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Conservatório de Música D.

Dinis

Prova de Aptidão Artística

Curso Secundário Supletivo de Música

O Clarinete e as suas versatilidades na música

Tomás Miguel Pereira Ferreira

Professor orientador: Alberto Lages

Fevereiro de 2023
Índice
1.Introdução.....................................................................................................................2

2. Contextualização histórica..........................................................................................3

3. Orquestra sinfónica.....................................................................................................4

4. Orquestra de sopros....................................................................................................6

5. Música de câmara........................................................................................................7

Trios..............................................................................................................................7

Quartetos......................................................................................................................8

Quintetos......................................................................................................................9

Quinteto para clarinete e cordas............................................................................9

Quinteto clássico....................................................................................................10

As sonatas de Brahms para clarinete.......................................................................10

Ensemble de clarinetes..............................................................................................11

6. A solo...........................................................................................................................11

O concerto de Copland..............................................................................................12

7. O Jazz..........................................................................................................................13

8. Klezmer........................................................................................................................14

9. Música sul-americana...............................................................................................15

10. Conclusão.................................................................................................................16

11. Bibliografia...............................................................................................................17

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1.Introdução

O clarinete é um dos instrumentos mais versáteis da atualidade. Desde o seu


aparecimento, tem vindo a desenvolver-se e a integrar diversos agrupamentos musicais,
distinguindo-se pela sua versatilidade e pelo seu vasto repertório.

O clarinete poderia ser apenas mais um instrumento na história da música, que seria
apenas tocado a solo e talvez ser introduzido na orquestra. A verdade é que desde muito
cedo os grandes nomes da história da música viram o seu potencial, vindo a integrá-lo
nos mais diversos agrupamentos e estilos musicais, percorrendo inúmeras culturas por
todo o mundo.

Este instrumento tem a capacidade de se adaptar a diversos estilos de música graças ao


seu som rico, macio e amplo. Pode ser perfeito para tocar uma melodia romântica, como
também pode ser perfeito para tocar excertos bastante agitados com diversos tipos de
articulação e acentuação, ou até mesmo num tipo de música descontraída com swing e
glissandos, como é o caso do jazz.

Atualmente, existem milhares de executantes por todo o mundo, quer a nível


profissional, amador ou no âmbito escolar. Isto leva à criação de novos grupos e
consequentemente a uma maior procura de adaptações do clarinete aos mesmos,
justificando a quantidade e diversidade de agrupamentos em diferentes culturas.

O presente trabalho aborda os agrupamentos, estilos musicais e repertório do clarinete,


desde o seu nascimento até aos dias de hoje. Está dividido em duas partes:
agrupamentos na música erudita e seguidamente os estilos e grupos musicais espalhados
por todo o mundo, passando pelo Jazz, Klezmer e choro brasileiro.

Como aluno, tenho o objetivo de dar a conhecer um pouco mais do instrumento que
pratico, explorando alguns estilos musicais e a importância dos mesmos nas culturas
espalhadas por todo o mundo.

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2. Contextualização histórica

Tal como muitos dos outros instrumentos de sopro, a sua origem ainda não é totalmente
conhecida. Alguns consideram que o clarinete surgiu a partir da” hornpipe”, uma
espécie de “corno” com alguns orifícios, no entanto, a teoria mais aceite nos dias de
hoje é que o clarinete surgiu a partir da charamela, porque tal como o clarinete, utilizava
palheta simples e possuía um tubo cilíndrico com orifícios.

Pensa-se que o primeiro clarinete da história surgiu no século XVII e terá sido
produzido por Johann Denner, famoso luthier alemão, filho de um afinador de trompas
da caccia. Denner dedicou grande parte da sua vida a desenvolver instrumentos,
principalmente instrumentos de sopro da família das madeiras. Tal como todos os outros
instrumentos, devido às limitações que apresentava, decidiu adicionar duas chaves e um
barrilete a uma charamela, o que permitiu alcançar uma quinta acima do registo da
mesma, acabando por lhe chamar clarino devido à semelhança de som com o clarim,
apesar de um pouco mais limpo, e por fim assumiu o nome de clarinetto.

As primeiras obras para clarinete datam da segunda década do século XVIII e foram
compostas por Estienne Roger em Amesterdão. Estas obras, mostraram-se tecnicamente
complicadas para o instrumento que existia na altura, havendo a necessidade de
modificações no modelo de Denner, acrescentando-se uma campânula e uma nova
chave. Foi também nesta altura que se fizeram revoluções na escola de Mannheim, com
a introdução do clarinete na orquestra por Stamitz, e a criação do seu primeiro concerto
a solo com orquestra.

