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Português
11ºVE
Disciplina de Português
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Índice
Capa……………………………………………………………………….. 1
Índice………………………………………………………………………. 2
Biografia Padre António Vieira………………………………………….. 3
O Barroco…………………………………………………………………. 4
Síntese Exórdio………………………………………………………….. 5
Sermão de Santo António………………………………………………. 7
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Biografia Padre António Vieira
Padre Antônio Vieira (1608-1697) foi um religioso, escritor e orador
português, a principal expressão do Barroco Literário da língua portuguesa.
Escreveu cerca de 200 sermões, nos quais revela conhecimento político,
social e religioso. Padre Antônio Vieira nasceu em Lisboa, na Rua do
Cônego, próximo a Sé, no dia 6 de fevereiro de 1608. Filho de Cristóvão
Vieira, funcionário da coroa, e de Maria de Azevedo tinha sete anos quando
seu pai foi nomeado para o cargo de escrivão em Salvador. Estudou no
colégio dos jesuítas e com 15 anos ingressou na Companhia de Jesus,
iniciando seu noviciado.
Ordenado padre, iniciou sua carreira de pregador em 1633.
Posteriormente retornou a Portugal, onde participou ativamente da vida
política, colocando-se em defesa dos cristãos-novos e despertando o ódio da
Inquisição, o que resultou em sua prisão. A prosa de Padre Antônio Vieira,
uma das principais expressões do barroco brasileiro e português, tem as
seguintes características principais: linguagem metafórica, inversões
sintáticas, vocabulário rebuscado, temáticas religiosas, temáticas morais e
comportamentais, defesa do indígena, crítica às desigualdades sociais.
Ref. bibliográfica:https://www.ebiografia.com/anto
Ref. bibliográfica:https://jcrnoticiasonline.wordpress.com/tag/padre-antonio-
Ref. bibliográfica: https://pt.aleteia.org/2017/07/18/os-
vieira/ 320-anos-da-morte-de-padre-antonio-vieira-o-imperador-
da-lingua-portuguesa/
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O Barroco: contexto histórico-cultural
Em Portugal, o século XVII foi algo agitado do ponto de vista político. O
domínio filipino prolongou-se até 1640, na sequência do desastre da Batalha
de Alcácer Quibir. Após o golpe palaciano de l de dezembro. D. João IV
assume a coroa portuguesa. A economia foi afetada pelo ambiente de
perturbação política e muitos dos territórios portugueses no Oriente, África e
Brasil foram atacados pelos inimigos dos reis castelhanos. Por outro lado, a
Inquisição perseguia os cristãos novos, que motivou o exílio forçado de
muitos deles para o estrangeiro e a consequente fuga de capitais. Toda a
filosofia de humanização da religião, que tinha sido apanágio do
Renascimento, foi reprimida pela censura inquisitorial portuguesa.
Estilo barroco
A literatura deste período, tendencialmente pessimista e exageradamente refinada
e excessiva a nível formal de as desenvolve temas fúteis e de reflexão moral, que
acentuam limitações do Homem, a dor e o desespero da vida. O excesso revela-se
na constante utilização de recursos expressivos, nomeadamente metáforas,
alegorias, hipérboles, antítesis, oxímoros e pleonasmos, que contribuem para o
enriquecimento do código estilístico.
Barroco
O Barroco foi uma tendência artística que se desenvolveu primeiro nas Artes
Plásticas e, posteriormente, na Literatura, no Teatro e na Música. Nascida na
Itália do século XVII, espalhou-se por outros países europeus, como a
Holanda, a França, a Bélgica, a Espanha e Portugal.
O Barroco na Literatura
O Barroco foi um período literário caracterizado por contrastes, oposições e
dilemas. O homem deste período procurava a salvação e, ao mesmo tempo,
queria aproveitar os prazeres mundanos, verificando-se a oposição do
Antropocentrismo (Homem) ao Teocentrismo (Deus).
