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Resumos biologia/geologia

Tema 1: Vulcanismo

1.1. Vulcanismo-manifestações primárias

As manifestações primárias de vulcanismo caracterizam-se pela ocorrência de erupções


vulcânicas.

As manifestações primárias de vulcanismo podem ser essencialmente centrais ou fissurais.

Vulcanismo central:
No vulcanismo de tipo central, o aparelho vulcânico designa-se vulcão. Um vulcão é uma
estrutura complexa, resultante da acumulação de lavas e de outros materiais eruptivos e,
geralmente, é constituído pelo cone vulcânico, chaminé vulcânica, cratera vulcânica e
câmara magmática

O esvaziamento, total ou parcial, da câmara magmática torna o aparelho vulcânico instável


por falta de apoio de sustentação do cone, o que pode conduzir ao seu abatimento. Neste
caso, formam-se caldeiras vulcânicas, as quais, por definição, têm que possuir, no mínimo,
1 km de diâmetro. A retenção de águas pluviais nestas depressões origina lagoas.
Vulcanismo fissural:
No vulcanismo de tipo fissural, as erupções ocorrem ao longo de fraturas da superfície
terrestre. Os materiais expelidos acabam por preencher vales profundos ou de relevo muito
acidentado, acabando por formar vastos planaltos de acumulação vulcânica, por vezes com
centenas de milhar de quilómetros quadrados e com espessuras que podem exceder 1km.

1.2. Materiais expelidos durante uma erupção vulcânica

Piroclastos de fluxo:
-nuvens ardentes-massas incandescentes de cinzas gases e poeiras, libertadas em
erupções cujo magma\lava é muito viscoso dando origem a erupções explosivas. Por serem
muito densas deslizam pelo cone abaixo em grandes velocidades.

-lahars-emissões de materiais vulcânicos muito finos que se movimentam saturados em


água.

Lava-material rochoso fundido com origem no magma, mas com diferente composição,
visto que perdeu uma parte substancial de gases durante a sua ascensão e chegada à
superfície.

Magma-material rochoso da geosfera, total ou parcialmente fundido.


1.3. Classificação do magma\lava em função da viscosidade
Viscosidade- critério de avaliação de magmas e lavas quanto à resistência ao escoamento.

Pouco viscosas: pahoehoe (lavas encordoadas), AA (lavas escoriáceas), pillow lavas (lavas
em almofada)

Muito viscosas: agulhas vulcânicas (pitões ou neck vulcânico), domos (cúpulas), nuvens
ardentes (escoadas piroclásticas).

1.4. Tipos de erupção e formas de relevo

1.5. Vulcanismo – manifestações secundárias ou residuais

Nascentes termais-lagos de água ricos em sais minerais

Fumarolas- vapor de água – sulfataras (ricas em enxofre) ou mofetas (ricas em dióxido de


carbono)

Geiser- água e vapor de água intermitente


1.6. Exemplos de formas de aproveitamento de energia geotérmica

Baixa entalpia:temperatura da água inferior a 150ºC. Usada para aquecimento de casas,


piscinas, estufas, termas,...

Alta entalpia:temperatura superior a 150ºC. Usada para produzir energia elétrica.

1.7. Vulcões e placas tectónicas

Os fenómenos vulcânicos ocorrem quer nas zonas de fronteira entre placas tectónicas -
zonas tectonicamente ativas- quer no interior das placas, zonas tectonicamente estáveis.

Vulcanismo de subducção
A convergência de duas placas obriga ao mergulho da placa mais densa, originando-se
uma zona de subducção. A partir de certa profundidade, as condições de pressão e
temperatura induzem a fusão da placa em subducção, dos sedimentos e de parte do manto,
formando-se, desta forma, magma. Este tipo de magma, de origem pouco profunda, origina,
geralmente, erupções do tipo explosivo ou misto.

Oceano-Oceano: A convergência de duas placas oceânicas forma arcos de ilhas vulcânicas


(ex.: Alasca, Indonésia, Filipinas,... )

Oceano-Continente: A colisão de uma placa oceã- nica com uma continental origina cadeias
montanhosas costeiras com atividade vulcânica (ex.: Andes).

Este tipo de vulcanismo representa cerca de 80% dos vulcões ativos.


