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Educação Inclusiva:

Deficiência Visual

Isabeli Rodrigues, Juliana do Prado e Valdelirio Kapp


Professora: Lucia Mara de Lima Padilha


Disciplina: Educação Inclusiva


4° NA Pedagogia

DEFINIÇÃO DE CEGUEIRA
É uma alteração grave ou total de uma ou mais
das funções elementares da visão que afeta de
modo irremediável a capacidade de perceber
cor, tamanho, distância, forma, posição ou
movimento em um campo mais ou menos
abrangente. Pode ocorrer desde o nascimento
(cegueira congênita), ou posteriormente

Cegueira e (cegueira adventícia) em decorrência de


causas orgânicas ou acidentais.

baixa visão
DEFINIÇÃO DE BAIXA VISÃO
A definição de baixa visão (ambliopia, visão
subnormal ou visão residual) é complexa
devido à variedade e à intensidade de
comprometimentos das funções visuais. Essas
funções englobam desde a simples percepção
de luz até a redução da acuidade e do campo
visual que interferem ou limitam a execução de
tarefas e o desempenho geral.
A inclusão escolar de alunos cegos
com baixa visão
Os conteúdos escolares privilegiam a visualização em todas as
áreas de conhecimento.

O sistema visual detecta e integra de forma instantânea e imediata


mais de 80%.

A visão é o elo de ligação que permite integrar todos os outros


sentidos.

A aprendizagem visual depende não apenas do olho, mas também


da capacidade do cérebro de realizar as suas funções, de
capturar, codificar, selecionar e organizar imagens fotografadas
pelos olhos.
Avaliação funcional da visão
Acuidade visual: a distância de um ponto ao outro em
uma linha reta por meio da qual um objeto é visto. Pode
ser obtida através da utilização de escalas a partir de
um padrão de normalidade da visão.

Campo visual: é a amplitude e a abrangência do ângulo


da visão em que os objetos são focalizados.

Uso eficiente do potencial da visão: definida em termos


da qualidade e do aproveitamento do potencial visual de
acordo com as condições de
estimulação e de ativação das funções visuais.
Avaliação funcional da visão
Princípio de estimular a utilização
plena do potencial da visão e dos
sentidos remanescentes.

Desempenho Conhecer e identificar por meio da


visual na escola observação contínua sinais ou
sintomas característicos.

Conhecer o desenvolvimento
global do aluno, o diagnóstico, a
avaliação funcional da visão, o
contexto familiar e social, bem
como as alternativas e os recursos
disponíveis.

Utilizar os recursos ópticos e não


ópticos.
Recursos ópticos e
não ópticos
Recursos ópticos para longe
Recursos ópticos para perto
Lupas manuais
Lupas de mesa e de apoio
Tipos ampliados
Acetato amarelo
Plano inclinado
Acessórios
Chapéus e bonés
Circuito fechado de televisão

Informática e tecnologia
para deficiência visual
Alfabetização e Aprendizagem

Para que o aprendizado seja completo e significativo é


importante possibilitar a coleta de informação por meio dos
sentidos remanescentes.

A audição, o tato, o paladar e o olfato são canais


importantes para as informações que serão levadas ao
cérebro.

É necessário criar um ambiente que privilegie a convivência


e a interação com diversos meios de acesso à leitura, à
escrita e aos conteúdos escolares em geral.
A linguagem é um instrumento de interação com o meio físico e
social. É nas habilidades de falar e ouvir, ler e escrever é que
ocorre o aprimoramento e a aplicação das linguagens oral e
escrita.

O professor precisa observar a qualidade da experiência


comunicativa dos alunos nas diversas situações de
aprendizagem.

A escassez de informação restringe o conhecimento em relação


ao ambiente. Assim, deve-se incentivar o comportamento
exploratório, a observação e a experimentação

Desenvolvimento da percepção global necessária ao processo


de análise e síntese (a habilidade de visualizar o todo, dividi-lo
em partes e depois juntá-las para voltar ao todo).
Espaço Físico e Mobiliário
A configuração do espaço físico não é percebida de
forma imediata por alunos cegos, torna-se necessário
possibilitar o conhecimento e o reconhecimento do
espaço físico e da disposição do mobiliário.

A coleta de informações se dará de forma processual e


analítica através da exploração do espaço concreto da
sala de aula e do trajeto rotineiro dos alunos: entrada
da escola, pátio, cantina, banheiros, biblioteca,
secretaria, sala dos professores e da diretoria,
escadas, obstáculos
Comunicação e Relacionamento
A falta da visão desperta curiosidade, interesse,
inquietações e não raro, provoca grande impacto no
ambiente escolar.

Os educadores devem estabelecer um relacionamento


aberto e cordial com a família dos alunos para conhecer
melhor suas necessidades, hábitos e comportamentos.
Para responder perguntas dos colegas na sala de aula,
evitando a fragilização ou a superproteção e combater
atitudes discriminatórias.
O Sistema Braille

Criado por Louis Braille, em 1825, na França, o


sistema braille é conhecido universalmente como
código ou meio de leitura e escrita das pessoas cegas.

