vai usar o meu. Bane
está buscando os sais de cura, assim como as pétalas das flores que
usamos para curar queimaduras. Você pode sentar e relaxe enquanto
eu preparo.
Engoli de novo. Lucian me daria um banho no quarto dele. O homem
que quase se divertiu comigo na cozinha do chalé, se infiltrou nos meus
sonhos e seduziu e atormentou meu corpo até ficar à beira da loucura,
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agora estava cuidando de mim.
Não sabia como me sentia sobre isso, mas estava grata por não
estarmos mortas. Ele me salvou duas vezes esta noite, assim como
minha família. Algo estava acontecendo com o Coven, alguém estava
nos mirando e eu planejava descobrir o porquê. Primeiro, tinha que me
curar. A adrenalina estava desaparecendo, e com ela, veio a dor
inacreditável das queimaduras que eu tinha levado enquanto tentava
ser heroica, e falhando totalmente.
Sentei em uma cadeira de asa macia enquanto Lucian e Bane se
moviam ao redor da sala, até que Lucian parou na minha frente e me
ofereceu sua mão. Aceitei e estremeci quando a dor cortou através de
mim. Foi horrível; os movimentos mais simples me fizeram cambalear.
Entrei no banheiro com Lucian, que fechou a porta, nos isolando
dentro da sala. Fiz uma pausa, e me virei para olhar para ele quando
lágrimas se arrastavam pelo meu rosto, queimando tudo o que tocavam

By Amelia Hutchins
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enquanto rolavam para fora. Não foi porque eu estava chorando; foi
porque tudo queimou, incluindo meus olhos.
— Eu posso fazer isso sozinha. — Murmurei.
— Desmaiaria antes de entrar na água; queimaduras doem mais do
que qualquer corte. Não se preocupe, Lena, não tenho planos de te
seduzir enquanto se recupera. Sou um homem muito paciente. — Ele
tirou uma tesoura de uma das muitas gavetas na cômoda da parede.
— Eu posso fazer isso. — Insisti. Não queria ficar nua com ele, mas
também sabia que não tinha forças para tirar as roupas. Falar dói, tudo
dói. Quem sabia quantos músculos era preciso para falar, e quantos
estavam ligados a tecidos que realmente se moviam quando falava?
— Vou deixar sua calcinha, mas vai entrar na água. — Ele insistiu.
— Tudo bem. — Cedi e fiz o meu melhor para virar para que ele
pudesse cortar pelas costas, ao invés de pela frente. Senti ele movendo
cuidadosamente meu cabelo, e colocando suavemente sobre meu
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ombro, e então o som dele cortando o tecido encheu a sala. Eu não
tinha visto minhas queimaduras, mas quando olhei para baixo, pude
ver as marcas irritadas nas pernas, já inchando onde foram queimadas.
Tecido preto estava preso em alguns dos tecidos danificados, fechei os
olhos e silenciosamente rezei para que o Coven chegasse logo, para que
eles pudessem curar minha família e eu.
— Espera, Magdalena. — Ele sussurrou quando a lâmina da tesoura
tocou minhas costas e estremeci. Eu podia sentir seus dedos enquanto
ele tentava colocar uma barreira entre minha carne e o aço frio. Seu
toque enviou minha carne já em chamas. Meus mamilos endureceram
quando o ar frio os tocou enquanto ele os libertava do meu top.
Eu tinha planejado usar meu cabelo para protegê-los, mas ele
cuidadosamente o puxou e colocou em um rabo de cavalo alto. Sua
capacidade de fazer isso com tanta facilidade me fez questionar
quantas mulheres ele tinha estado por perto. Ele não puxou ou perdeu

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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um único fio de cabelo. Quando terminou, ele se moveu ao meu redor
e, sem tirar os olhos dos meus, me ajudou a entrar na água quente que
estava cheia de pétalas perfumadas. Seus olhos nunca se voltaram
para os meus seios expostos, que eu estava muito dolorida para cobrir.
No momento em que estava na água, gemi e fechei os olhos. O céu
tinha que se ser assim. A dor entorpeceu, o sal da linha Ley aliviou as
queimaduras. O sal das linhas era um tipo de pomada para bruxas.
Estavam cheios de propriedades curativas. Queimava agora, mas isso
aliviaria quase qualquer ferida se aplicado corretamente o mais rápido
possível após o incidente. O cheiro das flores era intoxicante, e eu
respirei, livrando meus sentidos do cheiro tóxico e sulfuroso do fogo.
Fiquei tão aliviada que nem o ouvi se mover ou voltar com uma esponja.
— Isso vai doer, — avisou — mas, tem que ser feito. Se conseguirmos
ter o sal profundo o suficiente, podemos sarar qualquer cicatriz.
— Não estou preocupada com cicatrizes. — Sussurrei enquanto
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meus cílios se abriam. — Cicatrizes contam uma história. Todo mundo
tem, mesmo que não sejam visíveis. Eu tenho o suficiente dentro que
não importa o que está do lado de fora.
— Estou lavando você, então de qualquer maneira, princesa, isso
vai acontecer.
— Não sou uma princesa. — Sussurrei quando me virei para olhar
para ele.
Ele riu e balançou a cabeça quando alcançou a água e puxou meu
braço, que empurrava contra meus seios. Sentei ainda mais,
observando seus olhos enquanto eles deslizavam pela minha carne
exposta, em seguida, se levantou para encontrar o meu olhar com um
calor ardente que teria deixado o fogo desta noite com inveja.
— Aqui. — Eu disse, enquanto movia meu braço para a beira da
banheira para que ele pudesse cuidar. — Não estou queimado em todos

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os lugares. — Sussurrei enquanto pensava silenciosamente em uma
oração para agradecer que não fui queimada em outros lugares.
— Você não gosta de ser tocada, não é? — Observou.
— Não é que eu não goste de ser tocada. — Admiti.
— Não gosta de ser tocada por mim? — Ele murmurou enquanto
seus olhos avaliavam o dano no meu braço antes de me puxar até que
eu estava na frente dele.
— Por que isso, porra? — Perguntei enquanto estava diante dele,
quase completamente nua.
— Quase fodi você esta noite, então não finja que não me quer. Não
sou um garotinho, e você definitivamente não é uma garotinha. Nem é
uma donzela em perigo, mas está queimada e precisa da minha ajuda.
Para fazer isso, preciso tocar em você. Pare de agir como uma criança,
e pegue o que estou oferecendo. Normalmente não ajudo as pessoas, e
certamente não farei disso um hábito.
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— Então por que continua me ajudando? — Perguntei, levantando
os olhos para segurar o dele. — Por que está aqui ajudando o Coven?
Com base no que vi, você tem nos ajudado muito.
Ele suspirou e balançou a cabeça quando tirou a camisa e tirou os
sapatos. Assisti em choque enquanto ele continuava se despindo até
que nada restasse, e por nada, quero dizer, Adonis tinha acabado de se
despir na minha frente e exposto o enorme pacote que eu já sabia que
ele estava carregando, e ao contrário dele, eu não mantenha os olhos
para mim. Porra, quem poderia? Ele era enorme e ainda não estava
duro. Queria instintivamente cobrir minha entrada; porque não tinha
como essa coisa ser adequada. Eu tinha um senso saudável de
autopreservação e agora, estava gritando para me afastar lentamente
do monstro entre suas pernas.
Seu corpo era esculpido; músculos perfeitamente esculpidos em
linhas que eu queria traçar com os dedos. Seu corpo era elegante, cada

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linha esculpida para chamar a atenção e fixar. Suas runas eram um
pouco mais sombrias do que antes, mas até eu podia ver os símbolos
antigos do que eram. Os mortais normalmente não podiam ver os
feitiços de uma bruxa ou bruxo, mas eu tinha certeza que minha língua
podia. Ansiava por traçar os padrões e o piercing no mamilo, e sem
vergonha.
Seus próprios olhos devolveram a minha grosseria, e ele os abaixou
até que, logo acima do meu osso púbico, ele encontrou o pequeno
pentagrama com palavras latinas em letras minúsculas colocadas em
torno dele. Me perguntei se ele sabia o que era; armadilha do diabo.
Era um símbolo para afastar os demônios que tentariam tomar posse
do corpo de uma bruxa. É claro que não tínhamos demônios em torno
do Coven há décadas, mas senti a necessidade de fazer. Junto com
isso, eu tinha pequenos contornos de pássaros que voavam em um
padrão pelas minhas costelas; foi meu presente para mim quando
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recebi meu primeiro salário. Um símbolo da liberdade que tomei para
mim. Ele também lembrava Joshua e dizia em elegante caligrafia: Suas
asas estavam prontas, mas meu coração não estava.
Joshua tinha lido um poema para mim. Era sobre um pássaro
sentado em uma árvore, sem medo dos galhos quebrarem, porque sua
confiança não estava na árvore que tinha crescido o galho, mas em
suas próprias asas que o carregariam se ele precisasse. Ele tinha
nascido com os meios para se salvar e sempre teria. Esse poema tinha
permanecido em meu coração e alma, especialmente depois que ele nos
deixou.
— Você tem uma armadilha do diabo. — Disse ele enquanto sua
mão se movia para a pele lisa e traçava o padrão. — Perfeitamente
colocada. — Terminou roucamente quando os olhos escorregaram
ainda mais, para o material puro que agora não estava escondendo
nada.

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Ele começou com a esponja na minha barriga e trabalhou em volta
dos meus seios, ignorando o fato de que nossa respiração misturada
estava ficando mais lenta e irregular com o que ele estava fazendo.
Meus mamilos endureceram, e doeu, mas ignorei, virando a cabeça
enquanto suas mãos deslizavam sobre uma com a esponja e depois a
outra. Ele rapidamente terminou o banho e me trouxe uma camiseta
grande.
Esperei que ele se virasse enquanto eu secava, tirava minha
calcinha que estava encharcada, e escorregava na camisa que era tão
longa que ficou nos joelhos.
— Onde vou dormir? — Perguntei, precisando encontrar uma cama
e me esconder debaixo das cobertas.
— Comigo. — Ele respondeu, me dando um sorriso sarcástico.

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CAPÍTULO DEZESSEIS
Lucian me mostrou um quarto que ficava ao lado do dele e voltou
para seu próprio quarto para se trocar. Não era tão masculino quanto
o quarto dele. Foi decorado em tons macios e delicados de lilás e creme.
A cama era maior que a minha, mas a cabana não tinha espaço
suficiente para caber nada maior que um colchão em tamanho real.
Um raio rachou do lado de fora da janela, seguido por um forte
trovão. Minha mente repetiu o que tinha acontecido durante o banho,
e a realização de que eu estava com ele, em sua casa, vestindo apenas
sua camiseta da banda White Zombie, e nada mais. Meu cérebro
também estava tentando se envolver em torno da ideia de que quase
morremos esta noite, duas vezes.
Eu não sabia o que sentir ou quem culpar, mas na minha mente,
eu estava gritando silenciosamente. Meu corpo ainda tremia, a
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adrenalina lentamente escapava à medida que a realidade dos eventos
afundava. Esse tipo de coisa não acontecia com a gente. Mantivemos
nosso mundo, mantivemos escondido de estranhos para que esse tipo
de coisa não ocorresse.
Senti ele antes de ver, aquele zumbido elétrico que deslizou sobre
mim, eletrocutando meus sentidos. O perfume masculino que exalava
era só um bônus a mais. Fiquei no lugar, enraizada no local por medo
de estar no mesmo quarto que ele e uma cama. Combinação perigosa,
considerando que quase nem precisávamos de uma cama hoje à noite.
Me virei e olhei para ele; seu peito ainda estava nu. Ele vestiu uma
calça de moletom, que eu tinha certeza que era para meu benefício.
Além da fina trilha de penugem que levava à calça de moletom cinza
claro, ele tinha muito pouco cabelo no corpo. Sua forma era dura como
pedra, com músculos elegantes que pareciam ter sido esculpidos pelo
melhor artista.

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Lambi os lábios enquanto olhava a protuberância, dolorosamente
consciente de que ele estava duro, e eu estava mais interessada do que
deveria estar. Ele poderia limpar esta noite longe da minha mente,
acalmar as perguntas que estavam tocando em um loop interno. Tantas
perguntas, mas nenhuma resposta foi apresentada.
Ele passou por mim e permaneci onde estava, meus olhos ainda
estavam trancados onde seu pacote secreto estava. Qual era meu
problema? Eu não era essa garota, a garota obcecada por um homem
só porque ele era gostoso pra caralho; eu gostava de substância. Fui
atrás de Todd porque ele tinha uma ótima mente. Ele não era o cara
mais gostoso do Coven, mas era inteligente. Realmente esperto. Tinha
um lado suave, que me dizia que seria um bom pai algum dia, e eu o
queria.
— Não tem banheiro nesta sala, só a suíte master no meu quarto.
Terá que passar pelo meu quarto para alcançar. Tem outro banheiro
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no corredor desses quartos. Sua irmã e mãe foram curadas e já se
recolheram essa noite. Se precisar de alguma coisa, é só pedir. — Disse
ele enquanto puxava as cobertas e indicava com um leve aceno de
cabeça para eu ficar debaixo delas.
Me movi lentamente, as queimaduras ainda doendo enquanto ia em
direção à cama. Eu estava quase chegando quando uma batida soou
na porta, e Lucian calmamente abriu e sussurrei agradecendo a quem
estava do outro lado.
— Deita. — Disse ele quando fechou a porta, trancou e voltou para
a cama. — Este é um creme que usamos para acelerar a cicatrização
das queimaduras. — Tentei pegar a fragrância do que poderia ter sido
usado no creme, vendo que minha mãe tinha vendido muitos cremes e
pomadas diferentes para cura. Bem, até meu pai roubar as receitas e
Lucian comprar sua loja, é claro.
Sentei na cama cuidadosamente e estendi a mão, mas ele ignorou.

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— Puxe a camisa para cima para que eu possa cuidar das
queimaduras em suas coxas. — Ele ordenou.
— Eu posso fazer isso. — Assegurei a ele, meus olhos observando
os vergões vermelhos e irritados onde o calor tinha danificado a carne.
Mal reconheci as queimaduras até estar em sua enorme e elegante
banheira. Agora, eu sentia mesmo sabendo que o sal da Linhas de Ley
estava trabalhando para consertar o tecido profundo que foi afetado. —
Não estou desamparada. — Sussurrei quando olhei para cima e o
encontrei sorrindo.
— Eu vou fazer e você vai responder minhas perguntas enquanto
isso, entendeu? — Disse ele com uma voz que enviou agulhas em meu
cérebro.
Engoli em seco e assenti, meus olhos ficando pesados enquanto eu
o observava sentado ao meu lado na cama. Minha mão distraidamente
estendeu e traçou a linha de seus músculos elegantes. Senti seu corpo
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tenso, e sua respiração era um tom mais pesado ao meu toque.
— Você se lembra de alguma coisa da sua última vida? — Ele
sussurrou e levantei os olhos para olhar para ele.
— Não. — Respondi, e me perguntei por que senti a necessidade de
responder à sua pergunta. Meu cérebro doía, mas era mínimo. — Não
me lembro de nada.
— Quem está atrás de você, Magdalena? — Perguntou ele, com os
olhos presos nos meus.
— Não sei. — Admiti, meus olhos trabalhando para se afastar do
dele, como se fosse algum tipo de feitiço ou encantamento que eu vi em
suas profundezas escuras.
Seus dedos mergulhados no creme, e sua outra mão levantou a
camisa.
— Deite, e não se mexa, Lena. Você não sentirá dor, me entende? —
Ele sussurrou, com a voz cheia de significado.

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Deitei e observei seus olhos quando eles desceram para a minha
carne. Seus dedos trabalharam como o pianista mais habilidoso,
trabalhando as teclas da minha carne enquanto criava uma
tempestade dentro de mim, assim como fora da única janela da sala. O
raio estava se aproximando, mais forte. Ou talvez fosse eu quem era.
Minha respiração ficou presa nos pulmões, ficou presa quando seus
dedos se aproximaram da dor latejante que se instalou entre as minhas
pernas.
Eu queria fechar os olhos, me perder na multidão de sensações que
suas mãos criaram. Me senti presa, como se me mover fosse impossível.
Meus braços descansavam ao meu lado enquanto ele moveu minhas
pernas e sentou entre elas. Por que ele precisava estar tão perto, eu
não sabia, ou me importava. Eu gostava dele lá, perto de mim, perto da
dor que ele criou.
— Lucian. — Sussurrei, vendo como seus olhos se erguiam para os
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meus, como se minhas palavras o surpreendessem.
— Quem é você? — Perguntou ele, com os olhos estreitos enquanto
suas mãos continuavam a aplicar o creme, enviando mensagens para
os nervos que pareciam estar ligados uns aos outros, todos levando aos
que estavam na minha barriga que criaram uma sensação de
necessidade.
— Sou Magdalena, segunda filha da casa Fitzgerald. — Murmurei.
— Você tem um lado negro, doce menina? — Ele murmurou e eu
senti seus dedos se moverem centímetros de distância do meu sexo nu.
— Sim. — Sussurrei através de uma voz rouca que não reconheci.
— Você me quer? — Perguntou ele.
Não!
— Sim. — Respondi. Sua boca curvada num sorriso consciente, os
olhos permaneceram trancados em minha carne. Senti o ar frio sobre
meu núcleo exposto, e movi as mãos para cobrir, para sua surpresa.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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Puxei a camisa, observando quando ele colocou o pequeno frasco
para baixo rapidamente e capturou minhas mãos. Seus olhos se
ergueram para os meus e senti minhas bochechas florescendo com
calor. Mastiguei meu lábio inferior, tentando lutar contra o que diabos
estava acontecendo. Ele estava me atormentando com perguntas, e o
que eu queria dizer não saiu, ao invés disso, só a verdade veio.
— Você tem medo de mim. — Ele observou enquanto seus lábios
baixavam e escovou um beijo dentro de uma coxa, e depois a outra.
— Sim. — Respondi. Eu estava absolutamente aterrorizada de quão
fácil respondia ele, dez vezes mais do que eu tinha com qualquer outro.
— Medo do que sente perto de mim? — Continuou ele, a boca quente
deslizando a carne, seus olhos segurando o meu como prisioneiro.
— Muito. — Respondi, desejando que minha boca fechasse e
parasse de responder. Um gemido rasgou da minha garganta enquanto
seus dedos deslizavam sobre meu calor exposto. — O que está fazendo
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comigo? — Perguntei com a voz baixa e ele sorriu como um lobo.
— Não é o que eu realmente quero fazer com você. — Ele murmurou.
— Posso controlar seu corpo com meus lábios, Magdalena. Imagine o
que eu poderia fazer com você com o resto do meu corpo. — Sua voz
era hipnotizante enquanto seus dedos mais uma vez escorregavam
pelas dobras úmidas.
Meu corpo se movia, e eu sabia que tinha pouco a ver com o que ele
tinha feito, e mais a ver com meu desejo de ter ele dentro de mim. Eu
queria que a dor parasse, e sabia sem ter que ser dito que ele
preencheria o vazio que eu sempre senti, e acalmaria minha mente. Eu
gemi alto enquanto ele mergulhava a ponta de um dedo dentro e puxou
para fora, lambendo-o enquanto eu o observava.
— Você tem gosto de que eu preciso te foder. — Ele murmurou, se
levantando até ficar de joelhos entre as minhas pernas. Meus olhos
travaram na protuberância enorme que sua calça de moletom não

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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conseguiu esconder. Depois do que vi no banheiro, tive certeza de que
não se encaixaria e, se por algum milagre encaixasse, provavelmente
me rasgaria ao meio.
— Por que você está fazendo isso? — Sussurrei.
— Porque você tem muito medo de pegar o que precisa, e eu sou um
bastardo. — Ele rosnou. — Preciso do caos que vejo crescendo dentro
de você. Preciso te levar, arrasar você várias vezes. Quero ouvir a
sonoridade do prazer que posso te dar enquanto escapa de seus lindos
lábios. Quero sentir os arranhões na minha pele que você deixaria
quando eu entrasse no seu corpo apertado. Eu quero assistir como a
tempestade aumenta, quando eu te tornar minha.
Gemi mesmo que ele não estivesse me tocando. Suas palavras
penetraram em mim mais forte do que ele jamais poderia. Meu corpo
respondeu, a umidade encheu meu núcleo enquanto meus mamilos
endureciam sob o algodão macio da camiseta. Ele também sabia. Seus
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olhos se banqueteavam com minha carne, sua mão levantada para
deslizar levemente sobre meu mamilo enrugado.
Nossos corpos podem ser pele na pele, e eu ainda o queria mais
perto. Isso me apavorou. Acho que isso o deixou com medo também.
Essa reação que tivemos um com o outro não era normal; era como
duas frentes de tempestade se reunissem e colidissem, fora de controle.
— Sabe quem sou? — Perguntou baixinho enquanto levantava a
camisa, expondo picos tensos dos meus mamilos ao olhar ganancioso.
— Lucian. — Choraminguei enquanto seus dedos beliscavam meu
mamilo com força.
— Você é tão linda. — Ele rosnou, como se não gostasse da ideia de
me achar linda. — Eu deveria acabar com essa paixão que tenho com
você. — Sussurrou enquanto sua cabeça mergulhava e seus dentes
beliscavam meu mamilo, roubando um grito misto de dor e prazer dos
meus lábios. Ele sorriu contra a minha carne, e sua boca subiu para

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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reivindicar meus lábios enquanto sua ereção pesada repousava contra
meu estômago. Ele me beijou com força, com força suficiente para eu
ter certeza que nossas almas estavam brevemente conectadas. A mão
dele escorregou, ao lado do meu calor. — Você deve fugir de mim, doce
bruxa. Sou uma carona só de ida para o lado negro e não tem passagem
de volta para casa. Não que eu fosse te deixar ir uma vez que tivesse
você, de qualquer maneira. — Seu tom sedutor enviou um calafrio por
mim.
— Estou com dor. — Admiti e assisti enquanto seus lábios se
curvavam em um sorriso perigoso.
— Eu sei e você não vai fazer nada sobre isso. Não vai se dar prazer
ou permitir que outro homem toque o que é meu, me entende? — Ele
rosnou com força. — É minha até que eu decida o que fazer com você.
— Eu sou sua. — Repeti, com o significado das palavras batendo no
meu cérebro imediatamente depois. Pisquei e balancei a cabeça,
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mesmo quando a boca dele baixou para a minha, seu sorriso arrogante
na certeza de que ele tinha vencido.
— Diga de novo, minha bruxinha. — Ele ordenou enquanto a boca
impedia a minha de fazer o que ele exigia. Sua boca faminta queimou
a minha, enviando uma onda de desejo primitivo e calor queimando
meu corpo. No momento em que ele terminou o beijo, se recostou,
esperando que eu seguisse seu pedido.
— Eu não sou sua. — gritei através de dentes cerrados, com um
brilho que levou muito esforço para aperfeiçoar. — Eu não sei o que
você está fazendo comigo, mas pare agora.
Ele sorriu, e balançou a cabeça.
— Você é mais forte do que eu pensava. — Disse ele suavemente
com um olhar selvagem nos olhos quando algo mais escuro passou por
trás deles. — Você será divertida de quebrar. — Sussurrou enquanto

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abaixava a cabeça mais uma vez, mas desta vez eu me afastei da boca
dele. Aquela coisa era perigosa.
Ele riu friamente e segurou a mão contra o meu queixo, virando meu
rosto para o dele com pressão suficiente que era doloroso.
— Você deveria ter ficado longe quando teve a chance, agora é tarde
demais. — Ele sussurrou contra meu ouvido. — Eu decidi ter você, e
pode mentir para si mesma, mas seu corpo sempre vai dizer a verdade.
Você me quer tanto quanto te quero; ver você lutar será divertido,
menina doce. — Ele me libertou, sentou até estar na beira da cama.
Seus olhos giravam com fogo preto e engasguei com sua beleza. —
Agora, quando eu disser, vai se lembrar de tudo sobre esta noite, exceto
os últimos cinco minutos. Vai entender que usei um feitiço da verdade
em você, para ver se estava envolvida nos ataques se você se lembrar
disso, caso contrário, vai se lembrar de mim sendo gentil com você, e
cuidando de seus ferimentos.
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— Quantas vezes você fez isso comigo? — Sussurrei com raiva.
Como ele pôde fazer isso comigo? Quantas vezes ele fez?
— Esqueça o que eu disse para você, agora. — Disse ele e pisquei,
lutando para me lembrar de não esquecer.
— Lucian. — Sussurrei, piscando enquanto sua mão descia pelo
meu braço; o creme calmante estava grosso em sua palma quando ele
aplicou.
— Como está a dor? — Perguntou ele, com os olhos levantando para
segurar o meu.
— Está tudo bem. — Respondi. — Eu desmaiei? — Continuei
observando quando seus lábios se contorceram como se ele lutasse
para segurar um sorriso.

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CAPÍTULO DEZESSETE

LUCIAN
Andei pelo quarto, meus olhos voltando para a porta de conexão e a
mulher que dormia do outro lado. Que porra foi aquela? Ninguém era
imune à minha compulsão, ninguém. Mas, esta pequena bruxa resistiu
duas vezes agora. Isso me fez querer estar dentro da mente dela ainda
mais.
Eu queria ver o que estava lá, conhecer suas fraquezas e aprender
seus defeitos. Queria fazer um monte de coisas com Lena, a maioria
das quais faria a bruxinha sexy se encolher e corar até as raízes. A

200 boceta dela... ver ela sem nada entre nós quase desfez minha decisão. 200
O gosto dela, porra, eu queria enterrar meu rosto nela, e a ouvir gritar
quando desmoronasse na minha língua.
Dar banho nela foi um show de horrores. Ela nem tinha entendido
o quanto foi queimada, ou que sua carne tinha desaparecido em alguns
lugares, revelando os músculos danificados de suas coxas suculentas.
Provavelmente é melhor assim; ela estava tão alheia às queimaduras
que ameaçavam sua vida como estava com meus esforços para curar
ela. Tinha inalado fumaça suficiente que eu temia que a perdêssemos.
Ao invés disso, ela desconsiderou e voltou sua preocupação para sua
família. Por sorte, ela estaria curada quando acordasse. Graças ao
creme e ao sal das Linhas de Ley.
Os mortais eram fracos, arrastados por aqueles que amavam. O
amor em si é uma doença. É uma que eu mesmo nunca mais vou sofrer.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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Me deixei enfraquecer quando pensei que estava apaixonado, só para
ser traído e amaldiçoado. Nunca mais.
Meu pau estremeceu, duro como aço, e implorou para ser enterrado
na carne macia e convidativa de Lena. Ri silenciosamente, odiando que
estava duro por causa de algo que não deveria estar cobiçando. Eu teria
gostado mais do que tudo em foder a pequena bruxa até que ela nunca
mais pudesse me esquecer ou do meu nome pelo resto de seus dias.
Agarrei meu pau, puxei uma vez e imaginei seus lábios, sua boca
macia e exuberante que provavelmente não conseguiria abrir o
suficiente para aguentar. Ela poderia ser ensinada, se eu tivesse tempo.
Não tenho. Eu poderia arranjar tempo suficiente para violar, foder
loucamente ela e então fazer o que vim aqui fazer: matar todos eles. Me
cansei do jogo, então só alguns vão viver desta vez. Cada um seria
cuidadosamente selecionado; os fracos. Os fracos eram alvos fáceis
para quando ela nascesse de novo. Grunhi, desejando que fosse assim
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tão fácil.
Nunca era tão fácil.
Eu poderia facilmente destruir todo eles; mas, sempre tinha uma
chance dela ser reencarnada em um novo Coven. Esse cenário só a
tornaria mais difícil de encontrar quando ela chegar à idade.
Esta última caçada por Katarina foi desafiadora o suficiente;
desafiadora ao ponto que tive que usar ajuda externa para verificar que
eu tinha localizado o Coven certo. Normalmente, ela fazia uma aparição
a cada outra geração ou algo assim. Por alguma razão insondável, sua
última aparição foi há mais de 120 anos, e o Coven se escondeu bem
desde então. Eu simplesmente não queria poupar esforço para passar
pela busca sem fim de novo.
Abri a porta antes do Bane bater. Seus olhos foram para o meu pau
e rosnei. Meus olhos ficaram vermelhos quando seus olhos azuis
fizeram o mesmo.

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— Trazer elas aqui foi uma ideia ruim, chefe. Deveria ter deixado
queimarem. Menos para matar depois; matar é uma bagunça. Bagunça
é demorado. Estou cansado de enterrar corpos de bruxas. Preciso ir
aos outros clubes, encontrar algumas garotas, foder cinco ou seis,
talvez vinte, vem também? — Ele assente e coçava a cabeça onde seu
cabelo loiro escuro estava reunido em um coque. Ele devia mesmo
cortar essa merda ou deixa cair.
— Não. — Rosnei, meus olhos deslizando de volta para a porta e a
carne feminina adormecida do outro lado. — Tenho certeza que só uma
pode fazer meu pau feliz hoje à noite. — Rebati.
— Tome ela, faça ela esquecer. Então tome ela de novo. — Seu
raciocínio é simples, mas Layton sempre foi. Tinha uma fome, uma que
não podia ser saciada. Ansiava por bocetas e muitas delas. Sua fixação
era tudo e qualquer coisa que as parceiras permitiam. Qualquer coisa.
— Não é tão simples; ela é diferente. Mais inteligente, mais forte.
202 202
Preciso saber por quê. Também preciso usar ela para me aproximar da
Kendra, que não me dá a porra da hora do dia. Ela também é diferente,
e estava no grupo que detonou as alas.
— Tem isso, mas também tem alguém tentando matar elas.
Precisamos descobrir por quê. Sua avó, estava concorrendo à alta
sacerdotisa do Coven e a mãe não. Como se a magia mais poderosa
pulasse uma geração, o que tornaria as garotas poderosas. —
Ponderou.
— A magia é seletiva sobre quem a exerce; é possível que ambas
possam ser poderosas, ou uma. Gêmeos são uma raridade dentro de
um Coven, nem mesmo eles entendem por que isso acontece. Esta
linhagem tem dois conjuntos; isso não é só uma coincidência.
— Mais uma vez, pode ser genética.
— Poderia ser genética se algum deles tivesse em suas linhas, mas
não tem. Portanto, não é algo que devemos ignorar. A menos que o

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PLAYING WITH MONSTERS 01
PLAYING WITH MONSTERS 01
irmão retorne e não esteja realmente morto. — Considerei em voz alta.
— Tenho Helen sob controle; a menos que ela possa fechar seu rosto
inútil, ela pode precisar desaparecer em breve.
— Ela está salivando pelo lugar que você prometeu a ela: a alta
sacerdotisa do Coven.
— Não vai acontecer, nunca. Ela é astuta, ambiciosa e preguiçosa
na cama. — Rosnei. Deviant mencionou que ela não podia nem chupar
ele; ela desistiu. Odeio desistentes.
— Vlad estava no clube, servindo bebida como se fosse o dono do
lugar. Algum motivo específico para permitir que isso acontecesse? —
Perguntou ele. Seus olhos procuraram a resposta como se fosse escrito
na porra do meu rosto; até parece.
— Ele não escondeu quem era. É melhor que possamos monitorar o
que ele vê no clube, ao invés dele se esgueirar por conta própria. Prefiro
controlar o que ele vê, para que eu saiba o que relata aos Fae. Gosto
203 203
dele; respeito é conquistado e ele mereceu. Sua reputação de justiça
me incomoda. Os Faes em geral me incomodam. Não gosto que os
respeite. Mas podemos precisar deles; tem algo diferente sobre este
tempo, e eles não vão fazer muitas perguntas se precisarmos da ajuda
deles. Acho eles muito úteis, mortais, mas úteis. Tem também o fato de
que precisam de nós tanto quanto precisamos deles. De volta ao
assunto em questão, quero Dev em posição, pronto para encantar
minha bruxinha. Se eu precisar de uma distração para ela, é ele.
— Ele já está aqui. Helen o tem em sua lista como um dos filhos de
um ancião do coven em Utah. A linhagem se originou em Salem. —
Layton disse cuidadosamente. — Acha que eles vão continuar com as
comemorações se acharem que suas garotas estão em perigo?
— As bruxas mantêm a tradição, mesmo que o céu esteja caindo.
Eles acham que sua magia depende disso.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
PLAYING WITH MONSTERS 01
— Acho que você deve consertar sua casa, tirar elas de debaixo do
nosso teto. Você já fez isso no clube.
— Não, eu não posso ter essas bruxas pensando nada além do que
eu quero que elas pensem. Quero ter meus olhos nesta família e esta é
a melhor peça para fazer. — Estreitava meus olhos sobre ele quando
um pensamento o atingiu. — Se acha que eu não deveria transar com
ela, é só dizer.
— Eu não acho que você deve foder ela.
— Que pena, porra. — Rosnei, meus olhos se voltando para segurar
o dele. — Meu pau tem estado duro desde o momento em que beijei ela.
Nem mesmo o pensamento de Elaine e suas habilidades diminuíram o
efeito que Lena teve em mim. Sem mencionar que preciso dela, e quero
ela. Não importa se ela é minha inimiga.
— E se ela engravidar, você vai matar ela? — Ele surtou com raiva.
— Você parece ter esquecido uma das maldições que a primeira
204 204
reencarnação me deu foi uma incapacidade de criar crianças. Foi sua
primeira tentativa patética de proteger seu Coven de mim. É um novo
mundo, Bane; as mulheres podem prevenir a gravidez agora.
Magdalena Fitzgerald já está no controle de natalidade, se o pacote em
seu armário de remédios pode ser confiável.
— Pensei que o objetivo da Colheita era eles foderem como coelhos
e fazerem alguns bebês. E se ela saiu dele?
— Parece que minha bruxinha é uma rebelde e não tem intenções
de fazer bebês bonitos. Talvez ela tenha um plano para brincar com o
Coven e seus ancestrais. Ela não seria a primeira bruxa a fazer a fim
de ter seus poderes e evitar o bebê de nascer. — Sorri, lembrando como
ela estava brava quando me disse para fazer lindos bebês e me
esquecer. Ela tem fogo, e um belo caos dentro dela.

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— Sabemos o plano para as meninas que detonaram as alas? — Ele
perguntou, os olhos disparando na direção de uma das cadelas a que
ele se referia que estava dormindo dentro desta casa.
— Elaine vem; vamos discutir os planos pras meninas mais tarde.

MAGDALENA
Não dormi como ele pediu, ou melhor, exigiu em sua voz estranha.
Ao invés disso, tentei lembrar tudo o que pudesse sobre esta noite.
Peças continuavam vindo para mim e eu não tinha certeza do que
realmente aconteceu e o que tinha sido uma ilusão. Tirei uma caneta
da gaveta da cabeceira e escrevi todos os detalhes estranhos que não
consegui colocar nos braços; caso eu esquecesse.
Foi só quando a voz de uma mulher pôde ser ouvida pela porta que
eu saí da cama.
205 Rastejei para a frente, ouvindo a mulher enquanto reclamava com 205
Lucian, sua voz subindo enquanto começa num tom mais aquecido.
— Isso é besteira, eu ganhei o meu lugar! Nenhuma bruxa estúpida
vai me substituir na sua cama, entendeu?
— Você esquece seu lugar, Elaine.
Levantei uma sobrancelha com sua declaração sobre o lugar dela.
— Foda-se isso! Quem é ela? Vou cortar ela de orelha a orelha, e
então vai se lembrar por que você me ama!
— Eu nunca te amei, nunca. Eu disse que não era possível anos
atrás. Ela vai morrer em breve, mas não será por sua mão.
Botei a mão na boca quando as imagens de Lucian em pé com um
corpo coberto de pano voltaram correndo. Ele estava no meu quarto,
sussurrando palavras para mim enquanto segurava minha garganta,
impedindo a entrada de ar nos meus pulmões. Não tinha cachorro. Oh,
porra!

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Olhei em volta do quarto em busca de uma saída, percebendo que
minha família estava na casa deste homem! Ele tinha ateado fogo para
nos levar aqui? Não fazia sentido.
— Me use do jeito que você gosta. Qualquer coisa que queira, pode
até me chamar pelo nome dela. — Ela implorou e estremeci.
O desespero não era sexy. Sua voz chorosa me irritava e as ameaças
me faziam desejar ter magia suficiente para amaldiçoá-la com verrugas.
— Elaine, tenha alguma dignidade. Eu disse que este era um acordo
de curto prazo, para não se apegar.
— É ela? Se for, você pode simplesmente matar ela e acabar com
isso! Ou eu vou, Lucian; é uma solução fácil. Eu não vou embora e você
não pode me obrigar!
Ouvi barulho, uma janela quebrou e, enquanto me movia para a
pequena janela do meu quarto, vi um pequeno corpo atingir o chão.
Botei as mãos na boca e tremi. Puta merda! A maçaneta da porta
206 206
sacudiu e pulei na cama o mais silenciosamente que pude. Puxei as
cobertas até o pescoço e fechei os olhos.
Senti a cama ceder com seu peso enquanto ele se sentava ao meu
lado calmamente, como se não tivesse jogado uma mulher para a
morte. Que porra é essa? Sua mão escorregou para o meu rosto e seus
dedos tocaram suavemente. Abri meus olhos lentamente e me virei
para olhar para ele.
Seus lábios tocaram minha testa quando me virei para olhar para
ele, mantendo meus braços cobertos de notas sob os cobertores.
— Oi. — Sussurrei, surpresa que minha voz era suave e uniforme.
— Bom dia, linda. — Ele murmurou antes de seus lábios pairarem
sobre os meus antes de reivindicar eles. — Ainda não é hora de acordar,
só queria ter certeza que você dormiu livre de pesadelos.
O único pesadelo que eu estava tendo era ele.

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CAPÍTULO DEZOITO
Ele só ficou comigo até pensar que eu estava dormindo. Esperei
mais algumas horas, me certificando de que a casa estava quieta antes
de sair do quarto e sair pela porta da frente. Corri para a cabana e
rapidamente alimentei Luna antes de pular no chuveiro e esfregar as
anotações o melhor que pude.
Eu era cuidadosa em torno das áreas que foram queimadas. O
banho de sal que tomei ontem à noite – misturado com o creme que
Lucian usou – foi incrível, e eu queria a receita que ele usou para isso.
As queimaduras pareciam quase completamente curadas e mal doíam
quando me movia.
Saí do chuveiro e gritei quando bati no peito de Lucian.
— Que porra é essa? — Exigi com raiva, antes de me lembrar de
uma mulher voando pelo ar. É melhor não irritar ele.
207 207
— Você escapou da minha casa. — Disse ele suavemente, com os
olhos lentamente arrastando sobre meu corpo molhado e nu.
— Não queria te acordar e eu precisava de roupas limpas.
— Comprei roupas para você e sua família. — Rebateu. Pisquei com
as palavras e vacilei por um momento. Como sabia nossos tamanhos e
alias comprou tão rapidamente?
— Preciso de uma toalha. — Sussurrei, dolorosamente consciente
de que estava nua e ele não. Me senti exposta e vulnerável assim na
frente dele. Eu tinha coberto meus seios com os braços, mas pouco fez
para esconder qualquer coisa do calor em seus olhos da meia-noite.
— Tenho isso também. — Disse ele com um sorriso suave.
Eu olhei para ele.
— Você está no meu espaço; realmente precisa aprender sobre
limites pessoais. Agora, saia enquanto eu me visto, por favor?

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Ele sorriu de novo, mas este disse que não se importava muito com
limites pessoais, e antes que eu pudesse empurrar ele para fora, ele
capturou minhas mãos.
— Algo mudou em você, pequena bruxa. Você está mais fria hoje.
— Porque estou aqui nua? — Rosnei.
Ele largou minhas mãos e virou o calcanhar, me deixando olhando
para as suas costas quando ele saiu do banheiro. Não respirei até ouvir
a porta da frente bater atrás dele. A cabana inteira tremeu com sua
partida, ou talvez só eu. Rapidamente puxei as calcinhas, uma camisa
de manga comprida, e alguns tênis pretos que eu tinha encontrado no
armário, juntamente com um par de macacões, e luvas.
Sai do banheiro, só para me ver olhando para Benjamin, que olhou
para mim com cautela, mas com alívio, antes de seu sorriso assumisse
uma borda dura de frieza.
Meu coração já errático trovejou quando olhei para ele. Eu queria
208 208
correr para ele, jogar os braços em volta dele e fingir que era Josh.
Queria chorar sobre a casa pegando fogo, chorar em seus braços fortes
sobre o que eu tinha passado; ao invés disso, eu lentamente me movi
para fora do quarto, e lhe dei as costas quando puxei meu cabelo em
um rabo de cavalo apertado.
— Posso ajudar? — Sussurrei quando encontrei seus olhos no
reflexo do pequeno espelho. — Talvez você veio para queimar a casa de
campo também?
— Não incendiei, Lena; quando ouvi sobre isso, vim te verificar você.
— Claro, e você não detonou a bomba também. — Surtei com raiva;
ele tinha o mesmo “tique” que Joshua tinha quando mentia. Ele
mastigava o lábio inferior depois de me falar merda e depois esperava
para ver se eu acreditaria.

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— Sabendo o quanto você significava pra ele, nunca te machucaria.
— Disse ele cuidadosamente, com os braços atravessando uma pose
defensiva enquanto seus olhos me observavam.
— Você quer dizer Joshua, o quanto eu significava para ele? Não
significo nada para você. Você é um estranho. — Minha voz estava fria
quando me virei para olhar para ele. — Você deixou claro que não veio
aqui por nós. Então, por que está aqui? Ou me diga isso, por que a
merda começou a explodir no momento em que você apareceu? Ou
explique por que acabamos queimando em um incêndio que foi posto
na mansão e, de repente, eu te encontro aqui, na minha casa?
— Você foi queimada? — Perguntou ele, com os olhos cheios de
preocupação enquanto me olhava. Se ele tivesse ateado fogo, não
queria nos machucar nele.
— Eu fui; quase morri, assim como Kendra e nossa mãe também.
Se você lançou o feitiço, fez um trabalho de assassinato muito ruim,
209 209
não era sua intenção, irmão.
— Eu não tinha um professor como você. Eu não tinha uma mãe
que me amava o suficiente para me manter! — Ele surtou, e doeu. Senti
profundamente.
— Então, qual era o seu plano ou razão para colocar o fogo? Por que
você queria entrar na casa e fazer um péssimo trabalho no feitiço?
Tenho certeza de que é preciso mais de uma bruxa para lançar algo tão
poderoso quanto aquele feitiço, idiota. Veio aqui para algo específico?
— Não coloquei a porra do fogo. — Ele fez uma careta e balançou o
dedo para mim. — Você não é doce e inocente, ele mentiu. — Meditou
com raiva. — Você também tem a escuridão dentro de você. — Ele
rosnou enquanto se aproximava lentamente, seus olhos se estreitaram
em mim conscientemente.
Fiquei no lugar, observando enquanto ele espreitava ao meu redor.

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— É isso que você pensa? — Perguntei com cuidado. — Que eu sou
como você?
— Você é como eu. A escuridão pode sentir os outros com a mesma
mancha. Você tem. Você fede a isso, irmã.
Era para ser um tapa na cara e nós dois sabíamos disso.
— Não é nada, meu irmão. Tenho essa merda tratada, ao contrário
de você. Eu nunca usei. Não importa o quanto ele tentou me fazer, eu
resisti a ele.
— Ninguém pode lutar contra a escuridão sozinho, não quando ela
afunda seus dentes. Sabe disso. É por isso que fui jogado fora como
lixo. Então, por que manter, quando ela nem sequer tentou me salvar?
Sorri tristemente para ele.
— Você quebrou ela, Benjamin, acredite ou não. Ela não te mandou
embora e seguiu em frente. Ela sempre foi um pouco quebrada e nunca
soubemos por quê. Quando Joshua morreu, foi devastador para ela,
210 210
porque ela não só perdeu ele, ela perdeu o pouco que tinha de você
naquele dia também. Levou tudo o que ela tinha só para sair da cama
de manhã. Acha que foi uma escolha fácil para ela te mandar embora?
Não foi nada. A parte triste é o que o Coven tem feito desde sempre; é
o que fazemos quando uma criança nasce errada. Não é sua culpa, e
não é dela. Com certeza não é minha. Você quer uma festa de piedade,
procure em outro lugar.
— Eu poderia matar ela. — Ele rosnou.
— Facilmente, tenho certeza. Mas você não veio aqui para me matar.
Não acho que você é tão ruim quanto quer que todos pensem, também.
Se fosse, Joshua não teria te contado sobre nós. Ele teria nos protegido
de você e não fez. Acho que ele viu em você o que eu vejo, um garoto
perdido que tem um negócio bruto na vida, um que é da nossa linhagem
e família. Pode ter sido mal criado. Mas você não é uma escuridão total.
Você aceitou, claro, mas pensou uma maneira de controlar.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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— O que faz você dizer isso? — Perguntou ele com cuidado, um olhar
guardado em seus olhos.
— Porque se a escuridão tivesse tomado o controle completo de você,
eu já estaria morta e não estou. Eu não sou a melhor em matemática,
mas mesmo eu posso dar um palpite educado sobre isso.
— Você está brincando com fogo, bruxa.
— Por que todo mundo me chama assim? Meu nome é Magdalena!
Lena ou Lenny para você; sim, percebi que você usou o apelido que só
Joshua me chamou. Então sei que você o conhecia; o que quero saber,
a única coisa que quero saber, é o que quis dizer com isso, que deveria
ter sido você ao invés dele.
— Tenho que correr, mana. — Ele disse com um sorriso cauteloso e
um olhar assombrado. Ele se moveu de seu jeito assustador, parou
abruptamente na minha frente e colocou três beijos castos na minha
testa, têmpora e bochecha antes de desaparecer no ar.
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Joguei as mãos para cima no mesmo momento em que Lucian
escancarou a porta, entrou no quarto e olhou em volta.
— Você não estava sozinha.
— Eu não estava. — Gaguejei. — Luna está aqui comigo.
Ele olhou minha roupa e levantou uma sobrancelha escura.
— Jardinagem?
— Eu estava indo trabalhar na casa principal.
— Já chamei alguém para limpar para sua mãe, alguém que é mais
qualificado.
— Nós pedimos para você? — Rebati e então me segurei. — Sinto
muito. Estou cansada, a casa da minha mãe está coberta de cinzas,
fuligem e detritos e precisa ser consertada para que possamos voltar
para casa. Não gosto que você esteja tão perto do meu quarto. — Eu
joguei o último para ter certeza de que ele sabia que eu sabia que ele
tinha me colocado ao lado dele de propósito.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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Não consegui dormir à noite toda. Mas, de novo, quem poderia
dormir depois de ver uma mulher ser jogada pela janela? Andei pelo
lugar onde a tinha visto pousar esta manhã no meu caminho para casa,
só para descobrir que não tinha nenhum vidro da janela e nenhum
corpo. O quintal também não rendeu nada, nenhuma sujeira
perturbada de um corpo sendo enterrado. Sei o que vi e ouvi ontem à
noite e ele a jogou da janela. De alguma forma, ele encobriu isso sem
sequer suar a camisa. Não foi uma tarefa fácil de gerenciar sem que
algo fosse deixado para trás, certo?
Seus olhos me observavam enquanto eu passava por ele. Tão rápido
quanto uma cobra, ele agarrou meu braço e me puxou para perto dele.
— Quem estava aqui? — Ele perguntou friamente; sua mandíbula
ficou tensa, revelando um músculo que martelava com raiva crescente.
— Quem eu permito dentro da minha casa não é da sua conta. Sou
uma mulher adulta, não uma criança que precisa se reportar a você.
212 212
— Você deve observar essa boca, ela pode deixar você em apuros. —
Ele rosnou enquanto lambia os próprios lábios.
— Não seria a primeira vez; duvido que será a última.
— Talvez precise de um propósito, alguém para mostrar o que pode
fazer e como usar corretamente. — Ponderou ele e antes que eu
pudesse pensar melhor sobre isso, lambi meus próprios lábios e espiei
a píton escondida em suas calças.
— Me deixe adivinhar. Vai se oferecer para me ensinar? Passo.
Agora, se você terminou eu tenho que começar na casa.
— Ontem à noite, você queria que eu transasse com você, bruxa. —
Ele afirmou e estava certo. Não que eu admitisse. — Agora você está
fria, o que mudou?
— Nada. — Sussurrei cuidadosamente, meus olhos subindo para
travar com o dele.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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Foi um erro. Seus olhos revistaram os meus e senti um empurrão
suave contra minha mente, como se estivesse lendo minhas memórias.
Senti ele bater nas paredes que eu tinha erguido e sorri, com os olhos
dele se estreitando enquanto adicionava camadas extras ao redor das
paredes, e sentia ele se afastar.
— Tentando esconder alguma coisa, bruxinha? — Perguntou ele, e
sorri quando olhei para ele, mas mantive a boca fechada. Eu não era
suicida ou estúpida. Mas poderia jogar estupidamente bem.
— Não sou uma arquiteta, e não trabalho em construção. Preciso
passar por você, para poder ir trabalhar na casa da minha mãe. Não
quero impor sua generosidade por mais tempo do que precisamos. —
Respondi com a quantidade certa de sarcasmo atrevido.
— O Coven proibiu qualquer um de entrar na mansão. Não foi
esclarecido o feitiço que causou o dano. Me deixe ser claro sobre isso,
porque só estou aqui para dizer uma vez: não é seguro para você. Se
213 213
troque; tenho algumas coisas para você fazer. Sua punição do Coven
não acabou e estou precisando da sua ajuda. — Ele rosnou baixo. Seu
sorriso autoconfiante me fez querer esbofetear seu rosto bonito.

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CAPÍTULO DEZENOVE
O Clube Chaos parecia completamente diferente à luz da manhã.
Lucian deve ter tido alguns dos melhores empreiteiros do planeta. Os
danos da explosão da noite anterior pareciam ter sido magicamente
apagados. Parecia que nunca tinha acontecido, como se eu tivesse
imaginado.
Lucian me deu uma lista de deveres e explicou como cada um
deveria ser cumprido. Também me deu um carrinho que segurava uma
lata de lixo e vários limpadores, luvas de plástico e um cartão-chave
que só abriu certos quartos que ele queria que eu limpasse. Também
me foi dada uma advertência rigorosa para seguir suas instruções à
risca. Eu não era uma maldita empregada, mas essa tarefa caiu sob a
ideia de punição do Coven.
Desci para o nível inferior e encontrei os quartos da minha lista,
214 214
então comecei a trabalhar. Os quartos eram uma coisa estranha de se
encontrar debaixo de um clube e parecia que ele era usado para
pernoites. Cada um foi configurado de forma um pouco diferente no
que diz respeito a brinquedos para adultos e equipamentos pervertidos
pra caralho; algumas coisas que eu tive que pesquisar no celular para
realmente descobrir para que merdas elas eram usadas. Mas cada
quarto tinha um saco de roupa de cama novinha ao invés da roupa de
cama recém lavada como os hotéis tinham. A cada quarto que entrei,
uma câmera no canto piscava e me seguia enquanto eu limpava.
Foi só quando entrei numa sala marcada como “Chefe” que fiz uma
pausa e realmente olhei em volta. Este quarto era maior que os outros,
mas tinha uma cama, com um comprimento de corrente preso a cada
poste. Na mesa no meio da sala tinha uma fina bengala de rattan e um
conjunto de contas Kegel pretas. De acordo com a minha pesquisa na
internet, essas bolas Kegel evidentemente tinham um aplicativo de

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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telefone junto, que controlava o nível de vibração via Bluetooth. Recuei
dele, me movi para os espelhos de vidro que compõem as paredes da
sala, e comecei a limpar só com alguns olhares curiosos para as contas
e a vara.
Que merda era esse lugar? Removi uma luva quando ela rasgou
minha unha e joguei na lata de lixo no carrinho antes de retomar a
lavagem do vidro. No momento em que toquei a superfície espelhada,
ela se transformou em vidro claro, e o quarto além dela foi revelado.
Sofás cinzentos macios estavam situados contra as paredes da sala,
que tinha um palco elevado no centro dele. Um X de aparência perversa
foi afixado em uma das paredes e tinha correntes semelhantes às
anexadas à cama no quarto em que eu estava. Estes balançavam de
cada ponto da cruz. Engoli enquanto minha mente correu selvagem;
uma sala de tortura? Meu Deus, ele estava hospedando algum tipo de
clube de mutilação aqui!
215 215
Girei e estava prestes a correr da sala, quando o encontrei encostado
na porta. Seu sorriso era macio enquanto seus olhos se moviam de mim
para a mesa, em seguida, para o quarto além do vidro.
— Você é doente. — Rebati sem pensar.
Ele levantou a sobrancelha, mas não disse nada. A porta atrás dele
se fechou e clicou enquanto se aproximava lentamente, me forçando a
recuar até que eu estivesse cheia de vidro.
— Você é um sádico, não é? Algum tipo de aberração que gosta de
torturar pessoas. — Sussurrei trêmula.
— É isso que acha que o lugar é? — Ele riu, o som frio e impiedoso.
— Eu tenho olhos. — Rebati.
— É um clube de sexo, Lena. Não quer dizer que não haja um pouco
de tortura que aconteça aqui, mas aqueles que recebem fazem de boa
vontade. Você foi mais protegida do que eu pensava. A indústria do

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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sexo é um negócio lucrativo, uma das indústrias de maior faturamento
do mundo.
— Você dirige um clube de sexo aqui? — Sussurrei, horrorizada. —
Será que o Coven sabe sobre isso?
— Os anciãos sabem. Eles recebem uma parte da receita do clube
para ajudar a manter a cidade. Não estou escondendo isso, se é o que
você pensa.
Dei mais um passo para trás quando ele se aproximou.
— Posso te mostrar algumas coisas, se você ainda está curiosa.
— Estou bem. — Engoli com força, meus olhos vendo o dele
enquanto um sorriso espalhava em sua boca, como se fosse uma piada.
Como se ele tivesse me enfeitiçado, o que ele provavelmente tinha.
— Aí está essa palavra de novo.
— Eu deveria ir. — Sussurrei enquanto tentava passar por ele, só
para ele bloquear meu caminho. Corri direto para o peito dele com um
216 216
baque maçante que sacudiu meu cérebro. — Pare de fazer isso!
— Fazer o quê? — Perguntou enquanto me pegava, mesmo que eu
lutasse contra. Ele me levou para cama e me segurou contra o colchão.
— Isso! Pare com isso. — Resmunguei enquanto lutava contra ele
para voltar aos meus pés. Eu estava prestes a gritar com ele que eu
estava farta dele quando alguém riu perto de nós. Virei a cabeça
olhando ao redor dele, com a intenção de dizer a quem quer que fosse
que não era o que parecia.
Parei de congelada enquanto observava a mulher que tinha visto
sendo jogada da janela de Lucian ontem à noite, enquanto ela puxava
três homens com ela para dentro do quarto do outro lado do espelho.
Agora que pude ver o rosto dela, percebi que ela era a mulher doente
de amor no escritório de Lucian na segunda vez que estive lá. Senti
Lucian tenso e me levantei da cama para me mover para o vidro. Ele
tocou brevemente antes de se afastar.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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Ela estava inteira, não enterrada em algum pedaço de terra, como
eu tinha assumido que estava. No momento, ela estava nua como no
dia em que nasceu, e os homens também. Assisti silenciosamente
quando ela desceu de joelhos e começou a chupar um.
— Oh uau. — Sussurrei, horrorizada por ter sido testemunha disso.
Lucian estava duro, de costas para mim enquanto observava a mulher
com os homens. Agora eu sabia para que servia o vidro. Era uma
espécie de vidro bidirecional; onde eles não podiam nos ver observando.
O homem que ela chupava grunhiu enquanto ele segurava seu cabelo
e puxava sua boca para longe de seu pau engordado antes de empurrá-
la para o palco dolorosamente.
Ouvi Lucian resmungando, mas ele não deixou de olhar seu belo
corpo. Ela era pequena, com quadris finos e um seio inchado curvado
perfeitamente, mesmo que seus seios fossem grandes demais para seu
pequeno corpo. Seu cabelo da meia-noite estava para baixo e livre dos
217 217
pinos brilhantes desta vez, e seu solhos verdes me lembrou de um gato.
Sua pele era de porcelana; nem uma única contusão ou mancha
prejudicou. Ela era perfeita demais.
Me aproximei sem perceber, cobrindo a boca enquanto um homem
se aproximava dela empunhando uma vara de aparência perversa.
Ouvi um estalo agudo e observei enquanto ele encontrava seu alvo. Na
pele dela. Ela gritou e sorriu. Ela sorriu, porra! Eu podia ver o vergão
vermelho irritado onde tinha tocado ela e marcado sua pele bonita.
Outro estalo soou e outro vergão subiu em sua pele, este de um
chicote, e ela ronronou como se gostasse da dor. Eu não conseguia
entender o que estava vendo ou o que realmente era. Um homem de
cabelo escuro se moveu atrás dela, segurando seus quadris enquanto
empurrava seu pau pesado dentro dela até que ele fosse enterrado no
calor dela.

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Lutei para controlar minha respiração, assim como meu corpo. Eu
estava ficando corada com o que estava acontecendo na sala além do
vidro. Senti os olhos de Lucian se virarem para mim, e ainda assim não
conseguia desviar o olhar do show. O homem loiro que usou a vara
alguns momentos atrás estava em sua boca, enquanto o terceiro
perseguiu predatoriamente em torno do trio com um chicote que ele
jogaria para fora intermitentemente com um estalo afiado e deixou
outro vergão em suas costas. Embora a maioria de seus sons fossem
abafados, seus ruídos eram altos, mesmo com o pau enterrado em sua
garganta – e ele tinha que estar enterrado, porque era enorme e eu não
podia ver, nada dele!
Senti minhas mãos enquanto fechavam em punhos apertados
enquanto eu tentava processar a cena, mas falhei. Lucian se moveu
para mim; sua mão tocando meu rosto me fez saltar de susto.
— Não! — Chorei de olhos arregalados ao pensar que ele queria me
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levar lá, aumentou o medo esmagador que eu estava começando a
engasgar. — Não, não, não. Eu não, não posso. Não vou fazer isso,
nunca. Eu tenho que ir!
— Lena, pare. — Sua voz falhou na sala, em voz alta. Ignorando,
corri para a porta e puxei a maçaneta. — Você não deveria ver isso; foi
feito para mim. — Ele respondeu com raiva.
— Eu preciso sair desta sala. — Sussurrei.
— Eles trancaram, o que significa que você e eu estamos presos aqui
até eles terminarem.
Minhas bochechas estavam vermelhas; minhas mãos tremendo
enquanto meus olhos relutantemente se voltaram para o show. Eu não
tinha certeza do que mais me apavorava, que eu estava excitada com
isso, ou que eu era uma testemunha relutante nisso.
— Você está bem aqui, ninguém vai fazer nada com você. — Ele me
garantiu, mas meus olhos, traidores que eram, estavam colados ao

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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deboche absoluto acontecendo na outra sala. Seus olhos me
observavam, e ainda assim foi preciso um grande esforço para eu
remover os meus de onde ela estava satisfazendo todos eles agora. Eu
nem tinha certeza se era humanamente possível, mas ela tinha os três
dentro dela e ela estava fazendo barulhos que indicavam que ela estava
mais do que só gostando.
— Isso é... Uau. — Era tudo o que eu podia soltar quando finalmente
me virei e o encarei, mas o olhar em seus olhos não me fez sentir
segura, me fez sentir caçada.
— Você gosta de assistir. — Ele comentou casualmente enquanto
seus olhos se estreitavam sobre mim, e depois baixou para o meu calor
úmido que estava definitivamente molhado. — Isso é inesperado.
— Eu não. — Sussurrei, mas meu cérebro exigiu que eu me virasse
para que pudesse ver o que estava acontecendo agora. Dois dos homens
estavam grunhindo, e um terceiro deve ter terminado porque ela estava
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gritando como uma banshee. Ela não estava gritando nenhum dos
nomes deles; ela estava gritando o dele. — Você está sendo chamado.
— Não estou interessado nela. — Sua voz resmungou suavemente
enquanto ele me puxava para perto de seu corpo, ignorando o fato de
que eu estava dura, tão dura que uma tábua teria inveja da minha
postura. — Você, no entanto, você é cheia de surpresas.
Ele me girou em torno de seus braços, seu braço me prendendo lá
quando ele pressionou contra meus seios, seus lábios pressionando
contra minha orelha.
— Acha que ela vai dizer que estava bom quando terminarem com
ela? — Ele brincou, a língua tocando contra o meu pulso enquanto
disparava.
— Sim. — Sussurrei relutante em mudar minha opinião.

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— Está molhada. — Ele anunciou, a mão lentamente se movendo
para baixo do meu corpo até que ele apertou meu sexo. — Você quer
tomar o lugar dela? Eu poderia organizar isso.
— Não, definitivamente não. — Respondi rapidamente. De jeito
nenhum, porra!
— Mentirosa. — Ele sussurrou enquanto me virava e sorria para
mim. — Sexo não é um ato vil, não importa quem tente te convencer
do contrário. Deus não cometeu um erro colocando Eva no jardim com
Adão; ele sabia o que estava fazendo. Pelo amor de Deus, ele colocou
eles nus, e eram só humanos. Era da natureza deles pegarem o que
precisavam. Fizeram o que fizeram naturalmente. Eles foderam e,
finalmente, culparam uma serpente. Quão perfeitamente fodido é isso?
Eu pessoalmente acredito que eles culparam a serpente errada.
— Não tenho certeza se a Bíblia pertence a um lugar como este. —
Respondi enquanto tentava desviar meu olhar. — Tenho certeza que
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até o diabo coraria aqui.
— Eu não teria tanta certeza disso. — Ele meditou suavemente
enquanto seus olhos se moviam para a outra sala. — Você acha que
gostaria da dor?
— Não. — Sussurrei.
— Por que não? — Perguntou ele baixinho, com os olhos cheios de
calor derretido. — Tem uma linha tênue entre a dor e o prazer; às vezes
não pode ser separado.
— Você deu dor a ela. — Murmurei.
— Eu dei a ela o que ela gosta.
— Acho que ela não sabe do que precisa. — Sussurrei. Eu não tinha
certeza se eu quis dizer a mim ou a ela, e ele tinha pego isso.
Ele sorriu e me pegou sem esforço, então sem cerimônia me jogou
na cama, com força. Tentei me sentar, mas ele caiu em cima de mim,
derrubando o ar dos meus pulmões dolorosamente. A mão dele segurou

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meu sexo, e beliscou, fazendo meus quadris irem contra ele enquanto
eu gritava, e então ele esfregou cuidadosamente, fazendo fluidos
correrem para a minha entrada.
Sua boca se moveu sobre um peito, encontrando o mamilo e
mordendo com força através da camisa que eu usava, depois soltou e
esfregou com os lábios enquanto seu hálito quente abanava com uma
dor dolorosa. Eu estava impotente contra as sensações que corriam
através do meu corpo. Estava molhada, encharcada. Sua mão capturou
as minhas e as segurou dolorosamente acima da minha cabeça, em um
aperto como um torno. Seus dentes deslizaram sobre a minha artéria
carótida e beliscaram, depois beijaram. Era intoxicante, e não importa
o quanto eu tentasse me convencer do contrário, eu estava gostando
do que ele estava fazendo comigo.
— Seu coração está acelerado, Lena. Te assusto ou te excito? — Ele
sussurrou roucamente enquanto a boca esmagava contra a minha
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dolorosamente; os dentes bateram juntos, sua língua exigiu a entrada
e entrou.
Ele estava duro, inflexível quando me reivindicou. Como se tivesse
perdido o controle, assim como eu tinha testemunhado o ato na outra
sala. Seus dedos cavaram em meus pulsos dolorosamente, me fazendo
gemer e gritar ao mesmo tempo, o que abriu meus lábios ainda mais
para seu sedutor e exigente beijo. Beijei de volta e ele gemeu enquanto
cavava a mão livre no meu jeans, encontrando meu clitóris e apertava
com força. Eu me contraí contra ele, e gritei quando a tempestade de
emoções construiu dentro de mim. Ele soltou, e com dois dedos entrou
no meu corpo dolorosamente, espalhando até que fosse dor e prazer. O
jeans rasgado, o botão e o zíper se libertando sob a pressão. Ele sorriu
contra a minha boca enquanto me segurava lá, me beijando, me
fodendo com força com os dedos enquanto os gemidos e gritos do outro
quarto enchiam o que estávamos. Ou talvez fosse o nosso agora.

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Senti a onda da tempestade e então vim e me desfiz. Meu corpo
inteiro tremia e tremia, e a umidade cobria seus dedos, meu corpo
apertando contra sua intrusão. Meus ouvidos ecoaram pelos gritos que
encheram a sala, sua boca os cortou quando me beijou suavemente
através da tempestade. Seus dedos continuaram se movendo
lentamente dentro de mim, seu polegar esfregando ternamente contra
o meu clitóris. Lágrimas vazaram dos meus olhos enquanto eu tentava
compreender o que estava acontecendo comigo.
— Sou dono do seu primeiro orgasmo, Magdalena. Só eu. — Rosnou
enquanto se afastava e rolava da cama. Vi quando saiu pela porta agora
destrancada. Me arrastei da cama com as pernas trêmulas e corri.

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CAPÍTULO VINTE
Eu tinha tentado me esquivar de Lucian pelo resto do dia, e de
alguma forma consegui. Odiava ter gostado do toque dele, mas
principalmente, odiava ter ficado excitada assistindo o quarteto na
outra sala. Eu não era bizarra por natureza. Curiosa seria uma
descrição melhor. O que testemunhei naquela sala estava tão longe da
minha zona de conforto que eu poderia estar em Hong Kong tentando
falar e entender chinês.
Pulei o jantar e não saí do cômodo além de tentar encontrar um
banheiro para cuidar das minhas necessidades pessoais. Acabei de sair
dele quando ouvi passos suaves atrás de mim e me virei para ver minha
irmã e minha mãe descendo o corredor.
— Vocês foram na casa? — Perguntei, notando que elas estavam
sujas com fuligem.
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— As pessoas que Lucian contratou acabaram de limpar a casa e o
Coven fez a inspeção. Foi limpo, mas o dano é mais do que eu pensava
que seria. — Minha mãe disse tristemente. — A abadia está sendo
preparada para a cerimônia do Despertar, por isso Lucian teve a
gentileza de nos permitir ficar mais alguns dias até que os quartos
possam ser preparados para nós lá.
— Alguns dias? — Gemi, me perguntando como eu conseguiria me
esquivar dele por tanto tempo. Os empreiteiros que Lucian contratou
para o clube fizeram um trabalho incrível durante a noite, talvez
pudéssemos contratá-los para fazer sua mágica na mansão e voltar
para lá.
— Magdalena, é uma bondade que você não deveria reclamar. Além
disso, o Coven nos quer aqui. Bem, pelo menos até sabermos com
certeza que é seguro ir para casa. — Minha mãe sussurrou baixinho,

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como se temesse que as paredes tivessem ouvidos e relataria minhas
palavras imediatamente para o dono da casa.
— Não estou reclamando, mas temos eventos chegando. Amanhã é
o primeiro dia para nos misturar e nos permitir conhecer melhor os
homens dos outros Coven. Kendra não tem nada para vestir! Nem eu.
— Menti. Eu tinha algumas coisas, mas nada realmente vistoso, ou
apropriado para os eventos que seriam realizados nos próximos dias.
Lucian tinha mencionado a compra de roupas para nós, mas eu ainda
não vi, o que significava que eu não tinha ideia se elas se encaixam, no
que nos esperava.
— Vamos gerenciar, sempre fazemos. — Disse Kendra, os olhos me
desafiando a discutir.
— Você precisa estar perfeita para que possa continuar a linhagem
da família. — Provoquei com um pequeno sorriso.
— Não acho que seja importante para nossos ancestrais se estou
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vestida de alta costura ou não. Você está bem? — Ela perguntou,
notando que eu estava procurando praticamente qualquer desculpa
para fugir da casa em que estávamos presas, ou mais precisamente,
longe dele.
— Estou bem. — Respondi, porque diferente do meu total
constrangimento, eu estava bem. Só tinha que descobrir uma maneira
de continuar driblando Lucian até que a abadia tivesse espaço para
nós ou a mansão fosse reconstruída. — O que o Coven descobriu?
— O fogo não foi um acidente. — Kendra confirmou, seus olhos
iluminaram o azul com sua raiva. — Alguém tentou nos matar; acham
que foi alguém próximo a nós. Eles também pensam que sou a única
que foi o alvo. Eles disseram que era uma espécie de alquimia. — Algo
na maneira como ela disse alquimia e não faz contato visual comigo me
chamou a atenção e ligou sinos de alerta.

