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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará

Licenciatura em Letras Português e Inglês e suas respectivas Literaturas

Literatura Portuguesa II

Semestre III

Ana Raquel Alves da Silva

Relatório Referente ao I SELIP- Seminário de Literatura Portuguesa

Umirim

2019
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará

Licenciatura em Letras Português e Inglês e suas respectivas Literaturas

Literatura Portuguesa II

Semestre III

Ana Raquel Alves da Silva

Relatório Referente ao I SELIP- Seminário de Literatura Portuguesa

Relatório submetido à disciplina


de Literatura do curso de
Licenciatura em Letras Português
e Inglês e suas Respectivas
Literaturas do Instituto Federal do
Ceará Campus Umirim, como
requisito parcial para obtenção da
segunda nota da referida
disciplina.

Umirim

2019
Seminário de Literatura Portuguesa

Sabemos que a Literatura portuguesa é berço da nossa cultura


brasileira, sendo assim estuda-la nos dá uma base de como tudo começou,
desde o medievalismo até os dias que correm.

Ecos de vozes lusitanas: do medievo à modernidade;

É no medievo que se encontram as raízes da Literatura Portuguesa,


tendo início no século XII com forte influência do cristianismo, nesse período
conhecemos o Trovadorismo, escola literária que se inicia com a poesia
trovadoresca, essa produção literária teve início na Península Ibérica.

A Poesia trovadoresca se divide em duas, sendo a lírico-amorosa e a


satírica. A primeira divide-se em cantigas de amor e cantigas de amigo, a
segunda em cantigas de escárnio e cantigas de maldizer.

As cantigas de amor irão retratar o sofrimento amoroso do homem frente


a uma dama que é inacessível, indiferente, enquanto as cantigas de amigo irão
retratar o sofrimento amoroso da mulher pertencente à camadas populares, em
razão do desgosto de ser abandonada por causa de uma guerra ou de outra
mulher, as duas cantigas são feitas por trovadores, do sexo masculino.

A cantiga de escárnio se constrói de modo indireto, através de ironias e


de sarcasmos, enquanto na de maldizer a satírica será feita de modo direto, de
forma agressiva.

Na prosa medieval teremos as novelas de cavalaria, os livros de


linhagem, as hagiografias e as crônicas ou cronições.

No humanismo, a época terá como caracterização a humanização da


cultura, a cultura vem a ser laica na maior parte e a educação do homem
fidalgo se constitui como objeto da literatura moralista. Nesse período temos
como principais representantes Gil Vicente e Fernão Lopes. Gil Vicente
escreveu muitos autos, tanto pastoris como autos de moralidade.

Já no classicismo existe uma busca pelo clássico, alguma beleza ligada


ao ideal, ao sublime. Nesse período temos o Camões com a poesia lírica e a
poesia épica, o próprio morreu sem publicar nenhuma obra do gênero lírico.
No arcadismo, haverá aquela busca por tranquilidade, já no Romantismo, terá
uma busca por identidade, porém não tão forte, o representante desse período
será o Garret.

O Realismo, como bem compreendemos, traz uma crítica à sociedade


da época, bem como nas obras de Eça de Queiroz, que por vezes trazem
fortes críticas ligadas à espiritualidade. No modernismo teremos Fernando
Pessoa com seus inúmeros heterônimos, dentre eles Alberto Caeiro, Álvaro de
Campos e Ricardo Reis. Por ultimo, na contemporaneidade, temos José
Saramago.

O caráter atemporal na obra de Eça de Queirós

Eça de Queirós nasceu em 25 de novembro de 1845, foi um grande


autor do período realista em Portugal, recebeu muitas críticas de Machado de
Assis e Fernando Pessoa pela construção das personagens. Eça de Queirós
reclamava do atraso cultural que existia na época.

Sabemos que os blocos literários se diferem, e o realismo buscava


desvendar as mazelas sociais, Eça criticou o clero. A literatura é uma forma de
esclarecimento social, sabemos que cada período literário traz ou evidencia
uma determinada sociedade em um dado momento, sendo assim a literatura é
estética e engajamento social. Algumas das obras de Eça de Queiroz irão
demostrar um pouco desses momentos e o que Eça buscava criticar.