Vulcanismo de vale de rifte
O afastamento de placas tectónicas origina sistemas de fissuras na crosta, com milhares de
quilómetros de comprimento, através dos quais o magma ascende à superfície. Estes
magmas, muitos deles com formação pouco profunda, originam, geralmente, erupções de
tipo não explosivo (efusivas e /ou mistas).

Este tipo de vulcanismo representa cerca de 15% dos vulcões ativos.

Vulcanismo intraplaca
Este tipo de vulcanismo explica a existência de ilhas no interior de placas oceânicas e de
alguns vulcões isolados no interior dos continentes. Neste caso, os magmas, cuja origem se
pressupõe em zonas mais profundas do manto, desencadeiam, geralmente, erupções de
tipo não explosivo (efusivas e/ou mistas).

Este tipo de vulcanismo representa cerca de 5% dos vulcões ativos.

Neste modelo, pressupõe-se que o magma tenha origem em zonas mais profundas do
manto, nas proximidades da sua fronteira com o núcleo. O material rochoso do manto,
sobreaquecido por transferência de calor do núcleo, ascende sob a forma de colunas
designadas plumas térmicas. Durante a sua ascensão, a rocha sobreaquecida pode fundir,
originando magma. No local onde estas plumas atingem a superfície da geosfera forma-se
um ponto quente, ou hotspot, com atividade vulcânica. No entanto, é de salientar que há
vulcões intraplaca isolados que não se enquadram neste modelo.

1.8. Distribuição geográfica dos vulcões

anel de fogo
1.9. Minimização do risco vulcânico

1.10.Medidas de autoproteção
A identificação dos perigos vulcânicos constitui um importante meio de prevenção dos seus
efeitos. Uma população informada dos perigos associados à proximidade de uma zona
A vulcânica ativa estará mais bem preparada para encarar e ultrapassar situações de
emergência.

Uma forma de estimar o comportamento futuro de um vulcão é a de conhecer a sua


atividade no passado. A reconstituição da história eruptiva de um vulcão ativo tem em conta
diversos aspetos, nomeadamente:
-o estudo da génese e evolução dos fluidos magmáticos;
-a identificação e periodicidade das fases eruptivas;
-a identificação dos mecanismos eruptivos;
-a génese, o transporte e a deposição de produtos vulcânicos;
-a evolução morfológica e estrutural do aparelho vulcânico;
-a avaliação dos perigos vulcânicos;
-A identificação dos riscos associados.
Estado eruptivo de um vulcão:

Ativo- encontra-se em erupção ou tem potencial para isso.


Adormecido- não se encontra atualmente em atividade mas poderá mostrar sinais
precursores e entrar de novo e erupção.
Inativo\extinto- não possui registros de atividades durante o Holocénico e apresenta sinais
fortes de erosão.

O estudo do estado eruptivo dos vulcões, para além de ajudar a prever potenciais erupções
assume-se como um instrumento relevante para o estudo da história da Terra. Os diferentes
estudos científicos parecem demonstrar que a atividade vulcânica foi importante para:

-potenciar a origem da vida na Terra, através da libertação de calor, vapor de água e


compostos essenciais para a síntese orgânica;
-a criação de uma atmosfera primitiva (proto-atmosfera) rica em CO2 e o surgimento do
efeito estufa, mecanismo importante para a manutenção de uma temperatura constante no
nosso planeta;
-as alterações dos mecanismos climáticos, nomeadamente da temperatura do ar e do ciclo
hidrológico, tornando, por vezes, as chuvas mais ácidas;
-momentos de extinção em massa de organismos terrestres e marinhos;
-a modelação do relevo continental e oceânico, sobretudo a formação de cones vulcânicos,
de ilhas vulcânicas e de planícies e planaltos de origem lávica.

1.11. Benefícios do vulcanismo:

-solos férteis por causa dos inúmeros minerais que contêm

-materiais de origem vulcânica que podem ser matéria-prima para a edificação de


construções\monumentos

-energia geotérmica

-rochas vulcânicas e gases que são importantes recursos naturais para a indústria de
construção, química e metalúrgica

-fenómenos vulcânicos que são atrações turísticas

-por vezes há a instalação de termas nas quais se aplicam tratamentos para doenças de
pele, respiratórias e digestivas.

