Você está na página 1de 36

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA AGROALIMENTAR

UNIDADE ACADÊMICA DE TECNOLOGIA DE ALIMENTOS


DISCIPLINA: FÍSICA II

ONDAS SONORAS

Prof. Bruno Farias


Ondas Sonoras
De todas as ondas mecânicas da natureza, as mais
importantes em nosso cotidiano são as ondas longitudinais
que se propagam em um meio, em geral o ar, chamadas de
ondas sonoras.

A física das ondas sonoras está presente em diversas áreas


da ciência.
Fisiologia

Medicina
Engenharia Acústica

Engenharia Naval
Engenharia de Petróleo

Sonar Morcego
Ondas Sonoras
Neste módulo, vamos estudar as ondas sonoras que se
propagam no ar e podem ser ouvidas pelas pessoas.

Fonte Sonora Pontual

Uma pequena fonte sonora que pode ser representada por um


ponto (como o ponto S na figura abaixo), a qual emite ondas
sonoras em todas as direções é chamada de fonte sonora
pontual.
Ondas Sonoras
Frentes de onda são superfícies nas quais as oscilações
produzidas pelas ondas sonoras têm o mesmo valor; essas
superfícies são representadas por circunferências completas
ou parciais em um desenho bidimensional de uma fonte
pontual e indicam o espalhamento das ondas.

Raios são retas perpendiculares às frentes de onda que


indicam a direção de propagação das frentes de onda.

As setas duplas sobrepostas aos raios indicam que as


oscilações longitudinais do ar são paralelas aos raios.
A Velocidade do Som
A velocidade do som está associada tanto as propriedades
inerciais do meio (para armazenar energia cinética) como das
propriedades elásticas (para armazenar energia potencial). Se
o meio de propagação é o ar podemos determinar a
velocidade do som através da expressão

onde ρ é a massa específica do ar e B é o módulo de


elasticidade volumétrico .
B determina o quanto um elemento de ar muda de volume
quando é submetido a uma pressão e é definido
matematicamente como

onde ΔV/V é a variação relativa de volume produzida por uma


variação de pressão Δp.
Exemplo
Velocidade do som para outros meios.
Ondas Sonoras Progressivas
Podemos produzir uma onda senoidal que se propaga no ar
movendo senoidalmente um êmbolo na extremidade esquerda
de um tubo contendo ar (conforme figura abaixo).

Os movimentos do ar para direita e para a esquerda e as


variações de pressão se propagam ao longo do tudo como
uma onda sonora.
Ondas Sonoras Progressivas
Como os elementos de ar oscilam paralelamente ao eixo x
vamos representar seus deslocamento por s(x,t) (onda
longitudinal) ao invés de y(x,t) (onda transversal).

Além disso, como os


deslocamentos s(x,t) seguem
um padrão senoidal podemos
expressá-los na forma

O fator sm é a amplitude do deslocamento.


Ondas Sonoras Progressivas
As grandezas k, ω, f, λ, v e T são definidos do mesmo modo e
obedecem às mesmas relações que para uma onda transversal.
Entretanto, λ agora é distância (na direção de propagação) para
a qual o padrão de compressões e expansões associado à onda
começa a se repetir, conforme figura abaixo.

Quando a onda se propaga, a pressão do ar em qualquer


posição x varia senoidalmente. Assim podemos descrever tal
variação de pressão por
Um valor negativo de Δp corresponde a uma expansão do ar,
um valor positivo, a uma compressão.

O fator Δpm é a amplitude de pressão, que é o máximo


aumento ou diminuição de pressão associado à onda.

A amplitude de pressão Δpm está relacionada à amplitude do


deslocamento sm através da equação
Exemplo
Exercício
Exercício
Interferência

Por simplicidade, vamos estudar a interferência entre ondas


sonoras iguais que se propagam no mesmo sentido.
Consideramos que as duas ondas são emitidas em fase pelas
fontes pontuais S1 e S2.

