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Cenas Musicais
Simone Pereira de Sá
Jeder Janotti Junior
(Orgs.)
Bibliograia.
ISBN 978-85-60137-51-0
CDD: 302.2098153
______________________________________________________________________
Bibliotecária – Janaine A. Ferreira de Sá – CRB8/8445
É PROIBIDA A REPRODUÇÃO
livraria da ana
Apresentação....................................................................................... 05
Rock With The Devil: notas sobre gêneros e cenas musicais a partir
da performatização do feminino no heavy metal ................................ 85
Jeder Janotti Junior
Enformando as Cenas
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do de maneira contínua.
A cena contemporânea de música pop-rock anglófona de Montreal,
por exemplo, louvada por sua vitalidade em uma série de relatos recentes da
imprensa (e.g., Perez, 2005; New York Times, 2005), estendeu-se espacial-
mente através do investimento de dinheiro e energias nos andares superio-
res até então escondidos dos bares ou casas noturnas da cidade ao longo do
Boulevard St. Laurent. Espaços alternativos como Jupiter Room, Korova,
Sala Rosa e o Mile End Cultural Centre constituem uma série de locais es-
pontaneamente associados para a atividade musical. Cada um desses esta-
belecimentos do piso superior, em compensação, é anexo a um bar ou casa
noturna que funciona próximo ao nível da rua e atrai uma clientela mais
variada demograicamente e comercialmente estável. A expansão contínua
dessa cena musical, para além dos bares com popularidade mais duradoura
rumo aos espaços subutilizados, tem produzido um espectro particular de
atividades nessa faixa urbana (Allor, 1997). Em alguns casos, a atividade
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Simone Pereira de Sá
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“Like the participantes in translocal scenes, participantes in virtual scenes are
widely separated geographycally, but unlike them, virtual scene participantes
around the world come together in a single scene-making conversation via the
Internet”.
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tos, o fenômeno tem sido identiicado, seja pelos próprios participantes, seja
pelos observadores externos5, como mais uma manifestação da cena funk
carioca. E alguns detalhes dos vídeos, tais como as vielas das favelas, o traje
4
Conforme já comentaram Janotti Jr e Pires (2011)
5
Como, por exemplo, o cineasta Emílio Domingues, autor e diretor do documentá-
rio “ A Batalha do Passinho – o ilme” (2012)
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de que o ambiente das redes digitais é elemento central – ou, nos termos
6
Para mais um exemplo das articulações entre cenas locais e globais, ver minha
análise da cena do funk carioca, em Sá (2007)
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Conforme a TAR, mediadores distinguem-se de intermediários a partir dos efei-
tos da ação de cada um: intermediários não produzem diferença numa rede, ao
contrário dos mediadores.
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Esta discussão sintetiza-se em quatro “princípios” apontados por Callon e Law (1997)
Simone Pereira de Sá
9
Sobre o tema, ver as discussões de Bruno (2012) e de Lemos (2012) sobre os
rastros digitais.
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Considerações finais
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BENNETT, Andy and Peterson, Richard – Musical Scenes: local, virtual, translocal.
Nashville, Vanderbilt University Press 2004
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Porto Alegre, Simplissimo, 2011
LATOUR, B. Reassembling the Social – An Introduction to Actor-Network Theory.
As cenas, as redes e o ciberespaço
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Micael Herschmann
1
O termo foi cunhado por Straw na conferência intitulada “The music industry in
a changing world” e posteriormente publicada na revista Cultural Studies (Straw,
Micael Herschmann
1991).
2
Levantamento realizado pelo autor em alguns dos principais eventos da área no
país (tais como INTERCOM, COMPÓS, MUSICOM, COMUSICA e MUSIMIDI) e que
estão disponíveis nos anais dos anos de 2011 e 2012.
