Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ATIVIDADE — BARROCO:
PARTE I
1. Quando e como tem início o Barroco português?
Em Portugal, o Barroco floresceu em um momento singular, permeado pela
colonização do Brasil e pelos conflitos contra os holandeses, ávidos por conquistar
territórios sob o domínio lusitano. A União Ibérica, em conjunto com as contendas
espanholas e a Guerra de Restauração, agravou ainda mais as dificuldades enfrentadas
pelo país, resultando numa profunda crise econômica, política e social.
2. Quando termina?
A era Barroca termina em 1756, ano em que foi fundada a Arcádia Lusitana,
marcando o surgimento do Arcadismo ou Neoclassicismo literário, caracterizado por
um retorno aos valores e referências da antiguidade greco-romana.
Podemos destacar também que, no Barroco português, alguns dos poetas mais
influentes foram Padre Antônio Vieira, Padre Manuel Bernardes, Francisco Manuel de
Melo, Francisco Rodrigues Lobo, Sóror Mariana Alcoforado e Antônio José da Silva.
Os poetas portugueses contribuíram para a literatura barroca em Portugal, cada um
com seu estilo e temáticas específicas, enriquecendo a tradição literária do país nesse
período.
PARTE II
2
1. Leia o poema abaixo e responda às questões:
3
O tema do soneto pode ser interpretado como a passagem do tempo e as mudanças que
ocorrem tanto no ambiente natural (representado pelo rio Tejo) quanto na vida do eu
lírico.
A metáfora da "grossa enchente" que altera a natureza do rio pode ser interpretada como
uma metáfora da passagem do tempo e das mudanças inevitáveis que ocorrem na vida.
Assim como o Tejo sofre transformações, o eu lírico também é afetado por experiências
que modificam sua visão de mundo. O poeta expressa a nostalgia de um passado mais
sereno e, ao mesmo tempo, a incerteza em relação ao futuro.
Nesse contexto, a expressão "Já que somos no mal participantes, / Sejamo-lo no bem"
revela uma busca por equilíbrio e esperança. O poeta reconhece que tanto ele quanto o rio
são afetados pelas adversidades da vida, mas deseja que ambos possam compartilhar
também momentos de felicidade. Há uma aspiração por uma harmonia entre o ser humano
e a natureza, uma união na experiência do bem.
4
SÓROR VIOLANTE DO CÉU (1602-1693)
Era uma mulher com uma sensibilidade especial, que caminhou ao lado de uma das
maiores vozes da Literatura feminina de seu tempo Sóror Mariana Alcoforado. Com 28
anos entrou para um convento dominicano de N.S. da Rosa produziu a poesia profana,
passional e ardente que tinha imagens sutis, que de momento era de difícil compreensão,
mas de grande força dramática e lírica.
O poema é um soneto, cuja métrica segue o padrão tradicional em português, com versos
decassílabos. O esquema rimático utilizado é ABBA ABBA CDE CDE.
b) Na 3ª estrofe, a poeta usa “o fio corta”. A que passagem mitológica a poeta pode
estar se referindo?
A poeta pode estar se referindo a passagem mitológica que retrata a presença
simbólica das Moiras (ou Parcas), aquelas que, de acordo com a tradição, controlam
o curso da vida humana. Essa referência evoca a imagem da Moira que, com seu
gesto sagrado, corta o fio da existência no momento preciso da morte. Nesse sentido,
a poeta contempla a figura mítica que, com seu poder inescrutável, determina o
destino de cada indivíduo e decide o momento derradeiro em que a jornada terrena
chega ao seu fim.
5
e) Qual seu conteúdo?
A poeta inicia questionando as consequências de uma mudança imaginada em seu amor.
Ela retrata essa mudança como uma assassina impiedosa, capaz de despertar temores
profundos em seu coração. A incerteza é apresentada como um fator sufocante, capaz de
tirar-lhe a própria vida. A medida que a suspeita se transforma em conhecimento concreto,
a poetisa nos leva a refletir sobre o que ocorrerá quando a verdade se tornar inescapável.
Nasceu em Lisboa de família nobre no dia 23 de Novembro de 1608. Começou muito novo
a frequentar a corte, cursou Humanidades no Colégio de Santo Antão e dedicou-se ao
estudo da Matemática, pois pensava seguir a carreira das armas. Militou na Marinha e,
depois de um naufrágio que sofrera, estabeleceu-se na corte de Madrid. Em 1639 comandou
um regimento na Flandres e lutou contra os Holandeses. Em 1641, encontrando-se em
Londres, aderiu à causa da independência em Portugal, regressando ao reino onde, depois
de receber a comenda da Ordem de Cristo, é acusado e preso por conivência no assassinato
de Francisco Cardoso. Será na prisão que escreverá as suas melhores obras. É considerado
um dos mais importantes autores do Barroco em Portugal. Escreveu em português e
castelhano.
6
Não: que desd'o princípio há que lhe dura
Do erro este costume, ao mundo dado;
Ser aquele caminho mais errado,
O que é de mais passage e fermosura.
O poema é um soneto; sua métrica segue o padrão tradicional do soneto em português, com
versos decassílabos. O esquema rimático é ABBA ABBA CDC DCD.
Surge então uma dúvida na mente do eu lírico: deveria evitar arriscar-se e permanecer
onde está, com receio do que a sorte possa lhe reservar? Porém, o poeta percebe que esse
medo excessivo é um desequilíbrio emocional, que não conduz a uma resposta concreta.
Assim, é apresentado o questionamento crucial: diante da incerteza que permeia o mundo,
qual será o melhor curso de ação?
A resposta proposta pelo eu lírico é buscar a orientação no céu, simbolizando uma busca
por algo maior e transcendental. A verdadeira direção a seguir não pode ser encontrada na
terra, pois não há um caminho certo e definido. A ideia é que é preciso buscar orientação
em princípios mais elevados, em valores espirituais e universais, a fim de encontrar uma
rota verdadeira e significativa na existência.