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— Como isso é possível? — Engoli em seco. — A alquimia é feita só
com a aprovação dos anciãos; o menor erro é mortal.
— Não sabem como ou por quê, mas acham que a bomba foi obra
da mesma pessoa. Pode ser que Benjamin esteja aliado a eles, mas é
altamente improvável; se alguém por aqui usou, os anciãos teriam
percebido. O feitiço era muito complexo, e eles disseram que esse tipo
de magia tem impressões digitais únicas.
Alquimia era uma notícia ruim. Especialmente se o Coven não
pudesse rastrear quem estava criando feitiços desagradáveis que
pareciam estar chegando perto demais para seu conforto. Esse não era
o tipo de coisa de que precisávamos perto do Despertar.
Olhei para minha mãe quando ela me estudou com cuidado. Seus
olhos pareciam ver através de mim, como se estivesse tentando ler
minha mente.
— Mãe? — Perguntei cuidadosamente.
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— Você fez botânica, Lena. As classes que poderiam te ajudar a
aprender a alquimia. — Ela sussurrou.
— Fiz botânica para ajudar o negócio. — Eu disse com uma careta.
— Também aprendi ética nos negócios. Peguei tudo que achei que
ajudaria no crescimento do negócio, merda, até aprendi a fazer
sabonetes e outras coisas para vender na loja. Eu não tive minha
maldição suspensa e nada do que aprendi poderia ajudar a fazer
bombas ou incêndios sobrenaturais. Não é como se eles tivessem uma
aula sobre como criar chamas mágicas na faculdade comunitária.
— O Coven só está olhando para todos os cenários possíveis, Lena.
Assim que você voltou para a cidade, as coisas começam a explodir...
— Kendra disse suavemente, com os olhos cheios de preocupação. —
Você já se foi há muito tempo e eles estão só sendo cuidadosos. Um dos
anciãos sugeriu que tentássemos um feitiço de memória, só para ter
certeza. Isso te tiraria do gancho. — Disse ela rapidamente.

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— Feitiços de memória são geralmente sangue mágico, não são?
Espere, quem diabos vai fazer o feitiço? — Eu rosnei.
— Eu. — disse Lucian atrás de mim.
Fechei os olhos e balancei a cabeça; tanto para se esquivar.
— Você realmente acha que isso é necessário? — Perguntei, me
recusando a virar e lidar com a tempestade selvagem de emoções que
corriam através de mim sabendo que ele estava diretamente atrás de
mim, provavelmente por lembrar o que ele tinha feito comigo há
algumas horas atrás.
— Já combinamos que você faça isso, dessa forma eles podem
passar por você e descobrir quem está realmente por trás desses atos
vis. Tem também a preocupação de que temos meninas que eram
elegíveis para o Despertar, que aparentemente desapareceram no ar. —
Os olhos da minha mãe imploraram ansiosamente para eu não
discordar.
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— Obrigada por me dar as costas, mãe. — Sussurrei através da dor
que cortou meu coração. A maioria dos tipos de magia no sangue dói;
era mágica antiga, e quase nunca foi feita em nosso Coven. Poderia
vincular os participantes, criar um vínculo falso que não estava lá.
Claro que eles me colocaram em conjunto com Lucian, e por que
não? Exceto por Kendra, ninguém sabia que eu tinha beijado ele ou
que ele tinha estado em minhas calças, literalmente. Me virei para olhar
para ele, só para encontrá-lo olhando para mim como se ele não
sentisse nada.
— Eu estava indo tomar banho. — Eu disse suavemente, antes de
expelir uma respiração profunda e estremecida. — Acho que isso pode
esperar, já que temos que ser purificados... juntos. — Terminei com um
estremecimento.
A preparação para a magia do sangue tinha que ser feita com
cuidado, a área colocada em quarentena para evitar que qualquer

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magia externa influenciasse o feitiço. Os anciãos estariam presentes,
erguendo uma parede ao nosso redor para manter qualquer um fora
enquanto estivéssemos vulneráveis. Também daria a Lucian uma
viagem rápida pelo meu passado, meus horrores, minhas tristezas e
quase tudo que ele não tinha o direito de ver.
— Não é tão ruim quanto você pensa. — Disse ele com um olhar
perverso em seus olhos que era só para mim. — Nós devemos ir; leva
um tempo para ser purificado, e o Coven vai estar aqui em breve.
Revirei os olhos, e segui atrás dele, me recusando a reconhecer a
minha mãe ou irmã atrás de nós, mesmo quando Kendra tentou
chamar minha atenção. Eu não tinha nada agradável para dizer. Elas
tinham concordado com isso, este ritual era uma besteira medieval que
lhe mostraria tudo sobre mim! Por que ele? De qualquer pessoa que
poderia escolher quem sabia magia do sangue, por que ele?
Sabia que não tinha um monte de pessoas que sabiam como fazer
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com segurança o ritual, mas eu estava disposta a me arriscar com
outra pessoa. Eu estava disposta a fazer praticamente qualquer coisa
para limpar meu nome que não tivesse que passar por este ritual
especial com ele.
Nós fomos para baixo, na escada longa na extremidade do corredor,
e saímos parcialmente por um corredor escurecido. Parei quando ele
colocou as palmas das mãos na parede e empurrou, revelando um
conjunto de salas que eu nunca teria imaginado que estavam lá.
Dentro do quarto estava escuro. Ele sussurrou um pequeno canto e
velas saltaram à vida. O cheiro de terra de sálvia foi avassalador e
podíamos ouvir o som de água corrente, como se uma mola na verdade
corresse pela sala. Talvez ele tivesse uma fonte aqui por que não? O
homem tinha o seu próprio clube de sexo, então tudo era possível.
Ele indicou um dos outros quartos e olhei naquela direção para
encontrar uma enorme piscina borbulhante, que tinha bolhas de vapor

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a partir dela. Uma cortina foi suspensa no teto e cercavam para alguma
aparência de privacidade.
— Sua mãe e irmã vão abençoar o quarto. A água vai agir como o
purificador para remover qualquer mancha de fora. Vou lançar o feitiço
assim que tivermos certeza de que não há influência externa presente.
Olhos escuros mantiveram os meus em cativeiro quando sua boca
sensual se curvou em um sorriso torto. Ele estava me desafiando a
lutar com ele sobre essa situação, como se eu tivesse alguma opinião
sobre o que aconteceria. Seria uma situação embaraçosa, na melhor
das hipóteses, se minha mãe e minha irmã estivessem no quarto
enquanto ele e eu estávamos nus.
— É sálvia, o que é isso? — Perguntei, mudando de assunto para
algo mais seguro.
— É para limpar o ar e ajudar a abrir sua mente para me permitir
dentro. — Ele esclareceu suavemente, os olhos baixos pra camisa que
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se encaixam um pouco firme demais contra os meus seios.
— O sal vermelho ao redor da piscina é para manter o mal para fora
ou dentro? — Perguntei incisivamente com um pequeno sorriso na
minha cara. Esse cara era mau; talvez não no sentido bíblico, mas a
maneira como aqueles olhos olharam através de mim não era bom.
— Fora. — Reconheceu com olhos estreitos.
— Temos que ficar nus para isso? — Questionei, esperando a
qualquer Deus que estivesse ouvindo que tivesse misericórdia de mim.
Não tiveram.
— Tenho certeza que ninguém jamais ficou limpo com suas roupas
no banho ou ducha, Lena. — Respondeu, distraído quando se virou
para ver minha mãe e irmã, e oferecer conselhos como elas deveriam
purificar a sala. Tinha sálvia e açafrão queimado em torno da borda da
piscina em pequenos caldeirões. Assisti Kendra quando ela
acrescentou uma linha grossa de sal preto e verde em um círculo ao

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redor da piscina. Minha mãe tentou alcançar o material transparente
que cercava a piscina e quando não pode alcançar, Lucian ofereceu
para soltar e colocar no lugar para ela.
Kendra acrescentou flores roxas e brancas na água e tremi quando
minha mãe murmurou um feitiço que parecia deslizar sobre mim com
cada sílaba.
— Com medo de ficar sozinha comigo? — Lucian sussurrou
baixinho.
— Sim. — Admiti com um riso nervoso que borbulhava de dentro de
mim. — Aterrorizada, na verdade. — Voltei com um olhar aguçado.
— Deveria estar considerando as coisas que quero fazer com você.
— Ele respondeu facilmente enquanto deixava as palavras penetrarem.
Se abaixou, agarrou a parte de baixo da camisa e rapidamente a
levantou sobre a cabeça, revelando músculos fortes que pareciam como
se ele nunca tivesse saído da academia. Meus olhos se prenderam às
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tatuagens e runas que meus dedos desejavam traçar.
Ele ficou lá, me permitindo assimilar. Ele sabia que tinha esse efeito
em mim e estava gostando. Fiquei imóvel, precisando que continuasse
com sua pequena provocação pervertida, mas ao invés disso, ele
propositalmente passou os dedos pelo peito. Foi um movimento lento e
deliberado para fazer meus olhos se agarrarem às mechas escuras de
cabelo que desapareciam em seu jeans.
— Terminei a limpeza, Lucian. — Minha mãe disse quando ela
sussurrou mais um feitiço para acender as velas que agora circulavam
a piscina. Eu queria gritar para ela, porque parecia um ninho
romântico e pequeno dos amantes ao invés de um local ritual.
As flores flutuavam na água, e o cheiro de sálvia e açafrão irritou
meu nariz, mas o toque sutil dos lírios e as flores de jacinto acalmou.
As velas brilhavam, iluminando o quarto em um belo contraste de
sombras e luz. O material completo da tenda que rodeava a piscina lhe

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deu um apelo sedutor. Virei para minha mãe e comecei a falar, mas ela
balançou a cabeça, me parando.
— Vamos estar só do lado de fora da porta, Lena. Relaxe; Lucian
não vai permitir que nada dê errado.
Abri a boca para explicar que tudo já estava errado, mas parei
quando Lucian me deu um olhar de advertência. Interessante; ele não
queria que minha mãe soubesse que estávamos em uma posição
escandalosa esta manhã.
Kendra me deu um abraço reconfortante e acariciou minhas costas.
— Você vai ficar bem, quanto mais cedo isso acabar, mais cedo eles
podem começar a olhar para quem é realmente responsável. — Ela
disse confortavelmente.
Vi como minha única esperança saiu do quarto e fechou a porta
firmemente atrás deles. Voltei para Lucian, que estava me observando
atentamente.
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— Você não será capaz de esconder nada de mim agora, bruxinha.
— Ele ronronou enquanto seu polegar abriu o botão da calça jeans e
deslizou seus quadris.
Engoli em seco, uma vez, duas vezes, e me perguntei quando tinha
me mudado do deserto do Saara em minha boca. Balancei a cabeça e
girei em torno de como o pau dele foi libertado dos jeans.
— Se dispa. — Ele ordenou. O comando era só isso: uma ordem para
ficar nua na frente dele. Mordi o lábio inferior com apreensão e
incerteza. Este era o homem que me trouxe ao clímax com a mão antes,
e o mesmo que eu tinha tentado me esconder de vergonha para o resto
do dia, só para acabar presa com ele em algum ritual arcaico.
Puxei cuidadosamente a camisa sobre a cabeça, sabendo que não
poderia perder tempo, não com o Coven vindo para cá. Tirei os chinelos
de couro macio e desabotoei com cuidado o botão da calça. Me abaixei

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para remover e apreciei o assobio que soou atrás de mim quando ele
pegou a pequena calcinha que eu usava.
Virei e me movi lentamente em direção à piscina, onde ele esperou.
Ele praticamente preencheu ela. Já não parecia grande; parecia
pequena com ele dentro.
— Se vire. — Sussurrei.
— Eu já vi você nua, Lena.
— Realmente não me importo se você viu ou não, se vire. — Pedi e
vi como a indecisão jogou em seus olhos. Ele não estava acostumado a
receber ordens. Era o único que pedia, e todos em torno dele saltavam
para fazer o que ele oferece, mas não eu.
— Tudo bem. — Disse depois de alguns momentos me observando.
Assim que ele se virou, tirei a calcinha e sutiã e entrei na piscina
aquecida. Fui para o outro lado, para longe dele, e afundei longe o
suficiente na água para que as flores cobrissem a maior parte de mim.
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— Pode virar agora. — Sussurrei, me sentindo tímida e insuficiente.
Este homem provavelmente tinha ido com mulheres que foram além da
beleza, e ainda assim ele flertou comigo. Talvez fosse pena, ou talvez
ele realmente gostasse de mim; de qualquer forma, nada mais
aconteceria entre nós.
— Você não ficou tímida no meu clube. — Ele me lembrou enquanto
seus olhos se mudaram para onde minhas mãos estavam cruzadas
sobre meus seios nus sob a água. — As bruxas são normalmente
abertas sobre sexo, e você não é.
— Esse é um estereótipo, se é que já ouvi um. É como dizer que nós
temos verrugas e montamos em vassouras. — Reagi defensivamente.
— Eu não disse que era uma coisa ruim, Lena. — Ele respondeu
suavemente quando se moveu mais pra água, sem se importar que a
água quase atingiu sua cintura, ou que eu pudesse ver o seu pênis. Foi

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realmente uma bela bunda. Adonis teria ciúmes da bunda daquele
homem. Mordi o lábio e empurrei meus olhos longe dele.
— É por isso que abriu o clube? Para que possa desfrutar do sexo?
— Perguntei com cuidado, meus olhos ainda no outro lado da sala,
como se a parede fosse a coisa mais interessante neste universo.
— Abri os clubes porque tenho certas necessidades, e eles podem
ser cumpridas lá enquanto faço um lucro.
— O que você gosta? — Perguntei curiosamente.
— Você não está pronta para o que eu gosto. — Ele respondeu mais
perto de mim do que antes, me obrigando a virar a cabeça, só para
encontrar seus lábios a polegadas do meu. — Provavelmente pensaria
que sou um pervertido, talvez até perturbado se te disser o que gosto.
— Como você sabe que eu faria? Você nem me conhece, por isso não
deve julgar o que eu faria ou não.
— Gosto de controle. — Ele disse suavemente, os olhos de obsidiana
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iluminando com o calor aterrado enquanto examinava meu rosto.
— Explique. — Insisti.
— Gosto de ter o controle total no quarto. As mulheres que fazem
sexo comigo não tem nenhum problema dando para mim. Eu me torno
o mestre e elas se tornam tudo o que eu desejo que sejam. — Disse ele
com um olhar cauteloso em seus olhos.
— Torna elas escravas? — Respondi com uma pergunta, meu
coração acelerado em sua proximidade.
— Algumas. Eu gosto que elas se sintam impotentes, dependente de
mim. Gosto de fazer elas implorar por coisas, e eu gosto de sua dor.
Pisquei rapidamente. Que. Porra. É. Essa? Sádico?
— Você é um sádico. — Sussurrei.
— Eu sou o que quero ser, no momento. — Ele respondeu enquanto
se movia ainda mais perto. — A água está muito quente?
— Não, por quê? — Perguntei cuidadosamente.

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— Porque sua pele está vermelha. — Disse ele com um pequeno
sorriso quando colocou as mãos contra cada lado meu, me prendendo
no lugar; sentei. — Acha que pode lidar fazendo o que eu quero com
você? — Ele sussurrou com voz rouca.
— Não. — Respondi honestamente. — Não gosto desse tipo de coisa.
— Sem fôlego.
— É por isso que estava tão molhada hoje? Porque não gosta desse
tipo de coisa? — Perguntou quando se afastou e sentou na minha
frente.
— Não era o que eu estava vendo que estava me excitando, Lucian.
— Sussurrei observando por debaixo dos meus cílios. — Foi você.
— Mentirosa. — Ele riu suavemente. — Então por que estava se
escondendo de mim o dia todo? — Perguntou quando descansou a
parte de trás da cabeça contra o meu lado da piscina, e fechou os olhos.

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CAPÍTULO VINTE E UM
— Não estava me escondendo. — Menti com meus olhos focados em
uma mecha de água, uma vez que se moveu lentamente em seu peito.
— Escondendo porque você me quer, ou escondendo porque você
não tem certeza de como se sentiu hoje? — Ele questionou.
— Hoje não deveria ter acontecido. — Respondi baixinho enquanto
olhei de volta para ele. Ele abriu os olhos e me estudou por um longo
momento antes de falar.
— Você me quer e estava excitada com o que viu. Simplesmente não
pode admitir, o que é bom; você vai chegar lá. Admitindo que me quer
é o primeiro passo para um caminho muito escuro. Estou disposto a te
levar para baixo, Lena.
— Até parece. — Menti descaradamente para ele enquanto meu
coração disparava, minhas pupilas dilatavam e as costas arqueavam
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um pouco. Lutei para controlar a reação que tive com ele. — Me conte
sobre o ritual. — Mudei de assunto para algo um pouco mais seguro...
tudo bem, muito mais seguro.
Ele sorriu friamente e tudo o que estava em seus olhos deslizou para
dentro dele. Ele empurrou para fora da borda da piscina e se moveu
para mim. Quando estava mais perto, se sentou ao meu lado e mais
uma vez apoiou a cabeça no lado liso da piscina.
— Vamos trocar palavras e eu verei o seu passado. Até onde eu vou
depende de você. Estou só acompanhando. É um pouco como hipnose;
vamos investigar além da sua mente consciente para a sua mente
inconsciente, só que ao invés de você me dizer o que vê, eu serei capaz
de ver também. As ervas na água e as flores devem te ajudar a se
concentrar em eventos específicos.
— Nós ficamos nus por isso? — Perguntei apreensiva.

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— Vamos usar mantos para o ritual em si. A magia é difícil, por isso
serão tomadas precauções. — Ele sussurrou enquanto abria os olhos e
virava a cabeça para olhar para mim. — Não confia em mim? — Ele
perguntou depois de um momento tenso tinha passado.
— Simplesmente não confio em ninguém quando estou nua e
inconsciente.
— O que fizemos hoje, Lena, foi consensual. — Sussurrou enquanto
sua mão escorregou através da água e deslizou sobre o interior da
minha coxa.
Minha respiração engatou, em seguida, ficou presa nos pulmões
enquanto ele fechou os olhos de novo e continuou esfregando minha
perna eroticamente.
— Lucian. — Sussurrei sem fôlego.
Se moveu tão rápido que não tive tempo para responder ou mesmo
reagir. Seu imenso corpo preso ao meu lado da piscina, e seu pesado
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pau repousava sobre minha barriga. Olhei para baixo, observando que
ele passou por meu umbigo, e foi incrivelmente grosso. Ele se contorceu
e meus olhos voaram até Lucian. Abri a boca, só para ter preenchida
com um esfomeado beijo, dominante.
Eu gemia contra ele enquanto se esfregava contra o meu estômago.
Suas mãos capturando as minhas enquanto eu tentava colocar elas
contra seu peito. Seu beijo estava com fome, intoxicando meus sentidos
e diminuindo qualquer argumento que eu poderia ter tido sobre ele
estar tão perto de mim nu.
Uma mão sua segurou a minha num aperto forte enquanto a outra
puxou com cuidado meu cabelo, abrindo minha mandíbula ainda mais
para seu beijo até doer. Meus mamilos endureceram, necessidade de
preenchê-los a cada segundo que passava, sua boca permanecia
travada na minha. Gemidos encheram a pequena sala, tanto dele
quanto minha, e eu o senti separando minhas coxas. Eu o ajudei de

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boa vontade, até que uma batida soou e ele se afastou de mim tão
rápido que eu mal registrei que ele tinha.
Nós lutamos para controlar a nossa respiração, lutei contra o desejo
esmagador e tensão sexual que encheu a sala. Seus olhos me
observavam, tão certo como o meu observou enquanto ele controlava
sua respiração difícil.
— Isso não acabou. — Advertiu quando virou a cabeça e pediu o
intruso entrar.
Era isso! Eu estava indo para a abadia e me juntando a essa maldita
coisa! Este homem me levou ao limite da sanidade e direto para a porra
do trem louco, embarcando pro manicômio. Nunca estive tão frustrada
sexualmente em toda a minha vida.
Vi quando um dos anciãos entrou e Lucian deslizou da piscina
descaradamente para pegar o manto branco que o mais velho ofereceu.
Segui sua sugestão, observando suas costas enquanto escorreguei no
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meu próprio manto com uma pequena ajuda do mais velho. A seda era
suave e fria contra a minha carne aquecida e senti um arrepio enquanto
eles me ajudaram a puxar o capuz para cima.
Segui as costas largas de Lucian pela porta que tínhamos entrado
na sala secreta e em direção a outra sala. Do outro lado da entrada
tinha outra pequena sala que abrigava algo que quase parecia um altar.
No meio da sala tinha uma grande mesa circular esculpida em pau-
brasil e plataformas baixas que pareciam joelhos foram esculpidas em
pedra e colocadas intermitentemente no chão ao redor da mesa. O sal
foi derramado em um círculo no chão ao redor da mesa e das pedras.
No centro da mesa, um pentagrama tosco tinha sido esculpido na
madeira. No meio do pentagrama tinha um cálice junto com um punhal
cerimonial longo e ornamentado.

By Amelia Hutchins
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Senti Lucian ao meu lado, seu dedo lentamente tocando o meu para
me reconfortar quando comecei a entrar em pânico. Esse simples toque
disse um milhão de coisas, e ainda assim não disse nada.
— Você é culpada, Lena? — Ele sussurrou, embora estivéssemos
perto o suficiente para que outros pudessem ouvir.
— Oh, do que exatamente estou sendo acusada? Ninguém disse
muito sobre quais acusações ou o que eles realmente pensam que eu
fiz. — Respondi com lábios trêmulos.
— Você vai se sair bem. — Ele sorriu tranquilizador, embora se
esquivasse da pergunta. — Se ajoelhe à mesa; o sal vai nos manter
protegidos e fundamentados de qualquer coisa que visar nos prejudicar
dentro do mundo criado pelo feitiço.
— Você não disse nada sobre deixar este mundo. — Sussurrei ao
decidir em qual dos joelhos eu preferiria estar.
— Vai ficar tudo bem, Magdalena, vou te proteger. — Disse ele com
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um meio sorriso sexy. — Entenda; nada de ruim vai acontecer quando
você está comigo.
Me ajoelhei sobre as pedras lisas, coloquei as mãos sobre o altar, e
vi quando ele fez o mesmo. Assisti em silêncio enquanto ele sussurrava
algumas palavras em uma língua estranha, e as velas vieram à vida
com chamas muito altas e muito quentes para o pequeno quarto que
estávamos dentro. Ele cantava, suavemente a princípio, até que todos
começaram a repetir suas palavras.
Meu coração disparou tão rápido que doía, e eu tremia quando o
poder correu através do quarto até mim. Era imenso, se tornou difícil
respirar, quase como se tivesse sentido uma claustrofobia instantânea.
Senti as lágrimas enquanto deslizavam pelo meu rosto sem controle.
As chamas tremulavam contra as paredes quando a única luminária
explodiu, enviando cacos de vidro no chão perto de nós.

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— Isso é normal? — Sussurrei, mas Lucian tinha os olhos fechados,
cantando com os outros na sala. Era surreal, os sons enlouquecedores
de uma sala inteira cheia de pessoas cantando a mesma coisa
repetidamente. As velas piscaram, iluminando as runas de proteção
que cobriam as paredes. Eu queria cobrir os ouvidos, me proteger ou
fugir. Talvez fazer todos os três.
Meu sussurro foi adiado por uma rajada de vento, e meus olhos se
moveram em direção à porta para ver quem tinha entrado, só para
encontrá-la ainda fechada. Seus olhos estavam fixos nos meus e sua
mão esquerda estava com a palma para cima no altar enquanto ele
alcançava o punhal cerimonial com a direita. Assisti horrorizada e
silenciada enquanto ele sussurrava mais palavras e cortava sua palma.
Gritei e comecei a me afastar, mas aqueles olhos... eles me
seguraram perdido dentro de suas profundezas tentadoras, e sem
quebrar um novo canto tinha começado, ele me disse para ficar quieta.
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Soltei uma respiração estável e estendi a mão para a lâmina, aceitando
para fazer o que ele tinha feito. Ele repetiu as palavras; segui sua
vontade obedientemente repeti textualmente, em seguida, cortou a
palma da minha mão e assobiei para dor. Ele pegou a lâmina de mim
e colocou no altar quando pegou o cálice e bebeu o líquido vermelho
antes de entregar para mim.
Não deixe que seja sangue, não deixe que seja sangue... Vinho, sim!
Bebi profundamente, mais do que eu deveria antes de colocar de volta
no altar e assisti Lucian me conduzir. Ele relaxou um pouco antes de
deslizar a palma sangrenta para fora para mim. Hesitei, querendo fazer
o feitiço, mas sem querer nenhum vínculo que viesse do uso de magia
de sangue – não com este homem. Depois dum momento de hesitação,
coloquei a mão com a palma para baixo contra a dele. Sangue
misturado, as velas entraram em erupção; os cânticos se tornaram
frenético e então eu tinha certeza que desmaiei.

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— Respire, Lena. Deixar que isso aconteça. — A voz de Lucian cortou
minha mente, me trazendo de volta para o aqui e agora. Ou pelo menos
foi o que pensei. Estávamos na sala com o altar...
Me virei para olhar para uma criança pequena, pouco mais do que
uma criança. Ela tinha longos cabelos cor de caramelo que foi reunido
em um rabo de cavalo alto; mechas tinham se desfeito e circulava o seu
rosto angelical.
— Joshy! — Chorei. Eu estava perseguindo meu irmão, que não
poderia ter sido mais de cinco ou seis anos de idade. Eu estava rindo
enquanto ele fazia caretas para mim, me fazendo andar um pouco mais
enquanto ele dava alguns passos largos para longe de mim. Eu caí,
grandes lágrimas de crocodilo começaram a cair dos meus olhos azuis,
e ele caiu no chão ao meu lado.
— Não chore, pequena Lenny, peguei você. Você era tão grande! Você
fez muito bem. Você caminhou antes de Kendra, sempre a primeira a
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tentar de tudo. Estou tão orgulhoso de você. — Disse ele de forma
encorajadora, embora eu tivesse permanecido no chão ao lado dele,
gritando.
Lágrimas encheram meus olhos enquanto eu observava meu irmão
sendo carinhoso com o bebê que eu fui, me segurando enquanto eu
chorava. Ele era apenas uma criança, mas sempre esteve ao meu lado
enquanto minha mãe se concentrava em Kendra, que sempre parecia
ter mais atenção.
— É muito tempo atrás, Lena. Me leve para onde precisamos estar.
— Disse Lucian. Virei para encontrar ele me observando enquanto eu
enxugava as lágrimas, sem querer permitir que caíssem.
— Não quero deixar ele. — Admiti.
— Ele não é real, é só uma memória. — Ele sussurrou enquanto
colocou a mão no meu rosto. — Se concentre para mim.

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— Ela fez isso? — Vovô perguntou, o rosto enrugado cheio de orgulho
enquanto me observava lutar para me levantar.
— Vovô. — Sussurrei entrecortada.
— Claro que ela fez, Vovô, ela é minha irmã. Lenny será difícil como
rochas quando eu ensinar a ela tudo que sei! — Joshua declarou com
um grande sorriso.
— Eu sei que ela será, com você como irmão e tratando ela como se
fosse sua igual. Ela deve ser uma força a ser enfrentada quando tiver
idade suficiente para namorar.
— Gah, nunca! Ela nunca vai. Isso é nojento!
Vovô riu e balançou a cabeça.
— Você diz isso agora, garoto, mas um dia alguém vai roubar o
coração dela. Quando eles quebrarem, vai estar lá para quebrar o nariz
deles por mim? — Ele riu quando Joshua balançou a cabeça escura
vigorosamente.
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— Ninguém jamais vai quebrar seu coração; ela será a garota mais
bonita em todo o mundo! Até mesmo mais bonita do que mamãe é.
A memória se desvaneceu e exalei um suspiro trêmulo que parecia
fazer pouco para acalmar a dor que eu senti ao assistir meu irmão em
uma memória que nem sabia que eu tinha.
Nós tínhamos deixado uma memória para outra. Essa eu não
consegui identificar. Ouvi os gritos de uma mulher atravessando a
floresta ao nosso redor e senti como se o vento tivesse sido tirado de
mim. Estávamos em uma floresta densa de vegetação. A gritaria estava
se aproximando, ficando mais alta à medida que quem gritava se movia
direto em nossa direção.
— Onde estamos, Lena? — Lucian perguntou e balancei a cabeça.
— Não conheço este lugar. — Sussurrei enquanto tentava encontrar
alguma coisa que eu poderia reconhecer. Eu podia ver fumaça sobre as
copas das árvores, no alto do céu. O fedor chamuscou meu nariz com

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a lembrança sutil do fogo em que eu tinha acabado de entrar. Me movi
em um círculo. — Você pode sentir o cheiro disso? — Perguntei, me
questionando se ele estava tão sintonizado com a memória quanto eu.
— Lena, venha até mim, agora. — Ele ordenou bruscamente, e fiz
sem hesitação, como se fosse a minha âncora para este lugar.
Uma mulher correu por entre os arbustos, seu cabelo loiro
desgrenhado e seu vestido com espartilho antiquado rasgado; aquele
vestido a fez parecer que ela escapou de uma Feira Medieval. Ela
tropeçou e caiu com força no chão; o riso masculino seguiu quando eu
me mudei para ajudar.
— Você não pode interagir. — Lucian grunhiu enquanto seus olhos
consumiam a mulher como se a conhecesse. — Maldição. — Ele rosnou
densamente quando empurrou minha cabeça contra seu peito.
Um grito horrorizado rasgou da mulher quando ela saltou para seus
pés e fugiu através da floresta mais uma vez. Eu me arranquei de
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Lucian, a necessidade de ver o que era que ela estava tão apavorada.
Seus gritos escalados quando eu me aproximava dela, e a fumaça ficou
ainda mais grossa quando empurrei através dos arbustos, Lucian em
meus calcanhares.
Derrapei até parar repentinamente, assim que entrei livre na
floresta. Corpos espalhados pelo chão, poças de sangue em todos os
lugares. Algo tinha rasgado estes seres humanos em pedaços; pedaços
de merda! Cobri a boca para abafar o meu próprio grito de horror
quando a visão aterradora afundou. Riso sádico soou dos arbustos,
crescendo mais perto a cada segundo.
— Você não pertence aqui! — A mulher gritou, olhando diretamente
para mim. Fiz uma pausa. Na última memória, Joshua e Vovô não
tinha me notado.
— Você pode me ver? — Sussurrei quando olhei por cima do ombro
para não encontrar ninguém lá. Nem mesmo Lucian.

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— Magdalena, vá para casa! Você não pertence aqui, você tem que
me ajudar, e eu preciso de você em seu próprio tempo! Você tem que
impedir que isso aconteça de novo. Saia agora, antes que ele sinta a
ondulação! Encontre os grimórios; eles estão mais próximos do que
você pensa que estão. Eles possuem as chaves do passado para salvar
o futuro. Não deixe ele fazer isso com o seu povo; você deve protegê-los
contra ele. Eu falhei, mas se você está aqui, isso significa que ele está
perto. Agora vá, por favor. Ele vem.
Ela saiu correndo, me deixando atônita quando me virei para
encontrar Lucian com um olhar arregalado no rosto, a boca torcida em
uma careta irritada quando me virei para olhar para o homem que
estava empurrando através dos arbustos, perseguindo a mulher.
Lucian grunhiu uma maldição de raiva e se moveu para minha frente,
empurrando o meu rosto contra o peito, me sufocando. Meus pulmões
queimavam por ar. Eu podia ouvir o riso sardônico, e o mundo estava
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começando a girar em torno de mim.
Quando ele finalmente me puxou de seu peito eu dei um tapa nele.
Peguei o ar em meus pulmões famintos e cai de joelhos enquanto eu
olhava ao redor de nós, tentando avaliar onde eu tinha nos levado
agora. Eu queria deixar o outro lugar, mas eu não tinha certeza de que
nós, eu ou ele se moveu.
Eu estava no meu quarto, e Todd e Cassidy estavam fazendo
barulhos grotescos na minha cama. Fechei os olhos, sem querendo
reviver o horror. Eu sabia o que estava por vir, porque eu estava de pé
dentro do meu quarto, vendo com a dor gritante gravada em meu rosto.
— Como você pôde fazer isso comigo, para nós? Eu te amei! Eu queria
te dar o resto da minha vida, Todd. Ela? Você está com ela? — Gritei
quando sua cabeça se virou e seus olhos ficaram grandes e redondos.
Ele desceu da cama, seu pau ainda duro, nu. Ele nem sequer se
preocupou em usar proteção. Me virei para correr, mas ele foi mais

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rápido. Sua mão tocou no meu braço, me puxando para trás enquanto
ele me batia contra a parede.
— Lena, eu posso explicar! — Ele correu, suas palavras sem fôlego
pela porra da Cassidy. Tentei me mover, e ele me empurrou contra a
parede enquanto Cassidy riu, sua saia ainda acima de onde levantou
para o meu noivo para ganhar entrada.
— Ela está esperando, Todd; diga como você vem me fodendo
enquanto espera por ela para descobrir isso. Diga como você nunca
planejou se casar com ela. — Disse ela maliciosamente, e os olhos de
Todd ficaram ainda maior.
— Isso não é verdade, Lena, eu te amo. Só queria você. E sempre foi
você e eu. Estamos sempre juntos, lembra? — Ele implorou, arregalando
os olhos quando viu o ódio que estava construindo dentro de mim.
— Idiota. — Sussurrei, observando o “eu” do passado, quando ela
bateu aquelas paredes para baixo e me tornei fria. Eles tinham feito
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isso na minha casa, na minha cama, como se tivessem planejado ser
apanhados.
Mudei da memória sem verificar para ver o olhar de pena que
certamente teria de Lucian.
— Senhora, sua mãe está em casa? — Perguntou o soldado, o chapéu
desintegrou em suas mãos quando ele olhou para mim com um olhar
compassivo. Ele era mais velho, endurecido pela guerra. Cicatrizes
adornando seu rosto, mãos e pescoço. Atrás dele estava um padre
decrépito, provavelmente em seus setenta anos os ou início dos oitenta
anos. Ele quase não conseguiu subir as escadas sozinho.
Ouvi minha mãe chegando e me virei para olhar para ela. Eu queria
empurrar ela para longe da porta, esconder ela de que eu já sabia que
viria. Isso não estava acontecendo. Não podia ser. Eu estava tremendo
como se tivesse bebido. Minhas mãos estavam em punhos ao meu lado
e eu balancei a cabeça.

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Tinha só uma razão para os soldados do Exército dos Estados Unidos
aparecer em sua porta com um padre a reboque, e era para dizer que
alguém foi morto em ação. Meus joelhos começaram a falhar, e parei.
Mamãe parou na porta, as mãos tremendo quando descobriu.
Continuei a recuar, disposta a sumir. Isso foi um erro. Era a porra de
um erro! As lágrimas escaparam e eu as enxuguei com força e raiva.
Você não chora quando alguém não está morto, e Joshua não estava
morto! Eu recuei em Kendra e me virei para olhar para ela. Seus olhos
se encheram de lágrimas.
— Não, não. Não! Ele não está morto, ele não vai me deixar. Ele me
prometeu. Ele não. É um erro, Kendra, é um erro. Um erro terrível. — As
minhas palavras saíram. Minha cabeça se virou para ver como minha
mãe caiu no chão de joelhos. — Eles estão errados! Josh está voltando
para casa, ele disse que ia! Ele está voltando para casa! — Eu estava
gritando. Meu coração estava quebrado, quebrado em um milhão de
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pedaços naquele único momento.
— Lena. — Kendra desabou; suas mãos alcançaram uma das minhas
e a puxei com força.
— Não, eu disse que não! Joshua está voltando para casa! — Me virei
e corri da mansão. Eu não acredito nisso; eles tinham que estar errado.
Seu Baby estava no celeiro, esperando por ele para quando voltasse.
Seus projetos não foram concluídos, ele não concluiu sua vida! Corri para
antiga igreja na floresta, onde Josh e eu costumávamos ir para escapar
do trabalho doméstico. Ele limitou as propriedades, em ruínas e
abandonadas e ainda belas e calmantes.
Dentro da igreja eu desmoronei, enrolada em uma bola e amaldiçoei.
Amaldiçoei ele por me deixar sozinha. Por ter mentido para mim quando
me disse que tudo ficaria bem. Me amaldiçoei para o inferno. É onde a
escuridão me encontrou primeiro. Desesperada, sozinha, e quebrada no
chão da igreja abandonada.

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— Lena. — Lucian advertiu.
Eu sei que ele sentiu, deslizando sobre minha pele. Desta vez, era
visível para nós enquanto observávamos a memória. Escolhi ignorar ele
enquanto observava isso se enraizar dentro de mim.
— Eu deixei entrar. — Admiti. Exalei uma respiração profunda, que
eu estava segurando desde que senti a escuridão pela primeira vez. —
Sei que não devemos permitir que isso entre em nossas mentes. — Eu
sussurrei, me virando para olhar para ele. Ele era de granito, olhando
para mim como se pensasse que eu era má, ou culpada de algum crime
terrível, talvez. — Por meses eu permiti que sussurrasse para mim, e
então desliguei. Tranquei isso da minha vida para sempre. Eu venci.
— De fato. — Lucian disse suavemente. — Por que deixou entrar?
— Porque me ajudou a anestesiar a dor. — Sussurrei. Inclinei a
cabeça, vendo como ele balançou a cabeça, mas não parecia
convencido.
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— E acha que só saiu para fora depois? — Perguntou ele com uma
careta.
— De fato. — Cuspi suas palavras de volta para ele.
— Ou isso é o que isso queria que você pensasse. — Ele respondeu,
e fiz uma careta.
— Eu venci. — Rebati com raiva. Eu não esperei para ele dizer mais;
eu fui transferida para a próxima memória e me encolhi.
Fiquei ao lado de minha mãe enquanto o funeral prosseguia. Meu
coração estava vazio, eu estava com frio. Eu morri com meu irmão. Não
senti nada, nem chorei. Eu assisti enquanto as pessoas ao meu redor
meditavam na linha, nos alimentando com a mesma linha fodida. — Ele
está em um lugar melhor agora. — Que merda isso significa? Em um
lugar melhor, eles não sabem disso, ninguém sabe! — Ele teria adorado
o serviço, foi lindo. — Que merda você falou! Ele teria odiado. Música
country tocando, sua família quebrada em pedaços, que porra ele teria

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amado sobre isso? — Ele gostaria que você fosse feliz. — Se ele
quisesse, deveria ter voltado para casa vivo. Idiotas.
— Você não mostra nenhuma emoção. — Lucian observou e assenti.
— Só senti ódio. Eu queria sangue, cada um deles. Eu queria me
banhar nele, ver eles morrerem quando se engasgassem com suas
palavras e condolências vazias. Eu sei que não fui eu quem queria seu
sangue, mas naquele momento, eu não estava pronta para sentir
qualquer coisa. Ser fria e vazia era mais fácil. Eu estava fraca, eu sei.
— Disse suavemente, observando quando Kendra soluçou e fiquei
imóvel como uma estátua de mármore, e tão fria. — Ele era minha
âncora e ele estava morto.
Ele não disse nada, só acenou com a cabeça, e nos movemos para a
próxima visão sem esforço. Eu gemi.
— É isso aí, baby, droga. Você é tão apertada, sim! Mova assim, eu
gosto disso, baby.
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Eu estava parecendo entediada. Minha cabeça foi inclinada para
longe de seus para que ele não podia ver as lágrimas de ódio que eu
tinha chorado. Ele não tinha percebido que eu estava chorando. Suas
calças estavam até os tornozelos e fomos cravados na parte de trás de
seu desatualizado, pedaço de carro de merda. Ele puxou minha saia
para cima e empurrou minha calcinha para o lado, e facilmente apertou
seu pequeno pau através da pequena abertura. Eu estava miserável;
meus olhos estavam abertos, fechados na parte de trás do assento que
meu rosto estava batendo. Ele estava gemendo, respirando com
dificuldade, e me perguntando se eu gostei. Minha resposta foi um
aceno de cabeça, e então fechei os olhos para bloquear ele, para
bloquear o que eu estava permitindo que ele fizesse comigo.
— Isso não foi nem perto de bom... — disse Lucian ao meu lado
enquanto observava eu jogar a memória fora — isso foi patético, porra.

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— Talvez ele fosse virgem também? — Ofereci desajeitadamente;
merda, soou fraco até mesmo para os meus próprios ouvidos.
— Agora está dando desculpas para aquele pedaço de merda? — Ele
perguntou irritado.
— Espere. — Eu disse com um sorriso nos lábios.
— Você vai gozar? — Ele perguntou sem fôlego, seu pau já flácido
porque ele tinha gozado em menos de cinco segundos no ato. Ele não
tinha sequer durado um minuto. — Deus, baby, me diga que você está
quase gozando. — Ele implorou.
— Mmhm. — Sussurrei empurrando ele para fora de mim para me
cobrir. — Você não sabe? — Perguntei quando me levantei no ar fresco e
puxei minha saia para baixo e de volta no lugar.
— Você não me disse. — Disse ele com um olhar aguçado. — Você
quer que um cara saiba, você tem que dizer a ele.
— Só uma vez com ele? — Perguntou Lucian com um olhar
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penetrante que embarcou em raiva e escárnio.
— Uma vez foi suficiente. — Eu disse com a carranca envergonhada.
Ele bufou e balançou a cabeça.
— Melhor que você já teve, garota? — Ele perguntou com um peito
inchado e um arrogante sorriso.
— Melhor sexo que já tive. — Respondi e comecei a voltar para o meu
apartamento e lavar ele de cima de mim.
— Obrigado, eu não recebo muitas reclamações. — Ele assegurou com
um sorriso satisfeito no rosto.
— Eu não imagino porque você não recebe muitas chamadas de
retorno. — Eu disse. — Ninguém consegue vencer a perfeição... — Eu
estava alterada, tentando colocar mais distância entre nós, o que não
estava funcionando desde que ele estava me seguindo.
— Ei, vai me ligar ou algo assim? — Perguntou.

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— Algo assim. — Falei por cima do ombro quando desapareci na
esquina.
— Me lembre de remediar a sua opinião de sexo, em breve. — Lucian
disse imediatamente enquanto observávamos esta fase da memória.
— Ele foi bom. — Eu disse com uma cara séria.
Nos mudei para o próximo, em seguida, algumas das minhas
memórias selvagens de estar longe de casa antes de entrarmos no meu
pequeno apartamento.
Eu estava na mesa com Luna no meu colo, estudando para um
grande teste. Café estava na cozinha, e eu tinha acabado de beber o
meu terceiro copo. Meu dedo fazia um círculo com a colher agitando o
líquido no interior do copo, uma música suave estava reproduzindo
através da casa enquanto eu tentava memorizar o capítulo que eu estava
lendo.
Cantei suavemente com a música, apreciando a forma quando Luna
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enterrou a cabeça no meu peito se eu sai do tom. Revistas e alguns livros
colocadas ao redor do apartamento, na sua maioria romances
impertinentes que eu tinha pegado na biblioteca.
— Veja, nada de livros sobre como fazer bombas ou sequestrar
alguém, ou definir casas pegando fogo. — Eu disse suavemente, como
se eu estivesse com medo de perturbar a memória.
— Você viveu nesse buraco de merda por três anos? — Perguntou
ele, ao invés de me responder.
— Não era um buraco de merda e o aluguel era barato. Os vizinhos
eram reservados, então funcionou para mim. Além disso, o proprietário
reduziu meu aluguel em troca de xampus e sabonetes que eu fazia nas
horas vagas. Me mantive sozinha depois dos primeiros meses, fiz o que
era necessário, em seguida, fui notificada de que o Despertar estava
chegando, então voltei para casa. O resto você já sabe.

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Como se não bastasse, começamos a nos mover para a próxima
memória.
Eu estava fora do pátio, olhando para a porta dos fundos quando
Lucian se aproximou de mim. Eu vi quando ele me beijou, e depois como
meus próprios olhos se aqueceram com a necessidade para ele fazer
mais, muito mais. Um total estranho, e eu tinha quase lhe permitido me
distrair da cerimônia de abertura.
— Você gostou. — Pensou ele ao meu lado. Virei para ver seus olhos
arrogantes sorrir de volta no lugar.
— Eu nunca disse o contrário; o que ainda não significa que eu
quero te beijar de novo. — Respondi com um sorriso.
— Veremos sobre isso. — Ele disse enquanto nós dois observamos
uma figura passar no escuro dos arbustos após Lucian entrar na casa
alguns momentos atrás de mim, se esquecendo da figura que nos
assistiu.
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— Não me lembro de ninguém lá fora naquele tempo. — Informei.
— Nem eu. — Ele concordou.
Eu estava me empurrando para fora dos cobertores e olhei em volta.
Senti que algo estava errado. Horrivelmente. Sentei, quando Luna pulou
fora da cama e saiu para a porta da frente. Fumaça, pútrida e grossa
flutuava da casa principal para a casa de campo. Abri a porta, e tentei
gritar, mas não saiu nada. Meu coração ferido com o quanto ele batia
contra meu peito enquanto eu me movia para a casa descalça, seminua,
e indiferente enquanto eu tentava encontrar uma maneira de entrar.
Corri para a porta da frente da casa e corri para dentro.
— Isso prova que você não incendiou sua casa, nem teve tempo de
conviver com bombardeiros ou sequestradores. — Disse ele quando se
virou para olhar para mim. — Agora, o que faremos sobre a escuridão?
— Ele perguntou cuidadosamente, seus olhos se estreitaram e eu tinha
um sentimento de afundamento na boca do estômago.

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— Eu venci; não tem nada a fazer sobre isso.
— Seus antepassados vão ver dentro de você e não será escolhida
para o Despertar se eles verem.
— Então vou lidar com isso quando acontecer. — Eu disse
suavemente, observando. Ele estava tramando algo.
— Tem maneiras de esconder. Se você quiser ajuda, me avise. —
Seu sorriso fazendo calafrios correr pela minha espinha.
— Vai dizer ao Coven? — Perguntei com ansiedade e medo correndo
através de mim.
— Essa não é minha bagagem para transportar. Só estou aqui para
ver se você é inocente. Mas se me perguntem...
— Se você for solicitado, o quê? Vai dizer a eles? — Exigi.
— A menos que você me ofereça algo em troca do meu silêncio. — O
olhar aquecido que ele me deu fez meus joelhos tremerem.
— Isso é chantagem. — Apontei.
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— Sim, ele é. Me processe. — Ele riu.
— Me faça um favor, Lucian. Prenda a respiração enquanto você
espera pela minha resposta. — Rosnei com um olhar mortal.

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CAPÍTULO VINTE E DOIS


Dormi a maior parte do dia seguinte, só para ser despertada por um
dos homens de Lucian com uma carta escrita em um rabisco masculino
e uma letra maiúscula na parte inferior, que formalmente me deu
aprovação para participar das festividades desta noite. Me arrastei
sonolenta para o banheiro dele para me preparar e tentei ignorar a ideia
de que eu poderia bisbilhotar totalmente seu quarto sem testemunhas.
Como se eu fosse, mas eu sabia que podia.
Lucian cumpriu uma de suas promessas e minhas roupas foram
trazidas da cabana. Como não vi nenhum item novo, tive que supor
que Lucian devia estar disposto a dizer qualquer coisa para me fazer
concordar em ficar em sua casa. Examinando minhas roupas, percebi
que não tinha muito o que vestir, não no sentido tradicional de roupas
de noite charmosas, então escolhi um vestidinho azul marinho que era
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chique e bonito. Tinha um v profundo e, embora chamasse a atenção
para meus peitos, não gritava me olhem. Combinei com saltos
transparentes para torná-lo mais elegante do que uma garota do campo
e adicionei uma bolsa de embreagem de prata como bônus. Meu cabelo
estava solto, atingindo minha parte inferior em cachos ondulados
suaves que de alguma forma eu consegui não estragar. Encaracolar o
cabelo e parecer perfeito não era algo que eu normalmente conseguisse
controlar sozinha; eu simplesmente não nasci com essas habilidades.
Kendra tinha, e ela se inclinou para o espelho enquanto eu aplicava
um tom melado de batom vermelho cereja aos meus lábios cheios. Ela
estava vestida com um vestido mais longo; seu próprio decote profundo
em V expondo mais carne do que eu teria ficado confortável de revelar.
Seu cabelo estava em um coque, com algumas mechas que foram
deixados de fora para enquadrar o rosto. O vestido era prateado, com

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bordado azul marinho escuro que era tecido intrincadamente através
do material.
— Você está maravilhosa. — Eu disse quando me virei para olhar
para ela.
— Você parece mal vestida. — Respondeu ela com o nariz amassado.
— Todo mundo vai estar vestindo roupas de noite.
— Então vou ficar de fora. — Anunciei quando me movi de volta
para o espelho para aplicar rímel.
— Você sabe que mamãe tem dinheiro suficiente guardado para
comprar roupas para os eventos. — Ela respondeu.
— Não quero que ela gaste comigo. — Rebati, com muito mais
dureza do que tive a intenção de dizer. — Olha, Kendra, mamãe precisa
guardar seu dinheiro para ter a loja de volta. Isso não vai mudar nada,
se eu usar o que já possuo ao invés de algum vestido que ela teria que
doar um rim para ser capaz de pagar. Além disso, — continuei
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suavemente com um sorriso gentil — você é a única que precisa ficar
linda esta noite. Você e eu sabemos que detém o poder e o legado da
família. É você que vai nos defender. O que, felizmente para mim, me
deixa fora do gancho. — Eu ri quando ela fez uma careta.
— Idiota; nenhuma pressão, certo? — Ela riu quando olhou para a
maquiagem e perguntou se eu estava pronta para ir.
— Eu estou pronta, mas não tenho certeza se meu estômago está.
— Meus nervos pareciam estar tendo uma enorme batalha dentro de
mim, e eu estava me sentindo um pouco doente com a ideia de mais
uma festa.
— Tem alguma coisa entre você e Lucian? — Perguntou ela, me
pegando desprevenida.
— Por que você pergunta?

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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— Porque eu teria que ser cega para não ver a maneira como vocês
dois se olham. Ele é um problema; Vovó está desconfiando de sua
presença aqui.
— Não planejo fazer qualquer coisa com ele. Estou aqui para a
cerimônia, Kendra. Além disso, ele não está se inscrevendo para isso e
não pretende estar. Minhas opções estão abertas, o mesmo que a sua.
Você já decidiu o que fazer com Todd? Se realmente quer estar com
ele... — fiz uma pausa, engolindo o nó na garganta — você sabe que
existem maneiras de fazer com que ele seja seu parceiro selecionado
para a colheita.
— Casar com ele. — Ela sussurrou enquanto balançou a cabeça. —
Ele ainda ama você, Lena. Eu não sou idiota; liguei para ele ontem à
noite. Ele não me quer quando acha que pode ter você de volta.
— Ele não está me recebendo de volta, Ken. — Eu disse, usando o
apelido que Joshua tinha dado a ela quando ele me apelidou de Lenny.
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— Nem mesmo se fôssemos as últimas pessoas neste universo e se a
raça humana estivesse dependente de nós repovoamento ele. Eu
morreria primeiro. — Anunciei quando juntei meus lábios cor de cereja
e a observei através do reflexo no espelho. Eu odiava que ele a
aborreceria, ou que o bastardo dissesse isso a ela.
— Sabe que não gosto desse apelido, e isso é muito dramático,
Lenny, até mesmo para você. — E assim, ela fechou suas emoções, e
meu coração se apertou para a lasca de dor que eu sentia vindo dela.
— Ele dizia seu nome quando fazíamos sexo; eu sou uma idiota. Eu
pensei que se eu o amasse o suficiente, ele me amaria de volta. Tenho
uma paixonite por ele por um longo tempo; você sabe disso. Tanto faz.
— Ela descartou o assunto com um aceno de sua mão. — Pronta?
Me virei para olhar para ela e sorri.
— Você não é uma idiota, Kendra. Você esperava que ele fosse
honesto, e Todd não pode lidar com isso. Ele teve problemas quando

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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estávamos juntos, mas como você, eu percebi que eu não poderia
mudar ele. A verdade é que ele não quer ser mudado.
— Você deve estar chateada comigo, deveria gritar comigo, fazer algo
além de estar bem comigo por me unir a ele depois que você saiu.
— Não estou com raiva de você. — Sussurrei quando senti a
turbulência de suas emoções que ela não conseguiu esconder esse
tempo. — Oh, Kendra. — Abracei ela, lhe dando um aperto. — Ele é só
um garoto estúpido, e você é minha irmã. Eu te amo para sugerir que
eu ficaria com raiva, mas eu não estou. Ele simplesmente não vale a
pena, e eu meio que quero chutar a bunda dele agora por perturbar
você.
— Bem, nós poderíamos chutar a bunda dele, mas isso pode afetar
nossas chances na seleção. — Ela sussurrou entre lágrimas grossas.
— Nenhum choro. — Exigi enquanto me afastei e corri para pegar
um lenço de papel. — Vai estragar a sua maquiagem, então, vamos nos
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atrasar. — Limpei delicadamente os olhos e sorri. — Além disso, não
podemos deixar Cassidy afundar suas garras nos mocinhos. Eu ficaria
arrasada se ela tiver um jogo melhor do que você. Eu acho que parte
da razão pela qual eu voltei foi para ver ela ficar com ciúmes quando
você tiver o melhor parceiro.
— Você é louca. — Sussurrou com uma expressão suave. — Mas,
eu meio que estava ansiosa para isso também, honestamente.
— Bom, vamos indo. Temos cabeças para virar. — Sussurrei
enquanto agarrava a carteira e guiei ela para a porta.

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Tive três copos de uísque, vinte e cinco entrevistas simuladas – ou


pelo menos é o que pareceram – por homens que eram da cidade e fora
dela, e uma proposta de casamento confirmada por um cara que estava

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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mais assustado com a próxima colheita do que eu estava – mas eu
tinha certeza que ele estava jogando uma ave-maria para o vento para
encobrir que ele estava jogando para o mesmo time. Vi ele jogando para
Dexter alguns olhares bem grandes do tipo venha cá.
Eu estava caminhando para o pequeno bar quando uma das mãos
tocou meu ombro e me virei para ver quem era. Parei, meus olhos,
levantando para o homem que tinha parado o meu progresso em
direção ao bar. Ele era mortalmente sexy, com um sorriso matador que
dizia que ele sabia exatamente o quão quente ele era.
— Magdalena Fitzgerald, eu presumo? — Teve uma dica suave de
um acento em suas palavras.
— Você assume corretamente. E você seria? — Perguntei, meus
lábios puxando nos cantos quando lutei contra um sorriso. Merda, por
que não temos homens que se pareciam com isso aqui?
— Devlin St. James, do Coven de Park City Utah. — Anunciou
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dramaticamente e me deu um arco simulado. — Ao seu serviço, linda.
— Seu sorriso malicioso indicou que seus serviços poderia ser qualquer
coisa, menos casto.
— E quais os serviços que você oferece? — Perguntei, abertamente
flertando quando permiti um sorriso a se contorcer na minha boca.
— Não posso te dizer ainda... primeiro, preciso de outra bebida. —
Ele anunciou quando se dirigia em direção ao bar antes de se virar para
sorrir para mim. — Nos encontre uma mesa e te encontrarei lá.
— Você supõe que quero que me pegue uma bebida? — Perguntei,
meus olhos sorrindo enquanto eu tentava manter uma cara séria.
— Sim, porque agora Thatcher está tentando trabalhar coragem
suficiente para se aproximar de você, e ele cospe quando fala, então
estou fazendo um favor por te distrair e manter os abutres em espera.
— Ele disse sinalizando a cabeça para onde um rapaz de cabelos
vermelhos estava com óculos excessivamente grossas me observando.

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— Oh meu Deus. — Sussurrei com uma pequena risada que escondi
atrás da minha mão. — Tudo bem, mas é melhor que me traga algo que
não é muito feminino.
— De fato, minha bela dama, será forte o suficiente para que eu
possa te embebedar o suficiente para ter o meu caminho com você. —
Ele sorriu enquanto balançava as sobrancelhas.
— Oh, você é um menino travesso. — Eu ri e me afastei para nos
encontrar uma mesa vaga.
Encontrei uma, sentei e olhei ao redor da sala. Senti o peso de seu
olhar pela maior parte da noite, e sabia exatamente onde ele estava.
Lucian estava em um canto escuro da sala onde a parede estava em
sua volta, e ele tinha um ponto de vista de toda a sala. Mais uma vez
ele estava vestindo um terno caro. Nesta fase do jogo, eu teria me
desapontado se ele não tivesse vestindo um terno sob medida de algum
tipo. Eu tinha feito o meu melhor para ignorar o peso de seus olhos,
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quando eles pareciam me rastrear não importa onde eu estivesse no
momento, mas foi uma coisa difícil de fazer quando ele fazia o meu
corpo reagir, mesmo quando não estava tão perto de mim. Assisti ele
de debaixo dos meus cílios quando ele sorriu maliciosamente e
continuou a girar os dois dedos de scotch no copo.
A maneira como ele olhou para mim era predatória, com um calor
que deslizou sobre minha pele. Ele fez as borboletas levantarem voo na
minha barriga e meu corpo respondia a ele toda vez que estava na
mesma sala. O homem era pecaminosamente lindo, com um
alargamento do bad boy que me fez querer ver quão ruim ele poderia
ser. Isto me irritou. Ele não deveria ter esse efeito sobre mim, não a
este nível.
— Uau, quem te chateou? — Devlin interrompeu meus pensamentos
quando se sentou na minha frente, infelizmente não fez nada para
bloquear a minha visão de Lucian.

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— Ninguém. — Murmurei quando aceitei o copo que ele ofereceu e
tomei um gole. Fechei os olhos e engasguei com uma risadinha
enquanto o líquido queimou em seu caminho para baixo. — Humm,
isso é bom. — Disse suavemente quando abri os olhos para encontrar
Devlin me observando.
— Isso é sexy. — Ele disse quando tomou outro gole, em seguida,
abaixou a sua própria bebida. — Sempre faz essa cara quando bebe?
Porque eu posso voltar e pegar a garrafa inteira e podemos encontrar
algum lugar mais isolado.
— Você se move rápido. — Observei, meus olhos o observando.
Esse cara era quente pra caralho; seus olhos eram da cor do uísque
que estava atualmente girando no copo de Lucian. Eles tinham
manchas de preto, o que criou uma beleza que era quase de outro
mundo. Ele era alto; mesmo sentado, ele envolveu a cadeira, e eu tive
a estranha vontade de espreitar por baixo da mesa para ver se seus
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joelhos estavam tocando. As mangas estavam enroladas até os
cotovelos; tanto coberto de tatuagens que fez a minha menina má ir de
cabeça com curiosidade. Seu cabelo era mais longo do que a maioria
dos caras aqui, tocando seus ombros em fios de chocolate profundo de
Borgonha. Totalmente um trabalho de corante, mas quem se
importava? Ele estava uma gostosura, e agora, eu precisava de uma
distração.
— Só quando encontro algo que quero. — Disse ele com um meio
sorriso que iluminou seus olhos.
— E você encontrou? — Perguntei, meus olhos se movendo para
suas tatuagens.
— Encontrou o quê? — Ele respondeu.
— Encontrou algo que você quer? — Coloquei meus cotovelos sobre
a mesa e levantei o copo para tomar outra bebida enquanto meus olhos
se encontraram por cima da borda do copo.

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— Veja, uma mulher que está quente pra caralho, não dá a mínima
para impressionar os homens aqui com algum vestido ridículo,
extravagante demais, aquela que também prefere whisky... acho que
tenho. — Afirmou, o dedo traçando a borda de seu copo quando seus
olhos tinham os meus.
— Não tinha nada formal para vestir. — Respondi a suas palavras,
meus olhos segurando sua. — Não sou rica e não podia comprar tantos
vestidos formais diferentes para tantos eventos. Eu meio que soltei tudo
na abertura e não estava prestes a abalar minha família por mais. —
Me encolhi interiormente, esperando ele passar para a próxima mesa.
— Isso era para me desligar, não é? — Perguntou ele com cuidado,
seus olhos me sondando quando estreitou os olhos.
— Sim. — Franzi o nariz. — Desculpe, estou acostumada a afastar
os homens, não me vender para eles.
— Não, isso faria de você uma prostituta, e estou feliz que você não
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seja. — Disse ele com um sorriso torto. — Prefiro não pagar por sexo,
mas não sou totalmente contra se for com você.
Eu ri e me senti bem. Dei um sorriso largo e balancei a cabeça.
— Eu estava certa sobre você. Totalmente impertinente.
— Eu também não sou parcial para cadelas ricas que pensam que
tem direito a tudo o que os seus pequenos corações desejam. O mesmo
vale para as mulheres educadas que pensam que são superiores,
porque elas têm uma educação, enquanto outros não. Então, tentando
me assustar para me mandar embora não vai funcionar, menina
bonita. Agora, se você me dizer como morder sua carne delicada, eu e
meus meninos podemos fugir. Você não parece o tipo que morde, mas
então eu estive errado antes. — Ele respondeu facilmente enquanto me
observava soltar o meu copo e pegou minha mão. — Posso? — Os olhos
aquecidos cor de âmbar líquido quando eu aceitei e coloquei minha
mão na sua.

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Seus dedos se arrastaram sobre a palma da minha mão.
— Você tem mãos macias. — Ele traçou as linhas na minha mão um
pouco como um leitor de palma iria. — Mas não tem medo de trabalho
duro. — Continuou ele, gentilmente traçando a linha da vida na minha
mão enquanto o dedo enviou ondas de choque por todo meu corpo. Não
eram tão poderosos como Lucian, mas estavam me afetando. — Não
teve uma vida fácil, mas escolheu não culpar os outros por isso. Você
tem dor, mas não vai compartilhar ou deixar alguém ver ela, porque
não está disposta... ainda. Você é forte, não porque quer ser; mas sim
porque tem que ser. — Ele sorriu, seus dedos continuando a ler a
palma da mão quando enviou uma sensação de tremor por todo meu
corpo com um único toque. — Também quer ignorar a coisa toda da
cerimônia da colheita, principalmente porque quer se casar com
alguém pecaminosamente bonito, que tem o cabelo grande.
Eu ri, e puxei minha mão para longe dele.
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— Você tem realmente grande cabelo. — Respondi quando um tom
avermelhado coloriu minhas bochechas.
— Eu tenho, mas o seu ficaria melhor coberto de suor e espalhados
em meus lençóis.
— É mesmo? — Sussurrei enquanto mastigava meu lábio inferior.
— Verdade. — Ele empurrou o copo mais perto para mim. — Então,
agora vamos jogar cem perguntas... e eu começo a te conhecer melhor.
— Acho que são cinquenta perguntas. — Retruquei.
Ele sorriu maliciosamente.
— É cem, porque acho que se eu pedir lento o suficiente, você vai se
casar comigo só para me calar.
Eu ri fazendo olhos se virarem em nossa direção.
— Você é horrível. — Eu ri com um sorriso divertido. — Vá em frente,
mas não vou me casar com alguém que acabei de conhecer.

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— Não é por isso que estamos todos aqui? Para ouvir a sabedoria
dos mortos que não sabem nada sobre nosso século, que pretende nos
abater juntos como gado para produzir a próxima geração pro Coven?
Eu ri de novo e balancei a cabeça.
— Você não concorda com a tradição?
— Não acho que os mortos devem ser autorizados a ditar ou decidir
com quem vamos acabar na colheita, eu sou o tipo de cara que prefere
escolher sua própria companhia de cama.
— Tem sempre uma maneira fora dela. — Fiz uma pausa e o olhei
fixamente nos olhos. — Você sempre pode só se casar aleatoriamente
com uma das meninas, e ser excluído de todo o processo.
— Ah, claro, e ser a razão pela qual os picos de taxa de divórcio
acontecem? Acho que é alto o suficiente, sem nós adicionando a ele.
Não concorda? — Ele perguntou quando se encontrou e jogou o braço
para trás de sua cadeira em uma posição tranquila. Como se não se
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importasse com o que ninguém pensasse dele; era refrescante.
— Sim, posso concordar com isso, mas então sou só uma das
muitas que não têm direito a questionar os que vieram antes de nós.
— Então me diga, Magdalena. Todas as mulheres em sua linhagem
são quentes e de mente aberta, ou você quebrou o molde quando lutou
pelo seu caminho para este mundo? — Ele perguntou suavemente,
seus olhos baixando ligeiramente para o decote do meu vestido.
Engoli em seco nos olhos dele.
— Venho de uma longa linhagem de bruxas muito procuradas,
então acho que pertencer à minha linhagem tem suas vantagens. Acho
que as mulheres devem pensar por si mesmas e, em ser gostosa, tem
garotas mais bonitas aqui hoje à noite.
— Qualquer coisa que você quer me perguntar? — Disse ele depois
que concordou com a minha resposta.
— Onde o seu Coven originou; era Park City? — Perguntei, curiosa.

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— Salem. MAS, a minha foi para o oeste muito tempo depois da sua
e abriu o caminho para nós. Ao invés de vir para onde estava o seu
Coven, o nosso se mudou para o sul, para o Texas, onde permanecemos
nas sombras, assim como o seu Coven.
— Texas. — Bem, isso explicava suas perfeitas mãos um tanto
ásperas. Ele obviamente não tinha medo de trabalho duro. — Como
você acabou em Utah?
— Ahhh, isso é duas perguntas e é a minha vez. — Disse ele com
um sorriso suave. — Me diga, está pensando em se casar antes do
Despertar e pular toda esta charada, ou está realmente planejando
permitir que um grupo de pessoas mortas escolham para você? —
Tinha quase uma sugestão de um desafio em seus olhos quando ele
tomou um gole de sua bebida.
— Você está me pedindo em casamento? — Perguntei e ele sacudiu
a cabeça de novo enquanto ele sorriu contra a bebida.
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— Ah, você está se esquivando da pergunta, menina impertinente.
— Sussurrou com bastante calor nos olhos para derreter meu interior.
— Não tenho certeza do que vou fazer, mas sei que vou fazer o que
for necessário para desbloquear os meus poderes e tomar o meu lugar
no Coven.
— Boa resposta. — Ele respondeu facilmente.
— Agora responda minha pergunta; você me pediu em casamento?
— Vi como seus olhos se estreitaram com calor.
— Só se você pretender dizer que sim, porque se você disser não, vai
quebrar meu coração. — Ele respondeu.
Eu ri.
— Conta pra mim; todos os caras do seu coven estão tão fracos
quanto seus poderes estão atualmente?
— Com é? — Tossi e cobri minha boca com a mão para não cuspir
uísque em cima dele.