As principais características do Barroco literário são as seguintes:
● uso de recursos como antíteses, metáforas, paradoxos, hipérboles e
sinestesias;
● linguagem rebuscada e obscura;
● expressão do pessimismo;
Entre os principais autores deste período, destaca-se o padre Antônio Vieira
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Síntese:
Capítulo 1
Exórdio
Na primeira parte (capítulo um) que constitui o exórdio, o Padre António
Vieira desenvolve o conceito de predicável partindo da frase bíblica “Vós sois
o Sal da Terra”. Esta frase foi proferida por Cristo dirigindo-se aos discípulos
e pregadores. Vieira interroga-se sobre as virtudes do sal dizendo que o sal
serve para salgar, impedindo a corrupção e, sobretudo, sobre porque é que o
sal deixou de salgar, dado que a terra está tão corrupta. Chego à conclusão
que “ou é porque o sal não salga e os pregadores dizem uma coisa e fazem
outra. Ou é porque “a terra não se deixa salgar, e os ouvintes querem antes
imitar os que eles fazem, que fazer o que dizem”. Assim sendo, o Padre
Vieira segue o exemplo de Santo António e vai pregar comole aos peixes.
Capítulo 2 e 3
Louvores aos peixes em geral
Aqui, o Padre Vieira estabelece o plano do sermão, que irá ser desenvolvido
em dois pontos:
● Os louvores aos peixes em geral em particular;
● As repreensões no geral e em particular;
Nos louvores em geral o Vieira enaltece as qualidade dos peixes dizendo
bons ouvintes, obedientes, discretos e atentos.
Peixes de Fel e coração Cura a cegueira e afasta “Santo António abria a sua (boca)
Tobias (muito bons). os demónios. contra os que se queriam lavar”.
Rémora Peixe muito pequeno, com Pegas-se ao leme da nau A língua de S.to António é a
muita força e poder. e impede-a de avançar rémora da terra (metáfora), evita a
evitando um naufrágio. corrupção das almas.
Torpedo Fez tremer o braço do Evita que o pesquem Ao ouvir S.to António os
pescador. (salvação). pescadores tremeram.
Quatro Dois olhos que olham Defender-se dos dois olhos que apontam para o
olhos diretamente para cima e dois predadores. céu e dois para o inferno.
olhos que olham para baixo.
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Capítulo 4
Repreensões em geral
Peixes seres autofágios - comem-se uns aos outros
Neste capítulo são feitas repreensões aos peixes. Aqui, são apontados a
exploração, a corrupção, a extorsão (“os peixes comem-se uns aos outros”),
mais grave é o facto de uns grandes comerem os pequenos, serem
ignorantes cegos e movidos pela cobiça.
Capítulo 5
Repreensões
Roncadores Faladores, armar, roncam acabando muita língua pouca “Medi-vos, e logo vereis
pensam que são os por se perder. espada. quão pouco fundamento
maiores. tendes de brasonar, nem
roncar.”
Pegadores são pequenos, pegam- vivem à custa dos morre o Tubarão, “Tomai exemplo nos
se uns aos outros para outros e morrem e morrem com ele homens, pois eles não
se aproveitarem dos com eles. os Pegadores. tomam em vós, nem
outros, parasitas, seguem, como deveram, o
dissimulados. de Santo António.”
Voadores desmedida, ganância. Grandes quem que mais do “Santo António encolheu as
barbatanas que que lhe convém asas para descer”
usam como asas, perde o que quer.
voam alto demais e
caem, são caçados
como aves.
Polvo traidor, falso. é pior do que judas. O polvo é o maior dá o exemplo de Santo
traidor do mar. António.
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Gramática:
“…esta dor é tão ordinária que já pelo costume quase não se sente.”
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“...ao menos têm os peixes duas boas qualidades de ouvintes”
Recursos Expressivos
“A primeira coisa que me desedifica, peixes, de vós”