No Brasil, chegou por meio de José Álvares de


Azevedo, que aprendeu a técnica ainda criança e se
dedicou a disseminá-la, com apoio do Imperial
Instituto de Meninos Cegos, hoje Instituto Benjamin
Constant (IBC), no Rio de Janeiro.
O Instituto Benjamin Constant foi inaugurado em12 de
setembro de 1854, é uma tradicional instituição de ensino
para deficientes visuais localizada no bairro da Urca, na
cidade e estado do Rio de Janeiro, no Brasil.
José Álvares de Azevedo, pioneiro, missionário e idealista
da Educação dos Cegos no Brasil. Ele foi o primeiro a
exercer, particularmente, na cidade do Rio de Janeiro, a
função de professor cego. Recebeu o título honorífico de
“Patrono da Educação dos Cegos no Brasil”
Baseia-se na combinação de 63 pontos que representam
as letras do alfabeto, os números e outros símbolos
gráficos. A combinação dos pontos é obtida pela
disposição de seis pontos básicos, organizados
espacialmente em duas colunas verticais com três pontos
à direita e três à esquerda de uma cela básica
denominada cela braille.

O Dia Mundial do Braille é comemorado em 4 de janeiro e


é dedicado à reflexão sobre a importância de
mecanismos que favoreçam o desenvolvimento das
pessoas cegas ou com baixa visão.
A escrita em relevo e a leitura tátil baseiam-se em
componentes específicos no que diz respeito ao
movimento das mãos, mudança de linha, adequação da
postura e manuseio do papel.

O aprendizado do sistema braille deve ser realizado em


condições adequadas, de forma simultânea e
complementar ao processo de alfabetização dos alunos
cegos.

Uma dessas alternativas é o Braille Virtual, um curso on-


line, criado e desenvolvido por uma equipe de
profissionais da Universidade de São Paulo – USP – com
o objetivo de possibilitar o aprendizado do sistema
braille de forma simples, gratuita e lúdica.
O programa para download estádisponível
em: http://www.braillevirtual.fe.usp.br
Atividades
Algumas atividades predominantemente visuais devem ser
adaptadas com antecedência e outras durante a sua realização
por meio de descrição, informação tátil, auditiva, olfativa
dentre outras que possibilitem a participação (exibição de
filmes ou documentários, excursões e exposições).

A apresentação de vídeo requer a descrição oral de imagens,


cenas mudas e leitura de legenda simultânea se não houver
dublagem.

Os alunos cegos podem e devem participar de praticamente


todas as atividades com diferentes níveis e modalidades de
adaptação que envolvem criatividade, confecção
de material e
cooperação entre os participantes.
Avaliação

Alguns procedimentos e instrumentos de avaliação


baseados em referências visuais devem ser alterados ou
adaptados por meio de representações e relevo.
(desenhos, gráficos, diagramas, gravuras, uso de
microscópios.) Em algumas circunstâncias é recomendável
valer-se de exercícios orais. È preciso atentar-se também
a necessidade de estender o tempo da avaliação

A adaptação e produção de material, a transcrição de


provas, exercícios e de textos em geral para o sistema
braille podem ser realizadas em salas multimeios, núcleos,
serviços ou centros de apoio pedagógico.
Recursos didáticos
A predominância de recursos didáticos visuais muito
elevados fazem com que o aluno cego ou de baixa visão
tenham uma visão fragmentada da realidade.

Os recursos devem ser inseridos em situações e vivências


cotidianas, de maneira que estimulem os outros sentidos da
criança.

Recursos tecnológicos, equipamentos e jogos pedagógicos


contribuem para que as situações de aprendizagens sejam
mais agradáveis e motivadoras.
Como podem ser feitos os
recursos?
A produção de recursos e jogos didáticos pode ser feita
com materiais de baixo custo: embalagens descartáveis,
frascos, tampas de vários tamanhos, retalhos de papéis e
tecidos com texturas diferentes, botões, palitos, crachás,
barbantes, sementes etc.

Os recursos precisam ter estímulos visuais e táteis, e que


atendam as diferentes condições visuais. Os modelos de
materiais devem se atentar às características originais do
que deseja representar.
Como podem
ser feitos os
recursos?

Levar em consideração a faixa etária, para


que o material representado não
prejudique a percepção global. O relevo
deve ser facilmente percebido pelo tátil,
contendo diferentes texturas.
Sugestões de Recursos

Cela Braille
Sugestões de Recursos

Cela Braille Vasada:


Sugestões de
recursos

Celinha Braille
Sugestões de Recursos

Caixa de vocabulário:
Sugestões de Recursos
Alfabeto
Gaveteiro alfabético
Pesca-palavras
Roleta das letras
Caixa de números
Brincando com as frações
Figuras geométricas em relevo
Fita métrica adaptada
Baralho
Mural do tempo
Jogo de dama
Jogo da velha
Outros recursos

Sorobã
Outros recursos

Modelos e Maquetes

Mapas

Livro didático adaptado

Livro Acessível

Recursos Tecnológicos
Projeto ASSINO EMBAIXO

Surgiu a partir da constatação de que pessoas


cegas, adultas, alfabetizadas e com diferentes
níveis de escolaridade assinavam através da
impressão digital
O projeto tem como objetivos:

Substituir a impressão digital pela assinatura em tinta.

Estimular e promover a emancipação, autonomia e o sentido


de privacidade.

Possibilitar o fortalecimento da confiança em si mesmo e a


autoestima.

Respeitar a individualidade e exercer a capacidade de


decisão.
Referências:
CEGOS, Dia Mundial do Braille reflete sobre atendimento aos.
MEC. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/component/tags/tag/braille. Acesso em: 02
de mar de 2022.

SÁ, E. D. de, CAMPOS, M. de, SILVA, M. B. C., Atendimento


Educacional Especializado – Deficiência Visual. SEESP / SEED /
MEC Brasília/DF – 2007. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aee_dv.pdf. Acesso
em: 02 de mar de 2022.

AZEVEDO, José Álvares de. ETHEL ROSENFELD. Disponível em:


http://www.ethelrosenfeld.com.br/personalidades3-
josealvaresdeazevedo.htm. Acesso em: 02 de mar de 2022.

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