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— Todos os homens aqui têm suas bolas tão contidas quanto sua
magia está atualmente?
— Por que você acha isso? — Ri quando meus olhos se abriram em
sua grande franqueza.
— Porque você é única, e eles parecem não saber disso. Isso me faz
pensar que eles estão transando com idiotas. Você é quente, inteligente,
e você vem de uma longa linhagem de bruxas altamente respeitadas.
Você também é sexy pra caralho, e provavelmente uma gata selvagem
na cama, como vocês dizem. Você vai depois dos selvagens, pois tem as
bolas para fazer, e ninguém aqui tem. Então, ou eles são pamonhas ou
você está jogando duro para conseguir, mas você parece muito pé no
chão para mim.
— Não é assim tão simples. — Eu disse suavemente com o calor
fundido minhas bochechas. — Fui embora por um longo tempo.
— Nós bruxos, tendemos a ficar juntos. — Ele bateu pensativamente
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no copo com um dedo comprido. — Eu não poderia imaginar que você
sairia de casa. Tem proteção nos números.
Estremeci e franzi a testa.
— Eu iria me casar, — engoli em seco e respirei fundo — ele me
traiu e depois o meu irmão foi morto no Afeganistão. Acho que muitas
coisas amontoaram, porque eu deixei a cidade logo após o enterro.
Era a sua vez de se encolher.
— Alguém te traiu quando você concordou em se casar com ele? Ele
é uma porra louca, ou gay e ele te traiu com um cara? — Ele retrucou,
seus olhos se estreitaram enquanto esperava minha resposta.
— Não, mas eu corri. É pouco convencional, ignorei o meu Coven...
e praticamente todos os Covens.
— Olha, eu gosto de você. — Disse ele suavemente. — Sincera, sexy,
e seriamente engraçada, mais, você bebe uísque ao invés de alguma
bebida frutada de menina. — Sua risada tranquila fez meus lábios se

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contorcerem em resposta. — A única coisa melhor do que isso seria eu
saber que você é um nocaute entre os lençóis, o que, se você permitir,
eu gostaria de descobrir isso sozinho. — Ele sorriu paquerando. — Você
é um problema sério e quem se importa com o que aconteceu no
passado, é por isso que se chama passado, porque estamos aqui, no
presente, Magdalena. Posso não ser da melhor linhagem, mas prometo
que, se você fugir comigo, nunca vai passar fome e vou fazer você feliz.
Eu provavelmente também nunca vou deixar você sair da minha cama,
mas prometo correr para a geladeira para te manter bem alimentada,
para que eu possa continuamente te arrebatar.
— Eu não poderia dizer se eu sou boa na cama porque não sou tão
aberta sobre o sexo como a maioria das bruxas são. Minha experiência
com o sexo é muito limitada, e comer na cama não é algo que eu faço.
— Oh, me diga que não é assim! Ninguém por aqui tem estado
ansioso para entrar nessa calcinha bonita? — Ele sussurrou enquanto
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se inclinou sobre a mesa e as mãos agarraram meus joelhos por baixo.
Eu pulei, e puxei minhas pernas unindo, ou tentei; ele segurou com
firmeza quando as separou. — De novo com os paus moles, o que
diabos vocês fazem aqui, são monges? Eu teria levado você para baixo
até que você tenha concordado, e depois continuaria até os seus
sentidos fossem bem e verdadeiramente derrotados, então eu teria
abalado seu mundo de merda.
— Não é culpa sua. — Eu ri quando um tiro de calor passou através
de mim. — Não segui o pensamento do Coven, e eu estava guardando
para algo especial.
— Estava, mas você não está mais.
— Não, eu desisti e consegui uma grave desilusão para a minha
primeira vez, e então eu simplesmente parei de tentar, eu acho. Não
sou virgem, e realmente não estou aberta a discutir isso com alguém
que acabei de conhecer há dez minutos.

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Algo chamou sua atenção e ele acenou com a cabeça, então virei
para ver o que era. Lucian era o único atrás de nós, e ele nem estava
olhando na nossa direção. Segui seus olhos para onde ele assistiu
Cassidy quando ela jogou o cabelo e sorriu para ele. Ela estava vestida
lindamente esta noite. Seus olhos pousaram em seu movimento antes
de lentamente para mim, e senti um puxão torcer na minha barriga
como ciúme cravado. Lembrei que eu não tinha direito de sentir e me
voltei para Devlin.
— Preciso descobrir onde vou ficar esta noite, Magdalena, mas eu
adoraria te ver de novo, em breve. — Ele anunciou quando puxou um
cartão do bolso de sua calça. — Meu número e eu quero o seu.
— E se eu disser não? — Provoquei com um sorriso.
— Esta cidade é muito pequena; tenho certeza que eu poderia te
encontrar. — Disse ele com um sorriso nos lábios sensuais. — Gostaria
Realmente de te conhecer melhor, então me faça um favor e me dê o
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número para que isso possa acontecer. Prometo não te decepcionar.
Franzi meu nariz enquanto puxei uma caneta e arranquei um
pedaço de papel fora de um recibo que eu tinha na minha bolsa, então
anotei o meu número, antes de deslizar o cartão na minha bolsa.
— Espere, sem endereço? Como vou me esgueirar em seu quarto e
amar você, se eu não sei onde você dorme? — Ele perguntou com um
sorriso malicioso no rosto que iluminou seus olhos.
— Quem disse que eu permitiria que você fosse para o meu quarto
para me amar? — Levantei e vi quando ele estendeu a mão sobre o seu
coração.
— Isso dói, mas gosto que você joga duro para conseguir. Não se
preocupe, Magdalena, pode executar tudo o que quiser; vou desfrutar
da perseguição. Me diga princesa, você corre rápido?
— Não, normalmente, se você me vê correr, provavelmente deve virar
sua bunda pro outro lado e começar a correr também. O único jeito de

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eu correr é se algo assustador estiver me perseguindo. — Respondi com
facilidade, com uma cara séria que puxou um riso de fundo de seu
peito. Sua risada era tão contagiosa quanto a seu sorriso, e logo eu
estava rindo com ele.
— Deus, eu amo o seu senso de humor. — Ele pegou o meu número
e deslizou no bolso. — Tenho que correr, mas foi muito bom te
conhecer, e mal posso esperar para te ver de novo.
Sai da mesa, balançando a cabeça quando fui para o terraço na
parte de trás do restaurante, com vista para o desfiladeiro profundo.
Eu precisava de ar fresco da noite para aliviar o calor de estar na sala
superlotada. Antes de chegar as portas, o riso feminino puxou meus
olhos para onde Lucian estava com Cassidy, que estava sorrindo
enquanto esfregava as mãos para baixo sua ágil cintura e a segurava
convidativa.
Revirei os olhos quando uma gritante fatia, dolorosa de ciúme me
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deu um soco no estômago. Eu não tinha nada que estar com ciúmes.
Não era como se tivéssemos juntos, ou estivéssemos namorando. Eu
era uma agente livre, e isso significava que estava bem. Escolhi ignorar
eles, e abri as portas e gostei do ar fresco da noite, já que tinha a minha
pele superaquecida.

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CAPÍTULO VINTE E TRÊS


Me inclinei contra a grade, meus olhos procurando as profundezas
escuras da ravina enquanto eu aproveitava o intervalo da festa. Disse
a mim mesma que não me importava que Cassidy estivesse se movendo
para Lucian; os dois provavelmente se mereciam. Mas odiava o ciúme
que parecia me aquecer por dentro enquanto eu me deliciava com o ar
frio da noite.
Fechei os olhos e coloquei o rosto nas mãos enquanto exalei uma
respiração profunda, e então senti ele. Essa corrente crua, e poderosa
de energia que estava sempre presente quando ele estava próximo. Não
me virei, não abri os olhos até que senti suas mãos sobre meus quadris,
se curvando em torno de minha bunda até que fui forçada a virar em
sua direção.
Eu não deveria ter me virado; teria sido mais seguro deixar ele
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explorando minhas curvas. Seus olhos estavam irritados; seu corpo
ficou tenso quando me levantou, embalando minha bunda quando ele
me sentou no corrimão. Ele me obrigou a se agarrar a ele, quando o
medo de cair passou por mim.
— Lucian! — Assobiei enquanto ele espalhava minhas pernas e
pressionou sua ereção contra a minha calcinha fina.
— Você gostou de flertar com ele? — Ele rosnou quando me segurou
lá, oscilando entre ele e a morte certa.
— Na verdade, sim. — Admiti.
Ele riu cruelmente, suas mãos se apertaram na minha bunda e eu
choraminguei quando a dor me percorreu, junto com calor escaldante,
onde o pau pressionava contra mim. Era tanto emocionante quanto
aterrorizante, uma combinação que nunca tinha experimentado antes.
— Não me deixe cair. — Sussurrei quando me inclinei mais perto
dele.

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— Nunca vou deixar você cair. — Ele me assegurou, mas os olhos
eram mais escuros do que o normal, e seus dedos machucavam minha
carne.
— Aproveitando a companhia de Cassidy? — Me perguntava por que
eu optaria por dizer algo tão estúpido enquanto ele segurava minha
vida em suas mãos. Um toque único e eu estaria morta. Ninguém
nunca saberia o que tinha acontecido, ninguém.
— Com ciúmes? — Ele sussurrou enquanto levantava a cabeça e
olhava para mim.
— Dificilmente. — Rebati quando um arrepio percorreu minha
espinha com o calor; vi surpresa em seus olhos. — Você é livre para
estar com quem quiser, como eu também. — Fiquei surpresa com a
forma como até mesmo o meu tom estava diferente.
O vento aumentou e ele me segurou mais apertado quando o meu
cabelo voou na minha cara. Senti uma onda familiar de poder que
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enviou uma mistura de calor e medo em minha espinha. O calor sexual
e a tensão entre os nós era suficientemente espessa para cortar com
uma faca.
— Eu sei que perseguição é ilegal. — Murmurei enquanto estreitava
os olhos para ele e mordiscava meu lábio inferior.
— A caça não é. — Respondeu ele com facilidade, sua voz fria e
preenchida com um traço cru da emoção que eu não poderia colocar.
— Você não tem uma licença para me caçar. — Sussurrei enquanto
lambia meus lábios nervosamente. — Além disso, estou fora de época.
Eu estava me sentindo um pouco mais rebelde do que deveria,
considerando que ele segurava minha vida em suas mãos bem
cuidadas.
Esta noite seu terno era azul meia-noite, ajustado com perfeição
para acentuar cada músculo elegante que seu corpo tinha. A gravata

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de seda preta descansou contra a camisa branca engomada que usava
sob seu terno. Ele estava escuro, fácil de se misturar com as sombras.
— Acha que eu preciso de uma para caçar você? — Ele desafiou
quando os dedos se moviam da minha bunda para onde nossos corpos
tocavam. Me agarrei com mais força, o medo de cair desaparecendo
enquanto seus dedos deslizaram sobre minhas coxas nuas.
— Me ponha para baixo. — Implorei com o conhecimento que ele me
tinha à sua mercê. Tentei colocar minhas pernas ao redor dele, mas eu
não podia, e ele riu suavemente enquanto me observava lutar. Ele me
tinha bem onde me queria; exposta e à sua mercê quando eu oscilava
sobre a morte certa empoleirada no parapeito. Meus lábios tremiam
enquanto meu coração batia dolorosamente contra minhas costelas, e
o pior de tudo, eu estava excitada.
— Qual é o problema, Lena? Não confia em mim? — Sua voz era
baixa e parecia zombar de mim um pouco quando passou uma das
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mãos ao redor das minhas costas, e senti um calor percorrer entre as
minhas pernas.
— Lucian. — Sussurrei com voz rouca, que foi todo o incentivo que
precisava. Seus dedos separaram minha calcinha, empurrando para
fora do seu caminho.
— Avisei que você era minha, não é? — Ele rosnou quando os dedos
deslizaram entre a carne molhada. O atrito causando coisas em mim,
quando ele me manteve segura. — Você é minha, Lena, só minha. — O
tom da voz, misturado com o grunhido que ressonava profundamente
de dentro do seu peito, me enviou um arrepio na espinha.
— Você não pode reclamar de mim. Não é como isso funciona, e sem
ofensa, mas eu não pretendo me casar com você. Portanto, você não é
meu dono. Ninguém é. — Sussurrei através da espessura na minha
boca quando ele separou a minha carne e brincou com meu núcleo nu.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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— Você precisa de outra lição de quem possui este corpo? — Seus
dedos empurraram para dentro de mim e gritei na plenitude. — Então,
fique molhada para mim. — Ele sussurrou com voz rouca, sua boca
empurrando contra o meu pescoço e beijou a veia frenética que bateu
violentamente com o que ele estava fazendo para mim.
Senti meu corpo trancar seus dedos, apertando ao redor deles
enquanto ele movia dentro e fora de mim. Meu corpo estava tentando
puxá-lo para dentro, tomar mais dele. Meus quadris se abalaram, e se
espalhou, lhe oferecendo tudo o que tinha, livremente. Minha cabeça
pendeu para trás, e seus lábios e língua empurraram com força contra
a veia quando ele rosnou com fome.
— No momento em que a colheita passar, — ele disse quando se
afastou de mim — você é minha. Não vou te compartilhar com mais
ninguém. Pretendo te possuir no momento em que você estiver livre da
porra desses eventos, e pretendo fazer em muito tremor, confusão e
269 269
gritaria. Vou te mostrar exatamente o que significa ser possuída por
mim.
— E se eu conceber um filho durante a colheita? — Sussurrei, e sim,
talvez estivesse tentando levar ele a se oferecer exclusivamente pra
mim, e eu provavelmente me chutaria na bunda mais tarde por isso.
— Você não vai. — Ele disse em um tom de é fato, como se pudesse
prever o futuro. É, eu não podia; a inserção dentro do pacote de
controle de natalidade disse que tinha uma taxa de sucesso de noventa
e dois por cento. Oito por cento ainda era uma chance muito, tanto
quanto eu estava preocupada, e pediria ao meu parceiro da colheita
para usar uma camisinha, eu provavelmente não seria vista com bons
olhos, considerando o ponto inteiro, que era engravidar.
Ele me puxou para fora do parapeito e me bateu contra a parede
sem tirar os dedos. Ele empurrou dolorosamente e profundamente, e
mais umidade agrupou entre as minhas pernas que ele usou quando

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continuou a me segurar presa à parede com uma das mãos segura sob
meu traseiro enquanto seus dedos me trouxeram mais perto do clímax.
Sussurrei seu nome com sua boca pressionado contra o meu
pescoço, o orgasmo fora do meu alcance. Mexi meus quadris, tentando
extrair eu mesma, só para sentir e ouvir o seu riso quando ele
continuou a me beijar.
— Ainda não, minha bruxinha esfomeada, a próxima vez que você
vier será quando eu decidir que você merece isso. — Sua voz ressoou
quando ele se afastou de mim e me permitiu deslizar para baixo da
parede para os meus pés.
Ambas as respirações estavam difíceis e senti a prova de sua
negação quando a umidade desceu na minha perna, sem impedimentos
pela calcinha de renda fina que eu estava usado esta noite. Lutei para
recuperar a compostura, e quando finalmente fiz, ele foi se afastando
de mim, como se nada tivesse acontecido!
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— Lucian. — Chamei com os dentes cerrados.
Ele olhou para trás para olhar para mim quando algo escuro e
possessivo passou por seu rosto. Fiquei com orgulho e ajustei minha
calcinha e vestido como eles deveriam ser enquanto ele assistia.
— Acho que te odeio. — Rosnei quando meu corpo doía de ser
deixada em tal estado.
Sua boca se torceu num sorriso cruel quando ele inclinou a cabeça
e apertou suavemente.
— Você odeia me querer. Odeia que pela primeira vez em sua vida,
algo que você quer te apavora. Está acostumada a jogar pelo seguro. —
Ele se virou e caminhou em minha direção quando me mudei de volta
alguns passos. — Você escolheu Todd, porque ele é e sempre será uma
foda fraca e você sabia que com ele você estaria segura. Escolheu o
outro idiota porque ele foi ainda mais fraco do que Todd, mesmo que
ele, pelo menos, foi impulsionado por sua necessidade de foder. Eu não

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sou seguro. Você não pode controlar o que sente, e isso te assusta.
Bom. Não deve se sentir segura comigo. Deve estar apavorada. Gosto
do seu entusiasmo e da maneira que almeja as coisas imundas que
faço para você e isso me excita. Você não me odeia. — Disse ele, e me
empurrou contra a parede com uma das mãos enquanto a outra se
abaixou, levantou a bainha do meu vestido, e sem esforço rasgou a
calcinha do meu corpo. Gritei quando ele a trouxe e prendeu contra o
seu nariz, cheirando a prova de suas palavras. — Odeia que passei por
todas aquelas malditas paredes que ergueu para se proteger de ser
vulnerável. Você odeia que estou dentro da sua mente. — Ele rosnou
quando depositou minha calcinha no bolso da sua calça e deslizou um
dedo de volta dentro de mim enquanto seu polegar pressionava contra
o meu clitóris. — Odeia que me quer tanto quanto quero você, admita,
e vou te dar o que seu corpo anseia. — Perguntou ele.
— Não. — Sussurrei quando um gemido traidor escapou.
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— Implore, para eu fazer você gozar, aqui, agora. — Ele rosnou
quando aumentou a pressão da mão, dobrado o dedo dentro de mim.
A outra mão laçou meu peito e beliscou o mamilo duro. Choraminguei
quando empurrei os quadris para conseguir mais. Seus olhos em mim;
o contato foi intenso, como se pudesse ver nas profundezas da minha
alma. — Eu imploro o sabor da sua carne e tenho certeza, menina doce,
se pudesse ler meus pensamentos agora, estaria muito traumatizada.
— Ele murmurou com a voz rouca quando puxou seu dedo para fora,
deixando meu corpo desprovido de seu toque. Seu calor me deixou tão
rapidamente, enviando um arrepio pelo meu corpo.
— Você é um idiota. — Assobiei quando eu, mais uma vez, me
esforcei para arrumar minhas roupas, só para sentir um frio na minha
carne delicada quando fui lembrada pelo ar fresco da noite que ele
tinha roubado minha calcinha. — Me devolva.

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Ele riu; os olhos baixos para onde minha boceta estava encharcada
de seu toque.
— Acho que não; ela pertence a mim agora. A lembrança do que me
pertence, e quão molhada ela ficou com a ideia de mim possuí-la.
— Isto é ridículo! Você só roubou minha calcinha! — Assobiei em
um tom abafado, sem querer que ninguém saiba que ele tinha. O calor
saindo das minhas bochechas quando a raiva correu através de mim.
Quem rouba calcinhas de alguém?
— Você é ainda mais bonita quando está com raiva, Lena. Toda essa
pele delicada, aposto que seu corpo será lindo quando ele for obrigado
a receber dor.
— Você é doente! Devolva minh... — Virei quando vozes se
aproximavam da nossa localização. — Lucian... seja razoável, por
favor? — Sussurrei enquanto me virei para só encontrar ar onde ele
ficou parado. ah!
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Está tudo bem; eu sabia onde ele dormia.

PLAYING WITH MONSTERS

Vinte minutos. Esse é o tempo que durei na festa sem calcinha.


Cada momento foi um lembrete de que ele tinha minha calcinha no
bolso! Sua mão que deriva para lá se eu tento olhar em sua direção.
Abati isso com outra bebida antes que eu encontrasse Kendra e notei
que ela estava em profunda conversa com um homem que tinha que
ser de fora da cidade.
Não era inédito trazer mais caras quando a relação de um Coven
entre macho e fêmea estava fora, mas este ano, parecia ter muito mais.
O Coven tinha convidado um número crescente de linhas poderosas
para o rebanho, numa precaução e movimento estratégico que traria
mais poder para o nosso lado em caso de necessidade.

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Meus olhos percorreram a sala e achei Todd na extremidade de
frente para mim. Seus olhos se moveram entre Lucian e eu, e depois
voltaram para o meu com um ódio neles que eu não achava que fosse
capaz. Lucian percebeu isso bem e, ao invés de se aproximar de mim,
ele puxou minha calcinha ali mesmo no meio da sala e a trouxe para o
nariz com um olhar que reivindicou sua posse. Todd observou o que
ele fez, e seus olhos se voltaram para mim cheios de acusação. Seu
rosto ficou duro, e algo sinistro brilhou em seu olhar quando ele sorriu
para mim.
Engoli em seco e balancei a cabeça enquanto me virava e ia me
encontrar com Dexter. Ele não bebia álcool e foi um caminho seguro
para casa, ou de volta para a casa de Lucian, de qualquer maneira. Eu
precisava da minha própria casa de volta, já que ele estava ditando o
que eu podia ou não fazer, e até agora, o Coven decidiu adicionar sal à
ferida e nos deixar sob a residência segura e olhar atento de Lucian,
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como eles colocaram.
Felizmente a minha avó ainda estava trabalhando para ter nossa
transferência para a Abadia até que a casa estivesse pronta para nós
podermos voltar. Encontrei Dexter no canto, e seus olhos se moveram
para mim quando me aproximei dele.
— Pode me dar uma carona para casa? — Perguntei e ele gemeu.
— Obrigado, Deus! Sim eu posso. Tem um cara atrás de mim por
aqui, me deixando meio louco. Ele tem me dado algumas vibrações
graves, e não tenho certeza se ele se importa que não balanço dessa
forma. Vamos, rapidamente, antes que ele me veja de novo. Ele não
está levando um não como resposta, e Cassidy está olhando para você.
Algo sobre você ser uma vagabunda e levar o cara dela.
— Cara dela? — Perguntei quando o choque familiar de dor me
atingiu. Lucian tinha concordado em ficar com Cassidy? Ele
reconheceu que eu tinha que comparecer à Colheita e até disse que era

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dele depois. Ele poderia ter concordado em ser dela e se casar com ela?
— Espere, é Claude que está atrás de você? Ele estava me fazendo umas
perguntas muito boas, mas olhou para você o tempo todo, rude.
— Ela tinha os olhos todo em Lucian muito antes de você voltar. Ele
foi capaz de ignorar ela, mas sua mãe está empurrando por qualquer
razão para que isso aconteça. Você conhece Helen. Ela pega o que acha
que tem direito a ter, e parece não capaz e dar a mínima para a pequena
verdade inconveniente que ela não é Deus, e a única maneira de sua
filha e Lucian estarem emparelhados durante a colheita seria se eles se
casarem antes da cerimônia do Despertar. Obrigado pela atenção sobre
esse cara, a propósito. — Ele disse em uma única respiração.
— Acha que ele vai concordar com isso? Cassidy deve pensar que é
uma coisa certa se ela está chamando de cara dela. Sim, provavelmente
deveria ter te avisado, mas não é como se eu achasse que ele te
convidaria para o banheiro masculino para bater um pouco de carne.
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— Bater um pouco de carne? Porra, isso soa doloroso. — Ele
estremeceu, os olhos correndo ao redor da sala para seu admirador. —
Você ouviu que Helen anunciou que deseja ser incluída nas escolhas
das próximas altas sacerdotisas do Coven?
— Ela nunca conseguiria; não é descendente de uma das linhagens
originais. — Me senti um pouco doente com o pensamento de que a
cadela psicopata estaria nessa posição de poder no Coven. A alta
sacerdotisa era supostamente para ser uma educadora, não alguma
maníaca por controle com fome com suas calças apertada de cadela.
— Não, mas ela é uma pessoa idosa, a primeira escolhida fora das
linhagens. Ela está fazendo seu caminho para o topo rápido, também.
— Isso nunca vai acontecer, certo? — Perguntei e vi quando ele
encolheu os ombros enquanto segurava a porta do carro aberta para
mim.

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— Tem um monte de merda mudando muito rápido por aqui. Eu
não arriscaria o seu nome fora da lista. Ela é uma cadela determinada;
materialista e motivada pela ganância, também. Mas o Coven não está
andando bem de dinheiro, e ela está trazendo o dinheiro, o que é um
mal necessário. Ela pode ser o que precisamos, Lena. — Ele informou
quando saiu do estacionamento.
— Ela vai nos arruinar se tiver permissão, mas tem algo estranho
nela também. Eu simplesmente não fui capaz de descobrir o quê.
Olhei pela janela para o pequeno espelho lateral e peguei Lucian
escondido nas sombras, me observando sair. Não tenho certeza de
como sabia que era ele, mas tinha certeza de que podia ouvir ele rosnar
dentro da minha cabeça. Ele não estava feliz por eu ter escapado de
seu teatro de cheirar calcinha, mas me diverti o suficiente para uma
noite.

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CAPÍTULO VINTE E QUATRO

Caminhei pela casa, apreciando o silêncio após a agitação da festa.


Eu tinha vivido sozinha por três anos e às vezes gostava da solidão que
isso fornecia. Em outras ocasiões foi sufocante e tedioso. Cresci em
uma casa grande, cheia de risos e amor, mas que tinha deixado de ser
quando Joshua morreu. O silêncio era um lembrete de que a nossa
família estava incompleta. Agora, estando na casa de fantasia de
Lucian com os luxos oferecidos, e sozinha? Impagável.
Liguei a música no quarto, abri a porta do quarto de Lucian que
conectava com o meu e fui para o chuveiro. O perfume masculino
intenso dele estava em toda parte, fechei os olhos e inalei seu viciante
aroma, atraente. Normalmente, acho que homens usavam inteiramente
276 muita colônia, mas Lucian não. Ele cheirava a sexo, misturado com o 276
pecado, embrulhado em um pacote quente de gostosura masculina.
Era absolutamente viciante.
Tomei um banho rápido, deixando Adele e as vozes sensuais de
Christina Perry me lavar. Saí do chuveiro, esperando encontrar Lucian
esperando por mim, mas felizmente ele ainda deve estar na festa que
provavelmente estava ficando forte, mesmo que estivesse ficando tarde.
As toalhas no banheiro dele eram ridiculamente macias, por isso,
levei meu tempo e me sequei antes de vestir um par de shorts pretos,
uma camisola rosa clara, e os meus chinelos. Caminhei para o quarto
que eu estava usando, peguei uma camisola fina e andei pela casa
silenciosamente quando caminhei até a porta, saindo de casa para ir
ver Luna.
Destranquei a porta da cabana e abri, ouvindo ela ronronar suave
quando pulou do sofá e caminhou em minha direção. Fiz um rápido

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trabalho na caixa de areia e alimentei ela antes de sentar para dar
alguns afagos muito necessário. Talvez eu devesse levar ela pra casa de
Lucian, onde seria mais fácil cuidar dela. Essa coisa toda de estar
armado para ficar na casa de Lucian foi a ideia dele e do Coven de
qualquer maneira. Eu tinha certeza de que estaria a salvo na cabana,
protegida pelas enfermarias e sal.
Eu estava sentada no sofá quando ouvi o primeiro grito. Parecia
Todd, gritando do lado de fora da casa. Tirei Luna do colo e sai para a
porta. Tentei descobrir qual direção o grito tinha vindo quando outro
soou dos bosques.
— Todd? — Gritei, me movendo lentamente para baixo até as
escadas do alpendre quando um frio rastejou até minha espinha.
Silêncio.
Caminhei na direção do bosque, puxando a camisola em torno de
mim para dar mais calor quando caminhei até a borda da floresta que
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levava mais para as montanhas que nos cercavam.
— Lena! — Ele gritou e não hesitei, corri em direção a sua voz. Ele
parecia ferido, e mesmo que eu não carregasse uma arma, duas
pessoas poderiam normalmente assustar predadores na floresta
melhor do que um.
Corri através da mata, meu coração batendo rapidamente quando
encontrei Todd em pé na clareira com um olhar estranho em seu rosto.
Quando cheguei mais perto para ele, seus olhos subiram para o meu e
fiz uma pausa. Ele parecia aterrorizado, e suor saindo de sua testa, sua
pele estava pálida e acinzentada.
— Lena, volte. — Suplicou ele, sua mão se movendo para sua
jaqueta. — Puta merda, corra!
— Todd, que é o... — Parei quando ele puxou uma arma de sua
jaqueta e apontou para mim.

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LUCIAN
Estudei Kendra, suas emoções tão diferentes de Lena. Ela era um
livro aberto; Lena era o oposto. Onde Kendra saía de seu caminho para
encontrar homens, Lena os mantinha a distância dum braço estendido,
com medo de deixá-los chegar perto dela. Onde Lena escondia sua dor
dos outros, Kendra a usava, sabendo que isso comprava sua simpatia.
Kendra também parecia se importar com o que os outros pensavam
dela, enquanto Lena não. Lena era uma lufada de ar fresco, e Kendra
era um ar viciado, misturado com a porra de muita maquiagem – Lena
não precisava de cosméticos para ficar bonita.
Elas eram opostos quase polares.
— Lucian, Lena deixou sua casa. Spyder saiu para ver se ele pode
localizar ela na floresta.
Olhei para Devlin, e seus olhos cor de âmbar se mudou para Kendra.
278 — Me foda, gêmeas? — Ele perguntou, com a boca torcendo em um 278
sorriso apertado.
— Lena deixou a casa? — Perguntei, ignorando sua ânsia de
aprender mais sobre Lena. Essa ideia estava me deixando maluco. Ver
ele flertar com ela gerou uma amargura que era estranha para mim.
Eu não fico com ciúmes, faz tempo. Mas, quando ele tocou ela, eu
queria arrancar os braços de seu corpo.
— O relatório disse que ela foi para a casa de campo, em seguida,
correu para fora da porta para o bosque. — Ele retornou suavemente,
seus olhos se movendo de volta para mim. — O que ela fez para chamar
sua atenção, afinal?
Sorri com frieza, mas não tive a chance de responder antes que um
grito atravessasse o cômodo. Meus olhos dispararam para Kendra, que
estava segurando o lado de seu estômago e gritando de dor óbvia. Eu

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comecei a me mover em direção a ela, mas parei quando outros
correram para o lado dela.
— Kendra. — Sua mãe sussurrou, com os olhos arregalados de
incerteza quanto Kendra levantou a mão, como se estivesse vendo algo
que, obviamente, não estava lá.
— Não sou eu; é Lena. — Ela sussurrou, horrorizada com o que
estava sentindo. — Acho que ela está morrendo.
Desapareci, sem dar a mínima se alguém sentiu a perturbação no
ar. Ela não está morrendo – ainda não, pelo menos.

MAGDALENA9
Eu tirei minha mão do meu lado, coberta de sangue. Meus ouvidos
zumbiam com o som de tiros. Ele tinha atirado em mim!
— Todd. — Sussurrei enquanto ele segurava a arma de volta,
279 lutando contra algo que só ele podia ver. A ferida não era profunda, e 279
se tivesse certa, a bala ou passou de raspão ou atravessou; nada de
importante foi atingido. Mas parecia que eu estava morrendo. Não tive
tempo para parar e examinar.
— Corra, maldita! Corra, não me obrigue a fazer isso.
— Você não tem que fazer isso. — Observei com cautela enquanto
ele veio para perto de mim, felizmente, a arma agora estava voltada
para o chão.
— Você não entende. Não posso controlar isso, Lena. Não está me
ouvindo, corra! Agora! — Gritou quando caminhou na minha direção.
Eu não estava indo rápido o suficiente; meu lado doía, mas fui capaz
de determinar que não era tão ruim quanto parecia, mesmo que a
minha camisola fina e calções estivessem cobertos de sangue. Claro,

9 AVISO DE GATILHO: Essa é a parte sobre o estupro que avisamos no início. Caso queira pular a cena especifica, mas ver
logo após, ainda narrada por Lena, vá para a pág. 282. Se gostaria de pular mais, vá na 285, no início do capitulo 25, não
vai atrapalhar de forma alguma a narrativa ou te impedir de entender as consequências, você não precisa ler a cena.

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ele atirou em mim, mas afastou seu braço no último minuto, fazendo
com que a bala se desviasse do seu destino original; feridas de carne
eram melhores do que morrer, mas tinha algo errado com ele.
Eu tinha acabado de me virar para correr quando ele me abordou
com força. Meu corpo atingiu o chão sob o dele com um baque forte
que tirou o ar dos meus pulmões. Suas mãos capturaram as minhas
enquanto ele deixava cair a arma ao lado da minha cabeça para que
pudesse me segurar.
— Todd. — Chorei quando seus joelhos abriram minhas pernas, e
com uma mão ele alcançou o bolso de trás de sua calça jeans e puxou
uma faca.
— Por que você não correu, porra? — Perguntou ele quando sua
boca esmagou contra a minha. Seu beijo era duro, brutal, e ainda
assim eu podia senti-lo tentando puxar e se afastar. Eu senti o fio da
faca quando ele cortou meu short, expondo a minha pele para ele. Ele
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parou, me olhou nos olhos e disse a última coisa que eu esperava que
ele dissesse: — Me mate, Lena. É a única maneira de impedir isso de
matar você.
— Matar você? É só parar. — Chorei com lábios trêmulos. Sua mão
veio e agarrou meu cabelo, batendo minha cabeça contra o chão duro
dolorosamente. Estrelas explodiram em meus olhos e o zumbido
começou em meus ouvidos enquanto as lágrimas escorriam de meus
olhos, ou talvez fosse sangue. Lutei contra ele, mas ele era muito mais
forte do que eu. Ele montou na minha cintura quando começou a
trabalhar em suas calças, expondo seu pau duro. Suas pernas
seguraram a minha para baixo, até que ele se forçou entre as minhas
pernas, e eu implorei para ele parar.
Olhei para ele, observando enquanto as lágrimas deslizaram pelo
seu rosto enquanto se preparava para me estuprar. Ele não estava
disposto; tinha algo errado. Eu não poderia pensar, minha cabeça

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estava tonta, minha visão estava embaçada enquanto eu tentava
compreender o que estava prestes a acontecer.
— Todd, pare com isso. — Eu soluçava. — Por favor. — Implorei,
mas seus olhos deslizaram para o meu, e o que vi neles me assombraria
para o resto da minha vida. Ele me estupraria, mesmo que ele não
quisesse; como se algo estivesse forçando ele a fazer.
— Me mate. — Ele implorou enquanto se posicionava em um ângulo
melhor para chegar dentro de mim.
Minha mão se atrapalhou com a arma, e eu sabia que ele tinha
conhecimento dela. Ele não tentou tirar; ao invés disso ele se empurrou
dentro de mim mais ou menos, e dolorosamente quando ele tirou de
mim o que eu nunca tinha voluntariamente dado a ele. Ele empurrou
até que eu estava chorando e lutando contra ele; meu corpo
despreparado doía a cada estocada. Ele trouxe a faca para cima como
se fosse atravessar pelo meu coração. Levantei a arma e atirei nele.
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Tirar uma vida nunca é fácil, mesmo se a outra pessoa é a mais vil
criatura no planeta. Todd não era, mas ele tinha desistido de lutar,
outro tinha o controle sobre ele. Ele tinha planejado terminar o
trabalho. Ele tinha, em termos inequívocos, e me disse que era ele ou
eu que iria morrer, e ele tentou me dar uma chance para me salvar.
Seu corpo pousou sobre mim, e eu soluçava enquanto lutava à
minha maneira de sair de baixo dele. Eu estava seminua, com sangue
cobrindo meu corpo, e estava machucada, fisicamente e mentalmente.
Olhei para o rapaz que uma vez tinha amado e deixei cair a arma que
eu tinha usado para tirar a sua vida.
Um soluço rasgou de mim enquanto eu tentava ficar em pé. Ouvi
briga, e depois vozes. Me virei para encontrar Lucian e outro homem
alto, de cabelo bagunçado e olhos azuis geladas correndo em direção a
mim. Lucian vacilou quando ele viu o massacre. Eu estava coberta de
sangue, dormente, e não tinha como negar que fui estuprada.

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Todd ganhou a entrada para o meu corpo, e eu fui incapaz de deter.
Ele tentou segurar, mas algo mais escuro tinha tomado o controle dele.
A arma que tinha matado ele estava ao lado de seu corpo,
provavelmente, um pertence do seu pai que tinha retirado para a
prática de tiro ao alvo uma ou duas vezes.
— Droga. — O homem ao lado de Lucian falou, e Lucian entrou em
ação, puxando seu casaco e me cobrindo quando ele me levantou nos
braços e, sem uma única palavra, foi para sua casa.
Ele não disse nada, só segurou minha forma trêmula com força
enquanto caminhava em direção à sua casa. No momento em que
chegamos lá, os carros já estavam aparecendo, e Kendra estava ao
nosso lado rapidamente.
— Ela levou um tiro? — Ela perguntou. — Eu senti!
— Ela vai viver, Kendra, Lena é uma lutadora.
Ele ignorou suas outras perguntas enquanto continuava a se mover
282 282
através da casa. Minha família nos seguiu até as escadas e em seu
quarto.
Ele me sentou em um pequeno banco antes de ligar o chuveiro. Seus
olhos continuaram me vigiando, provavelmente esperando que eu
ficasse histérica. Me senti entorpecida, como se estivesse vendo isso
acontecer com outra pessoa. Eu estava tremendo; meu coração doeu
enquanto eu considerava as consequências do que tinha acabado de
fazer e do que tinha acontecido comigo.
Meus dentes começaram a bater um pouco e me esforcei para me
recompor.
— Talvez essa coisa de sexo simplesmente não esteja nas cartas
para mim. — Eu disse suavemente. Os olhos de Lucian se arregalaram
por um momento e eu pensei que vi uma sugestão de um sorriso.
— Eu te disse, você simplesmente não fez o tipo certo de sexo ainda.
— Murmurou.

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Bom, ele não tinha pena de mim. Eu odiava pena.
Lucian virou, e removeu suavemente minha camisola e chinelos que
estavam cobertos de sangue. Entrou comigo no chuveiro, sem se
importar que ele estava arruinando seu terno caro. Depois de verificar
a temperatura da água, ele ensaboou um pano macio e começou a me
lavar cuidadosamente; evitando as feridas de bala, e onde Todd tinha
me cortado com a faca quando tinha removido meus shorts e calcinha.
Seus dedos delicadamente traçaram as feridas e enxaguou com água.
Ele não me perguntou se eu estava bem, e eu estava grata. Eu não
queria falar, porque não confio em mim mesma para não ficar histérica.
Eu precisava de silêncio para descobrir que merda tinha acontecido, e
aceitar. Precisava absorver e empurrar para trás da parede de emoções
o que eu não estava disposta a lidar ainda. Eventualmente aquela
parede racharia, e então eu teria que enfrentar tudo de uma vez.
Ele cuidadosamente lavou meu cabelo, e assisti como o sangue
283 283
lavado foi pelo ralo junto com as bolhas de xampu. Eu não tinha certeza
se tinha sangrado mais, ou qual sangue estava sendo lavado.
Quando Lucian terminou, ele me guiou para fora do chuveiro e
começou a me secar. Ele abriu uma gaveta e pegou algo enquanto eu
olhava fixamente para a parede. Eu podia sentir ele examinando
minhas feridas e passando um creme sobre elas que cheirava como o
creme que usou na outra noite quando eu estava tão queimada. Eu
suspirei com um pouco de alívio; ele tinha curado as queimaduras de
forma eficiente, o que tinha me deixado longe das dores. Ele cortou
comprimentos de gaze e esparadrapo e cobriu a área onde a bala tinha
me raspado, em seguida, enrolou uma toalha macia em torno de mim.
Ele não tinha necessidade de fazer perguntas sobre o estupro. Tinha
visto o que tinha acontecido, ou mais ao ponto que ele tinha visto a
evidência disso. Ele não empurrou ou pediu para me abrir sobre como

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eu me sentia; só um idiota pediria, vendo como eu tinha acabado de
matar alguém. Alguém que eu uma vez me preocupei.
Ele me colocou na sua cama, onde minha família estava esperando,
e me ajudou a me ajustar nela antes que puxasse as cobertas para
cima, se deitou ao meu lado e me segurou perto. Fechei os olhos,
deixando de fora tudo além da sensação de Lucian quando ele me deu
calor e a sensação de proteção que eu precisava para dormir.
Ninguém disse nada. Eu tinha certeza que era porque Lucian foi
alertando elas com um de seus olhares patenteados que faz você
murchar antes que tenha o desejo de correr por sua vida. Ouvi pés se
arrastando pela sala e saindo pela porta.
— Obrigada. — Sussurrei.
— Durma, Lena. Estou com você. — Ele sussurrou de volta,
colocando um beijo suave no pulsar trovejando no meu pescoço. —
Nada pode te tocar aqui; você está segura.
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Eu dormi sem sonhar, para escapar do pesadelo da realidade.

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CAPÍTULO VINTE E CINCO


LUCIAN
Corri através da floresta quando o tiro foi disparado. Sua mão se
agarrava à arma por muito tempo após o corpo ter pousado em cima
dela. Nenhum som tinha escapado dela, nenhuma emoção. Eu estava
em estado de choque, e eu sabia que Spyder estava tão chocado quanto.
Esperamos por mais um momento para ver quem sobreviveu; quando
seus corpos desabaram no chão. Ela empurrou ele para fora de si
mesma, revelando que seus corpos foram ligados e a prova do estupro.
Onde a maioria das meninas teria ficado histérica, Lena foi clínica,
fria e desapegada. Ela estava coberta de seu sangue; seu cabelo tinha
ido para a cor vermelha com ele. Ela lutou para ficar de pé, seminua,
com o rosto machucado; mesmo com o sangue cobrindo sua pele de
285 seda, as contusões eram visíveis. 285
Esperamos em silêncio pelo que pareceu uma eternidade para ela
gritar ou, porra, alguma coisa. Esperava gritos... qualquer coisa teria
sido melhor do que o olhar de distanciamento com que ela me encarou.
Olhos mortos, como se ela tivesse atirado em si mesma, ao invés de em
seu estuprador. Corri para ela, observando tremer quando a adrenalina
que tinha tomado brevemente conta dela e lentamente escapou de seu
sistema agora que o perigo tinha passado. Seus lábios tremeram, mãos
tremiam, e ela permaneceu imóvel até que eu cheguei perto, quando
seus olhos se ergueram para cima, encontrando o meu.
Ela não queria conforto, não queria palavras. Eu tinha a envolvido
em meu paletó, cobrindo seu corpo parcialmente nu quando ela
colocou os braços em volta do meu pescoço e enterrou o rosto na curva
do meu pescoço. Ela se permitiu um pequeno conforto, sua liberação
silenciosa da respiração que estava segurando espalhou minha pele e

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mostrou seu alívio de que tudo estava acabado. Engoli a raiva; o desejo
de reanimar ele, para matá-lo outra vez, passou por mim.
Sussurrei palavras de conforto para ela, algo que não fazia a uma
mulher há muito tempo. Passei pela família dela sem pensar duas
vezes, indo em direção ao banheiro. Coloquei ela no chão assim que
entramos, tirando suas roupas ensanguentadas de seu corpo enquanto
eu percebia o abuso que ela tinha sofrido. Ela era uma lutadora; mesmo
que não tivesse sido a mais forte naquele confronto, ela ganhou a
batalha. Seu corpo era a prova.
Ela estava compartimentando. Empurrando isso da mente, fingindo
que nunca tinha acontecido. Suas emoções eram cruas, chiando e
acendendo o fogo em seus olhos. Ela o manteve sob controle, como se
fosse um pesadelo e acordaria a qualquer momento. Seu corpo tremia
contra o meu, meu terno arruinado quando ela se encostou em mim
para se consolar; eu, não a família dela. Ela não pediu por elas; ao invés
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disso, ela se agarrou a mim como uma tábua de salvação.
Com a mais suave das vozes, ela disse que a última coisa que eu
esperava, com os dentes que tinha começado a bater um pouco.
— Talvez essa coisa de sexo simplesmente não esteja nas cartas
para mim.
Olhei para ela, observando enquanto ela esperava minha resposta.
Tinha aço nesta mulher, uma força que eu nunca teria sonhado que
ela possuía; olhos azuis olharam para trás, a vida e a emoção fluíram
de volta para eles quando ela me observava.
— Eu te disse, você simplesmente não fez o tipo certo de sexo ainda.
— Queria ser cuidadoso em minhas provocações, porque assim que ela
se recuperasse disso e das bobagens da Colheita, eu mostraria a ela
exatamente o que era o tipo certo de sexo.
Assim que tive certeza que ela estava limpa, eu a tirei do chuveiro,
cobrindo ela com uma toalha enquanto eu secava sua pele. As palavras

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não eram necessárias aqui; ela sabia o que tinha acontecido, que ela
estava a salvo, e que não lhe perguntaria se estava bem.
Ela não estava. Porra, tinha sido estuprada. Cheguei tarde demais,
me obrigando a permanecer na festa para dar espaço a ela. Ninguém
ficava bem depois de um estupro, e ela não precisa passar por essa
pergunta estúpida.
Por que os seres humanos perguntavam isso após a violência que
ocorreu estava além de mim. Seu pequeno show de fogo agora pouco,
que substituiu o entorpecimento que eu tinha visto na floresta, me
surpreendeu, e eu senti uma onda de alívio me invadir enquanto ela
lentamente voltava do que tinha acontecido. A maioria das mulheres
não saia durante semanas depois de ser estuprada, se alguma já saiu.
De uma das gavetas, recuperei alguns gazes e fita adesiva médica,
assim como o creme que Bane trouxe na outra noite. O creme foi uma
farsa; tinha uma fragrância agradável, mas não fez nada. Corri meus
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dedos sobre o pior de seus ferimentos; parcialmente para terminar o
trabalho que comecei no chuveiro. Eu não queria curar ela muito, para
não chamar a suspeita do que eu poderia fazer, só o suficiente para
tirar o pior da dor e evitar cicatrizes, como eu fiz quando ela se queimou
na outra noite. Melhor para ela, acha que foi o creme do que eu que a
curei. Alisei um comprimento de gaze e esparadrapo sobre a ferida para
completar a camuflagem.
Depois de despir as roupas molhadas e me vestir em uma túnica,
não a levei para o seu próprio quarto; ao invés disso, eu guiei ela até o
meu, colocando ela sob as cobertas de seda, meus olhos mentalmente
anotando cada marca, cada um dos hematomas. Ela lutou contra ele.
Minha pequena guerreira feroz tinha lutado com ele, e mesmo que ela
não tivesse ganhado, ela prevaleceu contra sua força. Ela tinha vivido.
Spyder tinha ficado para trás com o corpo e sua voz mental
percorreu minha mente.

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Foi um demônio Asmodeus. O covarde de merda fugiu assim que o
menino morreu; seu corpo cheirava a posse uma vez que o demônio tinha
deixado ele. A má notícia é que não sabemos o porquê queria ela.
O demônio Asmodeus deve ter tomado o controle do menino alguns
dias atrás, possuído seu corpo e reivindicado a propriedade dele. Eles
foram atrás dela, o que significava só uma coisa possível. Demônios
vieram jogar em Haven Crest. A grande questão era: por quê? O
encontro de Todd e Cassidy na casa de Lena e em sua própria cama
fazia sentido agora. Ele não era apenas fraco; era patético o suficiente
para ser possuído por uma criatura muito desagradável cujas marcas
eram a luxúria e a violência.
Demônios Asmodeus podem ser responsáveis pelo desaparecimento
de mulheres jovens recentemente, ou pode ser o irmão dela o
responsável. Era algo que precisávamos olhar mais de perto, já que
quem quer que fosse, estava brincando no meu negócio. As jovens
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bruxas tinham uma variedade de usos, fossem vivas, moribundas ou
mesmo mortas recentemente.
Eu podia sentir suas emoções, embora tivesse perdido o que ele
disse a ela. Normalmente, eu tentaria ler sua mente, mas com Lena,
não consegui. Ela aperfeiçoou suas paredes, e a cada novo dia que ela
acordava, ela as reforçava.
Assim que a coloquei na minha cama, protegida em meus braços,
ouvi um sussurro: obrigada, sua voz rouca de gritar por ajuda que não
tinha chegado a tempo.
— Durma, Lena, estou com você. — Respondi, segurando ela com
mais força. Antes que eu soubesse o que tinha feito, beijei sua veia que
batia descontroladamente. — Nada pode te tocar aqui; você está
segura. — Observei enquanto ela fechava os olhos e sua respiração
crescia mesmo com o sono.

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MAGDALENA
Acordei sozinha, estendida sobre uma cama enorme que era tão
suave como a seda. Meus olhos se abriram e olhei ao redor da sala. Eu
estava na cama de Lucian, meu corpo ainda nu e surrado da noite
passada. Sentei lentamente, puxando as cobertas comigo para
esconder a minha nudez. Eu senti dor; mesmo sentada doía muito.
Me movi lentamente, fazendo um inventário de todas as dores que
eu sentia, ou podia ver. Tinha muito mais do que eu tinha pensado
inicialmente na noite passada. Entre as minhas pernas, a carne macia
estava dolorida, muito dolorida. Contusões cobriam as minhas coxas,
e depois de retirar a gaze e fita adesiva, eu vi que o ferimento a bala
não era nada mais do que uma linha vermelha irritada e fina, e não tão
profunda. O lado onde Todd tinha me cortado tinha casca sobre a pele
que começou a curar. Como ele tinha feito após o incêndio, o creme fez
289 um trabalho incrível de cura. As queimaduras deveriam ter levado 289
semanas para cicatrizar, e eu sabia que de alguma forma Lucian estava
usando algo mais que creme para acelerar o processo de cicatrização.
Me olhei no espelho, observando que eu tinha hematomas nos lábios
e queixo, assim como do lado do rosto, onde o inchaço fez parecer pior
do que realmente era. Não senti nenhuma dor quando adormeci,
entorpecida pela adrenalina, sem dúvida. Hoje estou doendo pra
caramba, e me mover exigiu um grande esforço da minha parte.
Caminhei para o chuveiro, notando que alguém tinha deixado uma
muda de roupa para mim. Tomando extremo cuidado com minhas
dores, me limpei, depois sequei rapidamente com a toalha e vesti as
calças de moletom com um padrão floral de rosas, então provavelmente
minha mãe tinha deixado. A camisa era folgada, então eu a enfiei
dentro do moletom e coloquei a jaqueta com zíper que combinava com
o moletom. Amarrei o cabelo num rabo de cavalo alto, o que me fez

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estremecer de dor dos grandes solavancos e cortes na parte de trás da
minha cabeça. Ele bateu minha cabeça contra o chão, e ainda assim
me implorou para matar ele, impedindo que me machucasse. Não fazia
sentido.
Ainda parecia irreal, como se tivesse visto isso acontecer com outra
pessoa, ao invés de viver aquilo. Eu não estava pronta para lidar com
o que aconteceu. Sabia claramente que não fui a única vítima. Todd
tinha lutado contra algo, ele estava fora, assim como quando tinha
atacado o meu corpo. Estranhamente, não me senti violada, nem me
culpei pelo que aconteceu. Eu tinha ouvido falar que era uma coisa
comum o que as vítimas faziam depois de serem estupradas.
Entrei na cozinha, ignorando o fato de que a sala barulhenta ficou
em silêncio no momento em que entrei. Lucian estava lá com o homem
que estava com ele na noite passada, os dois únicos que sabiam
exatamente o que tinha acontecido. Minha avó e o resto da família
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estavam lá, juntamente com vários anciãos do Coven que olharam para
mim com pena. Eu não precisava da porra da pena.
— Magdalena, você está bem? — Minha mãe perguntou enquanto
eu servia o café e me virei para olhar para eles melhor. Era hora de
lidar com isso, e às vezes um bom ataque era melhor do que estar
sempre na defesa.
— Não, eu não estou. Nem o Todd, e o que aconteceu foi horrível,
mas eu preciso que você entenda que não sou a única vítima aqui. Fui
atacada, então não me pergunte se eu estou bem, porque agora eu não
posso te dar essa resposta. Senti algo em Todd; ele não queria fazer o
que fez. Alguém estava controlando ele; ele praticamente me implorou
para matá-lo. Isso é o que devemos nos concentrar.
— Senti tudo o que aconteceu com você. — Disse Kendra
suavemente, com os olhos cheios de lágrimas. Ela estava falando sobre
o estupro, e eu não estava disposta a ir lá. Ainda não.

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— Aprenda a desligar, Kendra. — Respondi secamente. Mais
provavelmente porque eu estava envergonhada com o que ela sentiu.
Meu corpo sendo violado violentamente; eu não queria isso para ela.
Ninguém deve sentir algo assim, nunca.
Às vezes, com o vínculo que Kendra e eu compartilhamos, era difícil
separar um do outro. Me sentia nela, como se ela fosse uma parte
ampliada de mim, como ela fazia comigo. Não fui capaz de fechar o
vínculo durante o ataque, o que significava que sabia cada detalhe vil
do que tinha acontecido para mim, como se tivesse acontecido com ela.
— O que aconteceu com você... é... — Um dos anciãos começou a
dizer, seus olhos cinzas suaves me observando atentamente.
— Não deveria ter acontecido. Droga. Estou lidando com isso do meu
jeito, e agradeceria a todos vocês que não me tratassem como um
pedaço de porcelana fina. Eu não quebrarei. Mas preciso que você saiba
que Todd me salvou. Ele merece ser enterrado com honra por seu
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sacrifício. Sem ele, você estaria se preparando para realizar o meu
sepultamento em lugar do dele.
— Ele tentou prejudicar alguém de uma das famílias originais; não
será enterrado com a honra dos antepassados. — Outro ancião
respondeu com cuidado.
— Você não me ouviu. Todd não tinha escolha; não era ele. Algo
tinha o controle de seu corpo, de alguma forma. Eu não entendo
exatamente, mas a partir do momento em que a compensação para o
momento era ele morrer, ele me pediu para tirar sua vida para salvar a
minha própria. Será que isso soa como alguém que queria fazer o que
ele fez? Ele sabia que eu tinha pego a arma e ainda não me impediu de
matá-lo, e poderia ter feito facilmente. Todd me permitiu ganhar, e isso
deve nos alertar para o problema real. Senti algo mais dentro dele, algo
escuro e mal. Se concentre em que, as coisas que não podem ser

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alteradas, como o que aconteceu para mim. Você não pode mudar o
que foi feito, mas podemos impedir que isso aconteça a mais alguém.
Ninguém disse nada. Só me olharam como se eu tivesse ido ao fundo
do poço. Deixei a xícara de café no balcão e lutei pelo controle das
minhas emoções. A pulsação elétrica na sala que me alertou para
Lucian me deu força. Por que isso aconteceu, eu não tinha certeza.
Cada vez que eu acordava na noite passada chorando, ele me segurava,
sussurrando palavras suaves em meu ouvido até que eu adormecesse.
Ele não tinha que fazer, mas fez. Ele foi meu conforto através da
tempestade enquanto eu tentar duramente lutar com os pesadelos.
— Escuta, conheço as leis. Sei que se uma pessoa é usada por posse
ou compelida a fazer alguma coisa, ele pode ser perdoado, porque não
estava no controle de suas próprias ações. Ele merece isso. Ele lutou
contra o tempo suficiente para ter certeza de que eu ganhasse. Por isso,
ele merece respeito.
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— Magia Negra, como descreveu, teria causado uma onda; teríamos
sentido, Magdalena. — Minha avó sussurrou, os olhos azuis travados
com o meu.
— Você tem certeza sobre isso? — Perguntei. — Você não sentiu
Benjamin, e ele também é. Ele estava fora da mansão logo após o fogo;
fez qualquer um dos anciãos que chegaram durante e depois do fogo
sentir ele, então?
— Isso é verdade, nós não sentimos ele. — Vovó disse quando torceu
as mãos em preocupação. — Mas se o que diz é verdade, isso significa
que alguém é poderoso o suficiente para nos impedir de sentir sua
presença. Devemos começar o Despertar imediatamente. Estamos mais
poderosos quando o nosso potencial está de pé com a gente.
— Isso tudo é muito chocante; mas não acho que devemos tomar
decisões precipitadas. Se começarmos o Despertar precocemente,
poderia criar um efeito cascata nas gerações vindouras. O momento

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sempre foi escolhido porque a magia flui sempre mais forte em Beltane
e Samhain, e os postulantes ficariam mais fortes com esse impulso de
energia, mantendo a cerimônia numa dessas duas. Preferencialmente
Samhain, quando o véu entre os mundos é mais fácil de atravessar.
Demora menos para chamar os ancestrais para nós, o que deixa mais
para proteger aqueles que estão recebendo seus poderes.
— Devemos dizer a Helen. — O outro ancião disse, parando a
mulher de cabelos de prata antes que ela pudesse expor mais sobre o
efeito potencial sobre as gerações futuras.
— Estamos sob ataque; devemos começar os preparativos. Isso não
pode continuar a seguir em frente, e você sabe por quê, Nancy. Pode
ser ligado ao passado, e pela mesma razão os registros do que
aconteceu com as gerações que vieram antes de nós fosse tão irregular.
— Vovó disse, fechando os olhos brevemente antes que olhasse para os
outros.
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— Do que está falando? — Perguntei quando um arrepio percorreu
minha espinha.
— Você não deve discutir negócios do Coven tão abertamente! — um
velho assobiou, seus olhos se movendo ao redor da sala com cuidado.
Minha avó assentiu para o outro mais velho e falou.
— Chame a assembleia, Nancy. Devemos trazer esta nova
informação antes da alta sacerdotisa imediatamente. Devemos garantir
que protegeremos as crianças de tudo o que esteja caçando elas,
rapidamente.
Kendra não estava interessada nas pessoas idosas; ao invés disso,
seus olhos tomaram cada hematoma visível e fez uma careta, revivendo
cada um deles. Fechei minhas emoções sabendo que ela sentiria isso
no momento em que saísse para fora. Seus olhos se arregalaram de
surpresa, e olhei para ela. Eu só tinha feito isso algumas vezes antes,
me fechando completamente fora dela. Virei no calcanhar e sai do

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cômodo, indo para a casa de campo para me certificar de Luna estar
segura já que eu não tinha fechado a porta quando eu tinha ouvido os
gritos de Todd noite passada.
— Magdalena, você vai comparecer à assembleia. Suas marcas vão
mostrar aos outros que a necessidade de pressa não é algo que pode
ser adiado. — Minha avó disse, me fazendo parar.
— Você quer mostrar minhas contusões? — Perguntei, incrédula
que ela tinha até mesmo sugerido isso. — Para que todas as mulheres
fiquem apavoradas de poder ser as próximas ou porque você acha que
os outros anciãos vão recusar a ideia de adiantar o Despertar? — Minha
boca estava se movendo por vontade própria antes que pudesse deter.
— Porque você é a prova da necessidade de apressar o Despertar, e
romper com a tradição. — Nancy explicou, como se eu fosse uma
criança idiota.
— Não, obrigada. — Sussurrei. — Prefiro não ficar na frente de todo
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o Coven como exemplo de espancada e quebrada. Estou espancada,
mas nunca estou quebrada. Vocês vão descobrir sem mim.
Não esperei para ver se concordaram. Saí com minhas emoções em
cheque. Eu precisava de um lugar tranquilo para ficar sozinha, sem
erguer os olhos de Kendra observando cada movimento meu. Ela me
substituiria na reunião, foi por isso que eles me deixariam ir. Ela sabia
cada detalhe sujo.

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CAPÍTULO VINTE E SEIS


Sabia que minha mãe estava preocupada que eu poderia implodir
ou quebrar quando a eventual realidade do que aconteceu me batesse.
Kendra estava com medo do silêncio, ela sentiu, odiando que eu estava
me recusando a falar sobre isso. Lucian estava me dando tempo para
processar, como se pensasse no que eu realmente faria. Kendra foi
implacável, então eu tinha enviando ela em tarefas sem sentido, e cada
vez que ela terminou, acabava de volta no quarto comigo.
— Você precisa falar para mim. — Ela exigiu em voz baixa, assim
que descobriu que eu estava propositalmente enviando ela para fora
em missões desnecessárias.
— Não.
— Então, o que, Lena? Qual é o plano de merda, desligar e só não
sentir nada, tal como fez quando Joshua morreu, pois terminou bem
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pra caralho. Você precisa se abrir e falar sobre isso; eu já sei tudo,
então só fale comigo! — Kendra disse passeando pela sala.
— Não preciso de um terapeuta agora, Kendra. — Murmurei
enquanto peguei o travesseiro e me deitei de lado, observando seu ritmo
interminável.
— Você tirou uma vida; precisa chorar ou gritar, ou, porra Lena...
faça algo além de sentar aí e fingir que não aconteceu com você, porque
aconteceu! — Ela pediu.
— Não preciso gritar, chorar ou qualquer coisa, Kendra. Estou
exausta, e só preciso dormir um pouco.
— Tudo bem! — Ela rosnou quando tirou os sapatos e se arrastou
para a cama, curvando seu corpo junto ao meu, quando colocou os
braços em volta de mim. Nós tínhamos feito muito isso quando
crianças, por vezes, quando adolescentes, mas nunca quando adultos.
Me senti bem, e eventualmente, fechei os olhos.

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— Ele estuprou você. — Ela sussurrou. — Isso tem que ser difícil de
lidar. — Abri meus olhos e senti o pânico crescendo dentro de mim.
— Ele fez, mas não foi Todd. Não culpo ele por isso, culpo quem fez
ele fazer isso. — Murmurei quando me virei para encarar ela. — Posso
sentir a sua mente, Kendra. — Admiti, odiando o modo como o cérebro
dela estava louco para se culpar. — Ele nos amava tanto, e ele nunca
teria voluntariamente tirado a minha escolha de mim, ou se forçado em
mim. Você tem que saber isso. Todd fez um monte de coisas estúpidas,
mas não foi mal para mim, nunca. Ele me salvou, me viu pegar a arma
e me disse para fazer. Não deixe que alguém te force a fazer mudanças
de como você se sente por ele.
— Como pode estar tão calma e aceitar o fato de que foi estuprada?
— Porque gritar ou chorar não vai mudar o fato de que eu fui,
Kendra. Porra, se escute. Quer que eu grite? — Perguntei, minha voz
já subindo. — Quer que eu chore? Que porra vai mudar? Será que vai
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desfazer? Será que vai me esquecer que alguém forçou Todd para me
estuprar? Que porra vai fazer? Me deixar melhor!? — Eu estava
chorando, gritando, e me senti pior para ela. — Nada vai desfazer isso!
Nada pode mudar isso, e estou lidando com isso! Não estou caindo aos
pedaços. Alguém queria me machucar. Eu não lhes darei a porra do
controle! Não vou deixar terem esse poder sobre mim, nunca!
A porta se abriu, e Lucian, minha mãe, e Spyder, o cara que estava
presente ontem à noite, todos correram ao ouvir a minha voz alta.
— Lena, eu não queria... eu não queria te chatear. — Ela sussurrou
enquanto eu puxei as cobertas sobre minha cabeça e me fechei para o
mundo. — Só quero que você lide com isso; você foi brutalizada. Você
não pode simplesmente desligar; isso te comer viva até você cair.
— Saia. — Ordenei. — Não sou você. Pare de tentar me fazer sentir
ou me comportar como alguém que não sou. — Enfatizei as palavras
com mais força do que sentia. — Me deixe em paz por um tempo, ok?

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Não culpo minha irmã, mas odiava que ela me fez visualizar de novo.
Eu estava assistindo Todd em cima de mim, empurrando dentro de
mim; as mãos de Todd esmagando a minha cabeça no chão, com força.
Estava tudo lá, no replay instantâneo dentro da minha cabeça. Seu
olhar de choque quando a bala o atingiu, e o respingar de sangue por
toda parte, e o corpo de Todd caindo sobre o meu, e eu, tendo que
empurrar o seu peso morto de cima de mim mesma.
Eu estava tremendo. Ouvi a correria dos pés quando deixaram a
sala, em seguida, uma ligeira pressão sobre a cama. Eu não tinha a
necessidade de sair dos cobertores para saber quem era; eu podia
sentir o cheiro dele. Sentia o cheiro do poder que eu sabia que era dele.
Ele não tentou mover as cobertas. Ao invés disso, sentou em silêncio
na cama, quando eu deixava as emoções saírem de mim antes de forçar
elas de volta na caixa escura, que eu empurraria para trás da parede
dentro da minha cabeça. Era uma caixa que eu não tinha planos de
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abrir tão cedo.
Eventualmente, puxei as cobertas da cabeça e olhei para ele. Seus
olhos estavam fechados, e ele estava respirando uniformemente como
se tivesse adormecido ao meu lado. Eu olhava em seus longos cílios,
mais escuro e maiores do que eu já tinha visto em um cara. Quase
combinavam com a escuridão de seus olhos quando estavam abertos,
e, no momento, eu queria ver seus olhos abertos. Eu queria que ele me
pressionasse com algum tipo de insinuação sexual como vinha fazendo.
Eu odiava que quase todo mundo estava me segurando com luvas de
pelica, e agindo como se eu fosse uma coisa delicada que precisava ser
mimada. Em seguida, teve Kendra, que estava me atormentando a agir
de uma forma que não era da minha natureza.
Fui para mais perto dele, involuntariamente atraída para o seu calor
acolhedor. Meu rosto tocou seu peito e deixei a calma e segurança que
eu sentia em sua presença, caísse sobre mim. Fechei os olhos e flutuei

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em direção ao sono sabendo que o que estava lá fora, tentando me
pegar, não podia. Não quando eu tinha Lucian tão perto.
Eu me sentia protegida.
Não deveria sentir essa vontade com um cara que mal conhecia, mas
algo me dizia que com ele perto, eu estava segura. Segura de tudo,
exceto dele, claro. Mas não me importava. Estava exausta mentalmente
e fisicamente. Vacilei quando seu braço se moveu e se envolveu em
torno de mim quando puxou meu corpo mais perto dele, me segurando
perto.
— Durma, Lena. — Ele sussurrou, seus olhos abrindo um pouco. —
Spyder vai manter todos longe de seu quarto por agora. Vou te segurar
pela tempestade.
— Ainda não sou uma donzela. — Sussurrei contra seu peito. — A
aflição é um estado de espírito e minha mente é forte o suficiente para
superar isso. Só preciso de tempo para descobrir como.
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— Eu sei, Lena, você é uma lutadora. Você ganhou, mas ganhar vem
com consequências. Você tirou uma vida; isso vai deixar uma marca
em você. Não importa o motivo que aconteceu, aconteceu. Você não se
sente como uma vítima porque se recusa a ser uma; isso faz você mais
forte do que a maioria das pessoas neste mundo.
— Isso não os torna fracos. — Sussurrei. — Ser vítima não significa
que queria ser uma. Significa só que aconteceu. Não me sinto como
uma vítima; quer dizer, sei que sou, mas parece que isso aconteceu
com outro alguém, não eu. Eu fui estuprada, e ainda assim não me
sinto como se fosse; acho que ajuda saber que ele não queria fazer o
que fez. Ele não gostou, se obrigando dentro de mim. Ele odiou. Você
não tem ideia de quanto eu saber disso, me ajuda a processar isso.
Talvez porque ele também era uma vítima, ou talvez porque tirei sua
vida e sei que não pode acontecer comigo de novo, não da mesma
maneira.

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— Ou talvez porque você está se recusando a acreditar que isso
aconteceu com você, como disse Kendra. Ela está preocupada com
você, todos estão. Você engarrafou tudo dentro, e eventualmente, até
mesmo as paredes mais fortes caem no chão.
— Acha que eu deveria falar sobre isso? — Perguntei, sem saber por
que me senti confortável em falar com ele e não com a minha irmã.
— Acho que você acabou de fazer. — Ele murmurou contra a minha
orelha e me virei para olhar para ele.
— Como você faz isso? — Perguntei, e vi como seus lábios se
curvaram em um sorriso enquanto seus olhos procuraram meu rosto.
— Fazer o quê? — Ele questionou.
— Me deixar tão confortável, como se eu te conhecesse para sempre
ao invés do curto período de tempo que eu realmente o conheço.
Algo escuro entrou em seus olhos, mas quando pisquei, tinha ido
embora. Ele balançou a cabeça e me puxou mais apertado contra si
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mesmo, e fechou os olhos.
— Alguém já te disse que você fala demais? — Ele riu contra o meu
pescoço. — Vá dormir, um pouco. — Determinou e senti meus olhos
finalmente ceder ao peso que foram puxando para baixo e dormi
embalada em seu abraço quente.

