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Contexto Histórico-Cultural
Século XVII
Europa:
Reforma religiosa
Aparecimento da Inquisição – como forma de perseguição religiosa
Medo generalizado- conficto entre cristãos e não cristãos
Portugal:
Características da Oratória
Exórdio (cap. 1)
Apresentação do tema e do motivo que o leva a fazer este sermão, é uma forma de
cativar o público.
- Utiliza um jogo metafórico utilizando o conceito predicável: “Vos estis sal terrae”
“Vós sois o sal da terra” – sal = pregadores / terra = ouvintes
Porquê?
Padre António Vieira segue o exemplo de Santo António e devido à causa perdida que
as pessoas representam, vira se para o mar e dá o sermão aos peixes.
O objetivo é fazer salientar os defeitos dos Homens, para isso demonstra as qualidades
dos peixes, considera-os os animais mais puros.
Porquê? Louvores aos peixes
Em geral:
Em particular:
O peixe de Tobias
é um animal que é protagonista de um episódio bíblico, em que as suas entranhas
têm o poder de curar a cegueira dos homens e o seu coração afugenta o mal.
Analogia: Santo António faria exatamente o mesmo, mas com os homens, guiando-os
pela vida através da sua palavra, corrigindo os Homens. “Se alguma rémora houve
na terra, foi a língua de Santo António”.
Analogia: As palavras de Santo António têm um efeito semelhante para aqueles que
extorquem aquilo que não lhes pertence, abaulando os de forma que se transformem
e se arrependam. A descarga elétrica simboliza a palavra de Deus que deveria abalar a
consciência dos Homens.
O quatro-olhos: devido à anatomia, consegue ter uma visão do céu e da terra e assim
proteger-se de outros peixes, mas também das aves.
Analogia:Existe uma relação na forma como o peixe olha tanto para cima como para
baixo e entre a consciência do Homem tem de ter acerca do Céu, mas também
Do inferno. Os Cristãos teriam de olhar para o céu, mas sempre com a noção que existe
o inferno.
Dois pontos:
- Também os Homens se “comem” uns aos outros, os mais poderosos exploram os mais
fracos e esta situação agrava-se quando em ambiente de sociedade.
- Comparação, os peixes grandes seriam os colonos e os peixes pequenos seriam os
homens do maranhão (região colonizada pelos portugueses no Brasil).
- Os peixes são enganados facilmente e por isso são punidos com a morte. São
ignorantes por não saberem o significado do isco que lhes lançam e são
completamente cegos, porque se atiram sem hesitar e ficam presos.
- Analogia com os Homens, afirmando que os homens não são diferentes dos peixes,
que são levados pela aparência e vaidade das coisas, ficam então, “engasgados e
presos”, com dívidas de um ano para outro ano, de uma safra para outra, e lá vai uma
vida, à semelhança dos peixes.
Repreensões em particular
Roncador peixe pequeno, capaz de emitir sons bastante fortes, como se de uma
autopromoção à procura de atenção se tratasse – “quem tem muita espada, tem pouca
língua”
Voador peixe morfologicamente adaptado para dar grandes saltos além de nadar,
tem a capacidade de voar curtas distâncias imitando as aves.
Analogia: Critica à ganância e ambição que, tal como o voador, os humanos têm e em
relação à inconformidade sobre aquilo que têm. Querem sempre mais e mais o que
leva a que sejam apanhados por isso, apenas por não se contentarem pelo que têm.
Peroração (cap. 6)