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3
Herschmann e Fernandes oferecem algumas pistas para se compreender que as-
pectos seriam importantes para que uma cena tenha capacidade de se reproduzir:
a) espaços signiicativos para os gêneros musicais e os atores envolvidos na mídia
tradicional; b) existência de blogosfera e redes sociais dando visibilidade as iniciati-
vas da cena; c) realização de concertos na rua e/ou em casas de espetáculo; d) para
além dos concertos, a existência de espaços para trocas interpessoais onde mani-
festam sociabilidades e afetos; e) presença de uma produção fonográica regular; f)
interesse da critica e do jornalismo cultural na sua divulgação; g) e a estruturação
de circuitos de festivais e eventos (Herschmann, Fernandes, 2012b).
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interpretação errônea por parte de alguns estudiosos que trabalhavam com o con-
ceito de cena). Na realidade, o termo cena foi utilizado apenas para sublinhar a
enorme visibilidade alcançada pela cultura funk e hip hop nos anos de 1990, nos
veículos de comunicação do país (Herschmann, 2000).
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6
O próprio Straw cunhou a noção de cena como uma alternativa ao conceito de
“comunidade”, que possuía uma composição bem mais estável. O autor buscava
um conceito que, em algum medida, desse conta dos processos de identiicação
transitórias que vinha se rotinizando na sociedade contemporânea. A noção cena
para ele remeteria a um grupo demarcado por um espaço cultural, no qual coexiste
uma diversidade de práticas musicais e sociabilidades que interagem de formas
múltiplas (Straw, 1991 e 2006).
7
Entretanto, é preciso reconhecer que o conceito de circuito remeteria mais di-
retamente aos processos de produção, circulação e distribuição e todos os outros
realizados em um determinado contexto (Hall, 2003; Du Gay, 1997).
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Analisando as territorialidades
sônico-musicais nas cidades
8
Tomando-se os devidos cuidados teórico-metodológicos, em alguns casos os con-
ceitos de subcultura e de neotribalismo podem ser empregados articulados ao de
cena, contribuindo para uma compreensão mais profunda da complexidade dos
objetos estudados (cf. Bennet, Peterson, 2004; Hesmondhalgh, 2005). O próprio
Straw reconhece que a cena é: “(...) uma série lexical que inclui subcultura, tribo e
Micael Herschmann
outras unidades socioculturais nas quais se supõe que a música exista. Neste senti-
do, recomendo a leitura dos trabalhos de Andy Bennett e David Hesmondhalgh, os
quais se preocuparam em determinar qual dessas unidades é mais útil nos estudos
de música” (Janotti Jr., 2012c, p. 3).
49
9
Evidentemente, a questão da espacialidade (do território, do espaço cultural) esta-
va em alguma medida presente nos trabalhos de pesquisa supervisionados por mim
e se traduzia em tentativas de mapeamento (“mapas noturnos”), de identiicação
de “paisagens sonoras” ou na análise de patamares de “desenvolvimento local” nos
territórios (Herschmann, 2007 e 2010).
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10
Poder-se-ia tomar como exemplo o trabalho e trajetória da cantora Gaby Ama-
rantos: quando inserido na cena do tecnobrega pode ser visto como periférico em
relação a outros gêneros musicais, tais como a MPB e o samba. Entretanto, o mes-
mo trabalho quando inserido como trilha de uma telenovela da Rede Globo - como é
o caso da música “Ex mai Love” que tocava na novela intitulada Cheias de charme,
que alcançou grande popularidade em 2012 - ocupa uma posição de centralidade
Micael Herschmann
51
2012b).
Antes de concluir, é preciso salientar que muitas vezes os conceitos
nos remetem a questões espaciais, mas estes tendem a ser diluídos em certos
trabalhos, especialmente alguns desenvolvidos no campo da comunicação.
O intenso emprego das novas tecnologias de informação e comunicação
vem afetando nas últimas décadas a vida social e a “equação espaço-tem-
po”, mas deve-se tomar cuidado com interpretações reducionistas da reali-
dade social. No conjunto de pesquisas já mencionado aqui anteriormente, o
espaço continua sendo um vetor importante para a construção desta socia-
bilidade (especialmente juvenil) que gravita em torno da música. O sucesso
da música no centro do Rio de Janeiro não é fortuito e/ou gratuito.
52
Referências:
53
Mauad X, 2007.