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CAPÍTULO VINTE E SETE


A assembleia foi adiada por alguns dias para me dar tempo para me
curar, como se pensassem que eu participaria se tivesse mais tempo
para lidar com o que tinha acontecido. Depois que uma semana tinha
passado sem eu mudar de ideia, decidiram finalmente avançar sem
mim. Quando chegou a hora da reunião, Kendra concordou em ficar
em meu nome, me deixando livre de olhares indiscretos e tendo que
contar minha história para todo o Coven que estaria presente.
Com tempo em minhas mãos, decidi arrancar as ervas daninhas do
jardim, sabendo que era terapêutico em sua própria maneira. Eu tinha
acabado de limpar cinco fileiras de plantas daninhas quando senti a
mudança no tempo; passou de nublado a lindo céu azul em menos de
um minuto. Levantei, olhando em volta para a causa da mudança
repentina.
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— Magdalena, acalma você no jardim. — Disse uma voz suave.
Virei para encontrar ela, a alta sacerdotisa do Coven. Tabitha era
bonita e eterna. Tinha cabelo louro dourado que caia em cascata para
os quadris em cachos macios. Seus olhos amendoados se encaixam
perfeitamente em seu rosto em forma oval e eram da cor da neve
recentemente caída.
— Sempre me acalmou. — Respondi. Meus dedos e as mãos sujas
não eram algo que eu queria oferecer a ela, mas ela merecia respeito.
Baixei a cabeça e dei uma reverência desajeitada rápido. — Eu deveria
me lavar.
— Não tem necessidade para isso.
— Posso te oferecer alguma coisa? — Perguntei enquanto meus
olhos dispararam da casa para ela. Ela merecia ter dado mais do que
eu poderia oferecer a ela, mas não era como se eu pudesse convidá-la
para a casa principal, que nem tinha a energia restaurada ainda.

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— Eu gostaria de ver o que aconteceu com você, e saber por que
pediu a sua irmã para pedir a Todd para ser enterrado com a honra e
aprovação do Coven.
— Tabitha, ele deu a sua vida pela minha. Ele poderia facilmente ter
me matado, mas não fez. Entendo que ninguém quer acreditar que ele
estava sendo controlado por outra pessoa, mas eu senti. Foi mal,
violento e foi absolutamente responsável por ele. Ele atirou em mim, e
ainda assim lutou para que eu não acabasse com um novo buraco no
meu estômago. Quando ele me estuprou, e mesmo antes disso, me
implorou para tirar sua vida para impedir ele de me machucar. Ele
lutou contra o que quer que fosse por mim. Ele não precisava, mas fez,
e isso significa algo. Não fui a única vítima. Ele foi usado como uma
arma contra mim. Todd não tinha chance de escapar deles e sabia
disso. Ele me viu pegar a arma enquanto lutava contra o feitiço e me
deixou vencer. Ele me amou o suficiente para fazer o sacrifício; você
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não precisa ver para entender isso.
— Preciso “ver” para argumentar seu caso. — Ela murmurou
baixinho quando estendeu a mão e puxou um galho do meu cabelo. —
Alguns optam por não honrar seus desejos porque todos nós sabemos
que em um ponto, você amou e cuidou daquele menino. Eles acreditam
que você está dando desculpas para o comportamento dele e, se eu ficar
do seu lado, gostaria de ver o evento através dos seus olhos para
entender o que realmente aconteceu.
— Você não acredita em mim? — Perguntei cautelosamente.
— Eu não senti a presença das trevas. — Ela respondeu suavemente
sem acusação em seu tom. — É alarmante que você tenha e eu não,
Magdalena. Se estiver presente, não só estamos todos em perigo;
devemos considerar a subida do Despertar. Antigamente, os demônios
eram atraídos pelo aumento de poder na época de um Despertar. Já se
passou muito tempo desde que um coven foi atacado por um demônio

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e muitos se esqueceram do mal que eles trazem. Quando eu era
pequena, os antigos falavam dessas coisas. Eles se referiam a demônios
enviados pelos deuses do inferno, aqueles que procuravam bruxas por
seus poderes. Utilizando da escuridão para serem aceitos; mas com os
perigos que nos rodeiam diariamente, era mais seguro expulsar aqueles
que abrigavam a escuridão em suas almas. Demônios são atraídos para
a escuridão e querem explorar ela. Uma vez que a escuridão foi
removida dos Covens, os demônios nos caçaram cada vez menos até
que finalmente pararam. É por isso que pedi ao coven para expulsar
seu irmão.
Meu pulso bateu com raiva com as palavras dela, mas consegui
esconder, ou assim pensei.
— Você não entende. — Afirmou. — Demônios viriam de novo se a
escuridão for permitida a crescer dentro do Coven. Estamos mal
equipados para combater eles, e permitir que o passado volte a
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acontecer seria devastador para o Coven.
— Demônios. — Repeti, porque a nós todos foi dado um curso
intensivo sobre a história do Coven, ou o que restava dele. O Coven
tinha abandonado praticamente tudo cada vez que eles se mudaram
para o oeste.
— Demônios são mortais para bruxas, Magdalena. Não vamos correr
o risco de encontrar eles. Ambicionam nossos poderes e a única
maneira de ter o poder de uma bruxa é levando sua alma. Sem uma
alma, você não pode renascer para o Coven.
— Nós podemos renascer? — Perguntei, observando a maneira como
ela disse isso. Podemos voltar.
— Só os mais poderosos ou aqueles amaldiçoados pela escuridão
antes da morte. — Minha avó me contava a história de um dos nossos
antepassados; ela foi amaldiçoada para renascer. Ela era um pouco
vaga sobre a maioria dos detalhes da história, só que ela era uma bruxa

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muito poderosa. Se dizia que ela foi amaldiçoada por causa de algo que
ela tinha feito há muito tempo para um demônio muito poderoso.
— Eu ouvi um pouco sobre ela, essa história faz parte do catecismo.
— Sim, fiz parte do catecismo; sua história não é compartilhada com
frequência. Minha avó me ensinou a história para que eu pudesse
compartilhá-la com outras pessoas antes que meu tempo nesta terra
terminasse.
— Você está morrendo. — Sussurrei com os olhos arregalados.
— Não hoje, mas toda sacerdotisa pode sentir seu tempo se
aproximando. O meu vau durar mais um pouco; mas, você deve saber
que a história dela pode se repetir e se repete por causa daquele que a
amaldiçoou.
— O que a sua história tem a ver comigo? — Questionei.
— Porque é usado para reaparecer a cada sessenta anos ou mais, e
com os eventos acontecendo ultimamente, acho que se iniciou de novo.
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— Você acha que estou sendo alvo do mesmo monstro que matou
um dos nossos ancestrais?
— Se eu não senti a escuridão, isso poderia significar problemas
para o Coven, Magdalena. No entanto, me preocupa que este seja o
segundo atentado contra sua vida, e o da linhagem de sua família.
— Isso é só uma suposição. Sem desrespeito, mas você não sentiu
o meu irmão aqui, também. Ele tem escuridão dentro dele, e ele ainda
está aí e de alguma forma aprenderam a esconder ele. — Divulguei.
— Você está correta sobre sua escuridão. Eu senti a mudança no
equilíbrio quando ele chegou, mas ele não carrega nenhuma malícia
forte o suficiente para fazer mal aos outros.
— Se você sentiu, por que não nos avisou? — Perguntei, horrorizada
que ela soubesse.
— Porque essas são as cicatrizes de sua mãe para curar. — Ela
respondeu com um sorriso suave. — Meu trabalho é proteger e ensinar

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o Coven, não necessariamente me intrometer em seus assuntos. Eu
guio e cuido. Só você pode escolher qual o caminho que você segue; eu
só posso levar você para a bifurcação na estrada, Magdalena.
— Oh. — Era tudo que eu poderia dizer.
— Se você quer se mudar para algo mais confortável, vou esperar.
— Ela anunciou quando eu abri a porta para a casa de campo.
— Por favor. — Pedi quando um rubor cobriu meu rosto. — Minha
avó teria insuficiência cardíaca se souber que você me veria assim.
— Pouco importa para mim se você está coberta de sujeira,
Magdalena. Acho jardinagem um conforto também, e com tudo o que
você passou, eu tive o prazer de encontrá-la fazendo algo para ocupar
sua mente. Eu sei que ele estuprou você...
— Ele não me estuprou. — Interrompi. — Todd era uma vítima,
assim como eu, e assim que você ver, vai entender. Não considero o
mesmo porque não sinto que fui estuprada. Sinto que fui violada, mas
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não por Todd. Ele me amou, mesmo que tivéssemos nossas diferenças.
— Você não é como a maioria das mulheres que conheço. As bruxas
não valorizam a castidade, e ainda assim você fez. Me foi dito por sua
avó que você tinha escolhido permanecer pura até seu casamento com
o menino.
— Queria que fosse especial, eu acho, para significar algo mais do
que apenas sexo. Todd tinha concordado; ele pensou que era algo que
gostaríamos de compartilhar na nossa noite de núpcias.
— Muitos presumem que ele o pegou à força depois que você rejeitou
seus avanços na celebração da cerimônia de abertura. — Ela meditou.
— Eu não era virgem quando ele... quando aconteceu. — Gaguejei.
Ela sorriu e balançou a cabeça.
— Entendo; talvez haja esperança para você, depois de tudo.
— Espero, quê? — Perguntei sentindo o sangue correr do meu rosto.
Ela pensou que eu era sem esperança? Não é bom.

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— Eu estava brincando, Magdalena. Vá se trocar, vou começar um
pouco de chá. Isso pode demorar um pouco. — Ela anunciou.
Peguei uma camisola de cetim rosa macio e um par de calças pretas
confortáveis, e me encaminhei para o banheiro. Me lavei rapidamente
e puxei o cabelo em um rabo de cavalo alto antes de vestir as roupas e
ir para a pequeno e confortável sala da frente.
— Para fazer isso, você tem que me deixar passar por aquelas
paredes que você tem erguidas. — Ela anunciou, me surpreendendo.
— Eu não tenho paredes...
Ela sorriu e balançou a cabeça.
— Estou totalmente ciente do que você fez para se proteger de sentir
emoções que não deseja. Não te culpo por fazer isso, mas se eu
empurrar elas, evitaria que você as substituísse logo. Imagino que você
planeja erguer elas depois que terminarmos.
— Não tenho certeza de como derrubar. — Admiti.
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— Você tem que querer derrubar elas. — Ela respondeu.
— Não quero derrubar elas; se estiverem para baixo, terei que sentir
tudo.
— Vou manter a dor sob controle, se você me deixar. — Disse ela
tristemente. — Eu gostaria que você tivesse permanecido aqui depois
do funeral do seu irmão; eu teria gostado de ter chegado a conhecê-la
como eu conheço os outros.
— Eu não podia, só precisava de tempo...
— Você precisava se curar, mas é para isso que servimos; nós
curamos juntos. É assim que nos ligamos e crescemos juntos. Eu
poderia ter ajudado você com a dor, ensinado como usar para o bem.
Cada emoção tem um lugar dentro da trifeta mágica. Os Fae se
alimentam dela, mas bruxas, nós usamos para fortalecer feitiços, para
amarrar laços e fortalecer proteções.

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— Eu não sabia. — Eu disse, observando enquanto as velas
inflamavam ao redor da sala quando a chaleira flutuou pela minha
cabeça e serviu o chá perfeitamente nas pequenas canecas na mesa de
café. Colheres agitavam dentro do copo com o movimento do dedo e os
cubos de açúcar dançavam no ar e foram colocadas umas para cada
chávena.
— Você perdeu um monte de coisas enquanto esteve fora para
estudar as ervas. — Ela sorriu maliciosamente. — Sei que tem uma
mãe, mas sou sua mãe também, em certo sentido. É meu trabalho
cuidar de você. Isso inclui meu rebanho que sai de casa antes de ser
despertado para os poderes que os protegem.
— Vamos fazer isso. — Eu disse, e depois fiz uma careta com quão
amarga eu soei. — Tenho que ver de novo? — Perguntei.
— Não, vou apenas olhar em sua mente para encontrar a memória;
você não verá nada, você apenas tem que me permitir entrar.
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— Não entendo por que eu tinha de suportar um ritual de sangue
se você pode facilmente organizar minhas memórias. Poderia ter feito
isso e me excluído como uma suspeita no incêndio em casa. — Eu
disse, observando como ela sorriu e acenou com a cabeça suavemente.
Suportando Lucian examinando meu passado? Foi muito embaraçoso.
Era como entregar seu diário a um total estranho e observar enquanto
ele lia cada entrada.
— Eu poderia ter. Meditei sobre isso por algum tempo antes de
decidir ficar de fora. Primeiro, a maior parte do Coven não sabe que
posso fazer isso fora da magia do sangue. — Seus olhos tinham um
brilho malicioso. — Uma menina tem que ter alguns segredos, você
sabe. A razão maior é como eu disse antes: meu trabalho é proteger e
ensinar o Coven, não me intrometer, o que faz isso cair sob a categoria
de intromissão. Nesta situação, eu preciso ver para que possa proteger
o Coven e orientá-los na melhor direção. Agora sente e relaxe. — Ela se

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abaixou graciosamente sobre o carpete e bateu no espaço na frente
dela.
Sentei de pernas cruzadas no chão em frente a ela e aceitei suas
mãos quando ofereceu. Ela ficou em silêncio, mas eu podia sentir a sua
magia já enchendo a sala enquanto se preparava para usar para entrar
minhas memórias.
— Você me sentirá cutucando em torno um pouco, mas se lembre,
eu só estou procurando o que aconteceu durante o ataque. — Disse ela
com um aperto rápido de suas mãos sobre a minha para o conforto.
Suas mãos deixaram as minhas e cuidadosamente tocou meu rosto.
Senti o choque de sua magia quando ela mergulhou em minha mente,
mas ela não foi muito longe. — Paredes, Magdalena, preciso delas para
baixo. Confie em mim. — Ela sussurrou.
Imaginei elas ruir, expondo a dor da qual eu tentei tanto escapar.
Lágrimas encheram meus olhos quando a primeira fatia feia de dor me
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rasgou e então, de repente, se foi. Abri os olhos para encontrar os dela
cheios das mesmas lágrimas que acabei de ter em meus próprios olhos.
— Posso ver porque você se esconde disso. — Ela sussurrou com
tristeza, mas parecia estar lidando com isso tudo. Isso foi mais do que
eu poderia dizer sobre mim mesma.
Senti sua mente puxando a minha mente, puxando e empurrando
memórias até que ela descobriu as feridas mais frescas. Senti sua
mente empurrando através dela, ouviu ela ofegar dentro das minhas
memórias quando a violência explodiu, e no momento eu me senti
puxando para fora, substituí as paredes e empurrei ela da minha mente
com força suficiente para que as velas apagassem e a sala ficasse
escura quando um único raio atingiu o chão do lado de fora, seguido
por um som crescendo de trovão que estava perto demais para o
conforto.
— Como você fez isso? — Perguntou ela.

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— Fiz o quê? — Perguntei quando girei através das emoções,
empurrando elas para longe para que eu não sentisse nada disso.
— Você me empurrou para fora. — Disse ela quando levantou as
mãos e as velas voltaram à vida de novo. — Você me expulsou de suas
memórias. Ninguém nunca fez isso para mim.
— Eu senti, de novo. — Eu disse desconfortavelmente. — Estava me
protegendo. — Admiti.
— Todd não foi usado por magia, Magdalena. — Ela sussurrou
quando ficou de pé.
— Besteira, eu sei o que vi! — Argumentei.
— Não foi mágica; era uma possessão. Ele estava possuído por um
demônio. — Ela respondeu com voz trêmula. — Nós temos que adiantar
o Despertar, e chamar os outros Coven para nos ajudar. Se eles nos
encontraram, ninguém está a salvo, ninguém.
— Demônios, mas você disse...
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— Eu tenho que ir; eu não estou segura. — Ela sussurrou, e com
uma rajada de vento, desapareceu. Engoli em seco e olhei ao redor da
sala.
Todd foi possuído, o que significava que fui estuprada por um
demônio, mas por que eu? Por que ele? Senti o sangue saindo do meu
rosto quando a realidade caiu. Demônios estavam me caçando,
brincando comigo. Empurrei para sentir Kendra e senti seu pânico
interior. Ela ainda estava com mamãe e vovó, e Tabitha já as havia
alcançado.
Ouvi um cântico começar em minha mente e antes que pudesse me
conter, comecei a entoar as palavras antigas para convocar os outros
Covens. Centenas de vozes começaram a cantar e depois milhares. O
inferno tinha vindo para Haven Crest, e ninguém estava seguro aqui,
ninguém.

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CAPÍTULO VINTE E OITO


Sentei no sofá, entorpecida e imóvel. A Netflix estava oferecendo
sugestões de filmes e programas, carregando enquanto eu olhava
fixamente para a TV. Um litro parcialmente derretido de Cherry Garcia
esperava por mim na mesa de centro, e Luna dormia pacificamente no
meu colo, sem perceber o pesadelo que estava se formando.
A porta se abriu e pulei, assustando Luna, que sibilou e disparou
do sofá para fora da porta. Lucian estava na porta, com o rosto zangado
quando olhou ao redor da sala. Ele entrou na sala com passos largos e
ficou na minha frente, pegando o sorvete e a Netflix, sem mencionar
meu estado desgrenhado.
— Você deveria estar naquela reunião, não aqui na cabana e
certamente não sozinha. — Ressaltou ele e lhe dei um olhar vazio.
— Eu disse a você mais de uma vez que não iria. Eu não precisava
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estar presente para ser um exemplo do que poderia acontecer se eles
não fizessem a coisa certa. Eu também queria um pouco de solidão,
então fiz um pouco de jardinagem.
— Tem uma situação. — Disse ele suavemente. — Alguns fatos
foram trazidos à luz, e você não deve ficar sozinha agora.
— Demônios estão vindo para me levar embora? — Ri nervosamente.
Seus olhos endureceram e ele empurrou de lado uma pilha de roupas
que eu tinha colocado no sofá para dobrar. Eu nunca tinha realmente
dobrado nada disso, porque eu tinha estado muito ocupada
imaginando um mundo onde demônios existem e estão caçando
bruxas, porque minha vida já era suficientemente complicada.
— O Despertar vai acontecer hoje à noite. — Ele disse quando
sentou e se virou para olhar para mim.
— E? — Perguntei, meus olhos encontrando os seus. Eu sabia
exatamente o que ele queria dizer; eu estaria fora dos limites para ele,

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pelo menos por mais tempo do que qualquer um de nós queria. Tinha
um período de resfriamento após a colheita, para ver se a concepção
tinha ocorrido. Você poderia continuar a dormir com o mesmo cara ou
ficar sem sexo até que tenha certeza de que não está esperando um
filho. Era uma forma de marcação de linhagens que tinham sucessores
criados durante a colheita.
— Magdalena, — disse ele suavemente, estreitando os olhos em mim
enquanto considerava suas próximas palavras — preciso saber por que
você foi especificamente alvejado pelos demônios. Você tem alguma
ideia de por que eles querem atacar você?
Isso me chocou. O Sr. Sabe-Tudo estava me perguntando? Ri e
balancei a cabeça. Eu queria saber a resposta para a pergunta também.
— Talvez porque minha família é uma das linhagens originais, ou
talvez ele gostou da minha roupa; como vou saber por que ele fez isso
comigo? — Perguntei, com lábios trêmulos. Pensei que era Magia Negra,
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mas não tinha sido; foi um maldito demônio. Então, de novo, Tabitha
tinha mencionado que os demônios eram atraídos pela escuridão.
— Isto não é uma piada. — Ele rosnou.
— Acha que não sei disso? Eu estava aqui... ele fez isso para mim,
não você. Eu sei exatamente como isso é sério.
— Bom. Você vai ficar bem, vou me certificar disso. — Garantiu com
firmeza quando algo passou por trás de seus olhos e ele se acomodou
no sofá e se virou para a TV. Ele cruzou os braços e fechou os olhos.
— Eu posso cuidar de mim. — Sussurrei, odiando que ele tenha sido
o único a me salvar do fogo e me pegar quando minhas pernas estavam
fracas demais para voltar para casa após o ataque. Isto estava se
tornando um padrão; eu estava começando a me sentir como uma
donzela, e eu não gostava disso.

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— Claro que pode. — Eu não tinha certeza se ele estava zombando
de mim ou não. — Mas, você não pode se salvar de mim. — Respondeu,
seu olhar aquecido quando me percorreram lentamente.
— De que eu preciso me salvar de você? — Perguntei suavemente
enquanto meus olhos foram para os lábios sensuais e eu
distraidamente mordi meu lábio inferior. Ele não tinha me beijado ou
me tocado a uma semana, eu perdi ele. Eu estava feliz que ele estava
me dando espaço para se certificar de que eu estava bem, mas eu não
queria espaço. Eu queria ele.
Ele riu silenciosamente e um calafrio correu pela minha espinha.
Seus dedos se moviam em câmera lenta em direção à alça fina da
minha camisola e rasgou a alça, saindo um suspiro suave de meus
lábios.
— Que porra foi essa? — Quis saber quando me movi para sentar,
só para ser empurrada de volta para baixo com um sorriso arrogante
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formado enquanto o calor inundou seus olhos.
— Eu te disse que eu teria você, Lena. — Disse ele com a voz rouca,
sua boca baixando para beijar meu ombro, o que enviou corridas de
calor através de mim e causou um inferno no meu estômago.
— Lucian, o Despertar é hoje à noite. — Respondi sem fôlego
enquanto eu sutilmente lembrei o porquê isso era uma má ideia.
— É sim. — Ele continuou quando os dedos deslizaram pro interior
do material macio e beliscou meu mamilo. Seus olhos me observavam
de perto para qualquer reação ao seu toque. Sabia que ele estava me
testando, vendo quão quebrada eu estava após o ataque. — Realmente
sinto muito pelo merdinha que ficar emparelhado com você. — Rosnou.
— Isso é uma coisa idiota para se dizer. Eu não sou tão ruim assim.
— Respondi asperamente, meu orgulho já estava apagado, mas ouvir
ele dizer isso fez com que a raiva pulsasse através do meu corpo já
latejante. Praticamente ninguém tinha me olhado sexualmente desde o

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ataque, ou me tocado. Eu me senti como um brinquedo manchado, que
ninguém queria porque não era novo e brilhante.
— Porque ele nunca vai conseguir ter você. — Ele esclareceu
suavemente, seus dedos apertando a carne enrugada de meu mamilo,
puxando um suspiro de meus lábios. — Não totalmente; você pode
transar com ele, mas estará pensando em mim, desejando que fosse eu
entre essas coxas sensuais. Não será o rosto dele que você verá quando
gozar, será o meu.
— E por que isso? — Exigi.
— Porque você é minha, Lena. Você e eu sabemos disso. Você não
quer outro homem, você me quer.
— Se for esse o caso, por que não me tornar sua agora? Por que não
retirar a escolha e desfazer ela após a Colheita? — Observei ele se
fechar e franzi a testa. — Posso te querer, Lucian, mas não tenho
escolha neste assunto e, realmente nem você. — Murmurei. — Além
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disso, eu não sou sua. Você não me possui. É o meu Despertar; é a
minha vez de ganhar meus poderes. É importante para mim que eu
faça corretamente.
— O que acontece se você não for selecionada? Tem sempre essa
possibilidade. — Disse ele asperamente. — O que vai fazer então? —
Ele esperou até que eu dei de ombros, em seguida, sussurrou: — Eu
nunca disse que eu tenho você; eu disse que você é minha.
— Não sei muito sobre o ritual em si, mas sei que nenhum Fitzgerald
jamais deixou de ser selecionado em seu Despertar, e não pretendo ser
a primeira. Especialmente com os demônios se mudando para cidade.
— Respondi com orgulho. Se uma luta estava chegando, eu planejava
me vingar pelo que fui exposta completamente.
— Demônios são mortais. — Ele meditou enquanto continuava a
acariciar meu mamilo distraidamente.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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— Isso é meu. — Anunciei quando a dor entre as minhas pernas se
tornou dolorosa.
— É mesmo? — Perguntou ele inocentemente, sua respiração
acariciando meu pescoço antes de seus lábios abaixarem e deu um
beijo na minha pulsação acelerada. — Não ligo muito para as tradições,
mas sei que assim que a colheita passar, você será minha em todos os
sentidos da palavra. Pretendo fazer coisas ruins para você, até que
esteja me implorando por mais.
— Tem algo que te preocupa? — Perguntei, odiando o fato de que
um simples toque, ou praticamente qualquer coisa a ver com ele me
excitava.
— Essa é uma pergunta carregada. — Ele murmurou enquanto se
sentou e olhou para mim. — Encontre uma roupa que não esteja
rasgada; o Coven está solicitando uma contagem de todas as bruxas.
— Bem, não estava rasgada. — Murmurei quando estendi a mão e
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puxei ele para baixo até que nossas bocas estavam uma polegada
distante da outra. — Até que você rasgou. — Terminei sem fôlego.
— Gosto da sua roupa no chão mais do que em você, bruxinha. —
Disse ele antes que sua boca tocasse a minha suavemente, e seus
dentes beliscaram meu lábio inferior, puxando a carne antes de soltar
e mergulhasse sua língua em minha boca. Não era exigente, mas ainda
enrolou meus dedos dos pés e inundou de calor no meu núcleo.
Me esforcei para segurar ele contra mim. O som do tecido rasgando
mais só se intensificou a minha necessidade de trazer ele mais perto
de mim. Sua boca deixou os meus lábios e gritei com a perda de seu
calor, só para sugar o ar enquanto seus dentes apertavam contra meu
mamilo e chupou o pico aquecida enquanto os dentes roçaram a carne.
Sua mão se moveu para baixo, colocando na dor entre minhas pernas
e pressionando contra ela.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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Nossa respiração era difícil, se misturando no campo elétrico que a
conexão de nossos corpos carregava. Seu toque me trancou numa
névoa melada de intoxicação, alimentada pelo desejo e necessidade.
Puxei seu cabelo, precisando do calor da sua boca faminta contra a
minha. Permitiu que sua língua aceitasse o convite da minha língua.
Sua boca nunca deixou a minha; sua mão acariciou minha boceta,
lisa com a umidade que tinha criado. Senti o material das minhas
calças ceder, senti a pressão de ar frio suave, assim que se espalharam
pela minha carne nua, e então eu estava em chamas enquanto seus
dedos deslizavam entre as dobras, criando uma reação violenta que
rasgou através do meu corpo, da cabeça aos dedos dos pés. Minhas
pernas se abriram, expondo a bagunça que tinha feito aos seus olhos
gananciosos.
Ele não falou; ao invés disso, acrescentou o polegar na mistura dos
dedos, dedilhando minha carne molhada e aquecida que parecia
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responder só a ele dessa maneira. Ele puxou seu corpo e me esquivei
de seus olhos aquecidos. Senti uma onda de pânico com a ideia dele
não me querer por causa do ataque. Não tenho certeza de onde veio,
mas veio e eu não queria ver ele olhar para mim com nada além do
calor que normalmente mantinha em seus olhos. Seus olhos me viram
quando comecei a sair de baixo, tentando cobrir a minha carne exposta
contra os seus olhos ávidos, sem vontade de ver eles mudar.
— Não faça isso. — Ele pediu. Suas mãos espalharam minhas
pernas enquanto eu tentava unir elas, escondendo a confusão e reação
que ele tinha criado só com seu beijo. — Me mostre, bruxa. — Exigiu,
como se eu tivesse uma escolha. Suas mãos puxaram minhas pernas
e aqueles olhos azuis meia-noite se festejaram na boceta molhada. —
Vou ter o que eu quero de você, menina doce. Veja, eu sempre consigo
o que quero e agora, é você. Em um dia, ou um ano, você será minha.
Eu mal posso esperar até que esteja pronta. O que aconteceu com você,

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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ele não tocou a sua beleza ou manchou de qualquer maneira. Quero
que você veja o mesmo que vi antes de acontecer. Não pense que vou
me calar por causa do que aconteceu com você; não vou deixar você.
Agora, pare de pensar e me beije. — Ele exigiu enquanto reivindicava
meus lábios com fome.
Ele quebrou o beijo depois de um momento e rosnei com a perda de
contato. No momento em que ele saiu de mim, me senti estéril, sofrendo
pela perda de seu calor. Ele se elevou sobre mim, o rosto escondido nas
sombras do cômodo, e ainda assim eu sentia o calor de seus olhos
quando ele pegou na minha forma desgrenhada. Mais uma vez ele
rasgou a calcinha que eu usava e minhas calças estavam no chão,
esfarrapadas e rasgadas em uma pilha inútil de material.
— Vá se troque, Lena. — Ele rosnou, suas mãos se aprofundando
em seus jeans quando fixou sua ereção que pressionada contra o
material. Ouvi algo bater contra a casa, e minha mente lutou para
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escapar dessa névoa de luxúria. A próxima explosão sacudiu a casa
violentamente, e sentei, mas Lucian era mais rápido. Ele me pegou e
carregou na direção do quarto, me colocando na cama e puxou o
cobertor e me envolveu nisso.
Ele se virou para olhar por cima do ombro, e Spyder entrava com
um olhar duro em seu rosto. Seus olhos percorreram meu corpo
revestido do cobertor antes de se mudar de volta para Lucian.
— Temos companhia indesejada. — Ele anunciou.
— Encontre eles. — Lucian disse enquanto seus olhos seguravam
os meus. — E cuide disso.
— Bom, estava ficando entediante por aqui de qualquer maneira. —
Disse ele, ignorando o meu olhar de coruja com os olhos arregalados.
— Saindo. — Ele rosnou e desapareceu.
Que. Porra. Foi. Essa.
A casa inteira tremeu e as janelas soltaram no impacto.

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— Essa coisa entre nós, Lena, não terminou. Entendeu? — Rosnou
quando me ajudou a levantar da cama e tirou roupas do meu armário.
Eu não conseguia pensar além do ruído no exterior; parecia uma
zona de guerra. A única coisa que faltava eram as sirenes de bomba
explodindo. Vacilei quando ele se moveu para mim, empurrando um
sutiã e calcinha em minhas mãos. Notei que eles eram tudo menos
sexy, bem como as roupas que ele me deu. Ele empurrou mais dentro
de um saco e sorri quando percebi o que estava fazendo. Ele estava me
mandando para colheita com tudo que eu tinha que não era sexy.
A casa balançou de novo e ele fez uma pausa, seus olhos me
observaram com calor misturado com incerteza.
— Nada de bebês bonitos; você pertence a mim. — Ele rosnou e
sorriu. — Lembre disso enquanto eles tentam te dizer o quanto é
importante para reproduzir as linhagens.

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CAPÍTULO VINTE E NOVE


Lucian tinha me levado pela porta da frente da cabana, protegendo
de qualquer coisa que pudesse estar lá fora, me colocou num carro
preto lustroso, e me levou direto para a abadia e para a proteção do
Coven. Antes que eu pudesse sair do carro, ele me puxou de volta e me
beijou forte, tão forte que até mesmo horas depois, ainda podia sentir
a pressão de seus lábios contra os meus. Com a minha cabeça ainda
se recuperando do beijo, ele me acompanhou até a porta principal
maciça da abadia e me deixou no momento em que eu estava lá dentro,
a salvo de tudo o que estava fora da casa.
Assim que a porta se fechou com um pouco de um barulho sinistro,
eu fui agarrada pelo braço por Helen e arrastada para uma pequena
antessala onde outros anciãos do Coven esperavam. Por quase uma
hora, eu fora abordada sobre tudo o que tinha acontecido quando Todd
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atacou e me estuprou. Quase me senti como se eu estivesse sendo
julgada por algo que não fiz e Helen tinha se nomeado meu juiz e júri,
e eu tinha certeza que ela teria gostado de ter sido o meu carrasco se
tivessem deixado. No momento em que os outros tinham saído da sala,
ela me ameaçou para ficar longe de Lucian. Aparentemente, ela ainda
estava planejando juntar ele com a sua filha... mas considerando que
tinha só algumas horas antes do Despertar começar, não vi Cassidy e
Lucian se casando.
Era a única maneira de ser dispensado da seleção da colheita, e não
parecia que ele queria ela; considerando sua obsessão e me frustrando
ao limite da sanidade. Pelo menos, é isso que me mantive dizendo. Eu
poderia estar errada. Ele poderia estar planejando fazer uma fantasia
rápida e suja, que era o mesmo que um casamento para o Coven.
Agora, eu esperei com o resto dos postulantes na pequena biblioteca
e preguiçosamente examinei as antigas fotos e retratos que cobriam as

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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paredes. Também tomei nota de antigos livros de feitiços e
encantamentos que as gerações anteriores devem ter usado bem antes
da abadia ter sido construída. Era revelador, ao contrário do que fomos
ensinados... os mais velhos tinham mais informações disponíveis do
que eles nos levaram a acreditar.
— Senhoras. — Samantha, uma das anciãs, disse quando entrou
na biblioteca usando uma roupa que saiu diretamente do set da série
de Os Pioneiros10. A saia sino estava ultrapassada e ainda tinha um
avental de rendas que ela estava atualmente enxugando as mãos. Seu
cabelo escuro grisalho estava preso em um coque e ela tinha pequenos
cachos emoldurando seu rosto, dando uma visão geral do seu pescoço.
Sorri para Kendra, que estava tentando abafar um riso com as costas
da mão.
— Vou ensinar tudo sobre o que vocês devem esperar durante o
Despertar e o tempo é limitado. Preciso que prestem atenção, porque
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só será dito uma vez.
Senti uma onda de frio na espinha quando a preocupação tremulou
através da testa de Samantha. Os olhos dela se moveram para mim e
Kendra, e ela rapidamente desviou o olhar. Como os outros, ela não
olha para mim muito tempo, como se não soubesse o que dizer pra mim
ou talvez fosse porque achavam que eu rebentaria se fizessem. Seja
como for, o que aconteceu, aconteceu. Não foi culpa minha ou de Todd;
só o demônio que assumiu o controle de Todd era o culpado.
— Normalmente vocês teriam mais tempo para aprender sobre as
mudanças que vão acontecer com vocês. Gostaria de ter o luxo de lhes
dar esse tempo, mas não tenho.
— Tenho certeza de que não precisamos saber mais do que já
sabemos. — Cassidy disse e olhei para ela, realmente olhei para ela.

10 Little House on the Prairie se trata de uma série de adaptação livre dos livros de Laura Ingalls Wilder com o mesmo título. No Brasil
foi ao ar pela Rede Record e conta a história de uma família tenta sobreviver em uma região selvagem, enfrentando animais perigosos,
índios, o clima e toda sorte de perigos.

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Logo após minha chegada, Kendra me informou que Cassidy tinha me
defendido na assembleia. Me defendeu contra a mãe de Todd quando
me acusou de assassinar seu filho antes de sabermos que ele estava
possuído por um demônio. O pensamento de Cassidy defendendo
alguém que não era de seu grupo era alucinante, embora, no momento,
eu não pudesse ver nenhum vestígio do tipo de pessoa que poderia ter
um pouco de humanidade escondido ali. Agora, ela era a mesma velha
Cassidy egoísta e vadia.
— É isso o que todas pensam? — Samantha exigiu, os olhos se
movendo ao redor da sala, quando muitas das meninas se mexeu
desconfortavelmente.
— Todo mundo está com medo, mas admitir isso é uma fraqueza. —
Murmurei. — Não é que não queremos aprender, é porque a mudança
não é fácil. O crescimento não é fácil, porém, é doloroso. A dor é o que
nos lembra do que é necessário para nos tornar as bruxas Despertas
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da próxima geração. Mudar também não é fácil. Deveria ser um esforço
da nossa parte, porque a luta que nos torna as pessoas em que nos
tornamos sempre nos lembrará de como conseguimos isso.
A sala inteira olhou para mim como se tivesse crescido outra cabeça.
Percebi que estava repetindo as palavras da minha mãe como se por
roteiro, seu raciocínio lógico sobre por que a mudança era necessária e
por que nunca foi fácil fazer isso. Era para ser difícil e assustador. Era
assim que você se lembrava.
— Obrigado, Magdalena. — Samantha disse enquanto seus olhos
deslizaram sobre mim e finalmente olhou diretamente para mim. —
Não tem nada a temer nas mudanças que estão chegando. Esse
Despertar está sendo apressado por uma boa razão. Fomos protegidos
dos monstros do passado, o que, eu já disse ao conselho muitas vezes
antes, é um erro. Conhecimento é poder, senhoras. Esses monstros
querem nos destruir. Com suas maldições suspensas, somos mais

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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fortes. Juntos podemos enfrentar o que está por vir. — Ela disse com
um sorriso suave que parecia não alcançar seus olhos.
Assim que todas tinham se acalmado, ela apressadamente lançou
uma visão geral que era difícil ouvir porque sua voz era suave enquanto
falava tão rápido.
— Vamos começar com o Despertar. Levaremos você às salas onde
vão acontecer os ritos. Na antecâmara, faremos com que você se
trocarem para vestes cerimoniais. Só as vestes, tudo mais sai; você não
vai precisar de nada, e se você trouxer qualquer coisa de fora para a
cerimônia, isso pode contaminar o ritual. — Ela olhou diretamente para
todas nós para garantir que entendemos a mensagem do que
significava nada. — A partir daí vocês vão para a câmara principal,
onde a fogueira já terá um tamanho de fogo agradável saindo e o
caldeirão cerimonial já deve estar a ferver. Vocês vão sentar em torno
dela quando a cerimônia começar. O sal será colocado atrás de você,
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selando no círculo, e tochas ao redor do círculo serão acesas. — Ela
explicou, limpando as mãos nervosamente no avental e continuando.
— O Coven vai começar a cantar o feitiço para trazer os ancestrais
adiante para a seleção. Vocês podem ver alguns anciãos se movendo ao
redor enquanto ervas e sais são adicionados ao fogo e ao caldeirão para
o rito. Esta parte da cerimônia pode ser intensa para alguns, pois os
sentidos e o olho interno são abertos. Uma vez que o feitiço foi lançado,
cada um de vocês receberá quatro runas que foram esculpidas em
cristais diferentes. A runa dos anéis é esculpida em moldavita, uma
runa de gênero tradicional esculpida em azeviche, a runa da colheita é
esculpida em selenita e o olho é esculpido em azurita. Depois de receber
os cristais, os anciões vão ajudar cada uma a se mover um pouco mais
perto do fogo e se ajoelhar enquanto a barreira de proteção desliza para
o lugar pouco antes dos ancestrais aparecerem. Agora, durante as
cerimônias do Despertar anteriores, nunca ficou claro quais ancestrais

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foram vistos, só que eles se tornam visíveis e vão selecionar aqueles
que são dignos de ter sua maldição suspensa, então não terá dúvidas
em sua mente se você foi escolhida ou não. Enquanto eles estão
vagando entre vocês, os anciãos darão a cada um o almofariz e um pilão
para moer suas runas; um pouco de seu sangue será adicionado à
mistura de solo para canalizar o poder das runas e pedras através de
você. Os ancestrais geralmente fazem suas seleções então, quando o
terceiro olho está aberto e eles podem ver as profundezas de sua alma.
Assim que você for selecionado, os anciões vão entoar o encantamento
que vai remover a maldição que amarra seus poderes. Depois de você
ter uma pequena pausa, nossos amigos de fora da cidade vão se juntar
a nós e começaremos a Cerimônia da Colheita. Os ancestrais vão
emparelhar você com a pessoa que eles acham que fará a combinação
mais forte, então um feitiço será lançado para ligar a união durante a
Colheita. Os mortos serão então liberados para voltar ao véu, e você
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será banhado e preparado para entrar nas câmaras daqueles com
quem você foi par. Esta preparação irá proteger você, assim como seu
parceiro quando vocês...
— Foder. — Cassidy disse e suas meninas riram histericamente.
— Acasalar, produzindo a próxima geração, que vai preservar e levar
adiante nossa herança e linhagens. — Disse Samantha com bochechas
vermelhas. — Depois disso, vocês vão ser fechadas na abadia enquanto
aprendem a respeitar e usar os novos poderes. É um tempo de vínculo
juntos e aprendem a usar e manejar seus poderes para o bem do Coven.
— Então, não teremos poderes de imediato? — Perguntou Kendra.
— Leva tempo para aprender a usar corretamente. — Ela sorriu com
força, e acenou para Aurora, que levantou a mão.
— Então, qual é o ponto em levantar nosso poder, se não podemos
fazer nada? — Perguntou Aurora, e Cassidy fez um barulho grunhindo
de aprovação, que deixou Aurora radiante com um sorriso arrogante.

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— O ponto é que podemos usar seus poderes já que o Coven está
amarrado e unido. Quando uma nova bruxa é despertada para os
poderes de sua alma, essa magia é agregada aos laços do Coven. Cada
um de vocês vai adicionar algo à magia que este Coven já possui. Pense
nisso como um caldeirão que já está meio cheio. Cada um de vocês vai
adicionar uma xícara de poder a ele, tornando ele cheio de novo.
— E se nós não formos selecionados? — Perguntei.
— Quem não for selecionado vai voltar à abadia e esperar para ser
dispensado para ir para casa. — Disse ela suavemente.
— Entendo isso, mas o que acontece em seguida?
— Você vai esperar até o próximo Despertar, mas é altamente
improvável que se não foi selecionado durante o primeiro Despertar,
que a pessoa também não seria selecionada em uma segunda tentativa.
— Ela sussurrou com uma careta. — Mas não seria inédito.
— Lena será excluída porque foi estuprada? Sabe, toda a história de
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não ter relações sexuais no mês que antecedeu a regra do Despertar.
— Cassidy perguntou, e meu estômago caiu.
Cada uma se virou para olhar para mim, e levou tudo o que eu tinha
para permanecer impassível enquanto eu olhava para Samantha, e
esperei que ela respondesse à maldita pergunta.
— O que aconteceu com Magdalena foi horrível, e certamente não é
o que alguém deve considerar como sexo. Os ancestrais escolhem entre
linhagens. Cassidy, a pergunta que você deve estar se fazendo é se você
será escolhida. Suas linhagens estão diluídas, para dizer o mínimo, e a
energia não é algo que pode ser comprado.
Ouch.
— Acho que o dinheiro pode muito bem não comprar nada, nem
ninguém. — Cassidy respondeu presunçosamente. — Eu não estava
querendo ser rude, mas ela poderia estar grávida; foi afinal, estuprada,
certo? — Seus olhos se moveram para os meus com presunção.

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— Na verdade, ele não terminou antes... — De eu matar ele.
— Antes do que? — Ela bisbilhotou. — Antes de você matar ele?
— Chega, Cassidy! Isso não é algo para ser compartilhado com o
salão. Se você tem perguntas para Magdalena, pergunte a ela em um
momento mais apropriado. — Samantha interrompeu.
Me senti mal do estômago, porque a questão levantava as imagens
que eu tinha recusado a ver nos últimos dias. Levantei e sai da sala,
me movendo em direção à entrada da abadia para me acalmar, ar
fresco. No momento em que toquei a porta, Tabitha me parou; as mãos
nos meus ombros foram me acalmando, suas palavras de conforto
enquanto sussurrava algo em uma mistura de Inglês e Latim.
— Melhor? — Ela perguntou depois de um momento.
— De onde você veio? — Perguntei, olhando ao redor da sala
movimentada.
— Senti o desconforto. Eu te disse, Magdalena, estamos conectados.
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Todos nós, até mesmo Cassidy.
— Prefiro ser conectada a um gambá que a essa cadela. — Retruquei
e estremeci. Acabei de dizer isso e me arrependi de dizer à alta
sacerdotisa. — Desculpa.
— Não precisa. — Ela disse suavemente. — Só porque você está
conectada não significa que tem que gostar dela. O que ela fez na
biblioteca foi insensível, e quis te machucar. Ela atacou porque sabe
que a seleção não pode ser comprada e as coisas que não pode
manipular e controlar assustam ela. É uma criança mimada, com uma
mãe que a estragou demais. Para não mencionar, o único homem que
ela decidiu ter, ainda não lhe deu qualquer atenção desde que uma
certa bruxa voltou para a cidade. Ele só tem olhos para você, e que
acrescentou uma boa dose de sal em seu orgulho ferido. Helen deu
sugestões em muitas ocasiões que ele estava cortejando sua filha, e
Cassidy seria a chave para trazer a riqueza de volta para a comunidade.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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— Talvez seja por isso que sempre me disseram que nunca se deve
assumir ou se entregar a fofocas vãs. — Murmurei.
— Você gosta de Lucian, sim? — Ela continuou.
— Ele não está no meu radar para a colheita. — Admiti.
— Porque acha que ele é melhor do que você? Vou admitir, ele é um
mistério. Ouvi dizer que sua companheira foi morta por um monstro, é
por isso que ele se recusa a participar de uma colheita. Ele não é fácil
de ler, também. Entendo que seu Coven de nascimento é disperso, mas
ele não descende de uma linhagem pura que se originou fora do
Aberdeen. O Coven que nós acreditamos que a linhagem Blackstone
pertencia tomou um caminho diferente para chegar ao Novo Mundo;
mas parece que seu Coven não foi capaz de suportar as criaturas que
caçam bruxas, como a nossa foi.
— Ele é de Aberdeen? — Perguntei, minha curiosidade despertando
para saber mais sobre ele.
324 324
— Ele não disse isso, mas quando alguém novo se aproxima do
Coven, nós cavamos em seus antecedentes e nossos registros para ter
certeza de que é seguro permitir que eles perto. No início dos anos
1600, teve uma família muito poderosa com o sobrenome Blackstone,
de ascendência Inglesa, e rumores de que seria uma linhagem muito
poderosa, uma com energia suficiente para coincidir com a nossa
própria. A eles foram concedidas terras fora do Aberdeen pela própria
rainha da Escócia. Se é verdade, que ele é descendente desta linhagem,
ele seria um companheiro muito poderoso.
Pisquei, e assobiei baixo.
— Não admira que Helen está tentando juntar eles.
— Exatamente, mas ele não está interessado em sua filha mais, não
desde o momento em que pôs os olhos em você. — Disse ela com um
sorriso travesso que fez os olhos mais brilhantes. — Eu pessoalmente,
não gostaria que uma criança mimada tivesse qualquer homem. — Riu.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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— Alguém vai acabar preso com ela. — Murmurei, minha mente
considerando quão longe Helen pode ter suas garras em Lucian, e eu
estava certa sobre ela tentar forçar uma partida. Não admira que Helen
estava sendo uma cadela para mim; eu tinha arruinado seus planos
para um jogo poderoso antes do Despertar para a sua pequena criança
mimada.
— Sim, mas não será Lucian. Ele não está interessado em estar
entre os homens que vão se juntar a nós na colheita, nem mesmo
tentado pela chamada do sangue da linhagem original que trouxe uma
grande variedade de homens na esperança de ser escolhido para
acasalar com uma das mulheres.
— Pensei que eles estavam aqui porque a proporção estava baixa e
precisávamos de pregos extras? — Pregos? Fiz uma careta.
— Pregos, Magdalena. — Ela riu. — Tivemos um problema de
proporção, como você coloca com tanta delicadeza. Flores demais e
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abelhas insuficientes para polinizar. — Ela sorriu e balançou a cabeça.
— Gosto de nossos bate-papos, mas com toda a seriedade, eles estão
aqui porque tem uma abundância de garotas sendo despertadas das
linhagens originais, o que é uma raridade para tantas pessoas
atingirem a maioridade ao mesmo tempo, quanto mais despertar.
Falando em despertar, você está perdendo as perguntas e respostas
sobre a cerimônia. Cassidy está sorrindo agora, pensando que ela
ganhou. Não a deixe vencer; você é mais forte e, com a mesma facilidade
que pode construir paredes na sua cabeça, pode construir paredes ao
redor dela.

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CAPÍTULO TRINTA
Vi através dos cílios quando Lucian e seus homens derramaram sal
grosso preto atrás de onde nos reunimos ao redor da fogueira envolta
em vestes cerimoniais e nada mais. Entre o sal, postulantes e fogo, que
deve ter parecido um alvo gigantesco de cima. A coisa toda parecia fora
para mim, que Lucian e seus homens estavam aqui, quando ninguém
era bem-vindo na cerimônia de Despertar a não ser que fosse uma
bruxa já desperta do Coven, ou uma postulante.
Quando vi ele, Kendra se inclinou para mim e sussurrou que ele e
os seus homens estavam aqui para a nossa proteção contra quaisquer
demônios que poderiam ser atraídos para o poder que esta cerimônia
geraria. Evidentemente, Helen também estava deixando bem claro para
qualquer pessoa que possa ouvir ela, que foi ela quem os trouxe aqui
para a nossa proteção, com uma doação dela, é claro.
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Observei silenciosamente quando as tochas foram acesas e
colocadas fora do círculo, uma em cada ponto para significar os
elementos da natureza. Os cristais de quartzo para proteção foram
tecidos na fogueira e o coral âmbar, e as partes de madeira petrificadas
foram adicionados ao fogo, a criação de chamas coloridas quando
palavras foram sussurradas para intensificar o encanto esculpido nos
cristais. Os aromas de sálvia, capim-limão, hibisco, sândalo e baunilha
agradando meu nariz quando esses elementos foram adicionados ao
caldeirão gigante que borbulhava alegremente no centro do fogo.
Alguns dos homens de Lucian estavam monitorando cada tocha, mas
ele não estava observando eles, ou garantindo que estavam realizando
suas funções corretamente; seus olhos estavam em mim.
Eu podia sentir o calor das tochas e do fogo, e o nervosismo
contribuiu para o suor que escorria na parte de trás do meu pescoço.
Ele sabia tão bem quanto eu, que não teria nenhuma chance para nós.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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Não com os eventos já em movimento. Não tinha tempo; eu estava
trancada no destino, que foi uma tradição do Coven durante séculos.
Esse conhecimento sombrio estava como uma pedra no meu peito,
especialmente com o calor dos olhos de Lucian pesando em mim. Eu
queria agarrar ele, um pedaço de corda, e dar as mãos à aberração
doentia torcida aqui e agora, não importa em que tipo de merda
pervertida ele estava. Só pular toda a colheita e estar em algum lugar,
perdida naqueles olhos da meia-noite. Engoli o nó na garganta e me
virei para encontrar Kendra me encarando com curiosidade.
— Você está bem? — Ela sussurrou baixo, para não ser ouvida e
interromper a cerimônia.
— Estou bem. — Menti quando mais um suor frio desceu na base
do meu pescoço. Senti o calor, misturando com o conhecimento do que
era isso. Eu estava conseguindo meus poderes; mas, eu também estava
prestes a ser acasalada e não seria com ele, e isso era péssimo. Na
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melhor das hipóteses, eu ficaria presa com o mesmo homem por
algumas semanas até a fase da lua passar, então, eu teria o parceiro
sexual que quisesse. A menos que eu acabasse grávida, o que
felizmente tomei medidas para evitar.
— Não está bem. — Ela sussurrou. — Magdalena, suas emoções
estão por todo o lugar.
— Tem algo errado. — Sussurrei. Tinha, eu podia sentir no meu
pulsante corpo, e foi tudo empurrando para um lugar... minha vagina.
— Este é o Despertar, e a colheita explicita porque ambos os eventos
estão juntos. Você deveria se sentir assim. — Disse ela com um olhar
preocupado. — Tesão, enquanto está em fogo. — Ela sorriu. — Você
perdeu essa parte por causa de besteira de Cassidy.
— O quê? — Assobiei. Caralho! Eu estava em chamas, queimando
com uma emoção que eu não conseguia entender. Parecia que formigas
de fogo foram me mordendo em todos os lugares! Senti como se minha

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pele estivesse em chamas e umidade estivesse caindo entre as minhas
pernas, e me mantive olhando para Lucian, porque ele podia fazer
parar. Minhas mãos tremiam, e juntei elas ao lado do meu corpo para
esconder a reação violenta que estava tendo. Todos os outros estavam
em pé ao redor e eu estava tremendo. Eles pareciam calmos, recolhidos,
eu era uma maldita bagunça! — Estou morrendo. — Murmurei.
— Alguma experiência em um nível maciço, outros tendem a lidar
com isso... — ela fez uma pausa, olhando para mim com cuidado —
melhor.
Impressionante! Eu estava lidando com isso mal pra caralho!
Meus olhos encontraram os de Lucian; o calor se acumulava em
suas profundezas, como se ele pudesse sentir minha excitação brutal,
e desejava consertar. Eu ansiava para ele fazer, rapidamente.
Outro conjunto de cristais de quartzo estava sendo colocado ao
redor do solo, circundando o amplo círculo de sal, e eu queria fugir.
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Outra pessoa jogou um punhado de sal marinho no caldeirão; alguns
cristais de quartzo claros também foram colocados na mistura, e então
começou o cântico da bruxa singular que agitou o conteúdo do
caldeirão. Com cada erva adicionada, o fogo dentro de mim queimava
mais quente.
— Vou desmaiar. — Anunciei quando um frisado de suor caiu da
minha linha da sobrancelha.
— Lena, você está bem? — Kat sussurrou e me virei para olhar para
ela. Meu cabelo estava saturado, suor estava realmente correndo para
o lado do meu rosto e pescoço, e eu me senti doente.
Senti uma das mãos tocar o meu ombro, e sem me virar para ver
quem era, eu sabia que era Tabitha.
— Respire, Magdalena, você vai ficar bem. — Ela sussurrou, e uma
brisa refrescante foi movida em torno de mim, fazendo com que o manto
com capuz que eu usava pegasse ar. Parecia incrível. — Você está

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mostrando sinais de muito poder, de fato. Aqueles que abrigam a
maioria, infelizmente, também sofrem mais.
Senti Kendra tensa ao meu lado, e senti a agitação e o ciúme dentro
dela. Toda a nossa vida, eu lhe permiti pensar que eu nunca tinha
sentido os meus poderes, não depois de poucos incidentes onde eu
tinha tido problemas para usar. Como primogênita, ela era a favorita
para ser mais poderosa, mas parecia estar resistindo aos feitiços do
Despertar muito bem. Ou, mais especificamente, o pré-Despertar, ou
pré-Colheita, ou o que quer que eles queiram chamá-lo; nós nem
tínhamos passado pelos feitiços de proteção!
— Hoje à noite nós damos as boas-vindas aos novos membros da
Coven; hoje à noite, nós despertamos a próxima geração de nossas
linhagens. — Um dos anciões anunciou enquanto outra pessoa
distribuía runas que eram de uma cor verde musgosa e tinham três
anéis de conexão esculpidos nelas, simbolizando a conexão das novas
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bruxas entre o coven. Em seguida vinham as runas pretas brilhantes
gravadas em Y para as mulheres e as com flechas para os homens,
depois as runas brancas furta-cor da Colheita, a bênção para uma
união frutífera. Por último, mas não menos importante, as vívidas
runas véu azul com um olho esculpido maravilhosamente com a
superfície lisa foram colocados em nossas mãos, para os mortos
saberem quem entre nós pode ser selecionado para ambos os rituais.
As chamas irromperam e o barulho de estalo enquanto a barreira
de proteção deslizou ao nosso redor fez com que mais do que alguns de
nós pulassem. Risos nervosos encheram o círculo e, um a um, fomos
movidos para mais perto do limite do círculo e solicitados a nos ajoelhar
e colocar nossas pedras à nossa frente.
Senti um arrepio percorrer o círculo e enquanto observávamos,
silhuetas tremeluzentes começaram a tomar forma dentro do círculo,
até que cinco figuras se materializaram onde pequenos círculos tinham

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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sido esculpidos na terra. No início, as figuras eram diáfanas, mas à
medida que permaneceram congeladas no lugar, começaram a ganhar
cor e vida.
A primeira a se mover era mais do que bonita, era lindíssima, com
cabelos pretos e olhos verdes como joias. Ela estendeu a mão para uma
ruiva, e depois para uma morena, que segurou a dela para uma loira,
que olhou para um homem com cabelo preto e olhos azuis claros que
ainda estava se formando. Ele sorriu para ela, e ela esperou
pacientemente enquanto ele continuava a assumir uma forma sólida.
Ele finalmente se moveu, e campânulas cresceram do chão onde quer
que pisassem enquanto se moviam de seus círculos.
Eles se curvaram aos anciãos, e cada um partiu, inspecionando as
mulheres jovens e homens que formavam o círculo. Assisti os recém-
chegados quando eles lentamente tocaram em cada um dos
postulantes quando os anciãos se moveram em torno de nós, colocando
330 330
almofariz e pilões na frente de nós. Os anciãos então se moveram
através de nossos grupos, usando uma pequena lâmina para cortar a
ponta de nosso dedo indicador esquerdo para que pudéssemos colocar
algumas gotas de nosso sangue nas tigelas, junto com as runas, e
esmagá-las enquanto estávamos sendo inspecionados pelos mortos.
O esmagamento das runas não foi tranquilo, mas foi uma distração
bem-vinda dos mortos que acenariam na direção de um determinado
postulante enquanto nos observavam trabalhar. Levantei a cabeça
quando a mulher de cabelos pretos se moveu para mim, os olhos na
tigela. Quando ela olhou para mim, era como se não pudesse nem me
ver. Olhei em volta, em seguida, de volta para ela quando a vi chegar
para baixo na argamassa que eu tinha parado de trabalhar e ela tocou
o sangue. Ela trouxe até o seu nariz e virou o rosto para Kendra com
um sorriso. Esquisito.

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Ignorei e voltei para esmagar os cristais no meu sangue para
terminar a mistura. Quando foi feito, sentei para trás de joelhos e vi
quando os mortos continuaram a examinar os outros. Eles estavam
olhando para eles, enquanto eles estavam olhando para mim, olhavam
através de mim, como se não pudessem me ver.
Meu coração disparou com a incerteza das emoções que rodaram
por mim.
Eles deviam ter me visto; não era como se eu fosse invisível, certo?
Olhei para Lucian, que não estava mais olhando para mim, mas
para uma das bruxas que foi trazida dos mortos para o Despertar, a de
cabelos pretos. Mas ela era linda, e não o culpei por olhar para ela. Ela
estava vestida com um vestido de cetim preto que abraçava sua forma.
Joias foram colocadas em uma coroa provisória com correntes
douradas longas que fluíam intricada no seu cabelo e criou um colar
com uma lua crescente que pendia até a cintura. Seu cabelo fluiu
331 331
convidativa para seus quadris estreitos, e seus lábios estavam pintados
de vermelho carmesim. Ela era perfeita, nada estava fora do lugar.
Estar morta não foi difícil para ela, obviamente. Ela parecia feliz, o que
era muito melhor do que eu parecia no momento.
Algo escuro passou sobre as características de Lucian e a mulher
levantou os olhos e olhou ao redor do círculo como se pudesse sentir
ele. Era fisicamente impossível, já que ele estava fora do círculo, do
outro lado da barreira. Esses olhos azuis se deslocaram dela para o
meu, e de volta. Senti um aperto de nervos e talvez um pouco de ciúme
quando ele procurou o dela de novo. Hoje estava realmente começando
a ser estressante, mas pelo menos o fogo que tinha corrido através do
meu corpo foi momentaneamente colocado para fora.
Um após o outro, o sangue nas morteiros foi provado e mãos foram
realizadas para ajudar os postulantes a partir do solo para se juntar ao
círculo dos que estavam sendo selecionado para seu Despertar. Assisti

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quando mais e mais foram movidos para dentro do círculo crescente,
até que apenas alguns de nós do outro lado permaneceram.
Sorri quando o homem caminhou em minha direção, mas assim
como os outros, ele olhou através de mim e depois ao redor. Ele se
ajoelhou e inclinou a cabeça, como se tentasse ver algo. Senti meu
coração começar a martelar contra minha caixa torácica quando ele se
abaixou para tirar uma amostra de sangue. Eu me virei para olhar para
Kendra, que estava sendo ajudada do chão e entrou no círculo.
O homem moveu a mão, empurrando ela no meu peito, o que enviou
uma dor misturada com um gelo que parecia que eu estava sendo
dilacerado. Ele puxou de volta e lentamente se levantou, olhando ao
redor antes de ir para a próxima garota.
Mas que porra! Essa merda tinha doído pra caralho!
Espere, ele só... senti lágrimas de raiva queimando meus olhos
quando me dei conta. Eu não fui selecionada... olhei para a minha mãe
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que estava com a boca aberta; minha avó tinha uma carranca no rosto
enquanto tentava decifrar o que tinha acontecido.
— O que aconteceu. — Sussurrei entrecortada. — Eu... não
entendo.
Lágrimas caíram e esfreguei com a palma da mão. Eu não entendo!
Tinha seguido as leis, fui boa! Por que não podiam me ver? Levantei,
me movendo antes que alguém pudesse me parar, e empurrei os
espectadores quando um canto começou a quebrar a maldição para os
postulantes selecionados.
Eu mal me segurei quando parei na antecâmara para mudar de
volta para a minha roupa e me dirigir para a biblioteca para esperar.
Um soluço rasgado dos meus pulmões enquanto eu abria as portas
pesadas, e entrei para dentro, e caí de joelhos com os soluços pesados
escapando. Não foi minha culpa. Eu não tinha pedido para ser
estuprada, eu segui as regras. Eu tinha lutado contra a escuridão; eu

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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tinha recusado Lucian, e para quê? Eles não podiam nem mesmo me
ver! Era como se eu nem sequer existisse para eles.
Ouvi a música começar para a celebração da colheita, então levantei
do chão e forcei meus pés para mover para o sofá de crina gigante, onde
me enrolei em uma bola. Isso não estava acontecendo. Eu seria a mais
antiga bruxa a Despertar da história. Eu não tinha uma escolha mais.
Não teria colheita, sem aprender como e o que fazer para ajudar o
Coven como Kendra, porque ela estaria presa na abadia, e eu não teria
permissão para participar de suas aulas.
Não era justo, nada disso. Cassidy foi escolhida, pelo amor de Deus,
e eu não tinha perdido o olhar o complacente de Helen quando eu tinha
empurrado pela multidão para escapar dos olhares das pessoas que
lentamente descobriram que eu tinha acabado de ser ignorada para o
despertar e tudo o que isso implicava. Eu estava fodida.
Eu não estava esperando nada. Não precisava de magia para ajudar
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o Coven. Eu tinha botânica, que significava que eu tinha que pegar a
loja de volta porque eu não tinha um plano de ajuda para a vida. Eu
poderia cultivar plantas como ninguém e era muito boa em criar
tônicos e outras misturas. Minha mãe me ajudaria, e eu poderia viver
na casa de campo. Eu poderia ganhar dinheiro, o suficiente para viver
fora do Coven. Fechei os olhos, ignorando os gritos e risos que se
infiltrava a partir dos quartos cerimoniais.
Eu ficaria bem. Eu faria isso. De alguma forma, teria que fazer. Eu
não era uma desistente.

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CAPÍTULO TRINTA E UM
Me movi entorpecida pela abadia sem ver ou ouvir enquanto os
eventos continuavam sem mim. Percorri os cômodos em busca de
sinais de vida. Aparentemente, todos, menos eu, estavam na Cerimônia
da Colheita.
A sala comum estava vazia quando entrei e peguei minha bolsa, sem
querer estar em qualquer lugar perto daqui quando as pessoas
animadas retornassem ou Cassidy, com sua cara certa de presunçosa.
Saí da sala, jogando a bolsa por cima do ombro enquanto as emoções
angustiantes filtravam através de mim. Era como se estivesse vivendo
um pesadelo, e não tinha acordado dele. Eu não tinha considerado
seriamente que eu não seria escolhida para ter os meus poderes.
É horrível; fui a primeira na linhagem Fitzgerald a ser excluída em
seu primeiro Despertar. Considerando a minha idade, eu deveria ter
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sido escolhida! Gemi quando o canto começou do lado de fora da
abadia, meu coração torcendo quando senti a emoção de Kendra
quando eles começaram a parte da Colheita que formaria pares. Engoli
a dor e parei no meio da sala, considerando minhas opções.
A queimação estranha e o formigamento que eu tinha sentido mais
cedo durante a cerimônia estava de volta. Caralho, o feitiço pra colheita
foi aumentando de novo e correndo pelo meu corpo, iluminando
pedaços de mim que não tinha nada a ser iluminada no momento. Ele
só não era uma opção. Me movi sem saber onde eu estava indo até que
eu estava no estacionamento da abadia, e percebi que eu não tinha o
meu carro aqui; Lucian tinha me deixado. Como se esta noite fosse
estressante o suficiente? Eu estava prestes a voltar para dentro quando
vi o carro de Kendra, e ri.
Talvez tivesse esperança de que toda a noite não estava arruinada.
Abri a porta e puxei para baixo a viseira quando empurrei a bolsa no

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banco do passageiro. As chaves caíram na minha mão com um barulho
satisfatório. Ela era previsível. Liguei o telefone em seu adaptador de
fita cassete, encontrei uma música da Theory Of a Deadman e botei a
notar o Hate My Life11, em seguida, sai para fora do estacionamento e
para a estrada.
Cheguei em casa e percebi que já tinha me decidido sem considerar
as consequências. Eu iria para o clube de Lucian, e estava pegando o
que queria, concordando ele ou não. Ele me devia muito depois de todas
as suas palavras sujas e sedução lenta.
Rapidamente tomei banho e me certifiquei de usar o xampu de
plumeria e sabonete líquido que fiz em Pacific City, e então olhei para
meu reflexo. Meus olhos estavam inchados de tanto chorar e eu parecia
arrasada. Balancei a cabeça e entrei no quarto, abrindo o armário para
encontrar o vestidinho preto que tinha comprado há três anos, mas
nunca tive coragem de usar.
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Era sexy, curto e mostrava um par de coxas altas e saltos, ele diria
exatamente o que eu queria e precisava. Tinha um profundo decote em
V que expôs o colo e também tornou impossível usar um sutiã com o
danado. Calcei um par de saltos pretos amarrados no tornozelo o que
me deu altura o suficiente, me permitindo a andar sem quebrar meu
pescoço no processo.
Apliquei uma camada fina de maquiagem e um pouco de batom
vermelho cereja para fazer a minha aparência cansada mudar para
alegre, e me dirigi para a porta. Não parei para pensar nisso; pensar
machuca muito, pensar era superestimado.
Parei quando ouvi o celular tocar, puxei da pequena bolsa que eu
segurava, e olhei para o nome e a imagem de Kendra aparecendo na
tela. Meu coração se apertou, e enquanto eu estava feliz que ela foi

11 A tradução do nome da música é “Odeio Minha Vida” que fala basicamente sobre coisas que a pessoa odeia na vida dela. Theory Of
a Deadman é uma banda canadense de rock de Delta, Colúmbia Britânica, formada em 2001.

