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da Audição
Aspectos Físicos do Som
Comprimento de Onda ( ): observar que c e c’ estão no ponto de elongação máxima em suas oscilações para cima.
Do mesmo modo, v e v’ estão no ponto de elongação máxima para baixo. Note-se que os pontos c e c’, e v e v’
apresentam oscilações idênticas em qualquer instante. Portanto, se diz que c e c’ e v e v’ oscilam em concordância
de fase. Define-se como comprimento de onda a distância compreendida entre dois pontos próximos da onda que
oscilam em concordância de fase. Nas ondas senoidais, o comprimento de onda pode ser definido pela distância
entre duas cristas ou entre dois vales adjacentes da onda, pois estes pontos oscilam em concordância de fase.
Note-se que p, p’ e p’’ são também pontos que oscilam em concordância de fase.
Período
Período (t): é o intervalo de tempo necessário para que o fenômeno se repita. Em um oscilador,, é o tempo
necessário para que o êmbolo, partindo de uma posição inicial, volte a esta mesma posição durante o movimento
harmônico (ciclo). Noutros termos, o período é tempo compreendido entre o movimento completo de ida e volta do
êmbolo a mesma posição inicial. No movimento ondulatório, o período é o tempo em que a onda percorre a distância
correspondente ao comprimento de onda ( ). Considerando que a onda percorre uma distância em um período t,
pode-se dizer que a velocidade da onda é:
S
v = =
T t
Freqüência e Amplitude
Freqüência (f): É o número de vezes que o fenômeno se repete por unidade de tempo. Mas, no movimento harmônico,
sabe-se que o tempo necessário para que o fenômeno se repita é o período (t). Portanto, pode-se dizer que a
freqüência é o inverso do período.
1 1
f(freqüência) = =
T(tempo) t(período)
No Sistema Internacional, f é medido em Hertz, ou seja, o nº de eventos por segundo (s-1). A velocidade da onda está
relacionada ao comprimento de onda e a freqüência da seguinte forma:
1
v = ; mas, o período t = Logo a velocidade v = .f
t f
Amplitude (A): Em uma onda senoidal, a amplitude é o valor máximo da ordenada y em relação ao eixo das abscissas
(Figura 2). No oscilador harmônico, corresponde a distância máxima alcançada pelo êmbolo em relação ao ponto
médio de vibração.
Qualidades Fisiológicas do Som
Intensidade
Intensidade: é a qualidade do som relacionada à energia da onda sonora, permitindo distinguir os sons fracos dos sons
fortes. No movimento ondulatório, a intensidade é medida pela amplitude da onda (A3>A2>A1). A intensidade de uma
onda é numericamente definida pela energia (E) que atravessa uma área (a) em um intervalo de tempo T.
E
I =
a.T
A intensidade da onda sonora pode ser entendida como a potência da onda transmitida através da área, pois a razão
entre energia (trabalho) e tempo é a potência. Atribuindo as unidades do Sistema Internacional temos que:
E J (joule) W (watt)
I = I = I =
a.T m2 (metro) s (segundo) m2 (metro)
A mínima intensidade que uma onda sonora deve ter para que seja audível é de 10 12 W/m 2. Ondas cuja intensidade é
de 1 W/m 2 produz efeitos dolorosos.
Nível de Intensidade Sonora (dB)
O ouvido humano pode detectar níveis de intensidade dentro de uma ampla faixa, de 1 até 10 12 W/m 2. Por essa
razão, foi criado um novo parâmetro em escala logarítmica, o qual é chamado Nível de Intensidade Sonora B ou Bell
(B). Este parâmetro físico compara a intensidade do som ambiente (I) em relação ao menor nível de intensidade
perceptível pelo homem (I0), ou seja, 10 12 W/m 2.
I
B = Log
I0
Portanto, quando um som é 10 vezes mais intenso que outro, se diz que ele possui uma intensidade de 1 Bel em
relação ao primeiro (Log 10=1); se é 100 vezes mais intenso, a intensidade é de 2 Bel (Log 100=2) e assim por diante.
