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Acústica Geral

Prof. Guilherme de Souza Papini


Quantidades Básicas de Ondas
Sonoras, Tipos de Fontes e
Tipos de Ruído
Ondas Sonoras e Ruído
Onda Sonora
• A onda sonora é um distúrbio físico que se propaga em um meio (em
um gás, líquido ou sólido), captado pelo ouvido humano.

• O meio no qual a onda sonora se propaga deve ter massa e


elasticidade, portanto, as ondas sonoras não se propagam no vácuo.

• Pode-se dizer que uma série de compressões e rarefações do meio


fazem com que a energia acústica seja transportada, não havendo,
portanto, nenhuma transferência de massa. As partículas do meio se
movimentam ciclicamente no sentido e direção de propagação da
onda acústica.
Ondas Sonoras e Ruído
• Ondas ultrasônicas, sônicas e infrasônicas estão incluídas na
definição de propagação sonora.

• Ruído é definido como qualquer som percebido censurável pelo


ouvido humano.
Pressão Sonora
Pressão Sonora

• Qualquer variação incremental na pressão do ar no nosso


ouvido é percebido como som pelo sistema auditivo, desde que
as partículas de ar vibrem dentro de uma faixa auditiva.

• Faixa audível: +/- 15Hz a 16kHz

• Faixa mais audível: +/- 3kHz a 6kHz

• É uma das quantidades medidas pela engenharia acústica

• Um ouvido jovem e perfeito pode detectar variações de


pressões em torno de 20μPa, dentro da faixa audível.
Anatomia e funcionamento do
ouvido
Anatomia e funcionamento do
ouvido
• O ouvido externo: pavilhão (“concha acústica” cartilaginosa), que capta os
sons encaminhando-os pelo canal auditivo até o tímpano;

• O ouvido médio: tímpano (membrana) vibra e transmite a energia para os


ossículos martelo, bigorna e estribo, nesta ordem, reduzindo a amplitude da
onda e intensificando a energia para o ouvido interno;

• O ouvido interno: membrana tubular (caracol), preenchida de líquido que


transmite a energia vibratória às células, e estas mandam estímulos
eletroquímicos ao cérebro pelo nervo auditivo.
Tom Puro
Tom Puro

• É uma onda sonora que pode ser representada como:


Frequência e Período
Frequência e Período do Som
• Por definição, a frequência de um fenômeno periódico, tal
como uma onda sonora, é o número de vezes em um segundo
que este fenômeno se repete.

• A frequência, usualmente, é designada por um número, cuja


unidade é hertz (Hz). Por exemplo, o diapasão sofre 440
oscilações completas em um segundo. Então sua frequência de
vibração é de 440 Hz.
Pressão RMS
Pressão RMS
• Uma medida que permite os efeitos das rarefações de serem
somadas aos efeitos das compressões é a prms .

• Também conhecida como valor efetivo.

• Para um tom puro, tem-se:


Grandezas Acústicas
 Pressão sonora:
 Grandeza, expressa em Pascal(P), que varia através da rápida
movimentação de partículas de um meio elástico por um objeto.

 Através da variação dessa grandeza recebemos estímulos que


são lidos como sensação sonora pelo aparelho auditivo.
Espectro Sonoro
•O espectro de um som se refere à relação entre amplitude e freqüência de
um som complexo.

•O matemático francês Jean Baptiste Fourier (1768 – 1830) foi o primeiro a


aplicar este método de análise, conhecido hoje com o nome de Análise de
Fourier. Este método demonstra que qualquer forma de onda pode ser
decomposta em uma soma de ondas senoidais.

•A frequência destas ondas senoidais que formam o espectro guardam uma


relação numérica com a freqüência mais baixa da série que, por este motivo,
é chamada de freqüência fundamental (f0). As demais freqüências, que
forem múltiplos inteiros da freqüência fundamental, com valores iguais a 2 f 0,
3f0, 4 f0, 5 f0, são os sobretons de f0 e são conhecidas como tons
harmônicos ou frequências harmônicas, sendo registradas por f1, f2, f3, ....
fn. A Figura 2.10 ilustra a Análise de Fourier.
Espectro Sonoro
Comprimento de Onda
• O comprimento de onda de um som é a distancia perpendicular entre duas
frentes de onda, com o mesmo período, em máxima compressão.

• Este comprimento é a mesma distancia que a onda sonora viaja para


completar um ciclo de vibração.

