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ORGANOLOGIA

ACÚSTICA MUSICAL

O som produzido pelos instrumentos musicais e a sua transmissão, envolvem vibrações complexas. As
vibrações simples constituem a base das vibrações complexas.

Tipos de sistemas vibratórios:


● Simples
● Complexos: componentes essenciais dos instrumentos musicais.
-Componentes dos sons musicais:
-Sons audíveis (16 Hz a 20 Hz);
-Infra-sons (abaixo de 16 Hz);
-Ultra-sons (acima de 20.000 Hz).

Os infra-sons correspondem a frequências tão baixas que não chegam a produzir uma sensação de
altura. Dentro das frequências audíveis consideram-se baixas as frequências até 256 Hz, as médias de
256 a 1024 e as altas de 1024 até 20.000. Várias situações na natureza como terramotos, quedas de
água, vento, erupções vulcânicas são fontes de infra-sons. Certas máquinas e aparelhagens podem
emitir infra-sons com grande intensidade: sistemas de ar condicionado, aviões a jato ou motores de
camiões. Os ultra-sons são frequências inaudíveis e podem ser emitidas por certos equipamentos
eletrónicos, brocas,etc

nota: a gama de frequências audíveis tem uma extensão aproximada de 10.3 oitavas

Características do som:
Geralmente classificam-se as principais características de um som como sendo altura, intensidade e
timbre. Cientificamente esta classificação não é rigorosa pois envolve características psicológicas (altura
e o timbre) com físicas (intensidade).

Outras características como as sensações de volume e densidade podem ser consideradas como
combinações das sensações de altura e intensidade.

● Frequência: A frequência de um som é definida do mesmo modo que a frequência de qualquer


movimento periódico, pelo seu número de ciclos por segundo. Verifica-se que os sons
fundamentais usados na música têm frequências compreendidas entre aproximadamente 30 a
5000 Hz. A partir de 5000 Hz ouvimos, mas a sensação de altura dissipa-se: são silvos muito
agudos em que a perceção dos intervalos musicais se torna difícil.

● Intensidade: É calculada de dez em dez, sendo a sua unidade o decibel (dB). O som propaga-se
no ar por ondas esféricas e por isso só se pode falar na intensidade de um som num ponto do
espaço. A intensidade com que ouvimos um som é apenas uma pequena parte da potência
sonora radiada pela fonte sonora.A intensidade depende da amplitude da vibração, ou das
partículas em relação ao seu ponto de repouso.

● Sensação de intensidade: A intensidade e a sensação de intensidade dependem da amplitude


da vibração. Permite-nos afirmar se o som é mais forte ou mais fraco.

● Timbre: É a cor do som. Depende do número e intensidade dos harmónicos e também dos
períodos transitórios.

● Altura: resulta da frequência. O nosso sistema auditivo tem a capacidade de separar as


frequências.

Outras componentes dos sons musicais associadas:


● Harmónicos: parciais do som cuja frequência é um múltiplo inteiro do som fundamental.

Ondas:

Imaginando que pegamos numa extremidade de uma corda e a sacudimos através de um movimento
impulsivo. Tal movimento origina uma perturbação que se vê ao longo da corda. O fenómeno que se
visualiza é uma onda. Assim, uma onda é uma perturbação que se propaga num meio elástico
designando-se por movimento ondulatório, o movimento que lhe é associado. Do mesmo modo que
cada impulso origina uma onda, uma série de impulsos origina uma sequência de ondas.

● Ondas sonoras: são ondas longitudinais, nas quais um excitante comprime periodicamente as
partículas de ar e, desse modo, irradia a onda como uma flutuação de densidade ou de pressão.
Tipos de ondas:
● Som Sinusoidal: ondas uniformes e lineares, sempre iguais (ex: diapasão). Nota limpa que tem
sempre a mesma intensidade e a mesma frequência.

● Som complexo periódico: sons que não são sempre iguais. É o resultado da soma de várias
ondas de formato simples que nós ouvimos apenas num som. Caracterizam-se por períodos
transitórios* (ex: fala, canto, instrumentos musicais).

nota: estas ondas propagam-se longitudinalmente.

*Períodos transitórios

Modo acústico
É determinado pela forma como o espaço reage a determinadas frequências conseguindo, assim,
encontrar uma frequência que consegue encontrar mais pontos de simpatia ou ressonância com uma
sala. Está relacionado com a forma como as ondas se propagam em determinada sala.

Propagação: O meio de propagação das ondas sonoras pode ser sólido, líquido ou gasoso. Está
diretamente relacionada com o seu meio. À medida que uma onda sonora se propaga, cria variações de
pressão (geradas por movimento vibratório da fonte sonora) no meio, viajando a uma velocidade
específica (depende do meio em que se propaga) e com um determinado comprimento de onda
(distância entre dois pontos idênticos numa onda sonora).

Batimentos: O fenómeno dos batimentos tem uma aplicação extremamente útil na música: a afinação
dos instrumentos musicais. É um auxiliar fundamental para levar dos sons ao uníssono e também para
controlar o temperamento dos intervalos. Instrumentistas de corda friccionada afinam os seus
instrumentos usando batimentos sonoros, até mesmo os de sopro os usam. Para afinar dois sons
rigorosamente a uníssono temos de eliminar os batimentos. Ao eliminá-los, o som fica liso. Os
batimentos também permitem temperar os intervalos de 4ª e de 5ª, a partir dos quais se realiza o
temperamento igual. No que diz respeito à afinação entre oitavas, a eliminação dos batimentos vai
conduzir a uma afinação “esticada”, devido à inarmonicidade dos parciais. A realização de outros
sistemas de afinação diferentes do temperamento igual, usados em música antiga (cravo, órgão e
clavicórdio) é feita igualmente através do auxílio dos batimentos.
Assim, surge a definição de temperamento: sistema de organização que define a distância das notas
dentro da oitava que vai oscilar variando das diferentes épocas e espaços geográficos.

Temperamento: Determinou durante séculos a forma como os instrumentos eram organizados do ponto
de vista das escalas. É um sistema de organização dos intervalos dentro das oitavas, que vai oscilar
mediante as diferentes épocas.