O Bel não é utilizado rotineiramente. Em seu lugar, utiliza-se o decibel (dB), ou seja, a décima parte de um Bel. Um Bel
(1) possui 10 dB. Assim, a expressão que define o nível de intensidade sonora pode ser reescrita em dB:
I I
B = Log Convertendo B em dB (x10), então dB = 10.Log
I0 I0
A intensidade do som:
É diretamente proporcional ao quadrado da amplitude da onda.
Aumenta com o aumento da superfície de vibração da fonte sonora.
Aumenta com a densidade do meio físico em que a onda se propaga.
Diminui com o quadrado da distância entre a fonte sonora e o observador (amortecimento da onda).
Depende da proximidade de ressoadores, pois eles reforçam a intensidade.
É alterada pelos ventos, notadamente quando a distância entre a fonte e o observador é maior que 6m.
Limites de Intensidade Sonora (dB)
Considerando o limite mínimo perceptível de intensidade, bem como o limite máximo doloroso, é possível calcular o
nível de intensidade sonora dos respectivos limites.
I 1
dB = 10 log 10 log = 10 log 1012 = 120dB
I0 10-12
Altura: é a qualidade do som que permite diferenciar os sons graves dos sons agudos, estando relacionada à
freqüência do som. Quanto maior a freqüência, mais agudo será o som. A voz do homem emite sons entre 100 e 200
Hz (mais graves), enquanto a mulher emite sons entre 200 e 400 Hz (mais agudos). O ouvido humano capta sons
cujas freqüências estão entre 20 e 20.000Hz. Abaixo do limite de 20Hz, o som e chamado de infra-som; freqüências
acima de 20.000Hz definem os ultra-sons. Deva-se enfatizar que os limites audíveis de freqüência não são fixos, mas
variam com a idade e de um indivíduo para outro. Ademais, o audiograma revela que o ouvido humano não apresenta
a mesma sensibilidade para todas as freqüências.
Timbre: é a qualidade do som que permite diferenciar sons de mesma altura e mesma intensidade, mas que são
produzidos por fontes diferentes. O timbre permite distinguir instrumentos musicais diferentes, mesmo quando
executam a mesma nota. A identificação do indivíduo através da fala resulta em parte do timbre da voz. O timbre pode
ser entendido como o somatório das freqüências harmônicas do som (A+B+C), que são múltiplos de uma freqüência
chamada de fundamental (A).
Freqüências Harmônicas
Considere uma corda vibrante de comprimento L, com ambas Os possíveis comprimentos de onda, em
as extremidades fixas. Este fato torna as extremidades da ordem decrescente, são: 1= 2L; 2=2L/2;
corda nós naturais, conseqüentemente só alguns 3=2L/3; 4=2L/4; 5=2L/5... De maneira
comprimentos de onda são possíveis. Quando a corda é geral pode-se dizer que n= 2L/n, com n=
submetida a uma força de tração, observa-se a vibração da 1,2,3,4,5... O maior comprimento de onda
tem a menor freqüência. Ou seja, freqüências
mesma através de diversas ondas transversais que maiores correspondem a comprimentos de
funcionam como fontes sonoras (Figura 4). Note-se que o onda menores.
maior comprimento de onda possível na corda vale 2L Quando uma corda de instrumento é tocada
( 1=2L). forma-se uma seqüência harmônica, sendo a
primeira freqüência chamada de fundamental
ou 1ª harmônica. As demais freqüências são
freqüências harmônicas da fundamental. Ao
final, a oscilação resultante da corda se deve
a superposição de várias harmônicas com
diferentes amplitudes.
Reflexão: quando o trem de ondas encontra uma superfície que se opõe à propagação, ele muda de direção, com
ângulo de incidência ( i) igual ao ângulo de reflexão ( r). A reflexão do som origina as sensações psicofísicas de
reforço, reverberação e eco.
