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A Crise de 1383-1385
Leonor Teles manter-se-ia um tempo mínimo como regente e depois afastar-se-ia para dar
lugar à filha e ao genro. Acontece que havia pelo menos duas pessoas que discordavam: os
dois meios-irmãos de D. Fernando, D. João e D. Dinis - isto é, os filhos do rei D. Pedro e de
Inês de Castro. Porém, D. João de Castro, o filho mais velho de Pedro e Inês, fugira de
Portugal na sequência de uma mais do que provável armadilha estendida por Leonor Teles.
Em duas palavras, sendo D. João de Castro casado com a irmã da rainha, Maria Teles,
foi-lhe soprado ao ouvido que a mulher o enganava com outro: cego de ciúmes, D. João
matou a mulher e percebendo o crime que tinha cometido, fugiu para Castela.
O partido que se opunha à rainha e que, em princípio, se inclinava para o infante D. João,
tinha de agir depressa, antes que a entronização de Juan e Beatriz fosse definitiva. E uma
boa abertura, como num jogo de xadrez, seria, neste caso, eliminar o grande apoio de
Leonor Teles: João Fernandes Andeiro. O velho chanceler-mor de D. Pedro e D. Fernando,
Álvaro Pais, prepara esse golpe. O Mestre de Avis aceita participar nesta conjura, desde
que Álvaro Pais lhe garanta o apoio das ruas de Lisboa.
-Vivacidade:
● capítulos organizados em sequências narrativas que evoluem de forma gradual até
ao clímax dos episódios (planos cenográficos).
● caracterização das personagens a partir das suas atitudes.
● utilização da narração, descrição e diálogo de forma alternada.
● utilização de verbos de ação e gerúndio.
-apelo visual
● utilização de campos lexicais relacionados com os sentidos (visão e audição)
● recurso a enumerações, comparações, personificações e dupla adjetivação.
Atores individuais
Conde Andeiro: Assume a ameaça castelhana sobre a integridade nacional, acabando por
funcionar como "bode expiatório para o desencadear da revolução''.
Atores coletivos:
Povo: Apresenta-se como a força gregária, animada de uma vontade definida e coletiva,
representada por isso, em expressões como "todos postos sob um mesmo cuidado". "todos
animados de uma só vontade", "enquanto a cidade soube". Apesar de ignorante,
supersticioso e, por vezes, até cruel, o povo revela-se como a força motora da revolução e,
por isso, aquela que mais padece, resiste e se afirma.
É, pois, esta consciência da identidade nacional, este sentimento patriótico generoso e esta
ligação à terra, em detrimento do que ficou estabelecido pelo anterior monarca, D.Fernando,
no seu testamento, que faz do povo o protagonista da insurreição que culminou com o
triunfo da vontade popular.
Capítulo 11
Um pajem corre a cavalo pelas ruas de Lisboa apregoando que matam o Mestre de Avis
nos Paços da Rainha. De imediato e preocupada com a situação, a população, acreditando
que D. João estava a ser alvo de uma traição perpetrada pelo conde Andeiro e pela sua
amante, a rainha D. Leonor Teles, sai em tumulto para a rua, munindo-se de armas como
podia e acorre aos Paços em auxílio do Mestre. D. João surge, então, gloriosamente, à
janela, para grande regozijo da população que só lamenta que, juntamente com o conde
Andeiro, ele não tenha também matado a Rainha.
Capítulo 115
Tendo tomado conhecimento de que os castelhanos se preparavam para pôr cerco à cidade
de Lisboa, o Mestre de Avis lidera a população no sentido de se precaver para a situação.
Assim, foi armazenada uma grande variedade de mantimentos, foram feitos melhoramentos
nas muralhas e delineadas estratégias para garantirem a defesa. Todos se mostravam
unidos e empenhados na defesa de uma causa comum: resistir aos sucessivos ataques do
inimigo e proteger a cidade.
Capítulo 148
Começam a sentir-se as enormes dificuldades decorrentes do cerco à cidade de Lisboa: a
fome alastrava por toda a população, sobretudo pelos mais carenciados. Dada a escassez
de alimentos, muitos ficavam doentes e outros morriam. As mães desesperavam e todos se
sentiam angustiados por não conseguirem ajudar-se uns aos outros. Assistindo a tudo isto,
o Mestre sentia-se impotente, compreendendo o desespero do povo e, para fazer face à
enorme carência, decidiu expulsar da cidade aqueles que não acrescentavam nada à sua
defesa.