Ondas e o seu comportamento: Elementos acústicos


● Absorção: Na propagação a energia das ondas sonoras sofre uma atenuação provocada pelo
próprio meio que a onda está a atravessar. Relativamente ao ar, essa atenuação depende das
condições em que ela se encontra: temperatura, humidade, poluição. A energia sonora “perdida”
é dissipada em forma de calor. Tal é devido à absorção do meio. Esta é provocada por perdas de
várias origens: perda de viscosidade do meio, condução de calor e fenómenos de relaxação
molecular. Ou seja, está diretamente relacionada com o espaço, o meio onde o som se propaga:
uma sala mais seca terá a capacidade de maior absorção, ou seja reduzir o comprimento de
uma determinada onda, do que uma sala reverberada.

● Reflexão: Ao encontrarem um obstáculo de grandes dimensões relativamente ao comprimento


de onda, como é o caso de uma parede plana e rígida, as ondas sonoras refletem-se. Se os
obstáculos forem muito menores do que o comprimento de onda, dá-se apenas uma sombra
acústica ou não afetam em nada a transmissão. gera uma nova onda, interfere mais diretamente
com a reverberação (efeito gerado por ondas sonoras quando estas são refletidas de forma reiterativa)
ou eco (Repetição de um som devido à reflexão de ondas sonoras em um obstáculo). Ocorre quando
uma onda sonora se propaga e encontra um obstáculo, incide sobre a barreira e retorna para o
meio no qual se estava a propagar.

● Refração: Dá-se este fenómeno quando as ondas passam de um meio a outro de diferente
velocidade de propagação. No entanto, pode também dar-se este fenómeno no mesmo meio
quando existem diferentes velocidades de propagação do som em várias camadas desse meio.
É o que acontece com a propagação em meios submetidos a variações de temperatura ou
presença de vento.

● Ressonância: Vibrações “por simpatia” de uma ou várias ondas que tenham frequências iguais
ou próximas do espaço ou do modo de determinado local ou espaço ressoador. A caixa de
ressonância é determinante para a propagação do instrumento. É o que se relaciona mais com a
composição dos instrumentos musicais. Todos os instrumentos precisam de ressonância. É o
mais relevante dos elementos da acústica para entendermos a lógica na composição dos
instrumentos musicais.

Como é que este comportamento das ondas se reflete nos instrumentos?


Ex.: tubos, caixas de ressonância, reflexos nos tampos, ressoadoras (como a caixa do violino), para projetar o som, etc.

INSTRUMENTOS MUSICAIS

Organologia
● O estudo dos instrumentos musicais constitui o objeto de estudo de uma ciência denominada
organologia, a qual se considera um ramo da musicologia. A palavra “organologia” vem do
vocábulo grego órganon, cujo equivalente em latim é organum, e que significa ferramenta,
utensílio, instrumento em geral.

● Considera-se instrumento musical todo o dispositivo suscetível de produzir som, utilizado como
meio de expressão musical. Assim, a organologia consiste na ciência que estuda os
instrumentos musicais, sua construção, características, história, representação e preservação.

Pitágoras: Criou proporções intervalares. Ele percebeu que se cortasse metade de uma corda, esta
aumentaria uma oitava e assim sucessivamente, criando, assim, a base das progressões que hoje
conhecemos.

Temperamento mesatónico – terceiras maiores perfeitas (ou quase)

● Renascimento e Primeiro Barroco

Ex.: instrumentos históricos

Temperamento igual

● Organiza uma escala no âmbito de uma oitava em 12 meios tons exatamente à mesma
distância, gerando terceiras maiores e menores e garantindo a unidade da 8ª perfeita e as 4ªs e
5ªs perfeitas
● A oitava tem sempre de corresponder a uma distância de 1200 cents, sendo assim subdividida,
temperada, em 12 meios tons de 100 cents cada.
Instrumentos Antigos

● Antiguidade ( -c.800);
● Idade Média (c.800 - c.1400);
● Renascimento (c.1400 - c. 1600);
● Barroco (c. 1600 - c.1750).

Fontes organológicas
O estudo dos instrumentos musicais e da sua história faz-se com base nas seguintes fontes:

● Os próprios instrumentos;
● Instrumentos antigos originais e instrumentos populares de origem arcaica;
● Iconografia musical;
● Obras teóricas e tratados sobre construção de instrumentos e sobre execução/interpretação;
● Alusões em obras literárias;
● Outras fontes documentais (inventários, folhas de pagamentos, etc);
● A própria música escrita para documentos em estudo.
● Monumentos e peças antigas (vasos, esculturas, etc.)

Iconografia Musical
● Entende-se por iconografia o estudo da identificação e descrição de imagens (pinturas,
iluminuras, baixos relevos). Ou seja, é a Ciência das imagens produzidas pela pintura, pela
escultura e pelas outras artes plásticas. Estudo em que se acham reproduzidas obras desta
natureza.

● Designa-se iconografia musical o estudo das representações figuradas relativas à música. Os


suportes em que existem representações com interesse são muito diversificados: pintura,
desenho, escultura, gravura, vitrais, etc. Relativamente aos instrumentos, pode fornecer
elementos importantes sobre a sua morfologia, técnicas de execução, número e combinação de
instrumentos em determinadas práticas.

Ex.:
Fontes Teóricas Históricas
Sobretudo a partir do século XVI, são publicadas determinadas obras teóricas- tratados de música e
construção de instrumentos-, fontes imprescindíveis para o estudo da história dos instrumentos, sendo
de salientar as seguintes:

● c.1440, Henri-Arnaut Zwolle: escritos de caráter organológico que continham desenhos de


cravos, clavicórdio e de órgão (instrumentos de tecla);
● 1511, Sebastian Virdung, “Musica getutscht und ausgezogen”: esta obra é considerada o
primeiro tratado inteiramente dedicado aos instrumentos musicais;
● 1511, Arnold Schlick, “Spiegel der Orgelmacher und Organisten”;
● 1528, Martin Agricola, “Musica instrumentalis deutsch”: trata-se da primeira obra que contém
instruções relativas à execução em diversos instrumentos musicais;
● 1536, Luis Milan “El Maestro”;
● 1536, Othmar Nachtigal, “Musurgia seu praxis musicae”: ilustrações dos principais instrumentos
musicais que se usavam no início do séc. XVI;
● 1549 e 1555 Juan Bermudo, “Declaración de Instrumentos Musicales”: manual prático sobre o
modo de executar os instrumentos;
● 1571, Gioseffo Zarlino, “Dimonstrationi Harmoniche”;
● 1581, Vicenzo Galilei, “Dialogo della Antica Musica et della Moderna”, Florença;
● 1581/9 Gioseffo Zarlino, “Le Institutioni Harmoniche”
● 1619, Michael Praetorius, “Syntagma Musicum”: o segundo volume “De Organographia”, é uma
enciclopédia de instrumentos, constituindo o mais importante documento sobre instrumentos
renascentistas, em grande parte devido às suas gravuras bastante realistas.