GARSON, Marcelo. Bourdieu e as cenas musicais. In: Anais do XXXII Congresso
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20/03/2013).
_____ . O mito da desterrritorialização: do im dos territórios a multiterritorialida-
de. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2010.
54
1987.
55
_____ . Scenes and sensibilities. In: E-Compós. Brasília: COMPÓS, 2006. (Disponível
em: <http://www.compos.org.br/seer/index.php/e-compos/article/view/83/83>.
Acesso: 10/01/2013).
THROSBY, David. Economy and Culture. Cambridge: Cambridge University Press,
2000.
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Felipe Trotta
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canais na internet e de mídias variadas. O samba é uma música que está as-
sociada a um certo grupo social, a uma sonoridade, a um conjunto relativa-
mente fechado de ideias sobre música e sociedade, a uma memória compa-
rilhada (Herschmann e Trotta, 2007). No Rio, o samba é uma prática musi-
cal que circula em um conjunto de espaços físicos da cidade, casas de shows
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Cenas finais
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Materializando as Cenas
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corpo é o peso sentido na experiência que faço dos textos. Meu corpo é a
materialização daquilo que me é próprio, realidade vivida e que determina
minha relação com o mundo” (2007, p. 23). Assim, a presença das bandas
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1
Disponível em: <http://www.youtube.com/results?search_query=rock+me+lik
e+the+devil&oq=rock+me+like+the+&gs_l=youtube.1.0.0.906.5204.0.8384.1
7.11.0.0.0.0.893.2438.1j0j1j5-1j2.5.0...0.0...1ac.1.11.youtube.-ISbl5AxRHc>.
Acesso em: 03/03/2013.
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2
Em tradução livre e mantendo as evocações sexuais da faixa: “Toda vez que você
me toca eu tremo até os ossos/ Como parte do jogo em que não se joga sozinho/
Balance-me como o Demônio/ Chicotei sua cauda e me excite/ Você me eleva a
onze/ Deixe-me em chamas quando acabar”.
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My Heretic Lips
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New Wave of Heavy Metal refere-se ao (re)surgimento do heavy metal nos anos
1980 liderado por bandas como Iron Maiden e Saxon, responsáveis pelo sucesso
comercial e pela formação estética do que hoje é conhecido pelos fãs como metal.
5
Programa humorístico da MTV que produziu paródias de diversos gêneros
musicais, como a música axé e o heavy metal.
6
Guitarras dobradas é a execução conjunta de duas guitarras com variantes de
notas de acordo com seus intervalos, usualmente no heavy metal usa-se a guitarra
dobrada em terça ou quinta.
Jeder Janotti Junior
7
Incialmente pensei que seu apelido é uma homenagem ao guitarrista do Iron
Maiden Adrian Smith mas na posteriormente, a baterista me corrigiu via e-mail
contando que seu codinome é uma referencia a sua antiga paixão roqueira, a
banda Aerosmith.
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Refrão em tradução livre: Aio minha espada/ E abro a porta do inferno/ Os
espectros te pegarão/ Não chore por misericórdia/ Para o seu pior pesadelo”.
Rock With The Devil
Estrofe: “Os olhos de Satanás estão procurando você/ Lute como homem e não
enfraqueça até retornar/ O sofrimento intenso”.
9
Videoclipe “Cold Eyes” disponível em: <http://www.youtube.com/
watch?v=43tKKZXCgtM>. Acesso em: 03/03/2013.
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Foto da banda Panndora com a formação que atua no videoclipe Cold Eyes
Uma leitura das letras de duas outras canções que fazem parte do
primeiro álbum da banda mostra que há também um tensionamento do
eu lírico tradicional do heavy metal, já que o deslocamento do masculi-
no passa a ocorrer a partir do corpo feminino. Na letra de Devil’s Man, a
banda canta: “Spreading love to all the corners/ When we roll on the loor
to the sound of a vinyl/ Smiling and being ironic with their tattooed lies/
The morning comes and he disappears when turns to the corner/ He gave
me love the whole night/ This man is the devil/ Night master thought’s
devourer”10. Há uma reterritorialização da libido, que é materializada em
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“Espalhando amor por todos os cantos/ Quando rolamos no chão ao som de um
vinil/ sorrindo e sendo irônico com suas mentiras tatuadas/ A manhã chega, e ele
Jeder Janotti Junior
desaparece quando vira a esquina/ Ele me amou a noite toda/ Esse homem é um
demônio/ Mestre noturno de pensamentos devoradores”. Disponível em: <https://
myspace.com/panndoraband/music/album/heretic-39-s-box-16920151>.