• O comprimento de onda (m), denotado pela letra grega, , relaciona-se à


frequência f (hertz) e à velocidade do som c (m/s).
Limites de Sensibilidade da audição
INTENSIDADE SONORA
 Trata-se da segunda quantidade mais
comumente medida na engenharia acústica;
 Trata-se do fluxo contínuo de potência
propagando-se pela onda sonora através de
uma área incrementalmente pequena em um
ponto no espaço;
 É importante por duas razões:
 nesse ponto no espaço livre, relaciona-se
diretamente à potência total radiada no ar por
uma fonte sonora;
 nesse ponto, tem uma relação fixa com a
pressão sonora.
 É direcional;
 A intensidade sonora é máxima quando a área
está perpendicular à direção de propagação
sonora;
 Em um ambiente sem reflexão, a pressão
sonora em qualquer ponto de qualquer tipo de
onda, propagando-se livremente, relaciona-se à
Imáx como:
 Intensidade Sonora:

• A intensidade do som é a quantidade de energia contida no


movimento vibratório.
• Essa intensidade se traduz com uma maior ou menor amplitude
na onda sonora.
• Para um som de média intensidade essa amplitude é da ordem
de centésimos de milímetros.
• Pode ser relacionada à potencia sonora e à pressão sonora da
seguinte maneira:

2
W Peficaz
Ir  
4 r 2 c
Intensidade sonora é a quantidade de

potência sonora
ou
pressão sonora
que passa por uma área unitária.

Portanto, as unidades de Intensidade Sonora podem


ser:
Watts/m2 ou dina/cm2 (BAR)
POTÊNCIA SONORA
 Uma fonte de som irradia uma quantidade
mensurável de potência no ar circundante,
chamada de Potência Sonora;
 Se a fonte sonora não for direcional, então é
considerada como uma fonte sonora esférica;
 Nesse caso, matematicamente tem-se:

 Para um fonte cilíndrica, tem-se:


 Potência Sonora:
• A potência sonora é uma propriedade exclusiva de qualquer fonte sonora, e
a mesma se relacionada com a intensidade acústica.
LEI DO INVERSO QUADRADO
 Com uma fonte esférica, a onda de som
irradiada é esférica e a potência total irradiada
em todas as direções é W.

 A intensidade do som I (r) deve diminuir com a


distância, ou seja,

 Essa diminuição é proporcional ao quadrado da


pressão sonora.
 Para preservar a energia sonora, a mesma
quantidade de energia flui através da área maior
TIPOS DE FONTES
 O efeito da geometria na propagação é
bem conhecido para os três tipos de
fontes sonoras idealizadas:

 pontual, em linha e fonte plana.

 O comportamento para cada uma das


fontes considera o meio de propagação
homogêneo.
Fonte pontual
 Neste caso a propagação sonora de uma fonte pontual é
puramente esférica. A energia sonora em qualquer direção
particular é inversamente proporcional à área da superfície da
esfera. Se o nível de potência sonora representa a potência sonora
da fonte, medido a uma distância de 1 metro, então à distância “r”
em metros, o nível de pressão sonora será:

NPS = NWS - 10log (4  r²) [dB]


ou
NPS = NWS - 20log (r) – 11 [dB]

 Esta equação é conhecida pela lei do inverso quadrado para fontes


pontuais.
 A mesma refere-se a uma redução de 6dB na intensidade com o
dobro da distância. Se a superfície do solo for dura e muito reflexiva
é necessário ser feito uma correção para compensar as reflexões
do mesmo. Neste caso 11 dB é substituído por 8 dB.
Fonte Linear
 As fontes em linha e planas podem ser consideradas como uma
combinação de infinitas fontes pontuais. O comportamento global é
então encontrado pela integração dos efeitos individuais em toda a
extensão da fonte em linha ou em área.

 Em um caso ideal de uma fonte em linha de comprimento infinito,


os resultados se aproximam de uma propagação cilíndrica. A
energia sonora em qualquer direção perpendicular é inversamente
proporcional ao incremento da circunferência do cilindro. Usando a
mesma nomenclatura anterior, o nível de pressão sonora será:

NPS = NWS(linha) - 10log(4  r)

 Isto resulta em uma redução de somente 3 dB na intensidade


relativa com o dobro da distância.
Fonte Plana
 Para uma fonte plana, integramos um número infinito de fontes pontuais
distribuídos em dois eixos gerando uma superfície plana. O caminho de
propagação de uma fonte plana se aproxima de uma superfície plana.

 A energia sonora para cada fonte pontual é portanto assumido como a


propagação em uma linha perpendicular ao plano, não se tornando
necessário então a avaliação do espalhamento de energia devido à
geometria. Desta forma não haverá alteração na área de distribuição da
propagação sonora.