Sistema de Classificação dos Instrumentos Musicais

Classificação de Hornbostel-Sachs
Partindo da classificação de Mahillon, Erich von Hornbostel e Curt Sachs apresentaram um sistema
baseado em princípios físicos e acústicos que regem o modo como os instrumentos produzem o som.
Neste sistema, os instrumentos são divididos em quatro categorias principais: idiofones, aerofones,
membranofones e cordofones.

● Idiofones: O som é produzido pelo próprio corpo do instrumento, feito de materiais elásticos
naturalmente sonoros, sem estarem submetidos a tensão.
● Membranofones: O som é produzido por uma membrana esticada, através da percussão.
● Cordofones: O som é produzido por uma corda tensa, quando beliscada, friccionada ou
percutida.
● Aerofones: O som é produzido pela vibração de uma massa de ar originada no (ou pelo)
instrumento, sem necessidade de membranas ou cordas.

Mais tarde, com o advento dos instrumentos eletrónicos, passou a considerar-se uma quinta categoria:

● Eletrofones: O som é produzido a partir da variação de intensidade de um campo


eletromagnético. Distinguem-se nesta categoria os instrumentos eletrónicos e os
eletromecânicos. Neste último, o som é produzido por meios mecânicos e depois amplificado
e/ou modificado eletronicamente.
IDIOFONES

Idiofones de Altura Definida


● Xilofone: Série de barras de madeira dura, dispostas cromaticamente como as teclas de um
piano. É percutido com baquetas. Teve origem no sudeste asiático, chegando à Europa no séc.
XVI.

● Marimba: É, em grosso modo, um xilofone grave, uma oitava abaixo do xilofone comum. As
barras são mais compridas e mais largas, mas mais finas. Ao contrário do xilofone, tem tubos
ressoadores. Muito popular na música tradicional da América Central e na música clássica.

● Vibrafone: É composto por uma série de barras metálicas, dispostas de um modo semelhante às
do xilofone, tendo cada uma por baixo um tubo ressoador. Dentro de cada um destes tubos,
junto ao extremo superior existe um disco rotativo que é posto em movimento por um motor
elétrico: assim, os tubos ficam alternadamente abertos e fechados, o que origina uma pulsação
sonora, uma modulação do espetro de efeito semelhante ao vibrato. Dispões de um pedal com
abafador. Teve uma maior difusão no Jazz.

● Sinos Tubulares: Os sinos tubulares, formam um conjunto de tubos, em latão ou noutro metal, de
tamanhos graduados, mas tendo todos o mesmo diâmetro. São tocados com martelo ou baqueta
grande de madeira, podendo ter um mecanismo abafador.

● Carrilhão: Sinos tradicionais de diferentes tamanhos, acionados por um sistema de teclas.

● Celesta (idiofone de teclado): A celesta tem a aparência exterior de um pequeno piano vertical
ou de um harmónio. Dispõe de um teclado e tem uma mecânica semelhante à do piano (mas
simplificada), em que os martelos não percutem cordas mas sim barras metálicas. Cada uma
dessas barras tem uma caixa ressoadora de tamanho apropriado. Tem ainda um pedal que
controla os abafadores.

● Glockenspiel: metalofone constituído por barras metálicas retangulares, de comprimentos


gradualmente mais pequenos à medida que se caminha dos graves para os agudos. Também é
tocado com baquetas.

● Harmónica de Vidro (idiofone friccionado): Constituída por uma série de taças de vidro de
diferentes tamanhos, fixas num eixo horizontal comum, que é posto em rotação movimentando
um peda. As taças encontram-se por cima de uma tina contendo um pouco de água, de modo
que os bordos estejam permanentemente húmidos. O som é produzido encostando levemente
os dedos aos bordos das taças em rotação, cuja vibração é provocada por fricção.

● Violino de pregos (idiofone friccionado): Consiste numa caixa de ressonância arredondada de


madeira, na qual estão fixas na vertical hastes, varetas de ferro ou caravelas em forma de U. O
comprimento que, em cada “prego” se encontra acima do nível da caixa é variável,
produzindo-se sons tanto mais agudos quanto menor for esse comprimento. Os pregos
destinados às notas mais agudas são mais finos. O som obtém-se friccionando o prego desejado
com um arco de violino.
Idiofones de Altura Indefinida

● Triângulo: Pequena barra cilíndrica de aço, dobrada em forma de triângulo equilátero ou


isósceles (aberto num dos vértices). É percutido com uma baqueta de aço. Tem um “acidente”
numa das arestas de forma a permitir uma maior vibração/propagação sonora.

● Pratos: Idiofone de concussão, constituído por dois pratos metálicos iguais, de pequena
espessura. São côncavos no centro mas quase planos nos bordos. Os pratos são batidos um
contra o outro, mantidos verticalmente ou ligeiramente inclinados.

● Gongo: Prato metálico (não uniforme) de grande dimensão suspenso. É percutido com uma
baqueta. Ao seu modelo maior dá-se o nome de “Tantã” e, por vezes, pode ter altura definida.

● Castanholas: Idiofone de concussão constituído por um par de placas de madeira dura quase
circulares, escavadas no centro do lado em que batem uma na outra.

● Clavas: Idiofone de concussão, constituído por dois paus cilíndricos de madeira dura.

● Caixa Chinesa: Caixa retangular de madeira dura com uma ou duas fendas longitudinais.

● Temple Blocks: Blocos feitos de madeira de cânfora, em forma de peixe, escavados com a
configuração de uma boca aberta.

● Maracas: Idiofone de agitamento, constituído por uma bola de cartão ou plástico (por vezes uma
cabeça) contendo sementes secas, grãos, arroz ou areia grossa, à qual está acoplada uma
pega.