Este tipo de clarinete funcionava maioritariamente através de um sistema de orifícios e,


portanto, impedia cromatismos. Do início do século XIX até à sua metade, houve um
desenvolvimento ao nível do tubo e das chaves com o objetivo de alargar o repertório
do instrumento, algo que era impossível com o modelo existente. Estas alterações
visavam melhorar a afinação, a cor do som, alargar o registo e tornar as passagens
técnicas um pouco mais fáceis. Grande parte das modificações foram feitas por
Theobald Boehm (criador do sistema Boehm) e por Auguste Buffet (pai do criador da
atual marca Buffet-Crampon) e levaram à elaboração de um instrumento muito mais
completo e afinado. Esse instrumento era composto por 13 chaves, estando na origem

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dos 2 sistemas mais conhecidos nos dias de hoje, o sistema Boehm com 18 chaves
(conhecido como sistema Francês) e o sistema Muller (conhecido como sistema
alemão).

A partir daqui, o clarinete a integrou o coração dos sopros na orquestra, distinguindo-se


pelo som doce e amadeirado, no entanto ainda não tinha provado o seu valor perante os
restantes sopros.

Foi com Mozart, que provavelmente, o clarinete ganhou destaque, escrevendo o


Concerto para clarinete e orquestra (k.622) e o Quinteto para clarinete e cordas
(k.581). Estas duas obras abriram as portas para a música a solo e de câmara no
clarinete, passando o testemunho a muitos outros compositores como: Carl Maria von
Weber, Johannes Brahms, Louis Spohr, Aaron Copland, entre outros.

3. Orquestra sinfónica
Enquanto os restantes instrumentos de sopro, de madeira, desenvolviam trabalho em
orquestra há já algum tempo, o clarinete foi apenas introduzido na orquestra sinfónica
por Johann Stamitz, na primeira metade do século XVIII, resultante de uma das
revoluções da escola de Mannheim.

O aparecimento deste instrumento foi tão revolucionário na orquestra, que muitos


compositores ao longo da história da música passaram a dividir grande parte dos solos
entre o oboé e o clarinete, devido ao seu som mais doce, à sua maior expressividade e à
sua amplitude sonora.

Apesar do registo e timbre do clarinete serem muitas vezes comparados aos das violas,
este não pode desempenhar o mesmo papel da viola. Os sopros têm normalmente o
papel de intervir, desaparecer e voltar a aparecer, no entanto, o clarinete desempenha
algumas outras funções como: solista, acompanhador, complemento de harmonia (papel
muitas vezes desempenhado por metais) e complemento de melodia, fundindo-se muitas
vezes na melodia dos violinos. Isto tudo é possível graças ao seu timbre elegante e
suave e à sua versatilidade de registo e articulação, facilitada pela palheta simples e tubo
de madeira.

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As orquestras sinfónicas diferem no número de instrumentos consoante a época. O
mesmo acontece ao número de clarinetes e ao seu papel.

A orquestra da época de J. Stamitz (barroco tardio), possuía entre um e dois clarinetes,


ambos sopranos e caso não existissem, estes poderiam ser facilmente substituídos por
oboés. Num momento inicial, desempenhou um papel secundário em que dava suporte
harmónico, mas no final da vida de J. Stamitz o clarinete já desempenhava o papel de
solista, tal como os restantes sopros da família das madeiras. É importante realçar que a
última versão da orquestra de Stamitz foi das que mais contribuiu para o equilíbrio
instrumental da orquestra sinfónica ao longo da história.

Já a orquestra do período clássico pode ter vários tipos de clarinete: sopranos e altos.
Nesta época o clarinete já possuía um papel importante, destacando-se muitas vezes
pela capacidade de executar passagens mais virtuosísticas de uma forma suave, rica e
equilibrada, algo necessário no período clássico porque o tipo de música o exigia.

O compositor que deu mais visibilidade ao clarinete, seja a solo, música de câmara ou
orquestral, foi sem dúvida W.A Mozart, compositor que decidiu explorar todas as
variantes de clarinete. Nas suas tradicionais sinfonias (por exemplo a Sinfonia em sol
menor, Nº40) adota o clarinete soprano, mas no Requiem adota o cor de basset,
instrumento da família dos clarinetes altos. A preferência de Mozart pelo uso do
clarinete contribuiu para o crescimento e desenvolvimento deste instrumento,
espalhando o culto e prática do clarinete por todo o mundo até aos dias de hoje.

Na orquestra do período romântico, o clarinete foi explorado de outras formas pelos


compositores, concedendo-lhe maior representatividade no seio da orquestra, de forma a
acrescentar expressividade e dramatismo. Esta característica do período romântico foi
transmitida ao clarinete maioritariamente nas óperas, mas também nas sinfonias de
grandes compositores, como Brahms.