Acesso em: 03/03/2013.
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O Metal sempre foi uma cena essencialmente machista. Vocês acham que
ainda continua dessa forma ou nunca enfrentaram problemas com rela-
ção a isso?
Adrismith: Sim, o metal sempre foi e sempre será machista, mas a diferen-
ça está na forma como você encara tudo isso e a maneira como se impõe.
Obviamente o número de fãs masculinos são maiores que os femininos,
Rock With The Devil
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“Agora eu sei como lidar com ele/ E quando ele vem para mim/ Eu o coloco para
correr/ E ele não volta até que esteja excitado.” Disponível em: <http://www.
panndora.net/myheretic_lips.htm>. Acesso em: 03/03/2013.
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12
Autenticidade, como procurei mostrar em outros textos (2004, 2012), não á algo
essencial, e sim uma articulação de valor que segue alguns padrões do universo
heavy metal.
87
Referências:
CAMPOY, Leonardo Carbonieri. Trevas Sobre a Luz: heavy metal extremo no Bra-
sil. São Paulo: Alameda, 2010.
CARDOSO FILHO, Jorge. Poética da Música Underground: vestígios do heavy metal
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GUMBRECHT, Hans Ulrich. Produção de Presença: o que o sentido não consegue
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quisadores de Comunicação São Leopoldo ANAIS da ALAIC, 2011.STRAW, Will.
Rock With The Devil
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1
De acordo com Caspary & Manzenreiter (2003, p. 71) “auto-promoção e auto-
apresentação são traços característicos da comunicação intencional mediada
por computador.” Tradução da autora: “Self-promotion and self-presentation are
characteristic traits of computer-mediated conscious communication”(Caspary &
Manzenreiter, 2003, p. 71).
Adriana Amaral
2
Os conceitos de Social Tagging e de sistemas de recomendação tem sido discutidos
por uma série de autores como Amaral (2007), Sá (2009), entre outros.
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3
O termo cena vinculado ao jazz e aos chamados “grupos desviantes” aparece em
estudos de autores vinculados de alguma forma à Escola de Chicago e a Robert Park
por exemplo.
4
O tema do evento foi cenas musicais.
5
Destaco que ambos os artigos, o de Janotti Jr e o de Trotta encontram-se nesta
coletânea em suas versões inais.
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6
Parto das minhas anotações sobre o evento e também de uma versão inicial do
texto de Felipe Trotta que foi enviada por e-mail em junho de 2013. A versão inal
do paper encontra-se nesta coletânea.
7
Adriana Amaral
Grifo da autora. Para Jake Kinzey,(2012) a atitude de busca pelo autêntico e pelo
novo juntamente com a ironia em torno do mesmo é uma marca distintiva do
“ethos” hipster.
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Thornton (1996), Muggleton (2000), Muggleton & Weinzerl (2004), Gelder &
Thornton (1997), Hodkinson (2011), entre outros são alguns dos representantes
dos estudos pós-subculturais.
9
Tradução da Autora: ““the manner in which musical practices within a scene tie
themselves to processes of historical change occurring within a larger international
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10
Saliento que a graia do sobrenome da autora é em letra minúscula. A própria
autora o escreve dessa forma.
11
Tomo de empréstimo aqui a noção de audiência invisível que a pesquisadora
danah boyd (2008) utiliza ao se referir às audiências da internet e dos sites de
redes sociais. Embora seja um tanto problemático fazer essa associação entre uma
consciência de audiência projetada nesses ambientes– ela existe mas pode atingir,
através da viralização, uma série de outros atores inesperados – e os atores de uma
cena, que normalmente mantém laços sociais e até mesmo se conhecem, creio ser
interessante para pensar nos casos especíicos em que a maior parte da mediação
da cena musical se dá online, como no caso da cena brasileira de industrial ou na
cena novaiorquina de witch house.
