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UNIDADE II

Educação Física Adaptada

Profa. Carolina Pasetto


Deficiência visual

 A deficiência visual é definida como a perda total ou parcial da capacidade visual em ambos
os olhos, mesmo após correção cirúrgica ou óptica.

 Em média 80% das informações e estímulos que recebemos são visuais, enquanto os outros
20% provêm de todos os outros sentidos e percepções.

 Causas: congênita ou adquirida.

Fonte: https://pixabay.com/pt/walker-logotipo-s%C3%ADmbolos-41432/
Funções visuais

 Acuidade visual: é a capacidade de distinguir


detalhes por meio da relação do tamanho do objeto
e da distância em que ele está situado.

 Relação perfeita: 60/60.

Fonte: GREGUOL, M.; COSTA, R. F.


(orgs.). Atividade física adaptada:
qualidade de vida para pessoas com
necessidades especiais. 3. ed.
Barueri: Manole, 2013. p. 34.
Funções visuais

 Campo visual: é a extensão angular em um espaço no qual um objeto pode ser visto com o
olhar fixado à frente.
120º comuns a ambos os
olhos

30º 30º
específicos específicos
OE 150º OE 150º OD OD

Fonte: Adaptado de: GREGUOL, M.; COSTA, R. F. (orgs.). Atividade física adaptada: qualidade
de vida para pessoas com necessidades especiais. 2. ed. Barueri: Manole, 2010. p. 35.
Funções visuais

 Binocularidade: é a capacidade de realizar a fusão da imagem vinda dos dois olhos em


convergência perfeita.

 Noção de profundidade e melhor percepção da imagem.

 A classificação da deficiência visual é baseada especialmente na acuidade visual


e campo visual.
Classificação da deficiência visual

Classificação educacional:

 Pessoa cega: apresenta, no máximo, uma percepção luminosa que auxilia na orientação e
na mobilidade, mas não de maneira irrestrita.

 Pessoa com baixa visão: apresenta dificuldade de desempenhar tarefas visuais mesmo com
o auxílio de lentes corretivas.
Classificação da deficiência visual

Classificação esportiva:
 B1: atletas com, no máximo, percepção luminosa.
 B2: atletas com campo visual de, no máximo, 5º e acuidade visual de, no máximo, 2/60.
 B3: atletas com campo visual entre 5º e 20º e acuidade
visual entre 2/60 e 6/60.

Fonte: RONCHI, M.;


SIQUEIRA, S.
Paraolímpicos: os
deuses de Atenas 2004.
[s.l.]: Caixa Econômica
Federal, 2004, p. 135.
Características físico-motoras

 A interação da pessoa com deficiência visual com o mundo físico torna-se um


processo diferenciado.

 O contato com o mundo físico acontece por meio dos outros sentidos.

 A ausência desses estímulos pode interferir no desenvolvimento motor da criança.

 Alterações na marcha e postura.

 A falta de oportunidade para a prática de exercício pode


também prejudicar a aptidão física de forma geral.
Características psicossociais

 Maneirismos (movimentos estereotipados).

 Aparentemente surgem como uma necessidade de autoestimulação.

 Podem interferir negativamente na capacidade de atenção a eventos do ambiente e inibir as


interações sociais.
Interatividade

Em relação à classificação esportiva da deficiência visual, pode-se afirmar que:

a) É baseada na avaliação da binocularidade.


b) Deve ser considerado para a avaliação apenas o olho mais comprometido.
c) Essa classificação subdivide-se em cegueira e baixa visão.
d) É dividida em três classes: B1, B2 e B3.
e) A classe B1 comporta atletas com visão subnormal.
Resposta

Em relação à classificação esportiva da deficiência visual, pode-se afirmar que:

a) É baseada na avaliação da binocularidade.


b) Deve ser considerado para a avaliação apenas o olho mais comprometido.
c) Essa classificação subdivide-se em cegueira e baixa visão.
d) É dividida em três classes: B1, B2 e B3.
e) A classe B1 comporta atletas com visão subnormal.
Atividade física

 Na Educação Física, a demonstração e a instrução verbal são os meios mais utilizados para
fornecer informações ao aluno, mas quando a deficiência visual está presente é necessário
substituir alguns estímulos.

 Estímulos auditivos: verbais e não verbais.

 Estímulos táteis: diretos e indiretos.

 A deficiência não afeta a capacidade de aprendizagem do


aluno, mas sim a forma como esse aluno irá aprender.
Orientação e mobilidade

 Chamamos de orientação o aprendizado para obtenção de informações do ambiente e de


mobilidade o controle de movimentos de forma organizada e eficiente.

 Autonomia nas atividades de vida diárias e atividades esportivas.

 A motivação e o encorajamento são fundamentais para aquisição dessa autonomia.