Refração: ocorre refração do som quando a onda sonora passa de um meio material a outro, modificando sua
velocidade. Neste caso, a freqüência do som permanece a mesma, modificando seu comprimento de onda. A
reflexão e a refração contribuem para diminuir a intensidade do som, pois em ambos os casos a onda muda sua
direção de propagação.
Difração, Interferência e Ressonância
•Características do Tímpano:
• Transmissão da energia sonora para os ossículos do ouvido médio.
• A vibração do tímpano cresce diretamente com a intensidade do som.
• Baixa amplitude de deslocamento, mesmo para sons intensos.
• Membrana heterogênea com ampla faixa de ressonância
Sistema de Alavanca dos Ossículos
A articulação dos ossículos funciona como um sistema Sabendo que a força sobre a janela oval é a força exercida
de alavancas, permitindo amplificar a energia de sobre o tímpano amplificada por um fator de 1,3 pelos
vibração do tímpano para a janela oval. Segundo ossículos:
OKUNO (1982), o sistema de alavancas faz com que a
força aplicada sobre a janela oval seja 1,3 vezes maior
que a força aplicada sobre o tímpano. Desde que a F (janela oval) = 1,3 F(tímpano)
pressão é a razão entre força e área, pode-se dizer que
a pressão exercida pelo som sobre o tímpano vale:
As áreas do tímpano e da janela oval são respectivamente
F (tímpano) 0,55cm2 e 0,032cm2. Substituindo estes valores, tem-se
P (tímpano) = que:
Área (tímpano)
F (tímpano)
1,3
P (janela oval) 0,032cm2
Do mesmo modo, pode-se dizer que a pressão = =
exercida pelo estribo sobre a janela oval vale: P (tímpano) F (tímpano)
0,55cm2
F (janela oval)
P (janela oval) =
Área (janela oval)
F (tímpano) 0,55cm2 1,3 X 0,55
1,3 X = 22
0,032cm2 F (tímpano) 0,032
A amplificação da pressão na janela oval é dada pelo
quociente:
F (janela oval)
P (janela oval) Área (janela oval)
= Portanto, a pressão na janela oval é 22 vezes maior que
P (tímpano) F (tímpano) a pressão no tímpano.
Área (tímpano)
A Cóclea
ORGANIZAÇÃO DA CÓCLEA
• Membrana de Reissner
• Membrana Basilar
• Helicotrema
• Endolinfa
• Perilinfa
• Janela Oval
• Helicotrema
• Janela Redonda
Ducto Coclear e o Órgão de Corti
Sobre a superfície da membrana basilar, encontra-se o órgão de Corti, apresentando uma série de células sensíveis a
estimulação eletromecânica – as células ciliadas. O órgão de Corti é o receptor responsável pela geração de impulsos
em resposta à vibração da membrana basilar. A estrutura receptora específica do órgão de Corti são as células ciliadas
(externas e internas). A base e as faces laterais das células ciliadas fazem sinapses com as terminações nervosas
cocleares. Uma vez estimuladas pelas células ciliadas, as terminações transmitem o impulso até o gânglio espiral. Os
neurônios dos gânglios enviam seus axônios até o nervo coclear, e daí, para o SNC.
Excitação do Órgão de Corti
A B
As células ciliadas são revestidas por cílios diminutos (estereocílios), que fazem contato com a membrana tectorial (A e
B). Observar que as células ciliadas estão ancoradas em uma estrutura rígida e plana – a membrana reticular. A
membrana reticular é sustentada pelos pilares de Corti que estão presos às fibras da membrana basilar. Quando a
membrana basilar se eleva, move a membrana reticular para cima e para dentro, aproximando a membrana reticular do
modíolo. Do contrário, quando a membrana basilar abaixa, a membrana reticular é movida para baixo para fora (B). Este
movimento da membrana basilar, perpendicular ao seu plano, produz o deslizamento longitudinal da membrana tectorial
sobre a membrana basilar. Ao mover-se, membrana tectorial estira e comprime os estereocílios das células ciliadas, o
que provoca a excitação das mesmas e geração de impulsos.
Propagação do Pulso Hidráulico
Através dos Ductos Cocleares