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Trabalho em grupo da disciplina de Português

Tema: Cantigas de amor, amigo, escárnio e maldizer e a Literatura Moçambicana

11ª Classe Turma: G

Discente:

Lenita Jorge Paulino Álvaro

Celvina da Fátima Adão

Ancha Virgínia Alfredo Mustafa

Kefa Nadinha Domingos Zuber

Alda Abílio Paulo

Ana Horácio Fungulane

01/09/2022
Trabalho em grupo da disciplina de Português

Tema: Cantigas de amor, amigo, escárnio e maldizer e a Literatura Moçambicana

11ª Classe Turma: G

Discente: Docente:

Lenita Jorge Paulino Álvaro

Celvina da Fátima Adão

Ancha Virgínia Alfredo Mustafa

Kefa Nadinha Domingos Zuber

Alda Abílio Paulo

Ana Horácio Fungulane

01/09/2022
Índice
1. Introdução............................................................................................................................ 3

1.1. Objectivos .................................................................................................................... 3

1.1.1. Geral ..................................................................................................................... 3

1.1.2. Específicos ............................................................................................................ 3

2. Metodologia ........................................................................................................................ 3

3. Cantigas de amor, amigo, escárnio e maldizer .................................................................... 4

3.1. Cantigas de amor, amigo ............................................................................................. 4

3.1.1. Cantigas de amor .................................................................................................. 4

3.1.2. Cantigas de amigo ................................................................................................ 6

3.2. Cantigas de escárnio e de maldizer .............................................................................. 7

3.2.1. Cantiga de escárnio ............................................................................................... 7

3.2.2. Cantiga de maldizer .............................................................................................. 8

4. Literatura Moçambicana ..................................................................................................... 9

4.1. Breve histórial da literatura moçambicana .................................................................. 9

4.2. 1º Período ..................................................................................................................... 9

4.3. 2º Período ................................................................................................................... 10

4.4. 3º Período ................................................................................................................... 10

4.5. 4° Período .................................................................................................................. 11

5. Obras de alguns escritores ................................................................................................. 12

5.1. Para 1º período temos ................................................................................................ 12

5.2. 2º Período: .................................................................................................................. 12

5.3. 3º Período: .................................................................................................................. 13

6. Negritude ........................................................................................................................... 13

7. Conclusão .......................................................................................................................... 14

8. Bibliografia........................................................................................................................ 15
3

1. Introdução

O presente trabalho fala acerca das cantigas e da literatura moçambicana, desde o início da
literatura moçambicana até então percorreu vários percursos. O mais importante é, no entanto,
O Brado Africano (1918) dos irmãos José e João Albasini, de orientação para temas das
populações locais, em que se reúnem os autores como Rui de Noronha, Fonseca Amaral ou
Virgílio Lemos. João Albasini é também autor de uma obra fundacional na poesia
moçambicana, O Livro da Dor (1925). Por outro lado, os primórdios da ficção devem-se a
João Dias (Godido e Outros Contos, ed. da CEI de 1952). No que diz respeito as cantigas, As
cantigas lírico-amorosas apresentam duas modalidades: as cantigas de amigo, nas quais o
poeta põe as palavras na boca de uma mulher, apresentando por isso um eu lírico feminino, e
as cantigas de amor, nas quais o poeta fala por si próprio, contendo, por isso, um eu lírico
masculino. Os cancioneiros da Vaticana e da Biblioteca Nacional de Lisboa possuem muitas
cantigas que tratam de aspectos específicos da vida na corte, satirizando o comportamento
social de algumas pessoas. Essas cantigas são classificadas como cantigas de escárnio e
cantigas de maldizer.