-a água do mar que circula nas fissuras das dorsais oceânicas constitui um dos principais
mecanismos de formação de jazigos minerais e na regulação do quimismo dos oceanos

-os fenómenos vulcânicos permitem conhecer alguns aspetos químicos e físicos do interior
da geosfera
Tema 2: A biosfera

2.1. Diversidade biológica

Seres procariontes - apresentam uma organização celular mais simples e sem núcleo.
Seres eucariontes - apresentam células mais complexas, com núcleo e um sistema
membranar.

Biodiversidade é a variedade de espécies, diversidade genética e diversidade de


ecossistemas.

Tabela de Whittaker
critérios\reinos Monera Protista Fungi Plantae Animalia

organização unicelular unicelulares\m unicelulares multicelulare multicelulares


celular ulticelulares \multicelulares s

tipo de nutrição autotróficos e autotróficos e heterotróficos Autotróficos heterotróficos


heterotróficos heterotróficos por absorção por ingestão
por absorção por ingestão e
absorção

interação nos produtores e produtores e consumidores produtores consumidores


ecossistemas consumidores consumidores

tipo de célula procariótica eucariótica eucariótica eucariótica eucariótica

exemplos bactérias amibas cogumelos macieira cão


algas leveduras coral

Domínios propostos por Carl Woese


Eukarya- seres eucariontes
Archae- seres procariontes (halófilos extremos, metanogénicos, hipertermófilos)
Bacteria- seres procariontes (thermotoga, bactérias gram-positivas, cianobactérias,
bactérias gram negativas)

A comparação das moléculas de RNA permitiu demonstrar que entre os seres procariontes,
incluídos no reino Monera no sistema de Whittaker, existe uma enorme diferença.

2.2. Níveis de organização biológica

Seres unicelulares- seres constituídos por uma só célula.


Seres pluricelulares- seres que são formados por várias células.
Organização hierárquica dos sistemas biológicos

população- seres vivos pertencentes à mesma espécie e que habitam numa determinada
área.

comunidade- indivíduos de espécies diferentes que habitam uma mesma área e


estabelecem relações entre si (comunidade biótica ou biocenose).

ecossistema- conjunto formado pela comunidade, pelo ambiente, incluindo as relações


entre si.

2.3. Dinâmica dos ecossistemas

Componentes bióticos- seres vivos

Componentes abióticos- fatores físicos e químicos do meio (luz, temperatura, humidade ...)

Relações interespecíficas
predação competição parasitismo

o predador captura e mata a indivíduos de espécies o parasita vive no


presa para se alimentar diferentes disputam o hospedeiro usando-o como
mesmo recurso do fonte de nutrição
ecossistema
comensalismo mutualismo simbiose

um indivíduo beneficia de Ambos os indivíduos são Ambos os indivíduos são


outro sem prejudicar beneficiados. A relação é beneficiados. A relação é
facultativa. permanente e obrigatória

Relações interespecíficas

competição canibalismo cooperação

indivíduos da mesma Um indivíduo mata o outro os indivíduos organizam-se


espécie disputam o mesmo da mesma espécie com o para benefício da população
recurso intuito de alimentar-se.

Relativamente à fonte de compostos orgânicos, os seres vivos podem ser:

autotróficos- produzem compostos orgânicos a partir de compostos inorgânicos, utilizando


uma fonte de energia externa

heterotróficos- obtêm os compostos orgânicos a partir de outros seres vivos ou dos seus
produtos. Os compostos orgânicos são geralmente fonte de matéria e de energia.

cadeia trófica- sequência de seres vivos que se inter-relacionam a nível alimentar.

nível trófico- posição que um certo ser vivo ocupa na cadeia trófica.

teias alimentares ou redes alimentares- inter-relação de cadeias tróficas.

Classificação dos seres vivos de acordo com a sua posição nas redes tróficas:
● consumidores: Seres heterotróficos que se alimentam dos outros seres vivos ou dos
seus produtos. Quando se alimentam diretamente dos produtores, são considerados
consumidores de primeira ordem (por exemplo, animais herbívoros). Quando se
alimentam de consumidores de primeira ordem são consumidores de segunda
ordem (por exemplo, animais carnívoros).

● Produtores: Seres autotróficos que estão na base das redes tróficas dos
ecossistemas (por exemplo, plantas, algas ou cianobactérias).

