Você está na página 1de 71

O mundo na ponta dos dedos

Estatistica da deficiencia visual


⚫ Do total da população brasileira (IBGE, 2010), 23,9%
(45,6 milhões de pessoas) declararam ter algum tipo
de deficiência.

⚫ Entre as deficiências declaradas, a mais comum foi a


visual, atingindo 3,5% da população. Em seguida,
ficaram problemas motores (2,3%), intelectuais
(1,4%)
e auditivos (1,1%).
Vc sabia?
⚫ 6,5 milhões de pessoas têm alguma deficiência
visual.
Desse total:
⚫ 528.624 pessoas são incapazes de enxergar (cegos);
⚫ 6.056.654 pessoas possuem grande
dificuldade permanente de enxergar (baixa
visão ou visão subnormal);
Deficiência Visual
⚫ A expressão deficiência visual se refere ao espectro que
vai da cegueira até a baixa visão.
⚫ GIL, Marta (org). Cadernos da TV Escola, Brasília:MEC,
n.1, 2000
Cegueira
⚫ Do ponto de vista educacional, consideramos
pessoas cegas aquelas que apresentam desde a
ausência total de visão até a perda da projeção de
luz
⚫ SEESP/MEC, 2006
Baixa Visão
⚫ Trata-se de um comprometimento do funcionamento
visual, em ambos os olhos, que não pode ser sanado,
por exemplo, com o uso de óculos convencionais,
lentes de contato ou cirurgias oftalmológicas.
⚫ A baixa visão pode ser causada por enfermidades,
traumatismos ou disfunções do sistema visual que
acarretam diminuição da acuidade visual, dificuldade
para enxergar de perto e/ou de longe, campo visual
reduzido, alterações na identificação de contraste, na
percepção de cores, entre outras alterações visuais.
⚫ MEC. Coleção - A Educação Especial na Perspectiva da
Inclusão escolar. Os alunos com Deficiência Visual: baixa
visão e cegueira. Brasília/2010
⚫ Acuidade visual
⚫ Capacidade de distinguir detalhes e formas dos
objetos.
⚫  Campo visual
⚫ É toda a área que abrange sua visão, sem movimentar
os olhos.
Tipos de visão
⚫ Central
⚫ É aquela na qual a imagem cai no centro da retina, em
uma área chamada mácula, e essa visão é cheia de
detalhes. É importante na leitura para perto, para
longe e nas atividades que exigem percepção de
detalhes.