1.1.Objectivos
1.1.1. Geral
 Saber a cerca das cantigas e as literaturas mocambicanas.
1.1.2. Específicos
 Caracterizar as cantigas de amor, amigo, escárnio e maldizer.
 Descrever os periodos da literatura mocambicana;

2. Metodologia
Para a realização do trabalho foi a partir da consulta bibliográfica, que consistiu na leitura e
análise das informações de diversas obras, e com auxilio da internet.
4

3. Cantigas de amor, amigo, escárnio e maldizer

Segundo Guilhade e Moisés (1996) As cantigas de escárnio e maldizer constituem um


dos três géneros em que se divide a satírica galego-portuguesa, que em Portugal encontrou
expressão por volta de 1189 e 1385. Incluem sátiras morais, políticas e literárias e
maledicências pessoais, como tenções (disputas em forma de diálogos), prantos (lamentações
pela morte de alguém) e paródias; em resumo, os textos que não se encaixam como cantiga de
amigo ou de amor. O galego-português aperfeiçoou uma canção satírica proveniente das
Provença, que lhe davam o nome de sirventés, que, chegada à Galiza, acabou por influenciar
os trovadores para que estes, apoiando-se, talvez, numa tradição satírica regional transmitida
oralmente e anterior à convivência com as formas, criassem uma nova maneira de trovar: a
cantiga de escárnio e maldizer.

O corpus lírico galego-português conta com aproximadamente 430 textos pertencentes


ao género. A principal característica dessas cantigas é a crítica ou sátira dirigida a uma pessoa
real, que era alguém próximo ou do mesmo círculo social do trovador. Apresentam grande
interesse histórico, pois são verdadeiros relatos dos costumes e vícios, principalmente da
corte, mas também dos próprios jograis e trovadores (Guilhade & Moisés, 1996).

3.1.Cantigas de amor, amigo

A primeira época lírica portuguesa é chamada de Trovadorismo e as composições dos


trovadores são conhecidas como cantigas. A poesia dos cancioneiros pode dividir-se em lírica
e satírica (Saraiva & Lopes, 1995).

Idem As cantigas lírico-amorosas apresentam duas modalidades: as cantigas de amigo,


nas quais o poeta põe as palavras na boca de uma mulher, apresentando por isso um eu lírico
feminino, e as cantigas de amor, nas quais o poeta fala por si próprio, contendo, por isso, um
eu lírico masculino.

As cantigas satíricas também apresentam duas modalidades: as de escárnio e as de maldizer.

3.1.1. Cantigas de amor

Para Saraiva & Lopes, (1995). Nas chamadas cantigas de amor, influenciadas pela arte
praticada na região de Provença, na França, impera o tema do amor cortês, isto é, o modo de
amar do cortesão, daquele que vivia na corte.
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Idem Entre a dama e o cavaleiro, estabelece-se uma relação equivalente à que existia
na vida política. A mulher é vista como suserano e o poeta, como vassalo. O cavaleiro se
dedica de corpo e alma ao culto da amada, que mantém sempre um comportamento altivo,
distante do pretendente.

De acordo com Saraiva e Lopes, (1995). O amor é chamado de cortês ou


cavalheiresco, porque coube aos cavaleiros, que formavam a nobreza militar, criar uma nova
visão de mundo, que vem a ser a cortesia. Os cavaleiros deveriam se comportar como um
cavalheiro, segundo regras rígidas de comportamento, diferenciando-se, desse modo, da
plebe.

Entre os trovadores galego-portugueses destacam-se D. Dinis (1261–1325), também


conhecido como “rei trovador”. A ele são atribuídas as autorias de 138 cantigas.

Exemplo de cantiga de amor: O amor, quando se revela

O amor, quando se revela,


Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar para ela,
Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente


Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente…
Cala: parece esquecer…

Ah, mas se ela adivinhasse,


Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
P’ra saber que a estão a amar!

Mas quem sente muito, cala;


Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!
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3.1.2. Cantigas de amigo

Segundo Guilhade e Moisés, (1996). As cantigas de amigo, originárias da Península


Ibérica, abordam o universo da cultura popular rural. “Amigo” significa, no contexto das
cantigas, “amante” ou “namorado”. Quem fala é uma mulher do povo, que lamenta a ausência
de seu amado. Quanto à forma, elas apresentam uma riqueza superior às cantigas de amor.

Para Guilhade e Moisés, (1996). Diz que: Apesar de a voz lírica do poema ser
feminina, o trovador que escreve os versos é sempre um homem, o que faz com que apareça,
nos poemas, a ideia masculina sobre a saudade e o amor, temas das cantigas de amigo.

Apesar de aparecer o sentimento de saudade, o tom das cantigas é de felicidade,


porque, afinal, o amor de que se fala, apesar de distante, é real.