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Tradução da Autora: “A musical scene is a cultural space in which a range of
Adriana Amaral
musical practices coexist, interacting with each other within a variety of processes
of differentiation, and according to widely varying trajectories of change and
cross-fertilization”. (Straw, 1997, p.494).
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“Na verdade, hoje, eu acho que não dá mais pra falar nem mesmo na cena
de uma cidade como um todo – mas sim nas cenas diversas do Rio (de hou-
se, de D&B, de electro); de SP, etc...mas seria leviano eu traçar aqui as dife-
renças, rapidamente.Tem mesmo que analisar caso a caso – como algumas
cenas são mais fortes ou voláteis, quais os hábitos e valores de cada um dos
grupos, etc (SÁ, 2006, online).14
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beijo em um programa de TV ao vivo para uma atriz morta, Leila Lopes, que havia
morrido anos antes. Assim, entendo essa noção de “underground” como uma
espécie de zumbi que volta para atormentar as cenas.
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25
Disponível em: <http://nineinchnails.tumblr.com/post/59587808317/
hesitation-marks-was-mastered-in-two-different>. Acesso em 28/08/2013.
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Tradução da autora: “Houston hip-hop is still central, but they’re also toying with
dub, goth, current electro, ambient house á la KLF’s Chill Out, and even chart pop.”
34
“On one side of the spectrum there´s the high energy EBM/industrial inluences.
On the other side there´s the slowed-down bass music inluences; both embodied a
dark aesthetic and heavy atmosphere” (Penddu, 2009, Online)
Apontamentos Iniciais Sobre a Cena Witch House
35
Essa utilização de caracteres ilegíveis também não é novidade no mundo pop.
Em 1993, Prince decidiu mudar seu nome para um símbolo impronunciável – que
icou conhecido como “O símbolo do amor”, por juntar os símbolos de masculino
e feminino em um só. Essa atitude aconteceu devido a uma briga judicial com a
Warner Bros, sua gravadora. Como o nome era impronunciável, ele preferia ser
chamado “o artista anteriormente conhecido como Prince” ou simplesmente “o
Artista”.
36
A banda Salem – a mais conhecida do gênero - virou trilha do desile da marca
Givenchy na Semana de Moda de Paris em 2010, além de ter saído em uma série
de editoriais de moda em diversas revistas (Disponível em: <http://www1.folha.
uol.com.br/ilustrada/841967-com-influencia-da-magia-negra-witch-house-
conquista-as-pistas.shtml>. Acesso em: 12/09/2013.
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“O termo drag é parcialmente uma referência ao hip-hop metalizado e fatiado, o
estilo inventado por DJ Screw e outros em Houston nos anos 90 e foi primeiramente
utilizado pela banda Salem para descrever sua música. O Salem pegou o andamento
metálico e picado – com uma arrancada pesada e hipnótica – e o combinou com
synths assustadores e vocais para criar um som esquisito e cavernoso.” (COLLY,
2010, Online). Tradução da autora: “The term “drag” is partly a reference to
screwed and chopped hip-hop, the syrupy style cooked up by DJ Screw and others
in 1990s Houston, and was irst used by the band Salem to describe their music.
Salem took screwed and chopped’s pacing-- its heavy, hypnotic pull-- and combined
it with spooky synths and vocals to create an eerie, cavernous sound.”
39
Tradução da Autora: “I feel like so much of music development happens online
now. Local scenes aren’t as important. Kids in Florida or Paris can seek out
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O ponto de toda essa discussão é que algo novo aconteceu aqui para o mun-
do da música. Atualmente vivemos em um mundo no qual os gêneros não
são controlados pelos críticos de elite da mídia ou jornalistas que cunham
novos termos da música como faziam no passado com nomes fracos que
hoje utilizamos cotidianamente como Shoegaze, Grunge, etc. Isso pode ser
uma coisa boa... talvez. Nesse caso, o gênero foi espalhado viralmente, ten-
do começado com uma pessoa que utilizou o tagueamento como método
para deinir um gênero. Uma vez que foi categorizado e outros o encontra-
ram, foi uma questão dos outros aceitarem esse gênero como uma realida-
de e então se tornou realidade. Gênero fake ou gênero real? Não há mais
nenhuma diferença (PENDU, 2010, Online)40.