● Guizos: Idiofone de agitamento, constituído por uma pequena pequena peça oca, normalmente
metálica, dentro da qual existe uma ou mais bolinhas produzem som quando, em virtude do
agitamento, chocam com a parede interior da peça.
MEMBRANOFONES

Membranofones de Altura Definida


● Tímbales ou Tímpano: Consistem em vários ressonadores de cobre ou fibra de vidro, mais ou
menos hemisféricos, fechados por uma pele tensa de veado ou em material plástico. Produzem
sons na extensão de um intervalo de 5ª perfeita. Pode conter um pedal que permite controlar a
afinação.
● Bongos: Par de pequenos tambores unimembranofones, cónicos ou cilíndricos, de origem
afro-cubano. Um dos tambores é bastante maior que o outro, afinando aproximadamente a um
intervalo de 5ª.

● Congas: Tambor unimembranofone de forma tronco-cónica. Algumas congas são suscetíveis de


ser afinadas, podendo usar-se conjuntos de vários tamanhos e correspondentes afinações.

● Tabla: Membranofone típico indiano, constituído por dois tambores de diferente formato: bhaya
(esquerdo) e tabla ou daina (direito).

Membranofones de Altura Indefinida


● Bombo: É um grande tambor membranofone, cilíndrico com uma membrana em cada face.
Percutido com baqueta com cabeça de madeira, feltro ou couro.

● Pandeireta: Pequeno tambor cilíndrico, baixo, unimembranofone. No aro de madeira, são


abertas fendas onde entram pequenos discos de metal aos pares, chamados soalhas ou guizos.
Poderá haver uma ou duas filas de soalhas. SE NÃO TIVER MEMBRANA É UM IDIOFONE.

● Adufe: É um pandeiro quadrangular membranofone. É percutido através do impacto com a mão.


CORDOFONES

Cordofones Friccionados
Um dos cordofones mais antigos conhecidos são as rabecas. Era uma espécie de viola de arco que era
tocada apoiada na perna.

O violino, violoncelo e viola de arco ganham supremacia à viola de gamba graças à sua amplitude e
intensidade sonora. Em meados do séc XVII (período barroco) as violas de gamba começam a cair em
desuso e só se volta a ouvir falar delas no início do séc. XX.

Agudo ao mais grave


● Violino
● Viola de arco
● Violoncelo
● Contrabaixo

Construtores:
● Amati
● Guarnieri
● Stradivari
● Montagrana
● Dol Gesú

● Violino: O violino é um instrumento de cordas friccionadas, composto por quatro cordas afinadas
em quintas. O seu corpo, geralmente de madeira, possui um tampo, fundo e costelas. O som é
produzido pela fricção das cordas com um arco, comumente feito de madeira e crina de cavalo.
A afinação é ajustada por meio de cravelhas no espelho.

● Viola de arco: A viola de arco é um instrumento de cordas friccionadas semelhante ao violino,


mas com dimensões ligeiramente maiores e uma sonoridade mais grave. Possui quatro cordas
afinadas em C, G, D e A, e o seu som é produzido pelo atrito das cordas com um arco.

● Violoncelo: O violoncelo é um instrumento de cordas friccionadas, com um corpo grande e


quatro cordas afinadas em C, G, D e A. Construído em madeira, é tocado segurando-o entre as
pernas e friccionando as cordas com um arco. Foi criado a partir do violino baixo, que tinha
quatro cordas e era segurado entre as pernas. O violoncelo foi desenvolvido para preencher a
lacuna entre os registros agudos e graves da família de instrumentos do violino. Amplamente
usado na música clássica, jazz e outros géneros, o violoncelo é conhecido por sua sonoridade
expressiva e versatilidade.

● Contrabaixo: O contrabaixo é um instrumento de cordas friccionadas, com um corpo grande e


quatro cordas afinadas em E, A, D e G. Tocado com um arco ou pela técnica pizzicato (beliscar
as cordas), o contrabaixo é comumente usado em diversos estilos musicais, proporcionando
uma base rítmica e harmónica.

● Viola de gamba: A viola da gamba é um instrumento de cordas friccionadas. Diferente da viola


de arco, é tocada apoiada entre as pernas, e os músicos utilizam tanto um arco como a técnica
de dedilhado. Popular durante o Renascimento e o Barroco, possui diferentes tamanhos e
afinações.
● Viola de amor: A viola d'amore é um instrumento de cordas friccionadas, semelhante à viola,
mas com características distintas, incluindo cerca de 14 cordas, divididas entre principais e
simpáticas. As cordas simpáticas ressoam, adicionando um som harmónico. Tocada com um
arco, a viola d'amore foi popular em períodos barrocos e renascentistas.

● Sanfona: Cordofone com caixa de ressonância e braço, em que as cordas são friccionadas por
uma roda de madeira ernesinada, posta em rotação por uma manivela que se situa numa
extremidade da caixa. As cordas passam por cima dessa roda, que ao friccioná-las as põe a
vibrar,

Diferença entre viola de gamba e violoncelo:


● A viola da gamba é um dos primeiros instrumentos de cordas, com raízes na Espanha no final do
século XV. O instrumento tem seis cordas, escala com trastes e é segurado entre as pernas. Seu
nome deriva de sua forma e formato, pois se traduz como 'viola da perna'. O violoncelo, por
outro lado, desenvolveu-se na Itália no século XVI a partir do violino baixo, que tinha quatro
cordas e era segurado entre as pernas. O violoncelo foi desenvolvido para preencher a lacuna
entre os registros agudos e graves da família de instrumentos do violino e possui quatro cordas,
normalmente tocadas com arco.

● Os estilos musicais do violoncelo e da viola da gamba também diferem consideravelmente. O


violoncelo é conhecido por sua versatilidade, com seu tom rico sendo adequado para uma ampla
variedade de estilos musicais, incluindo música clássica, jazz e pop. A viola da gamba é
comumente associada ao período barroco, onde era frequentemente utilizada em apresentações
de música de câmara e dança. No entanto, foi redescoberto nos tempos modernos e ainda é
utilizado em novas composições e arranjos, principalmente em apresentações de música antiga.