Idem O espaço do campo retratado nessas cantigas tem grande importância, já que a
natureza é retratada de maneira a se perceber uma grande intimidade com ela, como se as
águas dos rios, os pássaros, as flores, a luz do dia estivessem ligadas por afinidade mágica
com as pessoas.

Uma cantiga de amigo pode ser chamada de paralelística, se as estrofes pares


repetirem as ideias das estrofes ímpares com ligeiras modificações. Se a cantiga tiver um
verso repetido, diz-se que se trata de uma cantiga de refrão. Normalmente, elas são
paralelísticas e com refrão (Guilhade & Moisés, 1996).

Exemplo de cantiga de amigo: “Ai flores, ai flores do verde pino” de D. Dinis

Ai flores, ai flores do verde pino,


se sabedes novas do meu amigo!
ai Deus, e u é?

Ai flores, ai flores do verde ramo,


se sabedes novas do meu amado!
ai Deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amigo,


aquel que mentiu do que pôs comigo!
ai Deus, e u é?
7

Se sabedes novas do meu amado,


aquel que mentiu do que mi há jurado!
ai Deus, e u é?

Vós me preguntades polo voss'amigo,


e eu ben vos digo que é san'e vivo.
Ai Deus, e u é?

Vós me preguntades polo voss'amado,


e eu ben vos digo que é viv'e sano.
Ai Deus, e u é?

3.2.Cantigas de escárnio e de maldizer

Os Cancioneiros da Vaticana e da Biblioteca Nacional de Lisboa possuem muitas


cantigas que tratam de aspectos específicos da vida na corte, satirizando o comportamento
social de algumas pessoas. Essas cantigas são classificadas como cantigas de escárnio e
cantigas de maldizer (Saraiva & Lopes, 1995).

3.2.1. Cantiga de escárnio

De acordo com Saraiva e Lopes, (1995). A Cantiga de escárnio é a sátira indirecta,


sútil, irónica, sarcástica, evitando-se citar o nome da pessoa-alvo da zombaria.

Exemplo: “Ai, dona fea, foste-vos queixar” de João Garcia de Guilhade

Ai dona fea! Foste-vos queixar


Que vos nunca louv'en meu trobar
Mais ora quero fazer un cantar
En que vos loarei toda via;
E vedes como vos quero loar:
Dona fea, velha e sandia!

Ai dona fea! Se Deus mi pardon!


E pois havedes tan gran coraçon
Que vos eu loe en esta razon,
Vos quero já loar toda via;
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E vedes qual será a loaçon:


Dona fea, velha e sandia!

Dona fea, nunca vos eu loei


En meu trobar, pero muito trobei;
Mais ora já en bom cantar farei
En que vos loarei toda via;
E direi-vos como vos loarei:
Dona fea, velha e sandia!

3.2.2. Cantiga de maldizer

Segundo Guilhade e Moisés, (1996). A cantiga de maldizer é a sátira directa,


desbocada, vulgar, grosseira, chula, por vezes obscena ou pornográfica, chegando a citar o
nome da pessoa-alvo da sátira. No exemplo abaixo, o autor faz uma depreciação à imagem de
um trovador, considerando-o literariamente fraco.

Exemplo: “A dona fremosa do Soveral” de Lopo Lias

A dona fremosa de Soveral


ha de mí dinheiros per preit'atal
que veess'a mí, u non houvess'al,
un día talhado a cas de Don Corral;
e é perjurada,
ca non fez en nada
e baratou mal,
ca desta vegada
será penhorad'a
que dobr'o sinal.

Se m'ela crever, cuido-m'eu, dar-lh'-hei


o melhor conselho que hoj'eu sei:
dé-mi meu haver e gracir-lho-hei;
se mi o non der, penhorá-la-hei:
ca mi o ten forçado,
do corp'alongado,
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non lho sofrerei;


mais, polo meu grado,
dar-mi-á ben dobrad'o
sinal que lh'eu dei.

