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Síntese da crónica de D.

João I, Fernão Lopes

A crónica de D. João I, de Fernão Lopes (séc. XV), revela-nos, sobretudo, o


poder e resistência do povo, aquando da crise de 1383/85, através de um texto
bastante expressivo.
De facto, no capítulo 11, da crónica citada, o cronista relata-nos o que se
passou quando mataram o conde Andeiro, amante da Rainha D. Leonor Teles,
nos paços da Rainha. O povo dirigiu-se em massa a este local, pois o Pajem do
Mestre gritava, pelas ruas da cidade de Lisboa: ‘Matem do Mestre’. Aí
chegado, este povo soube que o Mestre estava vivo, mas não acreditou e
pediu que ele aparecesse, como aconteceu. À janela do Paço, o Mestre de Avis
disse: ‘Amigos apacificai-vos’. Quando o viram, todos ficaram felizes e pediram
que ele fosse pelas ruas, onde o aclamavam como Defensor e Regedor do
reino, o que aconteceu, pois, este veio a ser rei D. João I.
Por outro lado, no capítulo 148, o autor mostra-nos como reagiu a
população de Lisboa perante o cerco à cidade, pelos castelhanos. O povo
passou muita fome, pois havia muita gente na cidade e não entravam
mantimentos suficientes. No entanto, resistiu, foi um povo heroico, patriótico.
Através de um discurso pormenorizado, onde o adjetivo é bastante
utilizado, o leitor revive os acontecimentos. As figuras de estilo também estão
ao serviço dessa visualização da ação (a metáfora, a comparação, a
personificação…)
Pelo exposto, podemos afirmar que a crónica de D. João I é um texto vivo,
dinâmico, onde os personagens se evidenciam como povo heroico de uma
nação que queriam independente. É, pois, aqui evidenciado o espírito
nacionalista.

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