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Índice
1Antecedentes
2Preparação
3Disposição da hoste portuguesa
4A chegada dos castelhanos
5A batalha
6O dia seguinte
7Desfecho
8Ver também
9Referências
10Bibliografia
11Ligações externas
Antecedentes
No fim do século XIV, a Europa encontrava-se a braços com uma época de
crise e revolução. A Guerra dos Cem Anos devastava a França, epidemias
de peste negra levavam vidas em todo o continente, a instabilidade política
dominava e Portugal não era exceção.
Em 1383, el-rei D. Fernando morreu sem um filho varão que herdasse a coroa.
A sua única filha legítima era a infanta D. Beatriz, casada com o rei João I de
Castela. A burguesia mostrava-se insatisfeita com a regência da rainha
D. Leonor Teles e do seu favorito, o conde Andeiro e com a ordem da
sucessão, uma vez que isso significaria anexação de Portugal por Castela. As
pessoas alvoroçaram-se em Lisboa, o conde Andeiro foi morto e o povo pediu
ao mestre de Avis, D. João, filho natural de D. Pedro I de Portugal, que ficasse
por regedor e defensor do Reino.[2]
O período de interregno que se seguiu ficou conhecido como crise de 1383-
1385. Finalmente a 6 de Abril de 1385, D. João, mestre da Ordem de Avis, é
aclamado rei pelas cortes reunidas em Coimbra, mas o rei de Castela não
desistiu do direito à coroa de Portugal, que entendia advir-lhe do casamento.[3]
Perante a revolta da população portuguesa em vários pontos e cidades do
Reino de Portugal, o rei de Castela, decide em 1384 entrar em Portugal. Entre
fevereiro e outubro desse ano, monta um cerco a Lisboa, por terra e por mar.[4]
Uma frota portuguesa vinda do Porto enfrenta, a 18 de julho de 1384, à entrada
de Lisboa, a frota castelhana, na batalha do Tejo. Os portugueses perdem três
naus e sofrem vários prisioneiros e mortos; no entanto, a frota portuguesa
consegue romper a frota castelhana, que era muito superior, e descarregar no
porto de Lisboa os alimentos que trazia. Esta ajuda alimentar veio-se a revelar
muito importante para a população que defendia Lisboa.
O cerco de Lisboa pelas tropas castelhanas acaba por não resultar, devido à
determinação das forças portuguesas em resistir ao cerco, ao facto de Lisboa
estar bem murada e defendida, à ajuda dos alimentos trazidos do Porto e
devido à epidemia de peste negra que assolou as forças castelhanas
acampadas no exterior das muralhas.
Em junho de 1385, João I de Castela decide invadir novamente Portugal, desta
vez à frente da totalidade do seu exército e auxiliado por um forte contingente
de cavalaria francesa e apoiado por muitos nobres portugueses.[5]
Preparação
Quando as notícias da invasão chegaram, é reunido o conselho militar
em Abrantes para decidir o que fazer. Muitos consideravam que o exército
invasor era muito forte e sugeriram uma marcha de diversão até Sevilha para
atrair o exército invasor, até chegarem os reforços ingleses. O condestável
opõe-se e defende dar batalha para travar o passo ao inimigo,
pois Lisboa estava com fraca resistência; o rei parecia ser da mesma opinião,
mas não decidiu de imediato. Parte então D. Nuno parte com a sua hoste
para Tomar. O rei enviou mensagem a pedir-lhe para regressar a Abrantes,
mas D. Nuno recusa e continua a marcha para Tomar, onde esperaria o rei.
Reúnem-se então e deslocam-se para Porto de Mós.[6]
A vanguarda é comandada pelo condestável e a retaguarda pelo rei.[6]
Nuno Álvares Pereira a rezar antes da batalha, em azulejos de Jorge Colaço no Centro Cultural
Rodrigues de Faria.
Com os aliados ingleses, cerca de 600 vindos no dia da Páscoa, sendo sua
maioria veteranos da Guerra dos Cem Anos, o exército português interceptou
os invasores perto de Leiria. Dada a lentidão com que os castelhanos
avançavam, Nuno Álvares teve tempo para escolher o terreno favorável para a
batalha. A opção recaiu sobre uma pequena colina de topo plano rodeada por
ribeiros, perto de Aljubarrota. Contudo o exército português não se apresentou
ao castelhano nesse sítio, inicialmente formou as suas linhas noutra vertente
da colina, tendo depois, já em presença das hostes castelhanas mudado para o
sítio predefinido, isto provocou bastante confusão nas tropas de Castela.
Assim, pelas dez horas da manhã do dia 14 de agosto, o exército tomou a sua
posição na vertente norte desta colina, de frente para a estrada por onde os
castelhanos eram esperados. A disposição portuguesa era a seguinte:
infantaria no centro da linha, uma vanguarda de besteiros com 200 archeiros
ingleses, 2 alas nos flancos, com mais besteiros, cavalaria e infantaria. Na
retaguarda, aguardavam os reforços e a cavalaria comandados por D. João I
de Portugal em pessoa. Desta posição altamente defensiva, os portugueses
observaram a chegada do exército castelhano protegidos pela vertente da
colina. A carriagem era comandado por Diogo Lopes Pacheco. Na posição
inicial a ala esquerda é a Ala dos Namorados, por ser formada por jovens. A
outra ala é chamada de Madressilva.
Os portugueses estavam posicionados na direção sul-norte e os castelhanos
de início, norte-sul.
A batalha
O dia seguinte
Na manhã de 15 de agosto, a catástrofe sofrida pelos castelhanos ficou bem à
vista: os cadáveres eram tantos que chegaram para barrar o curso dos ribeiros
que flanqueavam a colina. Para além de soldados de infantaria, morreram
também muitos nobres fidalgos castelhanos, o que causou luto em Castela
até 1387. A cavalaria francesa sofreu em Aljubarrota outra pesada derrota
contra as táticas de infantaria, depois de Crécy e Poitiers. A batalha de
Azincourt, já no século XV, mostra que Aljubarrota não foi a última vez em que
isso aconteceu. Importa referir que, como era costume na época, as forças
portuguesas permaneceram 3 dias no local, a aguardar uma eventual investida
dos castelhanos, melhorando sucessivamente as posições defensivas.
Desfecho