● Decompositores: Seres heterotróficos que obtêm a matéria orgânica a partir de


outros seres vivos, decompondo cadáveres e excrementos (por exemplo, alguns
fungos e bactérias). Os decompositores têm um papel fundamental nos
ecossistemas, pois transformam a matéria orgânica em matéria inorgânica,
assegurando a devolução dos minerais (inicialmente incorporados pelos produtores)
ao meio.
2.4. Extinção e conservação de espécies
Qualquer alteração significativa dos fatores bióticos ou abióticos de um ecossistema pode
provocar um desequilíbrio que ponha em risco o equilíbrio desse ecossistema. Algumas
ações e atividades do ser humano podem ser responsáveis por esse desequilíbrio.

Causas pelas quais espécies são ameaçadas e extintas:


-destruição de habitat
-poluição
-sobreexploração
-alterações climáticas
-introdução de predadores ou de doenças

Serviços dos ecossistemas:


suporte- a fotossíntese, a formação dos solos e a reciclagem de nutrientes são processos
naturais que ocorrem nos ecossistemas e que sustentam os restantes serviços.

regulação- a regulação do clima, da qualidade da água, das doenças, a polinização, e a


proteção contra riscos naturais são benefícios obtidos pelo controlo dos processos naturais
que têm lugar nos ecossistemas.

produção- os alimentos, a água, a madeira, as fibras são produtos extraídos dos


ecossistemas

culturais- as atividades recreativas e a satisfação estética são benefícios não materiais que
os ecossistemas oferecem.

O risco de extinção de espécies, com consequente perda da biodiversidade biológica,


devido às atividades humanas, conduziu à necessidade de conservação da biodiversidade.

Medidas que permitem a conservação de espécies ameaçadas:


-o controlo da expansão das áreas de regadio e das zonas florestais com espécies de
crescimento rápido;

-o controlo das espécies invasoras não indígenas;

-a reabilitação das áreas florestais autóctones e prevenção dos incêndios florestais;

- o controlo da poluição;

- o restabelecimento do regime hidrológico natural e da continuidade longitudinal dos rios;

-a conservação de outras zonas húmidas, como charcos, lagoas, pauis e galerias ripícolas;

- a fiscalização das atividades de exploração da fauna selvagem (a caça e a pesca);

- a implementação de uma política de sensibilização ambiental, no sentido de estimular o


interesse das populações pela conservação do património natural.
Para além disso, têm se criado zonas de proteção especial, chamadas de áreas protegidas.
Estes locais pretendem manter as espécies e os ecossistemas relativamente livres da ação
humana, permitindo conservar um patrimônio natural.

Tema 3: A célula

Teoria celular

-a célula é a unidade básica estrutural e funcional de todos os seres vivos (isto é, todos os
seres vivos são constituídos por células, onde ocorrem os processos vitais);

- todas as células provêm de células preexistentes;

- a célula é a unidade de reprodução, de desenvolvimento e de hereditariedade dos seres


vivos.

3.1. Unidade estrutural e funcional

Diferenças entre seres vivos e matéria inanimada:


- crescimento e reprodução
- estarem sujeitos a evolução
- a capacidade de responder a estímulos
- a nutrição
- o metabolismo
- a homeostasia
- serem constituídos por um conjunto comum de compostos químicos
- possuírem informação genética
- serem formados por células

metabolismo- reações químicas dos sistemas biológicos que envolvem a mobilização de


energia.
homeostasia- capacidade dos seres vivos de manterem as suas condições internas em
equilíbrio dinâmico, apesar das variações do meio ambiente.

células procarióticas- células simples, correspondente ao reino Monera


células eucarióticas- estrutura complexa, correspondente aos restantes dos reinos

3.2. Célula procariótica


Todas as células procarióticas possuem:

● Citoplasma - o restante material que se encontra rodeado pela membrana celular.

● Membrana plasmática - separa o meio interno do meio externo e regula a entrada e


a saída de substâncias da célula..

● Nucleóide - zona da célula onde se encontra o material genético (DNA).

● Ribossomas-complexos formados por RNA e proteínas, dispersos no citoplasma e


que são responsáveis pela síntese proteica.

Algumas células procarióticas apresentam estruturas especializadas como:

● Parede celular - parede na face externa da membrana. Numa grande parte desses
procariontes a parede é constituída por peptidoglicano. Sendo rígida, ela determina
a forma da célula.