Nas orquestras do período moderno e neoclassicismo, há uma tendência para o aumento


do número de sopros. O aumento do número de sopros terá consequentemente, um
aumento na secção dos clarinetes. Nas obras de Stravinsky e Mahler, o naipe dos
clarinetes é composto, por norma, por 4 a 5 clarinetes com sopraninos (vulgarmente
conhecido por requinta em mi b), clarinetes em sib, clarinete baixo e clarinete
contrabaixo. É necessário referir que Stravinsky foi um forte explorador de novas

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funções na orquestra, não só ao nível do clarinete, como também dos sopros de
madeiras no geral. Stravinsky escreveu imensos arabescos melódicos para diversos tipos
de clarinete nas suas obras, procurando encaixar a sonoridade pura do instrumento com
a sonoridade da música da sua época, o que é de facto, uma prova de que o clarinete
encaixa em praticamente todas as orquestras dos diferentes períodos, provando a sua
versatilidade.

4. Orquestra de sopros
A orquestra de sopros é um agrupamento musical constituído por instrumentos de
sopros (madeiras e metais) e percussões, muitas vezes chamado de banda. A orquestra
de sopros dos dias de hoje não tem uma data exata de começo, pensa-se que pode ter
tido início na Marine Band dos Estados-Unidos (final do século XVIII).

Apesar de se falar muitas vezes só das orquestras de sopros profissionais, há registo de


um maestro nos Estados Unidos, chamado Patrick Gilmore, como sendo o primeiro
maestro de banda não profissional. A sua banda era constituída por 35 madeiras, 27
metais e 4 percussionistas.

Ao longo deste período, a orquestra de sopros foi sofrendo algumas alterações, no


entanto um dos principais mentores da versão atual foi o maestro norte-americano
Frederik Fennell, do qual parte o princípio que na orquestra de sopros não devem existir
dobragens, exceto nos clarinetes e tubas.

A orquestra de sopros tem características muito peculiares, permitindo tocar repertório


de vários estilos nas salas de espetáculos. Esta possui instrumentos da família das
flautas, oboés, clarinetes, fagotes, saxofones, trompas, trompetes, trombones, eufónio,
tuba, percussão e, eventualmente cordas (contrabaixos e violoncelos), piano e harpa.

Neste tipo de orquestra, ao fazer uma analogia com a orquestra sinfónica, em algumas
ocasiões temos o naipe dos clarinetes (todos em sib) com 1 ou 2 vozes solo
(representam os clarinetes na orquestra sinfónica), 1ºclarinete a representar os 1º
violinos, 2º clarinete a representar os 2º violinos e 3º clarinete a representar as violas,
podendo ultrapassar os 10 elementos. Os saxofones são a ponte entre as madeiras e os
metais, podendo dividir as vozes com os clarinetes. No entanto os clarinetes têm um

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papel fundamental: executam todas as vozes principais e por vezes fazem o suporte
harmónico. Muitos consideram o clarinete como o motor da orquestra de sopros.

O repertório para orquestra de sopros e banda é muito abrangente, podendo executar


transcrições, repertório específico, obras com solistas, marchas ou arranjos.

Em Portugal, existem orquestras de sopros no meio amador, académico,


semiprofissional e profissional. No círculo amador temos algumas bandas filarmónicas
que adotaram o nome de orquestra de sopros, no entanto continuam a funcionar como
bandas amadoras. No meio académico, destacam-se a orquestra de sopros da Escola
Superior de Música de Lisboa, Orquestra de Sopros da Academia de Artes de Chaves, a
qual ganhou a última edição em 2022 do prestigiado concurso internacional World
Music Contest em Kerkrade, na Holanda, Orquestra de sopros da Escola de música do
Conservatório Nacional, entre outras. A nível semiprofissional temos a Banda Sinfónica
Portuguesa, constituída por músicos profissionais ou alunos do ensino superior. Por fim,
as bandas profissionais como é o caso da Banda da Armada, Banda do Exército, Banda
da Força Aérea, Banda da Guarda Nacional Republicana e Banda da Polícia de
Segurança Pública.

5. Música de câmara
A música de câmara existe desde a idade Média, no entanto só se tornou mais popular a
partir do século XVIII. Este tipo de música era muitas vezes escolhido para concertos
em salões de menores dimensões, caracterizando-se pela sua intimidade, elegância,
subtileza e interação mais próxima entre músicos e público.

O clarinete, sendo um instrumento tão versátil e elegante, não poderia fugir a este
agrupamento tão importante na história da música. Neste tópico, irei abordar os
principais grupos de música de câmara que o clarinete pode integrar, sejam trios,
quartetos, quintetos ou ensembles.