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escolhida, senti um vazio frio ao saber que eu não tinha sido. Os
anciãos tinham dito que era uma possibilidade que uma de nós teria
mais poder, mas isso era estúpido. O próximo Despertar não seria por
mais cinco anos, o que me faria a bruxa mais velha a ser selecionada,
se eu ainda fosse!
Deixei o celular na mesa de café, abri a porta da frente, e tranquei
quando saí e fui para onde tinha estacionado o carro de Joshua. Eu
deslizei para o banco do motorista e me dirigi para o clube. Meu corpo
estava queimando e zumbido, minha mente no piloto automático
enquanto eu dirigia pela cidade e fui para o meio do nada, onde o seu
clube esperava por mim, brilhante como um farol na escuridão.
Quando parei, comecei a me questionar. Se ele não estivesse
sozinho, qual seria o meu plano? Ele estava lá quando não fui
selecionada, então ele estava esperando por mim? Ou será que já fez
planos com outra pessoa? Meus olhos percorreram os casais que
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estavam espalhados entre os carros no estacionamento e observei que
o senhor homem bomba não estava em seu lugar normal, guardando a
portas esta noite.
Sai do carro, ignorando os casais em posições comprometedoras que
não pareciam se importar com as demonstrações públicas de carinho
pesado. Eu passei atrás de um grupo de mulheres que estavam todas
vestidas um pouco extravagante demais, considerando que era um
clube de sexo, mas que merda eu sei? Talvez tivesse um código de
vestimenta? Não notei nada quando eu trabalhava aqui, então eu
realmente esperava que não tivesse.
Lá dentro, eles se dirigiram às portas que davam para os níveis mais
baixos e passei por um conjunto de portas, que eu conhecia de estar
aqui e da limpeza dos quartos abaixo, levando para o clube de sexo
real. As mulheres não pararam, mesmo que eu parei quando observei
casais mal vestidos, e alguns completamente nus.

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O próximo quarto era simplesmente estranho. Alguns homens e
algumas mulheres estavam andando com os seus parceiros em
coleiras, e alguns tinham caudas! Caudas não reais, mas minha mente
não queria saber exatamente como eles permaneceram no lugar, até
que percebi isso. Então desejei que eu não fosse muito curiosa. Quando
passei um homem, ele estendeu a mão e me mostrou uma trela. Oh
inferno não, eu não era um animal a ser percorrida em volta... e oh
meu Deus, ela estava bebendo do prato como um cachorro... Saia! Saia!
Saia! Deixei o grupo, sem vontade de ver mais.
A próxima sala foi realmente rotulada de “Playground” e que
despertou minha curiosidade. No palco estava uma mulher amarrada
e sendo chicoteada. Olhei em volta para as pessoas que observavam, e
notei que muitos deles estavam completamente vestidos, enquanto
garçonetes vestiam quase nada quando entregavam os pedidos. Era
como se fosse um show de entretenimento, mas acho que era
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exatamente isso.
Eu não conseguia desviar o olhar quando o chicote ruidosamente
estalou e a mulher no palco implorou por outro. Ela estava louca? Me
encolhi quando ele deu a ela o que ela queria. Mais algumas chicotadas
e ele se moveu atrás dela, entrando nela rapidamente enquanto a
multidão aplaudia.
Ok, talvez eu fosse a única louca porque não entendia por que
aplaudiram ela contar e implorar por mais. Saí do quarto com um
monte de perguntas que eu nunca pensei em fazer a uma alma viva.
Na sala ao lado eram um trio e um par de... cinco... homens? Era
difícil dizer no quarto mal iluminado, e enquanto me fiz parar porque
meu cérebro tentou descobrir isso, permaneci nas sombras, escondida
enquanto assistia. Ok, então isso era uma pouco quente, em um show
pervertido de “encaixe as peças”.

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Alguém tocou meu peito e pulei, meus olhos voando para a mulher
que sorriu para mim. Ela se aproximou e eu fui rente à parede.
— Ela é linda, Kyle, e sem coleira. — A mulher ronronou enquanto
sua mão continuava a acariciar meu seio. Olhei para baixo, observando
enquanto ela me acariciava e depois olhava para o casal. Kyle era alto
e forte como um cara que esquecia que tinha vida fora da academia.
— Mmm, olhe para os lábios, que imploram para ser preenchidos.
— Ele concordou.
Pisquei.
— Estou lisonjeada, mas vim aqui por um homem e só um homem.
— E quem é o homem de sorte? — A mulher perguntou quando ela
continuou me acariciando, como se eu fosse um gato estranho que ela
pegou.
— Lucian. — Eu disse e sua mão caiu e se viraram abruptamente e
me deixaram ali, sozinha. Esquisito.
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Todo esse lugar era estranho, mas essa reação ao nome dele? Deve
ser como é estar em um laboratório de metanfetamina e anunciar que
você é a polícia. Saí da sala, seguindo pelo longo corredor até o conjunto
de quartos que limpei, sabendo que aquele em que ele me levou ao
clímax era dele. Tinha só um chefe neste lugar, e era Lucian.
Virei uma esquina e vi quando uma mulher entrou na sala, deixando
a porta aberta e torta o suficiente para que eu pudesse ver o interior.
Hesitei na porta, perguntando o que eu faria se ele me rejeitasse esta
noite. Eu tinha ido através de uma montanha-russa emocional desde
que cheguei em casa, mas ele foi uma distração constante. Outra
rejeição esta noite não era uma possibilidade. Ele me devia uma lição,
e eu planejava fazer ele me ensinar esta noite.
Empurrei os ombros e puxei a coragem em torno de mim, abri a
porta, e entrei por trás da mulher que tinha acabado de passar.
— Saia. — Rosnei, olhando bem nos olhos, meu rosto duro e sério.

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— O que disse? — Ela perguntou, quando peguei em seu topless.
— Eu disse para sair; ele é meu hoje à noite. — Repeti me movendo
em direção a ela, na esperança dos Deuses. Olhei ameaçadora.
— Lena. — A voz de Lucian disse meu nome com algo frio em seu
tom.
— Nada de “Lena”, porra. — Rosnei e nivelei ele com um olhar
ameaçador. — Você prometeu me ensinar que o sexo não era só bom e
é hora de pagar.
Seus olhos aquecidos e seus lábios tremeram.
— É mesmo?
— É, por isso ela precisa sumir, porque não vou compartilhar esta
noite. — Respondi.
— Esta é Leslie, uma serviçal. — Disse ele e estreitei os olhos.
— Aposto que ela é, e o que exatamente ela serve? — Retruquei.
— Sirvo bebidas, minha senhora. — Ela sussurrou mansamente e
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me virei para olhar para ela. Sim, ela estava segurando uma bandeja e
gemi. acho que os uniformes aqui poderiam ser menores do que o que
eu recebi.
— Claro que sim. — Resmunguei. É sério, deveria ter só ficado em
uma bola e chorado até dormir naquele sofá ao invés de vir aqui.
— Quer um shot ou outra coisa? — Perguntou ela e o som da risada
de Lucian trouxe lágrimas aos meus olhos.
— Posso rebobinar? — Perguntei, e ela olhou para mim.
— Vá, Leslie. — Lucian disse enquanto segurava meu olhar. — Lena.
— Sussurrou enquanto se levantava, mas me movi para longe dele.
— Esta foi uma ideia estúpida. — Sussurrei, e balancei a cabeça
enquanto ele se aproximava. — Eu devo ir.
— Você deve ficar. — Ele me olhou especulativamente. — Para não
cutucar o que é obviamente um assunto delicado para você, mas estou
curioso. Você descobriu por que não foi selecionada?

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Balancei a cabeça miseravelmente.
— Eles não dizem porquê. — Respondi enquanto enxugava as
lágrimas. — No final, isso realmente não importa de qualquer maneira.
Assim que o Despertar começou, a situação não está em nossas mãos.
É nos ancestrais.
— E você veio para mim. — Respondeu ele, enquanto seus olhos
pegaram na saia curta, e um calor me encheu quando seus olhos se
mudaram de volta para os meus. — Fico lisonjeado.
— Me faça esquecer o quão miserável esta noite tem sido. —
Sussurrei quando me aproximei dele, lentamente chegando para sua
camisa enquanto recuei a cabeça para ver o seu rosto quando que eu
comecei a desabotoar.
— Se eu fizer isso, não vai mudar nada do que vai acontecer. — Ele
respondeu com uma voz rouca.
— O que quer dizer com o que vai acontecer? — Beijei sua barriga
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quando encontrei sua carne. Ouvi sua ingestão aguda quando minha
língua saiu para rastrear seus músculos bem definidos.
— Não teria como voltar atrás. — Suas palavras foram medidas, com
cuidado. — Você seria minha. — Rosnou quando capturou minhas
mãos e me pegou, forçando as pernas para abraçar ao redor dele. —
Nenhum outro homem poderia te tocar, nunca. Não teria nenhuma
comparação para ver se alguém pode te ensinar mais.
— Tudo bem. — Sussurrei quando o beijei avidamente.

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CAPÍTULO TRINTA E DOIS


Ele começou a nos mover em direção à porta e, adivinhando para
onde ele queria ir, comecei a lutar para me soltar e ouvir sua risada.
Ele me colocou no chão, observando enquanto eu arrumava meu
vestido e me virava para olhar para ele. Eu não ia lá fora. Queria ele
aqui, na privacidade da sala, sem qualquer outra pessoa. Estava farta
de olhares curiosos e julgadores para durar uma vida inteira na
semana passada. Se eu fosse fazer isso com Lucian, eu queria que ele
fosse a única testemunha, se eu me apavorasse. Ele deve ter percebido
o trem dos meus pensamentos quando sua sobrancelha se arqueou e
um sorriso lento se espalhou em suas feições.
— Última chance bruxa. — Disse ele com cuidado. — No momento
em que fechar esta porta, não vou aceitai nenhuma mudança de ideia;
você será minha e só minha. — Seu rosto ficou duro, e algo vulnerável
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encheu seus olhos antes que pudesse esconder.
Fui para a porta e hesitei brevemente quando coloquei a mão sobre
ela. Não porque quisesse ir embora, mas porque ainda tinha um pouco
de autopreservação, que estava levantando sua cara feia, me avisando
que eu estava brincando com fogo. Seu olhar sedutor me prometeu que
se eu escolhesse ficar, ele alteraria meu mundo e tudo que eu pensava
que sabia sobre ele. Ele prometeu me ensinar coisas das quais a
maioria se esquivaria, ou pelo menos as pessoas sãs fariam. Eu sabia
que ele era pervertido – pelo amor de Deus, ele dirigia a porra de um
clube de sexo e fazia bem. Provei só uma pequena amostra de seu lado
mais escuro e, ao invés de ficar com medo, fui curiosamente atraída
por ele. Eu queria ele. Fechei a porta, selando meu destino de boa
vontade. O que quer que nos unisse era inegável e eu não queria viver
sem descobrir o prazer que ele poderia me dar. Me virei para olhar para

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ele e o encontrei me observando com um olhar cauteloso, como se ele
esperasse que eu fosse embora ao invés de ficar com ele.
— Você deveria ter ouvido aqueles que te disseram para ficar longe
de mim, garotinha. — Ele sussurrou enquanto passava as mãos pelo
seu cabelo e seus olhos se encheram de desejo, sabendo que me tinha
à sua mercê.
— E por que isso? — Perguntei com uma faísca de atrevimento em
meu tom que disse a ele que eu não estava com medo dele ou do que
com certeza seria um despertar sexual que eu não iria esquecer.
— Porque vou virar você do avesso. Vou fazer coisas muito ruins
para você que vão ficar gravadas em sua psique para o resto da sua
vida. — Respondeu ele quando se moveu lentamente para a cadeira,
indo em direção a parede de vidro que eu já sabia ter vidro duplo como
painéis. — Venha aqui. — Ordenou e obedeci, me movendo lentamente,
quando observava se sentar na cadeira. Uma vez que eu estava na
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frente dele, ele girou o dedo.
— Que merda isso quer dizer? — Brinquei, sem entender o que seu
movimento do dedo significava. Eu não estava brincando de cachorro
com ele, se isso era o que significava. Considerando que eu tinha
testemunhado uma mulher beber fora de uma bacia do cachorro antes,
tudo era possível.
— Me mostre o que me pertence. — Respondeu ele, seus olhos
lentamente se movendo sobre a minha roupa. Virei rapidamente
quando o alívio passou por mim e ele sorriu. — Lentamente, Lena. —
Ele emendou com uma voz grossa.
Virei lentamente, me certificando de que era sexy e com arrogância
suficiente para atraí-lo, e uma vez mais encarrei ele de novo, o desejo
nu em seus olhos estava cheio de calor suficiente para derreter o vidro
atrás de nós. Comecei a me mover em direção a ele e ele levantou a mão
com um sorriso malicioso.

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— Se vire e toque na janela, doce menina. — Disse ele e meus olhos
ficaram grandes e redondos como pires. Olhei da janela, para ele, e
depois de volta para a janela com inquietação. — Não perguntei se você
queria, eu disse para fazer isso. — Sua voz era suave, mas falou com
autoridade.
Engoli em seco e olhei para ele de novo, encontrando seus olhos
cobertos com o desejo enquanto me observava. Oh, inferno. Eu sabia o
que estava acontecendo na outra sala, então não era como se a
devassidão fosse uma surpresa. Exalei e fiz o que ele pediu, observando
enquanto a sala entrava em foco. A sala estava muito mais lotada do
que eu esperava, alguns dos convidados estavam perdidos em êxtase,
enquanto outros se viraram quando a janela nos expôs.
— Venha a mim. — Disse ele, e quando me aproximei o suficiente
para ele me pegar, ele fez, me virando até que eu estava de frente para
a sala. Observei os foliões com curiosidade enquanto notavam o que a
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janela revelava, e muitos mais se viravam para nos observar. — Vê
alguém que você quer foder? — Ele perguntou e balancei a cabeça.
— Não. — Respondi sem hesitação. Tinha o que eu queria; eu estava
sentada em seu colo. — Eu tenho o que eu mais quero. — Sussurrei,
virando para olhar para ele.
Ele sorriu, mas não alcançou seus olhos.
— E amanhã se você descobrir que eu sou a porra de um monstro,
ainda vai me querer? — Ele perguntou e fiz uma pausa, sabendo que
ele estava pedindo por uma razão. Teve um significado oculto à sua
pergunta, e eu não tinha certeza do que era.
— Isso depende. — Respondi, olhando ele de perto.
— Depende do que, Lena? — Ele continuou com cuidado, pois seus
olhos assumiram um olhar cauteloso. Se eu não soubesse melhor, eu
diria que alguém feriu este homem. Seriamente. Eu não era o que ele

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tinha perdido há muito tempo. Não, alguém tinha fodido com ele; e,
feriu ele de alguma forma.
— Se crescer duas cabeças, porque você é mordaz o suficiente com
uma. — Brinquei, precisando ouvir ele rir.
Ele sorriu e balançou a cabeça.
— Eu não sou um cara legal. — Disse ele sério.
— Não pedi para ser lega. — Retruquei.
— Isso é provavelmente uma coisa boa, porque não tenho nenhuma
intenção de ser agradável esta noite. — disse ele quando puxou minhas
pernas e meus olhos se moveram de volta para as pessoas na sala que
nos assistir. — Olhe para eles. — Sussurrou enquanto me puxou de
volta, beijando meu pescoço. — Eles querem ver o que este vestido
reduzido esconde; devemos mostrar?
Eles estavam se aproximando, como que atraídos para nós por
alguma isca invisível. Senti sua mão enquanto ele puxava o corpete do
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vestido para o lado, expondo um peito. Um homem se aproximou, se
ajoelhando em frente à janela e acariciou seu pênis enquanto seus
olhos permaneceram entre as minhas pernas.
— Ele quer você, minha linda bruxinha. — Ele rosnou. — Devo
matar ele?
Pisquei para suas palavras. Matar? Ele não podia estar falando
sério; o cara estava só fazendo o que todo mundo estava. Simplesmente
não parece se importar com quem sabia que ele estava excitado com o
que estava assistindo desdobrar entre mim e Lucian.
— Por quê? — Perguntei, voltando os olhos para Lucian. — Talvez
não seja eu quem ele quer, mas você.
Lucian riu e balançou a cabeça.
— Olhe para o casal no canto direito traseiro.
Tinha uma mulher e um homem; os olhos da mulher estavam
trancados no meu peito nu que Lucian acariciou distraidamente,

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enquanto o homem trabalhava por trás dela, me vendo bem. Ele não
parecia estar prestando atenção à mulher que ele estava fodendo, mas
ele definitivamente estava prestando atenção em mim.
— Ele está transando com ela, desejando que ela fosse você. Ela
deseja que ela fosse você. — Sua voz era suave e uniforme. Seus dedos
se moveram para o meu mamilo, beliscando quando rolou entre os
dedos. Sua outra mão escorregou por baixo da minha calcinha, o que
fez com que o cara que estava ajoelhado na nossa frente perdesse o
controle. — É você que ele quer, Lena. — Murmurou enquanto eu
arqueava contra ele. — Um toque de sua boceta e ele não seria capaz
de segurar.
— Pensei que você disse que eu era só sua; parece mais que quer
me compartilhar com eles. — Choraminguei.
— Você é minha. Este sou eu mostrando o que eles nunca vão ter,
mostrando o que me pertence. — Sua voz era áspera, como cascalho.
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Eu não estava ouvindo; estava perdida em seu toque. Os outros que
se fodam. Eu queria ele enterrado dentro de mim. Ansiava por ser sua,
para ser ensinada o que eu sabia que só ele poderia me mostrar. Abri
as pernas ainda mais, ignorando a raspagem de tecido quando ele tirou
a calcinha fina com um simples puxão no laço delicado e expondo a
minha boceta aos olhos dispostos em toda a sala, mostrando
exatamente como eu estava molhada para o homem atrás de mim. Ele
estava mostrando a eles que eu lhe pertencia, e eu estava nem aí,
porque neste momento, eu era sua para ele reclamar.
O casal se moveu mais rápido, seus movimentos se apressando
enquanto observavam seu dedo deslizando através do caos entre as
minhas pernas. Eu gemia, indiferente se ouviram. Fui ousada, porque
eu sabia, sem dúvida, que ninguém me teria com esse toque. Ele
esfregou meu clitóris lentamente. Sua outra mão deixou meu peito para
expor o outro quando ele colocou beijos suaves no meu ombro. Seu

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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dedo empurrou para dentro, lentamente mergulhando dentro da minha
abertura.
Ele continuou a deslizar para o meu corpo com os dedos; a outra
mão deixou meu peito para segurar minha boceta aberta, expondo o
meu lugar mais íntimo para multidão que nos observava atentamente.
Acrescentou outro dedo, me forçando a mover os quadris para
acomodar, mas isso não foi suficiente. Ele soltou minha boceta e
levantou minha perna, movendo até que foi estendida sobre o braço da
cadeira. Ele fez o mesmo com o outro, tornando impossível eu fazer
qualquer coisa, mas colocou os dedos ainda mais fundo enquanto as
pessoas do outro lado da janela observavam.
Eu estava encharcada, excitada pelos outros enquanto transavam
em movimentos frenéticos enquanto nos observavam ter prazer. Ele
retirou os dedos, me puxou com mais força contra o peito e deslizou
minha bunda para uma posição melhor. Quando ele reentrou na minha
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boceta pingando, estava com três dedos e doeu quando forçou meu
corpo a se esticar.
Gemi e balancei os quadris, tentando aceitar, quando ele me
empurrou mais. Sua outra mão se moveu de volta para me manter
aberta, e ele pressionou mais profundo do que antes; gritei quando o
atrito começou a desvendar a bobina apertada na minha barriga.
— Você quer gozar com eles assistindo, não é, menina doce? —
Perguntou, dirigindo os dedos cada vez mais rápido enquanto me movia
em um ritmo constante. A umidade inundou minha boceta e ele usou
isso para sua vantagem. — Porra, você está pegando fogo. Muito
molhada para mim; você quer que eu te foda. — Rosnou quando mordia
minha orelha e eu senti direto onde os dedos bateram em mim.
Eu podia sentir meu corpo agarrando seus dedos, mesmo enquanto
queimava por ter sido esticado ao limite. Ele me desfez. Me tornou mais

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ousada do que jamais pensei ser; em seus braços, me tornei outra
pessoa.
— Você gosta de mim possuindo essa carne doce, expondo a eles
enquanto te estico para o que realmente quer... boa menina. — Ele
sussurrou quando arqueei as costas, permitindo que se aprofundasse.
Eu precisava dele para esfregar meu clitóris, ou inferno, até só tocar e
sabia que entraria em erupção como um vulcão em pânico, mas
também sabia que ele sabia quão perto eu estava de gozar. Meu corpo
estava apertando seus dedos, convidando a fazer o que quisesse. Ele
rosnou contra a minha orelha e o senti sorrindo contra a minha carne
quando ele se retirou da minha boceta, mostrando ao quarto a bagunça
que ele criou.
Foi quente pra caralho, observar seus olhos vidrados com luxúria,
sabendo que era a minha carne que eles queriam. Desejada. Foi uma
sensação poderosa. Entendi porque a mulher no palco gostava dos
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holofotes, mas eu não queria isso. Eu queria o homem que me fazia
sentir assim. Ele continuou a deslizar os dedos pela umidade
escorregadia, para excitação da multidão que estava apreciando sua
lenta tortura de minha boceta dolorida.
— Você não escolheu ninguém para foder, Lena, escolha. — Ele
provocou, quebrando através da névoa de felicidade que eu estava
ficando perdida.
— Sim, Lucian, escolhi você. — Respondi, observando um homem
se mover para a janela e me mostrar o dedo do meio, ou presumi que
era para mim que estava apontando o dedo do meio. — Qual é o
problema dele?
— Isso não era para você. — Ele cortou enquanto me pegava e me
colocava de pés abruptamente. Observei quando o cara começou a
bater na janela, com as mãos cobertas de sangue, o que causou pânico
na outra sala. Fui até a janela, observando enquanto ele continuava.

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— Lena, — Lucian grunhiu em advertência — se afaste dele. — Eu
continuei observando quando o homem desenhou símbolos estranhos
com sangue que foi manchado através do vidro.
Ele estava gritando alguma coisa eu cheguei ainda mais perto,
tentando ler os lábios já que eu não podia ouvir. Ele estava frenético, e
chateado com alguma coisa. Vi quando ele usou a cabeça para bater
na janela, o que me fez saltar quando Lucian agarrou meu ombro e me
virou para ele. Olhei para ele e depois voltei para o cara, mas ele tinha
ido embora, mas os símbolos que ele tinha escrito com seu sangue
permaneceu como evidência de sua presença.
— Você não deveria ter que ver isso. — Ele disse no meu olhar
perplexo.
— Para onde ele foi? — Perguntei.
— Não pergunte. — Ele disse quando me moveu em direção ao
pequeno balcão, que tinha um refrigerador de vinho sob ele. Ele tirou
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uma garrafa e abriu enquanto eu observava com curiosidade quando
ele me ignorava. Ele puxou para baixo dois copos do armário, serviu o
vinho, e entregou um para mim antes de olhar distraidamente para
além do quarto.
Lucian deve ter chamado alguém para levar o cara embora, eu tinha
certeza disso.
Como ele fez isso, eu ainda não tinha entendido; eu só sabia que de
alguma forma ele tinha. Uma das garçonetes estava limpando o sangue,
e quando ela fez, as pessoas se moveram de volta para o quarto. Eu
assisti Lucian, observando o que quer que os símbolos tinham sido,
eles o perturbavam, o que não era algo que eu pensei que veria.
— Você conhece ele. — Eu disse, e Lucian colocou seu copo na mesa
e me lançou um olhar frio que pretendia me fazer calar. — Não se
preocupe, Lucian. Sei que você não chegou onde está sendo generoso
ou fazendo amigos. Comprou o negócio da família dele também?

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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Seu rosto mudou, suavizou, e ele sacudiu a cabeça.
— O mundo é um lugar cruel, Magdalena, mas afinal, você sabe
disso melhor do que a maioria das pessoas.
— Eu estou molhada. — Eu disse enquanto sentia o ar frio quando
ele soprava por uma abertura próxima. Eu queria voltar ao que Lucian
estava fazendo comigo antes que o idiota arruinasse minha diversão.
— Esta abertura é boa. — Sorri e sua boca se contorceu. — Você é
péssimo em dar lições. Da próxima vez, deixe os malucos do lado de
fora do clube de sexo.
— Eu não sou péssimo em dar lições, Lena, as suas ainda nem
começaram. — Ele anunciou e acenou para o meu copo de vinho. —
Beba, enquanto vou cuidar dos negócios, e não deixe que ninguém
entre nesta sala.
— Nem mesmo a garota que serve? — Perguntei e ele riu. —Aposto
que ela poderia me ensinar muito sobre coisas boas, como onde você
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esconde o bom vinho.
— Nem ela. — Ele murmurou distraidamente enquanto se movia em
direção à porta e se virou para olhar para mim. — Lena, quando você
sair daqui amanhã, você terá uma nova definição de bom.
— Acho melhor eu trabalhar em uma nova palavra para ela, então?
— Já volto; espero que você esteja nua e na cama quando eu voltar.
— Mandão; talvez eu quero que você tire minha roupa? — Eu
respondei com um olhar atrevido.
— Você planeja usar esse vestido de novo? — Ele perguntou quando
abriu a porta, e eu abri minha boca, pensei melhor e fechei. — Então
tire, porque do jeito que eu estou, ele não vai terminar sendo só uma
peça quando eu remover do seu corpo sexy.

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CAPÍTULO TRINTA E TRÊS


Eu estava na cama enquanto Lucian dirigia o clube. Isso eu estava
disposta a fazer; mas, eu não poderia me despir com todas aquelas
pessoas na sala do outro lado da janela. Me senti vulnerável sem
Lucian, desprotegida. De alguma forma, deixar Lucian me acariciar e
mostrar minhas partes à multidão parecia tudo bem, desde que ele
estivesse lá. Eu não tinha certeza se era da queimadura do feitiço da
colheita, ou se era só ele abaixando minhas inibições que foi o motivo
que deixei ele fazer o que queria. Meus olhos se voltaram para o casal,
que estavam de volta no seu canto e me observando de perto, quando
tinham assumido que eu estava indo dar um outro show. Ela mudou
de posição, e meus olhos se voltaram para onde seus corpos estavam
unidos. Seus dedos lentamente esfregaram seu clitóris e mesmo que eu
sabia que deveria, eu não tirei o olhar deles.
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Pulei quando a porta se abriu e Lucian entrou, seus olhos se
moviam sobre mim e depois para a sala do outro lado do vidro. Pararam
em Elaine antes de passar por mim quando ele andou até a janela e a
tocou. Soltei um suspiro que não tinha percebido que estava segurando
quando o vidro transparente mudou para uma superfície espelhada.
Senti um alívio com a concessão de privacidade da multidão de
voyeurs. Ele também me permitiu ignorar o fato de que sua ex estava
na sala também.
— Você não está nua; estou achando que você não gosta tanto deste
vestido quanto eu achava. Pena, você parece tão linda nele.
— Está frio aqui sem você. — Menti. Não estava frio; na verdade, o
feitiço estava fazendo cada parte de mim queimar e alguns lugares
estavam pulsando desconfortavelmente. Ele se moveu para a cadeira e
me deu um sorriso um pouco divertido.

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— Está prestes a ficar muito quente, Lena; agora tire a porra da
roupa. — Ordenou quando virou a cadeira e sentou nela enquanto seus
olhos me desafiavam a desobedecer.
— Me obrigue. — Respondi, sem saber por que queria que ele me
despisse, mas fiz. Sai da cama quando ele se levantou, seus olhos
observando cada movimento minúsculo que fiz. Ele era o caçador, e eu
era sua presa. Caminhei ao redor da cama, usando para me manter
longe dele.
— Você não sabe o quanto eu quero te foder, bruxinha, ou quanto
quero te ouvir gritar, ou você não estaria me provocando. — Ele disse
com voz rouca.
— Isso deveria me assustar? — Ri e corri para longe dele enquanto
ele se movia ao redor da cama. — Você intimida todas, não é? —
Continuei, de forma imprudente. — Sabe que não pode me assustar.
— É mesmo? — Ele perguntou quando algo se moveu por trás de
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seus olhos e seu sorriso era predatório. Caminhei para a direita antes
que ele se equilibrasse, mas não fui rápida o suficiente. Num minuto
eu pensei que tinha conseguido, e no seguinte eu estava pressionada
contra a parede com as minhas mãos presas firmemente acima da
cabeça e minhas pernas enroladas na sua cintura. Seus olhos
sorriram, embora seus lábios não. — Peguei você. — Ele rosnou antes
de me permitir deslizar para baixo em seu corpo, se certificando que eu
percebesse o quão duro ele já estava enquanto pressionava sua ereção
contra minha barriga.
— Então você pegou. — Sussurrei enquanto mastigava meu lábio
inferior. — O que acontece agora? — Perguntei enquanto sentia a
fogueira que ele tinha criado dentro da minha barriga apertada.
— Agora vou reivindicar o que é meu. — Ele abaixou sua boca para
meu pescoço e beijou minha pulsação batendo rápida e suavemente.
— Com medo de mim agora, bruxa?

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— Aterrorizada. — Respondi sem fôlego, enquanto sentia suas mãos
se movendo para a beira do meu vestido.
— Você deve estar. — Respondeu ele quando levantou o vestido,
revelando minha nudez aos seus olhos gananciosos. — Até o momento
que eu te reivindicar; você não será nada mais do que uma bagunça
tremendo. — Ele me empurrou contra a parede e me beijou. Quando
sua boca esfomeada devorava a minha, ele me pegou e me levou para
a cama, puxando sua boca da minha e me jogou sobre ela. — Tire os
sapatos. — Pediu e me sentei para remover junto com as meias,
sentindo uma onda de incerteza no que eu estava prestes a fazer.
Este homem era selvagem, mandão, e um idiota sincero quando
queria ser. Admitiu que não era um cara legal, e não se preocupa com
muita coisa. Ele poderia ter qualquer garota neste lugar e me queria.
Isso me fez parar, sabendo que sua ex estava no outro quarto, linda
como uma boneca de porcelana; e ele me queria, por quê?
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— Pare com isso. — Ele rosnou quando pegou no meu rosto, o que
provavelmente tinha se transformado em uma carranca. — Pare de
pensar esta noite, Lena, simplesmente esqueça esta noite. Você não
pode mudar o que aconteceu.
Ele pensou que eu estava pensando sobre o Despertar. Ele achava
que minha carranca era sobre isso, por não ter sido selecionada. Eu
deveria ter deixado ele assumir que era este o problema, mas não fiz.
— Por que eu? Você poderia ter qualquer pessoa neste lugar, e ainda
assim você me quer.
— Porque, Lena, ninguém tem a mesma luz em seus olhos. Um
pouco de sol misturado com um monte de furacão. A maioria dessas
mulheres por aí? Elas não dão a mínima para ninguém, nem a si
mesmas, mas você faz. Você é uma flor do caralho em uma zona de
guerra, que cresce intensamente, mesmo no meio do caos e da

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destruição. Você é diferente dos outros; é uma lutadora. Você brilha de
dentro para fora, e isso não é algo que pode ser comprado ou falsificado.
Lágrimas encheram meus olhos e balancei a cabeça, me recusando
a deixar cair.
— Eu não sou toda brilhante. — Argumentei.
— Não? — Ele perguntou quando começou a tirar a camisa. — Estou
cercado por pessoas bonitas todos o caralho os dias e tantos quantos
existem, eles não são nada mais do que criaturas patéticas vazias e
rasas. Você é a segunda mulher na minha vida que eu já realmente me
importei, e odeio me importar, Lena. Eu não deveria me preocupar com
você, porque eu trabalho muito duro para permanecer separado dos
que me rodeiam. Mas, você entrou aqui com aquele vestido sexy pronta
para uma foda, e todos os outros empacam sob a beleza que escapa de
dentro de você. E você chutou para fora a menina que serve as bebidas;
porque você quer alguém tão fodido e torcido como eu pra te ensinar
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como foder. — Ele bufou. — Quão fodido é isso?
— Acho que você precisa de óculos. — Eu ri.
— Talvez você precise de óculos. — Ele respondeu quando se desfez
de suas calças e meus olhos se agarraram ao seu pênis enorme, uma
vez que saltou livre do confinamento de suas calças.
— Não, os olhos trabalham um pouco demais. — Sorri. Engoli em
seco quando nivelei a ele, observando que ainda pendia para a direita,
mesmo quando duro. — Não acho que se encaixe dentro de mim. Essa
coisa é enorme. — Empalideci quando os meus pensamentos saíram
da minha boca não filtrada.
— Vai se encaixar. — Respondeu com um sorriso arrogante quando
se moveu para cama e me empurrou para baixo abruptamente, usando
seus olhos para me manter lá já que me tinha onde queria. — Em todos
os lugares. — Grunhiu, tendo a certeza que entendi o que ele quis dizer
com todos os lugares.

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— Tem certeza disso? — Sussurrei, perdendo a bravata e sentindo
o calor começar a girar dentro de mim, como um vórtice. — Eu estou
pensando que pode ter um problema recebendo em mim.
— Positivo. Preciso que me diga se está tomando anticoncepcional?
— Ele continuou quando espalhou minhas pernas, tendo um olhar na
minha umidade, criada por ver seus olhos me inspecionado.
— Sim. — Sussurrei. — Eu te disse; sem bebês bonitos.
— Isso que você fez, também me lembro de você me mandando ir ter
bebês bonitos. — Ele sorriu como se tivesse alguma piada interna que
só ele sabia quando abaixou a boca e beijou o interior da minha coxa
antes de fazer o mesmo com outro lado.
— Nenhum bebê. — Eu soluçava enquanto deixei minhas pernas
desmoronarem, quando senti ele sorrir contra a minha coxa. — E
quanto a doenças? — Perguntei, esperando que eu não arruinasse seu
humor, mas o homem tem um clube de sexo. Era uma pergunta válida.
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Ele riu com a voz rouca quando seu olho foi iluminado com riso.
— Confie em mim; não posso transmitir ou pegar nada. Estou
protegido contra doenças sexualmente transmissíveis; pense nisso
como um repelente DST sobrenatural.
— É bom saber. — Respondi enquanto sua boca tocou a minha
carne de novo, me fazendo esquecer qualquer coisa, mas não o que ele
estava fazendo.
— Bom, porque não quero nada entre nós quando te faço minha. —
Ele beliscou minha coxa, puxando um grito surpreso de mim. —
Brinque com sua boceta, Lena. — Ordenou, e sem um segundo
pensamento movi a mão para me esfregar no lugar onde eu queria ele.
Meus dedos se moviam através da umidade que ele tinha criado e meus
olhos se moveram para sua forma de calor acumulado em seus olhos
de meia-noite. Sua mão subiu e capturou a minha, empurrando com
força contra minha boceta, puxando um gemido de meus lábios

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entreabertos. Seus olhos se moveram para onde nossas mãos
trabalhavam na minha carne inchada, em seguida, levantou a minha
enquanto eu observava a sua. — Maldição, mulher, eu não tenho
certeza se posso esperar para foder sua carne doce.
— Então não espere. — Sussurrei e vi quando ele sorriu.
— Se o idiota da tatuagem estava sentindo o que estou com a ideia
de encher essa carne doce, não é de admirar que ele não tenha durado
mais do que um maldito minuto. Na verdade, sinto muito por esse
idiota. Tenho certeza de que seu corpo tentaria um maldito santo a se
tornar um pecador.
— Você fala demais. — Respondi e ele grunhiu. Empurrou minha
mão e empurrou seus dedos dentro de mim, me enchendo até que eu
pensei que eu explodiria.
— Use; preciso de você molhada e esticada para que eu caiba dentro
de você. — Ele ordenou. Ele se moveu para perto de mim, o que enviou
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os dedos mais fundo, num movimento calculado que era para me fazer
sentir mais eles. — Mova seus quadris, foda meus dedos para mim,
Lena, me mostre o que você pretende fazer para o meu pau quando eu
reclamar a sua boceta. — Seus olhos observavam o que eu estava
fazendo com uma intensidade e uma fome enorme; e segui a sua
liderança, clamando quando o observei puxar os dedos para fora antes
de empurrar de volta mais fundo. Músculos que eu nem sabia que tinha
queimavam com a sua invasão.
Sua boca encontrou a minha e seus dentes roçaram meu lábio antes
que ele pegasse o de baixo e agarrasse. A dor passou por mim, indo
direto para onde seus dedos trabalhavam na minha boceta. Ele o
soltou, apenas para fazer de novo até que eu estava montando seus
dedos com uma pressa febril.
— É isso aí, boa menina. Venha para mim, Lena, me mostre o
quanto esta boceta quer ser fodida por mim. — Ele incentivou e abaixou

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a cabeça para beliscar meu mamilo, sugando a carne enrugada entre
os dentes.
Explodi, arqueando as costas para fora da cama, sussurrando
maldições enquanto meu corpo detonava e se espatifava enquanto ele
continuava a mover sua mão e seu polegar continuava se movendo em
um padrão circular contra minha protuberância macia.
— Caramba, você é tão apertada. Uma boceta tão gananciosa. —
Sussurrou enquanto continuava me foder com os dedos, permitindo
que o orgasmo continuasse até que eu estava tremendo e gritando seu
nome.
No momento em que os tremores diminuíram, eu esperava que ele
ficasse por cima, mas nada era tão fácil com Lucian. Ele sorriu
enquanto me observava recuperar a visão e sussurrei seu nome.
— Pronta para aprender que maluco, aberração distorcida, eu
realmente sou, menina doce? — Ele rosnou com um sorriso que me
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enviou um arrepio na espinha.
Balancei a cabeça, observando quando ele subiu na cama até que
seu pênis estava perto o suficiente para me beijar, e parou. Seus olhos
me viram quando ele empurrou contra meus lábios, me obrigando a
abrir e levá-lo na boca. No momento em que eu o tinha ali, forçando
meu queixo para levá-lo ainda mais, com a mão em volta do meu
pescoço, aplicando uma suave pressão enquanto se retirava da minha
boca. Seus olhos estavam trancados com os meus, o que percebi que
era à sua maneira de julgar se eu poderia lidar com o que ele estava
fazendo. Quando eu não me afastei, ele cresceu mais áspero, aplicando
mais pressão quando seu pênis empurrou mais profundo entre meus
lábios. Eu gemia e tentei abri meu queixo ainda mais, mas era doloroso,
seu pau era grosso demais para minha boca. Queimou, e eu não estava
recebendo ar suficiente nos pulmões, e nós dois sabíamos disso. Ao

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invés de se retirar; ele empurrou ainda mais à medida que mais pressão
foi aplicada contra a minha garganta.
Eu não conseguia respirar. Minha vida estava em suas mãos. Seus
olhos ficaram encobertos enquanto observavam os meus, aproveitando
o momento em que descobri o quão fodida eu estava, se ele decidisse
aumentar a pressão. Ele empurrou mais fundo e sua mão apertou. Eu
trouxe minhas mãos até as dele, e seu aperto aumentou até que pensei
que meu pescoço fosse quebrar.
Mudei a mão para o meu próprio sexo, o que atraiu seus olhos para
o que eu estava fazendo comigo. Sua mão liberou a pressão e ele puxou
o suficiente para que eu pudesse respirar. Seus olhos se moveram para
os meus e ele esperou. Para quê, eu não tinha ideia.
Quando ele não se moveu, movi a cabeça para tomar ele de novo.
Isso fez seus olhos se arregalarem de surpresa, e ele fez uma pausa,
como se não pudesse acreditar que eu estava nisso. Eu não estava,
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mas com minha mão trabalhando minha própria necessidade crescente
e seus olhos nos meus, eu estava. Seus dedos tocaram meu pescoço e
ele sorriu ao aplicar uma leve pressão, o suficiente para que nós dois
soubéssemos que ele estava totalmente no controle.
Sua outra mão se afastou e deu um tapa forte na minha boceta, o
que arrancou um gemido de mim que foi sufocado enquanto seus
quadris avançavam, usando minha distração como vantagem. O tapa
tinha enviado um choque de dor direto para o meu centro, que ele
esfregou em prazer enquanto me observava tentar tirar ainda mais
dele.
Não tinha habilidade nos meus movimentos, só uma necessidade
desesperada de agradá-lo como ele me agradou. Ele sorriu enquanto
movia meu cabelo para longe de onde ele tinha caído no meu rosto
enquanto eu chupava descaradamente seu pau. Ele empurrou e então

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se retirou. Eu trouxe a mão até minha garganta enquanto ele
observava, e algo frio espreitou brevemente em seus olhos.
— Eu machuquei você?
— Um pouco. — Respondi.
— Mas ficou excitada, saber que eu tinha sua vida em minhas mãos.
— Sim. — Respondi.
Ele sorriu e acenou com a cabeça enquanto se movia entre as
minhas pernas. Ele não pediu permissão, nem perguntou se eu estava
pronta, antes que começasse a devorar minha carne. Observei por um
momento, até que ele estendeu a mão; a garrafa de vinho que foi
esquecida no balcão navegou através do ar e em sua mão. Ele derramou
algumas gotas sobre meu sexo e meus olhos se arregalaram enquanto
assisti ele lamber e saborear enquanto seus olhos se encontraram com
os meus. Ele derramou um pouco no meu umbigo e logo após sorveu
ruidosamente o líquido que me fez rir. Ele continuou a avançar, até que
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estava boca a boca comigo, mas não me beijou, ao invés disso ele
empurrou seu dedo na ponta da garrafa e trouxe para os meus lábios,
traçando com o vinho enquanto eu observava sua reação para o que
estava fazendo para mim.
Ele me beijou enquanto soltava a garrafa, enviando ela de volta para
o lugar de onde veio. Seu beijo era forte, exigente, e dei a ele, sabendo
que estava reivindicando a sua posse. Seu dedo acariciou minha carne,
enquanto a outra mão segurou meu queixo. Quando ele me soltou, eu
assisti ele se mover entre as minhas pernas.
Ficou ali sentado, olhando para o meu corpo quando esfregou o
pênis contra minha abertura, me provocando. De vez em quando, ele
batia no meu corpo nu com ela, para ver como eu respondia à dor. Ou,
ele usaria a mão para dar um tapa na minha boceta, que logo depois,
beijava até me dar mais prazer. Ele fez isso por um tempo,
ocasionalmente grande, empurrando a ponta do seu pênis em minha

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abertura, só para puxar e para continuar a sua marca brincando
comigo. Quando finalmente se ajustou entre minhas pernas, senti um
medo subindo espinha enquanto se preparava para me reclamar.
— Isso vai doer, porque você é muito apertada. Não tem como fazer
isso mais fácil para você, nem que eu quisesse; assistir a sua dor é
intoxicante. — Ele disse quando se inclinou e me beijou suavemente,
como se não pudesse ter o suficiente dos meus lábios.
— Quero ouvir você gritar quando eu destruir essa boceta apertada.
— Admitiu ele. — Realmente espero que não esteja esperando que eu
seja gentil, porque não tenho planos de fazer isso. Pretendo foder com
tanta força que você vai sentir isso por dias, e cada vez que essa boceta
doer, você vai saber exatamente a quem pertence. Cada vez que se
mover, vai pensar em mim. Vai se molhar só de pensar nisso. Sua
boceta vai ficar vermelha e dolorida, e no momento em que começar a
esquecer que foi possuída, vou te lembrar.
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— Lucian. — Rosnei enquanto ele me posicionava, trazendo minhas
pernas até a cintura, e me incentivando a envolvê-las em torno da parte
inferior de suas costas, o que inclinou minha bunda e lhe daria acesso
profundo, uma vez que ele estava ali; me empurrei contra seu pênis,
que estava descansando contra a minha abertura. — Só cale a boca e...
ah!
Gritei quando ele avançou e meu corpo estremeceu violentamente
com todo o seu pênis sendo de repente enterrado dentro de mim. Meu
corpo queimou, e eu arqueei e me esforcei para ficar longe da intrusão.
Seu pênis me dividiu em dois e lágrimas caíram dos meus olhos
enquanto eu gritava e me esforçava para me recompor através da dor.
Não teve nenhum aviso, e sua entrada em meu corpo foi violenta. Eu
senti os músculos queimarem as terminações nervosas quando ele se
empurrou para dentro de mim. Mesmo que ainda permaneceu quieto,

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seus músculos incharam quando a restrição foi levando a ficar quieto
enquanto meu corpo se ajustava para seu tamanho.
Lutei para ficar longe dele. Aquela coisa era a porra de um monstro,
e meu corpo estava rejeitando violentamente. Não foi até eu chorei e
balancei a cabeça, tentando fazer ele parar isso que sua mão
escorregou para o meu clitóris e começou a trabalhar um turbilhão de
sensações e fiz uma pausa na minha luta para fugir.
— Isso não foi bom. — Sussurrei quando também comecei balançar
os quadris para trabalhar ele para dentro de mim. Ele ainda ficou
quieto, embora eu soubesse que estava tomando um inferno de esforço
de sua parte.
Assim que eu tinha ganhado alguma parte da mente de volta, ele
finalmente começou a se mover. Moveu lentamente no início, seus
olhos observando os meus quando uma dor misturava com o sussurro
doce do prazer. Meu corpo continuou a luta para expulsar o seu pênis
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enorme dele, assim quando o prazer tomou conta e eu balançava meus
quadris com cada impulso, precisando mais dele. Ele continuou
ganhando velocidade até que eu era incapaz de fazer qualquer coisa,
além de aceitar o que ele estava fazendo comigo. Comecei a combinar
cada impulso seu com um dos meus próprios, até que meu corpo estava
perdido na dança de prazer. Eventualmente, parei de me mover e só
senti ele. A maneira como ele controlava cada impulso... cada um
calculado quando empurrava contra a zona de prazer dentro de mim.
Eu não podia mais dizer onde ele terminava e eu começava. Não
importava. Ele estava criando uma tempestade dentro de mim que
estava crescendo fora de controle.
Ele se inclinou sobre mim, beijando os meus lábios quando um
gemido escapou dele, e o enviou mais profundo em meu corpo. Eu
rebolava descontroladamente assim como chorei da bela tempestade
que ameaçava devastar o meu mundo. Seus dentes apertavam com

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força contra meu lábio, puxando sem liberar quando ele martelou seu
pênis em minha carne. Ele gostava de ouvir os meus gemidos de dor ao
mesmo tempo que foi transformado em prazer de onde estava
aniquilando a minha carne lisa.
Eu nunca tinha pensado que poderia querer dor com prazer; não
deveria ser uma combinação intoxicante, mas com ele, simplesmente
era o certo. Ele gostava de dar dor enquanto servia do prazer também,
e me encontrei querendo, precisando dele. Foi lindo e explosivo. Seu
pênis estava me destruindo, assim como ele prometeu. Ele me esticou,
me encheu e eu precisava de mais.
Ele não parou de me foder, mas suas mãos e boca acrescentaram
mais dor ao prazer. Dentes pastavam a carne, beliscado, quando as
mãos beliscavam, e dava um tapa, e esfregava até que a combinação
foi demais. Explodi ao redor de seu pênis, gritando violentamente
enquanto ele continuava a me foder duro. Estrelas e luzes irromperam
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por trás das minhas pálpebras, assim quando ele exigiu que eu abrisse
meus olhos para olhar para ele.
Fiz o que ele mandou, seus próprios olhos trancados com os meus
quando ele balançou os quadris, continuando os orgasmos que fizeram
a terra tremer como se ele tivesse o controle de estender. Músculos
preso lutavam contra cada impulso violento, até que seus músculos
ajuntados e seu estômago apertou e ele jogou sua cabeça para trás e
soltou um rugido gutural quando derramou o gozo do seu pênis dentro
de mim.
Ele não tinha terminado ali; depois que tinha me levou, se tornou
uma obsessão. Ele me virou e me levou por trás, usando minhas pernas
como alavanca, mantendo separadas para chegar a lugares que foi
incapaz de chegar na outra posição. Ele sugou minha carne cor de rosa,
beijando ela antes que me fodesse uma e outra vez, até que eu não
passava de uma bagunça gemendo e chorando de prazer.

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Quando pensei que ele tinha o suficiente, ele levou mais. Quando
pensei que não poderia lidar com mais, ele me provou o contrário, até
que caímos na cama juntos. Mas ele não tinha terminado; já estava
endurecendo dentro de mim de novo. O homem era insaciável, e me
colocou num giro totalmente novo de vício. Eu estava viciada, e nunca
pedi para parar, nem mesmo quando eu estava dolorida e inchada em
torno de seu pênis pelos abusos côncavos da foda.
— Caralho, minha. — Ele rosnou.
Sorri para ele quando senti algo dentro de mim se encaixando. Meu
estômago queimava dolorosamente e gemi quando o calor invadia
minhas entranhas. Tremi quando ele começou a se mover dentro de
mim, segurando minhas pernas para mais.
Sussurrei seu nome, sabendo que tinha algo errado. Era como se
algo dentro de mim estivesse se desbloqueando, e então uma onda de
poder passou por mim, forçando meu corpo a estremecer de dor. Fechei
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meus olhos contra a dor e foquei no prazer. Quando eu o deixei
continuar, meu corpo se moveu com o dele em uníssono, como
combinações perfeitas que foram forçadas juntas.
Depois de me levar ao limite mais algumas vezes, fechei os olhos,
mas precisava beber algo antes de me permitir dormir. Tinha certeza
de que ele tinha torcido cada gota de água do meu corpo. Sentei quando
ele se afastou de mim e meus olhos se fixaram na janela que não era
mais um espelho, mas transparente, com visão total da sala agora
lotada que nos observava. Eu podia ouvir e ver eles, e na frente do
grupo estava Elaine, com um sorriso malicioso no rosto. Sua mão
estava pressionada contra a janela, seus olhos exultantes quando as
pessoas começaram a aplaudir o que acabaram de testemunhar... nós.
— Oh meu Deus. — Sussurrei enquanto eu olhava para os rostos
daqueles que continuaram a aplaudir Lucian.

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— Spyder. — Lucian rosnou, e o homem parecia vir do nada e
deslizou a mão sobre a janela, fechando. — Lena. — Lucian falou, seus
olhos se tomando numa cor cinzenta.
— Era para ser entre nós, não eles. — Respondi por meio de um
soluço quando a realidade me atingiu. Eu não tinha dito a ele, que
podíamos ser vistos, porque eu não queria ser parte de um espetáculo.
Me senti violada. O que aconteceu na semana passada não me fez
sentir tão violada quanto o seu ato cruel fez. Uma lágrima caiu do meu
olho e me virei para olhar para ele. — Você sabia?
Eu já estava de pé me vestindo. Seus olhos ficaram frios quando
assistiu eu me retirar dele. Seu silêncio era ensurdecedor, e me deu a
resposta que eu precisava. Ele pode não ter sido o único a permitir que
disso acontecer, mas tinha que saber que estávamos sendo observados.
— Eu não sabia que ela fez isso, Lena. Eu estava um pouco
distraído, com você! — Ele estalou e me virei para ele com um olhar
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zangado.
— Essa cadela não tinha direito de mostrar isso! — Gritei apontando
meu dedo no vidro, e ele quebrou.
Fiquei ali, olhando para os pequenos pedaços de vidro quando eles
caíram no chão. Olhei para o meu dedo e balancei a cabeça. Lucian
agarrou meu pulso dolorosamente e se engasgou com o símbolo celta
para um novo começo que foi levantado no interior do meu pulso. —
Impossível — Eu soluçava. Era a marca das bruxas recém-despertadas,
ainda no primeiro ano ao receber seus poderes. Foi a marca que
significou o início do nosso novo começo quando nós tomamos o nosso
lugar no Coven.
— Acho que você não foi a única que foi enganada ou teve seus
direitos violados esta noite, bruxa. — Ele zombou. — Eu disse a você e
o Coven que eu não estava interessado em participar em qualquer um
dos eventos da colheita. Ou será que eles planejaram isso desde o início

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para mandar você para mim para ser obrigado a manter o meu negócio
na cidade? E você, está mesmo no controle de natalidade, porra, ou o
que você acabou de dizer para me convencer de que não ficaria grávida?
Foi tudo um ato? Nada além de mentiras?
Eu tremia de raiva.
— Você viu, Lucian, sabe muito bem que não fui selecionada e eu
estava aqui com você ao invés de estar na colheita...
Se estivesse realmente só sugerindo que eu era parte de um plano
de merda para roubar a porra do seu esperma? Eu não queria isso! Eu
não queria estar grávida.
— Vai se foder, Lucian. Vai se foder por pensar que eu poderia fazer
algo tão baixo...
— Saia. — Ele pediu, me interrompendo quando se afastou de mim
e começou a se vestir.
— Vai se foder, idiota. — Rebati enquanto tudo crescia dentro de
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mim. Eu não conseguia acreditar, depois que algo tão lindo tinha
acontecido, que ele seria tão estúpido em pensar que eu roubaria uma
criança. Merda, Helen faria, mas eu? Nunca. Isso era baixo, e era
complicado para ele dizer algo assim. Sem mencionar que ele disse isso
na frente de uma sala cheia de estranhos.
— Não, eu fodi você, Lena. — Ele murmurou enquanto corria os
dedos pelos cabelos.
— Que pena que você só foi bom, idiota. — Eu gaguejava enquanto
puxava o vestido, observando o fogo aceso em seus olhos quando disse
a palavra que ele tinha prometido erradicar do meu vocabulário. Não
me preocupei com os sapatos, só agarrei eles e minha bolsa de onde
tinha deixado cair mais cedo e tirei as chaves quando ignorei o fato de
que tínhamos a porra de um público, ou; que ele me seguia enquanto
marchei com raiva pelo seu clube estúpido.

By Amelia Hutchins
PLAYING WITH MONSTERS 01
PLAYING WITH MONSTERS 01
As pessoas paravam para nos observar enquanto caminhávamos
pelos quartos tensamente, e eu esperava que algumas delas não
estivessem lá para minha absoluta humilhação nas mãos da sua ex-
puta. Não parei até que eu estava lá fora e me movendo em direção ao
carro. A linha Ley me parou quando senti outra onda de poder sacudir
por mim. Virei para encontrar Lucian me observando, vestido com nada
além de seu estúpido jeans perfeito. Senti lágrimas quentes se
formando em meus olhos e me virei e fui em direção ao carro. Cheguei
na metade do caminho antes de um cara bêbado me interceptar e me
empurrar contra o carro. Sua mão rasgou meu vestido, e antes que eu
tivesse a chance de responder, Lucian tinha ele no chão e estava
cravando o punho no rosto do cara.
— Lucian! — Chorei enquanto tentava salvar o bêbado de se tornar
um dispositivo elétrico no pavimento. — Pare. — Continuei até que seus
olhos se voltaram para mim com uma frieza que eu nunca tinha visto
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antes. Me afastei, me separei dele, e abri a porta tão rápido quanto
podia, e mesmo com as mãos cerradas eu poderia virar a chave, em
seguida, entrei no Baby. Bati a porta e coloquei o cinto de segurança,
virando a chave na ignição, em seguida, ligando o motor e saindo de
perto dele, me recusando a olhar para trás.
Eu tinha razão; eu deveria ter só me encolhido em uma bola de
merda e chorado até dormir. Ao invés disso, fui escolhida para o
Despertar, e de alguma forma, acabei com os meus poderes. Tinha algo
muito errado. Limpei com raiva as lágrimas que caiam dos meus olhos
e tentei esquecer o que aconteceu.
O sexo com Lucian foi tudo o que eu queria que fosse, e então o que
deveria ter sido uma coisa particular tinha terminado por ser um show
para todo o seu clube de merda, e ele não tinha visto nada de errado
com isto. Inferno, talvez ele tivesse planejado que fosse exatamente
isso, seu show. O barman tinha mencionado que Lucian faz esse tipo

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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de coisa, mas eu estava muito ansiosa para fazer o que eu estava
segurando fora, e talvez eu tivesse merecido isso.
Eu não era a porra de uma puritana, mas o momento íntimo
mostrando a alguém sem sua permissão era errado. Então, por que
diabos eu não deveria ter ficado com raiva? Ou estado mais chocada
em ser a estrela do caralho daquele show? Tudo o que eu tinha dito foi
transmitido para aqueles lá fora no vidro. Balancei a cabeça, empurrei
um CD e apertei o pedal do acelerador. Foi feito, e a dor dentro de mim
estava crescendo ainda mais; eu precisava me concentrar nela ao invés
de algo que eu não poderia arrumar. Sai da rodovia para a estrada que
levava à abadia e para a minha família e as pessoas que podiam ter as
respostas.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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CAPÍTULO TRINTA E QUATRO
Entrei para dentro da abadia numa confusão de emoções. Meu
cérebro tinha se desligado, enquanto meu corpo ainda estava dolorido
e precisando de mais do que Lucian tinha feito a ele. Não foi o
suficiente; eu já estava doendo para a próxima rodada, e o ardor e o
latejamento tinha começado de novo. Eu era uma idiota. Descobrir que
o nosso tempo juntos foi transformado em uma exposição, ao mesmo
tempo descobri que eu tinha meus poderes depois de tudo era mais do
que eu poderia suportar e, honestamente, me assustou mais do que eu
jamais acreditei que poderia ser. Isso machuca. Ele nem mesmo estava
chateado, e ele deveria estar. Quem se importava se o idiota dirigia um
clube de sexo, eu não era uma das garotas que me inscrevi para estar
no palco, e foi exatamente onde eu terminei esta noite.
A abadia foi iluminada brilhantemente e eu lentamente fui até a
367 porta, odiando que eu não tinha calcinha, e eu tinha a certeza que eu 367
podia sentir o cheiro de sexo saindo dos meus poros. Meu cabelo estava
uma bagunça, e cada passo em direção à abadia doía pra caralho. Eu
estava crua, inchada e ele definitivamente fez com que eu estivesse
assim. Ele estava certo; com cada passo que eu dava me lembrei de
estar com ele. Suspirei.
Tentei empurrar a porta, só para encontrar bloqueada. Usei o
batente de ferro fundido e esperei; quando a porta abriu, entrei para
dentro, segurando meu estômago enquanto fiquei cara a cara com
Helen que me proibia de entrar mais longe do que o limiar. Eu quase
gemi, mas escondi.
— Preciso de ajuda. — Anunciei, mostrando meu pulso.
— Sua pequena vagabunda. — Ela rosnou, veneno escorrendo de
cada palavra.

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— O que disse? — Perguntei, mas seus olhos correram sobre mim
com ódio, e não tinha como negar que fui fodida: minhas pernas
estavam vermelhas em lugares de onde suas mãos tinham me mantido
à parte, e algumas áreas já estavam com contusões. Eu cheirava a seu
aroma, que pessoalmente apreciei na maior parte do tempo, exceto
agora; agora eu estava louca.
— Você é igualzinho à sua mãe. — Ela continuou, seu desdém pela
minha família bem claro no seu tom.
Eu estava prestes a responder quando minha mãe entrou na sala,
com os olhos selvagens de alívio quando ela me olhou. Então Kendra
entrou no quarto, seus olhos se estreitaram em meu vestido, e ela
sorriu quando juntou tudo.
— Mãe. — Sussurrei mostrando o pulso, o que fez seus olhos se
arregalam com medo. Senti meu interior revirar firmemente enquanto
eu observava a cor fugir de seu rosto.
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— Oh, Lena. — Ela sussurrou enquanto ela balançou a cabeça. —
Não…
— O que? É bom, eu tenho meus poderes. — Respondi à medida
que mais pessoas entraram na sala. Notei que alguns ainda pareciam
amarrotado de sua própria celebração da colheita, mas os anciãos me
olharam como se tivesse algo errado comigo. Não deveriam ficar feliz
por mim?
— Ela não foi selecionada pelos antepassados, o que significa que
ela está na escuridão! — Helen gritou, como se estivesse com medo das
pessoas no município mais próximo não fossem ouvir.
— O quê? — Perguntei, e vi quando a minha avó sacudiu a cabeça,
com lágrimas nos olhos. — Que merda isso quer dizer? — Exigi.
— Isso significa que você tem poderes, criança, mas neste Coven,
aqueles que entram em seus poderes sem ser selecionados e
abençoados pelos antepassados, fazem isso porque estavam na

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escuridão. — Sussurrou quando começou a se aproximar de mim e
parou. — Isso significa que nós não podemos te ajudar até que
saibamos o que você é, com certeza.
— Eu sou da família. — Sussurrei quando náuseas rodaram em
mim, misturadas com dor. — Sou uma Fitzgerald por amor de Cristo!
Eu pertenço aqui. — Gemi quando o que se desenrolava começou a
fazer sentido. — Não sou da escuridão! Estou bem; tem de ser um erro.
Eu fora despertada fora da cerimônia, sem ser selecionada por um
dos antepassados. Meus poderes não eram escuridão, mas não tinha
como provar isso a alguém. Helen sabia, e ela já estava exultante sobre
sua vitória, e eu podia ver isso em seus olhos. Kendra balançou a
cabeça enquanto olhava para ela.
— Isso tem que ser um erro, mãe. Os antepassados fizeram um
maldito erro. Alguém cometeu um erro, ela é do nosso sangue! — Ela
gritou. — Ela é minha irmã.
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— É a lei do Coven! — Helen continuou com um olhar alegre em
seus olhos. — Ela é uma abominação; o que explica por que o demônio
estava atraído por ela antes que ela sequer fosse despertada para os
seus poderes. Ela não é bem-vinda aqui.
Olhei para ela. Meu pai tocou seu ombro e ela empurrou longe.
— Helen, ela é minha filha. — Seus olhos se moveram do rosto de
Helen ao meu.
— Se alguém decidir seguir ela, terá que deixar o coven e rejeitar
sua proteção e qualquer direito de pertencer a ela. Essa é a lei que
protege o Coven. Não podemos permitir a escuridão dentro desta
abadia; devemos proteger ele! — Ela disse cruelmente enquanto olhava
para mim, o triunfo brilhando em seus olhos.
— Eu sou uma Fitzgerald, uma das linhagens originais a este Coven,
Helen. Não sou eu que não pertence aqui, é você.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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— Você precisa aprender a segurar a língua venenosa, criança. —
Ela zombou. Eu ainda estava na porta, então quando sua magia me
atingiu, ela me empurrou de dentro da abadia e me jogou para fora.
Ela deveria ter parado por aí.
Ela não parou.
Na frente de todos aqueles que saíram para fora da abadia e nos
observava, ela levantou a mão e imediatamente, eu não podia me
mover, eu sentia como se punhais estivessem cortando tudo de mim e
sobre meu corpo. Olhei para ela e gritei com toda a emoção que tinha
vindo a se construir em mim, e toda a floresta tremia enquanto eu
deixava o meu poder sair para fora. Era estúpido, vendo que eu não
tinha ideia de como controlar. O relâmpago rachou, e brilhou em
ziguezague para o chão, perigosamente perto de nós; um trovão
retumbou e rolou, me sacudindo e aqueles que foram testemunhar do
que estava acontecendo. O vento virou raiva, meu cabelo virou nele
370 370
violentamente, e algumas árvores quebraram ao meio e caíram no chão.
Empurrei o meu cabelo longe do rosto quando o vento cessou, e ouvi
quando todo mundo se endireitou quando Helen me encarou com
surpresa.
— Ela precisa ser contida e despojada de sua magia! Ela é uma
bruxa da escuridão! — Ela gritou.
— Isso é não escolha sua. — Disse minha mãe com orgulho
brilhando nos olhos. — Também não foi provado que ela é da escuridão.
— Eu sou a única responsável! — Helen estalou, seus olhos estavam
selvagens quando ela jogou em mim. Ouvi carros puxando para cima
atrás de mim, e ignorei quando enfrentei o Coven e minha família. —
Cassidy! — Ela sussurrou, e senti sua filha quando ela se moveu para
a frente do Coven e levantou a mão, como se esperasse sua magia ser
mais poderosa do que a minha. Senti as duas trabalharem juntas para
aplicar pressão nos meus órgãos e algo estalou.