⚫ Periférica
⚫ Visão lateral. Capacidade de enxergar objetos
e movimentos fora da linha direta de visão.
Causas reversíveis
⚫ As principais causas da cegueira reversíveis são:
⚫ Catarata
⚫ Opacidade da córnea
⚫ Tracoma (conhecida antigamente por “dordolho”)
⚫ Descolamento de retina (reversível se operado
com urgência)
⚫ Enxaqueca.
Causas irreversíveis
⚫ As principais causas da cegueira irreversíveis são:
⚫ Glaucoma avançado
⚫ DMRI (Degeneração Macular Relacionada à Idade)
⚫ Retinopatia diabética avançada
⚫ Deficiência de vitamina A (principalmente
em crianças)
⚫ Neurite óptica, uma inflamação no nervo óptico,
que leva as informações da retina para o cérebro
⚫ Ambliopia (popularmente conhecido como
“olho preguiçoso”).
Catarata
O que é importante para que use
melhor a visão?
⚫ Ter boa iluminação; sentar perto da janela, com a
luz vindo de lado ou, se necessário usar luminárias.
⚫ Aproximar mais do objeto para aumentar a
sua imagem. Usar porta-texto.
⚫ Maior contraste, por isso cores mais fortes ou
contornos mais reforçados com canetas de ponta
mais grossa.
⚫ Na escrita utilizar cadernos ampliados, canetas
de ponta porosa, lápis 6B ou 3B.
Coriorretinit
e macular
O que é importante para que use
melhor a visão?
⚫ Deixar que se aproxime bastante do objeto,
pois precisa usar mais a visão para melhorar o
seu desempenho.
⚫ Conversar com ela sobre o que está vendo para
que interprete corretamente o que vê.
⚫ Quando necessário ampliar letras e figuras.
⚫ Usar porta-texto
Porta Texto
Glaucoma e
Retinose
pigmentar
O que é importante para que use
melhor a visão?
⚫ Apesar de não ser criança cega, para andar
em ambientes novos ou no período da noite,
pode necessitar de bengala.
⚫ Deve desenvolver boa orientação e
mobilidade.
⚫ Geralmente não precisa de ampliação em desenhos
ou letras. Quando a imagem é muito grande, não
consegue vê-la inteira.
Doenças
degenerativa
s da retina
O que é importante para que use
melhor a visão?
⚫ Ampliação de textos; caderno de pauta ampliada;
lápis 3B ou 6B, e canetas de ponta porosa.
⚫ Ficar atento ao tipo de letra e sempre pular uma
linha para facilitar a leitura.
⚫ Utilizar guias de leitura e porta-texto.
⚫ Etiquetar lápis de cor e canetinhas escrevendo o
nome das cores.
Sinais mais comuns de alterações visuais
⚫ Irritação crônica nos olhos, indicada por olhos
lacrimejantes, pálpebras avermelhadas, inchadas ou
remelosas;
⚫ Náuseas, dupla visão ou névoas durante ou após
a leitura;
⚫ Hábito de esfregar os olhos, franzir ou contrair o
rosto ao olhar objetos distantes;
⚫ Inquietação, irritabilidade ou nervosismo
excessivos depois de um prolongado e atento
trabalho visual;
Sinais mais comuns de alterações visuais
⚫ Pestanejamento contínuo, sobretudo durante a
leitura;
⚫ Capacidade de leitura por apenas um período curto;
⚫ Inclinação da cabeça para um lado ou outro durante
a leitura;
⚫ Cautela excessiva no andar, correr raramente
e tropeçar sem motivo aparente;
⚫ Hábito de durante a leitura, segurar o livro muito
perto, muito distante, em outra posição incomum,
ou ainda, fechar ou tapar um olho.
Avaliação Funcional
⚫ É a observação do desempenho visual do aluno
em todas as atividades diárias incluindo a
utilização da visão para as tarefas escolares.
⚫ A avaliação funcional da visão revela
dados qualitativos de observação
informal sobre:
⚫ O nível de desenvolvimento visual do
aluno
⚫ O nível funcional da visão residual
⚫ A necessidade de adaptação à luz e aos
contrastes
⚫ Adaptação de recursos ópticos e não
A deficiência visual compromete um dos
canais sensoriais mais importantes de
aquisição de informações.