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O Fever Ray é um projeto paralelo da cantora sueca Karin Dreijer Andersson, do
duo The Knife.
Adriana Amaral
46
Disponível em: <http://lavorwire.com/143984/how-to-be-a-witch-house-
poser>. Aceso: 21/03/2013.
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Considerações Finais
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Referências:
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Projetos iniciais como o Mater Suspiria têm lançado materiais novos, basta
uma consulta aos selos como, por exemplo, o Phantasma Disques, disponível em:
<http://phantasmadisques.bigcartel.com>. Acesso em 10/08/2013.
Adriana Amaral
49
O fórum Witch-House.com (disponível em <http://witch-house.com>. Acesso
em: 10/08/2013) continua bastante ativo em postagens.
115
de TIC. In: Athenea Digital, 12, 272-277. 2007 (disponível em: <http://
psicologiasocial.uab.es/athenea/index.php/atheneaDigital/article/view/448>.
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FREIRE FILHO, João. Reinvenções da resistência juvenil. Os estudos culturais e as
micropolíticas do cotidiano. Rio de Janeiro: Mauad X, 2007.
116
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Adriana Amaral
119
fazer diferenciações dos usos acerca do termo: o emprego do brega no Recife difere,
por exemplo, do tecnobrega do Pará e também da música cafona dos anos 70.
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4
Nomenclatura que soa como uma síntese da junção entre o pagode baiano e a
axé music.
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Uma prática que se assemelhava ao quadro da Banheira do Gugu, do Domingo
Legal, em que, a certa hora, em meio a um show de pagode, jogava-se espuma na
Thiago Soares
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É relevante destacarmos o fato de que, nos grupos de forró da chamada oxente
music, a igura feminina já era destaque: da cantora Eliane, a “rainha do forró”,
passando pela Magníicos, que trouxe na igura de sua vocalista Walkíria, o
principal “trunfo” no tocante à cativar o público masculino em seus shows, tudo
parecia conspirar para que a coniguração das bandas de brega recifense fossem
angariadas na igura feminina.
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Foi em meio a estes procedimentos discursivos que “estourou” nas rádios, no
inal de 2001, a música Amor de Rapariga, logo “apelidada” de Melô da Rapariga.
A canção foi cantada por Palas, vocalista do grupo Ovelha Negra, e trazia versos
explícitos como: “Amor de rapariga não vinga, não/ Não tem sentimento, não tem
coração/ Eu sei que logo ele vai perceber/Esta é a diferença entre nós duas/ Todo
homem quer uma mulher só sua”.
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Destaco aqui o processo de midiatização da cena de brega no Recife, primeiramente,
a partir de modos de escuta que perpassam o rádio com programas populares
como Reinaldo Belo e música brega nos intervalos de programas policiais como
Bandeira 2, de Gino César nos anos 80/90. Programas de TV populares e regionais,
como Paulo Marques, O Povo na TV (anos 80/90) e Denny Oliveira, Tribuna Show
e congêneres nos anos 2000 agendaram artistas dentro do espectro da mídia
televisiva. Diante dos aparatos da cibercultura, blogs e sites de compartilhamento
Thiago Soares
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Brega Universitário
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Figura 1
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Antes de tudo, é preciso fazer uma ressalva em torno da tradução para português
do termo “conveniência”, que, nos escritos originais de Yúdice, aparecem como
“expediency”. O termo, como usado pelo autor, traz à tona os usos ligados a lógicas
de políticas culturais e legitimações governamentais em torno de bens intangíveis.