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Levantei a mão e gritei as palavras latinas para trazer sua filha para
mim, sem ter certeza de como eu conhecia, ou por que estava fazendo
isso. Vi quando os dedos dos seus pés cavaram no chão e os seus
braços se moviam como um pássaro tentando tomar o voo quando ela
começou a correr para onde eu estava, seus olhos selvagens por ser
incapaz de impedir. A Helen estava frenética e eu podia sentir que ela
estava com medo de mim. No momento em que Cassidy estava em
frente de mim, eu sorri.
— Quer ver como é o verdadeiro poder, mana? — Sussurrei antes
de agarrar ela e beijar. Os olhos dela se arregalaram, e o seu olhar
cômico era inestimável pra caralho. Eu não me importava que ela fosse
uma menina, minha meia-irmã, ou que todo mundo estivesse olhando
para nós; Beijei Cassidy duramente na boca, até que ela foi incapaz de
fazer qualquer coisa, exceto me beijar de volta.
Minhas mãos seguraram sua cabeça entre eles, e beijei ela com tudo
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que eu tinha, observando quando os seus olhos se arregalaram quando
sentiu o poder que pulsava dentro de mim. Soltei ela que gritou quando
sua mandíbula abria e fechava com o que eu tinha feito, os olhos cheios
de pânico e indignação.
— Isso é o que um descendente de uma das linhagens originais
sente, algo que você e sua mãe nunca vão experimentar. — Eu disse
quando soltei ela e me vire para encontrar minha mãe me olhando com
uma expressão de horror no rosto.
Eu tinha atravessado uma linha, e sabia disso. Mas eu não tinha
feito mal a ninguém, e eles tentaram me machucar. Mesmo sozinha e
sem um Coven, eu tinha razão em minha defesa.
— Qual é a decisão do Coven? — Perguntei, observando vovó e os
outros anciãos que estavam com ela. Senti Lucian me observando. Eu
não sabia quando ele chegou ou o quanto tinha visto. Não sabia por

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que ele estava aqui, nem me importava. O que aconteceu entre nós foi
um erro, que eu pretendia nunca mais fazer de novo.
— Até que possa ser levado perante a alta sacerdotisa, devemos
concordar com Helen e te denunciar por enquanto. — Maria disse
suavemente. — Você assumiu seus poderes sem ser selecionada, e isso
é muito suspeito. Magdalena, é muito perigoso que tenha obtido eles
dessa forma. Só alguns tiveram sua maldição suspensa sem serem
selecionados e abençoados pelos ancestrais e aqueles que tiveram,
retiraram seus poderes das trevas e quebraram a maldição eles
mesmos. Não estou dizendo que foi isso que você fez; mas, este coven
não vai permitir a escuridão dentro. Este é um momento muito perigoso
para o Coven. Devemos cumprir as leis e deixar a sacerdotisa decidir.
Helen sorriu enquanto meu estômago afundou.
— Tem demônios aqui fora. — Sussurrei mais para mim. — Vou
ficar sozinha. — Declarei enquanto olhava para eles. — Serei uma
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bruxa Despertada, sozinha. Não tem ninguém para me ajudar aqui. —
Vi quando a minha mãe olhou desesperadamente para minha avó, a
cabeça balançando silenciosamente como se fizessem contato com os
olhos. — Mãe. — Disse, a necessidade de saber que não estava sozinha.
— Vá para a cabana, Lena, e espere que a decisão seja tomada. —
Minha avó disse suavemente, mas com firmeza. Lamento brilhando em
seus olhos.
— Suas ovelhas de merda! — Declarei e as árvores racharam em
torno de nós. O vento aumentou, uivando com as minhas emoções se
agitado. — Estão me jogando fora como você fez a Benjamin, Mãe! Não
sou má! Sou sua filha. — Lágrimas deslizaram pelo meu rosto enquanto
balancei a cabeça em negação. — Não pedi por isso; aceitei ser preterida
pelos antepassados. Por que estou sendo punida agora? Não sou da
escuridão; ainda sou sua filha. — Um par de árvores foram arrancadas;
meus poderes piscaram e saíram, e algumas janelas da frente da

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abadia explodiram em resposta a minha dor e fúria. O mundo sentia
as minhas emoções, e todos sabiam disso. Eu estava usando mais
mágica do que eu já testemunhei, mesmo em um Coven inteiro
realizando um ritual juntos, e isso me assustou pra caralho.
— Lena, bebê. — Mamãe sussurrou enquanto um soluço saiu de
seus pulmões.
— Vão se foder, todos vocês. — Minhas palavras sussurradas eram
quase inaudíveis da dor da rejeição que eu estava sentindo. — Eu não
deveria ter voltado para casa. — Virei para ir embora, só para encontrar
Lucian me observando em silêncio. Ele que se foda também; não
precisava de nenhum deles. Eu ficaria muito bem por conta própria;
tinha que ficar. Quando ele foi até a eles, eu poderia ser tanto o lago
que facilmente secou em uma seca, ou eu poderia ser a porra do oceano
e destruir tudo o que tentou me machucar. Andei em direção ao carro,
odiando que qualquer coisa que eu fizesse fosse errada. Não importa o
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quanto eu tentei, estraguei tudo o que toquei.
Sentei no banco do motorista e saí com o carro, arrancando da
abadia sem olhar para trás. Eu não tinha a mínima ideia de como faria
para afastar os demônios ou se eu ainda podia. Eu tinha que tentar,
porque eu não estava desistindo. Cheguei longe demais para fazer isso.
No momento em que cheguei em casa, invadi o porão da mansão em
busca de sal, despejando camadas grossas ao redor da cabana. Eu
sussurrei um feitiço de proteção e sentei no degrau mais alto da
varanda da frente, ainda vestida com o vestido preto colante, com a
maquiagem escorrendo pelo meu rosto da dor do olhar assustado da
minha mãe, e então sua rejeição.
— Magdalena, — a voz de Kendra sussurrou em minha mente —
fique segura; descobriremos isso.
Não respondi. Ao invés disso, fechei minhas emoções e vi quando o
automóvel escuro elegante que Lucian possuía parou na calçada. A

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porta abriu e ele saiu do veículo e olhou para mim, seu rosto uma
máscara ilegível. Levantei, usando o pouco do sal restante para cobrir
o espaço que estava sentada e fui para dentro da casa, ignorando ele.
Ele bateu na porta e me inclinei contra ela, aplicando meu leve peso
ali para barrar a entrada, como se isso fosse parar ele. Ouvi ele xingar
e quando me chamou de mentirosa, abri a porta e tentei esbofetear
Lucian, mas ele foi mais rápido. Sua mão agarrou meu pulso e segurou.
— Não menti para você, imbecil. Isso não é um jogo para mim. Essa
é a minha vida! Fui expulsa do Coven, e agora estou presa aqui sem
nenhuma proteção, e os demônios estão à caça de todas as bruxas do
lugar. Acha que quero isso? — Chorei enquanto ele me observava. —
Se eu soubesse que iria despertar eu teria permanecido na abadia. Não
é como se seu pênis fosse poderoso o suficiente para trazer os meus
poderes para cima, idiota! Simplesmente aconteceu. Agora estou
sozinha. — Minha voz caiu para um sussurro quando puxei meu pulso
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de seu aperto de aço, sem me importar que doía pra caralho. — Vá em
frente, Lucian, destrua o que resta de mim. Estou esperando. — Eu
sibilei friamente.
— Lena, você não está sozinha. — Disse ele, e eu ri.
— Sim, sim eu estou. — Contestei enquanto me movia atrás da porta
e a fechava, ouvindo seus passos recuarem na varanda alguns
momentos depois. Deslizei pela porta, abraçando os joelhos no peito
enquanto as lágrimas escorriam e a dor no meu estômago crescia.
Eventualmente, rastejei em uma bola e dormi, sem saber que meu
mundo cuidadosamente construído estava se desintegrando ao meu
redor, e que nada seria o mesmo de novo.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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LUCIAN
Bati o punho no gesso; a casa inteira tremeu com o impacto. Puxei
para trás, vendo como a pele se curava sobre os ossos expostos. Hoje à
noite foi um maldito mistério, um que eu nunca esqueceria. Um que eu
não queria esquecer, tampouco.
Ela foi tudo que eu queria e perfeita pra caralho. Não fui capaz de
ter o suficiente dela; mesmo agora, meu pau estava duro e precisando
de mais. A conexão que eu sentia com ela desafiava as leis, e abalou
meu mundo perfeitamente controlado, assim como fiz o mesmo com o
dela. Até que ela notou o público paralisado, alguns segundos depois
de mim. Normalmente eu teria percebido, mas estava perdido no prazer
que ela estava dando enquanto recebia. Ela estava transando selvagem
comigo, indomável em sua luxúria. Eu tinha visto os resultados do
feitiço da Colheita muitas vezes e nunca tinha visto nada parecido com
375 o que testemunhei esta noite. 375
A filha da puta do meu par perfeito, ela exigiu mais a primeira vez
que tentei me afastar dela. Me desafiou e agarrou meu pau e começou
forçando para baixo em sua pequena garganta, sem se importar que
ele não se encaixava. Ela tinha levado mais de metade dele em sua boca
e garganta, e nunca ninguém tinha conseguido essa façanha. Então, o
que ela fez? Simplesmente engoliu! Ela tinha colocado a mão na
garganta, que foi a coisa mais quente que eu tinha experimentado na
minha vida muito longa. Eu sabia que ela não era para ele, mas ela
tinha feito isso, para mim! Ela queria me agradar em vez dos outros
que queriam que eu os agradasse, e suportou a dor só para estar
comigo. Eu sabia que ela seria diferente, mas nunca em um milhão de
anos eu tinha esperado que a bruxinha inocente seria o meu par
perfeito entre os lençóis. Perfeito até que Elaine tinha arruinado tudo.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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Os olhos de Lena tinham me acusado, e ela se retirou de mim, me
renegou e tudo o que tinha feito.
Eu tinha mostrado a ela a minha necessidade de dar dor com prazer,
e ela gostou. Ela tinha me dado tanto prazer quanto eu tinha dado a
ela. Com Lena, nada foi silenciado; eu tinha explodido e senti tudo. Eu
estava chocado quando seu corpo estava me drenando, tão chocado
pela magnitude do lançamento, eu estava imediatamente duro o
suficiente para transar com ela uma e outra vez até que ela era
exatamente o que eu disse que seria: nada mais que um ser se
contorcendo, gozando, e uma tremenda bagunça.
E então fodi ela de novo, porque fui um canalha egoísta com a
necessidade de encontrar a liberação que só o seu corpo poderia me
dar. Tinha ouvido os sons de seu prazer, uma vez que se transformou
em dor e prazer, como sua doce boceta cresceu dolorida de meu pau.
Ela nunca reclamou, só levou como uma boa menina, e até mesmo
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começou a me ter de novo quando eu estava drenado.
Porra! Elaine foi uma das poucas que sabia o segredo para
transformar o vidro daquele lado e tinha abusado da minha confiança
por abrir e permitir que todos pudessem assistir meu tempo com Lena,
algo que ela seria punida; a cadela estúpida não podia aceitar o fato de
que eu nunca a levaria de volta para minha cama depois que ela atraiu
os meus homens em sua pequena cena. Ela sabia que Lena ficaria
chateada comigo, então ela de forma imprudente foi adiante com sua
pequena vingança. Eu poderia até ver o pequeno sorriso sarcástico que
ela usava quando Lena percebeu isso, mas ela não era estúpida; nunca
fiz uma vez um som o tempo todo que eu estava transando com Elaine,
e eu gemia e gritava com cada lançamento; Lena me fez ser como uma
espécie de animal. Fiz ruídos. Inferno, gozei porra, o que Elaine sabia
que não podia me obrigar a fazer se tivesse tentado. Ela deve ter ficado

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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com ciúmes me observando com Lena. Eu sabia que ela estava no chão.
Eu vi isso em seus olhos logo antes que ela escondesse.
— Você está perdendo de vista o que está em jogo aqui. — Spyder
rosnou enquanto se juntava a mim na varanda, seu corpo tenso com a
necessidade de foder ou lutar. — Eles têm seus poderes.
— Eu sei. — Respondi, me virando para olhar para ele. — Parei de
jogar. Droga, essa garota. Ela era outra coisa esta noite, selvagem. Ela
balançou meu mundo, homem, porra!! Ela abalou ele.
Não guardo segredos de Spyder e não estava prestes a começar. Ele
tinha estado comigo desde o início.
— Você também beijou ela. — Ele respondeu. — Isso é contra suas
próprias regras, Lucian, e sei que segue elas ao pé da letra. Assisti você
com ela e entendo a atração, não me entenda mal; boa buceta é difícil
de encontrar. Não muda o que estamos aqui para fazer.
— Não, não muda. — Murmurei quando me virei pra olhar pra
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cabana escura, que estava sendo cercada por demônios que buscavam
chegar até a bruxinha lá dentro. Eles não iriam ultrapassar o sal que
eu coloquei em torno do anel que ela colocou pouco antes de eu chegar,
ou as runas que marcavam cada lado da casa. — Ela foi rejeitada pelo
seu Coven porque eles assumem que ela é uma bruxa da escuridão.
Ela é vulnerável e poderia ajudar a encontrar Katarina. Estraguei tudo
com ela esta noite. Acusei ela de uma merda que eu sabia que não fazia
parte. Seus poderes entraram e fui pego de surpresa, então reagi mal.
Disse coisas que machucaram ela. À luz do que tínhamos acabado de
fazer, fui um idiota com ela; ela vai manter distância por um tempo.
Mas tenho planos para trazer ela para o nosso lado em breve. Você não
estava na abadia esta noite, mas Lena é poderosa. — Eu disse quando
me virei para olhar para ele.
— Vi ela controlar o vento, que é algo que apenas algumas bruxas
que pertencem as linhagens mais poderosas podem fazer, e mesmo

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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assim é só um pouco de vibração do vento. Lena soprou as árvores para
baixo. Arrancou elas em sua raiva por ter sido rejeitada; um raio atingiu
e ela ficou lá gloriosa para assistir. Se eu puder fazer dela minha,
Katarina não saberia o que a abateu e nós vamos poder finalmente
colocar um fim a isso.
— Você tem tanta certeza que ela não é Katarina, mas e se esse é o
plano? E se ela é e você está caindo direito numa porra de armadilha.
— E o que ela vai fazer? Me levar à morte? Ela não pode me
machucar; me amaldiçoar, sim, mas as runas vão cuidar dela. Isso é
tudo que ela tem o poder de fazer, e é mais facilmente desfeita. Quando
for a hora, ela virá para mim, e isso vai acabar. Além disso, acabaram
de ser despertados e sabe que normalmente não encontramos ela antes
que ela receba seus poderes.
— Você está cansado dos jogos. — Disse ele encostado na grade. —
Sei que já disse isso muitas vezes, mas desta vez parece diferente. Nem
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perguntou o que encontrei na floresta quando capturei os demônios.
— Sei o que você encontrou. — Rosnei empurrando meus dedos pelo
meu cabelo. — Você encontrou os cães de guarda de Lúcifer.
— Sim. — Respondeu ele, sem ficar surpreso o que eu já sabia. Eu
já sabia quem era quando senti eles fora da casa. — Também descobri
que ele colocou um preço na cabeça de Magdalena, porque sua atenção
por ela não passou despercebida pelo príncipe das trevas. As atividades
desta noite atraíram uma multidão menos do que uma santa, e ele
estava lá quando Elaine virou o espelho e permitiu que todos vissem
você reivindicar a propriedade de seu lindo brinquedinho novo, que foi
um show e tanto. Outros vão querer ela agora, especialmente já que
você reivindicou ela e fez isso publicamente. Enquanto a maioria não
tocaria em nada que você reivindicasse, alguns vão querer ela como a
porra de um troféu.

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— Não era para ser assim. — Rebati. Minhas mãos esmagaram o
corrimão de madeira e chutei, observando enquanto a madeira atingia
o solo abaixo. — Triplique o preço pela cabeça de Lena, assim esses
idiotas vão trazer ela pra mim. Mas avise que ela não deve sofrer
nenhum dano e nem ser tocada. Se um fio de cabelo for prejudicado,
eles vão pagar por isso enquanto eu limpo sua existência deste plano.
— E o que vai fazer quando deixarem ela cair aos seus pés? — Ele
perguntou, rindo enquanto eu sorria friamente.
— Reivindicar o que é meu por direito. Ela voluntariamente optou
por se tornar minha esta noite, e vai fazer de novo. — Sussurrei,
ouvindo quando ele assobiou.
— O quê? — Perguntou ele, balançando a cabeça.
— Dei uma escolha a ela, para sair ou ficar. Ela ficou, ela é minha
por direito. Mesmo que ela não entenda, concordou. Lena é inocente,
não sabe sobre os costumes do mundo em que vivemos. Tinha que ser
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feito; você acha que Lúcifer não pretende tentar a sua alma? Tirei
aquele cartão dele e vou continuar arrancando de suas mãos. Além
disso, ela é a primeira mulher com quem gostei de foder em séculos;
você acha que estou desistindo disso?
Ele bufou, mas mudou de assunto.
— Você quer que eles vão embora? — Ele perguntou, seus olhos
observando o enxame de demônios não hospedados que ela não seria
capaz de ver sem uma visão aprimorada.
— Naturalmente; vamos enviar a Lúcifer uma mensagem que ele
não vai esquecer. Obviamente, ele precisa de um lembrete de quem
diabos eu sou e por que você não cruza meu caminho.
— Toda vez que lutam, as pessoas morrem, Lucian. Vamos torcer
para que não tenha muitas pessoas inocentes mortas no fogo cruzado.
— Ele está atrás de algo que me pertence; não é algo que vou
ignorar. Chame os homens até nós; para garantir a paz, é preciso se

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preparar para guerra. Traga os cães infernais, dê a eles o cheiro de
Lena; eles vão proteger ela quando eu não puder.
— A menos que ela os sinta e destrua. — Argumentou, os olhos se
movendo para o demônio colocando os dedos no sal, e observando como
o fogo consumiu ele dolorosamente. — Você já está protegendo ela.
— Você duvida que eu iria depois de me ver com ela essa noite? —
Questionei. — Nenhuma mulher jamais me deu o que ela fez, e não me
importo se tiver que jogar ela sobre o ombro e manter ela trancada; no
momento em que concordou em ser minha, foi selado. Lena é diferente
de qualquer uma que já conheci. Ela é um quebra-cabeça. Nada sobre
ela faz sentido. Não foi selecionada pelos antepassados, e ainda assim
tomou o que era dela por direito, independentemente da tradição.
Quantas bruxas já fizeram isso? Nem mesmo Katarina conseguiu fazer.
Lena desafia a lógica; o que deveria quebrar uma única bruxa, fez dela
mais forte. Imagine, Spyder, uma bruxa desperta que não tem nenhum
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vínculo ou lealdade a um Coven. Ela é a porra de um unicórnio.
— É um mundo novo, como você me lembrou. Talvez eles estão
evoluindo bem?
— Bruxas se agarram a tradição; acham que torna mais fortes. Viu
ela na seleção? — Perguntei, virando a cabeça sem olhar diretamente.
— Vi ela, a bruxa original, abençoando a seleção. Você notou que
eles olharam através de Lena, como se não pudesse ver ela, ou como
se ela fosse invisível para eles?
— Notei isso também. Como se não estivesse lá. É só mais uma peça
do jogo. Preciso descobrir onde se encaixa. — Sussurrei considerando
que ninguém do Coven exibiu qualquer traço de Katarina. Assisti,
estudei e testei cada um deles, até mesmo Lena, e nada.
Ou ela estava ficando melhor em esconder, ou alguém estava
ajudando ela neste momento. Algumas vezes foi fácil para mim

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encontrar ela, mas a última vez, ela riu quando morreu, como se
soubesse algo que eu não tinha ideia. Como se morrer fosse seu plano.
Na maioria das vezes, encontro ela logo após o Despertar, o que
significava que eu deveria estar lá fora a caça dela agora. Terminando
o jogo antes que ele pudesse começar. Mas com as bruxas trancadas
dentro da abadia, seria um pouco difícil. Cedo ou tarde, eles teriam que
sair. Pulei da varanda, pousando suavemente no chão e olhei para
Spyder, que sorriu para mim.
— Indo a algum lugar sem mim? — Ele perguntou enquanto pulava
no chão, já puxando suas adagas. — Você força esta máscara em nós;
o mínimo que pode fazer é nos deixar sermos nós mesmos quando
surgir a necessidade.
— Vou ver minha bruxinha dormir, para ver o que ela sonha esta
noite. — Respondi, dando um sorriso maligno, já cheirando a umidade
enquanto eu caminhava através dos demônios que não podiam sentir
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a minha presença. Lúcifer quis me foder, vou foder ele de volta, e desta
vez, eu não teria nenhuma misericórdia e não teria nenhum vivo. —
Corte eles na porra de pedaços, envie o que resta a Lúcifer, e faça em
silêncio. Ela está dormindo, e preciso dela bem descansada.
— Como quiser, mas esta noite nós precisamos caçar a Katarina. —
Disse ele, já cortando dois demônios que chegaram muito perto. —
Lucian, vou matar ela se isso significa proteger o que nós tentamos
proteger há séculos. Sei que você merece qualquer felicidade que possa
obter de seus lindos lábios, o senhor sabe depois de ver ela com você,
eu não me importaria com um pequeno pedaço dela, mas o fato
permanece, se essa coisa vazar, não terá nenhum lugar a salvo da ruína
e da devastação deixada para trás pelo mal que será liberado.
— Eu mesmo mato ela se por um segundo achar que ela é a chave
para acabar com isso.

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CAPÍTULO TRINTA E CINCO


MAGDALENA
Não tinha nenhum sentimento pior no mundo do que saber que eu
estava sozinha. Senti o vazio no fundo da minha alma. O silêncio. Três
dias se passaram desde o Despertar, três longos dias de silêncio, só
com Luna para me fazendo companhia. Se eu não tivesse voltado, não
seria um tapa na cara. Viver sozinha era algo que eu poderia lidar;
saber que fui cortada, dói.
Andei pelo pequeno armazém, colocando coisas no carrinho
distraidamente. Eu tinha que me concentrar em manter o poder dentro
de mim em torno das pessoas da cidade. Senti um zumbido nos ouvidos
constantemente me lembrando de que eu precisava conter. Minha
cabeça doía, meu corpo doía de uma maneira que não deveria, e tinha
382 uma dor no estômago que parecia estar ficando pior. Ocasionalmente, 382
escutei o que Kendra estava fazendo, e percebi que todos eles ainda
estavam sob o feitiço da Colheita, mas eu não tinha a conveniência de
um parceiro para ajudar a aliviar a tensão.
Lucian tinha estado em silêncio desde que me deixou há três dias.
Me tranquei em casa, ouvi música, assistir Netflix, qualquer coisa para
manter a mente longe do que estava acontecendo comigo. Eu estava
sempre com tesão, como se tivesse acordado um monstro que não
conseguia pensar em mais nada, só em seu pênis e tentava descobrir
como ter ele. Eu não precisava disso; Porra! eu ansiava por isso, mais
do que comida, mais do que o ar. Era patético, considerando que ele
realmente teve coragem de pensar que eu queria seus lindos bebês.
A caixa registadora era alta; cada código ela deu um soco nos meus
nervos. O fato de que eu estava sendo seguida por um cara de Lucian

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piorava ainda mais as coisas. Tirei o cartão do dispositivo e digitei a
senha, só para assistir a moça do caixa sacudir a cabeça.
— Ter um outro cartão? Este foi recusado.
— O quê? — Sussurrei enquanto passei o cartão e digitei a senha
de novo.
— Ainda recusado. — Disse ela com uma careta.
Retirei o cartão de emergência que cada membro do Coven tinha e
coloquei no leitor.
— O primeiro cartão devia ter dinheiro. — Respondi, sabendo que
eu tinha pelo menos algumas centenas de dólares lá.
— Sinto muito; ele não está permitindo que a transação aconteça.
Você tem dinheiro? — Perguntou ela enquanto olhava a comida e eu
tinha quase certeza de que minha cabeça explodiria. — Este cartão
recusou também, então a menos que você tenha dinheiro...
— Claro que sim. — Sussurrei enquanto continuei olhando para
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comida. Cavei na bolsa, e encontrei vinte e três centavos. Joguei o troco
no pote no balcão e comecei a sair da loja. Que cena embaraçosa. Dei
uma última olhada, ansiando pelas compras, em seguida, para onde o
cara de Lucian estava; O Homem-Coque como apelidei, estava
encostado a um carro do outro lado da rua e folheando uma edição da
Cosmopolitan que ele deve ter pego. — Sinto muito; posso colocar tudo
de volta, Becky. — Sussurrei.
— Não, nós pagamos Kevin para fazer isso. — Ela respondeu com
uma careta. — Não vi sua mãe ou irmã em dias, Magdalena, tudo bem?
Eu sei que com a loja fechada; o dinheiro deve estar apertado.
— Tudo bem, — eu disse sem jeito — está tudo bem.
Saí, meu estômago roncando de fome, minhas emoções girando
dentro de mim enquanto a dor tentava me rasgar. A vida estava ficando
incrivelmente boa pra caralho. Adiei a ida à loja até que não tivesse
escolha, e agora, eu não tinha comida, nada. Entrei no Baby e fui para

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casa, ignorando o carro elegante que me seguiu até a estrada e depois
desapareceu quando a divisão da calçada tomou diferentes direções.
Parei na casa principal e peguei algo da adega antes de passar pra
cozinha. Só encontrei uma lata de feijão e duas latas de creme de milho.
A comida dos armários foi removida, juntamente com qualquer coisa
que o fogo tinha danificado.
De volta à cabana, liguei para o banco, e ouvi quando eles listaram
encargos e taxas de transação e, aparentemente, o meu pagamento do
empréstimo de estudante tinha caído juntamente com um pagamento
que não deveria ter caído devido a uma falha no computador, e depois
todo o resto continuou a acumular até que eu tinha um saldo negativo.
Falei com o oficial de empréstimo e como a minha analista de
empréstimo se desculpou e disse que pode ser de oito a dez dias para
que os encargos possam ser revertidos. Liguei para a empresa que
conseguiu a MasterCard a partir do Coven, e descobri que a minha
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conta fora congelada por Helen. Essa cadela estava em uma viagem de
poder sério, vai entender.
Desliguei a TV, e me perguntei o quão desesperada eu ficaria antes
que as latas de legumes pareceriam apetitosas. Deixei as latas na mesa
de café e andei pela casa atordoada, até que decidi que poderia ser uma
boa ideia ver se teria qualquer coisa comestível no jardim.
O jardim foi destruído, quase tanto quanto a minha vida estava.
Algo tinha chegado a ele, e cavou buracos que tinham matado um
monte de plantas. O inverno foi chegando, e o Coven... espere, eu
precisava de ervas. Fui através dos movimentos de colher e replantar
as plantas anuais, e soltei as coisas em uma cesta, enquanto tentava
ignorar o olhar intenso que senti com cada movimento que fiz.
No dia seguinte, as latas de vegetais estavam vazias. As ervas que
colhi tinham morrido durante a noite, e descobri por acaso que eu
podia “ver” através de Kendra. Tinha que ser o Despertar, um impulso

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para a conexão que nós compartilhamos, ou sabendo de minha sorte,
foi um acidente bizarro para me chutar na bunda. Olhei através dos
olhos de Kendra, observando quando ela montou um cara, e gemeu.
Quanta colheita devemos fazer? Estava ficando tedioso assistir a minha
irmã com um cara, que estava realmente ficando melhor em gritar,
quando eu estava tão excitada que pensei que morreria. Ela tentou
falar comigo algumas vezes, mas eu fechei antes que ela pudesse. Eu
me perguntava se ela poderia ver a merda que eu estava fazendo
através dos meus olhos, se eu lhe permitisse passar. Em retrospecto;
eu deveria avisar ela do que estava acontecendo então talvez minha
mãe ou avó pudesse me ajudar, mas o orgulho teimoso ficou no
caminho. Realmente não quero enfrentar outra rejeição delas.
Cinco dias depois, comecei a delirar. Comecei a sonhar com Lucian
me observando dormir, e ouvindo monstros ao meu redor que não
poderiam estar lá, sibilando e xingando enquanto tentavam entrar.
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Provavelmente porque eu estava vivendo das escassas frutas que
poderiam ser encontrados na floresta. Para piorar as coisas, adormeci
com meu celular uma noite, só para encontrar ele no chão com uma
tela quebrada. Isso tornava difícil identificar as plantas ou o que era
seguro comer da floresta ao redor.
Nove dias após a cerimônia do Despertar, eu estava desesperada.
Eu estava na varanda da frente quando meus olhos percorreram a
enorme casa que era a propriedade de Lucian e eu sabia que tinha
muita comida lá. Eu enlouqueceria sem comida, e meu corpo doía,
desejava ele dolorosamente. Como se fosse uma droga e eu precisasse
de uma solução. Sem pensar, fui em direção à casa, mas no momento
em que a porta se abriu e Elaine saiu com um sorriso malicioso, fiz
uma pausa. Lucian saiu atrás dela, puxando sua camisa enquanto
balançava os braços como se estivesse discutindo com ela.

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Fiquei enraizada no lugar, meu estômago apertando com fome e
necessidade, assim como um novo espasmo de ciúme. Sabia que a dor
era um subproduto do feitiço da Colheita que ainda estava conduzindo
meu corpo para o que ele mais precisava: ser fodido. Me virei para a
minha casa, odiando que ela estivesse com ele, mas braba o suficiente
ao ver eles juntos, para ignorar a dor. Aparentemente, minha presença
não passou despercebida, e como se eu não estivesse tendo merda
suficiente para dar errado, a vadia gritou meu nome.
— Lena, não é? — Ela zombou e me virei para olhar por ela para
onde Lucian estava. Ele me olhou lentamente, a fome depositada neles,
visível mesmo de onde eu estava, e eu me perguntava se eu parecia tão
ruim quanto me sentia. Eu me senti fraca, faminta, e meu corpo não
se importava. Ele queria Lucian.
Virei, principalmente porque falar exigia esforço, e eu não podia ser
incomodada. Comecei a voltar para cabana, dispensando os dois. Eles
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que se fodam; eu tinha o suficiente no meu prato, ou mais
precisamente, eu precisava lidar com minhas merdas para colocar
comida no meu prato.
— Criança estúpida, você acha que pode simplesmente pegar o que
não pertence a você? Ele é meu!
— Fique com ele! — Gritei e o vento chicoteou violentamente meu
cabelo quando me virei para encarar ela. — Fique com ele, não me
importo! — Minhas palavras saíram como um assobio sussurrado, que
foram fracas.
— Lena. — Lucian grunhiu, e calor explodiu dentro de mim quando
o meu nome saiu de seus lábios.
Tentei voltar para cabana, mas era como se algo assumisse o
controle sobre o meu corpo, e antes que eu pudesse me parar, estava
caminhando em direção a ele. Minhas roupas estavam no caminho, e
eu estava tirando elas quando outras pessoas saíram de sua casa e

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estavam em sua varanda para ter uma visão melhor do que estava
acontecendo, e eu não me importei. Meus sapatos deixaram meus pés,
minha camisa foi levantada e jogada ao chão e comecei a remover meus
shorts, e ele sorriu quando rosnei como uma selvagem que estava
caçando sua presa. Não me importava que tínhamos uma audiência,
não me importava se eles assistiram quando levei o que eu queria. Nada
importava exceto deixar ele nu, e trazer ele para dentro de mim.
Sabia que todo mundo estava olhando para nós. Ouvi comentários
quando eu estava nua, quando sai das minhas minúsculas calcinhas
de renda e sutiã, e bati ele contra a parede da entrada. Gostei do som
de sua cabeça batendo na porta quando bati contra ele. Meus lábios
encontraram os dele e eu gemi do fundo da minha garganta. Ele me
beijou de volta; mesmo quando me afastei, rasgando sua camisa de seu
corpo, precisando dele nu e pronto para o que eu precisava que ele me
desse. Tentei recuar, mas suas mãos se enterraram no meu cabelo,
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puxando minha boca de volta para a dele. Eu trabalhei em seu jeans e
ele rosnou enquanto as pessoas ao redor assobiavam e comentavam.
Eu estava distraída demais para ouvir. Eu estava morrendo de fome, e
ele estava prestes a ser devorado.
— Te odeio! — Exclamei enquanto puxava a boca para respirar,
esmagando ela contra a dele antes que pudesse responder. Ele riu
contra minha boca, alcançando meu queixo enquanto o puxava para
longe, mesmo quando sua outra mão empurrou a porta e nos puxou
para dentro.
— Bom. — Ele rosnou. — Odeio você, também, bruxinha. — Sorriu
quando ele bateu a porta atrás de nós quando entramos na casa.
Rasguei suas calças, apreciando o som do tecido, a pressão e a dor
da minha pele quando ele rasgou minha calcinha sem pensar. Ele
empurrou os copos, talheres e porcelana da mesa da sala de jantar com
o braço e me jogou contra ele. Levantou minhas pernas quando entrou

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no meu corpo duro, doloroso, e mesmo assim deliciosamente. Arqueei
as costas, me espalhando para mais, mesmo enquanto gritava para ele
se mover mais rápido. Eu não precisava de delicadeza; precisava duro
e agora. A mesa rachou quando ele bateu com as mãos ao lado da
minha cabeça, e então caímos. O som foi maravilhoso, e seu corpo
bateu no meu mesmo quando caímos no chão. Ele me pegou, ainda
dentro de mim enquanto me movia contra a parede.
— Bruxa do caralho. — Ele grunhiu enquanto me prendeu à parede,
dirigindo seu pênis em mim sem piedade enquanto segurava minhas
pernas, dando completo acesso e controle.
— Vai se foder! — Gritei, passando as unhas em toda sua carne
quando ele reclamava minha boca. Peguei seu cabelo, puxando-o e
apreciando seu rosnado enquanto eu dava a ele um gostinho de seu
próprio remédio. Senti a madeira do drywall mexer com quão duro ele
estava me fodendo. Algo quebrou e caiu contra o chão, e então ele
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estava me movendo para o sofá na sala da frente.
Ele me jogou para baixo, suas mãos separaram minhas pernas e
sua boca desceu entre minhas pernas, lambendo a umidade. Seus
dedos empurraram para dentro e empurrei quando ele começou a
mover eles, sua boca mordiscando meu clitóris. Puxei seu cabelo com
força, observando enquanto seus olhos ficavam duros por sua vez e se
enchiam de fogo líquido. Ele soltou uma perna e retirou os dedos do
meu corpo, alcançando meus quadris.
Ele deitou no sofá enquanto me puxava para cima de si mesmo e
suas mãos emaranhadas no meu cabelo para puxar minha cabeça para
baixo e controlar minha boca faminta, forçando seu pau na minha
garganta – e eu o peguei. Gemi em volta dele quando levei mais do que
ele tinha tentado me alimentar, minhas unhas cravaram em suas
coxas, e ele gritou de surpresa quando levei tudo dele.

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Eu não tinha certeza de como era possível, mas fiz isso e olhei para
ele vitoriosamente quando meus lábios tocaram a base, e deixei meus
dentes roçar sua carne delicada quando me afastei dele. Seus olhos
assistiram com espanto quando eu fiz isso mais algumas vezes.
Empurrei ele de volta contra o sofá quando tentou se afastar,
deslizei ele para o meu corpo e comecei a montá-lo com força. O sofá
protestou, quebrou ruidosamente e caímos no chão com uma mistura
de grunhidos e gemidos. Eu estava tremendo, mas ele também. Foi
violento, como eletricidade atingindo a água, e eu queria mais. Mexi os
quadris, desafiando a assumir o controle, e ele rosnou enquanto
mostrava os dentes e eu detonava em torno de seu pênis. As janelas se
estilhaçaram enquanto eu gritava com a minha liberação e o vento
correu pela sala, jogando as pinturas das paredes enquanto enchia
meu cabelo e resfriava minha pele.
Ele me permitiu ter controle por um momento, mas então me pegou,
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me empurrou para longe de seu pau e me virou até que eu estava de
bruços com algo cutucando a carne macia da minha barriga. Ele me
agarrou pelo cabelo enquanto se movia atrás da minha bunda, seu pau
empurrou contra minha boceta molhada, e então ele mergulhou sem
piedade, me montando forte por trás. Dedos no meu cabelo, ele puxou
enquanto sua outra mão batia na minha bunda; a dor atingiu meu
centro e ameaçou me despedaçar. Ele me puxou de volta contra si,
liberando meu cabelo enquanto agarrava meus quadris e levantava
minha bunda enquanto dirigia em minha boceta dolorosamente. Mais
vidro estilhaçou ao nosso redor quando outro orgasmo me rasgou
violentamente. Barulhos de batidas soaram do lado de fora, mas eu
ignorei quando senti sua mão agarrando minha garganta e me forçando
a ficar de joelhos. Ainda segurando minha garganta, os dedos da outra
mão beliscaram meu mamilo até que eu gritei.

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Ele soltou meu mamilo e pescoço enquanto puxava meu corpo rente
ao seu corpo. Ele deu um tapa na minha boceta enquanto puxava seu
pau para fora e me virava, observando as marcas no meu corpo.
— Linda pra caralho. — Ele rosnou quando empurrou minhas
pernas e bateu em mim, me enchendo. Cheguei ao clímax de novo,
observando quando seus músculos tensionavam sob sua própria
libertação iminente e que ele estava tentando esconder de mim. Não
durou muito tempo; usei meu corpo para reprimir avidamente em seu
pênis, apertando os músculos até que seus olhos ficaram pesados, sua
cabeça rolou para trás, e seu corpo lançou dentro do meu.
Nós caímos no chão, sobre coisas quebradas. Meus olhos se
fecharam e eu sorri. Nossa respiração era difícil, o quarto e a sala de
jantar da frente foram destruídos, e eu ri, e então comecei a chorar
quando ele se sentou e olhou para mim.
— Lena — Ele sussurrou, mas eu ignorei enquanto me levantava e
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contornava o vidro quebrado. Abri a porta, sem dar a mínima que eu
estava nua, ou que a evidência do nosso sexo violento era visível a todos
que esperavam lá fora.
— Jesus, onde diabos faço para me inscrever? — Alguém disse, mas
ignorei, caminhando com a bunda muito nua de volta para cabana.
— Isso acabou de acontecer? — Outra voz disse, e então perguntou:
— Como diabos isso aconteceu?
— Lena. — A voz de Lucian estava com raiva, e eu ouvia sem ouvir
quando ele disparou ordens. — Lena, pare! — Gritou e finalmente olhei
para trás, as lágrimas encheram meus olhos enquanto um sorriso
vitorioso apareceu em meus lábios. Ele ainda estava nu; seu pau saltou
a cada passo que ele deu em minha direção, e ele não terminou. Ele
estava duro, pronto. Bom.

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— Preciso de uma bruxa assim, merda, vocês estão vendo isso? —
Outra voz disse, mas suas palavras foram abafadas quando voltaram
para a casa.
— Lena. — Lucian gritou enquanto eu batia a porta da frente em
sua cara ao voltar para casa, e ele a chutou; ela ameaçou se desintegrar
quando ele começou a bater nela. Finalmente, ele tentou a maçaneta e
encontrando desbloqueada, abriu e entrou com uma velocidade
assustadora para o quarto, onde eu já estava debruçada sobre a cama
enquanto eu tentava mover as cobertas e rastejar para elas.
Ele entrou em mim e eu gritei de felicidade. Ele ergueu meu corpo,
forçando meu rosto no colchão enquanto abria minhas pernas
dolorosamente, empurrando meu corpo ao seu limite.
Eu não tinha certeza de quanto tempo se passou, mas quando
acordei, estava sozinha de novo.
Sentei, tendo contusões de suas mãos, seu pênis e os dentes. Eu
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tinha estado no cio, ou a versão de bruxa do mesmo. Meu estômago
roncou alto, me lembrando que eu estava morrendo de fome e não tinha
como corrigir isso. Botei os dedos na boceta, tendo no monte inflamado
e dolorido e sentindo o zumbido elétrico que era Lucian enquanto ele
entrava na sala. Seus olhos fechados sobre a minha carne inchada e
eu sorri para ele, precisando de uma distração das torturantes ânsias
da fome no meu estômago. Quando ele não se moveu em minha
direção, ignorei, empurrando o dedo dentro, e gemendo alto enquanto
eu começava a me mover com uma finalidade.
— Isso é meu. — Ele rosnou quando agarrou minhas mãos,
mantendo em cima da minha cabeça quando usou um par de meias da
minha gaveta do criado mudo para amarrar elas na cabeceira da cama
pequena. Deixei, sem querer que acabasse. Eu precisava dele,
precisava do contato de nossos corpos. Quando ele me tocou, a dor que
sentia no meu estômago diminuiu e se dissipou. Ele usou um outro par

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para prender meus pés, levantando eles até que estavam separados e
amarrado ao estribo. Eu estava aberta para ele, e ele sabia disso.
— Sentiu a minha falta, Lena, admita.
— Vai se foder. — Rosnei, lamentando e estremecendo enquanto sua
mão bateu forte na minha boceta exposta. Então ele a beijou, e eu
gemia e balançava meus quadris. — Eu preciso de você.
— Eu sei. — Disse ele contra a minha carne aquecida. Se afastou,
batendo de novo. — Isso é por me trancar pra fora e me ignorar quando
eu estava na sua porta. — Sua boca beijou e chupou, e gemi alto. Sua
mão bateu na minha carne macia de novo. — Isso é por me fazer
esperar pelo que é meu. — Se moveu até que estava ajoelhado entre
minhas pernas, seu pau empurrando lentamente dentro do meu corpo.
— Forte, idiota. — Exigi e ele sorriu quando estendeu a mão para a
gaveta da mesa de cabeceira, empurrando seu pênis profundamente
em minha boceta quando se inclinou sobre mim para chegar a ele. Eu
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assisti quando ele pegou outro par de meias e empurrou na minha
boca, o que tornava impossível lhe dizer o que eu queria.
— Você vai ter como eu quero dar, Lena, e será lento neste momento.
Porque quero que me sinta. — Ele rosnou quando puxou e empurrou
para trás lentamente. — Sente isso? Como sua doce buceta está se
esticando para me aceitar perfeitamente? Sinta como seu corpo aperta
meu pau, sugando enquanto aceita o que dou. Você foi feita para mim,
minha bruxinha sexy. Seu corpo sabe quem o possui, quem o destrói.
— Se retirou, baixando a boca para beijar ela, depois minhas coxas
enquanto lentamente tocou e passou os dedos em câmara lenta em
pequenos círculos onde minha pele estava vermelha e com hematomas.
— Senti falta desta doce carne. Desde que você deixou minha cama
no clube, não pensei em outra coisa senão te destruir de novo. Perdi os
pequenos ruídos sensuais que você faz quando goza para mim. — Ele
sussurrou enquanto se movia para sugar meus mamilos.

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Senti seu pau pesado descansando contra o meu estômago. Gemi,
precisando sentir ele dentro de mim. Eu não queria lenta e suave,
porque ele estava certo: isso me fez sentir ele. Eu queria a porra
estúpida, como tivemos quando destruímos o quarto e a sala de jantar.
Gemi quando ele chupou meu pulso na curva do meu pescoço.
— Você me odeia, e isso é bom. Posso viver com isso. — Sussurrou,
beliscando meus mamilos quando deslizou para dentro do meu corpo,
me levando lentamente. Lágrimas deslizaram dos meus olhos enquanto
me observava. — Você odeia que não pode realmente me odiar; confie
em mim, conheço o sentimento. Odeio que eu quero você também Lena;
mas amo o que sinto quando estou dentro de você. Isso, — disse ele
empurrando para dentro de mim e puxando lentamente — isso é algo
que nem mesmo eu posso negar. Você me desfaz, me torna fraco. Eu
preciso disso de você, e você precisa de mim.
— Vai se foder. — Foi a minha resposta abafada. Ele sorriu e deu
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um tapa na minha boceta enquanto lentamente se dirigia para dentro
de mim. Seus movimentos eram precisos, cada impulso significou uma
sedução e uma provocação. Lentamente, ele criou sensações com os
dedos, os seus toques e beijos lentos. Sabia exatamente o que estava
fazendo para mim, e ele não tinha intenção de fazer o que eu queria
que ele fizesse. Porra! Era tão fácil. Não era confuso. Está lenta sedução
foi brutal porque ele passou por minhas paredes. Senti ele, dentro de
mim. Lucian estava me forçando a sentir meu corpo reagindo ao seu.
Cada penetração em meu corpo era outra polegada que ele colocou na
minha alma. Quebrou o seu caminho e passou as barreiras, deixando
em ruínas as minhas defesas.
— Continue assim e esta carne vai ficar dolorida por semanas. —
Rosnou quando lentamente traçou os dedos sobre o meu corpo antes
de encontrar o meu clitóris e esfregar. — Precisa ser ensinada sobre a
quem você pertence. Me diga agora. A quem você pertence? —

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Perguntou, com os olhos descansando em minha boca com um sorriso
torcido. — Acho que pode demorar um pouco para chegar à lição toda,
mas estou pronto para o desafio. É isso, — disse ele quando fechei os
olhos e balancei meu corpo contra o dele quando um orgasmo me
atravessou. — Boa menina.

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CAPÍTULO TRINTA E SEIS

LUCIAN
Caminhei pela sua casa, notando a falta de coisas. De alimento para
os seres humanos, para começar. Sua geladeira estava vazia; nem
mesmo um pedaço de manteiga sobrou. Notei um saco de comida de
gato seca e algumas latas em seu lixo e foi isso. Procurei em seu lixo
qualquer outra coisa que ela pudesse ter comido na semana passada
além de feijão verde e creme de milho. Porra, quem come essa merda
sem acompanhamento? Fui para o quarto, batendo forte em sua bunda
nua.
— Lena, o que aconteceu com toda a sua comida? — O egoísta que

395 eu era, precisava dela alimentada. A porra de sua energia consumida. 395
Precisava de energia, porque eu precisava transar com ela de novo. Ela
balançou a porra do meu mundo; pensei em seu corpo nu no quintal
da frente quando ela marchou até a varanda da frente e tomou o que
ela queria me destruindo. Nada em toda a minha existência nunca
tinha me afetado tanto assim, mas ela sim.
Ela murmurou fracamente e eu parei. Meus ouvidos captaram seu
coração, e ele estava fraco. Empurrei ela para o lado e meu pau estava
para cima. Duro, pronto para bater em sua carne acolhedora; eu não
conseguia o suficiente dela. Era bom saber que eu poderia transar com
ela até estar saciado. Normalmente, as mulheres imploravam para eu
parar antes que eu estivesse pronto, não ela. Ela pegou tudo que eu
poderia dar a ela até agora, sem me segurar. Com Lena, eu conquistei,
dominei e explodimos, nessa ordem. Lena estava selvagem na noite
passada, e isso abalou meu mundo, ela abalou meu mundo.

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— Lena, o que aconteceu com toda a sua comida? — Repeti, tocando
sua carne inchada e estremecendo.
Tomei ela forte, suave, então mais forte. Quando eu tinha certeza de
que ela tinha o suficiente, ela pegou mais. Eu deixei acontecer, porra
gananciosa que eu era, eu queria tanto quanto ela. Ela assustou os
demônios ao redor da casa com o quão alto ela estava vindo; os idiotas
provavelmente presumiram que algum padre estava aqui fazendo um
exorcismo. Ela abriu os olhos e estremeci com o que não consegui ver
na noite passada. Ela estava destruída pra caralho, e isso tinha pouco
a ver com o que eu fiz com ela.
— Levanta. — Ordenei, observando enquanto seus olhos fechavam
fracamente. — Puta merda. — Retruquei com raiva, pegando seu corpo
nu e me movendo rapidamente. Nós acabamos de entrar em guerra com
nossos corpos, e ela estava mal preparada, faminta por comida, e ela
nunca reclamou uma vez. Não parou, ela me devolveu, olho por olho.
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Fui para a casa principal, sem dar a mínima pros meus homens
ficarem por perto, paus nas mãos enquanto tentavam desviar os olhos
dos destroços da noite passada. Alguns pareciam impressionados e
alguns pareciam confusos. Como se não tivessem certeza de por onde
começar a consertar o que destruímos fodendo.
— Layton, você se esqueceu de me dizer algo? — Estourei; minha
raiva era palpável, pulsando por mim.
— Esqueci? — Ele respondeu, olhos descendo quando viu Lena,
ainda com seu corpo inconsciente em meus braços. — Ela está morta?
— Não, mas ela está perto. Quando foi a última vez que ela foi
comprar comida, ou você viu ela comer? — Exigi, e seus olhos ficaram
grandes e arredondadas quando começou a praguejar.
— Ela foi à loja dias atrás, acho que pode ter tido algum problema
no caixa e saiu sem nada. Imaginei que estava comendo lá dentro, você
me disse para manter meus olhos para mim, deixar ela ter privacidade.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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Não queria eu comendo ela com os olhos, então fiquei do lado de fora
da mercearia e nunca entrei na cabana. — Ele admitiu.
— Puta merda; ela está morrendo de fome e transei com ela mais
forte do que com qualquer pessoa no palco do clube. — Rosnei e ouvi
enquanto eles faziam barulhos de surpresa. Sim, minha garota, ela é
uma estrela do rock nos lençóis. Ela poderia fazer uma rainha da
pornografia parecer esfarrapada na cama. Lena não rosnou na cama,
ela rugiu como um monstro, como eu.
— Não percebeu que ela não estava transando de volta? —
Perguntou Devlin, com os olhos colados à sua figura, e rosnei baixo,
ameaçador. Minha.
— Ela fez, durante a porra do dia e da noite toda. Ela pegou o que
dei e então pegou mais. — Deixei isso afundar em suas cabeças; ouvi
enquanto eles assobiavam, e o orgulho inchou meu peito. Eles sabem
exatamente o que eu sou e o que posso fazer, e ela me acompanhou.
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Fodi forte, ela fodeu mais forte. — Pegue comida, agora. — Ordenei,
pisando no que restou da mobília que ela e eu destruímos. Ela não fazia
sexo selvagem; ela foi para a guerra quando fodeu. Ela não estava mais
fraca, presa pelas limitações de ser humana, ela era a porra de um
furacão.
Levei ela para o meu quarto e a cobri, em seguida, corri os dedos
pelo meu cabelo na minha própria estupidez. Ela gemeu, e eu tive que
me forçar a não rastejar entre suas coxas. Ela estava no meio da
Colheita e tentou suprimir esse desejo de superar sozinha. Eu deveria
estar lá, deveria ter percebido isso. Ao invés disso, eu estava
procurando Katarina com Spyder, aproveitando a emoção de encontrar
as pistas que poderiam levar até ela... e não encontrei nada. Enquanto
isso, Lena estava sozinha, com fome e lidando com um desejo quase
insuportável de foder, se minha memória desse feitiço estava correta.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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Me debrucei sobre a cama, sentindo seu rosto pálido. Sua pele
estava escorregadia de suor, mas eu tinha bastante certeza de que
estava transando por horas. Ela choramingou, e seus olhos se abriram
para olhar em volta e gemeu enquanto segurava seu estômago. Ela não
seria capaz de segurar nada, e isso estava me deixando louco, sabendo
que estava comigo. Nunca levei uma parceira à beira da morte, nunca.
Tenho regras e me mantenho em um padrão. Sempre verifico os sinais
vitais, me certifico de que as meninas são saudáveis, alimentadas,
prontas para serem levadas para uma aventura de consciência sexual
que nunca vão esquecer, mas Lena... porra, com ela, era como se eu
fosse um novato mexendo no escuro. Ela me fez esquecer as coisas, me
transformou em alguém que se importava.
Me movi ao redor da cama, considerando minhas opções. Ela estava
desaparecendo rapidamente; as crises de sexo vigoroso bateram no já
estressado corpo. Seu pulso já estava diminuindo, e ela foi numa
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espiral em direção ao ralo. Tinha um monte de coisas que eu poderia
curar, mas isso levaria tempo e eu precisava corrigir isso rápido. Porra!
Mulheres famintas até a morte não fodem assim; elas com certeza não
começam.
Eu sabia onde poderia ir para uma correção que a salvaria, mas a
ideia de pedir ajuda não era atraente. Eu precisava descobrir uma
maneira de contornar isso. Pensei em como seria a aparência mais
intimidadora e um terno preto com uma camisa branca e gravata preta
apareceu no meu corpo. Fiz uma pausa por um momento, ouvindo a
respiração dela quando ela ficou difícil e exalei profundamente.
Me desloquei em cortei tempo e espaço e me reconstruí dentro do
bar de Vlad. Estava mais escuro do que o habitual quando olhei em
direção ao bar e notei que estava cheio de Fae, e pelo que parecia, o
aumento dos soldados de infantaria de Lúcifer neste avião não passou
despercebido. Eles tinham um colocado no bar.

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Estacas o seguraram firmemente no lugar enquanto Ryder pingava
o que imagino ser água benta na testa do demônio, que gritava e
amaldiçoava e parei, observando das sombras. Meus olhos procuraram
nas mesas; procurando pelo garoto com quem eu sabia que Vlad
andava por aí ultimamente. Finalmente vi seu cabelo castanho mais
comprido e desgrenhado no meio da multidão e ele estava com uma
das garotas comuns, Rebekah, que tinha cabelos loiros escuros
escorrendo pela bunda dela. A garota tinha olhos quentes em Ryder,
que não se incomodou em notar que ela existia.
Vi quando o garoto puxou ela para a porta aberta no corredor. A
versão de Vlad de um clube de sexo e a minha diferiam enormemente.
Ele olhou para o bar e seus olhos deslizaram sobre Synthia, que parecia
não perceber. Seus olhos eram só para Ryder.
Tanto quanto eu estava preocupado, era uma novela de merda neste
lugar; todos desejavam foder todo mundo, e tinha uma solução simples:
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Jogar todos em um quarto e deixar eles foderem.
Ryder olhou ao redor quando me sentiu, e eu sorri. Ninguém me
sente a menos que eu lhes permita. Movi pelas sombras, me permitindo
misturar com eles. O garoto fechou a porta para o quarto pequeno, mas
eu estava acostumado a isso; portas não me mantinham para fora, e
nem alas.
Vi quando ele a empurrou contra uma parede, beijando e tocando a
garota que riu pateticamente. Adorável, a garota estava imaginando
que o garoto era Ryder, e ele estava imaginando que ela era Synthia;
ambos estavam falhando com suas fantasias. Ele estava mole, ela
estava seca, mas ambos estavam mais do que dispostos a fingir uma
correção de sangue, com a qual a maioria dos regulares aqui é
recompensada. Se os vampiros se alimentavam deles regularmente,
eles precisavam substituir um pouco. Era a porra de uma lógica

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simples; Vlad era esperto e não queria corpos se acumulando. Ele faz
isso há muito tempo.
Rebekah tinha estado pendurada em torno de Vlad e seu povo a bem
mais de cinquenta anos, mas não parecia ter mais de vinte anos,
porque lhes davam sangue de vampiro. As rodas de vampiros que se
alimentavam dela a impediam de ser escrava de qualquer um em
particular.
Observei ela se despir e me encontrei comparando Lena e ela. Seus
seios são maiores do que Lena, mas não me excitei. Eu podia sentir o
que o sangue que foi alimentado não conseguia esconder: ela estava
envelhecendo. Seus órgãos e seu corpo sabiam que eles deveriam ser
mais velhos. Ele podia sentir o cheiro também, suas narinas e até
mesmo quando ela se abaixou para o chão enquanto trabalhava suas
calças, ele revirou os olhos.
Sorri. Alguns anos atrás, Synthia era dele, mas ele estava ferrado.
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Lidar com demônios tem um jeito de te foder no final. Ele aceitou o
acordo de Ryder, disfarçado por Vlad. Ele perdeu a única coisa que
mais amava no processo. Synthia.
Me materializei quando seus olhos turquesa se arregalaram, e antes
que pudesse abrir a boca para alertar os outros, eu já estava lá, uma
das mãos em sua garganta silenciando ele e colocando a outra mão na
garota, e vi como seus olhos ficaram vagos, e ela caiu no chão, flácida
e sem ver.
Agarrei ele, sem me importar se ele tinha enviado uma mensagem
mental ao seu criador ou se Vlad sentiu seu medo, e nós aparatamos
do prédio; nenhuma ala foi perturbada, nenhum alarme soou. Nós nos
materializamos de volta na sala com Lena e soltei sua garganta e braço,
e o observei imparcialmente quando ele bateu no chão com força. Ele
está acostumado a se transportar, mas eu não me transporto.

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— Que porra é essa? — Perguntou e sorri friamente, mostrando a
ele a escuridão dentro de mim. Imagens fantasmagóricas de esqueletos
empurraram e se contorceram sobre minha pele enquanto minha
armadura se formava; almas dos condenados que não podiam escapar
porque eu era seu juiz, carrasco e guarda. No meu mundo, a execução
vem antes do encarceramento.
— Você sabe quem eu sou. — Perguntei, ainda que tenha soado
mais como declaração. Meus olhos ficaram azuis, a cor das chamas
que ardiam no inferno.
— Lucian, o braço direito de Lúcifer. — Ele retrucou, suas pernas
ainda não muito dispostas a suportar seu peso.
— A garota na cama, — respondi, ignorando seu olhar de pânico
enquanto ele tentava decidir a melhor rota de saída, o que só acabaria
mal para ele. — Ela precisa de sangue.
— E se eu disser não? — A pergunta era quase beligerante. Ele tinha
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bolas. Eu tinha que dar isso a ele.
— Não diga não, garoto. Isso significa que esta viagem termina mal
para você.
Ele olhou para mim e permiti se tornar visível mais da escuridão
que eu escondia; olhos sem alma o observavam, o fogo do inferno azul
queimando brilhantemente, e minha armadura que continha as almas
escorregou, propositadamente. Como tatuagens, eles deslizaram sobre
minha pele, movendo-se ao redor das runas que os prendiam a mim.
Sua boca se abriu e suas presas se retraíram, completamente incapaz
de desviar o olhar do pesadelo ambulante em que me tornei.
Eu não colecionei só almas mortais do mal, colecionei imortais.
Imortais deram mais poder; eles alimentaram o que eu havia me
tornado com um poder infinito, me tornando mais forte a cada nova
peça que adicionei à minha armadura. Seus poderes passaram a ser
meus, e a transferência foi muito dolorosa para eles.

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— Quem é ela? — Ele perguntou, com os olhos ainda colados às
almas ondulantes na minha pele como tatuagens dançantes. Empurrei
a armadura para baixo da minha fachada de corpo, onde eu ainda
poderia extrair seus poderes e deixar ele sentir a intensidade elétrica
da força bruta que eles me alimentavam.
— Ela é uma bruxa, uma que não merece morrer. A menos que você
planeje seguir ela na próxima vida, sugiro que corrija isso. Agora. — Eu
disse de maneira uniforme, sem precisar assustar ele mais do que já
estava. Ele era novo como imortal, muito fraco para fazer parte da
minha coleção.
— Aliança? — Perguntou ele enquanto seus olhos se moveram para
Lena. Senti sua luxúria, forte e poderosa quando ele olhou para seu
corpo nu. Ela tinha chutado as cobertas enquanto sai.
— Não. — Respondi, só querendo esconder sua nudez dos olhos
lascivos do garoto. Spyder esperou nas sombras no canto da sala. Ele
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sentiu que eu tinha retornado, e que eu não estava sozinho.
— Não; isso é tudo que eu recebo? Estou prestes a lhe dar o meu
sangue, porra, você pode pelo menos me dizer quem é e por que precisa.
— Ele respondeu agressivamente. Rosnei, e o garoto começou a se
mover, como se fosse se levantar e me enfrentar. Spyder avançou, seus
olhos frios de morte enquanto suas próprias almas escapavam de sua
armadura. — Que porra é essa, a casa dos horrores? — O garoto
murmurou e eu sorri.
O garoto realmente tinha bolas grandes, provavelmente por isso que
Vlad o mantinha por perto. Me movi para a cama, sentindo o momento
em que o Fae chegou fora da minha casa. Ao contrário deles, eu sabia
como manter os indesejáveis fora da minha casa.
— Você pode dar seu sangue de bom grado, ou eu posso alimentar
ela enquanto a sua vida se esvai. Escolha.

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— Lucian, nós temos companhia. — Devlin disse, o fogo do inferno
queimando em seus olhos quando ele entrou na sala, fixando seu olhar
no jovem vampiro. Seus olhos se moveram do garoto para Lena, que
gemeu e se encolheu enquanto a dor abalou o que tinha em seu
estômago.
— Escolha; de qualquer forma, ela está recebendo seu sangue. —
Avisei, esperando que ele escolhesse sabiamente.
Vi quando suas presas deslizaram para baixo e ele raspou um sobre
o pulso para cortar aberto. Ele deslizou o outro braço sob a parte
superior das costas dela, evitando cuidadosamente sua carne nua
enquanto forçava o sangue salvador por sua garganta. Relaxei um fio
de cabelo, observando enquanto a cor enchia suas bochechas, mesmo
enquanto ela pegava sua veia.
— Lucy, você tem alguma explicação para dar. — A voz de barítono
de Ristan estava zombando quando ele se materializou na sala. — É
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hora de abandonar as proteções Fae, idiota. — Ele exigiu com raiva.
Porra de demônio em busca de alma. A casa estava protegida contra os
demônios Fae e Lúcifer. Mestiços de merda.

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CAPÍTULO TRINTA E SETE


ESTÁ TUDO BEM HOJE, ESSA É A NOSSA ILUSÃO.
— VOLTAIRE

MAGDALENA
— Quem diabos é ela? — Perguntou uma voz profunda, e meus olhos
se abriram, encontrei a luz ofuscante. Fechei os olhos e limpei minha
boca onde o sabor acentuado do cobre me enchia.
— Isso não é da sua maldita conta; o garoto não ficou ferido, e eu
não tinha tempo sobrando por aí. — A resposta afiada de Lucian me
despertou e pisquei quando um par de estranhos olhos prateados que
pareciam girar pairaram sobre mim.
Era um anjo, tinha que ser. Ele era lindo de uma forma masculina;
suas feições eram afiadas, e bem definidas. Seu cabelo preto caia sobre

404 os ombros enquanto me observava lutar para sentar. O quarto estava 404
cheio de homens, homens bonitos. Era oficial, eu tinha morrido.
— Este o céu? — Sussurrei, assim quando o meu corpo reagiu à
vibração estranha que pulsava pela sala.
— Por que você pergunta? — O cara com olhos prateados perguntou,
com os olhos sorrindo com a questão.
— Porque se eu tivesse que escolher o que seria o céu, este seria o
meu. — Eu disse enquanto lambia os lábios e olhei em volta. Droga,
eles não eram apenas quentes; eles eram etéreos, como se tivessem
sido criados apenas para levar as mulheres à loucura. Um tinha o
cabelo comprido castanho-preto e olhos tricolor em tons de verde. Ele
também tinha grossas tatuagens pretas que pareciam pulsar e se
mover em sua pele. Um de olhos dourados com cabelo preto mais curto
parecia familiar para mim enquanto me estudava, seus olhos se
movendo lentamente para onde descobri meu corpo na minha pressa

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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de me levantar e ver o que estava acontecendo. Ele sorriu quando uma
mulher deu um tapa em seu braço, seus olhos imediatamente se
movendo para ela com um olhar que fez meus ovários doerem.
— Fada. — Ela rosnou, seus olhos azuis presos aos dele em uma
batalha silenciosa.
— Bruxa. — Ele rosnou de volta com um olhar faminto.
— Enfie bem onde o sol não brilha. — Ela rebateu e o cara de olhos
prateados que estava sentado na cama tossiu para sufocar uma risada.
— Vocês dois. — Disse ele. — Não posso te levar a lugar nenhum.
— Ele sorriu e piscou para mim.
Pisquei de volta, sem saber por que estava piscando, mas tinha
certeza de que ele tinha acabado de se inscrever para ser o pai do meu
bebê. Ou então meus ovários tinham decretado. Engoli em seco quando
meus olhos se moveram de volta para o cara de olhos verdes, que me
olhava com algo perigoso gravado em seus olhos.
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— Adam, vibrações. — Disse o cara de olhos prateados, notando
meu desconforto. Eu não tinha certeza do que quis dizer com vibrações,
mas seja lá o que fosse, o desconforto no meu corpo diminuiu, mesmo
quando meus olhos se moveram para Lucian, que estava no canto perto
da cama, de costas para a parede, me observando enquanto eu
observava o bufê de gostosura que enchia a sala.
— Magdalena, sempre um prazer. — Vlad disse enquanto entrava
na sala; um jovem com cabelos e olhos castanhos turquesa ficou ao
seu lado. — Lucian, da próxima vez, sugiro que pergunte antes de
tomar algo que não pertence a você. Mas talvez, você possa responder
a algumas perguntas sobre...
— Não aqui, não agora. — Disse Lucian, cortando Vlad no meio da
frase. — Ouvidos inocentes e tudo mais. — Emendou e todos olharam
para mim, e eu olhei para os meus seios nus, porque tantos olhos em
mim? Muito assustador.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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— Você está bem, Magdalena? — Perguntou Vlad.
— Kendra? — Uma mulher chamou suavemente enquanto entrava
na sala.
Meus olhos levantaram para os dela e eu os estreitei. Ela não era
bonita no sentido dos outros na sala, mas tinha uma beleza clássica
que a fazia se destacar na multidão. Ela tinha cabelos ruivos e olhos
azuis que me olhavam como se me conhecessem.
— Essa é Magdalena. — Vlad ofereceu.
— Beije minha calcinha, essa é Kendra. — Ela brincou, dando a ele
um olhar que o desafiou a discutir com ela.
Beijar minha calcinha?
— Olivia. — Lucian acenou cordialmente com a cabeça para ela;
seus olhos se moveram para os dele e ela sorriu fracamente.
— Lucian, é bom te ver de novo. — Ela acenou de volta, embora algo
em seu comportamento mudou, e ela se aproximou do cara com os
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estranhos olhos prata. Parecia que ela não achava que encontrar
Lucian era tão bom quanto ela disse que era. — Espero que os negócios
no clube estejam bem?
— Sempre. — Disse Lucian, com uma ligeira inclinação de sua
cabeça enquanto seus olhos se moveram para os meus.
— Kendra, você está bem? — Ela perguntou, se movendo para cama
e pegando minha mão. Puxei para longe, me aproximando de Lucian,
toda a sala pareceu notar.
— Meu nome é Magdalena. — Respondi, quando me abaixei e puxei
as cobertas sobre o meu corpo. Eu não tinha certeza por que todo
mundo estava na sala, ou por que eu ainda estava nua, mas no final
do dia, eu me senti como se tivessem em uma enorme desvantagem.
— Mentiu para mim? — Perguntou ela. — Na Aliança, você me disse
que era Kendra Fitzgerald. — Sussurrou e minha raiva aumentou.

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— Aliança? — Rangi quando olhei em volta de novo, percebendo as
coisas que o meu cérebro não tinha computado. Como olhos tricolores.
— Fae. — Sussurrei. — E Aliança. — Eu estava de pé, caminhando
para a porta se os cães do inferno tivessem em meus calcanhares.
— Lena. — Lucian latiu, enquanto os outros se afastavam do lençol
que eu arrastava comigo.
— Não! — Gritei quando me virei com um fogo dentro de mim. —
Você trouxe a porra da Aliança aqui? Como pôde! Nós nos escondemos
deles durante séculos e trouxe eles aqui? E Fae! Para a porra da minha
porta, você trouxe aqui, para nós! Você disse a eles onde estávamos?
— Fervi com raiva.
— Não, Lena, você acabou de fazer isso. — Ele respondeu friamente.
— Não... grrr! — Rosnei com os dentes cerrados quando mostrei
para ele como um animal selvagem. — Você é um merda! Te odeio!
— Você disse isso ontem à noite, um pouco antes de arruinar a
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maior parte do andar de baixo montando em mim. — Respondeu com
um sorriso arrogante.
— E? — Retruquei quando apontei meu dedo e enfiei no seu peito.
— E você está prestes a fazer de novo. — Ele sorriu quando uma
onda de calor rodou através de mim.
— Não! Não, não! Apenas não! Ah. — Dobrei quando uma forma de
calor me rasgou com as palavras.
— Vai ficar tudo bem, Lena, você me odiando funciona muito bem
para mim. — Ele disse com um largo sorriso enquanto Spyder gemeu
do canto onde eu não tinha notado antes. Ele tinha se misturado a
tudo; como dentro, ele era a sombra no canto, porque no momento em
que ele entrou a partir dele, a sombra se foi.
— Vocês podem querer descer para isso. — Disse Spyder, e eu
ignorei porque o calor estava me queimando de dentro para fora.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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Deixei cair o lençol e estava me movendo em direção Lucian com um
propósito, mesmo quando os outros nos observavam.
— Puta merda. — Disse o cara de olhos dourados enquanto eu
empurrava Lucian para a cama, sem me importar nem um pouco que
os outros ainda não tivessem chance de sair. — Droga. — Ele disse
enquanto eu rasgava as roupas de Lucian. Os outros nos observavam
com os olhos arregalados e, como se lembrassem que estavam aqui,
todos começaram a sair da sala.
— Oh, oh merda. — Disse a loira platinada. — Merda, devemos...
uau, ir. — Disse quando puxou o braço do rapaz de olhos verdes, que
estava nos observando com uma fome nua que eu queria explorar. —
Adam, se mexa, Ryder, me ajude. — Ela disse, quando o pau de Lucian
estava livre, o quarto esvaziou como se todos tivessem simplesmente
desaparecidos.
Se passaram algumas horas antes que eu me enchesse de Lucian,
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e mesmo enquanto puxava o lençol ao redor do meu corpo, eu queria
mais. Eu estava coerente o suficiente para saber melhor. Eu podia ouvir
as pessoas lá embaixo.
— Lena. — Lucian advertiu com seu corpo nu e eu ainda nua
quando ele relaxou ao meu lado. Ele estava quente; mesmo após o sexo
ainda não podia amortecer a atração que sentia por ele. As tatuagens
ficaram mais brilhante do que tinham estado na noite anterior, e o anel
no estúpido mamilo perfeito ainda me tentando a provar.
— Não. — Eu ri sem alegria enquanto lutava para sair da cama
quente. — Você desfez o que temos trabalhado séculos para alcançar
em um dia. Sem “Lena” seu, imbecil.
Eu estava no meio da escada quando ele me alcançou. Ele agarrou
meu braço e arranquei dele, o coração disparado com as complicações
do que a Aliança estar aqui significava para todo o Coven. Minha avó
me disse em várias ocasiões que o Coven não queria ter nada a ver com

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a Aliança; ou eles tentariam fazer com que nos juntássemos a eles, ou
alertariam os Fae e os demônios de nossa presença. Ao tentar ser
algum tipo de força policial sobrenatural, eles só atraíram problemas.
— Me deixe ir! — Rebati, e desci o resto da escada, ignorando a raiva
que eu sentia quando caminhei pelo quarto. O calor de seu olhar comeu
meus nervos quando ignorei os olhares curiosos, e me esquivei do
gesso, que, quando eu olhei para cima, eu descobri que estava caindo
do teto, onde uma rachadura tinha dividido. Ótimo, eu tinha arruinado
sua casa.
— Droga, Lena. — Ele sussurrou enquanto abri a porta e bati atrás
de mim quando saí da casa e caminhei a distância entre nossas
propriedades e para a cabana, antes de desabar de bunda enquanto
minhas pernas fraquejavam.