A interferência entre essas ondas depende da diferença de


fase φ no ponto comum P, ou seja, depende da diferença de
percurso ΔL = |L2 – L1|.
Lembrando que uma diferença de fase de 2π rad corresponde
a um comprimento de onda λ, chegamos que é φ dado por

A interferência totalmente construtiva acontece quando φ é um


múltiplo inteiro de 2π, condição que pode ser escrita como

o que equivale a
A interferência totalmente destrutiva acontece quando φ é um
múltiplo ímpar de π,

ou seja, quando a razão ΔL/λ for dada por

Para valores de φ que não obedecem as condições anteriores


temos uma interferência intermediária.
Exemplo
A forma da onda resultante depende da fase relativa das duas
ondas. Supondo que uma das ondas que se propagam em uma
corda é dada por

e que uma outra, deslocada em relação à primeira, é dada por

Segundo o princípio da superposição, a onda resultante é a


soma algébrica das duas ondas e tem um deslocamento
Intensidade e Nível Sonoro
A classificação do som como forte ou fraco está relacionada ao
nível de intensidade sonora.

A intensidade de uma onda (I) é a taxa temporal média com a


qual a energia é transportada (P), por unidade de área, através
de uma superfície perpendicular á direção de propagação da
onda, ou seja

A intensidade I está relacionada à amplitude de deslocamento


sm da onda sonora através da equação
Escala de Decibéis

A razão entre a intensidade do som mais forte e a intensidade


do som mais fraco detectado pelo sistema auditivo humano é
de 1012, o que significa que podemos ouvir uma enorme faixa
de intensidades.

Para lidar com um intervalo tão grande de valores, em vez de


falarmos da intensidade I de uma onda sonora, é muito mais
conveniente falarmos de nível sonoro β, definido como

onde dB é a abreviação de decibel, a unidade de nível sonoro.


I0 é uma intensidade de referência (=10-12 W/m2), cujo valor foi
escolhido porque está próximo do limite inferior da faixa de
audição humana. Para I = I0 temos que β = 0.

O valor de β aumenta em 10 dB toda vez que a intensidade


sonora aumenta de uma ordem de grandeza (um fator de 10).
Exemplo
Exercício

Uma exposição de 10 min a um som de 120 dB produz um


desvio típico do limiar de audição para 1000 Hz de 0 dB até
cerca de 28 dB durante alguns segundos. Uma exposição a um
som de 92 dB durante 10 anos produz um desvio permanente
da sensibilidade para 28 dB. A que intensidades correspondem
28 dB e 92 dB?
Batimentos
Os batimentos são variações de intensidade do som produzidas
pela superposição de duas ondas sonoras que possuem
frequências ligeiramente diferentes.

Por exemplo, quando dois sons com frequências 552 e 564 Hz chegam
ouvidos simultaneamente ouvimos um som cuja frequência é 558 Hz, mas
com uma grande variação de intensidade do som produzindo um batimento
que se repete com frequência de 12 Hz, diferença entre as duas frequências
originais.
Supondo que duas ondas sonoras de mesma amplitude sm,
sejam

onde ω1 > ω2. Aplicando o princípio da superposição, temos que


o deslocamento da ondas resultante é dado por

Definindo
Temos finalmente que

No caso em que ω1 e ω2 são quase iguais temos que ω >> ω’ e


podemos considerar a equação acima como uma função co-
seno cuja frequência angular é ω e cuja amplitude é o valor
absoluto do fator entre colchetes.
A frequência angular de batimento ωbat é dada por

O que resulta numa frequência de batimento fbat de


Exemplo
O Efeito Doppler

O efeito Doppler é a mudança da frequência observada por um


detector quando existe um movimento relativo entre a fonte
sonora e o detector.
A frequência observada pelo detector f’ está relaciona à
frequência da fonte f através da equação

onde vD é a velocidade do detector em relação ao ar, vS é a


velocidade da fonte e v é a velocidade do som no ar. Os sinais
são escolhidos para que f’ tenda a ser maior para os
movimentos de aproximação e menor para os movimentos de
afastamento.
Exemplo

Você também pode gostar