● Cápsula - camada constituída maioritariamente por polissacarídeos, que se localiza


na face externa da parede. Esta camada evita a desidratação da bactéria e confere
proteção, nomeadamente, contra o ataque de leucócitos dos animais que por ela
são infetados.

● Citoesqueleto - conjunto de proteínas no citoplasma que intervém na divisão celular,


no movimento da célula e na manutenção da sua forma.

● Fímbrias - filamentos mais finos e curtos do que os flagelos e que estão envolvidos
em processos de adesão e de fixação, podendo alguns estarem envolvidos na troca
de material genético entre bactérias.

● Flagelos -apêndices finos e longos que se movimentam, permitindo a deslocação da


célula.

● Membranas internas - sistema de membranas intracitoplasmáticas que, no caso das


cianobactérias, é responsável pela realização da fotossíntese.

● Inclusões - Grânulos presentes no citoplasma que constituem reservas de nu-


trientes, como, por exemplo, lípidos.
3.3. Células eucarióticas

As principais estruturas comuns das células eucarióticas:

● Membrana celular - separa o meio intracelular ou interno do meio extracelular ou


externo, sendo responsável pelo controle das trocas de substâncias entre estes dois
meios.

● Citoplasma - é limitado pela membrana celular e tem o aspeto de uma massa


semifluida (hialoplasma ou citosol), na qual se encontram dispersos diversas
estruturas, como, por exemplo, o citoesqueleto e organelos.

● Núcleo - estrutura rodeada pelo citoplasma e encontra -se delimitado por uma dupla
membrana - invólucro nuclear- que possui numerosos poros, os quais permitem a
comunicação entre o núcleo e o citoplasma. O núcleo contém no seu interior um
líquido denominado nucleoplasma, onde se podem encontrar massas de cromatina,
que constituem o material genético (DNA) associado a proteínas. O material
genético contém a informação necessária para o funcionamento celular. Por vezes,
também se pode observar no interior do núcleo uma estrutura densa denominada
nucléolo, que corresponde a locais onde a informação genética está a ser transcrita
● Mitocôndrias - organelos formados por duas membranas. A membrana interna
apresenta invaginações. Estão envolvidas no processo de respiração celular,
permitindo a obtenção de energia para a célula.
● Ribossomas - pequenas estruturas, formadas por RNA e proteínas. Apresentam
duas subunidades que podem estar associadas ao retículo endoplasmático ou livres
no citoplasma. São responsáveis pela síntese de proteínas.

● Citoesqueleto - rede de fibras intercruzadas de natureza proteica, existente no


citoplasma, que intervém na dinâmica da célula e na manutenção da sua estrutura.

Para além destes componentes, as células vegetais apresentam:

● Parede celular - estrutura rígida que envolve as células vegetais, conferindo-lhes


proteção e suporte. Apresenta canais - plasmodesmos que permitem a comunicação
entre o citoplasma de duas células adja- centes. No caso das células das plantas, a
parede tem como constituinte básico a celulose.

● Cloroplastos - organelos formados por uma membrana dupla onde se encontram


pigmentos (clorofila, entre outros) envolvidos na fotossíntese. A membrana interna
organiza-se em estruturas chamadas tilacóides.

● Vacúolos - estruturas de tamanho variável, rodeados por uma membrana. Podem


armazenar diversas substâncias como água (vacuolo hídricol, gases, pigmentos,
açúcares, proteínas, resíduos metabólicos, etc. Para além disso, alguns tipos de
vacúolos contêm no seu interior enzimas (hidrolases) as quais intervêm em
processos de digestão intracelular (são equivalentes aos lisossomas das células
animais). Nas células vegetais, os vacúolos podem atingir dimensões muito
elevadas, podendo ocupar grande parte do volume celular. Note-se que os vacúolos
não são exclusivos das células vegetais, mas dadas as suas dimensões e
diversidade de funções desempenhadas, revestem-se de especial importância neste
tipo de células.

Para além dos componentes comuns a todas as células eucarióticas, as células animais
apresentam ainda:

● Lisossomas - organelos esféricos, rodeados por uma membrana simples, que


contêm no seu interior enzimas (hidrolases) as quais intervêm em processos de
digestão intracelular.