Trios
Embora fosse visto como instrumento secundário, o clarinete teve lugar na música de
câmara de diversos compositores, apresentando-se com outro clarinete ou até mesmo
outros instrumentos, seja de cordas, sopro ou percussão. A variedade de instrumentos

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dentro da sua família permite adaptar-se aos instrumentos com que irá tocar, podendo
variar entre um clarinete piccolo até um clarinete contrabaixo.

Os trios para este instrumento são, por norma, escritos para clarinete, um instrumento da
família das cordas friccionadas e piano. Desta categoria destaco quatro obras bastante
tocadas no repertório do instrumento: Trio para clarinete, viola e piano, de W.A.
Mozart, K.498, Trio para clarinete (ou violino), violoncelo e piano de L.V. Beethoven,
Op.11, Trio para clarinete, violoncelo e piano de J. Brahms,Op.114, Contrasts de Béla
Bartók e História do soldado de Igor Stravinsky.

De todos os compositores, Mozart teve um papel bastante importante no


desenvolvimento da família dos clarinetes, e na prova da sua versatilidade em diversos
agrupamentos. Compôs para trio de cor de basset (instrumento da família dos clarinetes
altos) entre os quais “6 Divertimenti per cor de basset, K.229”. Apesar do compositor o
ter escrito para cor de basset por ter uma sonoridade ideal para as danças e melodias
enérgicas presentes na obra, nos dias de hoje existem adaptações, para 2 clarinetes
sopranos e fagote, não deixando de ser uma das obras de referência da música de
câmara no repertório do clarinete.

Quartetos
Nesta temática, abordamos três aspetos: a existência de poucos quartetos para clarinete
e cordas, quartetos de sopros e o quarteto de clarinetes.

Apesar de Mozart ter descoberto várias formas de integrar o clarinete na orquestra e nos
diferentes grupos de música de câmara, o quarteto da época era maioritariamente para
cordas, algo que não fugia muito às regras do período clássico. Para além disso, o
clarinete continuava a ser um instrumento secundário. Dos grandes compositores da
história da música, nenhum compôs quartetos para clarinete e instrumentos de cordas.
Apenas no século XX, Paul Hindemith escreve um quarteto para clarinete, violino,
violoncelo e piano.

Os quartetos de sopros, algo que partiu do quinteto de sopros clássico, foi uma forma de
incluir o clarinete e os restantes sopros (flauta, fagote e trompa ou oboé) nos quartetos,
mantendo o diálogo, energia e expressividade deste tipo de agrupamento. Neste tipo de
música, o clarinete tem vários papéis, fruto do seu registo e da variedade de cores de
som. Estas características permitem alternar entre solos, melodias principais e base
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harmónica, servindo de apoio ao fagote ou trompa. Deste tópico destaco as sonatas para
quarteto de sopros de G. Rossini e o quarteto de sopros de J. Francaix.

O quarteto de clarinetes surgiu por volta do século XX, na Europa, após a evolução para
os sistemas mais recentes, mudança essa que permitiu o desenvolvimento do repertório
de clarinete. Este tipo de agrupamento, tem na sua constituição 4 clarinetes sopranos ou
1 sopranino (requinta), 2 sopranos e 1 baixo.

À medida que o jazz e outros estilos de música se desenvolviam, o quarteto de clarinetes


foi criando um repertório próprio, muitas vezes com um nível de execução exigente.
Com o crescimento deste agrupamento musical, vários compositores realizaram
transcrições e arranjos de diversas obras, desde o quarteto de cordas, até obras
orquestrais. A adaptação de quartetos de cordas para clarinetes, constitui uma prova de
que este instrumento possui uma versatilidade diferente em relação aos outros sopros,
tal como o arco está para os instrumentos de cordas, o ar está para o clarinete.

O quarteto de clarinetes nos dias de hoje é solicitado para as mais diversas ocasiões, seja
em concertos formais numa sala de espetáculos, concertos em cafés e bares, festas e
cerimónias, sendo um grande concorrente do quarteto de saxofones.

Quintetos
Desde o início do período clássico, o clarinete sempre teve um papel importante no
grupo de música de câmara de cinco elementos: o quinteto com cordas e o quinteto
clássico. A maior parte dos grandes compositores escreveu quintetos que incluem o
instrumento, seja com cordas ou sopros.

Quinteto para clarinete e cordas


A partir do período clássico, o clarinete foi visto como um potencial solista a ser
acompanhado pelo quarteto de cordas, sendo assim o quinteto para clarinete e cordas.
Este novo conceito adotado por grandes compositores como W.A Mozart, C.M. von
Weber, Brahms e Hindemith, consolidava numa única obra vários géneros que alguns
compositores dominavam, tais como árias, duetos e danças de óperas no caso de Mozart
e Weber, música de câmara e repertório a solo.