A forma com que pensamos “conveniência” talvez se aproxime mais da palavra
original em inglês “convenience” que, por sua vez, não é usada por George Yúdice. O
uso do termo “conveniência” como fazemos neste texto, portanto, é mais inspirado
pelos escritos de Yúdice que, propriamente, uma tentativa de extensão de suas
Thiago Soares
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O uso do termo “episteme” como faz Yúdice remete à noção como pensada por
Michel Foucault, ou seja, a episteme como um paradigma comum aos diversos
saberes humanos em uma determinada época que, por se embasarem numa
mesma estrutura, compartilham as mesmas características, independetemente de
suas diferenças especíicas.
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Referências:
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Will Straw
(...) acho que precisamos dar mais atenção ao papel das instituições de ní-
vel mais baixo como bares, lojas, locais de criação de redes por meio das
Cíntia Sanmartin Fernandes
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O Arpoador sempre acolhera várias turmas, até então, não houvera o pre-
domínio de umas sobre as outras. Mas, com a crescente hegemonia do sur-
fe, a partir de 1964 – e com a ocupação do Arpoador pelas grandes massas
que os suristas atraíam – os habitués os começaram a debandar (...). Em
1965, a cultura e mitologia do Arpoador clássico estavam chegando ao
im – mesmo porque, sendo Ipanema um território pronto para recebê-las,
suas bandeiras erguidas (como a do sexo sem culpa) foram rapidamente
assimiladas pelo bairro e deixaram de ser um privilégio. Com o Arpoador
entregue aos suristas, houve os que caminharam apenas alguns metros e
se estabeleceram em frente à rua Rainha Elizabeth. (CASTRO, 1999, p. 43)
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O Píer transformou-se em
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(...) nos anos 70, a referência que eu tenho (...) era como um ícone de
moda. Foi a primeira Galeria a ter moda. Você pode pesquisar algo sobre a
estilista da Aniki Bóbó (...) que abriu uma loja na Galeria no boom do Píer
de Ipanema. Antes disso a Galeria era um lugar de açougueiro, sapateiro,
quitanda, era uma coisa do bairro (...) Aniki Bóbó instalou-se como refe-
rência de moda pensada para aqueles que frequentavam o Píer e o Arpoa-
dor, como Gal, Caetano entre outros formadores de opinião. (Beto Neves)
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É indispensável especiicar que as noções de jovem e juventude, ou de cultura jovem
é um debate caro às ciências sociais. A sociologia abordará a noção como um valor
próprio da modernidade que ganhou vigor na segunda metade do século XX - após
a Segunda Guerra Mundial - com a emergência da indústria cultural. Conforme
T. Parsons, “as tendências históricas com a modernização, a industrialização,
a urbanização, a ascensão da classe média e a ampliação da educação pública
fomentaram a segregação com base na idade e a estratiicação da juventude, o
que por sua vez promoveu o desenvolvimento da cultura da juventude” (Apud
OUTHWAITE; BOTTOMORE, 1993, p.168). Contemporaneamente, Reguillo
Cruz (2000), aproxima-se desta abordagem ao airmar que são três os processos
responsáveis por colocar em evidência a categoria juventude: “a organização
econômica por via do aceleramento industrial, cientíico e técnico, que implicou
ajustes na organização produtiva da sociedade; a oferta e o consumo cultural; e
por último o discurso jurídico”. No entanto, sua análise diferencia-se ao alegar que
Cíntia Sanmartin Fernandes
a idade, “ainda que seja um referencial importante, não é uma categoria fechada
e transparente, pois não se esgota no referencial biológico e assume validades
distintas não somente em diferentes sociedades, mas também no interior de uma
mesma sociedade, ao estabelecer diferenças principalmente em função dos lugares
sociais que os jovens ocupam nela” (tradução livre REGUILLO CRUZ, 2000, p.25-
26).
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Ver <http://www.hangten.com.mx/historia.html>. Acesso: 12/01/2013.
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Os discursos mais representativos são àqueles vinculados à idéia de “cidade partida”
muito disseminada a partir do livro do jornalista Zuenir Ventura. Cidade Partida. São
Paulo: Companhia das Letras, 1994.
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Foi nesse momento que o pessoal de moda que estava participando do Mer-
cado Mundo Mix e do Babilônia, descobriu esse lugar como uma oportuni-
dade de preço e a energia não estava morta. A energia jovem se mantinha.