4. Literatura Moçambicana
4.1.Breve histórial da literatura moçambicana
Nos inícios do século XX escreve também Rui de Noronha (Sonetos, 1946,
postumamente). Mais tarde surgem as revistas Itinerário (1941 – 1955) e, sobretudo, Msaho
(1952), preocupada com a moçambicanidade, com número único, em cujas páginas foi
publicado o que era essencial na poesia da época. Neste período, antes da independência, há
pelo menos três poetas que devem ser salientados: Noémia de Sousa (Sangue Negro, caderno
policopiado), José Craveirinha, o “poeta nacional”, com obra nos jornais, revistas e gavetas
(Xigubo, 1964, Karingana ua Karingana, 1974, Cela 1, 1980, e Maria, 1988) e Rui Knopfli
(Craveirinha, 1966).

Na prosa destaca-se Luís Bernardo Honwana (Nós Matámos o Cão Tinhoso, 1964) e
Orlando Mendes, o autor do primeiro romance moçambicano (Portagem, 1966). Em 1971 –
1972 saem ainda os cadernos Caliban sob a direcção de António Quadros, Eugénio Lisboa e
Rui Knopfli, de carácter cosmopolita, não vinculado à luta pela libertação, onde são
publicados autores portugueses ao lado de moçambicanos. Após a independência, aparece a
revista Charrua (1984), em que se revelam os novos autores como Ungulani Ba Ka Khosa, e
Gazeta de Artes e Letras (da revista Tempo), dirigida por Luís Carlos Patraquim, um dos
maiores nomes da poesia contemporânea (Monção, 1980). Entre os autores contemporâneos,
mundialmente conhecidos e traduzidos, destacam-se Mia Couto e Paulina Chiziane. Esse é o
percurso que a literatura moçambicana teve de percorrer até aos nossos dias.

4.2.1º Período

1925-1945/1947. O primeiro período se estende desde 1925, com a publicação de O


livro da dor, de João Albasini. Mendonça reconhece essa como uma das primeiras obras
produzidas com intenção marcadamente estética na literatura moçambicana. A autora
menciona também as produções de Augusto Conrado e de Rui de Noronha – este último conta
com abundante colaboração nos periódicos, durante a década de 1930; seus poemas foram
recentemente publicados, sob organização de Fátima Mendonça (Laranjeira, 1995).
10

Este período incorpora a fase do período ou de emergência e do protesto. Na fase do preludo


ou de emergência 1925- 1963, encontramos os poetas, João Albasino, Augusto, Caetano
Campos e Rui de Noronha.

Fase do protesto 1947-1964

Caracteriza-se pelo inconformismo face ao colonialismo. Encontramos orlando Mendes,


Noémia da Sousa. A partir dos anos 50, os doentes desta face são influenciados por um
movimento denominado negritos movimento negro que constitui na busca e valorização das
culturas Africanas.

4.3.2º Período

1945/1947-1964. Um segundo período tem início a partir de 1945-1947, quando


alguns jovens escritores começam a se rebelar com a dominação política, conforme explica
(Laranjeira, 1995): Em 1947, a publicação de alguns poemas de Orlando Mendes na revista
portuguesa Seara Nova indica o início de uma forma mais autêntica de literatura. Em 1948,
Noémia de sousa publica seu primeiro poema e, em 1948, morre o escritor João Dias,
deixando um conjunto de contos - código e outros contos – editados somente em 1952, pela
casa dos Estudantes do império. Segundo Mendonça, esses acontecimentos são marcados
pelas mudanças históricas que sucederam a segunda Guerra Mundial (1939-1945). Em
Moçambique, a literatura da década de 50 do século XX deixa entrever dois direccionamentos
(Laranjeira, 1995).

Idem É nesse período, segundo Mendonça, que se dá a primeira tentativa de criar um


espaço literário nacional em Moçambique. Nele estão incluídas as publicações da revista
Itinerário, do jornal O Brado Africano – já mencionado por Manuel Ferreira – e da revista
Msaho

4.4.3º Período

1964-1975. Fátima Mendonça (1988) reconhece, a partir de 1964 quando se inicia a


campanha de libertação da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), três linhas de
força na literatura moçambicana: “a literatura produzida nas cidades por intelectuais que, em
geral, assumem posições ideológicas de distanciamento do poder colonial” (ibidem, p.41.
nomes representativos desta vertente são Orlando Mendes, Rui Knopfli, Glória de sant’anna,
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Jorge Viegas, sebastião alba e outros. É nesse período que surge a revista Caliban
(Craveirinha, 1966).