 É importante observar que para uma fonte finita teremos que o nível de
pressão sonora não diminuirá com a distância quando estivermos
próximos ao centro da fonte sonora, não ocorrendo o mesmo quando a
distância até as bordas da fonte for da mesma ordem de grandeza da
distância até o centro da fonte.
 O nível de pressão sonora será :

NPS = NWS(plano)

 Infelizmente, a maior parte das fontes sonoras reais, em linha ou em área,


tem tamanho finito.
 Considerando isso observa-se que a uma grande distância da fonte ou
para uma fonte muito pequena, as fontes estarão muito próximas de uma
fonte pontual.
 Isto sugere que para tais fontes haverá uma mudança gradual no
comportamento em função do tamanho e distância.
 Se “a” representa o tamanho da fonte, então quando r << a o
comportamento tende para o ideal (conhecido como nearfield), quando r >>
a o comportamento deve ser tratado como fonte pontual (conhecido como
o farfield).
VELOCIDADE DE PARTÍCULA
 Considere que a superfície da fonte esférica da figura esteja se expandindo
e se contraindo de forma sinusoidal.
 Durante a primeira metade do seu movimento sinusoidal, empurra as
partículas de ar perto de sua superfície.
 A pressão próxima à superfície aumentará.
 Este aumento da pressão supera a inércia das partículas de ar a uma curta
distância e elas se movem para fora.
 Esse movimento externo faz com que a pressão se acumule nesta nova
distância e, por sua vez, empurra mais partículas para fora.
 Este movimento externo da perturbação ocorre à velocidade do som.
 Na próxima metade, a fonte esférica de vibração senoidal inverte a
direção, criando uma queda de pressão perto da sua superfície que
puxa as partículas de ar próximas em direção a ela.
 Esta perturbação reversa também se propaga para fora com a
velocidade do som.
 Esse movimento da partícula, de ida e de volta, é conhecido como
velocidade de partícula.
 Em uma onda plana propagado-se em espaço livre, a pressão sonora e a
velocidade da partícula atingem seus valores máximo e mínimo no mesmo instante
e são ditos em fase.
 Em tal onda, as partículas movem-se para frente e para trás ao longo da linha em
que a onda está viajando.
 Em referência à radiação esférica discutida acima, isso significa que a velocidade
da partícula é sempre perpendicular à superfície esférica imaginária no espaço.
 Este tipo de onda é chamada de onda longitudinal, ou de compressão.
 Uma onda transversal é ilustrada por uma onda na superfície da água, onde a
velocidade da partícula é perpendicular à superfície da água, enquanto a onda se
propaga em uma direção paralela à superfície.
DENSIDADE DE ENERGIA
SONORA
 Em situações de ondas estacionárias, como ondas de som fechadas,
a quantidade desejada não é a intensidade sonora, mas a Densidade
de Energia Sonora (D).
 Trata-se da energia armazenada em um pequeno volume de ar, como
por exemplo, numa sala fechada devido à presença do campo de
ondas estacionárias.
 A relação entre
 A relação entre a Densidade de Energia Sonora média do espaço e a
média espacial da Pressão Sonora Média Quadrática é:
ESPECTRO SONORO
 Um espectro contínuo pode ser representado por um grande número tons puros entre duas frequências limites,
mesmo se esses limites estão separados por 1 Hz ou milhares de hertz

 É costume medir um som de espectro contínuo em uma série de bandas de freqüência contíguas usando um
analisador de som.
 Larguras de banda habituais são de um terço de oitava e uma oitava:

 Se a largura de banda do filtro é de 1 Hz, o gráfico da pressão sonora rms filtrada de um espectro contínuo versus bandas de frequência é chamado espectro de densidade espectral de potência.
 Os filtros são os elementos que permitem a extração da energia sonora de um som em bandas de frequências.
 Filtros são como ressoadores, funcionando como o conduto auditivo.
 Os filtros são ressoadores eletrônicos.
 O filtro “passa” a energia sonora em certas frequências, ressoando nessas frequências, gerando sinais relativamente grandes, ao mesmo tempo que “rejeita”a energia sonora em outras frequências, gerando sinais relativamente
pequenos nessas frequências.
 São definidos como: passa-alta, passa-baixa e passa-banda
 O ganho é o fator pelo qual o filtro multiplica a amplitude do sinal de entrada.

 A função de transferência de um filtro é o seu ganho produzido pelo filtro em função da frequência.

 Os filtros também diferem na forma como as frequências indesejáveis são atenuadas.

 Essa característica é conhecida como rolloff.

 Trata-se de uma medida de como a amplitude do sinal na saída se reduz com a frequência.
TIPOS DE RUÍDO
Ruído Tonal

dB Variação maior
que 5 dB
80

70

60

63,5
125 250 500 1000 2000 4000 8000 16000

Freq [Hz]
Ruído Contínuo

dB Variação menor
que 3 dB
90

80

70

60

Tempo
Ruído Flutuante Variação maior
dB que 3 dB

90

80

70

60

Tempo
Ruído de impacto Som de alta
dB intensidade
com menos de
90
1 s de duração

80

70

60

Tempo

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