Passa tudo, cria-se Barra Shopping, Barra Sul, Ipanema, mas a Galeria so-
brevive. Tanto é que agora estão redescobrindo o lugar.
(...) foi nos inais dos anos de 1990 com o nascimento dessas novas mar-
cas, o nascimento dessa moda carioca alternativa - assim como em São
Paulo tinha a Galeria Ouro Fino, que é uma referencia lá. Aqui precisava
irmar aonde seria esse nicho alternativo de moda além do Babilônia. Aí
umas 5 marcas, em 1998/9 vieram para cá. Estávamos atendendo as de-
mandas dos clientes que queriam ter um provador, uma loja, estávamos
indo em cima dos desejos. Aglutinamos 5 marcas e depois icaram 3, en-
Cíntia Sanmartin Fernandes
im, dessa época eu fui o único que sobrevivi. Eu abri em 99, já tem 13 anos
que estou aqui.
(...) eu tinha fechado minha loja, e eu jurei que não abriria mais uma, me
estabilizar, ter empregado, eu queria viver na informalidade, no artesanal
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Eu não sou do surfe, não tenho nada a ver com surfe... a minha onda pode
cruzar com a deles numas de sou carioca, sou saudável, sou contemporâ-
neo. Arrisco-me assim como quando o cara entra no mar, ou quando ele
entra numa proposta nova de roupa, mais “conceitual” mais subjetivo ele
entra no risco... tem a história da tatuagem... também virou um boom...e
essa coisa do culto ao corpo. Ou seja, pelo esporte ou como você cobre o
corpo, então tem esse link, tem essa coisa jovem, tem um espírito jovem aí!!
Territorialidades sônico-musicais
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Kin, em janeiro de 2011 foi convidado pelo dono da marca (Roni) para ser gerente
do projeto da marca Reserva, o espaço Reserva +, inaugurado em agosto de 2011.
Entrevista realizada em 8 de agosto 2012.
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Ainda sobre os luxos de pessoas, carros, bicicletas Kin airma que devi-
do ao fato do lugar ser de “de passagem”, estar no traçado da ciclovia da cidade e
ter um estilo descontraído, colabora para que o transeunte pare pós-praia a pé, de
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(...) no verão ica mais cheio, a cidade ica cheia, a idéia do espaço até pela
localização é o pós-praia, o show nos inais de semana são às 18, 18:30 hs ,
as pessoas saem da praia e vem para cá... a descontração do espaço permite
isso, a pessoa vem suja de areia, entra e vê o show, toma uma cerveja...
então é um lugar muito bom para isso(...)
As bicicletas, acho que é uma cultura que vem crescendo no mundo e o
Rio é uma cidade incrível para isso. Plana, tem uma orla que pega quase a
zona sul por inteiro, tem a questão da sustentabilidade, um momento mais
saudável. Por estar estrategicamente na ciclovia a Galeria, tem o pessoal
que vem de skate, de bicicleta, de patins (...)
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Considerações finais
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Disponível em: <http://www.farmrio.com.br/adorofarm/dia-de-musica>.
Acesso: 12/07/2013.
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Na página eletrônica da marca encontramos a seguinte descrição: “foi com
Cíntia Sanmartin Fernandes
estampas, cores e muita descontração que a FARM surgiu na zona sul do rio e
conquistou o Brasil (...) era uma vez um pequeno estande numa feira de moda.
Ele virou uma loja e depois uma rede de lojas, que conquistou uma cidade, depois
outras cidades, estados e, até, outro país. Aquele pequeno estande se tornou a
marca da menina carioca e, quem diria, deu origem a um lifestyle: o estilo de vida
FARM”.
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Referências:
Dinâmicas e Processos de Ressigniicação na Cidade do Rio
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Adriana Amaral
(adriamaral@yahoo.com)
Felipe Trotta
(trotta.felipe@gmail.com)
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Simone Pereira de Sá
(sibonei.sa@gmail.com)
166
Will Straw
(william.straw@mcgill.ca)
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