3.4. Constituintes básicos

Todas as células são constituídas por moléculas orgânicas, por vezes de grandes
dimensões - macromoléculas - formadas por um número relativamente reduzido de
elementos químicos. (o carbono, o oxigénio, o hidrogénio e o nitrogênio são os elementos
que surgem em maior percentagem na massa dos seres vivos.)

3.5. Água
O composto mais importante nas células é a água, podendo atingir entre 75% a 90% do
total da sua massa.
A água constitui o meio onde ocorrem todas as reações celulares, sendo igualmente
responsável por numerosas reações químicas vitais. As propriedades da água residem no
facto desta molécula, apesar de eletronicamente neutra, apresentar polaridade.
Esta polaridade permite a ligação entre as moléculas de água e entre estas e outras
substâncias polares, através de pontes de hidrogênio. Por outro lado, a polaridade contribui
para o grande poder solvente da água, cujas moléculas são capazes de estabelecer
ligações com diversos iões, formando compostos mais estáveis. Além disso, a água possui
um elevado calor específico, o que, de uma forma simples, significa que pode perder ou
absorver calor sem sofrer grandes oscilações da sua temperatura.

Propriedades da água: propriedades térmicas, adesivas e coesivas, solventes.

3.6. Moléculas orgânicas


As moléculas orgânicas são formadas por átomos de carbono aos quais se ligam outros
elementos. Normalmente, estes elementos associam-se em grupos de átomos específicos,
designados grupos funcionais, os quais determinam as propriedades das diferentes
moléculas orgânicas.

As moléculas orgânicas podem apresentar-se sob a forma de macromoléculas, as quais são


polímeros resultantes da associação de unidades básicas - os monómeros.

O processo de união entre monómeros que resulta na formação dos polímeros denomina
-se polimerização. Por sua vez, quando um polímero se desdobra nos seus diversos
monómeros diz-se que ocorre despolimerização.

A reação que conduz à ligação de dois monómeros chama-se reação de condensação,


ocorrendo a libertação de uma molécula de água. A reação na qual ocorre a ruptura de
ligações químicas devido à reação do composto com a água chama-se hidrólise.

Assim, pode concluir-se que sucessivas reações de condensação (ou síntese) permitem a
polimerização, enquanto que sucessivas reações de hidrólise permitem a despolimerização.
3.7. Glícidos\hidratos de carbono

● Monossacarídeos, ou oses, são os glícidos mais simples e podem ser classificados


de acordo com o número de átomos de carbono que possuem. Assim, podem ser
trioses (3.C), tetroses (4 C), pentoses… As pentoses (como a ribose e a
desoxirribose) e as hexoses (como a glicose e a frutose) são as mais frequentes.

● Oligossacarídeos são moléculas constituídas por 2 a 10 monossacarídeos unidos


entre si. Se dois monossacarídeos se ligam entre si, originam um dissacarídeo.

● Polissacarídeos são moléculas complexas formadas, frequentemente, por centenas


de monossacarídeos ligados entre si. Grande parte dos polissacarídeos, como a
celulose e a amilose, são formados por moléculas lineares; contudo, em alguns
polissacarídeos, como a amilopectina, as moléculas são ramificadas.

Funções
Amido reserva energética dos vegetais.

glicogénio reserva energéticas dos animais encontrando-se sobretudo n o


fígado e músculos

laminarina reserva energética das algas castanhas

celulose Função estrutural-constituinte da parede celular dos vegetais

quitina Função estrutural-constituinte da carapaça de insetos e da parede


celular de fungos

ácido murâmico Função estrutural-constituinte da parede celular das bactérias

3.8. Prótidos

● Aminoácidos são os prótidos mais simples, constituindo as unidades estruturais dos


péptidos e das proteínas, já que podem ligar-se entre si, formando cadeias de
tamanho variável.Existem cerca de 20 aminoácidos que entram na constituição dos
prótidos de todas as espécies de seres vivos e todos eles possuem um grupo amina,
um grupo carboxilo e um átomo de hidrogénio ligados ao mesmo átomo de carbono.

● Péptidos são o resultado da união entre dois ou mais aminoácidos, que se efetua
através de uma ligação química covalente, denominada ligação peptídica. A ligação
peptídica estabelece-se entre o grupo carboxilo de um aminoácido e o grupo amina
de outro. As cadeias peptídicas que contêm entre dois e vinte aminoácidos
designam-se oligopéptidos e as que ultrapassam esse número chamam-se
polipéptidos.