Nesta vertente é importante explicar a importância do primeiro quinteto, escrito por


Mozart. Apesar do nome ser Quinteto para clarinete em lá e cordas, K.581, o

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compositor sempre chamou “Quinteto de Stadler”, escrito para o seu amigo Anton
Stadler, clarinetista virtuoso da época. A estreia desta obra tem um significado enorme
na história do clarinete e na música de câmara, obra onde o compositor conjuga todos os
seus conhecimentos sobre quarteto de cordas e música de câmara e conjuga com todos
os tipos de música, seja óperas, minuetos e temas e variações, construindo uma peça
com 4 andamentos: I- Allegro, II- Larghetto, III-Menuetto e IV-Allegretto con
variazioni. Para além do quinteto de Mozart, que marca a importância da fusão do
instrumento com instrumentos de cordas, destaco também outros três quintetos,
posteriores, que fazem parte do repertório do clarinete: Quinteto em sib Maior para
clarinete e cordas, Op.34 de C.M. von Weber, Quinteto em si menor para clarinete e
cordas, Op.115 de J. Brahms e Quinteto para Clarinete e cordas, Op.30 de Paul
Hindemith.

Quinteto clássico
O quinteto de sopros clássico, foi introduzido entre o fim do século XVIII e início do
século XIX, sendo constituído por 5 instrumentos de sopros, maioritariamente da
família das madeiras, dos quais fazem parte: flauta, oboé, clarinete, fagote e trompa.
Este grupo de música de câmara distingue-se dos restantes grupos pelo facto de todos os
instrumentos terem cores de som diferentes. Se pararmos para refletir reparamos que o
quinteto clássico é constituído pela secção dos sopros de madeira da orquestra e pela
trompa, o único instrumento de metal da orquestra clássica padrão, completando a
família dos sopros.

No quinteto, temos a flauta como o instrumento capaz de produzir notas mais agudas,
ficando assim com as notas da melodia mais agudas e suaves, o oboé que fica com
algumas melodias do registo médio, o clarinete toca as melodias divididas com o oboé e
flauta, mas também realiza o complemento harmónico da trompa e fagote, percorrendo
todas as vozes do quinteto. Por vezes realiza um papel duplo ou triplo.

As sonatas de Brahms para clarinete


O compositor alemão foi uma referência no período romântico, seja em música
orquestral, música de câmara ou a solo. As duas sonatas para clarinete (ou viola) e
piano, Op.120, escritas no final do século XIX após o trio e quinteto foram escritas para
o seu amigo Richard Mühlfeld. O objetivo destas sonatas era condensar tudo o que os 5
instrumentos do quinteto e os 3 do trio faziam em 2 instrumentos apenas: o clarinete e

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piano, sendo consideradas por muitos das maiores obras-primas da música de câmara e
do repertório do clarinete.

Estas sonatas caracterizam-se principalmente pela capacidade de Brahms reciclar


material melódico simples e através do mesmo constrói frases longas e suaves,
perfeitamente harmonizadas entre o clarinete e o piano. Enquanto que o clarinete tem
uma linha melódica simples, que requer expressividade e domínio total do instrumento,
o piano tem ritmos e melodias complexas. Estas funções são alternadas ao longo de
ambas as sonatas e constituem um diálogo simples, rico e sofisticado, algo característico
da música de Brahms.

Ensemble de clarinetes
O ensemble de clarinetes, muitas vezes chamado “orquestra de clarinetes” foi criado
pelo clarinetista e saxofonista belga Gustave Poncelet, professor no conservatório de
Bruxelas entre o final do século XIX e início do século XX. Estima-se que tenha tido
cerca de 30 clarinetes, constituído por clarinete piccolo (requinta em mib), clarinete
soprano em sib, clarinete alto, clarinete baixo e clarinete contrabaixo.

Apesar desta ser a primeira configuração ter definido o padrão da orquestra de


clarinetes, nos dias de hoje é possível encontrar grupos com mais instrumentos da
família, como clarinetes em lá e clarinetes octa-contrabaixo, podendo chegar aos 40-50
elementos. Muitos destes agrupamentos são formados em contexto académico, em que
muitos alunos têm oportunidade de tocar outros instrumentos da família dos clarinetes,
tendo a experiência de tocar num grupo diferente com estilos de música dos mais
variados.

6. A solo
Quando surgiu, o clarinete era considerado um instrumento secundário. Após as
revoluções da escola de Mannheim, com J. Stamitz, passou a integrar a orquestra e mais
tarde, sendo um dos instrumentos de sopro de eleição do compositor, foi ganhando a
posição de solista. Neste tópico irei abordar as principais obras a solo do repertório do
clarinete.