O professor deve buscar alternativas e elaborar


meios para que essas informações cheguem de
uma outra maneira.
Como?
A utilização dos sentidos remanescentes e o uso
das mãos como instrumento de percepção
⚫ Cada um destes sentidos (tato, audição, olfato e
paladar) possui certas possibilidades informativas. Isso
faz com que os objetos do mundo tenham uma
percepção diferente da visual. Faz com que a imagem
que o cego percebe seja diferente - nem melhor, nem
pior - das que os videntes possuem.
Acessibilidade - Espaço físico
⚫ organização do espaço
⚫ obstáculos
⚫ ambiente interno e externo
⚫ contrastes em escadas e corrimão
⚫ sinalização dos ambientes usando o código
braille
Desenho universal
⚫ é uma forma de conceber produtos, meios de
comunicação e ambientes para serem utilizados por
todas as pessoas, independente da sua
especificidade.
⚫ Ex: idosos, deficientes, crianças.
Aplicabilidade do conhecimento para o
desenvolvimento do trabalho com o aluno DV
⚫ laudo oftalmológico
⚫ observações do professor (dificuldades enfrentadas)
⚫ Observações do professor do AEE
⚫ o que ele pode ver
⚫ como ele vê
⚫ a que distância
⚫ tamanho das figuras e letras
⚫ contraste e iluminação para visualização e
discriminação do material
Acessibilidade ao conhecimento e ao currículo
⚫ braille
⚫ livros e materiais adaptados
⚫ softwares especializados como Dosvox, Virtual
Vision, Jaws e Open Book com sintetizadores de
voz e/ou magnificação de imagem
⚫ acesso a internet através dos softwares
⚫ máquina e impressora braille
⚫ recursos ópticos e não-ópticos
⚫ livros digitalizados (audio-livros)
Recursos
⚫ Auxílios não-ópticos
⚫ lápis 6B ou preto nº 1
⚫ caneta hidrocor preta ou pilot
⚫ cadernos com pautas
ampliadas
⚫ suporte para leitura
⚫ posicionamento em sala de
aula
⚫ contrastes
⚫ controle da iluminação
⚫ ampliação
Caderno com pauta ampliada
Caderno quadriculado
Livro didático ampliado
Livro transcrito a braille e tinta
Livro multissenssorial
Globo terrestre adaptado: terra e água
Meridianos
Paralelo
s
Plano Cartesiano
Régua e Fita métrica adaptados
Alfabetização
Caixa de alfabetização
Quadro de Medidas
Jogo de dama
Dominó Tátil
Batalha naval
Jogo da memória tátil
Mapa do Brasil Regional
Mapa do Brasil: destaque para o Rio de Janeiro
Mapa Região Sudeste
Auxílios ópticos
⚫ Óculos
⚫ Lupas
⚫ Telelupas
É impossível apoiar-se no que
falta a uma criança, naquilo que
ela não é. Torna-se necessário
ter uma idéia, ainda que seja
vaga, sobre o que ela é.
(Vygotsky, 1989b, p. 102)
Bibliografia
⚫ BRUNO, Marilda Moraes Garcia. O desenvolvimento integral do portador
de deficiência visual: da intervenção precoce a integração escolar. São
Paulo: Gráfica e Editora Laramara. 1993.
⚫ DALL’ACQUA, Maria Júlia Canazza. Intervenção no ambiente escolar:
estimulação visual de uma criança com visão subnormal ou baixa visão.
São Paulo: Editora UNESP; 2002.
⚫ GIL, Marta (org). Cadernos da TV Escola, Brasília:MEC, n.1, 2000
⚫ MEC. Saberes e Práticas de Inclusão / Desenvolvendo competências para o
atendimento às necessidades educacionais de alunos cegos e de alunos
com baixa visão. Brasília /2003.
⚫ MEC/SEF. Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental, Brasília,
1997.
Bibliografia
⚫ SEESP/MEC. A inclusão do aluno com baixa visão no ensino regular
– Orientações aos professores da escola regular. 2006
⚫ OCHAITA, Esperanza, ROSA, Alberto. Percepção, ação e conhecimentos
em crianças cegas. In: COLL, César, PALACIOS, Jesús, MARCHESI, Álvaro.
Desenvolvimento Psicológico e Educação: necessidades educativas especiais
e aprendizagem escolar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
⚫ OLIVEIRA, Marta Kohl. Vygotsky – Aprendizado e desenvolvimento. Um
processo sócio-histórico. Scipione. 1999.
⚫ SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão: Construindo uma sociedade para
todos.
Rio de Janeiro: WVA, 1999.
⚫ TORRES, Íris, CORN, Anne Lesley. Deficiência visual e escola inclusiva.
Quando houver crianças deficientes da visão em sua sala de aula: sugestões
para professores. In: Benjamin Constant. Rio de Janeiro: IBCENTRO, ano
4/nº 9/ Junho 1998.

Você também pode gostar