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Ignorei eles depois disso, todos eles. Felizmente, alguém tinha


deixado mantimentos, o que significava que alguém sabia que eu estava
falida. Doeu; meu orgulho, meu coração e tudo doem. No segundo dia
do meu isolamento autoinduzido, tentei cautelosamente um pouco de
magia, tocando a linha enquanto observava os anciões ensinando
Kendra através de nosso vínculo.
Eu estava do lado de fora da cabana, tentando chamar rochas para
mim. Começaram a me irritar quando não se moviam no comando,
depois a raiva cresceu, misturada com a frustração por ser incapaz de
usar a magia que eu sabia que tinha dentro de mim. Quanto mais
irritada eu ficava, mais as pedras no chão balançavam. Assim quando
eu estava prestes a perder a calma, elas abruptamente levantaram do
chão em volta de mim, e pararam. Quando dei o comando, eles

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navegaram diretamente para mim, resultando em ovos de ganso e
muitas contusões.
No dia seguinte, decidi praticar de novo. Ignorei os recém-chegados
que se mostrariam como se estivessem tomando turnos ou alguma
coisa, e pareciam estar assistindo a casa e eu. Eu não tinha certeza do
que tinha acontecido com os demônios; se eles ainda estavam
presentes, mas mantendo distância, ou se eram apenas invisíveis, ao
menos que eles tivessem tomado o controle de um hospedeiro, que era
o que os anciãos tinham ensinado a Kendra. Aparentemente, os que
nos caçavam eram almas das trevas; aqueles que precisavam de um
hospedeiro vivo se quisessem passar qualquer quantidade de tempo
neste mundo.
Decidi que eu realmente não queria ficar enfiada o resto do dia na
cabana, então coloquei um short e uma camisa e fui para o jardim. Eu
tinha ido para ele por algum tempo, quando um cavalheiro que tinha
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que estar em seus primeiros cinquenta anos se ajoelhou ao meu lado e
ignorou que ele estava ficando sujo. Ele não falou; calmamente tirou
raízes e limpou antes de colocá-las nas cestas corretas.
Eventualmente, a beleza platinada de seus cabelos, o cara de olhos
verdes, a menina com cabelo vermelho, e aquele cara que estava com
Vlad no outro dia foram ajudar na jardinagem junto a nós. Não era uma
fantasia minha, tampouco. Assisti eles cuidadosamente quando eu
continuei a puxar as raízes para preservar para o próximo inverno, já
que parecia que eu poderia ficar sozinha com ele.
Finalmente, o homem mais velho falou.
— Entendi a necessidade de seu Coven de se separar, enquanto
muitos outros anciãos não. Os seus não queriam fazer de vocês
guerreiros, e as Alianças sim. Eles queriam ser a lei e governar as
criaturas sobrenaturais que sentiam saindo das sombras. As Alianças
queriam treinar crianças para a guerra, e os Covens queriam paz. —

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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Ele disse enquanto seus olhos azuis se voltavam para mim. — Essa foi
a escolha do seu Coven e deveria ter sido respeitada. Erros foram
cometidos no começo, mas isso foi há séculos atrás. Não era sua guerra
ou a minha naqueles dias. Eu era o professor das crianças da Aliança
de Spokane; Ensinei a eles como lutar e como usar as linhas Ley e
controlar a magia dentro delas. Não faz muito tempo, inimigos se
infiltraram na Aliança e fui considerado um passivo. Eles mudaram a
Aliança. É um lugar perigoso agora. Levei muito tempo para ver que
não era mais um lugar do qual eu queria fazer parte. A maioria das
Alianças agora está sendo secretamente controlada pelo inimigo que
está matando Faes e seus próprios indiscriminadamente. Aqueles que
não fazem parte das fileiras inimigas ainda são influenciados por eles
e têm muito orgulho de ver que caem por dentro, porque também
seguem a tradição. É o que chamo de orgulho das bruxas. Você e eu,
Lena, somos descendentes de uma raça orgulhosa.
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Olhei para ele, notando que a loira platinada me observava com um
olhar cuidadoso. Ela confiava em mim tanto quanto eu confiava nela.
Meus olhos gravitaram para as marcas em seus braços, que eu sabia
que pertenciam aos Fae. Elas deslizaram sob sua pele, se movendo
sedutoramente.
— Os dela não são reais. — Provocou o homem de olhos tricolores,
seus olhos verdes brilhando de tanto rir. — Os meus são, se quiser
tocar? — Ele ofereceu, estendendo o braço enquanto eu olhava para
ele. Levantei a mão, mas parei antes de realmente tocar. — Não mordo.
— Disse ele.
— Eu sim. — Sussurrei quando dei um olhar frio antes de começar
a puxar mais raízes.
— Percebi, era meio difícil de perder. — Disse ele com um sorriso
sexy. — Ocasionalmente ataco também quando a fome... vem. — Riu.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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— Não deixe Adam começar, — disse a loira — ele é um flerte
implacável.
— Até parece, Syn, eu sou um maldito Casanova. — Ele respondeu.
— Crianças — O mais velho advertiu paternalmente e eles
compartilharam um sorriso antes de voltarem a colher ervas.
— Precisa de alguns cantos para eles, veterano? — O cara com os
estranhos olhos prateados perguntou quando ele se aproximou e olhou
para a terra com um sorriso.
— Nada que eu não possa controlar, demônio. — Disse ele e fui
embora.
Eu estava de pé e me movendo em direção à casa em uma corrida
mortal.
— Merda. — Ouvi o velho dizer.
— Algo que eu fiz? — O cara de olhos prateados perguntou.
— Demônios; ela é de um Coven que foge deles há séculos.
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Assisti eles da janela, meus olhos observando suas brincadeiras
amigáveis enquanto terminavam de curar as ervas e preparar as raízes
para serem armazenadas. Eles pareciam normais, mesmo de onde eu
estava espiando através da cortina. Eles riam, e além de algumas
diferenças, pareciam seres humanos. Vi quando o cara com olhos
dourados chegou e acenou com a mão, e uma mesa cheia de comida e
tudo o que precisavam para concluir o processamento das ervas se
materializou. Eu finalmente o reconheci. Ele era o Príncipe Fae da
Escuridão. Ele tinha estado em todas os jornais por um tempo, mas o
que eu não conseguia descobrir, era o porquê um bando de Faes e seu
Príncipe estavam juntos com as bruxas da Aliança lá no meu jardim.
— É chamado de glamour. — Uma voz profunda interrompeu meus
pensamentos e me virei, puxando a haste da cortina comigo.
— Saia! — Gritei enquanto fazia a haste da cortina como arma, ele
ergueu as mãos como se não tivesse intenção de machucar. Ok, certo.

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— Não sou o tipo de demônio que está atacando seu povo. Não vou
te machucar; não mato sem razão, e não estou aqui para machucar
seu Coven. — Ele apontou pela janela. — Estou apaixonado por aquela
anjinha ali; ela é o meu mundo. Eu sou metade da Fae da Horda, Ryder
é meu irmão e ele é Fae da Horda, não Fae da Escuridão como a
imprensa acredita. Ele está com Synthia, e eles têm os filhos mais
lindos juntos. Adam ali é o verdadeiro Príncipe Fae das Trevas e ele foi
criado na Aliança, assim como Synthia. Olivia, Adam, Adrian e Synthia
foram todos criados como bruxas dentro do Coven e souberam o que
realmente eram há menos de um ano atrás. Synthia era uma mera
criança quando Fae, seu próprio irmão, matou seus pais adotivos. Isso
chamou Adam para ela, porque ele era familiar. Esse evento também a
tornou uma das melhores Executoras que o Coven já tinha visto. Olivia
foi enviada à Aliança de Spokane quando sua mãe morreu durante o
parto; o pai dela era um arcanjo. Adrian, foi o sangue dele que te curou,
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era namorado de Synthia e o melhor amigo de Adam, mas Ryder fez
uma oferta por poder, e ele aceitou. Ele é um vampiro, como Vlad, que
eu entendo que você conheceu em um dos clubes de Lucian. Então veja
bem, somos todos desajustados. — Disse ele.
— O problema, Lena, é que todos nós fomos rotulados e mal
compreendidos e sobrevivemos. Não estamos aqui para te machucar ou
tentar descobrir você. Estamos dispostos a ajudar, se você precisar.
Observei quando Lucian entrou pela porta da frente, como se tivesse
percebido meu desconforto e nossos olhos se encontraram. Ele se virou
para o alto Fae Demônio, ou seja lá que merda ele era, e rosnou do
fundo de seu peito.
— Você está deixando ela desconfortável, Ristan. — Alertou, os olhos
virando com raiva quando abaixou a cabeça numa ligeira inclinação.

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— Só estou informando que ela não está sozinha. Não estamos aqui
para machucar ela. — Ele respondeu; os olhos estranhos se deslocaram
para o meu, em seguida, ele desapareceu.
— Trouxe alguns mantimentos. — Disse Lucian, acenando para o
saco na mão.
— Você vem me trazendo comida. — Sussurrei e exalei. Ótimo, eu
estava na porra de um caso de caridade. — Obrigada.
— Não me agradeça, Lena, tenho meus próprios motivos para
precisar de você bem alimentada. — Ele sussurrou com um sorriso
malicioso nos lábios. — Como está a dor de ignorar que está com fome?
— Está tudo bem. — Rosnei, mas não estava. Eu já precisava dele
de novo, e estava ficando muito embaraçoso.

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CAPÍTULO TRINTA E OITO


LUCIAN
Fiquei na varanda, observando enquanto os Fae continuavam a
entrar e sair da propriedade ao redor da casa de Lena; nenhum deles
deu sinais de desistir tão cedo. Ela me expulsou logo depois que
expulsei Ristan, mas pelo menos eu sabia que ela tinha comida. O
pensamento dela estar sozinha e morrendo de fome foi algo que fez
minhas entranhas se contorcerem. Ela permaneceu dentro daquela
cabana por alguns dias agora, trancada para evitar o Fae que
persistentemente esperava por ela. Isso me deu tempo para considerar
meu próximo movimento, bem como dar a ela tempo para desejar o que
tínhamos entre nós. Eu poderia fazer sexo em qualquer lugar, mas não
iria conter a química que estava viva entre Lena e eu. Talvez seja por
415 isso que eu senti uma atração por ela. 415
— Lucy, é hora de começar a se explicar. — Disse Ristan enquanto
se intrometia com o Rei da Horda e seu cão infernal de estimação,
Zahruk, logo atrás dele.
— Não tenho que explicar sobre ela para você. — Rosnou, sabendo
que eles não estavam saindo, até que descobrissem por que tantos
demônios se hospedavam e convergiam para este lugar. Eu sabia o
porquê; eu teria feito a mesma coisa em seu lugar. Demônios são
mortais, mas os números absolutos acumulando aqui no momento era
algo que não deixou de ser estranho.
— Então explique por que sua cabana está repleta de demônios
tentando entrar. — Ryder emendou, seus olhos dourados travando nos
meus em um desafio silencioso.

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— Pergunte a eles, Ryder. — Murmurei, observando as luzes da casa
se extinguindo enquanto ela se movia por ela, e lentamente apagou as
velas.
— Os tipos de demônios que frequentam essa área não podem falar
sem um hospedeiro, e os Deuses proibiu de tomam um. — Ele rosnou.
— Algo está acontecendo, além do que podemos ver, obviamente.
— Magdalena foi abandonada por seu Coven, por quê? — Perguntou
Ristan, mudando de assunto. Me debati sobre o quanto eu deveria
divulgar a eles sobre ela. Por mais que eu detestasse admitir qualquer
falha ou fraqueza, eu mais do que provavelmente precisaria da ajuda
deles desta vez e, a menos que eles entendessem completamente o que
estava em jogo, eu não os envolveria.
— Porque quando a sua magia veio, ela não estava com eles no
Coven, e ela não deveria ter despertado. Ela não foi selecionada para o
Despertar. Quando não foi selecionada, ela veio até mim no clube
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Metaline Falls. — Eu disse; sorrindo com a lembrança de seu
nervosismo, mesmo quando ela chutou para fora a garota que servia
bebidas. — O Coven paira sobre os seus rituais arcaicos, e eles têm três
etapas que são seguidas à risca. O primeiro passo é ser escolhido pelos
antepassados que eles ritualisticamente trouxeram de volta para
escolher qual bruxa está pronta para lidar com o poder e magia. O
segundo é participar do ritual do Despertar da magia. Durante essa
cerimônia, eles fazem outro ritual que quebra a maldição que limita a
sua magia até que estejam na idade e sejam selecionados. Por último,
eles passam pela Colheita, que é onde devem se assegurar que a
próxima geração é criada a partir das melhores linhagens. Lena não foi
escolhida pelos mortos para receber seus poderes, mas ela recebeu. Ela
estava na abadia quando começaram o ritual para quebrar a maldição.
Ela não estava entre os que foram selecionados; o ritual deveria ter
falhado com ela, mas ela conseguiu ter seus poderes.

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— Você deixou de fora a Colheita, e a parte em que você fodeu ela,
e ela poderia estar carregando seu filho. — Ryder explodiu.
— Não posso ter filhos. — Respondi, notando seu estremecimento
ao provavelmente pensar em seus próprios filhos. Ao contrário dele, eu
não queria filhos. Este mundo era um lugar fodido, e meus inimigos
eram muitos para adicionar uma criança à equação de qualquer
maneira.
— É mesmo? — Ele perguntou, seus olhos lentamente se moveram
para Synthia, observando ela à distância enquanto ela ria de algo que
Adrian disse.
— Isso não incomoda você? — Perguntei, notando que ele ficou
ligeiramente tenso, dando a entender que não era imune a isso.
— Ela fica calma com ele, e eu mantenho ela bem saciada. —
Anunciou ele, seus olhos brilhando com a fome que a sua raça era
conhecida. Foder mantinha eles alimentados; eles fodiam muito. Se os
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seres humanos comessem tanto quanto os Fae, eles seriam obesos. —
Matar ele não é uma opção; ela me odiaria por isso.
— Isso é uma oferta de emprego? — Perguntei, observando enquanto
sua cabeça balançava em uma resposta negativa. — Não penso assim;
ela é uma fraqueza, uma que seus inimigos não vão hesitar em usar
contra você.
— Magdalena é sua. — Ele disse, me dando toda a sua atenção. —
É por isso que os demônios estão ao seu redor, até mesmo agora?
— Ela não é uma fraqueza, é só algo pra passar o tempo. — Respondi
asperamente. — Se ela soubesse quem eu sou realmente, ela correria.
Se soubesse do por que eu estou aqui, me chutaria pra fora. Ela
perderia, mas Lena tentaria o seu melhor até que ela me obrigasse. Isso
se reproduz em sua genética, através de centenas de anos de linhagens.
— Elabore. — Disse Ryder.

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— Para conhecer o final, você precisa entender o início. Há mais de
dez mil anos, outro estava encarregado de manter o selo. Pense no selo
como uma chave que abre tudo. Foi criado com a melhor das intenções;
entretanto, os humanos têm um ditado adequado sobre as estradas
para o inferno serem pavimentadas com boas intenções. A criação do
selo não saiu como o esperado e foi descoberto que ele traria o inferno,
o céu, a Terra dos Fae e todos os outros mundos para este. Seria um
apocalipse, tão cataclísmico que ninguém sobreviveria.
— O primeiro portador, ou melhor, o anfitrião do selo, pensou que
poderia encontrar amor com uma súcubo, mas ela sabia o que ele
mantinha em sua alma. Ela o usou para gerar um filho. O selo foi
liberado dele quando ele criou a vida, uma vida que ela manipulou e
torceu para provocar o caos. Antes que o selo pudesse realizar seu
verdadeiro propósito, os Deuses foram capazes de recuperar e
restaurar a ordem. Eles então pegaram o selo e o colocaram em uma
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caixa, embora se essa caixa fosse aberta, ela criaria um novo porta-
selo, por si só. Eu fui selecionado para ser o guardião do selo e eu o
trouxe comigo quando saí do submundo. Quando vim aqui pela
primeira vez, era para recolher as almas das bruxas, para ajudar a
alimentar um ritual que destruiria o selo. O selo é perigoso demais para
existir e durante séculos procurei uma maneira de erradicar. Agora que
tenho um plano viável para me livrar dele de uma vez por todas, só
precisava colocar em ação.
— Eu localizei um grande Coven nos arredores de Aberdeen,
Escócia, um que era forte; as linhagens eram poderosas, pois
descendiam da primeira bruxa criada por Hécate. No meio da
ignorância e do ódio da época e dos julgamentos de bruxas que foram
gerados a partir dele, eles permaneceram fortes e foram uma força a
ser considerada. Foi quando conheci ela.

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— Katarina parecia ser pura de coração, não contaminada pela
ganância como a maioria dos outros em seu Coven foram. Onde eles
queriam poder, ela só queria viver e prosperar. Ela era a mais intrigante
criatura que já conheci, e, eventualmente, comecei a cortejar ela. Ela
nunca quis nada de mim, nunca pediu nada. Admito que me apaixonei
por ela; ela era tudo para mim. — Sussurrei, odiando que mesmo agora
as emoções criaram uma pontada de arrependimento ao apertar meu
coração. — Eu ia explicar o que eu era para ela, ligar ela a mim; tornar
ela imortal. Nunca tive a chance. Seu Coven descobriu o suficiente
sobre mim para descobrir que tipo de ameaça eu representava para
eles e os jogos começaram. Durante um período de semanas, eles a
viraram contra mim e ela mudou. Eu não entendi na hora o que estava
acontecendo, a mudança em seu comportamento, como ela estava
quase com medo de estar perto de mim e se forçando a ficar.
— Compreensivelmente, eu estava curioso e desconfiado do
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comportamento dela. Estar apaixonado por ela não mudou meu
propósito. Eu precisava do poder que seu Coven forneceria. Nunca
parei de tentar identificar aqueles que detinham poder suficiente para
que pudéssemos colher por nossa causa. No final, nem mesmo o amor
poderia me impedir de meu objetivo final, mas então eu tinha uma
ameaça maior com que me preocupar.
— Uma noite, enquanto observava eles, achei o Coven realizando
um ritual que eu nunca tinha visto antes. Enquanto eu observava o
ritual, percebi que os feitiços foram projetados para tentar me destruir.
Eles descobriram naquela noite a tolice de suas ações quando eu matei
o irmão de Katarina no meio do canto. Ele era o sumo sacerdote do
coven e, enquanto interrogávamos o restante dos que participaram
daquela loucura, descobri o que aprenderam sobre mim e o que
Katarina tinha feito. Me amarrando, me mantendo ocupada enquanto
eles trabalhavam em uma maneira de me destruir.

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— Quando matei eles, eu soube que ela estava na minha casa,
esperando para completar as maldições que seu Coven tinha posto em
movimento; esperando para me amaldiçoar de volta para onde ela
pensava que eu tinha vindo, e a caixa que continha o selo foi bem
escondida, mas ela era uma bruxa forte. Tenho a certeza que sentiu
seu poder e ele chamou por ela, ou ela descobriu através de sua magia.
Não importa como ela achou, mas achou.
— No momento em que ela abriu, liberou o selo para dentro de si
mesma. O selo nunca foi destinado a um hospedeiro humano; eles não
são fortes o suficiente. Eu finalmente a encontrei enquanto ela vagava
pela floresta que cercava a campina em que uma vez ficamos deitados
por horas, fazendo amor... sua mente foi quebrada pelo selo, e quando
comecei a ouvir suas palavras, percebi que estava me amaldiçoando.
Acho que ela sabia que não iria sobreviver à posse do selo e estava
usando o pouco tempo que lhe restava, tentando completar a maldição
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do Coven.
— Na época, fiquei furioso com a traição dela, arrasado com o que
sabia que ela havia se tornado e não havia nada que eu pudesse fazer
para salvá-la. Eu a confrontei, e ela admitiu que ela e seu Coven
estavam me mandando de volta para o inferno. Os tolos não tinham
ideia de que suas maldições idiotas não poderiam me manter lá, e eu
me certifiquei de que ela soubesse disso. Ela mudou de tática e se
amaldiçoou para renascer até que me matasse. Eu estava com raiva e
alterei sua maldição para que eu sempre pudesse encontrar ela e o selo.
Depois de matar ela, devolvi seu corpo para os membros do Coven que
ainda viviam, mas eu tinha modificado alguns dos detalhes nas
memórias daqueles que testemunharam e ajudaram Katarina e a sua
família. Infelizmente, devido a suas ações, eu tive que abandonar o
plano original e tentar encontrar uma maneira de destruir o selo agora
que as circunstâncias tinham mudado.

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— Você tem que entender; o selo é sensível. Não é como as relíquias
que você está procurando. Ele tem sua própria consciência e
descobrimos, depois que ele passou do primeiro hospedeiro, que ele se
tornou mau e prospera na destruição e caos. Ele quer ser libertado.
Matando Katarina, eu esperava que fosse o fim do selo, pois ele só
poderia ser sustentado por um ser imortal.
— Descobri quando Katarina reencarnou pela primeira vez que ele
entrou em seu poder cerca de sessenta anos mais tarde, que o selo está
ligado à sua alma. Se constatou a única coisa dentro dela que era
imortal, e se agarrou a ele. Toda vez que Katarina renasce, o selo tem
a oportunidade de despertar e contanto que eu possa encontrar e matar
a reencarnação antes que ela entre em seu pleno poder, o selo
permanece dormente. Se eu não conseguir encontrar ela antes que
atinja seus plenos poderes o selo desperta; posso não ser capaz de
impedir de desencadear o inferno para os nossos mundos. Até a última
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reencarnação, as reencarnações pareciam chegar a cada cinquenta ou
sessenta anos ou mais. Isto torna muito difícil de gerir, uma vez que
não é previsível. Agora, eu sei que ela renasceu de novo e ela era uma
das bruxas que acabou de entrar em seus poderes. É por isso que estou
aqui; tenho que descobrir quem ela é e acabar com isso.
— Assim você pode matar ela, de novo? — Perguntou Ryder. — Você
amava ela.
— Ainda amo. — Eu ri friamente. — A original era o amor da minha
vida. Ela me amaldiçoou, e cada vez que encontro ela de novo, ela tenta
encontrar novas maneiras de tentar me destruir. A cada reencarnação
ela fica mais rápida e mais inteligente. Depois que matei ela a primeira
reencarnação, o Coven se moveu. Fugiu do país. E quando senti o
puxão de novo que me disse que ela tinha renascido, eu tive uma janela
pequena de tempo para encontrar eles de novo. Finalmente localizei
eles fora de Port Royal, Nova Escócia.

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— Nessa época, percebi a conexão com sua maturidade e atingir seu
poder total como o gatilho para o selo. Eu não podia arriscar que ela
assumisse seus poderes antes de descobrir qual ela era ou onde estava
se eles fugissem de novo, então a ideia do Despertar foi, digamos,
“sugerida” para a alta sacerdotisa. Ela pensou que estava protegendo o
coven de jovens bruxas irresponsáveis que poderiam ser imprudentes
e atrair monstros; ela não tinha ideia de que isso estava me dando
tempo para parar um monstro muito maior.
— Você ama ela toda vez? — Ristan perguntou, estreitando os olhos
enquanto considerava exatamente quão fodida estava toda a situação.
— Não. Teve alguns casos que não estive apaixonado; mas eu
realmente não posso dizer que amei qualquer uma delas. — Murmurei
distraidamente. Elas não eram minha Katarina. Ela foi perdida para
mim no momento em que se virou contra mim. Nunca me permiti
realmente me importar com elas, sabendo que eu seria o único a
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terminar com sua vida e algumas de suas mortes foram francamente
sádicas, dependendo do quanto elas me trairiam no final. Traição não
é algo que eu tenha qualquer tolerância.
— E ainda assim você continua a matar elas, mesmo que se importe
com elas?
— Se você tivesse que escolher entre Olivia e toda a existência da
Terra dos Fae e qualquer outro mundo conectado ao seu, o que você
escolheria, Ristan? — Perguntei sem julgamento.
— Eu não escolheria. — Disse, mas eu sabia que ele tinha escolhido.
— Você escolhe muitos, mesmo que tenha que sacrificar o que ama.
— Respondi. — Não escolhi fazer o que tenho porque era fácil. O selo
era minha responsabilidade e foi lançado sob minha supervisão. Até
que eu possa encontrar uma maneira de destruir o selo sem
acidentalmente ‘virar a chave’ e liberar os horrores, terei que continuar
encontrando e matando suas reencarnações. Outra coisa a considerar

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é o que aconteceria se outra criatura descobrisse o que está
acontecendo com o selo e chegasse à reencarnação primeiro. me lembro
do que aconteceu quando a súcuba desviou o selo; você não tem ideia
do caos que o selo pode criar, muito menos se o selo ficar preso na
forma de um ser humano corruptível com o poder de uma bruxa.
— E os demônios ao redor Lena? — Perguntou.
— Eles são atraídos pelo poder que acontece na época do Despertar.
O Coven teve algumas garotas desaparecidas antes do Despertar e uma
vez que o grande evento acontece, o Coven entra na abadia e os
demônios não podem chegar até as jovens bruxas. Depois que a
Colheita terminar e eles terminarem de procriar, os anciões vão treinar
as novas bruxas sobre como usar seus poderes para se defender. Com
Lena sendo empurrada para fora da abadia, eles acham que ela é uma
presa fácil.
— Tem certeza de que eles não acham que ela é o selo? E se se
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espalhar a notícia sobre o lançamento do selo? — Zahruk esfregou o
queixo, pensativo.
— Isso é duvidoso. Até hoje, só alguns fora do meu próprio povo
sabem o que aconteceu e confio naqueles poucos implicitamente. Não
acredito que ela é Katarina; ela falhou em todos os testes que eu uso
para encontrar suas reencarnações e eu teria sentido sua essência até
agora, especialmente com seus poderes em jogo. Terei que esperar as
bruxas saírem da Abadia para saber ao certo qual é a reencarnação.
Lena é uma distração bem-vinda, vou matar Katarina e desaparecer da
vida deste Coven até que eu sinta sua força de novo. Estou tentando
pensar em maneiras de manter o controle sobre o Coven, só caso eles
desaparecem de novo. A última vez que abandonaram suas casas,
demorou um pouco de tempo e recursos para encontrar eles e tenho
outras responsabilidades para fazer.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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— Você disse que tinha modificado as memórias do Coven e fez
sugestões à alta sacerdotisa antes. Você não pode simplesmente fazer
de novo e impedir que saiam correndo? — Ryder estava tentando ser
tão razoável sobre algo que ele realmente não tinha ideia do caralho do
que era; e eu ri secamente.
— Isso é parte do problema; Posso fazer sugestões e posso ajustar
sua percepção dos acontecimentos, mas os mais fortes, ao longo do
tempo, sempre quebram o condicionamento e quando suas memórias
voltam, eles têm dificuldade para determinar a realidade a partir do
implante e, invariavelmente, é quando eles correm.
— Eu não me pergunto mais por que você é tão frio. — Disse Ristan;
seus olhos desviaram para Olivia e eu tinha certeza que ele estava
considerando o que faria se vivesse o que vivo. — Pensei que os
demônios da Terra eram governados por Lúcifer, o que ele pensa sobre
eles vindo para cá, para não mencionar o que aconteceu com o selo?
424 424
— Lúcifer não sabe sobre o selo e tenho certeza de que ele que
enviou muitos deles aqui. — Respondi honestamente. — Ele está ávido
por coisas que não deveria estar, e depois do que ele puxou a outra
noite, acho que ele precisa de um lembrete de quem eu sou.
— Pensei que você era o braço direito dele? — Ryder perguntou
cuidadosamente. Seus penetrantes olhos dourados me observando por
um sinal, mas não encontrou nenhuma.
— Não sou um de seus demônios e nem eles são meu povo. Rumores
são fáceis de espalhar, mas você já sabia disso, Príncipe das Trevas.
— Então, quem diabos é você? — Perguntou Ristan, seus olhos se
movendo para Spyder, que estava saindo das sombras do meu quarto
conectado.
— Reze para que este mundo nunca precise fazer essa pergunta,
demônio. — Murmurei quando uma luz acendeu dentro da cabana.

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— Os cães do inferno chegaram e estão patrulhando, Lucian; Lena
está protegida. — Spyder disse enquanto seus olhos se moveram para
Zahruk, que tinha se aproximado de Ryder.
— Espere, você está controlando os cães do inferno? — Perguntou
Ristan, seus olhos ficando grandes em seu rosto.
— Sim. — Respondi, me virando para olhar para Ryder. — Não fique
no meu caminho. — Eu disse.
— Você tem que matar a mulher que ama, em um giro infinito para
proteger os mundos. — Ele pensou, os olhos dourados expressando
sua descrença enquanto esconde o seu intelecto aguçado. — Isso tem
que se tomar um peso para você. Tem mais alguma coisa que pode ser
feito para remover?
— Se tivesse outra maneira, você não acha que eu já teria aceitado?
— Ri sem som. — Agora você sabe por que sou do jeito que sou, mas
considerando a escolha, você seria forte o suficiente para fazer o
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mesmo. Se Katarina soubesse o que tinha feito, teria tirado a própria
vida; infelizmente, depois que o selo se uniu a ela, estava lutando entre
surtos de insanidade e lucidez enquanto tentava resistir. Katarina era
uma bruxa poderosa e eu tive que tomar uma decisão por ela antes que
o selo pudesse ficar mais forte e, como ela era humana, eu não sabia
se isso a mataria ou a deixaria louca. Matar ela foi misericordioso
naquele momento.
— Entendo porque você fez isso, Lucian, mas sei que os Deuses
desfrutam de truques, eles sempre colocam uma salvaguarda sobre as
coisas; você só tem que descobrir como superar isso e desbloquear as
peças do jogo.
Ri sombriamente quando Spyder bufou com quão simples ele fez
parecer, e Layton foi para a varanda com os cabelos livres e soltos
enquanto descia as costas em uma variedade de cores diferentes.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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— Nós temos um problema; parece que alguém começou um
distúrbio dentro da abadia. O Coven está dividido; metade deles
querem vir para Lena, a outra metade está se movendo para chutar a
primeira metade para fora do Coven. É uma porra de briga de bruxas.
— Isso não é problema meu. — Respondi.
— Foi quando Helen acabou de ser vista com Lúcifer, planejando
matar Lena. — Ele respondeu, já estendendo a mão atrás dele para
refazer o cabelo naquele maldito coque. — Eu disse a você que aquela
vadia era veneno... e a filha dela? Ela só concordou em se tornar a noiva
de Lúcifer.
— Acho que ele deixou de fora a parte do inferno eterno como sua
lua de mel? — Sorri, imaginando a princesinha no inferno; Cassidy não
sobreviveria, mas muitos não poderiam.
— Lucian, ser a alta sacerdotisa era o resto do seu preço para o
negócio. — Layton continuou, e eu vacilei.
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— Acho que é hora de enviar Lúcifer de volta para onde ele pertence.
— Sussurrei, aproveitando a escuridão que girava dentro de mim. —
Ryder, leve seu povo para casa. Não é um pedido. Você não faz parte
desta disputa; você tem as mãos ocupadas com seu próprio conflito.
— Acha que vou deixar o destino dos mundos com você? — Ele
respondeu.
Eu sorri, deixando ele ver o fogo do inferno azul que girava atrás dos
meus olhos.
— Não diga que não avisei, Ryder.
— Vou levar em consideração, mas Synthia não vai deixar os
demônios invadirem os seres humanos, então também não vou!
— As mulheres são problemas, mas tenho certeza que você está
ciente disso. — Respondi, observando a casa com mais uma luz ligada.
Ela estava tendo problemas para dormir, ou ela estava lutando contra
a necessidade de foder. — Se sua mulher e seu tio planejam ajudar

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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Lena com seus poderes, você pode querer tentar uma tática diferente;
acampar em seu quintal não vai tirar ela de lá; Lena é diferente. Ela
não se move em direção às pessoas; ela se afasta.
— Synthia não vai deixar ela ficar sozinha, e ela não deve ficar
mesmo. Se o que você diz for verdade, que a menina está em perigo...
— argumentou.
— Acha que eu deixaria eles chegar tão perto dela? — Sorri.
— Acho que você precisa de mais olhos para encontrar o selo, e você
vai precisar de nossa ajuda em breve. — Ryder disse antes dele se virar
e se transportar junto com seus homens.
— Orem para que não seja o caso, porque se eu fizer isso, este
mundo está caminhando para algo que vai mudá-lo para sempre. —
Murmurei quando me virei para olhar Spyder. — O Coven precisa ser
protegido, vai.
— Sabe que não podemos entrar no santuário principal da abadia
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— Ele disse, me observando. — Lucian, Lena é a bruxa mais poderosa
do Coven que temos visto até agora. Você precisa descobrir se ela é
Katarina; talvez esteja muito perto dela para ver, mas nós vemos.
— É isso que você acha? — Perguntei com cuidado, observando que
ele tinha dúvida em seus olhos também. — Acho que derramei sangue
inocente suficiente ao longo dos séculos; não estou disposta a derramar
mais. Mas não vai nos impedir de nossas outras responsabilidades,
nem vamos parar de matar aqueles cujas almas estão destinadas ao
inferno por causa de seus atos. A cadela enterrada no quintal
assassinou crianças e merecia conhecer seu destino. Sempre terá mais
como ela. Se Lena acabar sendo Katarina, não vou hesitar. Vou levar
ela a algum lugar onde isso possa ser feito corretamente.

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CAPÍTULO TRINTA E NOVE


MAGDALENA
A fumaça subiu na aldeia; espessas plumas pretas encheram o céu
que já foi lindo. Minhas mãos estavam cobertas de sangue, meu vestido
também. Lágrimas escorreram pelo meu rosto quando tropecei em um
corpo e caí no chão ao lado dele. Lutei para me levantar, minhas mãos
escorregando sobre o sangue que estava se misturando com a lama.
— Levanta. — Disse uma mulher; seus olhos verdes me observavam
atentamente. — Levanta agora. Você precisa me ouvir.
— O que aconteceu aqui? — Sussurrei através da dor na garganta.
— A morte veio para nós. — Ela sussurrou; as mãos alisando o
vestido, e me incomodou as mãos e meu vestido estarem cobertos de
sangue. Olhei de volta para baixo no meu próprio vestido, notando os
428 respingos de sangue. — Preciso que você lance um feitiço; você tem que 428
repetir as palavras depois de mim. Se apresse, não tem muito tempo!
— Repetir o que? — Perguntei, vendo quando ela olhou ao redor, seus
próprios olhos cheios de lágrimas não derramadas.
— A maldição está bloqueando você; você tem que dizer as palavras
comigo antes que seja tarde demais.
O que?
— Que maldição? — Questionei quando deslizei de novo na lama, e
gritei quando meu traseiro aterrissou em uma rocha.
— Isso não é importante. — Ela murmurou enquanto se abaixou para
me ajudar a levantar. No momento em que estava em terra firme, ela me
puxou com ela para uma clareira. — Diga o feitiço, é a única maneira de
salvar seu Coven; a maldição não vai deixar você se lembrar até que ele
esteja pronto para fechar a armadilha, mas podemos consertar isso.

By Amelia Hutchins
PLAYING WITH MONSTERS 01
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— Eu sou o que? — Perguntei, enxugando as mãos no vestido
enquanto ela fazia o mesmo. — Você fez isso consigo mesma, — ela
sussurrou distraidamente — nós fizemos isso.
— Fez o que? — Perguntei, me perguntando de onde ela tinha
escapado. Até onde eu sabia, não tinha hospital psiquiátrico em volta de
Metaline Falls. — Você não está fazendo sentido.
— Diga as palavras! — Ela chorou. Seus olhos se encheram de
sangue e algumas lágrimas de sangue escorregou por suas bochechas.
— Isso não está certo. — Murmurei, observando quando ela balançou
a cabeça e seus olhos ganharam foco e clareza.
— Desfaça a maldição que reivindica a sua mente; remova a partir
deste espaço e tempo. Abra minha mente das correntes que me prendem,
e me permita ver através do espaço e do tempo. Ouça meu chamado para
aqui e agora, solte a maldição que me mantém presa. Me deixe ver o que
ele apagou, me devolva a minha mente nesse tempo e lugar.
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Olhei para ela, e seus olhos mais uma vez se encheram de sangue e
ficaram pretos. Dei um passo atrás, mas então ela estava lá, suas unhas
cavando em minha carne enquanto ela gritava para eu repetir as
palavras. Doeu, e seu desespero me sacudiu de meu estupor.
— Solta! — Gritei e empurrei contra ela.
— Escute ela. — Outra mulher disse, e então o campo estava cheio
de mulheres. Todas elas estavam falando ao mesmo tempo, e cobri meus
ouvidos quando suas vozes dolorosamente me agrediam.
— Escute ela ou compartilhe do nosso destino. — Os sussurros em
voz baixa que fizeram meus ouvidos sentir como se unhas estivessem
raspando um quadro.
— Você deve se lembrar, você deve nos libertar! Ele vem para você,
ele está perto; você não pode sentir isso? A morte que ele traz? —
Disseram em uníssono quando elas também começaram a sangrar nos

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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olhos. — Encontre os grimórios e desfaça a maldição, você deve! É a
única maneira que pode ser livre para podermos descansar.
Elas começaram a cantar, mesmo à medida que mais e mais pessoas
chegaram ao campo, cada um se juntando no canto. Elas estavam
mortas, todas elas. Olhei em volta, observando o azul de seus lábios, e
as veias pretas que subiam e se espalharam como teias de aranha
rendada através de sua pele delicada de porcelana. Elas não tinham
parecido mortas no começo, mas com cada palavra que elas cantaram,
elas começaram a parecer mais como cadáveres em decomposição.
— Diga! Não temos muito tempo. — Disse a primeira, seus olhos me
observando com terror. — Só temos energia suficiente para fazer isso
agora, você deve! Se você falhar, tudo está perdido.
— Tudo bem. — Sussurrei através do meu terror enquanto eu
observava uma das mulheres cair no chão, e nada além de poeira
permaneceu onde ela tinha caído.
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— Desfaça a maldição... que reivindica a sua mente; remova a partir
deste... espaço e tempo. Abra minha mente das correntes que me
prendem, e me permita ver através do espaço... e do tempo. Ouça meu
chamado para aqui e agora, solte a maldição que me mantém presa. Me
deixe ver o que ele apagou, me devolva a minha mente nesse tempo e
lugar...
Todos elas começaram a cantar e eu podia sentir a magia do feitiço
trabalhando dentro de mim. Calor e dor me atravessaram, me obrigando
a cair sobre os meus joelhos. Cuspi sangue, e com cada palavra, eu
comecei a me desintegrar com elas. Gritei, olhando ao redor quando a
fumaça da aldeia em chamas continuava a subir para o céu; eu podia
sentir o cheiro pungente de certas ervas que eu tinha certeza de que
foram impedidas pelo Coven de ser usada em rituais de bruxaria.
— Pare, pare com isso! — Gritei quando as mãos me tocaram e enviou
memórias em minha mente. — Não! Não quero isso! — Eu soluçava

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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enquanto uma após a outra me cortou com unhas e ossos pontiagudos.
Sua pele estava em decomposição quando elas me tocaram.
— Encontre os nossos grimórios, você deve. Eles têm pistas sobre o
que ele fez, e como desfazer a maldição, doce criança. Você tem medo de
nós, mas nós somos uma parte de você. — Disse a primeira mulher com
os olhos agora claros de sangue. — Você é a nossa última esperança,
isso acaba com você.
— O que significa isso? — Perguntei, quando senti o roçar dos ossos
através da minha carne.
— Acorde, Lena. — Disse suavemente, as mãos tocando meu rosto.
Empurrei ela para longe e comecei a fugir dela. Tinha cinzas em todos
os lugares. O céu denso de fumaça, e os meus pés descalços
escorregaram na lama e nas cinzas enquanto eu corria da mulher que
parecia estar deslizando enquanto me perseguia. Como se ela estivesse
saído de um filme de terror.
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— Lena! — Gritou ela.
— Magdalena, acorde!
Sentei na cama. Meu corpo estava coberto por uma camada de suor
e meus olhos estavam molhados de tanto chorar. Olhei em volta,
olhando nos olhos da minha mãe quando ela tocou minha bochecha
confortavelmente.
— Lena. — Ela sussurrou enquanto me abraçou.
— Mãe, o que está fazendo aqui? — Sussurrei limpando os olhos.
— Deixei o Coven. — Admitiu ela. — Se eles não te aceitarem, então
não aceito eles. A avó está aqui também. — Respondeu ela enquanto
tirava o cabelo do meu rosto. — Não te joguei fora. Eu precisava ficar
tempo suficiente para ter certeza que Helen não tivesse sucesso em
tirar seus poderes.
— Ela pode realmente fazer isso? — Perguntei, ainda sacudindo o
pesadelo.

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— Com o apoio do Coven, é possível, mas Tabitha agiu contra ela, e
a colocou em seu lugar. — Vovó disse enquanto entrava no quarto, com
os olhos arregalados enquanto ela caminhava com um polegar por cima
do ombro, indicando a frente da casa. — Parece que você atraiu os Fae,
e eles fixaram residência em nosso jardim.
— Eles estão com algumas bruxas da Aliança — Informei franzindo
o nariz.
— O quê? — Minha avó sussurrou, torcendo as mãos. — Não
Magdalena. — Murmurou. — Como? Como nos encontraram, ou você
trouxe eles aqui?
— Eu não trouxe eles aqui, e isso é uma longa história. Por que está
aqui? — Perguntei, odiando que elas estavam. Fiquei feliz que tinham
me escolhido em detrimento de política do Coven, mas deixar o Coven
tem consequências graves. — Por favor, me digam que podem voltar.
— Por que iríamos? — Perguntou vovó, seus olhos azuis sorrindo.
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— Missy, você é nosso sangue. O que aconteceu com Benjamin
aconteceu porque não poderíamos ajudar ele. — Ela disse suavemente.
— Acha que queríamos? Temos sido uma parte deste Coven desde que
nascemos, mas isso aconteceu com você por causa de Helen usando as
leis do Coven para sua própria vantagem e não por causa de qualquer
coisa que você fez. Fizemos uma escolha, Lena. Nós escolhemos você;
nossa linhagem vai continuar a florescer com ou sem o Coven.
Fitzgeralds sempre juntos.
— Mas você não deveria ter que escolher, Helen não possui o Coven.
— Respondi, tremendo quando algo dentro de mim se mexeu. Minha
mente estava repetindo algo do sonho, junto com um canto.
— Lena, você está bem? — Perguntou minha mãe, sua mão se
movendo para minha testa antes que eu pudesse responder. — Você
está com febre. — Disse ela, já removendo o manto que usava e indo
para a cozinha enquanto me seguia. Ela sorriu enquanto eu gemia com

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os tipos de ervas que ela estava selecionando para fora do armário
quando vovó começou o fogo.
— Eu estou bem, prometo. Temos problemas maiores, como os Fae
acampados no jardim da frente?
— Eles não podem vir aqui. — Vovó disse, quando se juntou à minha
mãe para quebrar as ervas e embalar elas nos difusores.
— Um já fez, e não vou beber isso. — Respondi. Oh infernos não.
Vovó era durona na cozinha, ela poderia cozinhar um monte de coisas,
mas também tem várias receitas para poções e tônicos desagradáveis
de sabor que tínhamos vendidos na loja.
— Não? — Ela riu, e minha mãe sacudiu a cabeça com um sorriso
suave. — Você é tão parecida com sua mãe quando ela estava na sua
idade. Eu acho que “não” era a sua palavra favorita.
— Sem ofensa, vovó, mas tônicos não são realmente o seu forte. —
Murmurei, embora estivesse sorrindo. Elas não estavam dispostas a
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me deixar sozinha, e elas vieram para mim, depois de tudo. — Será que
Kendra está segura na abadia? — Perguntei, vendo quando seus
sorrisos vacilaram, lhes dando distância.
— Kendra vai ficar bem, ela é uma Fitzgerald. — Elas responderam
juntas, como se tivessem ensaiado.
— E nós, vamos ficar bem?
— Enquanto as bruxas da Aliança e os Fae estiverem acampando
juntos no jardim da frente, e os demônios estão nos caçando; Lena,
nada vai ficar bem de novo. Mas nós sobreviveremos a isso, somos as
Fitzgerald. Não viemos até aqui para sermos levadas para baixo por
alguns demônios, ou por um Bruxo da Aliança.
— Vocês não falam com eles? — Perguntei, e vi como minha mãe
corou. — Mamãe?
— O senhor mais velho parecia disposto a conversar, mas não
tínhamos ideia de quem ele ou os outros eram. Nós usamos um feitiço

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de proteção para entrar na casa. Ah, e por falar nisso, alguém colocou
pedras de runas extra ao redor da casa. Existe algo que você queira nos
dizer? — Ela perguntou, seus olhos azuis claros segurando os meus; e
percebi que ela já sabia. Kendra deve ter sido capaz de ver através dos
meus olhos, como eu tive com os dela. Merda.
— Eu passei pela Colheita, com Lucian. — Respondi.
— Passando com ele, Lena, você não está feita. Não até que a fase
da lua esteja completa. Em uma semana ou assim, vamos te testar para
uma gravidez.
— Eu tomo pílula. — Respondi à minha mãe.
— Você achou que eles não consideraram que talvez um dia teria
uma maneira melhor para prevenir a gravidez? — Vovó respondeu. —
A Colheita ignora quaisquer ervas ou medicina, é o mesmo que livrar o
útero de uma gravidez indesejada. É um feitiço, Lena, que garante que
você conceba uma criança. Mesmo se uma bruxa toma medidas para
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evitar, eles não seriam capazes de neutralizar o feitiço. A Colheita e os
feitiços do Despertar são realizados com magia muito forte, e com a
ajuda de todo o Coven. Nenhum controle de natalidade poderia
substituir isso.
— O quê? — Sussurrei enquanto meu queixo caia. — Não, não, não!
— Contestei. — Não posso fazer isso, ter o bebê de Lucian, não eu. Ele
me acusou de ser enviada pelo Coven para roubar seu esperma!
Elas riram, como se fosse engraçado. Não foi engraçado. Eu lhe
disse que estava tomando pílula, e então ele me levou um monte de
vezes e eu levei ele um monte de vezes também! Não tinha tido
nenhuma proteção contra a gravidez! Ele até perguntou se eu estava
tomando a pílula, e eu disse que sim!
— Ele escolheu dormir com uma bruxa no meio da Colheita. Tenho
certeza de que ele sabia o risco; pois tem estado em torno de nosso
Coven tempo suficiente para saber qual é o objetivo do feitiço, então ele

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não deve se surpreender quando um bebê chegar, e se ele disser o
contrário... — Vovó fez um som com a língua. — De qualquer maneira,
é um bom jogo, muito poderoso.
Eu não estava escutando. Pela primeira vez em toda a minha vida,
eu estava rezando para minha mestruação, não literalmente disposta
que a natureza bata à minha porta. Isso não estava acontecendo
comigo, eu estava tendo pesadelos, estranho sonhos, e agora isso! Olhei
pela janela, observando quando o sol subiu acima das montanhas.
— Tive um sonho muito estranho. — Sussurrei, e expliquei a elas.
Cada detalhe, e vi quando elas balançaram a cabeça.
— Considerando que você sempre teve pesadelos, — Mamãe
sussurrou — que poderia ser só mais, mas Kendra me disse que ela
está tendo pesadelos, e muitas das bruxas recém-Despertas disseram
que estavam tendo pesadelos, também, e, assim como você, elas
esqueceram assim que acordaram.
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— Sim, mas mãe, — respondi, observando enquanto o sol continua
a subir. — Eu estou acordada, e este eu me lembro.

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CAPÍTULO QUARENTA
O sol tinha acabado de descer quando vi os Faes desaparecerem e
decidi que era a oportunidade perfeita para chegar à casa de Lucian
sem lhes dar qualquer oportunidade para me perguntar qualquer coisa
ou oferecer mais ajuda.
Quando cheguei mais perto, notei que a sua casa não mostrava
qualquer sinal da violenta festa de sexo que Lucian e eu tivemos e que
levou grande parte do nível mais baixo de sua casa; era como se as
fadas mágicas tivessem concertado, o que realisticamente poderia ser
o caso. Bati uma vez e esperei; quando não teve resposta, bati de novo.
Quando ele finalmente abriu a porta, parei; palavras se perderam
quando foquei em seu peito nu e no seu olhar sonolento. Seu cabelo
estava desgrenhado, e sua calça jeans pendurada baixo nos quadris
sensuais. A trilha feliz me deixou quase impossível de formar palavras.
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— Podemos conversar? — Balbuciei depois vigorosamente removi
meus olhos de seus músculos elegantes e do corpo sedutor. O homem
foi feito pelos deuses, ele tinha que ser. Ele encarnava sexo, e foi a
única coisa que meu corpo parecia ansiar quando ele estava próximo.
— Tem certeza que não quer usar a boca para fazer outra coisa? —
Sua voz era um estrondo sexy, e sua mão se moveu lentamente em seu
peito para onde seu pênis estava endurecendo. Obviamente, seu corpo
ansiava o meu, tanto quanto o meu desejava dele.
— Lucian, —sussurrei quando um rubor cobriu o meu rosto e meus
olhos ficaram pesados pela luxúria que me atingiu como um caminhão
— Nós realmente precisamos conversar.
Eu não conseguia pensar em torno dele, mas tinha que ser honesta
com ele. Ele não iria ficar feliz quando eu lhe dissesse a verdade,
considerando quão chateado ele tinha ficado quando pensou que eu
tinha tentado roubar seu esperma. Mordi o lábio inferior enquanto

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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considerava a melhor maneira de informá-lo que eu poderia ou não ter
um filho dele.
Me senti como uma ladra, e a mera ideia foi me deixando doente.
Ele merecia a minha honestidade, e eu precisava de algumas respostas
próprias. Tipo se dormiu com Elaine quando ela saiu de sua casa antes
de eu ter aparecido e Lucian e eu destruir ela? Se sabia que tínhamos
uma audiência quando fizemos sexo em seu clube?
— Podemos falar depois que foder. — Disse ele, já me puxando para
dentro da porta de entrada.
— Não vim aqui para foder... —parei quando entrei na casa e
encontrei Layton e Bane sentados à mesa com os celulares nas mãos.
— Ah merda, devemos fazer pipoca, ou salvar a china? — Layton
perguntou com um sorriso arrogante quando pegou no vestido azul
suave de verão que eu usava, e os meus pés descalços. — Vamos baby,
veremos você perder a inibição de novo, a última vez foi gostoso. Como
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você acha que deve chamar o vídeo, Bane? Bruxas são selvagens?
— Saiam. — Disse Lucian, seus olhos comandando a obediência dos
dois. Ele estendeu a mão para mim quando eles foram lentos para fazer
o que ele exigiu. — Venha. — Ordenou, a única palavra que detinha
mais significado do que deveria.
Hesitante, coloquei a mão na sua quando ele me levou até as
escadas e longe dos olhos curiosos de seus homens. Assim que
estávamos dentro de seu quarto, todos os pensamentos de dizer algo
desapareceu e tive que focar seriamente para fazer as palavras saírem.
— A pílula não funciona, Lucian. — Gaguejei — Descobri que o
Coven lança um feitiço durante a colheita não só para fazer o nosso
desejo sexual ficar alto. Ele também faz com que nada possa prevenir
a gravidez. Eu não sabia que eles faziam isso. Sinceramente, só queria
você, queria estar com você. — Sussurrei quando ele soltou a minha
mão e se virou para mim.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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— Veio aqui para me dizer que pode estar grávida do meu filho? —
Perguntou. Sua postura tinha mudado para um olhar cauteloso que fez
o meu estômago torcer. — É isso que está me dizendo? — Continuou
ele suavemente.
— Estou te dizendo que poderia ser uma possibilidade. Você merece
saber; te devo muito. Minha mãe e avó me explicaram isso hoje.
Ele balançou a cabeça, mas não parecia nem um pouco preocupado
que eu poderia estar carregando um filho dele. Comecei a dizer alguma
coisa, mas ele me parou com um movimento de cabeça e um sorriso
sexy que fez as borboletas na minha barriga rodar e tomar o voo.
— Eu não sou um idiota, Lena. — Disse ele após o momento de
silêncio constrangedor ter passado. — Mas você não tem que se
preocupar sobre estar grávida do meu filho; eu não posso ter um.
— Mas no clube...
— Se você soubesse que eu não poderia fazer bebês, teria mudado
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de ideia sobre vir para mim? — Perguntou.
— Não. — Murmurei. — Eu te disse quando te conheci, que eu não
quero crianças. — Respondi com cuidado. — Eu queria estar com você
desde o momento em que me beijou fora da casa principal. Eu não
entendo; no clube você estava com raiva de mim. Você me acusou de
roubar seu esperma.
— Eu te acusei de tentar. — Emendou. — O Coven estava
pressionando para eu comparecer à Colheita por causa de minha
linhagem; eu não colocaria isso no passado de alguns desses anciãos
para enviar alguém para cumprir seu objetivo final. Eu deixei bem claro
que não queria nada com a Colheita. Mas, você entrou em seus poderes
na minha cama, então você pode ver onde estou justificado em supor
que eles sabiam onde você estava.
— Me chamou de mentirosa fora da minha porta depois que você
estava plenamente consciente de que eu não tinha mentido para você.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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— Eu queria entrar na sua casa; te irritou o suficiente para abrir a
porta, não foi? — Ele sorriu.
— Transou com Elaine antes de eu aparecer e destruir sua casa? —
Perguntei hesitante.
— Não, ela tentou tirar vantagem de nós estarmos separados e fazer
o caminho de volta para a minha cama. Eu estava chutando ela para
fora da minha casa quando você nos viu juntos.
— No clube, você estava ciente que nós estávamos sendo vistos? —
Acusei, sentindo a raiva mais uma vez que veio de ser humilhada.
— Não, eu estava ocupado demais para me importar. Eu não tinha
ideia que ela virou o vidro, nem me importo se eles me viram reivindicar
o que é meu. Não dou mínima se eles assistiram eu rasgar sua carne
doce e torná-la minha. Eu não dou a mínima se você se importa, porque
todos naquela multidão sabem agora que você é minha. Eu não estou
envergonhado com o que fizemos, não é?
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— Não. — Respondi honestamente. — Ainda assim, eu seria muito
mais feliz se a primeira vez fosse privada. Se eu quisesse que eles me
vissem ser fodida, eu teria solicitado.
— É bom saber. — Ele sorriu quando olhou para baixo, onde os
meus seios foram exigentes com o meu esforço para expulsar as
perguntas que tinham dentro de mim. — Sentiu minha falta? —
Perguntou, suas mãos deslizando pela minha cintura quando ele me
puxou mais perto de seu corpo maciço, e a ereção que era agora
orgulhosamente forçava os seus jeans. Quando não respondi, ele
rosnou. — Fiz uma pergunta, espero uma resposta. — Ordenou.
— Sim. — Respondi e gemi quando senti seu pau contra a minha
barriga.
— Bom, porque eu mal fui capaz de pensar em outra coisa se não
receber você de volta em minha cama desde que você me deixou. — Ele
rosnou quando puxou os laços das alças do meu vestido. — Você está

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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pronta para me dar o controle, Magdalena? Se submeter a mim. — Ele
sussurrou enquanto abaixou a boca para beijar meu ombro nu.
Suas mãos puxaram o vestido, até que estivessem agrupados no
chão aos meus pés.
Ele se afastou de mim e tive que lutar contra o desejo de me
aproximar dele. As calcinhas de pura e fina seda que eu usava, fez
pouco para esconder quão molhada eu estava.
— Te fiz uma pergunta. — Ele sussurrou quando começou a sair de
sua calça jeans, expondo que estava mais uma vez no comando, e seu
pau enorme estava duro e pronto para me dar o que nós dois sabíamos
que eu precisava.
— Sim. — Respondi, e esperei para ver o que faria com a resposta.
— Vá para a cama, e se toque para mim. — Ele ordenou e hesitei, o
que me rendeu um tapa na bunda que puxou um silvo de meus
pulmões. — Faça o que eu disser, ou será punida por desobediência,
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bruxinha.
Silenciosamente fui para a cama e me arrastei por ela; repousando
sobre a pilha de travesseiros quando permiti que minhas pernas
dobrassem enquanto deslizei a mão na calcinha. Ele sorriu e fez um
som com a língua.
— Se livre da calcinha; quero ver sua carne enquanto você se toca
para mim. — Ele ordenou, e eu distraidamente segui seu comando.
Assim que eu tinha puxando elas, as joguei para ele e vi quando pegou
e sorriu vitoriosamente. — Relaxe, e me mostre como você dá prazer a
si mesma na minha ausência. — Ele ordenou. Ele tinha partido só há
alguns dias, ou assim pensei. Era difícil saber, já que eu estava
escondida na cabana, mas não perdi o fato de que ele não tinha vindo
para minha cama. Eu tinha encontrado muita liberação pelas minhas
próprias mãos, e de alguma forma, ele sabia disso.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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Mais uma vez deixei meus joelhos desmoronarem, lhe dando uma
visão sedutora da minha carne brilhando. Só o pensamento de trepar
com ele me deixou molhada com a necessidade. Esfreguei os dedos
suavemente sobre o clitóris e balancei os quadris para criar atrito. Ele
ignorou, o que me fez hesitar quando me deu as costas e se moveu para
o outro lado da sala.
— Eu não disse para parar. — Ele rosnou, e comecei a esfregar meu
clitóris de novo quando vi ele abrir a porta de seu closet e desaparecer
dentro dela. Quando reapareceu, estava carregando uma caixa preta,
maior do que uma caixa de sapatos, mas despertou minha curiosidade
quando ele colocou na cama e pegou uma cadeira. Ele não tocou na
caixa de novo quando sentou diante da cama, observando a exploração
agradável de minha boceta. — Boa menina. — Sussurrou quando eu
deslizei um dedo dentro e puxei lentamente.
— Preciso de você. — Respondi, observando quando ele se levantou
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e sentou na cama e puxou a caixa mais próximo.
— Ainda não. — Respondeu ele quando se inclinou e tirou minha
mão da boceta enquanto sua língua ia para limpar a bagunça que eu
tinha feito. — Primeiro, vai aprender algumas coisas. Como a sensação
de ser preenchida. — Disse ele com voz rouca.
Ele tirou um plug da caixa e eu sorriu enquanto tremia.
— Eu quero que você vire de barriga para baixo, coloque sua bunda
para cima e abra as pernas para mim; mostre o que é meu, pequena.
Fiz o que ele disse, pois eu tinha uma boa ideia do que ele planejava
fazer para mim. Gemi quando ele empurrou o plugue brilhante na
boceta, usando para me foder suavemente enquanto beijava o interior
das minhas coxas. Sua boca moveu lentamente para minha carne nua
quando afundou o plugue profundamente na boceta.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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— Uma boceta tão gananciosa; ela implora para ser fodida, não é?
— Rosnou quando sua língua lambeu um padrão ao redor do plugue
quando ele me segurou aberta para a sua lenta sedução.
— Preciso de seu pau, agora. — Rosnei em resposta e gritei quando
sua mão deu um tapa na minha bunda nua, criando uma queimadura
profunda e com a outra trabalhou no plugue.
— Minhas regras, Lena, e não tenho planos de te deixar gozar tão
cedo. — Ele respondeu quando puxou o plugue e o pressionou contra
a minha bunda. — Relaxe, ou isso vai doer. — Ele ordenou.
Era mais fácil dizer do que fazer, e nós dois sabíamos disso. Senti
ele pressionar contra a minha bunda, mesmo quando ele empurrou na
entrada. Era um território desconhecido e quanto mais ele empurrou,
mais queimava. Isso não o deteve, nem meus gemidos de dor quando
ele empurrou tudo para dentro. Choraminguei quando ele encheu
minha bunda, queimando com uma sensação estranha que beirava a
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dor e prazer.
— Boa menina. — Ele sussurrou quando recuou, tendo diante dos
olhos a minha bunda preenchida com seu plugue.
Não tinha certeza se gostei, ou se era porque parecia errado permitir
que ele me tocasse lá. Era algo que eu nunca tinha considerado fazer
até agora. Eu ainda estava de joelhos com a bunda apresentada a ele
quando ele se aproximou, usando os dedos para encher minha boceta.
A combinação foi inebriante e explosiva. Gemi quando ele encheu meu
núcleo com dois dedos enquanto empurrava contra o plugue.
— Você já está tão perto de gozar, não é, Lena? — Ele perguntou, e
notei que estava usando muito meu nome. Provavelmente teve algo a
ver com assumir o controle sobre mim.
— Dói. — Sussurrei enquanto ele puxava o plugue pela metade e o
colocava de volta para dentro.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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— Imagine como vai se sentir quando eu te foder pela primeira vez?
— Ele sussurrou e empurrou para dentro. Ele me virou de costas e
abriu minhas pernas. — Preciso de você molhada o suficiente para
caber em mim, assim como o plug dentro deste corpo apertado. Acho
que você me faz perder o controle, algo que não deveria acontecer no
meu quarto. — Rosnou quando puxou um vibrador de silicone rosa,
que era menor do que o seu próprio pênis. — Você gosta? — Perguntou
observando a cor e sorrindo enquanto batia contra minha boceta. — É
a cor da sua carne depois que eu te comi. Vi isso no armazém do clube
e tive um pouco de problemas para pensar em qualquer coisa além
empurrando ele dentro da sua boceta muito rosa.
Gemi quando empurrou ele contra minha boceta dentro de pouco
mais de um centímetro. Eu me sentia anormalmente cheia e ansiava
para ele remover o outro. Ele se inclinou, lambendo e chupando meu
mamilo e permitindo que os dentes roçassem o pico elevado enquanto
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empurrava o vibrador dentro de mim até que eu estivesse cheia.
— Porra! — Gritei enquanto tentava me levantar, só para ser
empurrada pra baixo com força quando ele começou a mover o vibrador
dentro de mim. Ele estava fazendo isso dolorosamente lento, e eu
balançava meus quadris para ajustar à plenitude.
— É isso, minha doce menina, se foda para mim. — Ele rosnou
enquanto reclamava meus lábios com fome. Seu beijo consumiu a dor
que a plenitude criou, transformando em prazer enquanto usava seus
brinquedos para me foder. Quando sua boca se afastou da minha,
baixou para minha barriga, beijando a carne sensível enquanto movia
sua boca mais para baixo. O vibrador começou a vibrar e gritei quando
meu corpo começou a tremer com o orgasmo iminente que ele reteve
de mim. Cada vez que eu chegava muito perto de gozar, ele puxava e
me observava enquanto eu lutava para reivindicar para mim.