Adaptações do ambiente

 Reconhecimento detalhado do espaço.

 As marcações em alto-relevo e antiderrapantes podem ser utilizadas nos locais de maior


risco (escadas e corredores).

 Cores contrastantes e a luminosidade em alguns pontos também auxiliam na orientação de


alunos com baixa visão.

 Marcações na área da piscina são especialmente importantes.

 Quadra: linhas demarcadas com barbante e fita adesiva.

 Ruídos excessivos no ambiente podem dificultar a orientação.


Adaptações dos materiais

 Bolas com guizos.

 Cordas com guizos.

 Materiais com cores contrastantes ou brilhantes.


Considerações importantes

 Natação: dificuldade de orientação e de nadar em linha reta.

Fonte: GREGUOL, M. Natação adaptada: em busca do


movimento com autonomia. Barueri: Manole, 2010. p. 27.

 Na água, os aspectos sinestésicos são potencializados


pela maior resistência da água em relação ao ar.
Considerações importantes

 Uso do elástico e do modelo do relógio.

Fonte: GREGUOL, M. Natação adaptada: em busca do


movimento com autonomia. Barueri: Manole, 2010. p. 31.
Considerações importantes

 Corrida: uso de uma corda de orientação.

Fonte: VESTERMAN, V.; LUIZ, R. Jogos


paralímpicos do Colégio Vicentino Padre
Chico. Revista do Instituto de Cegos Padre
Chico, São Paulo, 27. ed., p. 25, 2016.
Orientações gerais

 Formações em roda propiciam a sensação de segurança ao aluno.


 Cuidado com a estimulação luminosa.
 Não mudar de lugar enquanto fornece as instruções.
 Não chegar ou sair de perto do aluno sem avisar.
 Saber o nome dos alunos para facilitar a comunicação.
 Realizar a atividade em ambientes calmos e silenciosos,
sem muitas interferências externas.
 Contraindicações em casos de descolamento de retina e glaucoma.
Interatividade

Para que um processo de ensino-aprendizagem ocorra de forma efetiva para um aluno com
deficiência visual, é fundamental que o profissional de educação física:

a) Forneça informações verbais e a demonstração.


b) Utilize apenas as informações auditivas.
c) Utilize informações auditivas e táteis.
d) Não forneça informações auditivas enquanto utiliza informações táteis.
e) Utilize apenas as informações sinaléticas.
Resposta

Para que um processo de ensino-aprendizagem ocorra de forma efetiva para um aluno com
deficiência visual, é fundamental que o profissional de educação física:

a) Forneça informações verbais e a demonstração.


b) Utilize apenas as informações auditivas.
c) Utilize informações auditivas e táteis.
d) Não forneça informações auditivas enquanto utiliza informações táteis.
e) Utilize apenas as informações sinaléticas.
Deficiência auditiva

 O sistema auditivo está em funcionamento desde o segundo trimestre de gestação,


permitindo ao bebê captar os sons do interior do corpo materno e os sons do ambiente antes
mesmo do nascimento.

 A percepção visual se desenvolve por volta dos 3 meses de vida.

 Um processo de integração entre as modalidades sensoriais


é iniciado, esse é o ponto de partida para o processo de formação do conceito dos objetos,
que é crucial para o aprendizado.

 Importância dos estímulos adequados para essa criança se


desenvolver adequadamente.
Deficiência auditiva

 A deficiência auditiva (ou surdez) é a perda total ou parcial da capacidade de conduzir e/ou
perceber os sinais sonoros. Martelo
Canais
semicirculares
Bigorna
Estribo
Janela
 Pode interferir na recepção circular Nervo
e na produção da linguagem. Orelha auditivo

 A expressão “surdo-mudo”
Cóclea
é incorreta para designar Canal
a pessoa com deficiência auditiva. aditivo
Trompa de
Eustáquio

Lóbulo da Tímpano
orelha

Fonte: Adaptado de: GREGUOL, M.; COSTA, R. F. (orgs.). Atividade física adaptada: qualidade de
vida para pessoas com necessidades especiais. 3. ed. Barueri: Manole, 2013. p. 134.
Funções da audição

 Receber e interpretar os sons.

 Avaliação de distâncias.

 Estado de alerta.

Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Ciclovia_da_Av._Paulista_02.jpg
Classificação da deficiência auditiva

 De acordo com a perda auditiva:

 Leve (dificuldade parcial na percepção da palavra).

 Moderada (compreendem num tom de voz alto).

 Acentuada (compreendem num tom de voz muito alto).

 Severa (métodos alternativos – fala amplificada).

 Profunda (não são capazes de perceber a voz – leitura labial).


Classificação da deficiência auditiva

De acordo com o local da lesão:


 Surdez condutiva.
 Surdez neurossensorial.
 Surdez mista.
 Surdez central.