● A viola da gamba tem fundo plano, semelhante ao de um violão, e seu som é produzido pela
combinação de dedilhar e arquear as cordas. O instrumento também é feito de madeiras mais
macias, o que lhe confere um som mais delicado. Já o violoncelo tem fundo arredondado e é
feito de madeiras mais densas que produzem um som mais rico e ressonante. Também foi
projetado para amplificar o som das cordas tocadas ou dedilhadas, com um formato que canaliza
o som para o público. Os “f” também diferem de um instrumento para o outro.
Cordofones Dedilhados ou Beliscados

● Harpa: A estrutura deste instrumento tem uma configuração triangular: na base, uma caixa de
ressonância, do lado oposto ao executante a coluna, e em cima uma espécie de braço com uma
curvatura determinada onde se encontram as cravelhas (consola). É segurada entre os joelhos e
encostada ao ombro direito. As suas cordas estão dispostas paralelamente (47): as 11 mais
graves são metálicas e, as restantes, feitas de tripas. Estas estão presas em cima pelas
cravelhas (fixas na consola), permitindo a afinação e, em baixo, por uma espécie de botões na
parte central do tampo, o que favorece a vibração da oitava. Estando afinada na escala diatónica
de Dó bemol Maior, dispõe de um sistema de pedais que permite alterar cromaticamente a
afinação das cordas.
● Alaúde: A caixa apresenta a forma de uma meia pêra, com as costas abauladas, e no tampo
uma abertura circular rendilhada, a roseta ou rosácea. Tem um braço muito largo e curto, com
sete ou mais trastos de tripa, produzindo uma escala cromática. O cravelha é inclinado em
relação ao braço. Em quase todos tipos de alaúdes as cordas são duplas, podendo adquirir
composições mistas de cordas, duplas e simples, em que as duplas correspondem às cordas
melódicas e as simples aos graves. No caso das cordas duplas, em regra geral, cada corda
dupla das agudas são afinadas em uníssono e as mais graves em oitavas.

Arquialaúdes
● A necessidade de conseguir que os alaúdes produzissem sons mais graves, levou
ao aparecimento dos arquialaúdes no séc. XVI. Assim, surgem a tiorba (mais
pequena) e o chitarrone (maior). Em ambos têm bordões (cordas graves que
passam fora do braço e, por isso, só dão uma nota cada) que vão prender num
segundo cravelha. A caixa, tal como a do alaúde, é periforme, com as costas
arredondadas. No chitarrone existe um braço muito longo para os bordões,no fim
do qual se encontra o segundo cravelha. Na tiorba o segundo cravelha
encontra-se na continuação do primeiro, podendo haver só um único cravelhame
mas, neste caso há uma segunda pestana para os bordões.

● Guitarra: Cordofone de corda dedilhada, a sua caixa de ressonância é em forma de 8, com o


tampo e o fundo planos. No tampo há um orifício circular (a boca). Tem um braço direito e largo,
com trastos metálicos que delimitam intervalos de meio-tom temperado. Dispõe de 6 cordas
presas no próprio tampo através de uma espécie de cavalete baixo. As 3 mais agudas são em
nylon ou tripa e as 3 mais graves, são metálicas. No cravelhame as cordas estão presas a um
sistema de parafusos-sem-fim, que permite afiná-las.
● Saltério: Instrumento da família da cítara, constituído por uma caixa de madeira com orifícios
sonoros, estando as cordas esticadas paralelamente À caixa fixas em ambos os lados por
cravelhas de madeira ou metal. Cordas dedilhadas com os dedos ou plectros

● .Cistre: Instrumento da Idade Média e mais aproximado da guitarra portuguesa. Dispõe de


cordas metálicas, em ordens de duas ou três. Caixa periforme e costas planas. Tem trastos e o
seu cravelhame pode ser em forma de foice ou de pá, ligeiramente inclinada com cravelhas
frontais. No tampo tem uma abertura central tapada por uma roseta.

● Bandolim: Cordofone com quatro cordas metálicas duplas, beliscadas com um plectro. As costas
são piriformes, abauladas como as do alaúde. O braço tem trastos e o cravelhame é direito, mas
ligeiramente inclinado em relação ao braço. O modelo mais comum é o napolitano, mas também
existe o milanês. O efeito mais característico do bandolim é o tremolo, produzido por um
movimento vibratório rápido do plectro.
● Balalaica: Dispõe de 3 cordas de tripa, dedilhadas ou beliscadas com uma palheta. Caixa
triangular, braço estreito e comprido, com trastos.

● Banjo: Quatro a nove cordas dedilhadas ou beliscadas com um plectro. Braço muito comprido,
geralmente com trastos e a caixa de ressonância é um aro de metal redondo, semelhante a um
tamborete. O tampo é uma pele esticada.

● Guitarra Portuguesa: Cordofone de caixa periforme, com ilhargas largas, fundo plano e abertura
circular no tampo. O braço é curto, com trastos metálicos e termina num cravelhame com uma
voluta e um mecanismo de afinação de chapa, em forma de leque. Doze cordas metálicas
dispostas em seis ordens.

● Viola: A viola apresenta atualmente em Portugal 2 formas: pequeno enfranque (ocidentais) e de


enfranque acentuado (leste). Na viola ocidental, dispomos da viola braguesa, amarantina e
toeira. Na viola de Leste, existe a campaniça e a bandurra.
Cordofones de Tecla

● Cravo: Com uma forma semelhante à dos pianos de cauda primitivos, em que as cordas são
beliscadas ou pinçados por um plectro, feito de pena, de couro duro ou de plástico. A sua peça
fundamental é o martinete ou sautereau: peça de madeira ou plástico, colocada de maneira a
poder deslizar verticalmente. Na parte superior do martinete existe uma pequena lingueta presa
por um eixo que lhe permite oscilar ligeiramente em relação ao plano do martinete. É aqui que se
encontra o plectro. Quando se carrega na tecla, o martinete sobe e belisca a corda. Quando se
larga a tecla, este desce e o plectro toca levemente na corda. Assim que o martinete volta À
posição inicial, um abafador de feltro pousa sobre a corda, impedindo a vibração. Um cravo pode
ter um ou dois teclados e possui, normalmente, dois ou três registos.

➔ Cravo Italiano e Cravo Flamengo

O cravo Italiano dispõe de uma caixa mais pequena e a do cravo flamengo é maior.
○ Espineta e Virginal: Instrumentos com mecanismo idêntico ao cravo, mas mais pequenos.
O virginal apresenta uma caixa retangular e as cordas quase paralelas ao teclado. A
espineta, geralmente de um pentágono irregular e com cordas em diagonal relativamente
ao teclado. Ambos têm apenas uma corda por tecla, não permitindo modificações
tímbricas.