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Pensa-se que o primeiro concerto a solo foi o concerto para clarinete e orquestra de J.
Stamitz, um marco no repertório solístico do instrumento. Este concerto foi escrito para
o clarinete de Denner, constituído apenas por 2 chaves, este instrumento possuía uma
afinação mais baixa em relação aos dias de hoje, aquela que muitos chamam de
“afinação barroca”. Este concerto, para além de mostrar as potencialidades, o
virtuosismo e expressividade do instrumento, serviu de inspiração para o filho de J.
Stamitz, Carl Stamitz, escrever os seus 11 concertos para clarinete e orquestra, fazendo
a divisão entre os concertos barrocos e clássicos.

Maior parte dos grandes compositores tinham uma grande amizade com algum
instrumentista virtuoso, realidade esta que também aconteceu em relação a alguns
clarinetistas. Das relações entre compositor e intérprete mais profícuas, são exemplos a
de Weber com Carl Baërmann, Brahms com Mühlfeldt, entre outros. No caso do maior
impulsionador do clarinete, seja a nível orquestral ou solístico, Mozart, houve sempre
um gosto pelo trabalho do músico e amigo da corte de Viena, Anton Stadler, também
conhecido como o virtuoso responsável pelo desenvolvimento do clarinet basset. Como
forma de demonstrar o gosto pelo músico e o instrumento, Mozart dedicou-lhe o
Quinteto para clarinete e cordas K.581 e o concerto para clarinete e orquestra K.622,
duas das obras com mais sucesso da época.

O concerto K.622 foi estreado em 1791 em Praga, onde Stadler tocou com o seu
clarinet basset (capaz de chegar a notas mais graves) o concerto de 3 andamentos,
puramente clássico. Até aos dias de hoje, este concerto é o mais popular no repertório
do instrumento e considerado por muitos como o concerto mais difícil de executar, isto
porque requer domínio total do instrumento para noções de afinação, fraseado e clareza
técnica.

Na transição entre o período clássico e romântico, Weber foi um fiel seguidor dos
trabalhos de Mozart, não deixando de compor para clarinete. Carl Maria von Weber
quis superar o seu “mestre” e compôs 1 concertino para clarinete e orquestra, 2
concertos para clarinete e orquestra, 1 quinteto para clarinete e cordas e um duo
concertante para clarinete e piano. Os concertos e o concertino, fazem parte das obras
mais tocadas no repertório solístico do clarinete, são as obras que através de linhas
melódicas do período de transição clássico-romântico levam o virtuosismo ao expoente
máximo, exigindo alguma experiência por parte do executante.

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O concerto de Copland
Após Weber, houve apenas um dos grandes compositores que mudou drasticamente a
estrutura e sonoridade do concerto para clarinete: Aaron Copland. Copland escreveu o
primeiro concerto para clarinete a pedido de Benny Goodman, uma das referências no
mundo do jazz. Saliento este concerto, porque o clarinete mistura vários estilos de
música com a música erudita, temas em que se baseia o presente trabalho.

Este concerto, estreado em 1950 em Nova Iorque pelo próprio Benny Goodman, quebra
tudo o que já tinha sido escrito para o clarinete. Esta obra-prima utiliza vários estilos do
século XX e vem revolucionar a maneira de executar o instrumento. A orquestração é
diferente do convencional, recorrendo maioritariamente a cordas, harpa e piano. Para
além disso possui apenas 2 andamentos, completamente distintos em vez da forma
tradicional com 3 andamentos.

O primeiro andamento é constituído por uma das secções mais líricas de toda a história
da música, onde o clarinete, de forma expressiva, mostra a capacidade de se fundir no
som das cordas de uma forma introspetiva. Por norma, o publico espera que um
concerto mostre o virtuosismo de um músico do início ao fim da obra, no entanto, neste
concerto só é mostrado depois do primeiro andamento, na primeira cadência, cadência
essa que conecta os dois andamentos.

O segundo andamento é complemento do primeiro. Enquanto o primeiro tinha melodias


passíveis de serem cantadas, este andamento mistura o Jazz com a música sul americana
de uma forna frenética e agitada. A influência sul americana vem da viagem de Copland
ao Brasil, onde absorveu alguns conhecimentos sobre a música tradicional brasileira
(samba, frevo e choro). O jazz não vem só de Benny Goodman, como também vem do
facto de ser um estilo de música americano em ascensão, então decidiu incorporar
naquele que seria o primeiro concerto para clarinete americano.