● As proteínas são macromoléculas constituídas por uma ou mais cadeias


polipeptídicas e apresentam uma estrutura tridimensional definida. Estas moléculas
apresentam vários níveis de organização.
A estrutura tridimensional das proteínas pode ser alterada se as condições físicas e
químicas do meio sofrerem modificações. Assim, se as proteínas forem sujeitas a
alterações do pH, da temperatura, da concentração de sais ou à agitação, as fracas
ligações químicas podem romper-se, conduzindo à perda da estrutura tridimensional,
fenômeno designado desnaturação. Quando uma proteína é desnaturada perde a
capacidade de desempenhar a sua função.

Funções
enzimática sacarase São catalisadores biológicos
pepsina que medeiam quase todas
amilase as reações químicas que
DNA polimerase ocorrem nos seres vivos,
tanto as de degradação
como as de síntese.

estrutural colagénio O colagénio surge no tecido


queratina conjuntivo e contribui para a
actina sua elasticidade.

A queratina surge no
cabelo, unhas e gamas,
sendo responsável pela
rigidez destas estruturas.

A actina surge nos


microfilamentos do
citoesqueleto, contribuindo
para a dinâmica e
manutenção da estrutura
das células.

Defesa anticorpos Produzidos por alguns


leucócitos, desempenham
um papel muito importante
na imunidade, ao
reconhecerem e
neutralizarem, de forma
muito específica,
substâncias estranhas ao
organismo.

transporte algumas proteínas membranares A hemoglobina, presente


hemoglobina nas hemácias, é
responsável pelo transporte
de oxigênio e algum dióxido
de carbono. Algumas
proteínas transportam
substâncias através da
membrana das células.

reguladora/hor insulina Produzida pelo pâncreas, é


monal uma hormona que regula a
entrada de glicose do
sangue para as células.

contrátil/motora actina e miosina São proteínas presentes no


tecido muscular e cuja
atividade permite a
contração deste tecido

3.9. Lípidos
São um dos principais tipos de lípidos de reserva, sendo constituídos por dois componentes
fundamentais: ácidos gordos e o glicerol.

● Os ácidos gordos são constituídos por uma cadeia linear de átomos de carbono,
com um grupo terminal carboxilo. Os ácidos gordos que possuem átomos de
carbono ligados entre si por ligações duplas ou triplas, dizem-se insaturados. Nos
ácidos gordos saturados, todos os átomos de carbono estão ligados entre si por
ligações simples.

● O glicerol, ou glicerina, é um álcool que contém três grupos hidroxilo, capazes de


estabelecer ligações covalentes com os átomos de carbono dos grupos carboxilo
dos ácidos gordos. Esta ligação denomina-se ligação éster e, conforme se
estabelece entre o glicerol e um, dois ou três ácidos gordos, assim se forma um
monoglicerídeo, um di- glicerideo ou um triglicerídeo.

● Fosfolípidos
Os fosfolípidos desempenham uma importante função estrutural, dado que são um
dos componentes fundamentais das membranas celulares.
A sua estrutura resulta da ligação de uma molécula de glicerol com dois ácidos
gordos e com uma molécula de ácido fosfórico.

● Esteroides
Os esteroides, como, por exemplo, o colesterol, têm uma estrutura molecular
diferente da dos restantes grupos de lípidos. Todos os esteroides apresentam quatro
anéis de carbono ligados entre si. Ligados a esta estrutura em anel surgem outros
grupos de átomos que determinam a variedade de moléculas deste grupo.
Funções
reserva de energia triglicerídeos Permitem o armazenamento
de energia a longo prazo
(vulgarmente, os
triglicerídeos são chamados
gorduras).

estrutural fosfolípidos e colesterol São constituintes


fundamentais das
membranas biológicas.

reguladora\hormonal testosterona As hormonas sexuais, como


progesterona a testosterona e a
progesterona, fazem parte
do grupo dos esteroides.
Algumas vitaminas, como a
vitamina E e a K, são
também de natureza
lipídica.

protetora ceras Revestem a epiderme das


folhas e frutos, assim como
algumas estruturas de
revestimento dos animais,
tornando-as impermeáveis.