De acordo com a época em que surgiu:


 Surdez pré-lingual.
 Surdez pós-lingual.
Interatividade

Um aluno com deficiência auditiva apresenta uma dificuldade na realização de atividades que
exijam grande equilíbrio. Logo, você imagina que ele tenha uma surdez:

a) Condutiva, por uma lesão no ouvido médio.


b) Neurossensorial, por uma lesão no ouvido externo.
c) Central, por uma lesão nas estruturas internas do ouvido.
d) Neurossensorial, por uma lesão no ouvido interno.
e) Pré-lingual, por causa congênita.
Resposta

Um aluno com deficiência auditiva apresenta uma dificuldade na realização de atividades que
exijam grande equilíbrio. Logo, você imagina que ele tenha uma surdez:

a) Condutiva, por uma lesão no ouvido médio.


b) Neurossensorial, por uma lesão no ouvido externo.
c) Central, por uma lesão nas estruturas internas do ouvido.
d) Neurossensorial, por uma lesão no ouvido interno.
e) Pré-lingual, por causa congênita.
Características físico-motoras

 Em alunos com surdez neurossensorial é comum perceber distúrbios também no ritmo,


coordenação e noção espacial.

 Quando ocorre a ausência da fala, o desenvolvimento respiratório é diferenciado,


normalmente apresentam uma respiração menos ampla e com uma frequência
mais acelerada.

 A oportunidade e o estímulo para a prática de atividade física são fundamentais para


minimizar essas alterações ou atrasos no desenvolvimento.
Características psicossociais

 A dificuldade para o aluno surdo se adaptar a um ambiente novo acaba gerando ansiedade e
impaciência.

 O isolamento pode gerar uma imaturidade no desenvolvimento social.

 É muito comum que eles se relacionem quase que exclusivamente com outras pessoas
surdas, especialmente na chamada comunidade surda.

 O aluno surdo pode apresentar dificuldade de concentração


e falta de atenção no momento da execução das
habilidades solicitadas.
Atividade física

 Alunos com deficiência auditiva são os que menos apresentam restrições para a prática de
atividade física e esporte.

 Adaptação: comunicação.

 Importante potencializar as informações visuais.

 O equilíbrio deve ser estimulado no aluno com surdez neurossensorial.

 As atividades rítmicas são excelentes, pois desenvolvem a


noção de ritmo, equilíbrio e coordenação.
Atividade física

 Atividades aquáticas: cuidado com os aparelhos auditivos e uso dos tampões.

 Excelente para o desenvolvimento da capacidade respiratória e função ventilatória.


Orientações gerais

 O professor deve manter-se de frente para o aluno durante as explicações.

 Utilizar-se de todos os recursos possíveis para comunicação.

 Ter conhecimento mínimo do alfabeto e de alguns sinais fundamentais facilita muito a rotina.

 Evitar mudanças de regras durante a atividade para não causar confusão entre os alunos.

 Não deve demonstrar impaciência.


Orientações gerais

 Para que o aluno faça a leitura labial, articule bem as palavras.

 É aconselhado que o profissional de Educação Física esteja em um local claro para que
possa ser visto com clareza.

 Caso exista um intérprete de Libras, o professor deve sempre olhar e dirigir-se ao aluno e
não ao intérprete.

 Quando os demais alunos e especialmente o professor


demonstram que o aluno surdo é bem-vindo e conseguem
manter a motivação durante a participação nas atividades,
naturalmente essa interação será facilitada.
Interatividade

Apesar das atividades propostas para os alunos surdos exigirem poucas mudanças, a
adaptação na comunicação é fundamental. Qual das alternativas abaixo não favorece a boa
comunicação entre o professor de educação física e seu aluno?

a) Articular bem as palavras para que o aluno surdo possa fazer a leitura labial.
b) Manter-se de frente para o aluno para facilitar a leitura labial.
c) Evitar mudanças de regras durante a atividade.
d) Posicionar-se em local claro para que o aluno consiga vê-lo com clareza.
e) Utilizar todas as formas de comunicação simultaneamente.
Resposta

Apesar das atividades propostas para os alunos surdos exigirem poucas mudanças, a
adaptação na comunicação é fundamental. Qual das alternativas abaixo não favorece a boa
comunicação entre o professor de educação física e seu aluno?

a) Articular bem as palavras para que o aluno surdo possa fazer a leitura labial.
b) Manter-se de frente para o aluno para facilitar a leitura labial.
c) Evitar mudanças de regras durante a atividade.
d) Posicionar-se em local claro para que o aluno consiga vê-lo com clareza.
e) Utilizar todas as formas de comunicação simultaneamente.
ATÉ A PRÓXIMA!

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