Classes de palavras
-nomes: Palavras que designam lugares, noções, qualidades, seres, sentimentos, entre
outros. Tanto podem ser flexionados em género, em número ou em grau.
● Próprio
● Comum
-verbos: Palavra variável que designa uma ação, um processo ou um estado que pode
apresentar marcas morfológicas de pessoa, número, modo, tempo, etc.
● Auxiliares- ser (voz passiva), ter e haver (tempos compostos)
● Principais- transitivos (diretos/indiretos), intransitivos
● Copulativos (9) - ser, estar, andar, continuar, parecer, permanecer, ficar, revelar-se,
tornar se.
-conjunções: Palavra invariável que liga duas frases ou palavras com a mesma função,
introduzindo orações e constituintes coordenados ou orações subordinadas.
● Coordenativa- e, mas…
● Subordinativa- porque, se, embora, como…
-preposições: Palavra invariável que estabelece a relação entre uma palavra que a
antecede e outra palavra ou expressão que a sucede. As preposições são termos que criam
ligações com diferentes sentidos entre dois termos da oração. Através das preposições, o
segundo termo (logo o consequente) explica o sentido do primeiro termo (o antecedente).
-pronomes: Palavra que se emprega em vez de um grupo nominal ou que refere
diretamente os participantes no discurso.
● Pessoais- me, lhe, ele…
● Possessivos- meu, teu…
● Demonstrativos- os mesmos, o tal, esta…
● Interrogativos- Que? Qual? …
● Relativos- que, qual, quem…
● Indefinidos- pouco, alguns, tanto…
Funções sintáticas
-Sujeito
O sujeito é sobre o que ou quem se declara algo.
-Predicado
O predicado realiza uma afirmação sobre o sujeito e contém obrigatoriamente, pelo menos,
um verbo.
-Vocativo
O vocativo é utilizado em contextos de chamamento ou interpelação do interlocutor.
Aparece separado do resto da frase por vírgulas. Pode surgir no início, no meio ou no fim da
frase.
-Modificador da frase
O modificador da frase é a função sintática desempenhada por um constituinte não
selecionado por nenhum elemento do grupo sintático de que faz parte, podendo, por isso,
ser omitido sem que a frase perca sentido.
-Complemento direto
O complemento direto encontra-se dentro do predicado e responde à pergunta “o quê?” ou
“quem?”.
-Complemento indireto
O complemento indireto também se encontra dentro do predicado e responde à pergunta “a
quem?” ou “ao quê?”.
-Complemento oblíquo
O complemento oblíquo é um constituinte selecionado pelo verbo, o que significa que se o
retirarmos da frase muda-se o seu sentido. Exemplos de verbos que selecionam o
complemento oblíquo: concordar, durar, ir gostar, morar, pôr, precisar, vir, …
-Predicativo do sujeito
O predicativo do sujeito é selecionado por um verbo copulativo. Pode atribuir uma
propriedade ou característica ou uma localização no espaço ou no tempo.
-Complemento do nome
Função sintática desempenhada por um constituinte selecionado por um nome, que lhe
completa a referência e que se situa à sua direita. É frequentemente introduzido pela
preposição "de" e pode ser desempenhada por um grupo adjetival, por um grupo
preposicional oracional ou por um grupo preposicional não oracional.
-Complemento do adjetivo
Função sintática exercida por um constituinte selecionado por um adjetivo e que ocorre
normalmente à direita desse adjetivo. Pode ser desempenhada por um grupo preposicional
oracional ou um grupo preposicional não oracional.
Orações
Grupos frásicos
O grupo verbal (GV) é um grupo de palavras que tem como núcleo um verbo ou
um complexo verbal.
O grupo adjetival (GAdj) é um grupo de palavras que tem como núcleo um adjetivo.
● Perífrase: Apresentação por várias palavras uma ideia que poderia ter sido referida
por uma única palavra.
● Sinédoque: expressão da parte pelo todo, do plural pelo singular, do abstrato pelo
concreto e vice-versa.
● interrogação retórica: questão que se formula não para obter resposta mas para
realçar a ideia a ser transmitida.