● Clavicórdio: Cordofone de teclado, quase sempre com uma caixa retangular comprida,
encontrando-se o teclado no seu lado maior. As cordas são percutidas por uma pequena peça
de latão, a tangente, situada na parte posterior de cada tecla. Após o ataque, e enquanto não se
largar a tecla, a tangente permanece em contacto com a corda, pelo que é possível variar a
tensão desta (e consequentemente a altura do som), produzindo efeitos como o vibrato. O ponto
em que a tangente ataca a corda é o limite da sua parte vibrante pois, do lado esquerdo, tem um
abafador (fita de feltro) que impede a vibração. As suas cordas são de latão, com bordões feitos
de cordas entrelaçadas. Também há cordas de ferro e aço. Historicamente, era utilizado como
um instrumento para praticar e como um auxiliar de composição, já que não produzia um som
com volume adequado à audição em grandes espaços.

● Piano: O piano é um instrumento musical de teclado que produz som através de cordas
tensionadas, que são percutidas por martelos. É um dos instrumentos mais populares e
versáteis, sendo utilizado numa ampla variedade de estilos musicais. O piano vertical apresenta
cordas e martelos dispostos verticalmente, sendo uma opção compacta adequada para espaços
menores. O seu som é direto e vertical, com uma variedade de mecanismos internos. Por outro
lado, o piano de cauda tem cordas e martelos orientados horizontalmente, proporcionando um
som mais rico e complexo.

​ Teclado:
● O piano possui um teclado com teclas brancas e pretas, cada uma representando
uma nota musical. O teclado abrange sete oitavas e meia, totalizando 88 teclas.
Para cada oitava tem doze teclas: as brancas correspondem à escala diatónica de
DóM e as pretas aos meios tons intercalares.

​ Cordas e Martelos:
● Cada tecla do piano está conectada a uma ou mais cordas que são percutidas por
martelos quando a tecla é pressionada. A força com que a tecla é pressionada
determina a intensidade do som. As cordas são em aço para os agudos e
revestidas a cobre para os graves. Cada martelo percute 3 cordas nos médios e
agudos. Por baixo (ou atrás nos pianos verticais) encontra-se a “alma” do piano: o
tampo harmónico. Trata-se de uma placa de madeira que ocupa toda a superfície
do instrumento e é responsável pela boa amplificação de todas as frequências.

​ Pedais:
● A maioria dos pianos tem três pedais. O pedal da direita (pedal sustain) é
frequentemente usado para prolongar as notas, o pedal central (sostenuto)
mantém as notas que estão sendo pressionadas no momento do acionamento, e
o pedal da esquerda (soft) abafa o som, tornando-o mais suave.

Mecânica
● O conjunto dos dispositivos mecânicos responsáveis pela excitação e extinção
das vibrações das cordas do piano têm o nome de mecânica. Nos pianos verticais
os martelos estão na vertical e no cauda estão na horizontal, atacando as cordas
através de um movimento de baixo para cima, voltando ao ponto de repouso pela
ação da gravidade. A peça escape é responsável pelo retorno do martelo logo
após percutir a corda.
AEROFONES

Classificação:

● Aresta (família das flautas)


● Palheta
● Bocal
● Órgão
● Voz Humana

Aerofones de Aresta

Um fluxo de ar, incidindo numa aresta, divide-se, formando-se turbilhões que provocam um silvo agudo,
variável com a intensidade do sopro e a distância da saída do ar à aresta. Este silvo determina o
transitório de ataque do som. Assim, há dois tipos de embocaduras: simples (lâmina de ar moldada e
orientada pelos lábios do executante em direção à aresta de um orifício do instrumento) e de apito (ar
dirigido contra uma aresta (ou bisel) talhada na parede do tubo através de um canal, o porta-vento).

● Flauta transversal: Geralmente feita de metal, como prata ou níquel. É composta por um tubo
oco, um bocal lateral e uma série de chaves. O músico segura a flauta de lado, soprando ar no

bocal enquanto utiliza os dedos para cobrir e descobrir os orifícios ao longo do tubo, gerando
diferentes notas musicais. A embocadura, ou a forma como o músico posiciona os lábios no
bocal, é fundamental para controlar o som produzido. Além disso, as chaves permitem uma
maior extensão de notas e facilitam a execução de passagens musicais mais complexas. A
flauta transversal é conhecida por sua sonoridade límpida e versatilidade.

● Flauta de bisel: Instrumento com características e sonoridade muito originais. É constituída por
um tubo em que uma das extremidades é parcialmente fechada por uma peça de madeira: o
bloco. Esta peça, de encaixar, vai dar à embocadura a forma de um bico e define uma pequena
fenda por onde se sopra: o porta-vento.

● Ocarina: Flauta globular, geralmente feita de barro vidrado, em forma de corpo de ave, com um
orifício para se soprar e dez para os dedos: de um lado dois para os polegares e do outro duas
filas de 4 orifícios. Funciona acusticamente como uma massa de ar vibrante numa cavidade
fechada; por isso, a frequência do som emitido depende do número e do diâmetro dos orifícios
destapados.

● Flauta de pã: Constituída por uma série de tubos de cana encostados e presos uns aos outros
por ordem crescente de comprimento, de modo a produzirem uma escala.

● Flautim: Tem menos de metade do comprimento da flauta e é o instrumento mais agudo da


orquestra. Desmonta-se em duas partes e faz-se em metal, madeira ou cabeça de metal e corpo
de madeira. Dispõe de um som estridente e muito penetrante, sobrepondo-se nitidamente a um
tutti de orquestra sinfónica em forte.
● Flauta de Bôhm: A flauta Bôhm é um tipo específico de flauta transversal desenvolvida por
Theobald Boehm no século XIX. Possui um sistema de chaves que facilita a execução de
passagens complexas e uma embocadura otimizada para produção de som.

Aerofones de Palheta
As palhetas vibrantes são lâminas de um material elástico que transformam uma emissão contínua de
ar numa emissão intermitente, interrompida regularmente. Em virtude da sua disposição, as palhetas
permitem a passagem do ar por uma fenda. Ao forçar a passagem por esta fenda, alargando-a
momentaneamente, o ar obriga a palheta a afastar-se da sua posição de repouso. Devido à sua
elasticidade a palheta reage, voltando à sua posição normal, mas, com a velocidade adquirida
ultrapassa-a, fechando a fenda momentaneamente. De seguida, a palheta volta à posição de equilíbrio,
voltando-se a repetir o mesmo ciclo e ficando a passagem do ar alternadamente fechada e aberta.