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— Bastardo. — Eu fervi em algum lugar em torno do quase quinto
orgasmo, e ele riu com a voz rouca.
— Avisei que eu precisava de você molhada, não saciada. Quando
você gozar, Lena, vai estar com meu pau enterrado nesta carne doce.
Eu teria preferido amarrar você, colocar uma mordaça de bola naquela
boca doce e te foder enquanto você gritava ao redor, mas você parece
me desfazer antes que eu esteja pronto. Me encontro fora de controle,
e preciso de você antes do que deveria. Essa bucetinha gananciosa
precisa gozar, não é? — Perguntou enquanto retirava o vibrador e se
colocava entre minhas pernas, esfregando e provocando o pau enorme
contra a minha abertura.
— Tão molhada. — Ele rosnou enquanto empurrava a cabeça grande
de seu pênis dentro e puxou de volta para fora. — Implore por isso. —
Exigiu e joguei o orgulho pela janela, fazendo exatamente o que ele
ordenou. Eu estava pegando fogo e ele era a única coisa que poderia
444 444
aliviar a dor que tinha criado. — Boa menina. — Sussurrou, e eu quase
perdi o controle quando tive uma convulsão só com suas palavras.
Ele empurrou para dentro de mim e gemi na plenitude, e na dor que
abalou meu corpo por estar tão preenchida. Vi a dor em seu rosto
enquanto tentava forçar seu enorme pau na minha umidade, mas por
mais que tentasse, ele não se encaixaria com o plug de joias em mim
ao mesmo tempo. Eu podia ouvir ele ranger os dentes enquanto lutava
para empurrar ainda mais para dentro. O suor gotejou na parte de trás
do meu pescoço quando ele levantou minhas pernas e as prendeu ao
redor de seus quadris, encontrando mais um centímetro enterrado no
meu aperto.
— Caramba, Lena, tão apertada. — Sussurrou sem fôlego enquanto
balançava os quadris e encontrava um ritmo que lhe permitiu me
preencher gradualmente com todo o comprimento. Eu estava gritando,
gritando seu nome enquanto meus dedos acariciavam suas costas

By Amelia Hutchins
PLAYING WITH MONSTERS 01
PLAYING WITH MONSTERS 01
enquanto a dor e o prazer lutavam para ter precedência. Era doloroso
estar tão cheia, mas eu não queria que ele parasse, também não queria
que removesse o brinquedo. Eu gostava de estar suja com ele, sendo
seu brinquedinho sexy atrás da porta de seu quarto. Ele me desfez, me
fez querer coisas que eu nunca pensei que fossem possíveis.
— Se mova. — Implorei enquanto ele tentava me dar tempo para me
ajustar à magnitude de ser totalmente preenchida desta forma. — Se
mova, seu bastardo. — Implorei, e o senti tentando remover o plug. —
Não! Por favor, só se mova, me faça sua, Lucian.
— Você me desfaz. — Ele sussurrou enquanto sua boca encontrou
a minha, mesmo quando começou a se mover dentro de mim.
Cheguei ao clímax sem aviso, quebrando para as estrelas quando o
caleidoscópio de cores explodiu atrás dos meus cílios. A lubrificação
extra lhe deu mais para trabalhar e ele me atacou com vigor,
empurrando minhas pernas para cima enquanto minha cabeça
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balançava de um lado para o outro enquanto o suor gotejava na minha
nuca.
— Linda pra caralho. — Ele sussurrou enquanto olhava para onde
nossos corpos se juntaram, em seguida, sem aviso, ele puxou e
removeu o plug enquanto se deitava ao meu lado, virando-me de lado
enquanto entrava na minha boceta de novo. — Só quero você, nada
mais desta vez, pequena. Só você e seus ruídos doces quando eu te
foder. — Sussurrou contra meu pescoço enquanto levantou minha
perna e me encheu de seu pênis.
Seus braços em volta de mim enquanto me levou lentamente, nos
movendo em torno da cama em posições íntimas que nos obrigou a ser
lento e fechados. Depois de um tempo, ele me puxou para cima de si
mesmo e me viu desfeita. Ele sorriu e beliscou meus mamilos duros.
Ele gozou comigo enquanto eu gritava seu nome; orgasmos combinados
nos abalaram até que fôssemos nada além de uma confusão de

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PLAYING WITH MONSTERS 01
PLAYING WITH MONSTERS 01
membros emaranhados, e então, dormimos com o esforço de múltiplas
liberações.
Ao longo da noite, ele acordava e começava sua conquista sexual de
mim de novo. Foi só depois do amanhecer que cheguei à conclusão de
que dormir de verdade com ele por perto não era uma opção. Era
impossível porque não era só ele que me acordava para mais; também
acordei ele para me dar mais. Juntos, fomos insaciáveis, movidos pela
necessidade de nos aproximar, embora não houvesse maneira de fazer.
Este homem estava cavando nas profundezas da minha pele.
Deixei ele em sua cama e vesti silenciosamente o vestido que eu
tinha chegado, em seguida, fui para a minha própria cama para poder
dormir um pouco enquanto o amanhecer raiava sobre o cume.
Por volta das 8h, meu mundo inteiro parou e se desfez.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
PLAYING WITH MONSTERS 01
CAPÍTULO QUARENTA E UM
Acordei de um sono mortal com o som de gritos aterrorizados dentro
da minha cabeça. Pisquei, tentando dissipar a névoa sonolenta que
nublava meu cérebro. Senti um medo genuíno e uma sensação de pavor
sem entender o que estava acontecendo. Eu podia ouvir Kendra, mas
olhando em volta do meu pequeno quarto, não consegui encontrar
nenhum sinal de que ela esteve aqui. Sentei e pensei em voltar a dormir
quando algo desencadeou a conexão que eu compartilhei com ela, e
minha mente tentou dar sentido ao que eu estava vendo.
Eu podia sentir seu pânico, sua sensação de medo e impotência, o
que não fazia sentido. Kendra estava na abadia, a salvo de qualquer
coisa que pudesse machucar ela.
— Lena, corra e se esconda! Eles estão nos caçando; você tem que
se esconder. — Ela sussurrou com os lábios trêmulos.
447 — Kendra, se acalme. — Sussurrei em voz alta, como se ela estivesse 447
na mesma sala. Meus olhos tentaram se concentrar na cena estranha
que eu estava vendo através dela. — O que... — Gritei quando o que ela
estava vendo entrou em meu campo de visão, me permitindo assimilar
os detalhes mórbidos de corpos cortados e desmembrados. Rostos
familiares com olhos sem vida me encararam de volta. Gritei
histericamente quando o pânico dela e o meu se encontraram e
colidiram em puro terror.
As janelas sacudiram quando tentei e não consegui conter minhas
emoções com o que eu estava vendo. Parecia que a abadia foi atacada,
e ela estava se escondendo no canto entre os mortos que foram
indiscriminadamente abatidos. Foi como um pesadelo que eu tinha; só
que desta vez era real. Eu não tinha sequer uma pausa para descobrir
como sabia que eu tive a porra do pesadelo; eu não poderia, quando eu

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PLAYING WITH MONSTERS 01
PLAYING WITH MONSTERS 01
assisti um monstro rasgar um dos anciãos distante quando Kendra
gritou e deu sua posição entre os corpos.
— Não! Corra, Kendra, corra! — Gritei, em pânico enquanto eu
observava a criatura se aproximar dela, até mesmo quando uma versão
mais jovem de Lucian se materializou na frente de Kendra e esbofeteou
ela enquanto ela gritava histericamente. Senti todo o caminho até os
meus ossos, como se fosse eu em vez dela que estava sendo agredida.
— Não! Deixe ela em paz, oh Deus, não! — Eu podia ouvir passos se
movendo mais perto de mim, mas eu já não estava dentro do meu
quarto, eu estava com ela, observando quando o horror se desenrolava.
O homem tinha cabelos escuros e olhos índigo, um tom mais claro
do que Lucian, mas as runas e tatuagens em seu corpo parecia o
mesmo. Como se tivesse saído em um terno Lucian, só para essa tarefa.
Eu não tinha certeza de como eu sabia que não era Lucian, só que não
era ele. Detalhes estavam errados, como as tatuagens das pessoas em
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seus braços, cujas mãos estavam cobrindo as partes erradas de seus
rostos. Passei a noite toda aprendendo todos os detalhes sobre seu belo
corpo e sabia que não era ele.
— Corre! Droga, lute, Kendra, lute com ele! — Gritei quando senti
golpe após golpe pousar em seu corpo quando ele a atingiu. Eu podia
sentir o gosto de sangue e sentir a mancha do mal enquanto enchia a
abadia. Ela escorregou em sangue e as criaturas riram dela, mesmo
quando o aspirante a Lucian a prendeu no chão escorregadio de sangue
e sorriu quando forçou suas pernas a se abrirem e revelou seu estado
de nudez em seu recente encontro com seu parceiro de colheita. — Não,
deixe ela ir! — Gritei enquanto sentia a dor quando ela foi agredida. A
dor me invadiu e tossi e engasguei com isso enquanto rolava como uma
bola e soluçava. Eu tinha que me lembrar que não era a minha dor que
eu estava sentindo, mas a dela.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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— Vagabunda, estou surpreso que ele tenha permitido que você
trepasse com outra pessoa. — O homem fervia de raiva enquanto saía
dela e se levantava, puxando ela dolorosamente pra cima pelos cabelos.
— Vou gostar de ouvir você gritar para mim. Coloque ela com os outros,
vamos embora agora. — Ordenou as criaturas enquanto sorria
friamente. — Alguém está nos observando, descubra quem é. —
Zombou enquanto lambia o sangue de Kendra de seus dedos. No
momento em que o punho colidiu com seu rosto, a conexão quebrou e
gritei para o vazio que sentia, como se o golpe tivesse matado ela,
quebrando o vínculo a um vazio onde eu não sentia nenhuma conexão
com a minha irmã.
Mãos me sacudiram; minha mãe gritou meu nome enquanto eu
limpava as lágrimas enquanto os soluços rasgavam através de mim.
— Magdalena, o que é? — Minha mãe sussurrou com preocupação.
— Lena, acorde! — Lucian rosnou e eu abri meus olhos e gritei.
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— A abadia, oh meu Deus, mataram todos eles, todos! — Eu chorei
com os rostos que olharam para mim como se eu tivesse perdido o
controle. O Fae que estava acampado em meu gramado me observava
cuidadosamente da porta. Eles provavelmente ouviram meus gritos
histéricos e chamaram Lucian.
— Isso é impossível; tenho pessoas lá vigiando. — Lucian admitiu,
mas eu senti. Seus olhos me olhavam quando eu tremia com a perda
de minha irmã.
— Vi através de Kendra, eles estão mortos, d-d-demônios pegaram
ela. Essas coisas tinham que ser demônios. — Gaguejei, quando eu
tremia violentamente.
— Ryder. — Lucian disse, suas mãos me soltaram quando ele se
sentou de volta. — Traga elas. — Rosnou quando Lucian desapareceu
diante dos meus olhos. Balancei a cabeça; não estava certo. Bruxas
não podiam fazer isso, certo? Ryder me agarrou e eu senti a sensação

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PLAYING WITH MONSTERS 01
PLAYING WITH MONSTERS 01
de tempo e espaço mudando ao nosso redor e então nós estávamos
dentro da abadia e eu escorreguei e caí de joelhos em sangue.
— Não! — Eu soluçava enquanto a carnificina foi revelada. Tinha
corpos espalhados por toda parte, olhando sem vida para o teto quando
tropecei na minha pressa para encontrar minha irmã. — Kendra! Me
responda, oh Deus. — Chorei quando escorreguei no sangue,
encontrando seu celular onde estava escondido de seus agressores. —
Não, por favor, não! — Gritei.
— Magdalena, venha comigo. — Synthia sussurrou enquanto ela
lutava para me afastar da destruição.
— Não, ela está aqui, tem que estar aqui! — Gritei e me afastei dela.
Avistei uma perna que foi parcialmente escondida atrás de um dos
sofás e se perdeu. Não estava ligado a nada; eu podia ver de onde eu
estava. Eu podia ouvir minha mãe e avó gritando nos meus próprios
soluços horrorizados, e me movi para a perna, só para descobrir Ryder
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bloqueando o meu caminho. Ele balançou a cabeça mesmo enquanto
Synthia tentava me fazer entender suas palavras.
— Você não quer ver ela assim. — Ela repetiu. — Mantenha as
memórias que você tem, Lena, e não as que terá se ver agora.
— Me deixe ir! Essa é a minha irmã! — Chorei — Este é o meu povo!
Oh Deus, quem faria isso? — Que tipo de monstro rasgaria as pessoas
ou mataria nessa escala? Era a porra de um massacre, e em todos os
lugares que eu olhava, corpos estavam espalhados pelo chão abadia.
— Ela não está aqui. — Lucian enquanto os ajudava a me mover
para trás, em direção às portas.
— Me deixe ir! — Gritei quando os elementos sacudiram a abadia
enquanto uma das criaturas que eu tinha visto através dos olhos de
Kendra saiu do corredor, seus olhos brilhando em um vermelho sangue
quando ele sorriu e largou o braço que estava segurando. O trovão
explodiu lá fora, e antes que eu tivesse sequer considerado meu

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PLAYING WITH MONSTERS 01
PLAYING WITH MONSTERS 01
movimento, o cara Fae Demônio de olhar prateado estava lá, rasgando
o coração do monstro para fora com uma das mãos e cortando a cabeça
em um movimento fluido.
Gritei quando um soluço me atravessou. Demônios, demônios
tinham a minha irmã. Ela não podia estar morta. Ela simplesmente
não podia estar. Eu sentiria se ela estivesse. Me recusei a acreditar que
Hécate levaria a minha irmã; Eu já tinha vivido muito, como ela poderia
ser tão cruel a ponto de permitir que isso acontecesse? Lutei contra os
braços que me seguravam, e ouvi Lucian dar a Ryder a permissão para
“apague ela” seja lá o que isso significasse.
Minhas mãos apertaram contra meus ouvidos enquanto eu gemia,
incrédula com o que minha mente estava tentando me dizer.
— Kendra! — Eu soluçava enquanto me dobrava com a dor da perda.
Isso não estava acontecendo. Não poderia ser. Eu já tinha perdido
tanto; não poderia perder ela também. Eu não sobreviveria. Nem era
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forte o suficiente. Fui forte por muito tempo, mal conseguindo construir
a parede para segurar a dor que ameaçava me consumir diariamente,
eu mal estava respirando! Isso? Isso me destruiria; isso destruiria o
Coven! Gritei mais alto, sem vontade de ouvir ou veja mais.
Senti Ryder me tocando, as mãos embalando o meu rosto, mesmo
quando eu tentava ficar longe dele, então ele sussurrou com uma voz
suave, mesmo quando a escuridão correu para me devorar.
— Minha... irmã. — Sussurrei quando a escuridão tomou conta e
tudo foi desligado.

LUCIAN
Assisti enquanto Lena caía, lutando contra o domínio de Ryder
enquanto lutava para entender a destruição dentro da abadia. Me movi

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PLAYING WITH MONSTERS 01
PLAYING WITH MONSTERS 01
com ele enquanto levou ela para fora, e colocou ao lado de sua mãe e
avó em um cobertor grande que ele havia enfeitiçado.
Eu estava olhando para ela quando a floresta ao redor da abadia
começou a se encher com meus homens, assim como com os demônios
sob meu controle. Eles saíram da floresta densa, chegando aos
milhares. Não passou despercebido por Ryder, que olhou para o
exército que convergiu para nós.
A porra do banho de sangue na abadia não deveria ter acontecido.
Eu estava distraído e Lúcifer esteve aqui; seu fedor impregnava a
abadia. Ele tinha levado Kendra, provavelmente a confundindo com
Lena. Ele nos viu no clube juntos; ele sabia que ela era mais do que
uma foda casual.
Meus homens se aproximaram, depositando as bruxas que tinham
escapado à segurança da floresta aos meus pés, o que foi um alívio
saber que Lena não estaria sozinha e que o coven estava contido. Em
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geral.
— Encontramos esses escondidos na floresta. — Phayden disse, com
os olhos vermelhos mudando de mim para a abadia. — Ele começou
sem nós? — Questionou e rosnei.
Helen e a cadela da sua filhinha mimada não estavam entre os
corpos, nem estavam com a multidão que escaparam para a floresta,
nem para Devlin.
— Se espalhem, procure por quaisquer outros sobreviventes. Não
machuque eles e encontre Devlin. Ele estava estacionado fora da
abadia para observar este lugar e ele está desaparecido. — Rosnei,
observando enquanto os demônios se moviam em grupos eficientes e
se espalhavam enquanto voltavam no matagal para mais sobreviventes.
Ryder assistiu enquanto os demônios desapareciam e se virou para
olhar para mim com algo semelhante a suspeita.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
PLAYING WITH MONSTERS 01
— Você tem os cães do inferno sobre controle e com certeza não é o
braço direito de Lúcifer. Você me disse que você e seu povo também
não eram demônios de Lúcifer; quem diabos é você, Lucian? —
Perguntou ele.
— Pense grande; o braço direito nada mais é do que uma ilusão,
manter ele longe de muitos problemas é só parte das minhas
responsabilidades. Parece que ele está se irritando com suas restrições
e quer me desafiar. — Respondi quando ele se ajoelhou e olhou para a
garota que Lena considerava uma amiga, Kat. — O que aconteceu aqui?
— Perguntei enquanto ela chorava alto e ruidosamente.
Belisquei a ponte do meu nariz antes de usar a compulsão e chamar
sua atenção. Eu sabia que Ryder estava vendo, tentando identificar
exatamente quem ou o que eu era, mas não me importei. Eu também
não tive tempo para isso.
— O que aconteceu aqui? — Perguntei e ela apertou os dentes e fez
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uma careta quando a dor atravessou sua mente, é como Lena deveria
ter respondido, ao invés de ser capaz de pensar por si mesma.
— Helen deixou eles entrar, ela deixou essas criaturas entrarem na
abadia. Helen abriu as portas traseiras para nos deixar sair, como se
se sentisse mal por deixar os monstros entrarem, mas quando Tabitha
tentou escapar junto, ela fechou e não conseguimos abrir de novo. Os
gritos, oh deus, os gritos eram tão horríveis. Ela matou eles, deixando
essas criaturas entrar, ela enviou todos os que foram deixados na
abadia para a morte, eles estão todos mortos! — Ela chorou e soluçou.
— Não podíamos salvar eles, então corremos e nos escondemos antes
que eles pudessem vir atrás de nós. Vamos sair daqui, recomeçar,
aqueles que sobreviveram concordaram. Temos que ir.
— Não, você não vai. — Sussurrei enquanto eu estava de volta, meus
olhos se moveram para Lena onde ela dormia tranquilamente, sem a
dor que estava rasgando seu ser há pouco tempo atrás. Eu não estava

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PLAYING WITH MONSTERS 01
PLAYING WITH MONSTERS 01
disposto a perder ela, ou permitir que o Coven sumisse a essa altura
do jogo.
Então Helen teve uma participação neste massacre de seu próprio
maldito povo. Eu tinha notado as portas de trás. Estavam cobertas de
sangue e foram seladas magicamente. Ela selou, roubando a única
chance que eles tinham de sobreviver aos horrores que cairá sobre este
lugar. O relato de Kat das ações de Helen significava que a cadela tinha
conscientemente ajudado a matar a alta sacerdotisa, junto com a
maioria dos anciãos que argumentaram contra ela tomar o lugar de
Tabitha quando chegasse a hora.
Isso foi minha culpa, permiti que Lena me distraísse e, ao fazer isso,
não estava preparado para o ataque de Lúcifer. Ele desceu sobre a
abadia com um exército, o que não foi fácil. Não teve efeito cascata de
tantos demônios escapando do inferno ao mesmo tempo.
— Encontraram Devlin, pegaram ele muito bem. Ele ficou
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consciente por tempo suficiente para nos dizer que foi Lúcifer quem fez
isso. Eles pegaram Devlin quando estavam saindo e o estriparam bem.
Ele disse que Lúcifer se parecia muito com você e estava se gabando de
que Lena pensaria que era você quem estava matando seu Coven, e que
ela acreditaria que foi você que estuprou ela entre os mundos. Sei que
ele deixou Dev vivo como uma mensagem e um soco em você. Acha que
ele sabe que pegou a gêmea errada? — Spyder perguntou, seus
sentidos estavam avidamente buscando a carnificina por trás dos
muros da abadia. Todos nós podíamos sentir as almas que estavam
escapando de seus corpos, buscando a entrada no mundo além deste.
— Duvido, ele ainda está chapado da sede de sangue. — Rebati. Ele
pensou em tomar ela na minha forma? Como Lena percebeu que não
fui eu quem esteve aqui? Nenhuma vez, desde que viu essa bagunça
através dos olhos de sua irmã, ela virou os olhos acusadores para mim.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
PLAYING WITH MONSTERS 01
Ignorei a resposta, sabendo que era porque deixei ela ficar muito
perto de mim, o que foi um erro. Permiti que minha armadura se
formasse ao redor do meu corpo enquanto acenava para as almas em
fuga, chamando elas para mim com sussurros de doce vingança pelo
que ocorreu a elas.
Ryder e sua equipe observaram enquanto eu absorvia as almas e as
levava para dentro de mim. Não iria me alimentar deles, mas permitiria
que estivessem presentes quando eu pegasse a cabeça de Lúcifer. A
onda de poder deles se juntando ao número impressionante de almas
que eu já continha enviou uma onda através da abadia, e permaneci
cauteloso enquanto observava Spyder ordenando aos meus homens
que recolhessem os mortos e os empilhassem. Meus homens entraram
livremente na abadia e me perguntei se foi Helen a derrubar as
proteções quando permitiu que Lúcifer e seus demônios entrassem. Eu
teria que questionar ela e Cassidy assim que meus homens as
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encontrassem, se é que encontrariam. Essas cadelas podem estar com
Lúcifer, ou se ele as traiu, podem estar correndo há muito tempo já.
Kat disse que o Coven pretendia fugir desse lugar de morte e eu
sabia que falava a verdade. Eu não podia permitir isso, não com
Katarina estando tão perto, e com seus poderes recém-despertados, o
selo estava prestes a ser despertado também. Eu não poderia arriscar
as repressões que viriam disso.
Não, estava embutido na psique coletiva de Coven para sobreviver,
para correr e se esconder dos monstros que os caçavam. Katarina não
estava entre os mortos, se estivesse, eu teria sentido o selo ir para o
véu com ela. Eu não tinha sentido merda nenhuma.
— Verifique em todos os lugares e se certifique de que ninguém está
se escondendo dentro da abadia. — Ordenei. — Ryder, coloque os
sobreviventes para dormir enquanto eu descubro o que fazer; por favor.
— Eu disse para o homem que me observava friamente quando as

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PLAYING WITH MONSTERS 01
PLAYING WITH MONSTERS 01
almas continuaram a chegar e se estabelecer em minha armadura.
Empurrei o poder para eles, sabendo que ele percebeu a magnitude
disso enquanto eu absorvia a armadura e retornava à forma humana.
— Bane, Benjamin está logo além daquele matagal nos observando.
— Balancei a cabeça para uma das partes mais densas da floresta que
nos cercava. — Ele estava presente para isso, leve ele e descubra qual
o seu dano. — Eu disse enquanto Bane mentalmente rastreava o garoto
e se fixava nele. — Veja o que ele sabe e por que escolheu mostrar a
cara aqui depois de todo esse tempo.
— Com prazer. — Bane disse e aparatou para sombras da floresta.
— Precisamos de um plano, eles vão fugir disso. — Spyder disse
enquanto observava as bruxas dormirem.
— Como podemos impedir que corram de novo? — Deviant
perguntou quando se aproximou.
— Precisamos reconstruir a cena. A abadia é antiga e eles usam
456 456
uma caldeira para aquecer as salas comuns e as áreas residenciais. O
tempo está apenas começando a mudar e tenho certeza de que eles o
teriam usado. Faça parecer que a caldeira explodiu nas primeiras horas
da manhã. Faça parecer que os corpos daqueles que morreram foram
queimados além do reconhecimento no incêndio resultante. — Eu disse
me virando para Ristan que acenou com a cabeça que poderia ser
administrado. — Isso deve destruir só uma parte da abadia e esconder
o que realmente aconteceu aqui hoje. — Meus olhos se desviaram para
Lena, onde ela dormia sem saber o que estava para acontecer. Senti
meu estômago quando ele caiu e escondeu o estremecer e a raiva que
minhas próximas palavras trouxeram força. — Quero as suas mentes
apagadas. Dê novas memórias do que aconteceu. Precisamos redefinir
os últimos meses e ajustar as memórias da nossa presença aqui.
— Isso é só uma porra de Band-Aid e você sabe disso. Os mais
fortes, eventualmente, vão ter as memórias de volta; e vão saber quem

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PLAYING WITH MONSTERS 01
PLAYING WITH MONSTERS 01
limpou suas mentes quando lembrarem. E ela, — disse Spyder
acenando na direção Magdalena — o que ela tem? Quando aquele
demônio atacou ela, achamos que o vínculo deles era incomum, mas
até esta manhã, nenhum de nós percebeu o quão forte é o vínculo que
ela realmente tem com a irmã, não acha que ela não vai sentir falta
disso? — Questionou.
— Não se ela não souber que sabe. Ela não vai procurar por ele se
não souber que existe.
— E quando ela souber? Ela será um poderoso inimigo, quando
descobrir que você fez ela se esquecer. Ela vai buscar Kendra, talvez
não imediatamente, mas ela vai. No momento em que ela cutucar, tudo
isso vai se revelar.
— Lena não vai buscar Kendra, nem ela será capaz de fazer. Kendra
está com Lúcifer, provavelmente passando pelos Portões do Inferno
enquanto falamos. Se não, ele está entre os mundos, e nada pode
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passar por isso e ele sabe disso. Lena não vai sentir a menos que ele a
traga de volta a este mundo.
O chão tremeu e olhei para Lena, que havia movido a mão por baixo
da bochecha e ainda dormia.
— Isso não é bom. — Deviant disse enquanto observava o chão.
— Vá verificar o Portão do Inferno e mande Kallum para o Inferno,
veja o que está acontecendo. Precisamos chegar à frente de Lúcifer, ver
o que ele está planejando. Se ele está com Katarina, definitivamente
estamos ficando sem tempo. — Me virei para Ryder. — Desperte Kat,
preciso saber se Lúcifer levou mais do que Kendra com ele. — Exigi.
— Que porra aconteceu? — Perguntou ele.
— Eu estou tentando descobrir isso, acorde ela, rápido. — Eu disse,
impaciente. No momento em que seus olhos se abriram coloquei poder
nas palavras. — Quantas mulheres foram tomadas a partir daqui?
— Várias, eu acho. — Ela sussurrou enquanto engasgava.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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— Puta merda. — Fervi e bati minha mão na parede. — Coloque ela
para dormir de novo, Deviant, vá verificar o portão, agora!
— Nós podemos ter um problema. — Phayden interrompeu quando
se materializou ao meu lado, segurando uma pilha de fotos. Ele me
entregou e vacilei quando as fotos de mim mesmo e dos meus homens
foram reveladas, junto com pesquisas sobre mim. Eu não era a porra
de um Blackstone. Só disse que era; era quem eu fingia ser para me
aproximar do Coven de Katarina. — Encontrei isso em uma sala que
parece ser da alta sacerdotisa.
Olhei em volta do caos e balancei a cabeça enquanto me perguntava
o quanto a velha afiada foi capaz de descobrir antes de matarem ela.
Felizmente, ela não estaria compartilhando a informação com ninguém.
Senti o deslocamento quando Deviant saiu das sombras e balançou
a cabeça.
— As Portas estão abertas, mas só uma pequena parte. Não o
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suficiente para demônios escaparem sem ajuda. Kallum está a caminho
do Inferno, então ele vai ficar quieto por um tempo até que se sinta que
é seguro o suficiente para nos avisar.
— Isso não faz sentido. — Disse Spyder.
— Nada disso faz sentido, mas tenho certeza que é assim que deve
ser se Katarina estiver jogando de novo. Muitas vezes ela aumentou a
aposta e outros cumpriram a pena por isso. — Murmurei. — Não temos
muito tempo para controlar a cena e não vejo como seguir em frente
com esse curso de ação. Não podemos arriscar perder eles, e se
Katarina fizer parte dos sobreviventes, ela não vai deixar eles para trás.
Vamos usar eles se ela estiver aqui, e se Lúcifer estiver com ela, pelo
menos sabemos que ela não está fugindo e só podemos esperar que ele
a mate por nós. Deuses proíbam que ele descubra que ela tem o selo.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
PLAYING WITH MONSTERS 01
— E Lena? Se você chegar muito perto dela e ela se lembrar de estar
com você? — Perguntou Spyder e vacilei. — Vai explicar a ela, ou fazer
pensarem que é louca?
— As meninas fantasiam que é normal. Isso é o que vou fazer ela
pensar. Por mais sedutora que seja a ideia de continuar com ela, não
consigo ver isso acontecendo. — Balancei a cabeça enquanto pensava
nos eventos de hoje e várias implicações diferentes vieram à mente. —
Quanto mais penso nisso, tenho quase certeza de que Lúcifer pegar
Kendra foi uma merda. Helen queria que ele matasse Lena. O preço era
a alta sacerdotisa. Acho que Helen não tinha dado a ele os detalhes de
Lena ainda, ou ele não teria confundido Kendra com ela. Não, acho que
ele viu Lena comigo no clube há algum tempo e sabe que ela significa
algo para mim. O fato dele encontrar Kendra foi pura sorte e ele tirou
proveito disso. Lúcifer acreditaria que o pacto com Helen foi cumprido,
já que levar Lena significaria que ela já estava morta. O fato de que ele
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estaria zombando de mim seria só um bônus para ele. Para sua
proteção, assim como para os Covens, ela será eliminada também. —
Soltei um suspiro de frustração, odiando a ideia. — Quero a cidade
inteira enfeitiçada e mantida dormindo até que tudo esteja no lugar.
Eu também não quero que o Coven ou os habitantes da cidade se
lembrem do retorno de Magdalena. Lúcifer não pode saber que está
com a mulher errada.
Eu detestava tudo isso, mas era a única maneira de reduzir o dano
que Helen e Lúcifer tinham causado. Eu odiava saber que, quando as
memórias que eu estava prestes a criar na mente de Lena
desmoronassem, ela me odiaria. Ela me odiaria por deixar Kendra
sozinha com Lúcifer, por tirar sua chance de encontrar a irmã. E Lena
iria procurar, os outros iriam correr, mas minha garota, ela era uma
sobrevivente e uma lutadora. Ela morreria tentando salvar a irmã antes

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de desistir de procurar. Isso não era algo que eu estava disposto a
deixar acontecer.
— Quando acordarem, vão enfrentar a devastação do acidente, mas
vão ficar bem. Acidentes em grande escala são mais fáceis de lidar do
que saber que algo os perseguiu e massacrou no único lugar que eles
presumiram ser seu santuário.
— Vou acordar ela quando estiver pronto. — Disse Ryder enquanto
acenava com a cabeça em direção à forma adormecida de Lena. —
Imagino que você pretende ser o único a roubar suas memórias.
— Verdade. — Eu disse relutantemente.
— E como você pretende manter eles seguros se não estão cientes
do que está acontecendo aqui? — Perguntou Synthia.
— Pretendo ter uma pequena ajuda de meus amigos. — Sussurrei
enquanto peguei a forma adormecida de Lena e embalei suas curvas
suaves contra o meu corpo. — Sei que você tem uma queda por bruxas.
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Pretendo fazer um bom uso disso.

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CAPÍTULO QUARENTA E DOIS

LUCIAN
Segurei ela embalada em meus braços. Eu não estava disposto a
permitir que qualquer um dos outros levasse meu leve fardo de mim.
Com tudo dando errado, ela era meu direito. Ela era a suavidade para
as minhas arestas duras. Nunca me senti assim com ninguém, nem
mesmo Katarina e eu a amava mais do que jamais pensei que pudesse
amar outro ser.
— Odeio apontar mais falhas nesse plano, mas Tabitha está entre
os mortos. — Spyder disse, com os olhos no corpo sem vida da alta
sacerdotisa. — Isso é algo que não vai passar despercebido quando
acordarem.
461 — Sarah pode facilmente tomar o lugar dela. Ela é uma das 461
linhagens originais. Ela é nutridora e provavelmente é a bruxa mais
poderosa que este Coven tem agora, além de sua neta. Podemos realizar
o feitiço para que isso aconteça, se Alden estiver disposto a nos ajudar
a lançar. — Eu disse olhando diretamente para Synthia, sabendo que
ela tinha um domínio sobre o mais velho da Aliança em questão.
— Posso fazer isso acontecer. — Pensou. Os olhos dela se moveram
para a forma adormecida que tinha movido a cabeça na dobra do meu
pescoço. — Ela é forte, você tem certeza de que isso vai funcionar com
ela? — Perguntou ela.
— Tenho certeza que sim. — Respondi enquanto olhava para Ryder.
— Preciso de uma ajudinha para reformar a mansão da mãe dela. Muito
disso foi destruído em um incêndio; acha que pode fazer com que tenha
a mesma aparência de antes?

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— Eu teria que ter visto para ser capaz de reproduzir para o que era
antes do incêndio. — Disse ele enquanto seus olhos se moveram para
Synthia. — Se tiver algumas fotos da casa, posso fazer uma versão
melhor e talvez você possa dar a eles algum tipo de memória de que
fizeram algumas melhorias na casa. Pelo que vi, a casa é velha e
provavelmente precisaria de algumas melhorias.
— Vou pedir a Layton que extraia os detalhes que temos em arquivo.
— Respondi. — Nós estávamos fazendo um monte de reconhecimento
de todas as casas pertencentes aos membros do Coven e temos
algumas fotos que foram tiradas pouco antes da cerimônia de abertura.
Preciso que me siga e acorde Lena. — Falei com os dentes cerrados. A
ideia dela me esquecer estava tornando essa merda quase impossível
de seguir em frente. — Por favor. — Pedi, oferecendo o respeito que
senti que ele merecia por nos ajudar, embora ele não precisasse. Eles
fizeram uma escolha e isso ganhou um grau de respeito.
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Poucos seres poderiam dizer que tinham meu respeito, muito menos
o mereciam.
— Vou precisar de alguns momentos depois que você consertar o
quarto dela. — Respondi sabendo que dizer isso me fez parecer um
fraco, mas incapaz de dar a mínima.
Mentalmente, chamei Layton e observei enquanto se materializava
com as fotos.
— Dê as fotos para Ryder, e se certifique que a escritura da loja seja
devolvida ao Fitzgerald, isto lhes daria uma aparência de segurança e
propósito.
Bastardo frio que eu era, eu tinha planejado usar para negociar com
Lena. Agora, parecia vazio. Ela me odiaria assim que descobrisse tudo,
e o que poderia ter acontecido entre nós, iria murchar e morrer junto
com o fogo que ela sentia por mim. No final, eu estava salvando sua
vida, o que valia mais do que jamais poderia ter tido entre nós.

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Até o diabo tinha consciência quando tinha sentimentos envolvidos,
coisa que eu não cometeria o erro de permitir que acontecesse de novo.
Transportei Lena para o quarto de Kendra após Ryder ter as
imagens e eu sabia que ele estava atrás de nós. Lena gemeu quando
nos materializamos nas sombras da sala. Ryder peneirou e olhou para
uma das fotos de como o quarto deveria ser. Considerando todas as
coisas, os danos aos quartos não foram ruins, além do cheiro de
fumaça. Ryder acenou com a mão e as paredes iluminaram da pintura
nova. Ele verificou cada peça de mobília, cada bugiganga ou quadro e
novas substituições tomariam o lugar dos itens danificados. Ele abriu
a caixa de joias na cômoda e parecia satisfeito com seu trabalho.
Sentei na cama recém-enfeitada com glamour e segurei com força
em meus braços sua forma adormecida. Eu faria Layton juntar as
coisas de Kendra e de sua mãe na minha casa e trouxesse aqui o mais
rápido possível.
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— Rem certeza que quer fazer com que ela se esqueça de você? —
Ryder perguntou cuidadosamente, seus olhos sem malícia ou intenção
de usar contra mim como muitos fariam. A maioria procurou maneiras
de chegar até mim ou ver a minha fraqueza; ele não.
— Você tem outro plano que está segurando? — Rebati, odiando que
não tivesse outras opções além do que estava prestes a fazer. Quando
ele não ofereceu um, balancei a cabeça. — Deixar ela ir é uma bondade,
ela não merece alguém que está mergulhado no sangue dos mortos. Ela
merece alguém que possa tocar ela sem o sangue de seus antepassados
nas mãos. Não sou assim. Tenho que deixar ela ir, porque é a única
coisa que posso controlar agora, e é a única maneira de proteger ela.
— Como quiser. — Disse ele, e sussurrou as palavras para libertar
ela do estado induzido pelo sono.
Assim que estávamos sozinhos no quarto, segurei ela perto,
inalando o aroma floral doce do shampoo caseiro quando beijei o topo

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de sua cabeça. Eu odiava os nós de torção no meu estômago com a
ideia de deixar ela ir, mas eu tinha falado a verdade. Ela merecia
alguém melhor, alguém que poderia dar a ela o que ela merecia na vida.
Essa pessoa não era eu. Considerei deixar algumas das memórias que
tivemos, mas ela cutucaria e as falsas memórias desvendariam mais
rápido do que normalmente aconteciam com as bruxas mais fortes. Eu
não podia permitir isso. Magdalena era inteligente; eu tinha que apagar
tudo ou não adiantaria nada. Ela era muito inteligente, muito poderosa
e eu precisava de tempo para encontrar Katarina e trazer Kendra de
volta de Lúcifer. Se ela ainda estivesse viva, o que eu duvidava depois
de ver a destruição na abadia.
— Eu gostaria de ter outra escolha, bruxinha. — Sussurrei quando
beijei a testa dela e descansei a minha contra a dela. — É a única
maneira de te manter segura e ser capaz de cuidar de você e te proteger.
— Expliquei para sua mente adormecida, esperando que ela retivesse
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a memória dessas palavras quando finalmente as recuperasse. —
Acorde, Lena. — Incentivei observando quando seus cílios vibraram
quando começou a se mexer de seu sono. — Acorde. — Rosnei; sabendo
que se eu esperasse mais um minuto, eu perderia o pouco de força de
vontade que eu tinha de seguir com o meu plano. Eu não era uma boa
pessoa, essa merda estava além de mim. Eu poderia facilmente
dominar e manter ela, mas ela estava certa quando me disse que era
uma borboleta. Eu sabia que as borboletas não foram feitas para ser
capturadas. Elas lentamente murcham em cativeiro e morrem. Lena
me lembrava uma borboleta Palos Verdes Blue, linda e esquiva. Rara
entre sua própria espécie, ela era única e merecia ser libertada.
— Lucian. — Ela sussurrou numa voz tensa de gritar com o terror
que ela enfrentou antes. Seus olhos se abriram quando seus pulmões
se encheram de um grito silencioso enquanto o horror voltava à tona.

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— Nada aconteceu hoje, você está bem, Lena. Vai ficar tudo bem...
Vai dar tudo certo. — Emendei. Com certeza não queria que ela se
lembrasse dessa palavra12. — Kendra está segura. — A mentira ficou
presa na minha garganta e engoli em seco. Kendra foi levada porque
Helen deixou Lúcifer entrar na abadia. Era uma merda com a qual Lena
não tinha nada a ver, mas encontraria uma maneira de se culpar por
isso, por incitar Helen a fazer o acordo proverbial com o Diabo para
atingir seus objetivos e Lena não precisava dessa merda de peso sobre
si, ninguém precisava. Ela merecia estar livre do fardo até o momento
em que se lembrasse de quem era. Eu tinha uma pequena esperança
de que, se tivesse Kendra de volta quando ela recuperasse suas
memórias, ela pudesse me perdoar.
Empurrei mais poder para a compulsão e cada mentira que forcei
sobre ela. Seus olhos subiram para os meus e ela balançou a cabeça,
fazendo seu cabelo bonito cair em cascata através dos lençóis de seda.
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Seus lábios se curvaram em um sorriso suave enquanto ela segurava
meu olhar, como se fosse momentaneamente distraída pela visão deles.
Ele não durou mais do que um momento antes que ela franziu a testa
e olhou para mim, e notou o olhar de tristeza em meus olhos. Eu queria
puxar ela para mim. Despir e foder ela uma última vez, mas eu não tive
tempo e sabia que ela ainda estava dolorida dos últimos episódios de
sexo que nós tínhamos feito. Eu não conseguia o suficiente dela, como
se ela tivesse colocado um feitiço em mim. Me inclinei e beijei ela
suavemente, apreciando o gemido gutural que escorregou por entre os
lábios com a nossa conexão. Senti meu coração batendo no peito e me
forcei a me afastar dela.
— Você não me conhece, ainda não nos conhecemos. — Sussurrei
e olhei para ela. Seu nariz enrugou e franziu a testa, como se pensasse

12 Do inglês “fine”, mas para nós ele pode ser traduzido tanto para “bom” quanto para “bem”. Ele se refere a “bom” que ela usou para
falar do primeiro sexo que teve. Mas faz mais sentido dizer que vai ficar tudo BEM, enquanto o sexo foi BOM.

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que eu tinha enlouquecido. Ela sentou lentamente, balançando a
cabeça enquanto suas mãos se moveram lentamente debaixo da camisa
que eu usava. Eu puxei suas mãos de forma punitiva e a empurrei na
cama, onde eu poderia pairar sobre ela, e olhei em seus lindos olhos.
— Você não me conhece; você nunca deixou Haven Crest depois do
funeral de Joshua. Você permaneceu aqui e ajudou a administrar o
negócio da família com sua mãe. Você se lembra de tudo que você
aprendeu na faculdade, mas vai assumir que foi ensinado na escola
local, mas você nunca frequentou a faculdade. Você esteve aqui o
tempo todo, Kendra. — Continuei, mesmo quando minhas palavras
azedaram na minha língua.
— Eu sou Lena. — Ela soluçou enquanto seus olhos recuperaram o
foco quando ela lutou contra a compulsão. — Não faça isso, por favor,
Lucian, não faça isso. Você não pode, não tire isso de mim. — Implorou
para permanecer ela mesma. Ela estava totalmente acordada agora,
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sua mente lutando para reter suas memórias.
— Você não é, Lena saiu da cidade. Você é Kendra — Rosnei de
volta, forçando meu poder nas palavras que a fizeram sugar o ar
enquanto ricocheteava em sua mente.
— Eu sou Kendra. — Ela gritou, sua dor enchendo seus olhos e
perderam o foco e ela parou de lutar contra mim, mesmo quando suas
mãos seguraram minha camisa como se estivesse tentando se segurar
a mim. — Lucian. — Sussurrou enquanto seus olhos recuperaram o
foco quando ela lutou comigo. — Pare com isso; eu sou forte o suficiente
para isso. Prometo. Não faça isso comigo. — Ela implorou, seus belos
olhos cheios de fogo enquanto lutava para permanecer Lena, embora
lutar fosse inútil. — Não me faça desaparecer.
— Você é Kendra e não teve contato com Magdalena em anos. Ela
não apareceu para o Despertar e está perdida para você. Até onde você
sabe, ela nunca vai voltar para casa, não procure por ela. Ela cortou o

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vínculo, está destruído. Quanto mais você procurava por ela através do
vínculo, mais ela fugia de você, então você nem se preocupa em tentar
mais. Você é a neta da alta sacerdotisa agora, você está feliz. Muito
feliz. — Continuei, mesmo quando um nó me apertou na garganta e
apertou a cada mentira que eu alimentava em seu subconsciente.
— Estou feliz. — Ela repetiu.
— Você vai estar segura agora. — Sussurrei enquanto beijava seus
lábios e me afastava.
— Lucian. — Spyder disse calmamente da porta. Quando não falei,
ele continuou. — A reforma da casa principal está terminada; o
acidente foi encenado e o resto da abadia foi cuidada. Ninguém será
capaz de identificar o que aconteceu lá hoje com outra coisa a não ser
uma explosão de caldeira e o necrotério local tem os restos queimados
daqueles que morreram. — Um sorriso malicioso jogou nos cantos de
sua boca. — Eu também tomei a liberdade de remover os registros da
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morte de Todd e seu corpo provavelmente será encontrado no futuro
próximo. Fiz parecer que ele foi vítima de um acidente de carro ao invés
de uma possessão demoníaca. O resto do Coven que sobreviveu foram
acomodados em suas casas; os que foram convidados para Colheita
fora da cidade estão hospedados no hotel, e suas memórias foram
preparadas para serem apagadas dos eventos de hoje junto com as
outras coisas que você pediu. Assim que lançarmos o feitiço, suas
memórias serão apagadas e os novos serão colocados em suas mentes.
— Bom, agora dê o fora. — Eu disse, ignorando o tremor nas mãos
enquanto coçavam para tocar, beijar ela e manter meu corpo contra
sua suavidade. Eu era patético pra caralho, e ela era uma fraqueza que
eu não podia pagar. Então, por que diabos estava me matando deixar
ela ir?
— Eu quero você. — Ela sussurrou sedutoramente e pisquei com
suas palavras. O fogo azul aceso em seus olhos quando ela olhou para

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mim. Minha Lena estava lá, lutando para superar a compulsão e ávida
por exatamente a mesma coisa que eu queria: mais.
— Não, você não quer, Kendra. — Sussurrei depois que limpei a
garganta e engolir a resposta que ela queria. O que eu queria dar a ela
em troca. — Você é Kendra, Lena se foi! — Forcei tudo nisso e observei
sua mente ceder.
Ela respirou fundo e suspirou para trazer ar em seus pulmões
quando balançou a cabeça violentamente. Lágrimas caíram dos olhos
e eu as beijei, incapaz de parar. Suas mãos se agarraram a mim,
mesmo enquanto ela continuava a ofegar por ar.
Corri minhas mãos sobre suas tatuagens, removendo conforme eu
prosseguia. Kendra não tinha tatuagens, então isso iria completar a
camuflagem de Lena. Foi também o meu último 'foda-se' para o
tatuador que descuidadamente pegou o que por direito deveria ter sido
meu. Eu peguei seu pé e lentamente tracei uma runa em sua sola, uma
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que a deixaria protegida de posse; este seria mais forte do que a
armadilha do diabo que ela costumava ter em seu osso púbico. Sua
transformação em Kendra foi muito fácil. Não deveria ter sido. Eu só
tinha que parar na cabana, pegar seus pertences e a gata, e tudo
estaria terminado. Eu gentilmente coloquei seu pé na cama e engoli em
seco.
— Vou sentir sua falta, minha doce bruxa. — Sussurrei antes de
empurrar o resto das memórias fabricadas para sua mente, e enterrei
o que fizemos juntos atrás de uma parede de aço, junto com quem ela
realmente era.
vi quando Lena desapareceu de mim, seus olhos perderam o foco e
ela sucumbiu à compulsão e ao poder dentro de minhas palavras.
— Você provavelmente vai me odiar quando se lembrar o que fiz essa
noite. Kendra... — engasguei com o novo nome, era tão errado. Kendra
era fraca, Lena era forte. Elas eram tão diferentes uma da outra, e eu

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odiava que eu estava forçando Lena a desaparecer, mas eu sabia que
tinha que fazer isso para manter ela segura.
Lúcifer acha que ele roubou Lena; enquanto ele acreditasse nisso,
deixaria a verdadeira em paz.
— Você pode respirar agora, menina doce. A dor da morte de Joshua
é menor, vai doer, mas não vai sentir a dor mais. Você não é mais
sobrecarregada pela dor. Você está livre minha borboleta. Você pode
voar, agora. — Sussurrei e observei quando a luz se apagou de seus
olhos. — Durma. Quando acordar tudo vai ficar bem. Você vai ficar
bem, Kendra. E terá uma vida de novo, a que deveria ter tido antes de
ser tirada de você pela dor que foi forçada a viver.
— Está tudo pronto. — Ryder disse da porta, seus olhos observaram
a cor acinzentada de Lena e o rosto coberto de lágrimas. — Se ela for
teimosa como Synthia, ela virá atrás de você quando recuperar as
memórias.
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— Eu sei. — Minha resposta foi cortada, eu não estava disposto a
soltar suas mãos de onde ela agarrava minha camisa, e a segurei contra
mim. — Ela vai me odiar por esconder o que aconteceu com sua irmã,
mas ela pagaria com sua vida se for atrás de Lúcifer e isso é algo que
não estou disposto a permitir.
— A casa delas foi reparada e eu ia cuidar do dano que você e Lena
fizeram à sua, mas parece que o seu povo chegou antes de mim. — Ele
lutou contra um sorriso que se contraiu nos cantos da boca, como se
soubesse muito bem como o dano à casa aconteceu. — Fui aconselhado
por Spyder para mover a maior parte dos objetos pessoais, que agora
estão armazenados em alguns quartos ocultos que ele me mostrou. Se
a casa for observada do lado de fora, vai parecer recém-renovada com
itens mínimos dentro. Ele disse que você estava indeciso sobre se
queria ficar tão perto dela. Com as memórias e tudo o mais. — Afirmou.

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— Obrigado. — Murmurei, esperando que ele anunciasse qual seria
o preço por toda essa ajuda. Ninguém nunca deu sem tomar no meu
mundo, nem mesmo eu. Quando não disse o preço, perguntei. — Diga.
— Dizer o quê? — Ele respondeu enquanto cruzava os braços e se
encostou na porta, me olhando.
— Seu preço, o favor, não brinque comigo, porra. — Rebati, meu
tom excessivamente áspero enquanto sua brincadeira comigo gastava
o resto da minha paciência.
— Nada. — Ele disse enquanto olhava de mim para Lena. — Você
pagou o suficiente hoje, Lucian. Você deixou ela ir, o que é
surpreendentemente diferente de você. Se Synthia é minha fraqueza,
Lena é a sua. Não deixe que seus inimigos vejam, porque eles vão usar
contra você. As bruxas têm uma maneira de enterrar e ficar debaixo de
nossa pele. Estamos juntos nessa, não vou pedir nada a você, porque
eu sei exatamente o que vai te custar ficar longe dela.
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Meus olhos se moveram com ele para onde Syn estava, sentindo o
seu desconforto.
— Alden está esperando para realizar o feitiço que vai transferir os
poderes da alta da sacerdotisa para Sarah. Mas ele tem uma condição.
Suspirei e olhei para ela.
— Oh ele tem, não é? — Ryder perguntou antes que eu pudesse,
com a testa levantada em desafio silencioso.
— Ele gostaria de permanecer aqui. Ele quer saber mais sobre eles.
Ele não pode fazer isso se eles acham que ele é da Aliança. Eles nunca
permitiriam que ele se aproximasse deles. No entanto, permitirá que
tenhamos olhos por dentro, contanto que os alimentemos com a
lembrança de que ele é um amigo do coven. Ele também pode ignorar
as alas no nível mais baixo da abadia. Eles têm quartos que são
fortemente bloqueados, mais fortes do que qualquer outro que eu já
encontrei até agora. Zumbiam quando Adam e eu tentamos chegar

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perto, mas eles não sentem Alden como uma ameaça, ele é capaz de ir
além das alas sem que eles percebam. Tenho certeza de que se eu
tentasse passar por eles, eles teriam derrubado a abadia sobre nossas
cabeças. Certeza que é à prova de falhas, meio como os que tínhamos
dentro da Aliança.
— Parece que seu tio terá um pouco de exploração a fazer. —
Concordei.
— Seu cara Layton usou compulsão em algumas das bruxas para
ver se eles sabiam o que estava lá embaixo, eles não sabiam nada. A
maioria disse que nem sabia que tinha algo debaixo da abadia. — Disse
Synthia.
— Não, eles provavelmente não sabem. — Admiti. — Talvez só
Tabitha e alguns dos anciãos sabiam o que estava lá embaixo. — Cocei
minha cabeça de frustração e tentei impedir minha mente de gravitar
em torno de pensamentos sobre Lena. Eu precisava voltar aos trilhos,
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ao que vim fazer aqui. Caçar Katarina. A menos que ela estivesse com
Lúcifer, o que, considerando como a terra tremeu há pouco tempo,
poderia ser uma possibilidade muito real. Uma coisa que eu sabia sobre
Katarina, é que ela faria qualquer coisa para permanecer no jogo tempo
suficiente para tentar chegar até mim; era algo com que sempre contei.
— Será que ela vai ficar bem? — Perguntou Synthia, acenando para
Lena.
— Ela é uma lutadora; mas será um inferno em pequenos saltos
sexys quando recuperar suas memórias. No final, ela vai entender, mas
tenho quase certeza de que ela ainda vai me odiar por não permitir que
ela tenha uma palavra a dizer sobre o futuro imediato dela ou de
Kendra. Mas sim, ela vai ficar bem. Fiz tudo que posso para ter certeza
de que ela vai ficar! — Murmurei quando me afastei da cama e me
afastei da bruxinha que tinha penetrado sob a minha pele.

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CAPÍTULO QUARENTA E TRÊS

MAGDALENA... KENDRA
UM MÊS APÓS A LIMPEZA DE MENTE

— Kendra? Vamos nos atrasar. — Minha mãe chamou das escadas


enquanto eu olhava para o meu reflexo. — Tá tudo bem? — Continuou.
Não, nada estava bem. Tudo estava muito certo. Senti como se um
alienígena tivesse tomado o meu lugar. Gemi quando vesti um vestido,
odiando que fosse tão apertado. Meus seios estavam fora de controle, e
nada no armário ou nas gavetas se encaixavam corretamente. Eles
eram todos desconfortáveis e, embora os estilos fossem o que eu
sempre usava, eu não me sentia mais como eu.
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— Estou indo! — Gritei enquanto corria para o antigo quarto de
Lena, abri a porta do armário e puxei um vestido de seda branca que
tinha um arco-íris de borboletas em todas as cores que flutuavam da
bainha até a cintura. Segurei com meu queixo na frente do espelho de
pé dela e decidi que provavelmente funcionária. Tirei o vestido muito
apertado que usava e vesti o outro, enquanto agarrava os sapatos e
seguia em direção às escadas. O vestido não era apertado, se encaixava
perfeitamente. Junto com os pequenos saltos que roubei e um xale
branco combinando que deslizei em volta dos meus ombros enquanto
corria escada abaixo.
— Aí está você, eu estava começando a pensar que você mudou de
ideia. — Disse minha mãe, os olhos observando o vestido. — Isso é
novo? Eu nunca vi você usar isso antes.
— Claro. — Menti, sem querer ver ela triste quando dissesse o nome
de Lena. Ela nem se preocupou em nos informar se estava viva; por que

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devemos continuar chateadas por ter sumido? A vadia provavelmente
estava lá fora tendo uma vida enquanto eu estava presa nesta cidade
com uma mãe que estava triste a maioria dos dias, porque uma criança
foi morta em uma guerra, enquanto outra optou por sair de sua vida.
Fiz uma careta ao pensar nisso por um momento, pois ela não
estava tão triste, desde que Alden começou a aparecer. A primeira vez
que ele apareceu, ele explicou calmamente que sentia que eu era mais
forte do que o resto das bruxas recém-despertadas e, portanto, era
realmente importante que eu aprendesse a controlar meus poderes o
mais rápido possível. Ele estava me dando lições de controle todos os
dias e desde que ele apareceu, eu tinha visto o que estava acontecendo
entre minha mãe e ele.
— Você está linda, Kendra. — Disse ela e meu cérebro coçou, mas
ignorei. Muitas coisas estavam coçando meu cérebro há semanas e até
agora, eu tinha feito o possível para ignorar. Alguns dias foram piores
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que outros.
— Ainda não acredito que encontraram ele em um barranco. — Eu
disse, mudando de assunto sobre a morte de Todd, que foi um choque
logo depois que perdemos tantos pelo acidente na abadia há algumas
semanas.
— Sua pobre mãe. — Ela disse suavemente, sabendo exatamente o
que a mãe de Todd estava passando. Ela pegou uma mecha de cabelo
que tinha se fixado no suéter e olhou para mim estranhamente. — Você
não usou maquiagem.
— Coloquei rímel. — Eu disse sem rodeios. — Além disso, é um
funeral, não uma festa.
— É tão diferente de você. — Ela respondeu e deu de ombros. — Oh,
bem, vovó está esperando no carro. Ela está decidida a nos levar.
— E você não gosta da ideia porque fez mais planos secretos com
Alden? — Provoquei. Eu sabia que estavam saindo juntos e tentando

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esconder o que estavam fazendo, e eu estava surpreendentemente bem
com isso. Ele parecia bem legal, respeitava minha mãe, para não
mencionar, os pequenos esconderijos me deram tempo para fazer
outras coisas sem ela constantemente no meu espaço.
— Kendra, você sabia? — Ela sussurrou cobrindo a boca com a mão.
— Duh, mãe. — Eu ri. — É bom ver você se colocando lá de novo.
Com o pai desaparecido e tudo acontecendo, é bom ver você sorrindo
novamente.
— Não tem nada romântico acontecendo, somos só amigos. — Disse
ela afetadamente. Meu Deus, ela era uma mentirosa e eu sorri.
— Se ficar romântico, eu estou bem. — Admiti.
— Você quer assistir Bonequinha de Luxo comigo esta noite? — Ela
perguntou e me encolhi.
— Não, não exatamente. — Eu ri. — Tenho planos hoje à noite com
Kat e Dex, e ouvi você fazer planos também, então saia e se divirta. Vou
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ficar bem.
— É bom ter alguém da minha idade para conversar. — Ela corou e
senti um pequeno puxão de ciúmes. Ela era minha mãe e, embora eu
odiasse a ideia dela namorar de novo, considerando sua história com
meu pai, queria que ela fosse tão feliz quanto eu.
— Estou feliz que esteja feliz. — Eu disse enquanto caminhamos em
direção ao carro e meus olhos se voltaram por conta própria para a
velha mansão que ficava na propriedade ao lado da nossa. — Essa coisa
é assustadora. — Sussurrei, mas meu corpo reagiu de maneira
diferente. Passei mais de uma hora olhando para aquele maldito lugar
na noite passada, o que parecia fazer meu cérebro coçar ainda mais do
que já estava.
— Não te incomoda? Seu pai... — Balancei minha cabeça.
— Papai é um idiota, ele nos deixou e certamente não nos merece.
— Rebati. — Ele nos deixou quando as coisas ficaram difíceis e, por

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algum motivo, não vejo Alden fazendo a mesma coisa. — Uma buzina
soou no final da entrada onde minha avó esperou e eu me encolhi. —
Esse poder foi para a cabeça dessa senhora, eu juro. — Sussurrei
enquanto mamãe cobria uma risada com a mão.
— Estamos flertando e isso é rude. — Ela refletiu enquanto nos
dirigíamos para o carro. Uma vez que estávamos sentadas e com cinto
de segurança, sentei atrás e ouvi mamãe e vovó discutirem sobre qual
rota era mais rápida para chegar ao cemitério do Coven, e outros
assuntos clandestinos que abafei quando minha mente repetiu o sonho
dos olhos índigo que me assombravam.
Quando finalmente chegamos ao cemitério, percebi que tinha
esquecido as flores no carro e sinalizei para minha mãe que voltaria
para pegar quando ela estendeu a mão e abraçou a mãe de Todd. Me
senti mal por sua mãe, mas o idiota tinha traído Lena, o que a levou
embora. Era horrível que ele estivesse morto, mas não consegui perdoar
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ele por empurrar ela para longe de nós.
Dobrei a esquina e bati em uma parede de tijolos, literalmente. Eu
me atrapalhei para recuperar o equilíbrio quando comecei a cair no
chão, só para ser pega no ar e puxada na posição vertical. Comecei a
rosnar, mas no momento em que meus olhos seguraram os dele, perdi
todo o pensamento coerente. Ele olhou para mim, como se estivesse
procurando algo para dizer e falhando.
— Eu... uh... uau. — Murmurei e me afastei dele. Seu toque me
deixou em chamas e tive que me afastar dele para poder falar. Seus
olhos observaram o vestido e ele olhou de volta.
— Borboletas. — Ele sussurrou enquanto levantava os olhos do
vestido para o meu rosto.
— Tem algo contra as borboletas? — Perguntei asperamente,
notando que eu tinha ido na defesa muito rapidamente. A coceira no

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meu cérebro se intensificou a ponto de ser dolorosa e notei que sua
postura endureceu enquanto ele me observava.
— Nem um pouco. — Disse ele com cuidado. — Acho elas mais
requintadas quando voam.
— Realmente. — Eu disse quando levantei a mão para tocar meu
rosto. Que merda ele tinha na camisa, uma porcaria de chapa de aço?
— Você realmente deveria prestar atenção para onde está indo. —
Murmurei, notando que nada estava sangrando ou quebrado.
— O mesmo pode ser dito sobre você. — Ele rebateu.
— Este funeral é só para convidados — Eu disse evasivamente. Eu
tinha uma boa ideia de quem era, mesmo que nunca tivesse visto ele
antes. Todos no Coven e na cidade não podiam calar a boca sobre ele.
— Fui convidado pela alta sacerdotisa.
— Você deve ser Lucian, então. — Respondi enquanto estreitei meus
olhos nele.
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Não gostei dele. Ele estava gastando muito dinheiro por aí, como se
pensasse que poderíamos ser comprados. Nós não poderíamos.
— Sou. — Ele respondeu suavemente enquanto sorria. — Você deve
ser Kendra. — Cuspiu meu nome como se fosse uma maldição.
— Em pessoa. — Respondi com um sorriso arrogante. — Você pode
ir agora. — Acrescentei, enquanto me movia para o lado para permitir
que ele passasse, como se eu pudesse deter ele, se quisesse.
— Você está me dispensando? — Ele perguntou surpreso.
— Estou. — Pisquei e fui em direção ao carro.
— Não sou dispensado, eu que faço isso, eu quem dispensa.
— É mesmo? Porque tenho certeza que você acabou de ser
dispensado, por mim. — Respondi com um sorriso largo, apreciando
seu aborrecimento por ter sido dispensado por uma garotinha, uma
que não estava impressionada com sua conta bancária gorda, sua boa
aparência ou sua fantasia. Ele era realmente delicioso e gostoso.

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PLAYING WITH MONSTERS 01
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Seus olhos me desafiaram, mesmo quando ele me levou para trás
em direção ao estacionamento vazio. Permiti, mas só porque precisava
saber mais sobre ele para poder julgar se ele seria um problema.
— Assustada? — Ele perguntou.
— Animada. — Brinquei.
— Você deveria correr. — Ele rosnou do fundo do peito.
— Sem chance, eu não corro. — Retruquei, mesmo quando senti
meu traseiro bater no para-choque de um carro elegante. Eu não tinha
ideia de que ele era tão quente, nem me importava. Ele era um
estranho, alguém que os anciãos escolheram deixar entrar. Eles
confiavam muito e eu não. Ele veio aqui por uma razão, uma que eu
pretendia tirar dele.
— Você está brincando com fogo. — Ele avisou.
— Talvez eu goste de ser queimada. — Eu disse, e seus olhos ficaram
semicerrados.
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— Você não tem ideia do quão quente pode ficar, garotinha. — Ele
rosnou enquanto se aproximava ainda mais.
— Não, não tenho. — Respondi honestamente enquanto umedecia
meus lábios e sorria. — Mas não tenho medo de descobrir. — Continuei
sabendo que ele estava ficando com raiva e excitado pelo nosso
encontro. Eu não sabia por que eu estava provocando. Homens assim
eram demais e geralmente só procuravam uma emoção e uma saída
rápida. Não que isso fosse uma coisa ruim, mas homens como ele
provavelmente tinham uma frota de mulheres penduradas neles, ou
esperando na fila por um turno com ele.
Não, obrigada; eu não fico na fila por nenhum macho.
— É mesmo? — Ele perguntou enquanto seus olhos se moviam para
onde minha língua se projetava para molhar meus lábios.
— Se considere avisado.

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Ele me encurralou e antes que eu pudesse pensar melhor, ele sorriu
friamente.
— Você gosta de jogar? — Perguntou.
— Eu gosto de ganhar. — Respondi facilmente, me recusando a
quebrar o contato visual com ele. De alguma forma, parecia importante
manter meus olhos nos dele, como se falhando em fazer, eu perderia
essa batalha de vontades.
— Você não vai ganhar de mim; ninguém nunca faz. Eu não tenho
misericórdia. — Ele continuou.
— Parece que preciso de misericórdia? — Respondi, permitindo que
o ar ao nosso redor agitasse as folhas junto com o meu cabelo, em uma
pequena demonstração do meu poder.
— Parece que precisa aprender algumas maneiras. — Respondeu.
— E você pensa em me ensinar? Acho que não. Agora, se você me
dá licença, tenho flores para recuperar e meus respeitos para prestar à
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mãe de Todd. Tenho certeza que nos veremos em breve, Blackstone.
Estou ansiosa por isso.
— Conte com isso, bruxa. — Ele respondeu firmemente enquanto se
afastava do carro, ajeitando a jaqueta e me observando enquanto eu
tentava não correr até o carro da minha avó para recuperar as rosas
murchas.
Eu não tinha certeza de como eu sabia. Eu podia sentir no fundo da
minha alma que ele não era humano. Ele não era um dos mortos-vivos
ou um demônio também. Ele tinha um pulso, que disparou ao lado do
meu quando ele se aproximou de mim. Eu planejava fazer dele o meu
negócio e descobrir exatamente por que ele estava aqui e o que queria.
Voltei ao funeral e fiquei em silêncio ao lado da minha mãe, que se
virou e sorriu para mim enquanto olhava através do caixão, para onde
Lucian estava. Seus olhos estavam presos nos meus, e um sorriso
arrogante estava estampado em seus lábios.

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Um que planejei remover junto com ele e seu clube. Esta cidade não
estava à venda e eu me certificaria de transmitir essa mensagem para
o que quer que ele fosse.

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O funeral e a cerimônia ocorreram sem problemas, e Todd foi


devolvido à linha Ley, onde sua alma foi libertada para dar ao Coven o
poder e também para renascer, se pretendesse. Eu não estava triste
por ele estar morto, o que me incomodou, mas também não tive tempo
de insistir nisso. Dei um beijo de despedida em minha avó e mãe
quando me juntei a Kat em seu carro com alguns de nossos outros
amigos.
Seguimos para a igreja abandonada que ficava a cerca de três
quilômetros da cidade e saímos do carro; minha mente não conseguiu
479 esquecer a sensação de que conhecia Lucian, mas não tinha a primeira 479
pista de onde o conhecia.
— Você está tendo dúvidas? — Kat perguntou, seus olhos cristalinos
seguraram os meus enquanto ela me observava.
— Não, você está? — Perguntei, rebatendo e voltando contra ela.
— Não, os demônios são reais e temos que proteger o Coven. Eu
totalmente dentro.
— Bom. — Eu disse, observando os outros que foram Despertados
conosco, entrando na igreja vazia. — É hora de treinar.
— Você acha que o Coven está conosco? — Dexter perguntou, seus
olhos se movendo de mim para Kat. — Sua mãe não pareceu notar,
mas sua avó, ela é mais inteligente do que a maioria.
— Blackstone e seus homens estão aqui por um motivo, e Carolina
e Brian foram atacados por demônios a menos de quarenta quilômetros
de distância de nossa casa. Ninguém no Coven acreditou neles, exceto

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nós, e isso é estranho. Normalmente, a palavra demônios assusta eles
e dessa vez é como se todos estivessem escondendo a cabeça na areia.
Não, agora não é hora de sentar e deixar as coisas acontecerem. Todos
nós temos buracos em nossas memórias e quero saber o que está
faltando aqui em cima. — Falei enquanto batia na minha cabeça. — É
hora de proteger o Coven, como nossos ancestrais fizeram nos tempos
em que era necessário. Protegemos os nossos, a todo custo. Mesmo
deles quando é necessário. Se estivermos sob ataque, precisamos estar
preparados para atacar com força e rapidez, e será necessário mais do
que mágica para enviar uma mensagem a eles. Se os demônios
estiverem aqui ou vindo para nós, estaremos prontos para tudo o que
tentarem.
Gritos de concordância surgiram e sorri quando todos nós nos
reunimos em círculo, de mãos dadas e recitamos o feitiço do grimório
que Alden tinha me dado. Juntamente com as lições de controle, ele
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passava coisas que os anciãos do Coven mantinham escondidos de nós.
Ele não estava com a cabeça na areia, como os outros pareciam estar
dispostos a fazer, e fiquei agradecida. O velho tinha trazido alguns
seletos membros de seu próprio Coven para nos treinar para lutar, para
nos preparar para a batalha caso um demônio viesse à nossa porta. Se
demônios estivessem se aproximando de nosso Coven, estaríamos
prontos. Eu não tinha a intenção de encontrar eles despreparada ou
sem habilidades para defender aqueles que amava.
Estava na hora de nosso Coven começar a revidar, ao invés de
esperar para ser abatida ou fugir. Muitas vidas estavam na balança e,
muitas vezes, os bandidos venceram a batalha. As coisas não estavam
melhorando e as bruxas mais velhas do Coven pareciam ignorar o que
estava acontecendo ao nosso redor. Dissemos a eles sobre demônios,
eles ignoraram. Demos a eles detalhes do ataque; ignoraram como se
estivéssemos contando histórias ao invés de declarar fatos. Não mais.

By Amelia Hutchins
PLAYING WITH MONSTERS 01
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Olhei em volta do círculo para as bruxas nervosas e sorri
tranquilizadoramente quando as páginas do grimório começaram a
virar por conta própria. Os olhos se arregalaram e o poder se moveu
através do círculo. O fogo estalou e as nuvens se moveram para revelar
a lua cheia. Era hora de unir esse Coven e tornar ele uma força que os
monstros temiam.
O que quer que tenhamos enfrentado, enfrentaríamos juntos... de
frente. Nas últimas semanas, percorremos um longo caminho e só
seguiríamos em frente. Não tinha como voltar atrás, nem agora, nem
nunca. Não teria mais fugas, nem como se esconder dos inimigos do
passado, para esse coven. Este era o nosso momento e estaríamos
preparados para o que quer que viesse à nossa procura.

FIM.
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POR ENQUANTO...

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O QUE SERÁ QUE MAGDALENAKENDRA VAI DESENCADEAR?


PARA QUEM ACOMPANHA A GRANDE SÉRIE FAE UNIVERSE,
TALVEZ TENHA QUE ESPERAR UM LIVRO PARA DESCOBRIR,
PORQUE A GRANDE SÉRIE VOLTA PARA O PRIMEIRO CASAL
QUE AMAMOS:

THE FAE CHRONICLES 05


UNRAVELING DESTINY
Eu sabia que a Destiny não tinha acabado comigo. E que ela estava
só se aquecendo, mas não fazia ideia do quão forte meu mundo
desabaria sobre mim.

482 Pensei que teria meu casamento de conto de fadas e me casaria com 482
o homem dos meus sonhos.
Estava errada.
Agora, entre ter meu mundo dividido e expor a Terra dos Fae, tenho
que fazer escolhas que nunca pensei que faria.
Estou dividida entre dois mundos e preciso decidir até onde vou
para recuperar o que foi roubado de mim.
Antigos inimigos estão se aproximando, novos inimigos estão sendo
revelados e aliados surpreendentes estão entrando no campo de jogo.
A guerra está no horizonte e está vindo direto para nós.

AGUARDE…

By Amelia Hutchins
PLAYING WITH MONSTERS 01
PLAYING WITH MONSTERS 01
EI, ESPERA AI!
NÃO FIQUE AFLITA(O) POR RESPOSTAS SOBRE MAGDALENAKENDRA,
PORQUE O PRÓXIMO LIVRO DA GRANDE SÉRIE VOLTA PARA ELA:

PLAYING WITH MONSTERS 02


SLEEPING WITH MONSTERS
Quando tudo está em jogo, até onde você irá
para proteger aqueles que ama?

E se o custo de salvar eles for sua alma?

Você pagaria?

Achei que estava preparada para o que estava por vir; que se eu
fizesse sacrifícios, poderia ganhar este jogo.

483 Não tenho mais medo da escuridão ou dos monstros que se 483
escondem nas sombras. Eu me tornei o que mais temia,
permitindo que isso protegesse aqueles que eu amava.

Às vezes, é preciso um monstro para vencer. Às vezes, para


lutar contra monstros, você precisa se tornar um.

Meu único medo é... posso voltar disso?

AGUARDE…

OBS: CASO QUEIRA PULAR DIRETO PARA O 02 DE PLAYING WITH MONSTERS, JÁ


DEMOS UMA ESPIADINHA NO LIVRO 05 DA FAE CHRONICLES E PERCEMOS QUE O
LUCIAN APARECE BASTANTE POR LÁ. ENTÃO RECOMENDAMOS RESPIRAR FUNDO
E LER PRIMEIRO DO FAE CHRONICLES. NÃO SE PREOCUPE, CASO SEJA MUITO
OBRIGATÓRIO A LEITURA DO FAE CRONICLES ANTES, IREMOS AVISAR NO INICIO
DO LIVRO 02 DE PLAYING WITH MONSTERS. SÓ NÃO ESQUECE QUE ESSAS SÃO
OBRAS DA AMELIA, QUE JÁ NOS PROVOU QUE ADORA AMARRAR AS SÉRIES, ENTÃO
INDEPENDENTE DISSO, RECOMENDAMOS QUE LEIA NA ORDEM DA GRANDE SÉRIE
CUJAS SUB-SÉRIES SE ENTRELAÇAM MUITO. SE QUISER RELEMBRAR A SEQUÊNCIA
DESSA GRANDE SÉRIE, VOLTE PARA A PÁGINA 5 DESTE LIVRO.

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