Idem Na Beira, cidade natal de Mia Couto, surge também, nessa época, a revista
Paralelo 20 – nela circulava uma literatura em que a clivagem produzida pelos acontecimentos
de 1964 apenas funciona exteriormente. O poeta e jornalista Fernando Couto, pai de Mia
Couto, juntamente com Nuno Bermudes, é uma das figuras que dinamizavam a vida cultural
na Beira, promovendo a divulgação de autores moçambicanos por meio da criação das
colecções Poetas de Moçambique e Prosadores de Moçambique.

Caracterizado por textos de carácter marcadamente político com as palavras de origem


compromisso, acção e produção, este período divide se em duas fases:

 Fases da literatura de confrontação 1964- 1970 - são a fase de confrontação directa


com sistema colonial que levou muitos escritores á prisão.
 Fase da ruptura 1971-1975 a poesia deste período tematiza a resistência, a combate.
Tinha um carácter anticolonial, anti- imperialista, anti-feudal, revolucionário, ruptura
com a cultura burguesa.
4.5.4° Período

Entre 1975 e 1992, chamaremos de Consolidação, por finalmente passar a não haver
dúvidas quanto à autonomia e extensão da literatura moçambicana, contra todas as reticências,
provindas de alguns sectores dos estudos literários, e, diga-se também, contra todas as
evidências. Após a independência, durante algum tempo (1975-1982), assistiu-se sobretudo à
divulgação de textos que tinham ficado nas gavetas ou se encontravam dispersos. O livro
típico, até pelo título sugestivo, foi Silêncio escancarado (1982), de Rui Nogar (1935-1993),
aliás o primeiro e único que publicou em vida. Outro tipo de textos é o de exaltação patriótica,
do culto dos heróis da luta de libertação nacional e de temas marcadamente doutrinários,
militantes ou empenhados, no tempo da independência (Sousa, 2001).

Idem Tal como nos outros países neófitos, o Estado (e a FRELIMO) detinha o
monopólio das publicações e o consequente controlo. Todavia, segundo um conceito de
instituição literária que não passa obrigatoriamente por publicar em Moçambique, como
acontecia, aliás, na época colonial, temos de considerar a actividade poética de um Rui
Knopfli fora de África como cooptada para o património literário moçambicano. A publicação
dos poemas de Raiz de orvalho, de Mia Couto (em 1983) e sobretudo da revista Charrua (a
12

partir de 1984, com oito números), da responsabilidade de uma nova geração de novíssimos
(Ungulani Ba Ka Khosa, Hélder Muteia, Pedro Chissano, Juvenal Bucuane e outros), abriu
novas perspectivas fora da literatura empenhada, permitindo-lhes caminhos até aí
impensáveis, de que o culminar foi o livro de contos Vozes anoitecidas (1986), de Mia Couto,
considerado como fautor de uma mutação literária em Moçambique, provocando polémica e
discussão acesas. A partir daí, estava instaurada uma aceitabilidade para a livre criatividade da
palavra, a abordagem de temas tabus, como o da convivência de raças e mistura de culturas,
por vezes parecendo antagónicas e carregadas de disputas (indianos vs. negros ou brancos).

A publicação de Terra sonâmbula (1992), de Mia Couto, o seu primeiro romance,


coincidente com a abertura política do regime, pode considerar-se provisoriamente o final
deste período de pós-independência.

5. Obras de alguns escritores

Para uma boa organização, levando em consideração as fases que a literatura


moçambicana passou, vamos alistar cada escritor no seu respectivo período.

5.1.Para 1º período temos

António Rui de Noronha (Lourenço Marques, 28 de Outubro de 1909 - Lourenço


Marques, 25 de Dezembro de 1943) foi um poeta moçambicano, sendo considerado o
precursor da poesia moderna moçambicana.

Obras: O Sonetos (1946), editado pela tipografia Minerva Central, Os Meus Versos,
Texto Editores, 2006 (Organização, Notas e Comentários de Fátima Mendonça), Ao mata-
bicho: Textos publicados no semanário O Brado Africano Pesquisa e Organização de António
Sopa, Calane da Silva e Olga Iglésias Neves. Maputo, Texto Editores, 2007.