7. O Jazz
O Jazz surgiu no final do século XIX e início do século XX, quando os estilos de
música europeus e americanos se misturaram com a cultura africana. O primeiro tipo de
Jazz é conhecido como Dixieland Jazz, nome resultante da cidade de New Orleans,

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berço do estilo Dixie. Este tipo de Jazz, teve na sua formação inicial instrumentos como:
clarinete, trombone, trompete, piano, contrabaixo de cordas e bateria, cada um deles
com funções específicas. Neste estilo o clarinete e o trompete eram solistas, o trombone
e o contrabaixo tocavam a linha do baixo, o piano os acordes e a bateria mantinha o
ritmo.

Mais tarde, no final da década de 30, surgiu o estilo swing, um tipo de Jazz, dominado
pelas Big Bands e divulgado por muitos, entre eles o clarinetista Benny Goodman,
considerado “o rei do swing”.

Goodman foi sempre um virtuoso no mundo do Jazz, no entanto só começou a atrair a


atenção de muitos artistas, editoras e programas de rádio depois das suas gravações de
músicas como “Blue Moon”, “King Porter Stomp”, “Music Hall Rag” e o tão conhecido
“Bugle Call Rag”. O clarinetista Benny Goodman, para além de ter contribuído para o
repertório do clarinete, através dos inúmeros solos escritos, deixou uma marca ainda
maior no Jazz, através das suas ideias únicas, delas fazem parte, por exemplo: utilizar 2
peças que abriam e fechavam todos os seus concertos, como uma espécie de assinatura,
cujos nomes são “Let´s Dance!” para começar e “Goodbye” para a despedida.

Mais adiante, é importante referir que Goodman realizou outro passo em frente, não só
no mundo do Jazz como também ao nível de direitos humanísticos: levou a sua banda
ao Carnegie Hall (Nova Iorque) e permitiu pela primeira vez na história a atuação de
cidadãos afro-americanos naquela sala.

Apesar de Benny Goodman ser um nome tão influente do clarinete no Jazz, existiu
outro compositor que também se destacou: Artie Shaw. Este compositor era muito
inconsistente e indeciso em relação à sua vida. Foram várias as vezes em que
abandonou o jazz por curtos períodos de tempo, para além disso era muito perfecionista.
Mesmo abandonando muitas vezes o jazz, Shaw quando produzia apostava na
qualidade. Apesar de não ter revolucionado o Jazz da forma que Goodman o fez, Shaw
assume especial relevância porque apostou noutras vertentes deste estilo música,
compondo um concerto para clarinete e Big Band, algo inédito, o que abriu mais uma
porta no repertório deste instrumento.

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8. Klezmer
A música Klezmer é um tipo de música judaica com origem na música folclórica da
europa de leste, cujo nome tem origem na junção das palavras hebraicas “Kley”
(instrumento) e “zemer” (melodia). Este tipo de música pode incorporar música
folclórica de vários países dos quais fazem parte: Rússia, Polónia, Roménia e
Alemanha.

A maioria da música do tipo Klezmer, passada apenas pelo ouvido de geração em


geração, foi feita para dançar, seja em festas, rituais ou cerimónias formais da cultura
judaica. Dentro deste tipo de música podem existir diversos tipos de dança, desde
tradicionais como “Terkish” e “Hora” a Valsas, Polkas e Tango. A sonoridade deste
tipo de música é considerado por muitos como “estranho” porque para além dos modos
maior e menor, utiliza modos gregos.

A banda Klezmer pode ser constituída pelo clarinete, violino, acordeão, trompete, tuba,
bombo e timbales. Entre estes instrumentos, os solistas são por norma o clarinete,
violino e trompete. No que toca ao clarinete, executante das melodias principais, este
serve de ponte entre a voz e o público, o clarinetista expressa a sua musicalidade através
do clarinete, usando a melodia e efeitos especiais como glissandos, imitação da voz
humana ou apenas rugir como um animal. Estes efeitos especiais requerem domínio do
instrumento, seja a nível técnico, de embocadura ou palato.

Apesar de não se conhecer muita da música Klezmer por ser passada de geração em
geração e não escrita, há compositores que dedicam um pouco da sua obra a escrever
Klezmer para clarinete solo, como é o caso do compositor e clarinetista húngaro Béla
Kovács (1937-2021). O único compositor dos dias de hoje que dedica praticamente
todas as suas obras à música Klezmer é o compositor e clarinetista Giora Feidman,
proveniente de uma família de compositores de música Klezmer. Giora Feidman conta
com mais de 20 obras do género Klezmer e é um dos que mantém este estilo de música
vivo nos dias de hoje.

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9. Música sul-americana
A música sul-americana está fortemente ligada aos descobrimentos. Alguns dos
instrumentos que fazem parte da música tradicional desses países foram inseridos por
portugueses e espanhóis, como é o caso da guitarra portuguesa na música brasileira.
Neste tópico escolhi abordar o choro, um dos géneros de música que mais recorre ao
clarinete, de origem no Brasil.