Existem dois tipos de palheta: idiofónicas (material duro e pesado que produzem apenas um som cuja
altura depende do seu comprimento e espessura: palhetas de acordeão, harmónio, etc.) e heterofónicas
(material flexível e leve, capazes de produzir vários sons se estiverem acopladas a tubos sonoros,
sendo o comprimento destes que determina a frequência a que vibram: oboé, clarinete, saxofone, etc.).
Quanto ao movimento podem ser:
-Livres (quando oscilam sem obstáculo para um e para outro lado da sua posição de repouso,
sendo quase sempre idiofónicas;
-Batentes simples (quando vibram livremente só para um lado, batendo contra uma moldura ou
armação);
-Batentes duplas (par de palhetas iguais que batem uma na outra, ligadas pelas respectivas
bases).

● Clarinete: Aerofone de palheta simples batente que se constrói, geralmente, em cinco partes:
boquilha (onde se encontra a palheta), o barrilete, mais duas partes intermédias e finalmente o
pavilhão. Tubo cilíndrico na maioria do seu comprimento. Acusticamente comporta-se como um
tubo fechado, produzindo sons bastante mais graves que os restantes aerofones de tamanho
semelhante. A palheta vibra contra a boquilha, mas o tempo que permanece encostada,
impedindo a passagem do ar, é maior que o tempo que fica aberta, permitindo a sua passagem.
● Oboé: É contruído em três partes, sendo a última um pequeno pavilhão pouco pronunciado. A
embocadura é uma palheta dupla; na realidade, não é uma mas sim duas, encostadas uma na
outra e fixadas no extremo inferior a uma peça de metal. O executante coloca a palheta nos
lábios e, soprando, faz com que as duas lâminas que a compõe vibrem, batendo uma na outra
(instrumento dupla batente).

● Fagote: Instrumento de palheta dupla batente e tubo cónico. Desmonta-se em cinco partes e a
palheta não entra diretamente no corpo do instrumento, mas sim num tubo metálico estreito em
forma de S, o tudel.

● Saxofone: Embocadura semelhante à do clarinete. O corpo é de metal, tem forma cónica,


alargando bastante para o pavilhão.

● Gaita de Foles: Saco de couro, de onde partem vários tubo de madeira, tendo um deles orifícios
como um pífaro. Enche-se o fole de ar soprando no tubo mais pequeno; uma válvula, no interior,
impede que o ar volte a sair por esse tubo, embora possa sair pelos outros. Quando a pressão

interior é suficiente o ar começa a sair pelos tubos maiores, que têm no seu interior uma palheta
de cana, produzindo em cada um deles um som grave. Ouvem-se, assim, vários sons (bordões
ou roncões) à distância de quinta (tónica e dominante da melodia).

● Charamela: Instrumento de tubo cónico, terminando num pavilhão muito largo. O som produzido
é o mais claro, estridente e penetrante de todos os instrumentos da Renascença.

● Acordeão: Aerofone portátil de palhetas livres. Consiste num teclado agudo (semelhante ao
piano) e por um teclado de graves (de botões). Os dois teclados são ligados por um fole que,
acionado, fornecce ar que alimenta a vibração das palhetass livres, feitas em aço temperado.

● Corne Inglês: Semelhante ao oboé de amor, mas maior. Apresenta também um pavilhão
periforme e um tudel em ângulo, sendo ambos maiores. Normalmente é segurado com o cordão
à volta do pescoço
● Cromorne: Caracterizado pela sonoridade aguda, o cromorne é um instrumento de sopro feito de
madeira em formato de bengala. A emissão das notas se fazia por uma palheta dupla na qual o
instrumentista soprava e por uma série de orifícios no corpo do instrumento pelos quais a saída
de ar era controlada. O cromorne, de acordo com sua tessitura e tamanho pode se classificar em
soprano, contralto, tenor e baixo. Também de palheta dupla é o cervelato, instrumento que
consiste em um tubo comprido que fica enrolado dentro de um cilindro.

Aerofones de Bocal
Nos aerofones de bocal, são os lábios do executante que, comprimidos, vibram como palhetas duplas,
abrindo e fechando alternadamente a passagem do ar. Os lábios são acomodados contra uma pequena
peça mais ou menos em forma de taça- o bocal.

● Trompete: Instrumento de tubo cilíndrico em 3 quartos da sua extensão, tornando-se então


cónico e terminando num pavilhão. Munido de 3 pistões, o que lhe permite produzir
cromaticamente todos os sons dentro da sua extensão. Tem um bocal hemisférico, em forma de
taça. Hoje, os modelos mais usados são os trompetes em Dó e em Sib.

● Trompa: Para a distinguir da trompa natural designa-se também, por vezes, trompa de pistões,
trompa cromática ou de harmonia. Uma característica essencial do tubo é ser estreito e muito
longo. Isto permite a obtenção de bastantes harmónicos. Cada nota pode ser obtida através de
um maior número de posições diferentes que nos outros metais. Ao contrário de todos os
instrumentos com pistões, na trompa, é a mão esquerda que atua sobre eles, para a direita ser
introduzida na campânula. Tem uma extensão de quase 4 oitavas, de sol a Fá.

● Trombone: É constituído por dois tubos em forma de U, um dos quais desliza dentro do outro. O
tubo é cilíndrico em dois terços do seu comprimento e na parte final torna-se cónico,
transformando-se progressivamente num pavilhão. O bocal é em forma de taça. A sua vara,
embora possa deslizar continuamente, é utilizada em 7 posições.
● Tuba: Instrumento de tubo largo e cónico. O bocal é em forma de taça, mas muito mais largo e
fundo que o do trompete. O pavilhão apresenta-se voltado para cima no modelo clássico e o
número de pistões é variável, porque usam-se muitos modelos diferentes de tuba. A largura do
tubo e o enorme bocal facilitam a obtenção dos sons graves.

● Sousafone: Criado por John Philip de Sousa em 1908. Foi criado pois necessitavam de um
instrumento capaz de produzir sons graves durante as marchas. É uma variante da tuba. Por ser
um instrumento de grandes dimensões, há versões modernas em fibra de vidro, tendo menor
peso. É maior e mais grave em comparação com os restantes instrumentos de sopro e tem um
aro para poder ser apoiado em volta do corpo do executante e uma campânula larga.