5.2.2º Período:

José João Craveirinha (Lourenço Marques, 28 de Maio de 1922 – Maputo, 6 de


Fevereiro de 2003) é considerado o poeta maior de Moçambique.

Obras: Craveirinha, José (1964) Chigubo. Lisboa: Casa dos Estudantes do Império.
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5.3.3º Período:

Paulina Chiziane (Manjacaze, Gaza, 4 de Junho 1955) é uma escritora moçambicana.


Iniciou a sua actividade literária em 1984, com contos publicados na imprensa moçambicana.
Com o seu primeiro livro, Balada de Amor ao Vento, editado em 1990, tornou-se a primeira
mulher moçambicana a publicar um romance.

Obras: Balada de Amor ao Vento: (1 ª edição 1990), Ventos do Apocalipse (1993), O


Sétimo Juramento. (Lisboa: Caminho, 2000. ISBN 9789722113298), Ngoma Yethu: O
curandeiro e o Novo Testamento, 2015.

Mia Couto, pseudónimo de António Emílio Leite Couto ComSE (Beira, 5 de julho de 1955), é
um biólogo e escritor moçambicano.

Obras: Couto, Mia (1983) Raiz de Orvalho. Maputo: Cadernos Tempo, Vozes Anoitecidas
(1ª ed. da Associação dos Escritores Moçambicanos, em 1986; O Fio das Missangas (1ª ed. da
Caminho em 2004; 4ª ed. em 2004).

6. Negritude
Negritude são um movimento reivindicativo criados por estudantes negros na década de 30
em paris.
Sendo os principais responsáveis o Martiniano Ainece Lean Damas Ganes.

Através da literatura esses autores buscaram enaltecer a cultura que foi desenvolvida pelo os
colonizadores que tratavam os negros como animais prejudicando os de tal forma que até hoje
são vistos por muitas pessoas com um grande preconceito.

Estes fundaram a revista L ètudiant noir, além da revista, o grupo desenvolveu intensa
actividade, organizadas reuniões, exposições, assembléias, publicando artigos e poema e
outras revistas.
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7. Conclusão

Chegando a este ponto conclui-se que O corpus lírico galego-português conta com
aproximadamente 430 textos pertencentes ao género. A principal característica dessas
cantigas é a crítica ou sátira dirigida a uma pessoa real, que era alguém próximo ou do mesmo
círculo social do trovador. Na cantiga do amor entre a dama e o cavaleiro, estabelece-se uma
relação equivalente à que existia na vida política. A mulher é vista como suserano e o poeta,
como vassalo. O cavaleiro se dedica de corpo e alma ao culto da amada, que mantém sempre
um comportamento altivo, distante do pretendente. Na cantiga de amigo apesar de aparecer o
sentimento de saudade, o tom das cantigas é de felicidade, porque, afinal, o amor de que se
fala, apesar de distante, é real. A literatura moçambicana percorreu vários percursos desde o
1º Período que foi de 1925-1945/1947. E se estende desde 1925, 2º Período tem início a partir
de 1945-1947, 3º Período Fátima Mendonça reconhece, a partir de 1964 e 4° Período entre
1975 e 1992, chamaremos de Consolidação, por finalmente passar a não haver dúvidas quanto
à autonomia e extensão da literatura moçambicana.
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8. Bibliografia

1. Craveirinha, José, (1966). Cantico a un Dio di Catrame. (Edição Bilingue) Milão:


Lerici, Karingana Ua Karingana (1974). Lourenço Marques: Académica.
2. Guilhade, João Garcia de; MOISÉS, Massaud.(1996). A literatura portuguesa através
dos textos.
3. Laranjeira, Pires: (1995). Literaturas Africanas de Expressão Portuguesa, vol. 64,
Lisboa, Universidade Aberta.
4. Saraiva, Antônio José; Lopes, Oscar. (1995). História da literatura portuguesa. Santos:
Martins Fontes, s.d
5. Sousa, Noémia de, (2001). Sangue Negro. Maputo: Associação dos Escritores
Moçambicanos. (2011) Maputo: Marimbique

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