O choro, também conhecido como “chorinho”, nasceu no final do século XIX, no Rio
de Janeiro. Muitos historiadores consideram que o choro nasceu quando a família Real
Portuguesa fugiu para o Brasil (1808). A família Real levava instrumentos como o
clarinete, saxofone, guitarra, piano, bandolim e cavaquinho e os músicos que os
tocavam trouxeram géneros europeus como a Valsa, Polka, Mazurka e Minuett.

Este género de música existe nas versões instrumental e cantada. A instrumental por
norma está escrita na forma rondo, constituída por 3 partes: a 1ª que começa na tónica, a
2ª que começa na dominante e a 3ª que começa na subdominante, dando primazia ao
clarinete na família dos sopros e à guitarra na família das cordas. A versão cantada
acontece de forma igual, mas acaba por alternar entre instrumentos e a voz.

Ao longo da história do choro temos diversos compositores que dedicaram algum do


seu tempo a desenvolver este género, deles fazem parte grandes nomes como Villa-
Lobos, Alfredo da Rocha Viana, mais conhecido como “Pixinguinha” e Joaquim
Callado.

Mesmo sendo um estilo bastante popular por todo o Brasil, este tipo de música não é tão
ouvido no exterior como o Jazz ou Klezmer. No entanto, há um tema de Zequinha
Abreu, cujo nome é “Tico tico no fubá” que é tocado por diversos grupos de música por
todo o mundo, sejam orquestras, grupos de música ou até a solo.

10. Conclusão
Ao longo deste trabalho foram referidos vários agrupamentos e estilos de música em
que o clarinete se pode enquadrar. Sendo um instrumento que nasceu na Europa, a sua
expansão para o resto do mundo foi um pouco demorada, no entanto, nos dias que

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correm, há cada vez mais compositores de todo o mundo a tentar integrar o clarinete de
alguma forma nas suas raízes, seja na música típica ou na música erudita.

Este trabalho resulta da pesquisa de vários tipos de repertório e também de algum


conhecimento a priori. De certa forma, é do conhecimento geral que o clarinete possui
determinadas características fisiológicas que o tornam um instrumento versátil em
determinadas variantes, seja timbre, articulação, projeção sonora ou expressividade.

Como estudante finalista deste instrumento, este trabalho reflete não só o gosto pelo
instrumento adquirido ao longo dos anos de estudo, como também faz um apelo a todos
da importância e impacto que o instrumento pode ter na vida do ser humano, dos grupos
de música e das culturas por todo o mundo.

De um modo geral, este trabalho contribuiu para um conhecimento mais aprofundando


sobre o meu instrumento, o respetivo repertório e como se integra no universo da
música.

11. Bibliografia
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Contemporary American Wind Band/Ensemble and its Conductor "

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https://www.yamaha.com/en/musical_instrument_guide/clarinet/structure/
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https://interlude.hk/instruments-orchestra-vii-clarinet/
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do seu repertório
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https://ria.ua.pt/bitstream/10773/4755/1/2007001057.pdf
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« Stadler »
Disponível em:
https://www.earsense.org/chamber-music/Wolfgang-Amadeus-Mozart-Clarinet-
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 Jason Brame : The woodwind Quintet
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https://www.notestem.com/blog/woodwind-quintet/
 Kenneth T. Aoki: A brief History of the Sonata with analysis and comparison of
a Brahms´ and Hindemith´s clarinet sonata
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https://digitalcommons.cwu.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=2100&context=etd
 K. Dean: clarinet (or viola) sonata nª1 in F.minor, Op.120 nº1
Disponível em:
http://www.kellydeanhansen.com/opus120-1.html

 K. Cassisa: Elements of late style in Johannes Brahms´s sonata in F minor for


clarinet and piano, Op.120, Nº1
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https://thesis.honors.olemiss.edu/1268/1/Kim%20Cassisa%20-%20Thesis.pdf

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Disponível em:
https://jennyclarinet.com/2021/01/the-evolution-of-the-clarinet-choir/
 M.Estrin,Vandoren: A listener´s guide to the Copland clarinet concerto
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 Britannica: Artie Shaw
Disponível em:
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Disponível em:
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 Britannica : Latin American music : Characteristic Instruments
Disponível em:
https://www.britannica.com/art/Latin-American-music/Characteristic-
instruments
 F. Krieger: De disco em disco, com letra ou sem palavra, há 90 anos o tico-tico
vem comendo sem parar (haja fubá)
Disponível em:
https://discografiabrasileira.com.br/posts/244551/de-disco-em-disco-com-letra-
ou-sem-letra-ha-90-anos-o-tico-tico-vem-comendo-sem-parar-haja-fuba

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