Aerofones de Tecla

● Órgão: No órgão existem tubos de palheta e tubos de aresta, normalmente designados por tubos
palhetados e tubos flautados.

Aerofone que conjuga todas as famílias dos aerofones e um conjunto de mecanismos e de ferramentas
que aparecem noutras famílias de instrumentos e que, por isso, obriga a uma grande complexidade na
engenharia e mecanismos do instrumento, o que resulta nas suas dimensões.

O órgão surge na antiguidade clássica, sendo, o órgão mais antigo, o órgão hidráulico ou hydraulis
criado por Ctesíbio. Este órgão, apesar de hidráulico, continuava a ser um aerofone pois, através dos
vasos de água criava pressão ao ar para passar para o tubo e criar emissão de som.

Até ao séc. XIX os órgãos de diferentes países vão ter características diferentes.

No caso do órgão ibérico, não tem pedaleira, mas pode ter botões de efeitos ou de registos específicos
no local onde costuma ter a pedaleira.
Por norma só tem um teclado, contudo, a partir do séc. XVIII começaram a poder ter dois teclados.
Tem uma particularidade que mais nenhum tem. Na fachada, a trombeteria horizontal ou trombeta em
chamada que são tubos palhetados na perpendicular que são colocados na fachada no órgão (são em
chamada porque às vezes eram usados para chamamentos militares), o que potenciou determinados
géneros musicais como, por exemplo, a batalha: género musical que procurava retratar o contexto da
guerra. Em contexto religioso criava-se uma batalha do bem contra o mal. (final do século XVII). Quando
apenas dispunham de um teclado, este estava partido, ou seja, o organista podia aplicar um som a uma
metade do teclado e outro som a outra metade, usando meios registos, ou seja o registo só era aplicado
a metade do teclado.

No séc. XIX surge em França o órgão sinfónico, com 4 teclados, pedaleira e bastantes registos.

Constituição:

Todos tem tubos flautados/ labiais e tubos palhetados.

● Grande órgão
● Órgão expressivo
● Positivo
● Torre dos pedais
● Manuais
● Pedaleira
O ar é admitido no órgão através de um fole, que durante muito tempo era acionado por homens (os
foleiros) hoje substituídos por motores elétricos. O ar vai para um reservatório, concebido de forma a
estabilizar a sua pressão (e por vezes equipado com um manómetro, para a medir). Em seguida o ar é
conduzido por tubagens adequadas para uma caixa fechada (o secreto). Por cima desta existe uma
grande caixa de madeira (o someiro) dividida em canais alongados.

O órgão de Évora é o Órgão Ibérico mais antigo que conhecemos.


Órgão do Mosteiro de S. Bento de Fora é um dos maiores Órgãos Ibéricos da Península Ibérica.

● Voz Humana: Trata-se de um aerofone especial, já que ele faz parte do próprio corpo do
executante, em vez de ser um objeto construído por outrem. Além disso, para fins musicais ou
não musicais, todo o ser humano usa a voz em diversas situações.

O aparelho fonador é constituído pelos pulmões, laringe, faringe, fossas nasais e a boca. A traqueia
afunila para a parte superior e a laringe para a parte inferior; no local onde estes dois canais se ligam
um ao outro há um estrangulamento (a glote) onde se situam as cordas vocais. Estas são umas pregas
da membrana mucosa que tapam a laringe. O trato vocal é formado pela boca, faringe e laringe.
Funciona como uma câmara ressonante, tendo uma função semelhante à de um tubo de clarinete ou
caixa de ressonância de um violino. O ar vindo dos pulmões à pressão atmosférica, obriga a glote a
deixá-lo passar. Após a passagem do ar origina-se uma pressão e as cordas vocais, por sucção,
tendem a fechar quase imediatamente. A diferença de pressão acima e abaixo da glote aumente e de
novo volta a forçar as cordas vocais a separarem-se um pouco para o ar passar. Reagindo por sucção,
as cordas voltam a fechar, completando-se assim um ciclo de vibração e recomeçando a primeira fase.

● Fonte de energia: pulmões


● Oscilador (algo que vibra): cordas vocais
● Ressoador ajustável: a forma como conseguimos expelir o ar por onde quisermos.

Extensão vocal: limites máximos que a voz poderá eventualmente atingir


Tessitura: espaço em que aquela voz consegue fazer som sem ser ruído.
Aerofones Livres
Nestes instrumentos, onde não há uma coluna ou massa de ar limitada pelo corpo do instrumento, o
som é produzido pelo próprio instrumento através da atmosfera. O aerofone livre mais conhecido é o
rombo: uma peça de madeira achatada presa por uma extremidade a uma corda que, projetada no ar
em movimento rotativo, dá origem a um ruído.

ELETROFONES
Os eletrofones são uma categoria de instrumentos musicais que produzem som através da vibração de
partes eletricamente estimuladas. Diferentemente dos instrumentos acústicos tradicionais, os
eletrofones geralmente envolvem eletricidade ou eletrónica em sua produção sonora.

As designações elétrico e eletrónico e eletrónico são muitas vezes usadas indistintamente. No entanto,
os dispositivos eletrónicos constituem um subgrupo dos dispositivos elétricos, reunindo aqueles que
incluem componentes ativo. Nos instrumentos musicais a distinção entre elétricos e eletrónicos
baseia-se no facto de o sinal elétrico ser originado em dispositivos de um tipo ou outro.

Instrumentos eletroacústicos
Nesta categoria, o som é produzido por meios acústicos, sendo incorporados no instrumento
fonocaptores ou microfones para amplificação das vibrações do sistema.
● Guitarra Elétrica: Uma guitarra elétrica é um exemplo clássico de um eletrofone. Usa captadores
magnéticos para converter as vibrações das cordas em sinais elétricos. Esses sinais são
amplificados por um amplificador, permitindo que o som seja ouvido em volumes mais altos.

● Piano elétrico: O piano elétrico é um instrumento musical que utiliza a eletricidade para gerar
som. Ao contrário do piano acústico tradicional, que produz som através de martelos que batem
em cordas, o piano elétrico utiliza tecnologia eletrónica para gerar o som das teclas
pressionadas.

Instrumentos eletrónicos

● Órgão Eletrónico: Órgãos eletrónicos substituem os tubos de um órgão tradicional por circuitos
eletrónicos para gerar som. Possui teclados, registos eletrónicos e é conhecido pela sua
versatilidade, imitando uma variedade de timbres.

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