3.10. Ácidos nucleicos

● Os ácidos nucleicos são constituídos por unidades básicas designadas nucleótidos.


Estes nucleótidos podem formar dois tipos principais de polímeros, o ácido
desoxirribonucleico (DNA) e ácido ribonucleico (RNA).

Existem cinco tipos de bases nitrogenadas: adenina (A) e guanina (G) (bases púricas -
possuem dois anéis); citosina (C), timina (T) mídicas uracilo (U) (bases pirimídicas possuem
um anel). A timina só existe no DNA e o uracilo só existe no RNA. As restantes são comuns
aos dois compostos.
Relativamente às pentoses, o DNA contém desoxirribose e o RNA contém ribose. O DNA
apresenta cadeias duplas e o RNA tem cadeias simples.No DNA, as duas cadeias
estabelecem entre si pontes de hidrogénio: à citosina de um nucleótido de uma cadeia
liga-se sempre uma guanina do nucleótido de outra cadeia e à adenina liga-se sempre a
timina.

Funções

Armazenamento da informação genética DNA

transmissão da informação genética DNA

controlo da atividade celular DNA e RNA

síntese de proteínas RNA

Tema 4: Obtenção de matéria pelos seres heterotróficos

4.1. Importância da membrana celular na obtenção de matéria


A membrana plasmática regula todo o transporte de substâncias que entram e saem da
célula, pois esta delimita a fronteira entre o meio intracelular e extracelular.

4.2. Composição da membrana celular


Todas as membranas biológicas são constituídas essencialmente por lípidos e proteínas,
podendo ainda conter alguns glícidos. A quantidade relativa destes componentes varia com
tipo de membrana e está relacionada com a sua função biológica.

Os lipídos mais abundantes nas membranas são os fosfolípidos. Os fosfolípidos são


moléculas anfipáticas, isto é, possuem uma extremidade polar que é hidrofílica (tem
afinidade com as moléculas de água) e uma extremidade apolar que é hidrofóbica (não tem
afinidade com as moléculas de água).

Em meio aquoso, as moléculas dos fosfolipídos tendem a formar uma dupla camada, o que
determina a estrutura fundamental da membrana. Para além dos fosfolipídos, nas
membranas das células animais é possível encontrar colesterol que contribui para a
integridade da membrana.

Funções das proteínas presentes na membrana plasmática:


-estrutural
-intervir no transporte de substâncias através da membrana
-recetores de estímulos químicos, vindos do meio extracelular;
-enzimas, catalisando reações que ocorrem na superfície da célula;
-estruturas de ancoragem ao citoesqueleto.
Os glícidos membranares situam-se na parte exterior da membrana plasmática e estão
envolvidos em processos de reconhecimento celular realizado pelo sistema imunitário.
colesterol- encontram-se entre as caudas dos fosfolípidos, contribuem para a integridade da
membrana, influenciando a sua fluidez.
A temperaturas baixas, o colesterol aumenta a fluidez da membrana, pois dificulta a
compactação dos fosfolípidos. A temperaturas mais elevadas, o colesterol diminui a fluidez
da membrana, uma vez que reduz o movimento dos fosfolípidos. Assim, o colesterol
aumenta a amplitude de temperaturas a que a membrana é capaz de manter uma fluidez
funcional.

A membrana celular não é uma estrutura rígida, mas sim fluida.


Verifica-se que as moléculas fosfolipídicas têm grande mobilidade lateral, trocando de
posição com outras que se encontram na mesma camada. Ocasionalmente, podem ocorrer
movimentos transversais de fosfolípidos, de uma camada para a outra (movimentos de
flip-flop).

As proteínas membranares podem apresentar mobilidade lateral na bicamada fosfolipídica.


Contudo, nem todas as proteínas apresentam mobilidade. Algumas proteínas da membrana
encontram-se ligadas ao citoesqueleto, o que restringe a sua mobilidade; outras
estabelecem ligações com uma rede de proteínas que forma a matriz extracelular das
células animais.

A temperatura influencia a fluidez das membranas. A temperatura a que uma membrana


solidifica depende do tipo de lípidos que a constitui.

cadeias insaturadas cadeias saturadas

Dificultam a compactação dos fosfolípidos, Permitem uma maior compactação dos


contribuindo para o aumento da fluidez da fosfolipidos, diminuindo a fluidez da
membrana.

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