Em O Crime do Padre Amaro, por exemplo, Eça criticou a hipocrisia


clerical, o sucumbir aos instintos de ser homem, como também a hipocrisia da
sociedade, os desvios de conduta moral e a mentira. Já na obra O Primo
Basílio, o mesmo colocou o papel da mulher da época, uma mulher que não
estudava, que vivia para o lar e para o marido, o próprio colocou Luiza, uma
personagem que retrata uma mulher fraca, sem iniciativa, dessa forma, Eça
trouxe nessa obra a questão da educação da mulher lisboeta.

Na obra os Maias, vemos uma obra de caráter emblemático, com


personagens soltos na esfera sociais.

Nas obras de realismo psicológico temos A Ilustre Casa de Ramires, que


conta a história de um fidalgo, temos Portugal nos tempos heroicos.

O caráter das obras é atemporal porque não se prendem ao tempo, as


questões sociais presentes nas obras perpassam o tempo, ou seja, podem ser
discutidas em qualquer momento, em qualquer tempo, o caráter atemporal
surge com o engajamento social. Essas obras suscitam reflexão e estudos em
diferentes épocas e espaços, por isso devem ser trabalhadas em sala de aula,
e a trama precisa ser extrapolada, pois assim a extrapolação da trama revelará
o conhecimento das sociedades no mundo.

Literatura Portuguesa em Destaque

Trovadorismo: O amor cortês e suas remanescências.

Aqui podemos visualizar que as relações temporais se entrelaçam. O


amor cortês surge no século XII em consenso com o Trovadorismo, como todo
o imaginário amoroso trovadoresco, as cantigas de amor, as cantigas de
amigo, escárnio e maldizer. O amor cortês reflete a mulher idealizada,
exaltatada, o amor impossível, o amor adúltero, ou seja, o morrer de amor.

Podemos perceber que existem resíduos desses períodos em nossa


Literatura Portuguesa, como nas obras de Gregório de Matos, nas poesias com
conflitos amorosos.

Personas e ambiências transmontanas na obra de contista de


Miguel Torga

 Adolfo Correia da Rocha tem como pseudônimo Miguel Torga, um dos


maiores contistas da Literatura Portuguesa;
 Suas obras são bem interiorizadas;
 Religiosidade exacerbada;
 Esfera do Modernismo;
 Personagens simples e fortes;
 Contos com aspectos de cidades pequenas.

Letramento Literário pelo livro didático: estratégia para abordagem


metodológica para abordagem da literatura portuguesa.

Sabemos que o livro didático é a maior ferramenta que o professor


dispõe para uma abordagem metodológica, um guia em sala de aula norteando
o professor para melhor dar sua aula, principalmente no que se refere à
Literatura. Dentro da Literatura Portuguesa, os livros didáticos de José de
Nicola costumam ser bem completos, com poemas, a exemplo, de Camões,
grande nome da Literatura Portuguesa, e uma boa abordagem sobre os
movimentos literários.

Sendo assim segue alguns aspectos importantes de letramento


abordados também por Rildo Cosson, no livro “Letramento Literário: Teoria e
Prática”, Rildo Cosson aborda quatro passos fundamentais para o letramento
literário:

 Motivação: É a preparação do aluno para entrar no texto, seja com uma


imagem ou um vídeo.
 Introdução: É a apresentação do autor e da obra, fazendo com que o aluno
tenha conhecimento prévio do texto que o próprio irá adentrar.
 Leitura: Processo Acompanhado pelo professor para auxiliar o aluno em suas
dificuldades, sendo uma leitura mútua e de forma prazerosa para o aluno.
 Interpretação: É o momento em que o aluno tirará suas conclusões e fará a
análise do texto.

Considerações Finais

A Literatura Portuguesa, sendo o berço da cultura brasileira, tem sua


dada relevância no meio cultural e escrito. Sendo a Literatura um produto
cultural e histórico, a própria passa reflexos de uma cultura e um povo de um
determinado tempo.

Sendo Assim, cada período passou forte influencia para a sociedade


brasileira, refletindo uma forte sociedade perante outra que também teve sua
literatura como reflexão de um dado tempo, assim, a literatura e seus blocos se
entrelaçam independente do tempo. Assim como diz Pontes (1999) na Teoria
da Residualidade, em que nada na Literatura é original, pois tudo em sua
origem é residual.

Referências

MOISES, Massaud. A literatura portuguesa. São Paulo: Cultrix, 2008.

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